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PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA

EMJF

UMA ABORDAGEM MATEMÁTICA PARA O ESTUDO DA FOTOSSÍNTESE

Orientador: André Luis B. da Silva Brasilino


Alunos participantes:

FORTALEZA-CE
2017
1. Introdução

1.1 Aquecimento global

Há mais de um século, vem ocorrendo aumentos gradativos nas temperaturas do planeta


terra, com início no começo do século XX, e de uma forma mais a acelerada no decorrer dos
últimos trinta anos. Este é verificado em ambos os hemisférios, com predominância no hemisfério
norte ocorrendo um aumento nítido das temperaturas das águas oceânicas. Este aumento de
temperatura pode-se atribuir primariamente, ao Efeito estufa, devido ao acúmulo de gases
poluentes, na atmosfera, como dióxido de carbono (CO 2), monóxido de carbono (CO), metano
(CH4), óxido nitroso (N2O) e o ozônio (O3), e outros. Com efeito, tais gases, cujos teores na
atmosfera tendem a crescer, contribuindo de modo progressivo para o aprisionamento do calor e,
em consequência a aumento das temperaturas no planeta levando ao que conhecemos como
aquecimento global, pode trazer consequências sérias para nosso planeta, tais como desmatamentos,
secas, ilhas de calor, epidemias como a Dengue, o Zika Vírus e a Febre Chikungunya, etc.
(BOLETIM SBMET, abril 2007). Como tambem prejudica o mecanismos fotossintético
considerando o efeito da temperaura, pois tal processo bioquimico ocorre em temperaturas variaveis
de 30 a 38° C começando a decresceer bruscamente a uma temperatura acimas de 50° C.

1.2 Fotossíntese

O processo de fotossíntese tem significado literário, “síntese usando a luz”. Os organismos


fotossintéticos captam e utilizam a energia do sol (UV) para oxidar H 2O, liberando O2, e para
reduzir CO2, produzindo compostos orgânicos, primariamente açúcares. Esta energia estocada nas
moléculas orgânicas é utilizada nos processos celulares da planta e serve como fonte de energia para
todas as formas de vida. O mesofilo é o tecido mais ativo em termos de fotossíntese. As células
desse tecido foliar contêm muitos cloroplastos, organelas circundadas por uma dupla membrana, os
quais possui um pigmento verde especializado, a clorofila. Nos cloroplastos, a luz é absorvida pelas
moléculas de clorofila e a energia é colhida por duas diferentes unidades funcionais, conhecidas
como fotos sistemas. A energia da luz absorvida é utilizada para impulsionar a transferência de
elétrons através de uma série de compostos que agem como doadores e aceptores de elétrons. A
maioria dos elétrons é utilizada para reduzir NADP+ para NADPH. A energia da luz é utilizada,
também, para gerar um gradiente de prótons entre o estroma e o lúmem dos tilacóides, o qual é
usado para síntese da ATP. Os produtos destas reações (ATP e NADPH) são usados para a síntese de
açúcares nas reações de fixação e redução de CO2. (TAIZ, L. e ZEIGER, 2004).
1.3 Ciclo de Calvin – Fixação do carbono.

A fotossíntese pode ser descrita como um processo da qual a energia luminosa absorvida pela
clorofila origina o transporte de elétrons (conversão da energia luminosa em energia elétrica), o qual
por sua vez gera energia química, esta acumulada nas moléculas de ATP e NADPH – poder
assimilatório ou poder redutor. Este é por sua vez utilizado nas etapas seguintes da fotossíntese,
representada pela assimilação do carbono (“reações do escuro” ou “fase escura”), ligando o CO2
em um aceptor, reduzindo-o assim a CH2O (carboidrato). Na figura 1 é mostrada a “conexão” entre
a fase luminosa e a fase escura da fotossíntese. (KLUGE, ESCOLA SUPERIOR DE
AGRICULTURA, 2002)

Figura 1. Conexão simplificada entre a fase clara e escura da fotossíntese e ciclo de calvin.

Reações globais do Fotossitema I e II retirando os intermediários:

2H2O + 2NADPH+  2H+ + O2+ 2NADPH


Equação 1

Reação global- ciclo de Calvin sem incluir os intermediários:


6CO2+18ATP+12NADPH+12H2O C6H12O6 +18ADP+18Pi+12NADP+ +6H+
Equação 2
Reação global da fotossíntese:

6CO2+6H2O  C6H12O6+O2
Equação3

1.4 Fotorrespiração

As plantas C 3 advém de o fato da maioria das plantas verdes formarem como primeiro produto
estável da cadeia fotossintética o ácido 3 -fosfoglicérico (3-PGA), uma molécula com 3 carbonos,
envolve a adição de uma molécula de CO 2 a reação de carboxilação e a molecula ribulose 1,5
bisfosfato (RUBP). A Rubisco (ribulose 1,5 bisfosfato carboxilase-oxigenase) é a enzima
responsável pela carboxilação no ciclo C3¸ também conhecido como ciclo de Calvin-Benson
(Figura 2). A RUBP sofre uma série de mudanças envolvendo gasto de NADPH e ATP, reações de
redução originando no final do processo a triose fosfato. Ao mesmo, através de reações de
regeneração, novas moléculas de RUBP são formadas, garantindo a continuidade da fixação do
carbono.

