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Boletim de Vigilância

Epidemiológica da Gripe
PORTUGAL Época 2018/2019 Semana 04 | 21 a 27 jan 2019

Resumo

Atividade gripal epidémica


Sumário
Intensidade moderada, tendência crescente

1 Vigilância clínica ■ A taxa de incidência de síndroma gripal (SG) foi de 89,3 por 100.000 habitantes.
Taxa de incidência de SG
2 Vigilância laboratorial ■ Na semana 4 foram predominantemente detetados em circulação os vírus da gri-
Diagnóstico do vírus da gripe e pe dos subtipos A(H1)pdm09 e A(H3). Verificou-se um aumento acentuado do
outros vírus respiratórios número de amostras positivas para o vírus da gripe nas últimas 3 semanas.
Caraterização do vírus da gripe

3 Severidade ■ Foram reportados 23 casos de gripe pelas 27 UCI que enviaram informação, ten-
Internamentos por gripe em UCI do sido identificado o vírus Influenza A em 21doentes (5 A(H1N1), 5 A(H3N2) e
11 não subtipados); o vírus Influenza B foi identificado em 1 doente. Foram ain-
da reportados 11 casos de gripe pelas 2 Enfermarias que colaboram na vigilân-
cia, tendo sido identificado o vírus A(H1N1) em 7 e o A(H3N2) em 3.

4 Impacte ■ Mortalidade com valores acima do esperado.


Mortalidade por todas as causas

5 Monitorização da temperatura ■ Na semana 4/2019 o valor médio da temperatura mínima do ar foi de 5,42 °C, a
ambiente, taxa de incidência de SG
que correspondeu uma anomalia de +0,88 °C relativamente ao valor normal
e mortalidade
1971-2000 para o mês de janeiro.

6 Situação internacional ■ Na semana 3/2019 a atividade gripal manteve tendência crescente na europa.

ISSN: 2183-7392
Data de publicação: 31/01/2019 Dados disponíveis à data da publicação passíveis de alterações em edições posteriores.

EDITOR : Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge I.P. | PERIODICIDADE : semanal | ACESSO : w w w .i ns a.p t
COLABORADORES : Direção-Geral da Saúde, Instituto dos Registos e Notariado, Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, Institut o Portu-
guês do Mar e da Atmosfera, Rede Médicos-Sentinela, Serviços de Urgência/Obstetrícia, Rede Nacional de Laboratórios para o Diagn óstico da Gripe, Rede
de Hospitais para a Vigilância Clínica e Laboratorial em Unidades de Cuidados Intensivos.

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge Departamento de Epidemiologia


Unidade de Observação em Saúde e Vigilância Epidemiológica
Av. Padre Cruz | 1649-016 Lisboa | Portugal
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Departamento de Doenças Infeciosas


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Laboratório Nacional de Referência da Gripe e outros Vírus Respiratórios
info@insa.min-saude.pt www.insa.pt Tel.: +351 217 526 455

1
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P.

 Vigilância clínica

Taxa de incidência de síndroma gripal


REDE MÉDICOS-SENTINELA

Na semana 4/2019 estimou-se uma taxa de incidência de síndroma gripal de 89,3 por cada 100.000
habitantes, o que indica atividade gripal epidémica de intensidade moderada. Mantém -se a tendência
crescente.

Área de atividade basal


240
Taxa de incidência SG (2017/2018)
Taxa de incidência SG (2018/2019)
210
Taxa de incidência de SG /10 5 habitantes

180 IC97.5 Época de Gripe Sazonal Atividade muito elevada

150
IC90 Atividade elevada

120

Atividade moderada
90 IC40

60
Atividade baixa

30

Ausência de atividade
0
40/2018
42/2018
44/2018
46/2018
48/2018

2/2019
4/2019
6/2019
8/2019

12/2019
14/2019
16/2019
18/2019
20/2019

38/2019
40/2019
42/2019
44/2019
46/2019
25/2017
28/2018
30/2018
32/2018
34/2018
36/2018
38/2018

50/2018
52/2018

10/2019

22/2019
24/2019
26/2019
28/2019
30/2019
32/2019
34/2019
36/2019

Semanas

Figura 1 — Evolução da taxa de incidência semanal provisória de síndroma gripal (SG).

Tabela 1 — Número de casos, taxa de incidência de síndroma gripal e


população sob observação semanal.

Número de casos de síndroma gripal 50

Taxa de incidência semanal provisória 89,3/105

População sob observação 56.021

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2018/2019 Semana 4 | 21 a 27 jan 2019 2


Consultas Consultas Consultas

1000
1250
1500
1750
2000
1000
2000
3000
4000
5000
2000
4000
6000
8000

0
0
0

250
500
750
14000
16000
18000

10000
12000
20000

25/2018 25/2018 25/2018
28/2018 28/2018 28/2018

IC40

IC40
IC90

IC40
IC90
IC90
30/2018

IC97,5
30/2018 30/2018

IC97,5
IC97,5
32/2018 32/2018 32/2018
34/2018 34/2018 34/2018
36/2018 36/2018 36/2018
38/2018 38/2018 38/2018
40/2018 40/2018 40/2018
42/2018 42/2018 42/2018
44/2018 44/2018 44/2018
46/2018 46/2018 46/2018
48/2018 48/2018 48/2018
50/2018 50/2018 50/2018
52/2018 52/2018 52/2018
2/2019 2/2019 2/2019
4/2019 4/2019 4/2019
6/2019 6/2019 6/2019

Semanas

Semanas
Semanas
8/2019 8/2019 8/2019
10/2019 10/2019 10/2019

nental e por regiões de saúde.


