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Cálculo I - Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho PDF
Cálculo I - Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho PDF
2010
2
Sumário
1.2.2 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.3.1 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
1.4.1 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
1.5.2 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
1.6 Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
1.6.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
3
4 SUMÁRIO
2 A Derivada 65
2.1 A Derivada como uma Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
2.1.2 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
2.2.2 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
2.3.2 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
2.4.1 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
2.5.1 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
2.6.1 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
2.6.2 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Dois problemas:
Figura 1.1:
7
8 Cálculo I - Limite
Figura 1.2:
resolve o problema 1.
problema 2.
então a tangente no ponto P pode ser denida como a única reta que intercepta
cassa para curvas mais gerais. Por exemplo, a gura (a) mostra várias retas inter-
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Figura 1.3:
Figura 1.4:
Vamos usar esta idéia para denir a tangente de forma mais geral.
Denição 1.1 Sejam P e Q pontos sobre uma curva C . A reta tangente à curva
C no ponto P , se existir, é a posição limite da reta secante que passa por P e Q,
Figura 1.5:
uma função f em um ponto P , de tal modo que seja consistente com esta noção de
∆y f (x0 + h) − f (x0 )
=
∆x h
h 6= 0 se aproxima de zero.
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Figura 1.6:
valor limite da inclinação da reta secante quando h se aproxima de zero, e isto é igual
f (x0 +h)−f (x0 )
ao limite quando h se aproxima de zero de h
.
Solução.
Tabela 1.1:
Quando h se aproxima de zero para estes valores, a inclinação das secantes parecem
12 Cálculo I - Limite
Figura 1.7:
aproximar-se de 4. De fato;
f (x + h) = f (2 + h) = (2 + h)2 = 4 + 4h + h2
e,
f (x0 ) = f (2) = 22 = 4.
Assim,
f (x0 + h) − f (x0 ) (4 + 4h + h2 ) − 4
= = 4 + h, h 6= 0.
h h
m = lim (4 + h) = 4.
h→0
¦
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Figura 1.8:
Denição 1.2 A inclinação da reta tangente ao gráco da função f no ponto (x0 , f (x0 )),
se existir, é o número
f (x0 + h) − f (x0 )
m = lim .
h→0 h
Exemplo 1.2 Encontre uma equação para reta tangente para o gráco de f (x) =
x3 + 3x − 2 no ponto (1, 2).
Solução.
f (1) = 13 + 3 − 2 = 2
¡ ¢
m = lim h2 + 3h + 6 = 6.
h→0
14 Cálculo I - Limite
Uma equação para a reta tangente que tem a inclinação m = 6 e passa pelo ponto
(1,2) é:
y − 2 = 6(x − 1).
Exercícios
no ponto dado.
(a) f (x) = 3x − 2, P = (2, 4).
(f) f (x) = x4 , P = (−2, 16).
(b) f (x) = 2x2 , P = (3, 18).
(g) f (x) = ax3 + bx2 + cx + d, x = 1.
(c) f (x) = 2x2 + 3, P = (1, 5). 1
(h) f (x) = , P = (−2, 1).
x+3
(d) f (x) = 3x2 + 4x + 2, P = (−2, 6).
4
(i) f (x) = , P = (2, 1).
x2
(e) f (x) = x3 + 3, P = (2, 11).
2. Encontre uma equação para a reta tangente ao gráco da função f (x) = 3x2
3. Encontre uma equação para a reta tangente ao gráco da função f (x) = ax2
4. Encontre uma equação para a reta tangente ao gráco da função f (x) = 2x2 +x
no ponto onde x = 1.
f (x0 + h) − f (x0 )
h
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para h pequeno.
(b) Use o método dos exemplos 1.1 e 1.2 para calcular a inclinação da reta
parte (a).
Tabela 1.2:
f (x0 +h)−f (x0 )
x0 h h
0.1000
0.0100
0.0010
0.0001
-0.0001
-0.0010
-0.0100
-0.1000
Aplique o método dos exemplos 1.1 e 1.2 para obter uma expressão para o limite
ponto.
tem intercepto-y (0, 5), contém o ponto (1, 2) e tem tangente com inclinação
3 quando x = 2.
10. Demonstre que a reta tangente ao gráco de f (x) = x3 no ponto (x0 , f (x0 ))
é sempre paralela à reta tangente a este gráco no ponto (−x0 , f (−x0 )).
11. Seja f (x) = |x|. Complete a Tabela 1.2 para o ponto (0, 0). A função valor
A armação
L = lim f (x)
x→a
signica que os valores f (x) estão tão próximos de L quanto desejarmos para todo
Esta armação não é uma denição rigorosa porque as frases tão próximas de L
lim f (x) = 7.
x→3
Para ver como esta função satisfaz a denição intuitiva de limite dada acima, anali-
Por exemplo, vamos supor que f (x) esteja próximo de 7 com uma precisão de
0.5, isto é,
6.5 ≤ 2x + 1 ≤ 7.5.
Mas,
Agora, se quisermos que f (x) esteja próximo de 7 com uma precisão de 0.1, temos
ou
ou
Portanto, se 2.95 < x < 3.05, então, f (x) está próximo de 7 com uma precisão
de 0.1.
valor f (x) difere de 7 por não mais do que a precisão prescrita . Assim dizemos que
lim (2x + 1) = 7.
x→3
sen x
lim = 1.
x→0 x
18 Cálculo I - Limite
Tabela 1.3:
sen x sen x
x x
x x
Observe a tabela:
Figura 1.9:
(x + 1)3 − 1
Exemplo 1.5 Calcule lim .
x→0 x
(x+1)3 −1
Solução. A função f (x) = x
não é denida para x = 0.
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Mas observando a tabela 1.4 vemos que quando x está se aproximando de zero, o
Tabela 1.4:
(x+1)3 −1 (x+1)3 −1
x x
x x
(x + 1)3 − 1
lim = 3.
x→0 x
tem os mesmos valores, exceto para x = 0, em que f (0) não é denida. Assim, os
limites quando x se aproxima de zero destas duas funções devem ser os mesmos.
(x + 1)3 − 1 ¡ ¢
lim = lim x2 + 3x + 3 = 0 + 0 + 3 = 3.
x→0 x x→0
¦
20 Cálculo I - Limite
Figura 1.10:
x2 − 3x + 2
Exemplo 1.6 Calcule o limite: lim
x→2 x2 + x − 6
22 − 3 · 2 + 2 4−6+2 0
= = ,
22 +2−6 4+2−6 0
x2 − 3x + 2 (x − 2)(x − 1) x−1
= = .
x2 + 2 + 6 (x − 2)(x + 3) x+3
Assim,
x2 − 3x + 2 x−1 2−1 1
lim = lim = = .
x→2 x2 + x − 6 x→2 x+3 2+3 5
sen 2 x
Exemplo 1.7 Calcule lim
x→π 1 + cos x
1 + (−1) = 0.
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Assim,
sen 2 x
lim = lim (1 − cos x) = 1 − (−1) = 2.
x→π 1 + cos x x→π
|x|
Para reescrever a função f (x) = x
como:
x
x
se x > 0
f (x) =
−x
x
se x < 0
Se x está próximo de zero e for positivo, f (x) = 1. Mas, se x está próximo de zero
quando x → 0.
22 Cálculo I - Limite
A tabela 1.5 sugere que o limite seria 1, a tabela 1.6 sugere que o limite seria 0 e a
√
2
tabela 1.7 sugere que o limite seria 2
.
Tabela 1.5:
¡1¢
x sen x
2/π 1
2/5π 1
2/9π 1
2/13π 1
2/17π 1
Tabela 1.6:
¡1¢
x sen x
1/2π 0
1/4π 0
1/6π 0
1/8π 0
1/10π 0
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Tabela 1.7:
¡ ¢
x sen x1
√
4/π 2/2
√
4/9π 2/2
√
4/17π 2/2
√
4/25π 2/2
√
4/33π 2/2
1.2.2 Exercícios
1. Para cada uma das funções dadas pelos seus grácos, indique se:
(a) ?
Figura 1.11:
(b) ?
24 Cálculo I - Limite
Figura 1.12:
Figura 1.13:
(c) ?
2. Para cada uma das funções denidas gracamente, determine se lim f (x)
x→a
Figura 1.14:
x2 − 2x − 3
(a) lim (3x + 7) (h) lim
x→2 x→−1 x+1
(3 + x)2 − 9 sec x · cos x
(b) lim (i) lim
x→0 x x→π/2 x
h2 − 1 x3 + 3x2 − x − 3
(c) lim (j) lim
h→0 h−1 x→−1 x2 − 1
x2 − x − 6 x3 − 7x + 6
(d) lim (k) lim
x→−2 x+2 x→−3 x2 + 2x − 3
1 − cos2 x x13/4 − 2x9/4
(e) lim (l) lim
x→0 sen x · cos x x→2 x5/4 − 2x1/4
sen (2h) √
(f) lim 3− 9+h
h→0 sen h (m) lim
h→0 h
1
(g) lim sen (2x) · cosec x x
−1
x→π/2 (n) lim
x→1 x−1
4. Esboce o gráco de y = f (x) e determine o limite de f (x) quando x → 0, se
(c) f
(x) =
x2 + 1 se x < 0
x2 − 3x + 3 se x < 0
(d) f (x) =
sen x
(x−1)3 +1 se x > 0
x
se x > 0 x
5. Para cada função especicada, preencha a tabela 1.8. Com evidencia numérica,
26 Cálculo I - Limite
Tabela 1.8:
x f (x) x f (x)
1.000 -0.005
0.500 -0.010
0.100 -0.050
0.050 -0.500
0.0 10 -1.000
0.005
sen x
2x
se x < 0
6. Seja f (x) denida por f (x) =
(x + c)2 se x > 0
Encontre o(s) valor(es) de c tal que limite de f (x) exista. Neste caso, qual é o
Na seção anterior denimos o limite de uma função de maneira informal, dizendo que
L = lim f (x).
x→a
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Signicando que os valores f (x) estão tão próximos de L quanto desejarmos, para
expressões aritméticas, e assim por diante, mas não referências vagas como proximi-
dade".
Para recuperar nossa noção intuitiva de limite com uma linguagem precisa, pro-
1. Em lugar da frase os valores f (x) estão tão próximos de L quanto desejarmos ,
usamos a desigualdade
3. Para ligar estas duas frases na forma desejada, dizemos que, não importa que
dizer que
Denição 1.3 Seja f (x) denida para todo x em um intervalo aberto contendo a,
exceto possivelmente em a. Dizemos que o número L é o limite da função f quando
x se aproxima de a, e escrevemos
L = lim f (x),
x→a
se, e somente se, dado qualquer número ε > 0, existe um número correspondente
Em outras palavras, L = lim f (x),, signica que os valores f (x) estão tão
x→a
sucientemente próximo de a.
|2x − 6| < ε
2|x − 3| < ε
ε
|x − 3| < (1.4)
2
Ainda, de acordo com a denição 1.3, devemos encontrar uma distância δ aceitável
ε
|(2x + 1) − 7| < ε ⇐⇒ |x − 3| < .
