Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RIBEIRO, Carlos Antonio Costa. Classe, Raça e Mobilidade Social No Brasil PDF
RIBEIRO, Carlos Antonio Costa. Classe, Raça e Mobilidade Social No Brasil PDF
INTRODUÇÃO
* Diversos colegas e alunos, com opiniões diferentes sobre o tema das cotas raciais e da
ação afirmativa no Brasil, leram este texto antes de sua publicação. Como a lista é grande,
faço apenas um agradecimento generalizado a todos. As críticas dos dois pareceristas
anônimos da revista Dados foram especialmente importantes à revisão final. Todas estas
leituras e comentários me ajudaram a melhorar o argumento do artigo. Como de praxe,
sou inteiramente responsável pelo resultado final.
DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Vol. 49, no 4, 2006, pp. 833 a 873.
833
Carlos Antonio Costa Ribeiro
834
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
ESTUDOS ANTERIORES
Alguns estudos dos anos 1940, 1950 e 1960 argumentavam que não ha-
via preconceito racial, mas sim de classe. Donald Pierson, por exem-
plo, afirmava que “não existem castas baseadas nas raças; existem so-
mente classes. Isto não significa que não existe algo que se possa cha-
835
Carlos Antonio Costa Ribeiro
Três hipóteses sobre a relação entre classe, raça e mobilidade social po-
dem ser observadas nessa literatura. A primeira é derivada do trabalho
de Pierson (1945) e sugere que “não haveria barreiras raciais fortes a
mobilidade ascendente, mas sim barreiras de classe”. A segunda é a de
Costa Pinto (1952) que pode ser formulada da seguinte maneira: a ex-
pansão da sociedade de classes vai levar a um aumento da mobilidade
836
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
Figura 1
837
Carlos Antonio Costa Ribeiro
838
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
839
Carlos Antonio Costa Ribeiro
lidade cruzando classe do pai com classe do filho. Mais adiante mostro
por que esta metodologia confunde os efeitos de raça e de classe de ori-
gem nas chances de mobilidade.
840
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
841
Carlos Antonio Costa Ribeiro
842
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
843
Carlos Antonio Costa Ribeiro
entre classe de origem (O) e de destino (D) variam entre os três grupos
de cor (C). Em seguida, analiso a associação entre origem de classe (O)
e transições educacionais (E), por um lado, e os impactos das qualifica-
ções educacionais adquiridas (E) e da origem de classe (O) sobre as
chances de mobilidade para as classes de destino (D), por outro lado.
Para cada uma destas etapas, utilizo modelos distintos.
A única diferença deste modelo (M2) para o primeiro (M1) é que o ter-
mo 8ijOD do primeiro é substituído por exp(yijNk). yij descreve um único
padrão de associação entre origem e destino e é multiplicado por Nk,
que define a variação por grupo de cor da força da associação entre O e
D. Se este modelo se ajustar melhor aos dados do que o anterior, pode-
mos concluir que a força da associação é diferente para cada grupo de
cor de acordo com o valor numérico de Nk.