12/2019 12/2019

Centro
12/2019

Alentejo
14/2019 14/2019 14/2019
16/2019 16/2019 16/2019
18/2019 18/2019 18/2019

Portugal Continental
20/2019 20/2019 20/2019
22/2019 22/2019 22/2019
24/2019 24/2019 24/2019
26/2019 26/2019 26/2019
28/2019 28/2019 28/2019
30/2019 30/2019 30/2019
Vigilância clínica

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe


32/2019 32/2019 32/2019
34/2019 34/2019 34/2019
36/2019 36/2019 36/2019
38/2019 38/2019 38/2019
40/2019 40/2019 40/2019
42/2019 42/2019 42/2019
44/2019 44/2019 44/2019
46/2019 46/2019 46/2019

Consultas Consultas
Consultas

1000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000

0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0
0
10000

Época 2018/2019
25/2018 25/2018 25/2018
28/2018 28/2018 28/2018
IC40

IC90
IC40
IC90

IC40
IC90
IC97,5

IC97,5

IC97,5
30/2018 30/2018 30/2018
32/2018 32/2018 32/2018
34/2018 34/2018 34/2018
36/2018 36/2018 36/2018
38/2018 38/2018 38/2018
40/2018 40/2018 40/2018
42/2018 42/2018 42/2018
44/2018 44/2018 44/2018
46/2018 46/2018 46/2018
48/2018 48/2018 48/2018
50/2018 50/2018 50/2018
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P.

dos por síndrome gripal na região de Lisboa e Vale do Tejo e na região Centro.

52/2018 52/2018 52/2018

Semana 4
2/2019 2/2019 2/2019
4/2019 4/2019 4/2019
6/2019 6/2019 6/2019

|
8/2019 8/2019 8/2019

Semanas
10/2019 10/2019 10/2019
Norte

Semanas
Semanas

12/2019 12/2019 12/2019

Algarve
14/2019 14/2019 14/2019
16/2019 16/2019 16/2019
18/2019 18/2019 18/2019
20/2019 20/2019 20/2019
Lisboa e Vale do Tejo

22/2019 22/2019 22/2019


24/2019 24/2019 24/2019
26/2019 26/2019 26/2019

Nota: O eixo dos yy dos gráficos têm diferentes escalas para permitir visualizar as curvas das regiões com menor número de consultas.
28/2019 28/2019 28/2019
30/2019 30/2019 30/2019
32/2019 32/2019 32/2019
34/2019 34/2019 34/2019
Consultas por síndroma gripal em cuidados de saúde primários

21 a 27 jan 2019
36/2019 36/2019 36/2019
38/2019 38/2019 38/2019

Figura 2— Número de consultas por síndrome gripal registadas em cuidados de saúde primários em Portugal Conti-
40/2019 40/2019 40/2019
Na semana 4/2019, número de consultas por síndrome gripal registadas em cuidados de saúde primá-
rios manteve uma tendência crescente em toda as regiões de saúde. Maior nível de procura de cuida-

42/2019 42/2019 42/2019


44/2019 44/2019 44/2019
46/2019 46/2019 46/2019
Área de atividade basal
Consultas SG (2017/2018)
Consultas SG (2018/2019)

3
Consultas Consultas

1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
1050
1200
1350
1500

0
0
150
300
450
600
750
900

10000
11000
12000
25/2018 25/2018
28/2018 28/2018

IC90

IC40

IC40
IC90
30/2018 30/2018

IC97,5

IC97,5
32/2018 32/2018
34/2018 34/2018
36/2018 36/2018
38/2018 38/2018
40/2018 40/2018
42/2018 42/2018
44/2018 44/2018
46/2018 46/2018
48/2018 48/2018
50/2018 50/2018
52/2018 52/2018
2/2019 2/2019

em Portugal Continental.
4/2019 4/2019
6/2019 6/2019

Semanas
8/2019 8/2019

Semanas
10/2019 10/2019
12/2019 12/2019

≤ 5 anos
14/2019 14/2019
16/2019 16/2019

19 aos 64 anos
18/2019 18/2019
20/2019 20/2019
22/2019 22/2019
24/2019 24/2019
26/2019 26/2019
28/2019 28/2019
Vigilância clínica

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe


30/2019 30/2019
32/2019 32/2019
34/2019 34/2019
36/2019 36/2019
38/2019 38/2019
40/2019 40/2019
42/2019 42/2019
44/2019 44/2019
46/2019 46/2019
Consultas Consultas

1000
1500
2000
2500
3000
3500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500

0
0

500
500
25/2018 25/2018
28/2018 28/2018

IC40
IC90

IC90
IC40
IC97,5
30/2018 30/2018

IC97,5
32/2018 32/2018

Época 2018/2019
34/2018 34/2018
36/2018 36/2018
38/2018 38/2018
40/2018 40/2018
42/2018 42/2018
44/2018 44/2018
46/2018 46/2018
mários manteve-se a tendência crescente em todos os grupos etários.

48/2018 48/2018
50/2018 50/2018
52/2018 52/2018
2/2019 2/2019
4/2019 4/2019
6/2019 6/2019
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P.

Semanas

Semanas
8/2019 8/2019

Semana 4
10/2019 10/2019
12/2019 12/2019

≥ 65 anos
14/2019 14/2019

|
6 aos 18 anos

16/2019 16/2019
18/2019 18/2019
20/2019 20/2019
22/2019 22/2019
24/2019 24/2019
26/2019 26/2019
28/2019 28/2019
30/2019 30/2019
32/2019 32/2019
34/2019 34/2019
36/2019 36/2019
38/2019 38/2019
Consultas por síndroma gripal em cuidados de saúde primários

40/2019 40/2019

Nota: O eixo dos yy dos gráficos têm diferentes escalas para permitir visualizar as curvas dos grupos etários com menor número de consultas.

21 a 27 jan 2019
Figura 3— Número de consultas por síndrome gripal registadas em cuidados de saúde primários por grupo etário,
42/2019 42/2019
44/2019 44/2019
Na semana 4/2019, o número de consultas por síndrome gripal registadas em cuidados de saúde pri-

46/2019 46/2019

4
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P.

 Vigilância laboratorial

Diagnóstico do vírus da gripe e outros vírus respiratórios


REDE MÉDICOS-SENTINELA/EuroEVA | REDE DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA/OBSTETRÍCIA

No âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, foram analisados no Laboratório Nacional de


Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios, 556 amostras de casos de síndroma gri-
pal (SG), das quais 220 (40%) são positivas para o vírus da gripe.
Na semana 4/2019 foram analisadas 75 amostras de casos de SG, das quais 45 foram positivas para o
vírus da gripe.
Desde o início da época, foram detetados outros vírus respiratórios em 22% das amostras de casos de
SG: rinovírus (54), coronavírus (39), vírus parainfluenza (11), infeções mistas (9), vírus sincicial respira-
tório (7), metapneumovírus humano (2) e adenovírus (1).