2
ε
É exatamente esta equivalência que nos mostra como escolher δ . Com δ = 2
,
ε
sabemos que se 0 < |x − 3| < δ , então a desigualdade |x − 3| < 2
é verdadeira e,
Formalmente, a demonstração é:
Seja ε > 0 dado. Vamos escolher δ = 2ε . Segue, então, que se 0 < |x − 3| < δ ,
então
|(2x + 1) − 7| = |2x − 6|
= ε
denição 1.3.
Figura 1.15:
30 Cálculo I - Limite
|f (x) − L| < ε
|4x − 8| < ε
4|x − 2| < ε
ε
|x − 2| <
4
= 4|x − 2|
< 4δ
= 4 4ε
= ε
ε
Assim, com δ = 4
temos que se 0 < |x − 2| < δ , então |(4x + 3) − 11| < ε. ¦
¡ ¢
Exemplo 1.12 Prove que lim x2 − 4x + 7 = 3.
x→2
|f (x) − L| < ε
| (x2 − 4x + 7) − 3| < ε
|x2 − 4x + 4| < ε
ε.
¡ ¢
Isto prova que lim x2 − 4x + 7 = 3, de acordo com a denição 1.3. ¦
x→2
Examinaremos, então,
= |x + 2| |x − 2| .
4.
|x2 − 4| = |x + 2| |x − 2|
< 5 |x − 2| .
© ª
Dado ε > 0, seja δ o menor dos números 1, 5ε . Então se 0 < |x − 2| < δ ,
temos ambos
ε
|x − 2| < 5
e |x + 2| < 5.
Assim,
|x2 − 4| = |x + 2| |x − 2|
< 5|x − 2|
¡ ¢
< 5 5ε
= ε
Isto mostra que |x2 − 4| < ε sempre 0 < |x − 2| < δ .
Assim, lim x2 = 4. ¦
x→2
|sen x| ≤ |x|.
|sen x − 0| < ε.
1.3.1 Exercícios
1. lim (2x + 5) = 9.
x→2
2. lim (x2 − 1) = 3.
x→0
√
(a) Mostre que |(x2 + 3) − 3| < ε, se e somente se, |x| < ε.
x2 − 1
3. lim = 2.
x→1 x−1
Encontre um δ apropriado ε = 2, 0.8, 0.05.
5. Prove usando a técnica do exemplo 1.14 para provar que lim sen 2x = 0.
x→0
6. Use a desigualdade trigonométrica |sen x| ≤ |x| para provar que lim xsen x =
x→0
0.
1. lim c = c , c = constante.
x→a
34 Cálculo I - Limite
2. lim x = a.
x→a
O teorema que segue estabelece uma álgebra dos limites, pela qual limites de
termos individuais.
Teorema 1.1 Suponhamos que lim f (x) = L e lim g(x) = M , existem. Seja c
x→a x→a
um número qualquer. Então, cada um dos seguintes limites existem com os valores
indicados:
h i
(ii) lim [cf (x)] = c lim f (x) = c · L.
x→a x→a
h i h i
(iii) lim [f (x) · g(x)] = lim f (x) · lim g(x) = L · M .
x→a x→a x→a
(i) Queremos mostra que, dado ε > 0, existe um δ > 0 tal que
Dado ε > 0, como lim f (x) = L, então existe um número δ1 > 0 tal
x→a
≤ |f (x) − L| + |g(x) − M |
ε ε
< +
2 2
= ε
Vamos supor, então, que c 6= 0. queremos provar que dado ε > 0, existe δ > 0
Mas, por hipótese, temos que dado ε > 0, existe δ > 0 tal que se 0 <
ε
|x − a| < δ , então, |f (x) − L| < (lembre-se que c 6= 0).
|c|
Assim, dado ε > 0 existe um δ > 0 tal que se 0 < |x − a| < δ , então,
ε
|cf (x) − cL| = |c(f (x) − L)| = |c||f (x) − L| < |c| |c| < ε.
¡ ¢
Exemplo 1.15 Calcule lim 3x2 + 6 .
x→2
Solução.
= 3·2·2+6
= 18
µ ¶
2x + 3
Exemplo 1.16 Calcule lim .
x→−1 1 + x2
= 1 + (−1)(−1)
= 2
O qual é diferente de zero, podemos aplicar a parte (iv) para calcular que
µ ¶ lim (2x + 3)
2x + 3 x→−1
lim = (iv)
x→−1 1 + x2 lim (1 + x2 )
x→−1
µ ¶
2 lim x + lim 3
x→−1 x→−1
= (i) e (ii)
2
2(−1) + 3
=
2
1
=
2
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 37
Teorema 1.2 Suponhamos que lim f (x) = L. Para qualquer inteiro positivo n =
x→a
1, 2, 3 . . . vale que:
(i) lim xn = an .
x→a
h in
(ii) lim [f (x)]n = lim f (x) = Ln .
x→a x→a
Solução.
³ ´ ³ ´ ³ ´
lim (3x4 + 7x2 + 4x) = 3 lim x4 + 7 lim x2 + 4 lim x
x→2 x→2 x→2 x→2
= 3 · 24 + 7 · 22 + 4 · 2
= 84
¡ ¢
Exemplo 1.18 Calcule lim x−3 − 3x−2 + 5x3 .
x→−2
Solução.
µ ¶
¡ ¢ 1 −3
lim x−3 − 3x−2 + 5x3 = lim + + 5x 3
x→−2 x→−2 x3 x2
1 −3
= (−2)3
+ (−2)3
+ 5(−2)3
−327
= 8
3
Exemplo 1.19 Calcule lim (x3 − 7x + 1) .
x→2
38 Cálculo I - Limite
Solução.
h i3
3 3 3
lim (x − 7x + 1) = lim (x − 7x + 1)
x→2 x→2
3
= [23 − 7 · 2 + 1]
= (−5)3
= −125
¦
n/ n/
(ii) Se m é ímpar, lim x m
=a m
, para −∞ < a < ∞.
x→a
³ √ −3 /
´
Exemplo 1.20 Calcule lim 3 x + x 2
.
x→4
Teorema 1.4 (Sanduíche) Suponha que o limite de g(x) e o limite de h(x) existam
quando x → a, e que lim g(x) = L = lim h(x).
x→a x→a
lim f (x) = L.
x→a
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 39
Interpretação Geométrica:
Figura 1.16:
Exemplo 1.21 Mostramos que lim sen x = 0, usando a denição formal de limite
x→0
e a desigualdade trigonométrica
|sen x| ≤ |x|.
Como,
1
Exemplo 1.22 Use o teorema do sanduíche para mostrar que lim x sen = 0.
x→0 x
40 Cálculo I - Limite
segunda desigualdade:
¯ ¯ ¯ ¯
¯ 1 ¯ ¯ 1 ¯
0 ≤ ¯¯x sen ¯¯ = |x| ¯¯ sen ¯¯ ≤ |x| · 1 = |x| .
x x
Portanto,
¯ ¯
¯ 1 ¯¯
¯
0 ≤ ¯x sen ¯ ≤ |x| , x 6= 0.
x
1
lim x sen = 0.
x→0 x
Figura 1.17:
2 2 2
Então, P R + QR = P Q .
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 41
Como P Q ≤ arc P Q = x:
2
sen 2 x + (1 − cos x)2 = P Q ≤ x2 .
Assim,
0 ≤ |1 − cos x| ≤ |x|.
lim (1 − cos x) = 0.
x→0
lim cos x = 1.
x→0
sen x
Exemplo 1.24 Mostre que lim = 1.
x→0 x
π
Solução. Suponhamos, primeiro que 0 < x < 2
, na gura a seguir, observemos
que:
Como,
1
Área do triângulo OAC = cos x sen x
2
³ 2
´
Área do setor OBC = 12 x, 2πx
πr 2 = xr2 , com r = 1
1
Área do triângulo ABD = 2
tan x.
1 1 1
cos x sen x ≤ x≤ tan x.
2 2 2
42 Cálculo I - Limite
Figura 1.18:
x 1
cos x ≤ ≤ .
sen x cos x
1 sen x π
≥ ≥ cos x, 0 < x < .
cos x x 2
sen 2x
Exemplo 1.25 Calcule lim .
x→0 x
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 43
= 2·1·1=2
1.4.1 Exercícios
¡ √ ¢
(d) lim 9x9 − 3 x x−4
x→1 (i) lim √
x→4 x−2
x2 − 2x − 3 ³ 7 ´2
(e) lim 2
x→3 x−3 (j) lim x /3 − 2x /3
x→−1
2. Nas questões (a) e (b) suponha que lim f (x) = 2, lim g(x) = −3. Calcule o
x→a x→a
limite especicado.
6 · f (x) − 4[g(x)]2
(a) lim 3 · f (x) · g(x) (b) lim
x→a x→a g(x) − 4 · f (x)
sen x
3. Use o fato de que lim = 1 para calcular o limite:
x→0 x
sen x (c) lim x2 cot x
(a) lim x→0
x→0 2x
tan x sen x
(b) lim (d) lim √
x→0 5 x
x→0 4x
44 Cálculo I - Limite
lim x = a.
x→a
1 − cos x
6. Mostre que lim = 0.
x→0 x
Figura 1.19:
lim f (x) = L
x→a+
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 45
Analogamente escrevemos
lim f (x) = M
x→a−
esquerda.
Intuitivamente, a expressão
L = lim f (x)
x→a+
signica que os valores f (x) estão tão próximos de L quanto desejarmos para todo
M = lim f (x)
x→a−
signica que os valores f (x) estão tão próximos de M quanto desejarmos para todo
√ √
Exemplo 1.26 Como f (x) = x não é denida para x < 0, o limite de x
√
quando x → 0 não existe. Entretanto, podemos escrever que lim x = 0.
x→0+
|x| −x
(b) Para x < 0, lim = lim = lim (−1) = −1.
x→0− x x→0− x x→0−
Figura 1.20:
Embora lim [[x]] não exista, ambos os limites laterais existem. Por exemplo,
x→n
Teorema 1.5 lim f (x) existe, se e somente se, ambos os limites laterais existem e
x→a
são iguais. Isto é, lim f (x) = L se, e somente se, lim f (x) = L = lim f (x).
x→a x→a+ x→a−
almente.