log Fijk = µ + 8iO + 8jD + 8kC + 8ikOC + 8jkDC + 8ijOD + exp(yijNk) (M3)
844
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
Tendo em vista que inclinações entre -0,3 e + 0,3 são praticamente iguais
a zero, podemos definir as inclinações nas coordenadas i e j (2,1), (2,2),
(3,1) e (3,2) como sendo iguais a zero. Uma vez aplicada esta restrição,
845
Tabela 1
846
Estatísticas de Ajuste dos Modelos de Associação Aplicados à Tabela A do Anexo:
Tabelas de Mobilidade Intergeracional para Homens Brancos, Pardos e Pretos entre 25 e 64 anos de Idade
Brasil 1996 (N = 40.635 )
2 2
# Modelo L2 X2 df Bic Lm / L0 p
M3 Efeito tipo regressão das camadas 11,23 10,38 7 -63 0,1% 0,129
M4 Efeito tipo regressão das camadas+mu6 15,75 14,93 11 -101 0,1% 0,497
Tabela 2
Parâmetros de Interseção, Inclinação e Escore de Cor
para o Modelo 3 Estimado por Máxima Verossimilhança:
Tabela de Mobilidade para Homens Brancos, Pardos e Pretos
j
Parâmetros i 1 2 3
Interseção (:ij) 1 0,264 -0,670 1,569
2 0,055 0,887 -0,555
3 0,342 0,185 2,378
847
Carlos Antonio Costa Ribeiro
848
Tabela 3
Ajuste, Parâmetros Estimados e Desvios Padrões dos Modelos Logit Estimados para Cada uma das Transições Educacionais:
Homens entre 25 e 64 Anos, Brasil 1996
849
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
Constante -0,231 0,038 -0,323 0,045 -1,491 0,057 -0,278 0,088 -0,929 0,113 1,653 0,219
Fonte: Elaboração do autor a partir dos modelos estimados com base nos dados da PNAD (1996).
Carlos Antonio Costa Ribeiro
versão melhora bastante o ajuste do modelo, como fica claro pelo valor
do pseudo R2 na Tabela 4. Os efeitos de imobilidade e de associação
uniforme (UA) diminuem quando incluímos raça e anos de educação.
A vantagem dos brancos é mais acentuada para entrar na classe 1 do
que na 2 e 3; e cada ano de educação tem um efeito positivo aumentan-
do as chances de mobilidade ascendente. A interpretação detalhada do
modelo será feita mais adiante.
Esta maior proporção de pretos e pardos com origem nas classes baixas
e brancos com origens na classe alta se reflete no destino de classe, as
ocupações, em que os indivíduos se encontram contemporaneamente.
Em 1996, 56% dos pretos, 48% dos pardos e 43% dos brancos eram tra-
balhadores manuais urbanos (classe também muito pobre). No topo há
mais brancos e menos pretos e pardos. Em 1996, 18% dos brancos eram
profissionais e pequenos empresários, e apenas 7% de pardos e 5% de
pretos tinham esta posição de classe.
850
Tabela 4
Modelos Logit Multinomiais em Forma Condicional para Probabilidades de Entrar em Quatro Estratos Ocupacionais em 1996
Homens entre 25 e 64 Anos, Brasil
851
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
Efeito das Classes de Origem (UA) 0,449 0,010 42,880 0,000 0,134 0,012 10,95 0,000
Efeito das Variáveis Independentes
Anos de Educação por Estrato 3 vs 4 0,214 0,006 37,46 0,000
(continua)
Tabela 4
852
Modelos Logit Multinomiais em Forma Condicional para Probabilidades de Entrar em Quatro Estratos Ocupacionais em 1996
Homens entre 25 e 64 Anos, Brasil (continuação)
Modelos Logit Multinomial Condicional
Modelo de Associação Quase Uniforme Modelo de Associação Quase Uniforme
Ajustes do Modelo
com Variáveis Independentes (Raça e
Anos de Educação)
Anos de Educação por Estrato 2 vs 4 0,405 0,007 62,05 0,000
Carlos Antonio Costa Ribeiro
Os dois primeiros gráficos das linhas dois e três indicam que não há di-
ferença nas chances relativas de mobilidade ascendente entre pretos,
pardos e brancos cujos pais estavam nas classes mais baixas. Estes grá-
ficos comparam as chances relativas de filhos de trabalhadores rurais e
de trabalhadores manuais urbanos experimentarem mobilidade as-
cendente para as classes de profissionais e trabalhadores não-manuais
urbanos. Em nenhuma destas comparações há diferença entre as chan-
ces relativas de mobilidade de homens pretos, pardos e brancos. Por
exemplo, independentemente de sua cor ou raça, os filhos de trabalha-
853
Carlos Antonio Costa Ribeiro
Figura 2
Log das Razões de Chances Observadas e Esperadas segundo Modelo M3 por
Escore de Cor
Destino
Origem Prof., Admin. e Prop. Trab. de Rotina, Téc. e Aut. Trab. Manual e Prop. Rurais
Trab. de Rotina, Téc. e Aut. Trab. Manual e Prop. Rurais Trab. Rurais
4
Prof., Admin. e Prop.