100

90
SG negativos
80
SG positivos para vírus respiratórios
70
SG positivos para gripe
60
Casos SG (n)

50

40

30

20

10

0
35/2018

36/2018

37/2018

38/2018

39/2018

40/2018

41/2018

42/2018

43/2018

44/2018

45/2018

46/2018

47/2018

48/2018

49/2018

50/2018

51/2018

52/2018

10/2019

11/2019

12/2019

13/2019

14/2019

15/2019

16/2019

17/2019

18/2019

19/2019

20/2019

21/2019
1/2019

2/2019

3/2019

4/2019

5/2019

6/2019

7/2019

8/2019

9/2019

Semanas 2018/19
Figura 4 — Distribuição semanal de casos de síndroma gripal (SG) positivos para vírus da gripe e outros vírus respira-
tórios detetados na época 2018/2019.

n=556

Gripe
220;
40%

Negativos Outros
213; 38% Vírus
Respirat.
123; 22%

Figura 5 — Número e percentagem dos casos de síndroma gripal (SG) positivos para vírus da gripe e outros vírus res-
piratórios detetados na época 2018/2019.

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2018/2019 Semana 4 | 21 a 27 jan 2019 5


Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P.

 Vigilância laboratorial

Diagnóstico do vírus da gripe


REDE MÉDICOS-SENTINELA/EuroEVA | REDE DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA/OBSTETRÍCIA

Na semana 4/2019 foram analisadas 75 amostras de casos de SG, das quais 45 foram positivas para o
vírus da gripe: 14 vírus A(H1)pdm09 e 31 A(H3).
Até à semana 4/2019 foram analisadas amostras de 556 casos de SG, das quais 220 são positivas para o
vírus da gripe: 122 para o subtipo A(H3), 96 para o subtipo A(H1)pdm09 e 2 para o tipo B (linhagem
Yamagata).

60 100

Vírus da gripe B (Victoria)


Vírus da gripe B (Yamagata)
80
Vírus da gripe B
Vírus da gripe A(H3)
40

Casos positivos para gripe (%)


Casos positivos para gripe (n)

Vírus da gripe A(H1)pdm09 60

% positivos para gripe

40

20

20

0 0
2/2018
4/2018
6/2018
8/2018

1/2019
3/2019
5/2019
7/2019
9/2019
40/2017
42/2017
44/2017
46/2017
48/2017
50/2017
52/2017

10/2018
12/2018
14/2018
16/2018
18/2018
20/2018
22/2018
24/2018
26/2018
31/2018
33/2018
35/2018
37/2018
39/2018
41/2018
43/2018
45/2018
47/2018
49/2018
51/2018

11/2019
13/2019
15/2019
17/2019
19/2019

Semanas 2018/19
Figura 5 — Distribuição semanal e percentagem de casos positivos para o vírus da gripe nas épocas 2017/2018 e
2018/2019.

n=220

A(H3)
122; 55%

A(H1)pdm09
96; 44% B/Yam
2; 1%

Figura 6— Número e percentagem dos casos positivos para vírus da gripe detetados na época 2018/2019, por
tipo/subtipo.

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2018/2019 Semana 4 | 21 a 27 jan 2019 6


Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P.

 Vigilância laboratorial

Diagnóstico de outros vírus respiratórios


REDE MÉDICOS-SENTINELA/EuroEVA | REDE DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA/OBSTETRÍCIA

Desde o início da época de vigilância foram detetados outros vírus respiratórios em 123 casos de SG: 54
rinovírus (hRV), 39 coronavírus (hCoV), 11 vírus parainfluenza (PIV), 9 infeções mistas (IM), 7 vírus sinci-
cial respiratório (RSV), 2 metapneumovírus e 1 adenovírus (AdV).

20

18

16

14
Casos positivos para outros VR (n)

Outros VR
12
hCoV
10
hRV
8

0
35/2018
36/2018
37/2018
38/2018
39/2018
40/2018
41/2018
42/2018
43/2018
44/2018
45/2018
46/2018
47/2018
48/2018
49/2018
50/2018
51/2018
52/2018

10/2019
11/2019
12/2019
13/2019
14/2019
15/2019
16/2019
17/2019
18/2019
19/2019
20/2019
1/2019
2/2019
3/2019
4/2019
5/2019
6/2019
7/2019
8/2019
9/2019

Semanas 2018/19

Figura 7 — Distribuição semanal de casos positivos para outros vírus respiratórios (VR) detetados na época
2018/2019.

n=123

RSV
7; 6%
IM hRV
9; 7% 54; 44%

hCoV PIV
39; 32% 11; 9%

AdV
hMPV 1; 1%
2; 1%

Figura 8- Número e percentagem de casos positivos para outros vírus respiratórios detetados na época 2018/2019.
Nota: AdV—adenovírus; hRV-Rinovirus Humano; hCoV - Coronavírus Humano; RSV-Vírus sincicial respiratório; PIV-Parainfluenza; hMPV-Metapneumovirus Humano;
IM - Infeção mista.

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 Vigilância laboratorial
Diagnóstico do vírus da gripe e outros vírus respiratórios
HOSPITAIS /REDE PORTUGUESA DE LABORATÓRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DA GRIPE

A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe conta na época de 2018/2019 com a par-
ticipação de 18 laboratórios, localizados em hospitais do continente e regiões autónomas da Madeira e
dos Açores, assegura a deteção e caraterização dos vírus da gripe e outros vírus respiratórios que podem
estar associados a casos de infeção respiratória grave.
Na época 2018/2019, os laboratórios da Rede notificaram 6.786 casos de SG, dos quais 1.578 positivos
para o vírus da gripe: 1.567 do tipo A [449 do subtipo A(H1)pdm09, 376 do subtipo A(H3) e 742 vírus A
não subtipados]; 11 do tipo B. Na semana 4/2019 foram detetados 112 vírus A(H1)pdm09, 106 A(H3), 265
vírus A não subtipados e 2 vírus do tipo B.
Foram também identificados outros agentes respiratórios em 1.228 casos de SG. O RSV, as infeções mis-
tas e os Picornavírus são os agentes mais frequentemente detetados desde o início da época.