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 47
Para mostrar que lim f (x) = 1, observemos que se x > 1, então, f (x) =
x→1+
= 4 · 1 − 3 = 1.
= 2 − (1)2 = 1.
lim f (x) = 1.
x→1
|x − a| < δ da denição formal de limite (denição 1.3) para outra condição, isto é,
ou
L = lim f (x)
x→a+
se, e somente se, para todo ε > 0 existe um correspondente número δ > 0 tal que
48 Cálculo I - Limite
Figura 1.21:
esquerda, e escrevemos,
M = lim f (x)
x→a−
se, e somente se, para todo ε > 0 existe um correspondente número δ > 0 tal que
√
Exemplo 1.30 Use a denição 1.4 para provar que lim+ x = 0.
x→0
√
Solução. Neste caso, f (x) = x, L = 0 e a = 0.
Assim,
√ √ √
|f (x) − L| = | x − 0| = | x| = x < ε =⇒ x < ε2 .
Logo,
√ √ √
se 0 < x < δ , então, |f (x) − L| = x < δ = ε2 = ε.
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 49
1.5.2 Exercícios
(i) ?
Figura 1.22:
(ii) ?
Figura 1.23:
50 Cálculo I - Limite
Figura 1.24:
(iii) ?
temos:
(b) lim f (x) = f (a)? (d) lim f (x) existi e é igual a f (a)?
x→a+ x→a
√
(a) lim x−2 (f) lim x[[x]]
x→2+ x→3−
³ ´ √
(b) lim
5/
x 2
− 5x
3/
2 x−4
x→0+
(g) lim
x→4+ x+2
x2 − 4x + 4 [[x − 7]]
(c) lim (h) lim
x→2− x−2 x→3+ [[x + 4]]
√ 1/
x+x 3
(d) lim 3/
(i) lim [[2 − x2 ]]
x→0+ 6−x 4 x→0+
cos x, x ≤ 0
5. Seja f (x) =
1 − x, x > 0
x + 2, x<3
6. Seja f (x) = . Prove que lim f (x) = 5.
2x − 1, x > 3 x→3
2, x ≤ −1
7. Seja f (x) = −x, −1 < x ≤ 1
−x2 , 1<x
1.6 Continuidade
Quando denimos limite de f (x) quando x tende para a, enfatizamos que este limite
não é necessariamente igual a f (a). De fato, f (a) pode nem mesmo ser denida. A
52 Cálculo I - Limite
Para cada uma das funções cujos grácos aparecem a seguir é descontínua em a.
Figura 1.25:
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 53
Figura 1.26:
Figura 1.27:
x2 −4
Exemplo 1.31 Calcule os números x para os quais f (x) = x−2
é contínua.
x2 − 4 a2 − 4
lim f (x) = lim = = f (a).
x→a x→a x−2 a−2
Figura 1.28:
sen x
f (x) = .
x
sen x
lim = 1.
x→0 x
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 55
(i) f + g
(ii) c · f
(iii) f · g
f
(iv) g
, desde que g(a) 6= 0
Demonstração.
(i) Observamos que (f + g)(a) é denida e dada por f (a) + g(a), pois, por
existem.
Então
= (f + g)(a) (⇒ denição de f + g)
x = a.
Observação 1.2 A combinação dos teoremas 1.6 e 1.7 mostra que qualquer polinô-
mio é contínuo para todo x, e qualquer função racional é continua para todo x dife-
Por exemplo:
Denição 1.6 (i) A função f é contínua no intervalo aberto (a, b) se for contínua
(ii) A função f no intervalo fechado [a, b] se for contínua em (a, b), e, além disso
A continuidade é denida de modo análogo em intervalos tais como (a, b], [a, ∞)
e etc.
Figura 1.29:
√
Exemplo 1.33 A função f (x) = x á contínua no intervalo [0, ∞). Em outras
palavras
√ √
lim x = a, a > 0 (teorema 1.3)
x→a
√
lim x = 0 = f (0)
x→0+
Exemplo 1.34 Utilizando os teoremas 1.6 - 1.8 podemos concluir que as seguintes
funções são contínuas nos intervalos dados
√
(a) f (x) = x2 − 3 x em [0, ∞)
58 Cálculo I - Limite
2/
x2 − x 3
Teorema 1.9 Seja f uma função denida em um intervalo aberto contendo o número
a. Então, f é contínua em a se, e somente se,
lim f (a + h) = f (a).
h→0
Exemplo 1.35 Mostre que a função f (x) = sen x é continua para todo x.
Então,
= sen a
= f (a).
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 59
Teorema 1.10 Seja f uma função contínua em um intervalo aberto contendo o nú-
mero L. Se o limite
lim g(x) = L
x→a
existe, então,
h i
lim f [g(x)] = f lim g(x) = f (L).
x→a x→a
Este teorema arma que se a função de fora na função composta f ◦ g é contínua,
h i
Exemplo 1.36 2 2
(a) lim sen (π + x ) = sen lim (π + x ) = sen (π + 0) =
x→0 x→0
Teorema 1.11 Seja g uma função contínua em um intervalo aberto contendo o nú-
mero a, e seja f uma função que é contínua em um intervalo aberto contendo o
h i
lim (f ◦ g)(x) = f lim g(x) .
x→a x→a
lim (f ◦ g) = f [g(a)].
x→a
¤
60 Cálculo I - Limite
√
Exemplo 1.37 A função composta y = 4 − x2 é contínua no intervalo −2, 2),
pois,
(a) A função de dentro g(x) = 4−x2 é contínua em (−2, 2) com correspondentes
√
(b) A função de fora f (u) = u é contínua no intervalo (0, ∞), o qual contém
p √
lim 4 − x2 = 4 − 4 = 0 = y(−2)
x→−2+
e
p √
lim 4 − x2 = 4 − 4 = 0 = y(2)
x→2−
√
vemos que y = 4 − x2 é contínua no intervalo fechado [−2, 2].
Teorema 1.12 Seja f contínua no intervalo [a, b] com f (a) 6= f (b). Seja d um
número qualquer entre f (a) e f (b). Então, existe, no mínimo, um número c ∈ (a, b)
√
Exemplo 1.38 A função f (x) = x3 + 1 é contínua no intervalo [0, 2], como
resultado dos teoremas 1.6, 1.7, 1.8 e 1.11. Como f (0) = 1 e f (2) = 3, o teorema do
valor intermediário garante que se d é qualquer valor intermediário com 1 < d < 3,
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 61
Figura 1.30:
√
5
existe um número c ∈ (0, 2) com f (c) = d. Em particular se d = 2
, então,
√
5
f (c) = 2
. Portanto,
√
√ 5 1 1
c3 + 1 = =⇒ c3 = =⇒ c = √ .
2 4 3
4
Exemplo 1.39 Como a função seno é contínua para todo x e como sen (0) = 0 e
¡π¢ √
3
sen 6
= 2
, o teorema do valor intermediário garante que existe, no mínimo um
π
número x entre 0 e tal que
6 √
3
sen x = .
4
Sem o teorema do valor intermediário não temos meios de saber se a equação acima
π
tem uma solução x entre 0 e 6
.
forma f (x) > 0 ou f (x) < 0, porque este teorema implica que os valores de uma
função contínua não trocam de sinal sem que passe pelo zero da função.
Exemplo 1.40 Use o teorema do valor intermediário (teorema 1.12) para resolver a
62 Cálculo I - Limite
x3 − 4x2 − 5x > 0.
x(x + 1)(x − 5), tal que f (x) = 0 para x = −1, 0 e 5. A tabela a seguir (tabela
Tabela 1.9:
1.6.4 Exercícios
sen a x
5. Use o fato de que lim = a para calcular o limite.
x→0 x
2x
(a) lim
x→0 sen x (c) lim xcosec 3x
x→0
sen x
(b) lim
x→0 sen 3x
6. Resolva a desigualdade f (x) > 0 ou f (x) < 0 usando o teorema do valor
[π, 2π].
64 Cálculo I - Limite
Capítulo 2
A Derivada
f (x0 + h) − f (x0 )
m = lim . (2.1)
h→0 h
Sejam,
∆f = f (x0 + h) − f (x0 )
∆x = (x0 + h) − (x0 ).
O quociente
65
66 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
ção 2.1 existe. Esse processo de calcular a derivada f 0 (x0 ) é conhecido como
diferenciação da função f .
ciação produz uma nova função f 0 , denida no intervalo I , com valores f 0 (x),
x ∈ I.
= m
= x0 + x0
= 2x0 .
√
Exemplo 2.3 A derivada da função f (x) = xé
f (x0 + h) − f (x0 )
f 0 (x) = lim
h→0 √ h√
x+h− x
= lim
h→0 Ã
√ h √ ! Ã√ √ !
x+h− x x+h+ x
= lim √ √
h→0 h x+h+ x
(x + h) − x
= lim ¡√ √ ¢
h→0 h x+h+ x
h
= lim ¡√ √ ¢
h→0 h x+h+ x
1
= lim √ √
h→0 x+h+ x
1
= √ .
2 x
Demonstração. Exercício. ¤
√
Exemplo 2.4 Para h(x) = 3x2 + 4 x, encontre h0 (x).
√
com f (x) = x2 e g(x) = x.
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 69
= f 0 (x0 ) · 0
= 0.
Observação 2.1 A recíproca do teorema 2.2 não é verdadeira. Isto é, uma função
pode ser contínua no número x = a, mas não ser diferenciável em a. Um exemplo
Exemplo 2.5 A função f (x) = |x| não é diferenciável em x = 0. Para mostra isto,
, escrevemos o quociente da diferença em 0.
f (0 + h) − f (0) |h| 1, se h > 0
= = .
h h
−1, se h < 0
|h|
Assim, a função valor absoluto seria diferenciável em 0 se lim existisse. Entre-
hh→0
tanto, já vimos que este limite não existe. Conseqüentemente, a função valor absoluto
não é diferenciável em 0.
Isto ocorre porque o gráco de f (x) = |x| tem um canto no ponto 0, 0).
Portanto, o gráco não tem uma reta tangente bem denida em (0, 0).
2.1.2 Exercícios
1
2. Encontre uma equação para a reta tangente ao gráco de y = 2x+3
no ponto
¡ 1¢
0, 3 .
3. Uma normal a uma curva no ponto P é uma reta que passa por P e é per-
x = −1.
estas estimativas com os valores de g(x) = sen x para os mesmo ângulos. Que
7. Seja
x2 − x, x ≥ 1
f (x) =
2x − 2, x < 1
calcular f 0 (x).
dy
y0 e
dx
Teorema 2.3 Seja f uma função constante com valores f (x) = c para todo x.
Então, f 0 (x) = 0, para todo x.