Figura 2. Fotossíntese C3

As plantas C4 formam como produto primário da fotossíntese o ácido oxalacético (4C), o


qual é rapidamente reduzido à ácido málico e ácido aspártico, ambos com 4C, porém mais estáveis.
Estruturalmente, outra diferença entre as plantas C 3 e C 4 é a presença nestas últimas de uma
camada proeminente de células clorofiladas envolvendo os feixes condutores da folha. Nestas
plantas, além da presença da Rubisco, confinada às células da bainha Kranz, é encontrada nas
células do mesófilo foliar a fosfoenolpirúvico carboxilase (PEPcase), uma enzima com uma
afinidade muito maior pelo CO2 do que a primeira. A compartimentação espacial das duas enzimas
faz com que o CO2 fixado pela PEPcase se transloque, via malato e aspartato, até a bainha dos
feixes vasculares, onde ocorre a descarboxilação com a entrada do carbono no ciclo de Calvin
Benson (Figura 3).

Figura 3. Fotossíntese C4.

2. Interpolação

Denomina-se interpolação ao método que permite construir um novo conjunto de dados a


partir de um conjunto previamente conhecido. É comum, em um experimento, obtermos dados
pontuais sem continuidade, muitas vezes tornando demasiadamente irreal a representação teórica de
um fenômeno real empiricamente observado.
Através da interpolação, pode-se construir uma função que aproximadamente se "encaixe"
nestes dados pontuais, conferindo-lhes, então, a continuidade desejada.

A interpolação permite fazer a reconstituição (aproximada) de uma função, bastando para


tanto conhecer apenas algumas das suas abscissas e respectivas ordenadas (imagens no
contradomínio da função). A função resultante garantidamente passa pelos pontos fornecidos, e, em
relação aos outros pontos, pode ser considerada um mero ajuste. No processo matemático de
interpolação, frequentemente são escolhidos polinômios. Isto, porque os polinômios apresentam
relativa simplicidade, e também porque permitem representar satisfatoriamente a generalidade das
funções que surgem no dia-a-dia.

3 Metodologia
3.1 Efeito da temperatura
Para verificar a influência da temperatura no processo fotossintético, foi utilizada a espécime
Elódea do gênero Egeria densa. Colocou-se o ramo de Elodea dentro do tubo de ensaio contendo a
solução de Bicarbonato de potássio (0,1%) em proporções iguais, logo em seguida o tubo foi
colocado dentro do béquer com água 25°C, esperando por 5 minutos para realizada a contagem de
bolhas durante 3 minutos o experimento foi repetindo com temperaturas de 30°C, 35°C, 40°C, 45°C
e 50°C respectivamente.
4 Resultados e discussão

No presente trabalho analisamos parâmetros fotossintéticos influenciados pelo aumento da


temperatura com ênfase no efeito estufa e aquecimento global, utilizando interpolação polinomial
(Equação 4 ), para demostrar a variação empírica da fotólise da água, quando ocorre o aumento da
temperatura (Tabela 1). Verificamos por meio do aumento da temperatura o processo da fotólise
aumenta e consequentemente ocorre um aumento na taxa fotossintética que resultará de maneira
direta no ciclo de Calvin, processo pelo qual a planta produz o próprio alimento. De modo inverso
ao processo anterior verificamos que com a diminuição da temperatura dá-se a diminuição da
fotólise e a diminuição da taxa de fotossíntese e ciclo de Calvin, como podemos verificar nas
variações das ordenadas e abscissas do (Gráfico 1) . Tal resultado pode ser interpretado como uma
vertente evolucional do reino vegetal, pois a literatura demostra que com aumento gradual da
temperatura favorecerá espécimes de plantas C4 em relação as plantas C3.

�( x - x )
i =0
i
n
Pn ( x) = �y j
i �j
n
j =0
�( x - x )
i =0
j i

i �j

- 4 . (x - 30) . (x - 35) . (x - 40) 27 . (x - 25) . (x - 35) . (x - 40)


P(x) = + +
750 750
- 33 . (x - 25) . (x - 30) . (x - 40) 14 . (x - 25) . (x - 30) . (x - 35)
+
750 750
3 2
4x - 405x + 13.925x - 154.500
P(x) =
750

Equação 4- Polinômio interpolar de Lagrange

X = T °C Y = Fotólise
x0 25°C 04 y0
x1 30°C 09 y1
x2 35°C 11 y2
x3 40°C 14 y3
x4 45°C 21 y4
x5 50°C 23 y5

Tabela 1: Relação da Fotólise x temperatura.


Gráfico 1- Polinômio interpolar de Lagrange ( Fotólise x Temperatura)

5 Conclusão

A utilização do polinômio de Lagrange traduz de forma empírica valores pontuais da taxa de


fotólise relacionado com aumento gradual da temperatura, com relação aos fatores ambientais
mencionados, o que ocasiona de maneira efetiva a evolução do reino vegetal com relação as plantas
C3 e C 4, podendo causar prejuízos na produção agrícola, pois as plantas C4 “ Milho e cana-de-
açúcar” em dias quentes desviam a fotorrespiração mantendo a taxa fotossintética e a alta
concentração de CO2 de forma diferente ao que ocorre com as plantas C3 “ Arroz e Trigo” que
utilizam a fotorrespiração em dias quentes, diminuindo sua taxa de fotossíntese.
REFERÊNCIAS

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia ISSN 1676-014X vol.31, no.1, abril 2007.

FERREIRA, L. G. R. Fisiologia Vegetal: Relações Hídricas. 1st ed. Fortaleza: Edições UFC, 1992,
138p.

Kluge. R. A; Fotossíntese; Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz ,2002.

TAIZ, L., ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3ª edição. Editota Artmed, 2004, 719p

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