500 1300
1200
450
n=6786 Infecções Mistas
1100
400 C
1000
B
350 900
Casos positivos para gripe (n)

A NS

Casos SG reportados (n)


300 800
A(H3)
A(H1)pdm09 700
250
Casos SG reportados 600
200 500

150 400
300
100
200
50
100
0 0
37/2018
38/2018
39/2018
40/2018
41/2018
42/2018
43/2018
44/2018
45/2018
46/2018
47/2018
48/2018
49/2018
50/2018
51/2018
52/2018

10/2019
11/2019
12/2019
13/2019
14/2019
15/2019
16/2019
17/2019
18/2019
19/2019
20/2019
21/2019
22/2019
23/2019
1/2019
2/2019
3/2019
4/2019
5/2019
6/2019
7/2019
8/2019
9/2019

Semanas 2018/2019
Figura 9— Distribuição semanal de casos positivos para o vírus da gripe detetados na época 2018/2019, pela Rede
Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (Hospitais).
200

180
n=1228 Bocavirus
160 Metapneumovirus

140 Coronavirus
Casos positivos para outros AR

120
RSV
Infecções Mistas
100
Bacteria
80
Adenovirus
60 Parainfluenza

40 Picornavirus (hRV/hEV/hPeV)

20

0
39/2018

40/2018

41/2018

42/2018

43/2018

44/2018

45/2018

46/2018

47/2018

48/2018

49/2018

50/2018

51/2018

52/2018

10/2019

11/2019

12/2019

13/2019

14/2019

15/2019

16/2019

17/2019

18/2019

19/2019

20/2019

21/2019

22/2019

23/2019

24/2019
1/2019

2/2019

3/2019

4/2019

5/2019

6/2019

7/2019

8/2019

9/2019

Semanas 2018/19
Figura 10 — Distribuição semanal de casos positivos para outros agentes respiratórios (AR) detetados na época
2018/2019, pela Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (Hospitais).

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 Vigilância laboratorial
Caraterização do vírus da gripe
REDE MÉDICOS-SENTINELA/EuroEVA | REDE DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA/OBSTETRÍCIA E
REDE PORTUGUESA DE LABORATÓRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DA GRIPE

Vírus da gripe A(H3):

Do subtipo A(H3) foram caracterizados 35 vírus: 27 do subgrupo genético 3C.2a1b (o subgrupo atual-
mente com maior dispersão a nível europeu e representado pela estirpe de referência A/
Alsace/1746/2018), 6 do subgrupo genético 3C.2a3 (A/Cote d’Ivoire/544/2016), 1 do subgrupo 3C.2a2
(A/Switzerland/8060/2017) e 1 do subgrupo 3C.3a (A/England/538/2018).

Vírus da gripe A(H1)pdm09:

Foram caracterizados 28 vírus do subtipo A(H1)pdm09, todos do grupo genético 6B.1 (semelhantes à
estirpe de referência, A/Michigan/45/2015).

Vírus da gripe B:
Foi caracterizado geneticamente 1 vírus do tipo B (linhagem Yamagata), do clade 3 (semelhante à estir-
pe de referência B/Phuket/3073/2013).

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Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P.

 Severidade
Informação da responsabilidade
da Direção-Geral da Saúde.
uesp@dgs.pt.

Internamentos por gripe em Unidades de Cuidados intensivos


REDE DE HOSPITAIS PARA A VIGILÂNCIA CLÍNICA E LABORATORIAL EM UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS

Foram reportados 23 casos de gripe pelas 27 Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) que enviaram informação.
Em relação aos casos sobre os quais foi possível obter informação adicional verificou-se que 11 (50%) eram
homens; 14 (64%) tinham 65 e mais anos e 8 (36%) tinham entre 35 e 64 anos. Dezassete (77%) doentes tinham
doença crónica. Dos 17 doentes com recomendação para a vacinação contra a gripe sazonal (mais de 65 anos
de idade ou doença crónica subjacente) o estado vacinal é conhecido em 7; destes, 3 (43%) estavam, de facto,
vacinados. Foi identificado o vírus Influenza A em 21 doentes: 5 (23%) A(H1N1), 5 (23%) A(H3N2) e 11 (50%)
não subtipados. Foi identificado o vírus Influenza B em 1 (5%) doente. Dois doentes tiveram suporte de ECMO.
A proporção de casos com gripe admitidos em UCI foi de 9,0% e foram reportados 3 óbitos.

Desde o início da época, foram reportados 83 casos de gripe. Em relação aos casos sobre os quais foi possível
obter informação adicional verificou-se que 47 (61%) eram homens; 46 (61%) tinham 65 e mais anos de idade;
28 (37%) tinham entre 35 e 44 e 2 (3%) menos de 10 anos; 58 (77%) tinham doença crónica subjacente. Dos 62
doentes com recomendação para a vacinação contra a gripe sazonal (mais de 65 anos de idade ou doença cró-
nica subjacente) o estado vacinal é conhecido em 29; destes, 11 (38%) estavam, de facto, vacinados. Foi identi-
ficado o vírus Influenza A em 75 doentes: 21 (28%) A(H1N1), 17 (22%) com A(H3N2) e 37 (49%) não subtipados.
Foi identificado o vírus Influenza B em 1 (1%) doente. 6 doentes tiveram suporte de ECMO. Foram reportados 9
óbitos. Até ao momento a Reserva Estratégica Nacional de zanamivir foi ativada para 3 doentes, 2 dos quais
reportados pelas UCI que participam nesta vigilância.

Nota: Considerando o reduzido número de casos, os resultados deverão ser interpretados com cautela .