Demonstração. Exercício. ¤
Teorema 2.4 (Regra da Potência) Seja n um inteiro não nulo qualquer. A fun-
ção f (x) = xn é diferenciável para todo x e f 0 (x) = nxn−1 .
Isto é,
d
xn = nxn−1 ; n = ±1, ±2, . . . .
dx
dy
(b) Para y = x−4 , dx
= −4x−5 .
Exemplo 2.7 Usando a regra da potência (teorema 2.4) e os teoremas 2.1 e 2.3,
obtemos:
(a)
d d d
dx
(3x5 + 4) = dx
(3x5 ) + dx
(4)
d d
= 3 dx (x5 ) + dx
(4)
= 3 · 5x4 + 0
= 15x4 .
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 73
d d d
dx
(7x4 − 5x−3 ) = 7 dx (x4 ) − 5 dx (x−3 )
= 7(4x3 ) − 5(−3x−4 )
= 28x3 + 15x−4 .
Solução.
Então,
f 0 (x) = 4x − 11.
£ d
¤ £d ¤
f 0 (x) = dx
(2x + 7 (x − 9) + (2x + 7) dx (x − 9)
= 2(x − 9) + (2x + 7) · 1
= 4x − 11.
74 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
Exemplo 2.10 Para a função f (x) = (3x3 − 6x)(9x4 + 3x3 + 3), é mais fácil
usar a regra do produto para calcular a derivada:
£ d
¤ £d ¤
f 0 (x) = dx
(3x3 − 6x) (9x2 + 3x2 + 3) + (3x3 − 6x) dx (9x4 + 3x3 + 3)
1
Solução. Escrevendo f (x) = xn
e aplicando a regra do quociente e a regra da
0
0 · xn − 1 · nxx−1
f (x) = = nxn−1−2n = nx−n−1 .
x2n
¦
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 75
Exemplo 2.13 Encontre uma equação para reta tangente ao gráco de y = x2 +x−2
no ponto (1, 2).
2.2.2 Exercícios
(f gh)0 (x) = f 0 (x) · g(x) · h(x) + f (x) · g 0 (x) · h(x) + f (x) · g(x) · h0 (x)
76 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
regras de diferenciação:
0
(a) (f 2 ) (x) = 2f (x)f 0 (x) , [f 2 (x)] = [f (x)]2 .
0
(b) (f 3 ) (x) = 3f 2 (x)f 0 (x) , [f 3 (x)] = [f (x)]3 .
7. Encontre uma equação para a reta tangente ao gráco da função dada no ponto
dado:
x−1
(a) f (x) = x+1
no ponto (1, 0).
¡ ¢2
(b) f (x) = 1 − x1 no ponto (1, 0).
8. Encontre uma equação para a reta tangente ao gráco da função dada no ponto
dado:
2
¡ ¢
(b) f (x) = x2
, no ponto 2, 12 .
b
9. Encontre a constante b se o gráco de y = x2
tem tangente 4y − bx − 21 = 0
quando x = −2.
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 77
10. Use o resultado do exercício 5 para encontrar uma fórmula para derivada de
√
f (x) = 3 x. (sugestão: Use o fato de que f (x) · f (x) · f (x) = x).
Até agora temos interpretado a derivada como a inclinação da reta tangente ao gráco
tempo t, então, veremos que a0 (t) representa a taxa na qual a área da superfície está
variando.
Imagine um objeto que se mova ao longo de uma reta, tal como, por exemplo, um
automóvel sobre uma pista. Na física, denimos a velocidade de tal objeto pela
equação
V ariac0 ão na P osic0 ão
V elocidade = . (2.4)
V ariac0 ão no T empo
O signicado da equação (2.4) é que ela representa uma velocidade média para o
Existe uma situação especial na qual podemos utilizar a teoria da derivada para
Primeiro, o movimento do objeto deve ser ao longo de uma reta (movimento reti-
líneo), ao invés de ao longo de uma curva geral. segundo, devemos ter uma função
78 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
posição s que fornece a localização s(t) do objeto ao longo da reta para cada tempo
t.
t0 + h.
Assim, a expressão
s(t0 + h) − s(t0 )
V elocidade M édia = (2.5)
h
s(t0 + h) − s(t0 )
v(t0 ) = lim = s0 (t0 ) (2.6)
h→0 h
posição.
v(t) = s0 (t).
Isto é,
d
v(t) = s(t).
dt
Solução.
Figura 2.2:
8 metros para s(3) = −1 metros. Como a partícula move-se ao longo de uma reta,
Figura 2.3:
A velocidade v(t) é negativa para t < 3. Para t > 3, a posição s(t) aumenta
Exemplo 2.15 Uma pedra é solta de uma janela a 100 metros acima do chão. En-
contre sua velocidade e o módulo da velocidade quando ela atinge o chão.
No tempo tsegundos, a pedra que cai livremente tem posição s(t) = −4.9t2 metros.
ou, quando
r
100
t0 = =4.5s.
e
4.9
A função velocidade é
v(t0 )=v(4.5)
e = −(9.8)(4.5) = −44. m/s.
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 81
O módulo da velocidade é
Solução.
(a)
d
v(t) = (72t − 4.9t2 ) = 72 − 9.8t.
dt
Fazendo v(t) = 0,
72
72 − 9.8t = 0 ⇒ t = =7.35s.
e
9.8
Exemplo 2.17 Suponha que um balão esférico é inado, tal que, no tempo t (em
segundos) seu raio é 2t centímetros. Qual é a taxa média de variação da área de
a0 (t) = 32πt.
Para t = 2,
2.3.2 Exercícios
3. Uma partícula move-se ao longo de uma reta tal que sua posição no tempo t é
t2 +2
s(t) = t+1
unidades. Calcule sua velocidade no tempo t = 3.
4. Uma bola de neve esférica cujo raio inicial é 10, 16 cm inicia seu derretimento,
minutos.
(a) Qual a taxa média de variação de seu volume nos intervalos de tempo
0 ≤ t ≤ 1 e 1 ≤ t ≤ 2?
5. se uma parábola é projetada verticalmente para cima a partir do solo, com uma
Teorema 2.7 A função f (x) = sen x é diferencial para todo x, e f (x)0 = cos x.
A função g(x) = cos x é diferenciável para todo x, e g 0 (x) = −sen x. Isto é,
d
sen x = cos x
dx
e
d
cos x = −sen x.
dx
84 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
sen h 1 − cos h
lim =1 e lim = 0.
h→0 h h→0 h
d sen (x + h) − sen x
dx
sen x = lim
h→0 h
(sen x cos h + cos xsen h) − sen x
= lim
h→0 h
sen x(cos h − 1) + cos xsen h
= lim
h→0 h
· µ ¶ µ ¶¸
cos h − 1 sen h
= lim sen x + cos x
h→0 h h
µ ¶ µ ¶
cos h − 1 sen h
= sen x lim + cos x lim
h→0 h h→0 h
= cos x
d cos(x + h) − cos x
dx
cos x = lim
h→0 h
(cos x cos h − sen xsen h) − cos x
= lim
h→0 h
cos x(cos h − 1) − sen xsen h
= lim
h→0 µ h ¶ µ ¶
cos h − 1 sen h
= cos x lim − sen x lim
h→0 h h→0 h
= [(cos x)(0)] − [(sen x)(1)]
= −sen x
d d d
dx
(x3 − sen x) = dx
(x3 ) · sen x + x3 dx sen x
Exemplo 2.19 Para a função f (t) = sen π t, a taxa média de variação no intervalo
£1 1
¤
,
4 2
é:
∆f sen ( π
2)
−sen ( π
4)
∆t
= 1
−1
2 4
√
1− 22
= 1
4
√
= 4−2 2
=
e 1, 17.
1
A taxa instantânea de variação em t = 4
é:
¡π¢ ¡π¢
f0 4
= π cos 4
√
π 2
= 2
=
e 2.22
Solução.
dy (2+cos x)·[ dx
d
(2−cos x)]−(2−cos x)·[ dx
d
(2+cos x)]
dx
= (2+cos x)2
(2+cos x)[−(−sen x)]−[(−sen x)(2−cos x)]
= (2+cos x)2
4sen x
= (2+cos x)2
Exemplo 2.21 Calcule a derivada de y = tan x, onde ela for denida, e determine
para quais valores de x a função y = tan x é diferenciável.
Solução.
d d
¡ sen x ¢
dx
tan x = dx cos x
d d
cos x· dx sen x−sen x· dx cos x
= 2
cos x
cos2 x+sen 2 x
= cos2 x
1
= cos2 x
= sec2 x.
86 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
d
dx
cot x = −cosec 2 x.
d
dx
sec x = sec x · tan x.
d
dx
cosec x = −cosec x · cot x.
Solução.
d
¡ d
¢ ¡d ¢
dx
(sec x · tan x) = dx
sec x · tan x + sec x · dx tan x
2.4.1 Exercícios
1. Calcule f 0 (x).
(a) f (x) = 4 cos x (f) f (x) = sec x · tan x
x
(b) f (x) = x3 tan x (g) f (x) = 2+sen x
sen x−cos x
(c) f (x) = (x3 − 2) cot x (h) f (x) = 1+tan x
x2 +4 cot x
(d) f (x) = sen x · sec x (i) f (x) = x+tan x
3cosec x
(e) f (x) = x cos x − xsen x (j) f (x) = 4x2 −5 tan x
(π, 0).
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 87
horizontal?
4. A gura 2.4 mostra um bloco preso a uma mola sobre uma superfície horizontal
sem atrito. Se o bloco oscila ao longo superfície, tal que no tempo t sua posição
Figura 2.4:
de uma função g .
0
(g 2 ) (x) = (g · g)0 (x)
= 2g(x) · g 0 (x).
88 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
dy du
= nun−1 = n [g(x)]n−1 · g 0 (x).
dx dx
Portanto,
2
h0 (x) = 3(x4 − 6x2 ) (4x3 − 12x).
³ ´9
Exemplo 2.24 Para y = x−3
x3 +7
, calcule dy
dx
.
Solução.
x−3
g(x) =
x3 + 7
0
(x3 + 7)(1) − (x − 3) · (3x2 ) −2x3 + 9x2 + 7
g (x) = = .
(x3 + 7)2 (x3 + 7)2
Então,
³ ´8 ³ ´
dy x−3 −2x3 +9x2 +7
dx
= 9 x3 +7 (x3 +7x2 )2
9(−2x3 +9x2 +7)(x−3)8
= (x3 +7)10
¦
Portanto,
dy
= 2 · sen x · cos x
dx
. ¦
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 89
Isto é,
d
f (g(x)) = f 0 [g(x)] · g 0 (x).
dx
dy dy du
= · .
dx du dx
1
Solução. Seja u = 6x3 − x. Então, y = u4
= u−4 .
dy du
Portanto, dx
= −4u−5 e dx
= 18x2 − 1.
dy dy du
dx
= du
· dx
= −4u−5 (18x2 − 1)
Solução. Podemos olhar esta função como uma composição de em que a função
dy
de fora é y = sen u, com dx
= cos u. A função de dentro é, u = 6x2 − x, com
du
dx
= 12x − 1.