Trab. de Rotina, Téc. e Aut. Log-razão-de-chances
-2
4
Log-razão-de-chances
-2
0,0 0,5 1,0 0,0 0,5 1,0 0,0 0,5 1,0
4
Log-razão-de-chances
-2
Nota: As linhas em cada gráfico mostram a razão de chances esperada, os pontos mostram a razão de
chances observada. O círculo aberto representa os pretos, o círculo fechado representa os pardos, e o
triângulo representa os brancos.
Fonte: Elaboração do autor a partir dos modelos estimados com base nos dados da PNAD (1996).
dores manuais urbanos têm 1,3 vezes mais chances de chegar à classe
de profissionais do que filhos de trabalhadores rurais. Em suma, as
chances de mobilidade ascendente de pessoas com origens nas classes
mais baixas são inteiramente determinadas pela origem de classe e a
cor da pele não tem relevância. Não há desigualdade racial nas chances
de mobilidade ascendente de pessoas com origem nas classes baixas.
854
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
855
Carlos Antonio Costa Ribeiro
856
Gráfico 1
Efeitos de Origem de Classe e Cor sobre Log das Chances de Fazer
Transições Educacionais para Homens em 4 Coortes de Idade, Brasil
3
2,5
1,5
Parâmetros Es timados
0,5
-0,5
entrou na escola completou 1a série completou 8a série completou ensino médio entrou na universidade completou a universidade
Trans iç ões Educ ac ionais
857
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
Fonte: Elaboração do autor a partir dos modelos estimados com base nos dados da PNAD (1996).
Carlos Antonio Costa Ribeiro
858
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
859
Gráfico 2
860
Chances Estimadas de Homens Brancos e Negros se Tornarem Trabalhadores Manuais ao Invés de Trabalhadores Rurais por Anos de
Escolaridade (Modelo 2 – Tabela 4), Brasil 1996
60
50
Carlos Antonio Costa Ribeiro
40
Logit branco
30
Logit negro
Chances Relativas
20
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Anos de Escolaridade
Fonte: Elaboração do autor a partir dos modelos estimados com base nos dados da PNAD (1996).
Gráfico 3
Chances Estimadas de Homens Brancos e Negros se Tornarem Profissionais ou Administradores
ao Invés de Trabalhadores Rurais por Anos de Escolaridade
(Modelo 2 – Tabela 4), Brasil 1996
Fonte: Elaboração do autor a partir dos modelos estimados com base nos dados da PNAD (1996).
861
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
Carlos Antonio Costa Ribeiro
CONCLUSÕES
862
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
863
Carlos Antonio Costa Ribeiro
864
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
865
Carlos Antonio Costa Ribeiro
NOTAS
1. Utilizo a categoria não-branco para enfatizar que a soma de pretos e pardos é antes
uma necessidade metodológica do que uma escolha política ou com alguma funda-
mentação teórica.
2. Há casos de análise conjunta de todas as transições em um único modelo, mas para os
dados brasileiros isso ainda não foi feito.
3. Sobre este assunto, veja a crítica de Cameron e Heckman (1998) a metodologia de
Mare (1980; 1981).
4. Veja Tabela A anexa.
5. Tendo em vista que a diferença entre pretos e pardos não é estatisticamente significa-
tiva, ela não foi incluída neste modelo, ou seja, trabalhei com a diferença entre bran-
cos e não-brancos (pretos + pardos). A variável anos de educação completos varia en-
tre 0 e 15 anos.