Proporção de doentes com gripe em UCI


%
16

14

12

10

0
40 45 50 03 08 13 18 42 47 52 05 10 15 20 44 49 02 07 12 17 41 46 51 03 08 13 18 42 47 52 05 10 15 42 47 52 05 10 15 20 40 45 50 03 08 13 18

Semanas 2012-2013 2013-2014 2014-2015 2015-2016 2016-2017 2017-2018 2018-2019

Figura 11 - Evolução semanal da proporção (%) de doentes com gripe em Unidades de Cuidados Intensivos desde a época

Tabela 2— Nº de casos de gripe, Hospitais e UCI, que reportaram admissões em UCI, por todas as causas e proporção (%) de doentes
com gripe em UCI, por semana, na época 2018/2019.
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Total

Nº de casos de
0 0 0 1 0 0 0 0 2 0 1 2 7 6 16 25 23 83
gripe

Nº de hospitais 20 19 20 21 21 21 18 16 22 19 20 20 20 21 23 23 20 -

Nº de UCI 24 28 28 30 30 29 25 23 30 26 28 27 25 27 31 31 27 -

Nº de
Admissões na 191 229 208 223 245 242 204 200 273 224 209 236 215 204 301 318 256 -
UCI

Proporção de
doentes com 0,0 0,0 0,0 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,7 0,0 0,5 0,8 3,3 2,9 5,3 7,9 9,0 -
gripe em UCI

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 Severidade
Informação da responsabilidade
da Direção-Geral da Saúde.
uesp@dgs.pt.

Internamentos por gripe em Enfermaria

Na semana 4/2019 foram reportados 11 casos de gripe pelas 2 Enfermarias que colaboram na vigilância.
Verificou-se que 4 (36%) tinham idade inferior a 3 anos, 4 (36%) tinham entre 3 e 10, e 3 (27%) entre 11 e
17. Dos 5 doentes com recomendação para a vacinação contra a gripe sazonal (doença crónica), nenhum
estava vacinado. Foi identificado o vírus A(H1N1) em 7(64%) doentes e o A(H3N2) em 4(36%). A propor-
ção de casos com gripe admitidos nestas Enfermarias foi de 28,2%.
Desde o início da época foram reportados 30 casos de gripe pelas Enfermarias que colaboram na vigilân-
cia. Verificou-se que 16 (53%) tinham menos de 3 anos de idade, 10(33%) tinham entre 3 e 10, e 4(13%)
entre 11 e 17. Onze doentes (37%) tinham doença crónica subjacente.
Dos 11 doentes com recomendação para a vacinação contra a gripe sazonal (doença crónica), 2 (18%)
tinham esquema vacinal incompleto. Foi identificado o vírus A(H1N1) em 21 (70%) doentes e o A(H3N2)
em 9 (30%).
Nota : Considerando o reduzido número de casos, os resultados deverão ser interpretados com cautela.

Tabela 3— Número de casos de gripe, número de Hospitais e Enfermarias que reportaram, número de admissões em Enfer-
marias por todas as causas, e proporção (%) de doentes com gripe em Enfermarias, por semana na época
2018/2019.
44 45 46 47 48 49 50 51 52 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Total

Nº de casos de
0 0 1 0 0 0 1 1 2 5 3 6 11 30
gripe

Nº de hospi-
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 -
tais

Nº de Enfer-
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 -
marias

Nº de admis-
sões em 8 9 9 10 10 9 12 8 4 10 11 31 39 -
Enfermaria

Proporção de
doentes com
0,0 0,0 11,1 0,0 0,0 0,0 8,3 12,5 50,0 50,0 27,3 19,4 28,2 -
gripe em
Enfermaria

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 Impacte
Mortalidade por todas as causas
SISTEMA DA VIGILÂNCIA DIÁRIA DA MORTALIDADE | INSTITUTO DOS REGISTOS E NOTARIADO |
INSTITUTO DE GESTÃO FINANCEIRA E EQUIPAMENTOS DA JUSTIÇA

Mortalidade observada com valores acima do esperado.

4000 300

Óbitos Linha de base Limite de confiança 95% da linha de base Taxa de incidência

3500

250

3000

200

2500
Óbitos (n)

Taxa de incidência de SG /10 5 habitantes


A(H3) B/A(H3)
2000 A(H3) 150
A(H1)pdm09

A(H3)
A(H1)pdm09/B
1500

100

A(H1)pdm09/A(H3)

1000 B/A(H1)pdm09 B/A(H1)pdm09


B/A(H1)
A(H1)pdm09

50

500

0 0
53/2009

39/2010

26/2011

13/2012

52/2012

39/2013

26/2014

13/2015

52/2015

38/2016

25/2017

12/2018

51/2018
40/2007

14/2008
27/2008
40/2008

14/2009
27/2009
40/2009

13/2010
26/2010

52/2010
13/2011

39/2011
52/2011

26/2012
39/2012

13/2013
26/2013

52/2013
13/2014

39/2014
52/2014

26/2015
39/2015

12/2016
25/2016

51/2016
12/2017

38/2017
51/2017

25/2018
38/2018

12/2019
1/2007

1/2008

Semana

Figura 12— Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, taxa de incidência semanal provisória de sín-
5
droma gripal por 10 habitantes e vírus predominante por época gripal, desde a semana 40 de 2007.

Linha de base

Limite de confiança 95% da linha de base

Óbitos
3500

3000

2500
Óbitos (n)

2000

1500

1000

500

0
2/2018

4/2018

6/2018

8/2018

2/2019

4/2019

6/2019

8/2019
44/2017

48/2017

52/2017

22/2018

26/2018

30/2018

34/2018

52/2018

12/2019
40/2017

42/2017

46/2017

50/2017

10/2018

12/2018

14/2018

16/2018

18/2018

20/2018

24/2018

28/2018

32/2018

36/2018

38/2018

40/2018

42/2018

44/2018

46/2018

48/2018

50/2018

10/2019

14/2019

16/2019

18/2019

20/2019

Semana
Figura 13 — Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, desde a semana 40 de 2017.
À data de emissão deste boletim a informação relativa aos óbitos não se encontra atualizada .

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2018/2019 Semana 4 | 21 a 27 jan 2019 12


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 Monitorização da temperatura ambiente, taxa de


incidência de síndrome gripal e mortalidade
REDE MÉDICOS-SENTINELA | INSTITUTO PORTUGUÊS DO MAR E DA ATMOSFERA |
SISTEMA DA VIGILÂNCIA DIÁRIA DA MORTALIDADE

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no mês de dezembro, o valor
médio da temperatura mínima, em Portugal continental, foi de 5,96°C, próximo do valor normal.
Na semana 4/2019 o valor médio da temperatura mínima do ar foi de 5,42°C, a que correspondeu uma
anomalia de +0,88 °C relativamente ao valor normal 1971-2000 para o mês de janeiro.