90 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
dy dy du
dx
= du
· dx
= cos u · (2x − 1)
dy du
= 2u .
dx dx
du
Para calcular dx
, seja v = 4x3 − 1. Aplicando novamente a regra da cadeia,
temos:
du dv
= (sec2 v), = (sec2 v)(12x2 ).
dx dx
Portanto,
dy £ ¤ £ ¤
= 2 tan(4x3 − 1) · sec2 v · (12x2 ).
dx
2.5.1 Exercícios
1 1
(b) f (u) = u(1 − u2 ), g(x) = x
(d) f (u) = 1+u
, g(x) = sen 2 x
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 91
dy dy du
2. Determine a função f (u) tal que y = f (u). Então, calcule dx
= du
= dx
³ ´4
1+sen x
(b) y = 1−sen x
, u = sen x (d) y = 3x+7
, u = 3x
3x−7
dy
3. Calcule dx
usando a regra da cadeia:
3
(a) y = (x2 + 4) .
(i) y = x cos(1 − x2 ).
(b) y = (cos x − x)6 .
tan2 x+1
(j) y = 1−x
.
(c) y = sen (x3 + 3x).
x
(k) y = (x2 +x+1)6
.
(d) y = tan(x2 + x).
³ ´4
ax+b
(l) y = cx+d
.
3
(e) y = x(x − 5) . 4
1
(m) y = 1+cos3 x
.
1
(f) y = (x2 −9)3
.
1
(n) y = (1+x4 )3
.
(g) y = (3 tan x − 2)4 .
³ ´4 (o) y = tan(6x) − 6 tan x.
x−3
(h) y = x+3
.
P:
³ ´4
x
(a) y = x+1
, P = (0, 0). ³π ´
−x
(c) y = tan 1+x
4
, P = (0, 1).
(b) y = x cos(π +x2 ), P = (0, 0).
92 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
Calcule:
7. Suponha que um balão esférico está sendo inado tal que seu raio está crescendo
a uma taxa de 0.5polegadas/s. Com que velocidade seu volume cresce quando
onal
plícitas como y = f (x) ou x = g(y). A despeito disso o gráco de uma tal equação
pode ainda ter uma reta tangente em qualquer ponto (x0 , y0 ). Para encontra equa-
ções para estas tangentes, necessitamos calcular suas inclinações. Estas, se existirem,
sição de que y é uma função de x. Usamos, então, a regra da cadeia para calcular a
derivada apropriada.
2 2
Exemplo 2.29 Calcule a inclinação da reta tangente ao gráco da elipse x16 + y9 = 1,
³ √ ´
no ponto 2, 3 2 3 .
2x 2y dy
16
+ 9 dx
= 0
dy 9x
dx
= − 16y , y 6= 0.
³ √ ´
No ponto 2, 3 2 3 , temos:
√
dy 9·2 3
= − √ = − .
dx 16 · 3 3 4
2
2.6.1 Resumo
1. Suponha que a equação dada implicitamente dena y como uma função dife-
dy
3. Resolva a equação resultante para dx
.
x2 y = 3x2 , e encontre a inclinação da reta tangente ao seu gráco no ponto (2, 2).
Solução.
dy dy
2y dx + x2 dx + 2xy = 6x
dy
dx
(2y + x2 ) = 6x − 2xy
dy 6x−2xy
dx
= 2y+x2
.
Para x = 2 e y = 2, temos
dy 6·2−2·2·2 1
= =
dx 2·2+2·2 2
94 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
Solução.
dy
3y 2 dx − 2x = 0
dy 2x
dx
= 3y 2
.
2·1 2 1
m1 = = = .
3· 22 12 6
1
m2 = − = −6.
m1
y − 2 = −6(x − 1).
¡ ¢
no ponto 2, π2 .
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 95
Solução.
d d
dx
(sen xy) = cos(xy) · dx
(xy)
¡ dy
¢
= cos(xy) · y + x dx
d dy
dx
(x2
cos y) = 2x cos y − x2 sen y dx
¡ dy
¢ dy
cos(xy) · y + x dx = 2x cos y − x2 sen y dx
dy
[x cos(xy) + x2 sen y] dx = 2x cos y − y cos(xy)
ou
dy 2x cos y − y cos(xy)
= .
dx x cos(xy) + x2 sen y
p p / −1
f 0 (x) = x q
.
q
Na notação de Leibniz:
µ ¶
d ¡ p/ ¢ p p / −1
x q
= ·x q
.
dx q
p
4
f (x) = x3 − x2 + 3.
Solução.
1/
f (x) = (x3 − x2 + 3) 4
.
96 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
−3 /
1 d
f 0 (x) = 4
· (x3 − x2 + 3) 4
· dx
(x3 − x2 + 3)
−3 /
1
= 4
(x3
− x2 + 3) 4
(3x2 − 2x)
3x2 − 2x
= √ .
4 4 x3 − x2 + 3
¦
³ ´ ³ ´
−1 1 2 1 −1
= 32 t /3 · sen 1 + t /2 + t /3 cos 1 + t /2 · 12 t /2
³ ´ ³ ´
−1 1 1 1
= 23 t /3 · sen 1+ /2 + 12 t /6 cos 1+ /2
¦
2.6.2 Exercícios
1. Calcule f 0 (x)
4/
(a) f (x) = (x + 2) 3
2/
(x2 + 1) 3
(h) f (x) = 4
√ (1 − x2 ) /3
(b) f (x) = x + √1
x
√3
(i) f (x) = sen 2 x
2/ −7 /
(c) f (x) = x 3
+x 3 ³ ´
1 4
x /4 x /3 − x
−2 2
(j) f (x) = √ 1/
(d) f (x) = (x2 − 1) (x2 + 1) (sen 3 x − x) 3
³ ´
p √
5
(k) f (x) = sen /2 x /3
2
(e) f (x) = 1+ 3x
√ √ √
3
x (l) f (x) = sen 3
x + 3 sen x
(f) f (x) = √
3
x+x
√
√ √ √ (m) f (x) = sec 4
3x + 1
(g) f (x) = x + 4 x + 8 x
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 97
dy
2. Encontre dx
por diferenciação implícita.
(a) x2 + y 2 = 25
(h) cot y = 3x2 + cot(x + y)
1/ 1/
(b) x 2
+ 2
=4
1
(i) sen (xy) = 2
(c) x = tan y
(j) y 4 = x5
(d) xsen y = y cos x
(k) sen (x + y) + cos(x − y) = 1
1/
(e) (xy) 2
= xy − x
(l) y 2 + 3 = x sec y
(f) x3 + x2 y + xy 2 + y 3 = 15
(m) x = sen 2y
√
(g) x + y = xy − x
3. Encontre uma equação para a reta tangente ao gráco determinado pela equação
5. Encontre uma equação para a reta normal à curva 9x2 + 16y 2 = 144 no ponto
³ √ ´
2, 3 2 3 .
paralela à reta x − y = 1.
y = f1 (x) e y = f2 (x).
98 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
dy
(c) Calcule dx
diferenciando y 2 − x2 = 1 implicitamente.
(d) Verique que sua resposta na parte (c) concorda com a aquela da parte
(b).
¯ dy ¯
(e) Mostre ¯ dx ¯ < 1 para todos os pontos na hipérbole.
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 99
de derivada segunda de f .
Assim,
f 00 (x) = (f 0 )0 (x)
O 2 que aparece na notação indica que temos diferenciado a função f duas vezes.
da n-ésima derivada de f em x.
temos:
f 3 = 24x − 24
f 4 = 24
f n = 0, para n ≥ 5
100 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
f (x) = x3 + x. sin x
Solução.
dy
18x + 8y = 0
dx
dy 9x
= −
dx 4y
dy
d2 y 9.4y − (9x).4 dx
=
dx2 16y 2
dy
36y − 36x dx
= −
16y 2
³ ´
36y − 36x. − 9x
4y
= −
16y 2
9 81x2
= − −
4y 16y 3
36y 2 + 81x2
= −
16y 3
9(4y 2 + 9x2 )
= −
16y 3
9.36
= −
16y 3
81
= −
4y 3
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 101
2.7.1 Aceleração
Para uma partícula que se move ao longo de uma reta, a aceleração é denida como
v(t + h) − v(t)
a(t) = lim = v 0 (t)
h→0 h
Exemplo 2.37 Uma particula move-se ao longo de uma reta, tal que no tempo t
segundos sua posição é s(t) = t3 − 6t2 + 7t − 2 m.
Solução.
a(t0 ) = 6t0 − 12 = 0
(a) y = x−2
dy
(b) dx
= sec x tan x
(c) y = x3 cos x
1
(d) y = 1−x2
x
(a) f 00 (x) para f (x) = x+2
d4 y
(b) dx4
para y = (x2 − 1)4
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 103
1
(i) sin(xy) = 2
(c) x = tan y
(j) y 4 = x5
(d) x sin y = y cos x
(k) sin(x + y) + cos(x − y) = 1
1
(e) (xy) = xy − x
2
(l) y 2 + 3 = x sec y
(f) x3 + x2 y + xy 2 + y 3 = 15
(m) x = sin 2xy
√
(g) x + y = xy − x
3. Encontre uma equação para a reta tangente ao gráco determinado pela equação
(a) x2 + y 2 = 2
(b) x2 − y 2 = 1
(c) x2 + y 2 + 2x + 4y = −4
5. Encontre uma equação para a reta normal à curva 9x2 + 16y 2 = 144 no ponto
√
(2, 3 2 3 ).
paralela à reta x − y = 1.
y = f1 (x) e y = f2 (x).
dy
(c) Calcule dx
diferenciando y 2 − x2 = 1 implicitamente.
(d) Verique que sua resposta na parte (c) concorda com aquela da parte (b).
dy
(e) Mostre que dx
< 1 para todos os pontos na hipérbole.
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 105
lim f (x) = L
x→∞
Analogamente, escrevemos
lim f (x) = L
x→−∞
-4 -2 0 2 4
-1
-2
-3
Figura 2.5:
106 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
próximos de zero.
