O fenômeno da inteligência, assunto já comentado anteriormente, ocorre no interior da
massa encefálica chamada cérebro que, por sua vez age através de milhões de neurônios que se interligam e se interagem. Explicação simplória, é verdade, mas o fato é que o cérebro, apesar de muito estudado e explorado, continua um mistério. Afinal, o cérebro é responsável por todo o metabolismo do corpo humano, seja voluntário ou involuntário. Além do mais, é o canal para outras tarefas “extraordinárias”. Por isso, a neurologia ainda é uma área menos conhecida do que, por exemplo, a cardiologia. O que não se discute é que o lado esquerdo cerebral é responsável pelo pensamento lógico, e o lado direito, pela criatividade, porém falta descobrir o que se sucede no plano extra- cerebral, quando acontecem fenômenos, tais como: telecinese (movimento expontâneo dos objetos, graças à força da mente); telepatia (comunicação ou leitura de pensamento); viagem astral ou visão remota (a mente “sai” do corpo e se transporta a um local desejado); vidência (a mente “viaja” ao futuro e pode antever acontecimentos, ou “vê” pessoas que teriam morrido) e assim por diante. Por sinal, foi dito por Pitágoras que a sede da alma seria a glândula pineal. Tendo ciência dessa realidade pouco comum, os médicos mais susceptíveis a estudos menos convencionais, admitem que há muito a ser desvendado no mencionado campo da neurologia. Todos sabem que o cérebro é uma máquina complexa, semelhante a um potentíssimo computador de memória com capacidade infindável. Somente ocorre a deterioração, quando o processo de envelhecimento tem início. É quando os neurônios começam a “morrer” e o corpo acompanha. Então, advém outra questão: por qual motivo essas faculdades extrasensoriais somente afloram em poucas pessoas, ou seja, por que seus cérebros seriam mais desenvolvidos do que outros de conformação anatômica idêntica? Fator genético? Mas, e se não houver nenhum componente hereditário? De onde, como e quando as habilidades psíquicas surgiram? Apregoam os místicos e outros estudiosos da mente, que para (re)adquirir esses dons, seria necessário treinar o próprio cérebro. O problema estaria na sistemática. Sabe-se que ondas, freqüências e outros tipos de vibrações, invisíveis, tracejam o espaço cujo desenho seria similar a uma teia de aranha. Há todo tipo de onda: de televisão, rádio, telefone, satélite, dentre outras menos corriqueiras. Todas se intercruzam. Por conseguinte, bastaria ao homem “treinar o seu cérebro” a fim de despertar suas potencialidades mentais? Através de técnicas ou metodologias apropriadas, o cérebro poderia começar a ver o que está fora do campo espectral normal, ou mesmo se acostumar com um tipo de visão que antes desconhecia, justamente por estar fora dos padrões habituais? Há uma história sobre isso, contando que na época do descobrimento da América, os índios do “Novo Mundo” levaram algum tempo para enxergar as caravelas de Cristóvão Colombo atracadas nas praias. A explicação foi que seus cérebros não conheciam a configuração de uma caravela, algo totalmente estranho, jamais visualizado em qualquer outro lugar. Somente após algum tempo é que, aos poucos, eles foram se acostumando com o inédito visual, graças talvez ao auxílio dos forasteiros que devem ter-lhes “ensinado, ou treinado a ver” os barcos ancorados. Seria esta uma boa prova de que o cérebro precisa primeiro decodificar qualquer imagem para depois identificá-la apropriada e coerentemente para ser devidamente compreendida? Quem sabe, seja por isso que alguns não conseguem “ver além”? Os cérebros dos médiuns congênitos, portanto, já teriam tal capacidade trazida de outras vivências? Será que, captando vibrações de imagens além da velocidade da luz, proveria essa faculdade? Novas concepções visuais surgiriam se assim o fosse? No mais, muito haverá de ser aprendido para ser apreendido pelo cérebro. Talvez quando compreender as entranhas cerebrais, o ser humano poderá estar capaz de desvendar muito de seus mistérios. O “conhece-te a ti mesmo” há de prevalecer.