Figura 14— Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, temperatura mínima média (Continente) e
taxa de incidência semanal provisória de síndroma gripal (SG) por 10 5 habitantes na época 2018/2019.

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2018/2019 Semana 4 | 21 a 27 jan 2019 13


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 Situação internacional: Europa

Na semana 3/2019, 46 países ou regiões reportaram dados de atividade gripal. Sete países referiram ati-
vidade gripal abaixo da linha de base, 22 reportaram atividade gripal de baixa intensidade, 15 atividade
gripal moderada e 2 países reportaram atividade gripal elevada. No que se refere à dispersão geográfica,
2 países reportaram ausência de atividade gripal, 9 atividade gripal esporádica, 4 atividade gripal local, 8
atividade regional e 23 atividade gripal disseminada.

Na semana 3/2019, 1.742 (48,8 %) das 3.569 amostras-sentinela testadas foram positivas para o vírus da
gripe, a maioria dos quais (98,6 %) era do tipo A. Dos 1.057 vírus do tipo A subtipados, 63,7 % eram do
subtipo A(H1N1)pdm09 e 36,3 % eram do subtipo A(H3N2). Desde o início da época foram identificados
mais casos por vírus do tipo A (98,6 %) do que por vírus do tipo B (1,4 %). Dos casos subtipados, 57,4 %
eram do subtipo A(H1N1)pdm09 e 42,6 % do subtipo A(H3N2). Dos 27 casos por vírus do tipo B a que foi
possível atribuir uma linhagem, 24 eram B/Yamagata.
Na semana 3/2019, 9.484 amostras não-sentinela (num total de 32.454) foram positivas para o vírus da
gripe. Destas 99,1 % era do tipo A e 0,9 % do tipo B. Das amostras referentes aos casos por vírus do tipo
A subtipadas, 62,4 % pertencia ao subtipo A(H1N1)pdm09.

Desde a semana 40/2018 foram caracterizados geneticamente 528 vírus, dos quais 332 eram casos por
vírus do subtipo A(H1N1)pdm09 pertencentes ao grupo genético 6B.1 (A/Michigan/45/2015), 188 eram
casos por vírus do subtipo A(H3) e 8 casos do tipo B. Do total de vírus do tipo A(H3) caracterizados, 121
pertenciam ao grupo genético A/Alsace/1746/2018 (3C.2a1b), 10 pertenciam ao grupo genético A/
Switzerland/8060/2017 (3C.2a2), 7 pertenciam ao grupo genético A/Cote d’Ivoire/544/2016 (3C.2a3), 47
pertenciam ao grupo genético A/England/538/2018 (3C.3a), e 3 vírus pertenciam um grupo genético não
listado. Cinco casos por vírus B/Yamagata foram caracterizados como pertencentes ao grupo genético B/
Phuket/3073/2013, um vírus do tipo B/Victoria foi caracterizado como pertencente ao grupo genético B/
Brisbane/60/2008, outro como pertencente ao grupo genético B/Colorado/06/2017 e um outro perten-
cente ao grupo genético B/Hong Kong/269/2017.

Desde a semana 40/2018 foi testada a suscetibilidade aos inibidores da neuraminidase em 338 casos
[254 (AH1N1)pdm09; 78 A(H3N2) e 6 casos por vírus do tipo B]. Um vírus do subtipo (AH1N1)pdm09 e 3
vírus do tipo B mostraram uma redução da inibição pelos inibidores da neuraminidase.

Na semana 3/2019 foram reportados 340 casos de gripe internados em Unidades de Cuidados Intensivos
(UCI) e 227 casos de gripe internados noutras enfermarias. A maioria dos casos internados por gripe que
foram subtipados desde o início da época, quer em UCI quer em outras enfermarias, pertence ao subtipo
A(H1N1)pdm09.

A nível europeu, a mortalidade por todas as causas manteve-se dentro dos valores esperados para a
época do ano, embora em alguns países se observe uma mortalidade acima do esperado, em especial, na
população idosa.

Informações disponíveis em: http://flunewseurope.org/

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 Situação internacional: Europa

Figura 15 — Intensidade da atividade gripal na Europa, semana 3/2019.

Fonte: Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças e Organização Mundial de Saúde
Nota: A informação da situação internacional à data da publicação deste boletim é referente à semana anterior.

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Nota metodológica
Em Portugal, o sistema de vigilância da gripe é composto pelas Na presente época, o Sistema de Nacional de Vigilância da Gripe foi
seguintes redes: ativado em outubro de 2018, na semana 40 e funcionará até à
■ Rede Médicos-Sentinela; semana 20, em maio de 2019. A componente clínica deste sistema
■ Serviços de Urgência /Obstetrícia; manter-se-á ativa durante todo o ano de 2019.
■ Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico do Parte da informação resultante da vigilância é semanalmente
Vírus da Gripe; publicada, à quinta-feira, no presente boletim, publicado pelo
■ Unidades de Cuidados Intensivos; Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e basea-
Este programa tem início no princípio de outubro, termina em maio do no conjunto de dados e informações gerados pelos 7 compo-
do ano seguinte e integra componentes clínicas e laboratoriais nentes descritos a seguir, sumariamente.

Fontes de informação e indicadores produzidos

Fontes Indicadores
Taxa de incidência de síndroma gripal na população geral, identificação e
Rede Médicos-Sentinela caraterização laboratorial dos vírus da gripe em circulação (análise
antigénica, genética e de suscetibilidade aos antivirais)

Serviços de Urgência/Obstetrícia Identificação e caraterização laboratorial dos vírus da gripe em circulação


Rede Nacional de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (análise antigénica, genética e de suscetibilidade aos antivirais)

Vigilância Laboratorial Resistência do vírus da gripe aos antivirais por tipo e subtipo

Rede de Hospitais para a Vigilância Clínica e Laboratorial em Caraterização epidemiológica e laboratorial dos casos de infeção
Unidades de Cuidados Intensivos respiratória admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos

Vigilância Diária da Mortalidade Evolução do número de óbitos por semana, em Portugal