Assim,
1 1
lim = lim =0
x→∞ x x→−∞ x
= 0.0 . . . 0 = 0
De maneira análoga,
1
lim =0
x→−∞ xn
2
Exemplo 2.40 Calcule limx→−∞ 3x +7x−6
4x2 −3x+6
para o qual o grau do numerador é menor ou igual ao grau do denominador, pode ser
|f (x)| ≤ K
ou equivalente,
−K ≤ f (x) ≤ K
ilimitado.
limitada.
108 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
1/x2
2
-1
-4 -2 0 2 4
x
1
Figura 2.6: Observe que no intervalo (1, 5), x2
≤1
1
A função f (x) = x2
não tem limite quando x → 0 porque f (x) cresce sem
limite quando x → 0.
1
lim =∞
x→0 x2
aproxima de c, escrevendo
lim f (x) = ∞
x→c
escrevendo
lim f (x) = −∞
x→c
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 109
Solução.
µ ¶
2−x 2
lim = lim −1 =∞
x→0+ x x→0+ x
1
(2-x)/x
-1
-2
-3
-4
-4 -2 0 2 4
x
Figura 2.7:
Similarmente,
µ ¶
2−x 2
lim = lim −1 = −∞
x→0− x x→0− x
Observação. ∞ e −∞ não são números. ¦
110 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
¡1 2
¢
(a) limx→0+ x
− x
¡1 2
¢ ¡ ¢
Solução. limx→0+ x
− x
= limx→0+ − x1 = −∞ ¦
¡ 1 1
¢
(b) limx→0+ x2
− x
¡ 1 1
¢ ¡ 1−x ¢
Solução. limx→0+ x2
− x
= limx→0+ x2
=∞ ¦
£2 ¡2 ¢¤
(c) limx→0+ x
− x
−5
£2 ¡2 ¢¤
Solução. limx→0+ x
− x
−5 = limx→0+ (5) = 5 ¦
1+x
1. limx→∞ 1−x
√
1+x2
2. limx→−∞ x
x3 +2x−4
3. limx→−∞ x2 +1
4. limx→∞ x sin x
−x3 +4x2 +8
5. limx→∞ 2x3 −5x+4
³ ´ 21
22 −x+1
6. limx→−∞ x2 +4
q
1
7. limx→0+ x 1+ x
√
1− 1−x2
8. limx→0 x2
que
ou
f (x)
lim =L
x→a+ g(x)
¡0¢
Exemplo 2.43 0
sin x
Calcule limx→0 x
sin x cos x
Então, limx→0 x
= limx→0 1
=1 ¦
¡0¢
Exemplo 2.44 0
1−cos x
Calcule limx→0 x2
1−cos x sin x
Solução.limx→0 x2
= limx→0 2x
sin x
Como limx→0 2x
ainda é uma forma indeterminada quando x → 0, aplicamos
sin x cos x 1
lim = lim =
x→0 2x x→0 2 2
¡0¢
Exemplo 2.45 0
tan 2x
Calcule limx→0+ x2
0
Esta é uma forma indeterminada do tipo 0
quando x → 0+ . Usando L'Hospital,
temos:
tan 2x 2 sec2 2x
lim = lim
x→0+ x2 x→0+ 2x
pois, sec 2x → 1 quando x → 0.
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 113
Exemplo 2.46 ∞
∞
Calcule limx→0− ln x
cot x
1
ln x −sen 2
Solução. limx→0− cot x
= limx→0− x
−cosec 2 x
= limx→0− x
Exemplo 2.47 ∞
∞
tan x
Calcule limx→Π (Π−x)2
tan x sec2 x
Solução. limx→Π (Π−x)2
= limx→Π −2(π−x)
A expressão do lado direito não tem limite, pois, quando x → Π seu numerador
tan x
se aproxima de 1, enquanto seu denominador se aproxima de zero. Assim, (Π−x) 2 é
ilimitada quando x → Π.
tan x tan x
De fato, limx→Π− (π−x)2
= −∞ e limx→Π+ (Π−x)2
= +∞ ¦
114 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
0 ∞
Existem formas indeterminadas que não são do tipo 0
ou ∞
. Por exemplo, ∞−∞
ou 0.∞.
0 ∞
Neste caso, reescrevemos as expressões para deixá-las na forma 0
ou ∞
e, então,
Exemplo 2.48 (∞ − ∞)
Calcule limx→0 ( x1 − cosec x)
x → 0.
1 0
Vamos reescrever x
− cosec x para que tenha a forma 0
quando x → 0.
1 1 1 sin x−x
Se x 6= 0 e |x| < Π, temos x
− cosec x = x
− sin x
= x. sin x
0
Esta última expressão é da forma 0
quando x → o. Aplicando L'Hospital, temos:
µ ¶ µ ¶ µ ¶
1 sin x − x cos x − 1
lim − cosec x = lim = lim
x→0 x x→0 x. sin x x→0 sin x + x. cos x
Solução. Para usar L'Hospital devemos, primeiro, escrever x. ln x tal que tenha a
0 ∞
forma 0
ou ∞
quando x → 0+ . Então,
ln x
x. ln x = 1
x
de L'Hospital, temos:
1
ln x x
lim x. ln x = lim 1 = lim = lim (−x) = 0
x→0+ x→0+
x
x→0+ − x12 x→0+
¦
116 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
1
(a) f (x) = (x−6)3
3. Encontre uma equação para a reta tangente ao gráco da função dada no ponto
dado.
x−1
(a) f (x) = x+1
no ponto (1, 0)
¡ ¢2
(b) f (x) = 1 − x1 no ponto (1, 0)
4. Encontre uma equação para a reta normal ao gráco da função dada no ponto
dado.
2
¡ ¢
(b) f (x) = x2
, no ponto 2, 12
b
5. Encontre a constante b se o gráco de y = x2
tem tangente 4y − bx − 21 = 0
quando x = −2.
Aplicações da Derivada
Existem muitas situações nas quais desejamos encontrar o valor máximo ou mínimo
(b) Um químico pode desejar encontrar uma temperatura na qual uma certa reação
Para resolver problemas aplicados deste tipo devemos primeiro saber como usar o
Os valores extremos de uma função são simplesmente seu maior e menor valor. En-
tretanto, para ser preciso precisamos especicar o conjunto de números sobre os quais
117
118 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
valor mínimo de f em S .
da função f , enquanto que c e d são números no intervalo [a, b] para os quais estes
valores ocorrem.
É possível, também, que valores máximos ou mínimos ocorram mais de uma vez,
como mostra a Figura 3.2, em que o valor máximo 4 ocorre duas vezes.
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 119
Não é necessário que uma dada função tenha um valor máximo ou mínimo em um
conjunto S dado.
Por exemplo, a função f (x) = x2 não tem valor máximo no conjunto (−∞, ∞),
mínimo no intervalo aberto (−1, ∞), porque seus valores formam o conjunto de todos
Como não existe o menor de todos os números reais positivos, g não tem um mínimo
valor mínimo porque g(−1) = 0 e 0 ≤ g(x) para todo x[−1, ∞). Figura 3.4
Teorema 3.1 Se uma função f é contínua em um intervalo fechado [a, b], então f
tem um valor máximo e um valor mínimo em [a, b].
120 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
Observações
A suposição
(i) f é contínua
Por exemplo, a função f (x) = x sin x denida no intervalo ilimitado [0, ∞) não
h(x) = x1 , x 6= 0 ou 0, x = 0
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 121
Figura 3.6:
gráco de uma função descontínua que não tem valor máximo e nem um valor
mínimo.
f 0 (c) = 0.
Exercício 3.1 A gura a seguir mostra o gráco da função contínua f (x) = sin x
no intervalo [0, 4Π].
Figura 3.7:
Observemos que:
é igual a zero:
¡ ¢ ¡ ¢
f0 Π 2
= cos Π 2
=0
¡ ¢ ¡ 5Π ¢
f 0 5Π
2
= cos 2
=0
¡ 3Π ¢ ¡ 7Π ¢
(b) Os valores mínimos f 2
=f 2
= −1 ocorrem onde a derivada f 0 (x) =
Figura 3.8:
Como f 0 (x) = −2x, f 0 (0) = 0, o que é consistente com o teorema do valor extremo.
Isto é porque os valores mínimos ocorrem nos pontos nais do intervalo e não em
pontos interiores ao mesmo. Assim, o teorema do valor extremo não se aplica a estes
pontos.
124 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
é, f não é diferenciável em c.
Figura 3.9:
Dizemos que a função, digo, o gráco possui um vértice (ápice, ponta aguda) ali. Nos
Como f é uma função polinomial, ela é diferenciável para todo x. Assim, os pontos
são:
f (0) = 19
f (1) = 30
f (4) = 3
f (5) = 14
(Faça o gráco de f ) ¦
2
Exemplo 3.3 Encontre o máximo e o mínimo da função f (x) = 2 + 2x − 3 3 no
intervalo [−1, 2].
1
Solução. f 0 (x) = 2 − 2x− 3 . Fazendo f 0 (x) = 0, temos:
1
2 − 2x− 3 = 0, cuja solução é x = 0. Mas
¦
126 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
f (−1) = −3
f (0) = 2
f (1) = 1
√
f (2) = 6 − 3 3 4 ≈ 1, 2378
Denição 3.3 Suponhamos que f seja uma função denida em um intervalo I e que
c seja um ponto interior de I .
relativo.
(como na denição 3.1) se nós restringirmos o intervalo sobre o qual a função é con-
é referido como extremo local porque para todo x "próximo"a c, o valor f (c) é um
extremo.
•Usamos a derivada para calcular os extremos relativos da mesma forma que fa-
Sua derivada é
Figura 3.11:
Se f for considerada como uma função denida em todos os números reais, ela
Exemplo 3.5 Considere a função g(x) = x3 . Como g 0 (x) = 3x2 , vemos que g
tem um único ponto crítico c = 0.
extremo relativo. A função g denida para todos os números reais não possui extremo
absoluto.
Figura 3.12:
2
Exemplo 3.6 A função f (x) = x 3 tem um mínimo relativo f (0) = 0 em x = 0.
2 1
Este mínimo relativo é também um mínimo absoluto, pois f (x) = x 3 = (x 3 )2 é
1
A derivada, entretanto, f 0 (x) = 32 x− 3 = 3
2
√
3
x
não é denida em x = 0.
Figura 3.13:
130 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
Resumo
soluto)
(b) Para localizar os extremos, mostramos que extremos que ocorrem em pontos
(d) Um extremo pode ocorrer em pontos nais que não são pontos críticos.
Exercício 3.2 1 Para cada questão é dada uma função, um intervalo [a, b] e um
soluto) de f em [a, b]
tervalo dado.