6. Conclusões sobre discriminação com base em estudos estatísticos como o que apre-
sento neste artigo não são inequívocas. Pode haver uma série de outros fatores que
levem ao padrão de desigualdade racial que apresento aqui. Uma alternativa inte-
re s s a n t e p a r a e s t u d a r d i re t a m e n t e a d i s c r i m i n a ç ã o s ã o e s t u d o s q u a-
se-experimentais. Para uma discussão metodológica a partir do caso nor-
te-americano, ver Pager (2003).
7. Agradeço ao parecerista anônimo de Dados por ter me alertado para estes pontos.
8. Mais uma vez agradeço ao parecerista anônimo de Dados por me alertar para este
ponto.
866
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, T. (1996), As Elites de Cor numa Cidade Brasileira: Um Estudo de Ascensão Social,
Classes Sociais e Grupos de Prestígio. Salvador, Edufba.
BREEN, R. (1994), “Individual Level Models for Mobility Tables and Other
Cross-Classifications”. Sociological Methods & Research, vol. 23, no 2, pp. 147-173.
CAILLAUX, E. L. (1994), “Cor e Mobilidade Social no Brasil”. Estudos Afro-Asiáticos, no
26.
CAMERON, S. e HECKMAN, J. (1998), “Life Cycle Schooling and Dynamic Selection
Bias: Models and Evidence for Five Cohorts of American Males”. Journal of Political
Economy, vol. 106, pp. 262-333.
CARDOSO, F. H. e IANNI, O. (1960), Cor e Mobilidade Social em Florianópolis: Aspectos das
Relações entre Negros e Brancos numa Comunidade do Brasil Meridional. São Paulo, Com-
panhia Editora Nacional (Coleção Brasiliana, vol. 307).
CARVALHO, A. P. e NERI, M. C. (2000), “Mobilidade Ocupacional e Raça: Origens, Des-
tinos e Riscos dos Afro-Brasileiros”. Ensaios Econômicos, no 392, EPGE/Fundação Ge-
tulio Vargas Editora.
COSTA PINTO, L. (1952), O Negro no Rio de Janeiro: Relações de Raça numa Sociedade em Mu-
dança. São Paulo, Companhia Editora Nacional.
COSTA RIBEIRO, Carlos Antonio. (no prelo), Estrutura de Classe e Mobilidade Social no
Brasil. Bauru, Edusc.
DiPRETE, T. e GRUSKY, D. (1990), “Structure and Trend in the Process of Stratification
for American Men and Women”. American Journal of Sociology, vol. 96, pp. 107-143.
ERICKSON, R. e GOLDTHORPE, J. (1993), The Constant Flux: A Study of Class Mobility in
Industrial Nations. Oxford, Clarendon Press.
FERNANDES, D. (2005), “Estratificação Educacional, Origem Socioeconômica e Raça no
Brasil: As Barreiras de Cor”. Prêmio IPEA 40 Anos-IPEA-CAIXA 2004 (Monografias
Premiadas), Brasília, IPEA.
FERNANDES, Florestan. (1965), A Integração do Negro na Sociedade de Classes. São Paulo,
Companhia Editora Nacional.
FREYRE, Gilberto. (1973) [1933], Casa-Grande & Senzala. Rio de Janeiro, José Olympio.
GANZEBOOM, Harry e TREIMAN, Donald. (1996), “Internationally Comparable Mea-
sures of Occupational Status for the 1988 International Standard Classification of
Occupations”. Social Science Research, vol. 25, pp. 201-239.
GOODMAN, Leo e HOUT, M. (1998), “Statistical Methods and Graphical Displays for
Analyzing How the Association Between Two Qualitative Variables Differs Among
Countries, Among Groups or Over Time: A Modified Regression-Type Approach”.
Sociological Methodology, vol. 28, pp. 175-230.
HASENBALG, Carlos. (1979), Discriminação e Desigualdades Raciais no Brasil. Rio de Janei-
ro, Graal.
. (1988), “Raça e Mobilidade Social”, in C. Hasenbalg e N. V. Silva (eds.), Estrutura
Social, Mobilidade e Raça. Rio de Janeiro, Iuperj/Vértice.