Número de consultas por síndrome gripal registadas em cuidados de


SIM@SNS
saúde primários

Rede Médicos-Sentinela
A Rede Médicos-Sentinela (MS) é um sistema de informação em de doença ou que informaram explicitamente não terem casos
saúde constituído por cerca de 123 Médicos de Família, distribuí- para reportar.
dos pelo território do Continente e Regiões Autónomas, cuja
atividade profissional é desempenhada em Unidades de Saúde Definição de caso:
Familiar (USF) ou Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados Síndroma gripal (usada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo
(UCSP). das Doenças (ECDC):
Início súbito,
A participação destes médicos é voluntária e consiste na notifica-
ção semanal, para o Departamento de Epidemiologia do INSA, +
dos novos casos de síndroma gripal (numerador para o cálculo da 1 dos seguintes sintomas sistémicos:
taxa de incidência) que ocorreram nos utentes inscritos das res- ■ Febre ou febrícula,
petivas listas (componente clínica do sistema de vigilância);
■ Mal-estar, debilidade, prostração,
simultaneamente, enviam para o laboratório, exsudados nasofa-
ríngeos de doentes com suspeita de gripe, para identificação e ■ Cefaleia,
tipificação dos vírus (componente laboratorial). ■ Mialgias ou dores generalizadas.
As estirpes do vírus da gripe isoladas são caraterizadas antigénica +
e geneticamente, permitindo avaliar a sua semelhança com as 1 dos seguintes sintomas respiratórios:
estirpes vacinais e ainda monitorizar a ocorrência de mutações. ■ Tosse,
A população sob vigilância é constituída pelo somatório dos ■ Dor de garganta ou inflamação da mucosa nasal ou
utentes inscritos nas listas dos MS que estiveram “ativos” em faríngea sem sinais respiratórios relevantes,
determinada semana, i.e., que reportaram, pelo menos, 1 caso ■ Dificuldade respiratória.

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Serviços de Urgência/Obstetrícia A caraterização antigénica dos vírus da gripe é efetuada pela metodologia
A Rede dos Serviços de Urgência/Obstetrícia é operacionalizada pelos Servi- clássica de inibição de hemaglutinação e a caraterização genética é baseada
ços de Urgência Hospitalar e Serviços de Atendimento Permanente ou na sequenciação genómica do gene da hemaglutinina. Para a monitorização
similares dos Centros de Saúde do Serviço Nacional de Saúde. Participam na da suscetibilidade dos vírus da gripe aos antivirais inibidores da neuramini-
componente laboratorial que constitui um indicador precoce do início de dase (oseltamivir e zanamivir) é efetuada a pesquisa de marcadores
circulação do vírus da gripe em cada época de vigilância. Enviam para o moleculares de resistência e a caracterização fenotípica (determinação do
Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus IC50) em estirpes do vírus da gripe isoladas em cultura celular no Laborató-
Respiratórios no INSA, exsudados nasofaríngeos de doentes com suspeita rio Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus Respirató-
de gripe, para identificação e tipificação dos vírus da gripe e outros vírus rios.
respiratórios. Os casos são selecionados de acordo com a opinião do médi-
co tendo em conta a definição de caso de síndroma gripal usada pelo ECDC. Unidades de Cuidados Intensivos
Na época 2011/2012 foi realizado um estudo piloto com o objetivo de fazer
Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnósti-
a vigilância epidemiológica dos casos graves de gripe admitidos em Unida-
co da Gripe
des de Cuidados Intensivos de alguns hospitais. Participaram nesse ano 6
Rede ativada em 2009 pelo Despacho Ministerial nº 16548/2009, de 21 hospitais. Nas épocas seguintes, utilizando a metodologia testada, foi
de julho (Diário da República, 2ª série, nº 139: 28507), é atualmente possível estender a vigilância a mais hospitais.
constituída por 16 laboratórios, na sua maioria de hospitais do Continen-
te e Regiões Autónomas. Assegura a deteção e caraterização dos vírus da Hospitais participantes em 2018/2019:
gripe que estão na origem de casos mais graves de infeção respiratória Hospital Dr. Manoel Constâncio; Hospital do Divino Espírito Santo;
viral. A análise laboratorial envolve a utilização de métodos de biologia Hospital São José; Hospital Santa Marta; Hospital Curry Cabral; Hospital
molecular para a caraterização dos vírus da gripe em circulação na popu- dos Capuchos; Hospital D. Estefânia; Hospital de Cascais – Dr. José de
lação. Em colaboração com o laboratório de referência do INSA é efetua- Almeida; Hospital Amato Lusitano; Hospital Pêro da Covilhã; CUF Desco-
do o isolamento das estirpes do vírus da gripe e a sua caraterização bertas; Hospital de São Francisco Xavier; Hospital Egas Moniz; Hospital
antigénica e genética. A população sob vigilância é constituída pelos Professor Doutor Fernando Fonseca; Hospital da Senhora da Oliveira;
utentes com infeção respiratória, pertencentes à área de influência dos Hospital Beatriz Ângelo; Hospitais da Universidade de Coimbra; Hospital
hospitais ou laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o do Litoral Alentejano; Hospital Pulido Valente; Hospital de Santa Maria;
Diagnóstico da Gripe. Hospital São João; Hospital Vila Franca de Xira; Hospital de São Teotónio;
Participantes em 2018/2019: Hospital dos Lusíadas; Hospital Dr. Nélio Mendonça.