1
(b) f (x) = x(x−4)
, x ∈ [1, 3]
(f) f (x) = x + x1 , x ∈ [ 12 , 2]
x3
(h) f (x) = 2+x
, x ∈ [−1, 1]
1 4
(i) f (x) = 8x 3 − 2x 3 , x ∈ [−1, 8]
√
(a) f (x) = ( x − x)2 , x ∈ [0, 4]
√
x
(b) f (x) = 1+x
, x ∈ [0, 4]
Procedimento:
4. Identique os extremos.
5. Interprete os resultados.
Exemplo 3.7 Encontre dois números não negativos que a soma é 10 e a soma de
seus quadrados é máxima.
S = x2 + y 2 (equação principal)
sujeita à condição
x + y = 10 (equação secundária)
S 0 (x) = 2x − 2(10 − x) = 0
tal que x = 5
Como S 0 (x) é denida para todo x ∈ [0, 10], então, x = 5 é o único ponto
S(5) = 52 + 52 = 50
e (10, 0).
Exemplo 3.8 Um fazendeiro tem 200 metros de cerca para construir três lados de
um cercado retangular; um muro longo, retilíneo, servirá como o quarto lado. Que
Figura 3.14:
134 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
variável dependente: A
A = x.y
2x + y = 200 ⇒ y = 200 − 2x
Assim,
Devemos achar o domínio desta função. Este domínio precisa ser um intervalo
área zero. Como zero não pode ser o valor máximo de A, não há incoveniente em
A(0) = 0
A(50) = 5000
A(100) = 0
Vemos, então, que y = 100 quando x = 50. Logo, para que o cercado tenha área
máxima, cada um dos lados perpendiculares ao muro deve ter 50m de comprimento,
deve ser dobrada e soldada de modo a formar uma caixa aberta em cima (sem tampa),
conforme a gura abaixo. Como se pode obter com este processo uma caixa de volume
máximo?
Figura 3.15:
136 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
A caixa pronto terá altura x, e sua base medirá 0.8 − 2xm por 0.5 − 2xm. Logo,
O processo descrito aqui somente produzirá uma caixa se 0 < x < 0, 25. De
Derivando V , temos:
V 0 (x) = 12x2 − 5, 2 + 0, 4
V (0) = 0
¡1¢ 9
V 10 = 500 = 0, 018m3
V ( 14 ) = 0
¡ 1
¢
Portanto, o valor máximo de V (x) em [0, 0.25] é V 10
= 0, 018,3 . Assim, os
quadrados cortados dos quatro cantos da chapa devem ter lado de 0, 1m cada um.
Figura 3.16:
Este teorema relaciona a taxa média de variação de uma função a um valor particular
da derivada.
Consequentemente ele nos fornece um outro meio de usar a derivada para prever o
comportamento da função. Por exemplo, se você dirige 120Km em duas horas, então,
o teorema do valor médio implica que, no mínimo, uma vez sua velocidade instantânea
f (b) − f (a)
f 0 (x) =
b−a
Figura 3.17:
f (b)−f (a)
O número b−a
que é a inclinação da reta que passa por (a, f (a)) e (b, f (b))
é conhecido como a taxa média de f por unidade de variação em x, no intervalo [a, b].
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 139
O teorema do valor médio, portanto, arma que a taxa média de f sobre [a, b] é
Exemplo 3.10 Considere um objeto viajando ao longo de uma reta (um automóvel,
por exemplo). Se s(t) representa a posição do objeto no tempo t, então, a velocidade
∆S s(b)−s(a)
velocidade média = ∆t
= b−a
s(t + h) − s(t)
v(t) = lim = s0 (t)
h→0 h
Assim, para uma função posição y = s(t) diferenciável, o Teorema do Valor Médio
Por exemplo, se um automóvel viaja 90Km em duas horas e s(t) representa a distân-
s(2)−s(0) 90−0
velocidade média = 2−0
= 2
= 45Km/h
Podemos concluir, portanto, pelo teorema do valor médio, que o automóvel tem
f 0 (c) = 0
Demonstração. •Se f for uma função constante em [a, b], f 0 (x) = 0 para todo
•Se f não for constante, seja K o valor comum f (a) = f (b). Como f é contínua em
[a, b], o teorema de existência de valor extremo (teorema 3.2) garante que f deve ter
de um valor extremo para f que deve ocorrer em um no c ∈ (a, b). Desde que f 0 (c)
Figura 3.18:
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 141
tangente ao gráco de f deve ser paralela à reta que passa por (a, f (a)) e (b, f (b)).
f (a) 6= f (b). As tangentes em P e Q são paralelas à reta que passa por (a, f (a))
Figura 3.19:
e (b, f (b)).
Figura 3.20:
142 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
Portanto,
· ¸
f (b) − f (a)
y = f (a) + (x − a)
b−a
A diferença vertical entre o ponto P (x, y) sobre l e o ponto Q = (x, f (x)) sobre
o gráco de f é, então,
µ · ¸ ¶
f (b) − f (a)
d(x) = f (x) − f (a) + (x − a)
b−a
(a) Ela é contínua em [a, b] e diferenciável em (a, b) porque f possui estas propri-
edades.
d0 (c) = 0
Mas,
f (b) − f (a)
d0 (x) = f 0 (x) −
b−a
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 143
f (b) − f (a)
f 0 (x) = =0
b−a
, ou
f (b) − f (a)
f 0 (c) =
b−a
que é a conclusão do Teorema do Valor Médio.
144 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
f (b) − f (a)
f 0 (c) =
b−a
(d) x2 + 2x − 3, x ∈ [−3, 0]
I,
Figura 3.21:
Demonstração → exercício
146 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
Exemplo 3.11 Use o teorema 3.6 para vericar que a função f (x) = 4 − x2 é
Figura 3.22:
¦
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 147
Exemplo 3.12 A gura abaixo mostra o gráco da função f denida como segue:
1
x
, quando x 6= 0
f (x) =
0 , quando x = 0
Figura 3.23:
Observe que f (x) é denida para todo x, mas f é contínua apenas nos intervalos
(−∞, 0) e (0, ∞). Como f 0 (x) = − x12 é negativa para todo x 6=, concluimos que
mos usar o teorema 3.6 para estabelecer esta conclusão em dois passos, como segue:
Assim, f é crescente em [0, ∞). As armações (i) e (ii) combinadas nos diz
que f é crescente em (−∞, 0] ∪ [0, ∞) = (−∞, ∞). Veja que não podemos
O procedimento que segue utiliza pontos críticos para sugerir candidatos a pontos
f é decrescente.
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 149
cente.
Assim, f 0 (x) > 0 para x ∈ (−∞, −1) e, portanto, f é crescente em (−∞, −1].
Assim, f 0 (x) < 0 para x ∈ (−1, 3), tal que f é decrescente em [−1, 3].
Assim, f 0 (x) > 0 para x ∈ (3, ∞), tal que f é crescente em [3, ∞).
¦
150 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
(x-3)
(x+1)
f’(x)
-1 3
Figura 3.24:
Figura 3.25:
x2
Exemplo 3.15 Determine os intervalos sobre os quais a função f (x) = x−2
é cres-
cente ou decrescente.
Solução. f 0 (x) =
x(x−4)
(x−2)2
Verique!!!
sinal de f 0 (x) nos intervalos (−∞, 0), (0, 2), (2, 4) e (4, ∞).
(i) Se f 0 (x) > 0 para todo x ∈ (a, c) e se f 0 (x) < 0 para todo x ∈ (c, b), então
(ii) Se f 0 (x) < 0 para todo x ∈ (a, c) e se f 0 (x) > 0 para todo x ∈ (c, b), então
(iii) Se f 0 (x) > 0 para todo x ∈ (a, c) ∪ (c, b), então f é crescente em [a, b].
(iv) Se f 0 (x) < 0 para todo x ∈ (a, c) ∪ (c, b), então f é decrescente em [a, b].
152 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
√ √
2 2
Portanto, os pontos críticos são x = 0, x = − 2
ex= 2
. Não existem outros
pontos críticos, pois, f 0 (x) é denida para todo x. Temos, então que examinar o sinal
³ √ ´ ³ √ ´ ³ √ ´ ³√ ´
de f 0 (x) sobre cada um dos intervalos −∞, − 22 , − 22 , 0 , 0, 22 e 22 , ∞ .
Figura 3.26:
Exercício 3.5 Encontre o retângulo com área 64pol2 para o qual o perímetro é um
mínimo.
perímetro é:
P = 2x + 2y
Para expressar P como uma função de uma única variável independente, usamos
64
De fato, x.y = 64 ⇒ y = x
64 128
P = 2x + 2. ⇒ P = 2x +
x x
128
P 0 (x) = 2 − = 0 ⇒ x = 8, x = −8
x2
0 8
Figura 3.27:
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 155
Figura 3.28:
128
P (8) = 2.(8) + = 32
8
√
Exemplo 3.17 Calcule o ponto sobre o gráco de y = x mais próximo do ponto
(4, 0).
√
Solução. Seja D a distância entre um ponto P = (x, y) sobre o gráco de y = x
p
D= (x − 4)2 + (y − 0)2
√
Mas, como y = x, podemos expressar D como função da variável independente
x, apenas. ¦
156 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
Assim,
q p
√
D = (x − 4)2 + ( x)2 = x2 − 4x + 16
√
Como o domínio de f (x) = x é [0, ∞), então queremos obter o valor mínimo
de D neste intervalo.
Então, temos:
D 0 (x) = √ 2x−7
2
Verique !!!
2 x −7x+16
D 0 (x) é denida para todo x ∈ [0, ∞]. Assim, o único ponto crítico para D é
x = 72 .
¡ ¢ ¡ ¢
Sinal de D 0 (x) nos intervalos 0, 72 e 72 , ∞ : Conclusão: D é decrescente em
0 7/2
Figura 3.29:
£ ¤ £ ¢
0, 72 e D é crescente em 72 , ∞ .
¡7¢ q¡ ¢ ¡7¢ √
7 2 15
Assim, D 2
= 2
−7 2
+ 16 = 2
é um mínimo relativo para D em
(a) f (x) = x2 − 4x + 6
(d) f (x) = x3 + 4
(e) f (x) = x4 − 1
2
(f) f (x) = x+1
x
(h) f (x) = 1+x
(a) Calcule b.
das.
(a) Mostre que a área A do retângulo é expressa como uma função de sua
(b) Qual é o maior sub-intervalo de [0, 12] para o qual y = A(x) é uma
função crescente de x?
√
4 Encontre o ponto sobre o gráco de y = x mais próximo do ponto (2, 0).
Figura 3.30:
segunda.