867
Carlos Antonio Costa Ribeiro
HASENBALG, Carlos e SILVA, Nelson do Valle (eds.). (1988), Estrutura Social, Mobilidade
e Raça. Rio de Janeiro, Iuperj/Vértice.
HASENBALG, Carlos e SILVA, Nelson do Valle. (1992), Relações Raciais no Brasil Contem-
porâneo. Rio de Janeiro, Rio Fundo Editora.
LOGAN, J. A. (1983), “A Multivariate Model for Mobility Tables”. American Journal of So-
ciology, vol. 89, no 2, pp. 324-349.
MARE, R. (1980), “Social Background and School Continuation Decisions”. Journal of the
American Statistical Association, vol. 75, pp. 295-305.
PAGER, Devah. (2003), “The Mark of Criminal Record”. American Journal of Sociology,
vol. 108, no 5, pp. 937-975.
PIERSON, D. (1945), Brancos e Pretos na Bahia: Estudo de Contato Racial. São Paulo, Compa-
nhia Editora Nacional (Coleção Brasiliana, vol. 241).
POWERS, Daniel e XIE, Yu. (2000), Statistical Methods for Categorical Data Analysis. New
York, Academic Press.
868
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
869
ANEXO
870
TABELA A
Tabela Cruzando Origem de Classe (O) por Destino de Classe (D) por Cor (C)
para Homens entre 25 e 64 Anos de Idade, Brasil 1996
3 Trab. Manuais e Pq. Empregadores Rurais 1.157 1.590 3.632 357 6.736
4 Trabalhadores Rurais 946 1.655 4.905 3.514 11.020
Total 4.094 4.861 9.713 3.977 22.645
871
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
4 VIIb - Trabalhadores Manuais Rurais 2.2 (1.6) 2.2 (1.6) 240.9 (72.42) 244.34 (61.4)
Total 6,7 5,7 710,9 715,0
Coeficiente de Associação (Eta ao quadrado) 0,45 0,38 0,25 0,20
TABELA C
872
Distribuições de Classes de Origem e de Destino, e Índices de Mobilidade Absoluta para Homens
Brancos, Pardos e Pretos entre 20 e 64 Anos de Idade, Brasil 1996
2 Trab. de Rot. Não-man., Téc. e Propr. s/ Empreg. 12,7 21,5 8,8 17,1 6,8 13,7
3 Trab. Manuais e Pq. Empregadores Rurais 29,7 42,9 26,3 48,1 34,9 56,1
4 Trabalhadores Rurais 48,7 17,6 61,3 28,2 56,1 25,0
Índices de Mobilidade Absoluta Brancos Pardos Pretos
(%) (%) (%)
Mobilidade Total 59 54 50
Mobilidade Ascendente 49 45 43
Mobilidade Descendente 10 9 7
Razão Mob. Asc./Mob. Desc. 5 para 1 5 para 1 6 para 1
Dissimilaridade entre Origem e Destino 31 33 31
Fonte: PNAD (1996).
Classe, Raça e Mobilidade Social no Brasil
ABSTRACT
Class, Race, and Social Mobility in Brazil
RÉSUMÉ
Classe, Race et Mobilité Sociale au Brésil
D a n s c e t a r t i c l e , o n é t u d i e l e s d i ff é re n t i e l s d e m o b i l i t é s o c i a l e
intergénérationnelle et de scolarité entre Blancs, Mulâtres et Noirs. On cherche
à examiner les inégalités de chances en ce qui concerne la mobilité sociale et les
transitions dans l'éducation. Selon les résultats obtenus, chez les personnes
d'origine sociale plus défavorisée l'inégalité de chances est marquée
significativement par les différences raciales, tandis que chez les classes plus
favorisées les différences raciales jouent moins sur leurs chances de mobilité
sociale. On suggère que les théories de stratification par race et par classe
sociale au Brésil méritent d'être repensées en tenant compte des interactions ici
observées entre race et classe.
873