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. (Laboratório Nacio- Definição de caso:
nal de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios), Doentes admitidos nas Unidades de Cuidados Intensivos dos hospitais
Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E., Hospital de São João, E.P.E., participantes, com gripe confirmada laboratorialmente.
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E., Hospital Central do
Enfermarias
Funchal, E.P.E., Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada,
E.P.E.R., Hospital do Santo Espírito da Ilha Terceira, E.P.E.R., Centro Hos- Na época 2018/2019 foi iniciado a vigilância da gripe em Enfermarias.
pitalar de Lisboa Norte, E.P.E., Centro Hospitalar do Porto, E.P.E., Instituto
Hospitais participantes em 2018/2019:
Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil, E.P.E., Centro Hospi-
Hospital D. Estefânia e Hospital Pulido Valente.
talar da Cova da Beira, E.P.E., Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E., Centro
Hospitalar do Alto Ave, Hospital do Espírito Santo (Évora), Laboratório de Definição de caso:
Saúde Pública Dra. Laura Ayres (ARS Algarve), Centro Hospitalar de Vila Doentes internados com gripe confirmada laboratorialmente em enfer-
Nova de Gaia/Espinho, Unidade Local de Saúde da Guarda, Centro Hospi- marias (exclui doentes internados em cuidados intensivos).
talar Lisboa Ocidental, E.P.E.
Vigilância Diária da Mortalidade
Vigilância Laboratorial O VDM é um sistema de vigilância epidemiológica que pretende detetar e
O diagnóstico laboratorial do vírus da gripe e outros vírus respiratórios é estimar de forma rápida os impactes de eventos ambientais ou epidémi-
efetuado em amostras biológicas do trato respiratório superior (exsudado cos relacionados com excessos de mortalidade. Este sistema funciona
da nasofaringe) de doentes com SG. São utilizadas metodologias de diag- com base num protocolo de cooperação entre o INSA e Instituto de
nóstico molecular, nomeadamente a amplificação do genoma viral por Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, I.P. (IGFEJ) do Minis-
PCR em multiplex. tério da Justiça. Para isso, diariamente o IGFEJ envia de forma
Estas metodologias permitem a identificação dos tipos e subtipos do vírus automática o número de óbitos registados no dia anterior em
da gripe [A(H1)pdm09, A(H3), B(Yamagata), B(Victoria)] e a identificação todo o país. Esta componente pretende avaliar o impacte da
de outros vírus respiratórios [Rinovirus Humano (hRV), Vírus sincicial epidemia de gripe em termos de severidade.
respiratório (RSV), Coronavírus Humano (hCoV), Adenovirus (AdV),
Metapneumovirus Humano (hMPV) e Vírus Parainfluenza (PIV)].

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Definição de caso: delimitadas e/ou instituições (escolas, lares, etc.), permanecendo a


Óbito, por qualquer causa, de individuo residente em Portugal. taxa de incidência de SG abaixo ou na área de atividade basal.

Consultas por síndroma gripal Atividade gripal epidémica


Taxa de incidência de SG acima da área de atividade basal, associada
A monitorização semanal do número de consultas por síndroma
a uma confirmação laboratorial da presença de vírus da gripe.
gripal em cuidados de saúde primários complementa a
informação recolhida pelas Redes que compõem o Programa Atividade gripal epidémica disseminada
Nacional de Vigilância da Gripe (PNVG), ao permitir a análise por Taxa de incidência de SG, por mais de duas semanas consecutivas,
região de saúde e grupo etário. acima da área de atividade basal e com uma tendência crescente,
Os dados são disponibilizados pela plataforma SIM@SNS dos Serviços associada à confirmação da presença de vírus da gripe.
Partilhados do Ministério da Saúde, estando apenas disponíveis para Indicadores da intensidade da atividade gripal
Portugal Continental. Os dados publicados neste boletim são atualizados,
semanalmente, às quintas-feiras. A intensidade da atividade gripal é definida com base em toda a
informação de vigilância recolhida através das várias fontes de dados
Os limiares de intensidade são definidos usando o método Moving Epidemic
e é avaliada, tendo em consideração a informação histórica nacional
Method (MEM), tendo sido definidos os seguintes níveis de atividade: basal, sobre a gripe, segundo o método MEM.
baixa, moderada, elevada e muito elevada. A interpretação deste indicador
no âmbito da vigilância da gripe necessita da integração de outros Ausência
indicadores do PNVG, nomeadamente, indicadores virológicos. Nível de atividade gripal caraterizado por uma taxa de incidência de
SG abaixo ou na área de atividade basal.
Definição de caso
Consulta em cuidados de saúde primários ocorrida em Portugal Continental Baixa
e codificada com código R80 (segunda versão da Classificação Internacional Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e
para os Cuidados de Saúde Primários). correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG superior à
área de atividade basal e inferior ou igual a 73,0/105.
Definições utilizadas
Moderada
Época de Gripe
Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e
Definida como o período de tempo de aproximadamente 33 semanas que
correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG superior a
decorre entre a semana 40 de um determinado ano (início de outubro) e a
73,0/105 e inferior ou igual a 126,4/105.
semana 20 do ano seguinte (meados de maio).
Elevada
Área de atividade basal Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e
Designada também por área de atividade basal, constitui o intervalo de correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG superior
valores da taxa de incidência correspondente a uma circulação esporádica 126,4/105 e inferior ou igual a 161,0/105.
de vírus da gripe. Permite definir períodos epidémicos, comparar as
epidemias anuais em função da sua intensidade e duração e determinar o Muito Elevada
impacte dessas epidemias na comunidade. Foi estimada utilizando o Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e
método MEM. correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG superior
161,0/105.
Atividade gripal
Definida pelo grau de intensidade da ocorrência da doença, medido pela Indicadores da tendência da atividade gripal
estimativa semanal da taxa de incidência de SG e do seu posicionamento Estável
relativo à área de atividade basal, e pelo número de vírus circulantes Os últimos três valores da taxa de incidência não se encontram em
detetados. tendência crescente nem decrescente.
Indicadores de dispersão geográfica da atividade Crescente
gripal Os últimos três valores encontram-se em tendência crescente.
Ausência de atividade gripal Decrescente
Pode haver notificação de casos de SG mas a taxa de incidência permanece Os últimos três valores encontram-se em tendência decrescente.
abaixo ou na área de atividade basal, não havendo a confirmação
laboratorial da presença do vírus da gripe.
Proporção de doentes com gripe admitidos em
Atividade gripal esporádica Unidades de Cuidados Intensivos
Casos isolados, confirmados laboratorialmente, de infeção por vírus da
gripe, associados a uma taxa de incidência de SG que permanece abaixo ou Proporção de doentes com gripe admitidos, em Unidades
na área de atividade basal. de Cuidados Intensivos (UCI) = número de admissões por gripe
Surtos locais confirmada, em UCI, na referida semana/número de admissões por
Casos agregados, no espaço e no tempo, de infeção por vírus da gripe qualquer causa, em UCI, na mesma semana x 100 (no boletim a
confirmados laboratorialmente. Atividade gripal localizada em áreas . proporção é expressa na forma de percentagem).

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