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 159
Denição 3.6 O ponto P = (c, f (c)) é um ponto de inexão para uma função f
se existem números a e b tal que a < c < b, f é contínua em (a, b) e o gráco de
f é
(b) côncavo para cima em (a, c) e côncavo para baixo em (c, b).
intervalos [0, Π] e [Π, 2Π], analisando o sinal de f 00 (t) para um n◦ teste t em cada
[Π, 2Π]. Isto signica que o ponto (Π, f (Π)) = (Π, 0) é um ponto de inexão,
Figura 3.31:
Não existem números x para os quais f 00 (x) é indenida. Vamos, pois, determinar o
√ √ √ √
2 2 2 2
sinal de f 00 (x) sobre os intervalos (−∞, − 2
), − 2
, 2
e( 2
, ∞). ¦
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 161
³ √ ³ √ ´´
Como a concavidade do gráco de y = f (x) muda em − 22 , f − 22 =
√ ³ √ ³ √ ´´ √
(− 22 , 34 ) e 22 , f 22 = ( 22 , 34 ), ambos os pontos são de inexão.
Solução.
2 1 1 2
f 0 (x) = x− 3 − x3
3 3
2 4
f 00 (x) = − x− 3 (1 + x)
9
2(1 + x)
= − 4
9x 3
¦
162 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
sinal de f 00 deve ser vericado nos intervalos (−∞, −1), (−1, 0) e (0, ∞).
-1 0
numerador
denominador
f’’
Figura 3.32:
¡ ¢
Portanto, o ponto (−1, f (−1)) = −1, 65 é um ponto de inexão, mas o ponto
Figura 3.33:
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 163
Como f 0 (c) = 0, ⇒ f 0 (x) > 0 para x < c e f 0 (c) < 0 para x > c. Assim,
(ii) exercício
Figura 3.34:
mínimo relativo.
Figura 3.35:
√
3
Solução. f 0 (x) = 4x3 − 6x = 0 ⇒ 2x(2x2 − 3) = 0 ⇒ x = 0 e x = − 2
,
√
3
x= 2
são pontos críticos.
Esboce o gráco!!! ¦
166 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
(a) f (x) = x2 − 4x − 5
(b) f (x) = |1 − x2 |
x
(f) f (x) = x+1
derivada segunda.
x−1
(a) f 0 (x) = x+1
, x=1
(b) f (x) = |9 − x2 |
quadrática f (x) = ax2 +bx+c seja côncava para cima, para todo x? Justique
sua resposta.
168 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
Denição 3.7 A expressão limx→∞ f (x) = L signica que os valores f (x) se apro-
ximam do número L quando x cresce sem limite.
Figura 3.36:
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 169
x+2
¡ ¢
(a) limx→∞ x
= limx→∞ 1 + x2 = 1 − 0 = 1
x+2
Assim, a reta y = 1 é uma assíntota horizontal para o gráco de f (x) = x
.
Figura 3.37:
(b)
µ ¶Ã1!
1−x 1−x x
lim = lim 1
x→∞ 1+x x→∞ 1+x x
à !
1
x
−1
= lim 1
x→∞
x
+1
0−1
= = −1
0+1
1−x
Assim, a reta y = −1 é uma assíntota horizontal para o gráco de f (x) = 1+x
.
170 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
³ ´³1´
(c) limx→∞ − 2x+1
x+2
= − limx→∞
2x+1
x+2
x
1
³ 1´ x
2+
− limx→∞ 1+ x1 = − 2+0
1+0
= −2
x
− 2x+1
x+2
.
0
(-2*x-1)/(x+2)
-2
-4
-6
-4 -2 0 2 4
x
Figura 3.38:
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 171
(d) limx→∞ sin x não existe porque sin x oscila periodicamente entre −1 e 1
quando x → ∞.
sin x
(e) limx→∞ x
= 0, pois, | sinx x | = | x1 || sin x| ≤ 1
x
→ 0 quando x → ∞.
sin x
Assim a reta y = o é uma assíntota horizontal para f (x) = x
.
Figura 3.39:
questão. Entretanto a denição 3.7 inclue funções cujo gráco y = f (x) atravessa a
reta y = L.
172 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
Teorema 3.10 Suponhamos que limx→∞ f (x) e limx→∞ g(x) existam. Então,
p
Seja r = q
qualquer número racional positivo. Então,
1 1
(i) limx→∞ xr
= 0, se q é par, e (A) (ii) limx→+−∞ xr
= 0 se q é ímpar (B)
em que f (x) e g(x) são polinômios, divida ambos f (x) e g(x) pela maior potência
Embora a técnica é estabelecida para funções racionais, ela trabalha bem se f (x)
1
x−3 − 33
(b) limx→∞ 2x+x3
= limx→∞ x2
2
x
+1
=
x2
0−3.0
2(limx→∞
= =0
1
x2
)+1 2.0+1
1 1
√ √ 1 +1
x+ 3x
(c) limx→∞ 2 = limx→∞ x6 x3
1
1+ 2
=
x 3 +1
µ ¶ µ ¶ x3
limx→∞ 11 + limx→∞ 11
0+0
= µx 6 ¶ x3 = 1+0
=0
1+ limx→∞ 12
x3
Escrevemos, entretanto,
limx→∞ x2 = ∞ (A')
limx→−∞ x2 = ∞ (B')
x → −∞.
Como o símbolo ∞ não representa um número, as equações A' e B' não dizem
que o correspondente limite existe. Ao invés, elas nos dão informações sobre porque
x → −∞.
Resumindo: Para a expressão limx→∞ f (x) uma das três situações ocorre:
(i) limx→∞ f (x) existe no sentido da denição 3.7. Isto é, existe um n◦ L tal que
limx→∞ f (x) = L;
(ii) limx→∞ f (x) não existe, e limx→∞ f (x) = ∞ ou limx→∞ f (x) = −∞,
(iii) limx→∞ f (x) não existe, e nem limx→∞ f (x) = ∞, nem limx→∞ f (x) =
Solução.
4 1
10x3 − 3x2 − 4x + 1 10x − 3 − x
− x2
lim = lim 4
x→∞ 5x2 − 4x x→∞ 5− x
No Numerador temos:
µ ¶
4 1
lim 10x − 3 − + 2 = lim 10x − 3 − 0 + 0 = ∞
x→∞ x x x→∞
¡ ¢
No Denominador, temos: limx→∞ 5 − x4 = 5 − 0
Assim,
10x3 − 3x2 − 4x + 1
lim = +∞
x→∞ 5x2 − 4x
10x3 −3x2 −4x+1
Observações: Este limite também pode ser calculado usando divisão, isto é, 5x2 −4x
=
1
2x + 1 + 1 + 5x2 −4x
1
Como limx→∞ 5x2 −4x
=0
10x3 −3x2 −4x+1
Concluímos que o gráco de y = 5x2 −4x
é assintótico à reta y = 2x + 1
quando x → ∞.
Figura 3.40:
Denição 3.9 A armação limx→a = ∞ signica que os valores f (x) crescem sem
limites quando x se aproxima de a.
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 177
nados às armações
Denição 3.10 Dizemos que o gráco de y = f (x) tem uma assíntota vertical em
x = a se qualquer um dos limites innitos da denição 3.9 existem.
Assim,
1
(a) Se x → 2+ , (x − 2)3 → 0, isto é, limx→2+ (x−2)3
= +∞
1
(b) Se x → 2− , (x − 2)3 → 0, por valores negativos, isto é, limx→2− (x−2)3
=
−∞
178 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
Figura 3.41:
x2
Exemplo 3.28 Encontre todas as assíntotas verticais para o gráco de f (x) = 4−x2
x2 x2
Solução. f (x) = 4−x2
= (2−x)(2+x)
denominador:(2-x)
denominador:(2+x)
f(x)
Figura 3.42:
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 179
Então, temos:
x2
lim = −∞
x→−2− 4 − x2
x2
lim =∞
x→−2+ 4 − x2
x2
lim =∞
x→2− 4 − x2
x2
lim = −∞
x→2+ 4 − x2
As assíntotas verticais são x = −2 e x = 2.
Figura 3.43:
180 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
1 3x2 +7x
(c) limx→−∞ x− 3 (d) limx→∞ 1−x4
sin x x4 −3 sin x
(e) limx→−∞ x
(f) limx→−∞ 3x+5x5
√
|2−x2 | x−1
(g) limx→∞ x2 +1
(h) limx→∞ x2
2
x 3 +x
(i) limx→∞ 3 (j) limx→∞ x sin x
1+x 4
1
(k) limx→2+ x−2
(l) limx→ Π − tan x
2
|x|
(m) limx→ Π tan x (n) limx→0− x
2
x2 +1 x2 −25
(o) limx→5− x+5
(p) limx→5− x−5
1
(a) y = 1+x
2x2
(b) y = x2 +1
2x2
(c) y = (x2 +1)2
sin x
(d) y = 3 + x
(e) y = √ 4−3x 2
(1+2x )
Profa. Dra. Lilian Milena Ramos Carvalho 181
ax+7
3. A função y = 4−x
tem uma assíntota horizontal em y = 3. Calcule a.
1
(a) limx→2+ x−2
x−7
(b) limx→5− x−5
1
(c) limx→1+ 1
(x−1) 3
Π+axr
5. A função y = 2 tem uma assíntota horizontal em y = −2. Calcule a e r .
1−3x 3
Calcule a e b.
7. Suponha que g é uma função duas vezes diferenciável para todo n◦ real x, exceto
de inexão.
182 Cálculo Diferencial e Integral I - Derivada
Procedimento:
1. Determine o domínio
2. f (x) = 0 → x4 − 24x2 + 20 = 0
y = x2 → y 2 − 24y + 20 = 0 → y = 0, 93 e y = 4, 81
3. Como f é uma função polinomial de grau par cujo termo lider é positivo,
tais.
Não existem assíntotas verticais porque f (x) é denida e contínua em (−∞, ∞).
4. Como f é uma função polinomial, ela é diferenciável em toda parte e sua deri-
vada primeira é f 0 (x) = 4x3 − 48x = 4x(x2 − 12). Assim, os pontos críticos
√
são x = 0, x = + − 2 3.
√ √
Analise do sinal de f 0 (x): f é decrescente em (−∞, −2 3] e [0, 2 3]
fator (4x)
fator (x+2.3^(1/2))
fator (x-2.3^(1/2))
f’(x)
-2.3^(½) 0 2.3^(½)
Figura 3.44:
√ √
f é crescente em [−2 3, 0] e [2 3, ∞)
√ √ √
(−2 3, f (−2 3)) = (−2 3, −124)
5. f 00 (x) = 12x2 −48 = 12(x2 −4). Fazendo f 00 (x) = 0, temos que x = +−2.
vemos que o gráco de f é côncavo para cima em (−∞, −2] e [2, ∞) e côn-
cavo para baixo em [−2, 2]. Assim, os pontos (−2, f (−2)) = (−2, −60) e
Figura 3.45: