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Funções Reais de Uma Variável Real - Eliete Maria Gonçalves e Vanilda Miziara PDF
Funções Reais de Uma Variável Real - Eliete Maria Gonçalves e Vanilda Miziara PDF
São Paulo
2008
©Pró-Reitoria de Graduação, Universidade Estadual Paulista, 2008.
CDD 515.83
Reitor
Marcos Macari
Vice-Reitor
Herman Jacobus Cornelis Voorwald
Chefe de Gabinete
Kléber Tomás Resende
Pró-Reitora de Graduação
Sheila Zambello de Pinho
Pró-Reitora de Pós-Graduação
Marilza Vieira Cunha Rudge
Pró-Reitor de Pesquisa
José Arana Varela
Pró-Reitor de Administração
Julio Cezar Durigan
Secretária Geral
Maria Dalva Silva Pagotto
COMISSÃO EXECUTIVA
APOIO TÉCNICO
Ivonette de Mattos
José Welington Gonçalves Vieira
PROJETO GRÁFICO
PROGRAMA DE APOIO
À PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO
Exemplos:
FIGURA 1
13
Define-se, em geral, uma função f de A em B mediante uma lei que
associa a cada elemento de A um único elemento de B, através da
seguinte notação:
f :A → B
.
x y = f(x)
A representação gráfica é apresentada na Figura 1.
FIGURA 2
Nomenclatura e notações
Igualdade de funções
Dadas duas funções f e g , diz-se que f = g se, e somente se, são sa-
tisfeitas as condições: D(f ) = D(g ) = A e f (x ) = g (x ) f(x) = g(x), pa-
ra todo x do domínio.
FIGURA 3
FIGURA 4
Exemplos:
Definições e Gráficos
FIGURA 5
FIGURA 6
O eixo Ox é chamado eixo das abscissas e o eixo Oy, eixo das or-
denadas. O plano, munido do sistema aqui descrito é, usualmente,
chamado plano coordenado ou, simplesmente, plano Oxy.
São dadas, nos sub-itens seguintes, algumas definições importantes
sobre funções reais de uma variável real, isto é, funções do tipo:
f :A ⊆ R → B⊆ R
,
x y = f (x)
com representações geométricas no plano coordenado.
Gráfico de uma função f. Uma vez que a função f pode ser repre-
sentada por um conjunto de pares ordenados, seu gráfico é um sub-
conjunto de R 2 , isto é,
Gr (f ) = {(x , y ) / x ∈ D(f ) e y = f (x )} ,
ou, equivalentemente,
Gr (f ) = {(x , f (x )) / x ∈ D(f )} .
O conjunto domínio da função está situado no eixo das abscissas do
plano coordenado (Ox) e o contradomínio, no eixo das ordenadas
(Oy). A cada x em D(f), corresponde um único número real
y = f (x ) , o qual é um elemento do conjunto Im(f) (Figura 7).
20
FIGURA 7
Lembrando que uma relação f é uma função se, e somente se, a ca-
da elemento x de seu domínio corresponde um único y, conclui-se
que para que um gráfico represente uma função, somente um ponto
(x, y ) do gráfico pode ter abscissa x (Figura 7). Logo, cada reta ver-
tical intercepta o gráfico de f em apenas um ponto.
Alguns exemplos de gráficos que não representam funções: circun-
ferências, elipses e parábolas com eixo de simetria horizontal (Figu-
ra 8).
FIGURA 8
21
Zeros e sinais de funções
FIGURA 9
FIGURA 10
FIGURA 11
( )
Exemplo: seja f ( x ) = x ⋅ x 2 − 1 . Para algum a < 0, determine o sinal
de f (−1 + a ) ⋅ f (0,3) . Em seguida, verifique se existe algum zero de
f no intervalo [− 1 + a;0,3] .
Tem-se:
23
( 2
) ( 2
f (−1 + a ) = (−1 + a ) ⋅ (−1 + a ) − 1 = (−1 + a ) ⋅ 1 − 2 ⋅ a + a − 1 = )
= a ⋅ (a − 1) ⋅ (a − 2 ) ;
( )
por outro lado: f (0,3) = 0,3 ⋅ 0,32 − 1 = 0,3 ⋅ (0,09 − 1) .
Assim, vem:
f (−1 + a ) ⋅ f (0,3) = a ⋅ (a − 1) ⋅ (a − 2) ⋅ 0
,3 ⋅ (0,09 − 1) ,
<0 <0 <0 >0 <0
ou seja, f (−1 + a ) ⋅ f (0,3) > 0 .
Observou-se, acima, que f (−1 + a ) < 0 e que f (0,3) < 0 , ou seja, a
função f não muda de sinal no intervalo [− 1 + a;0,3] . Assim, a fun-
ção pode não ter zeros neste intervalo ou, se tiver, terá um número
par de zeros no intervalo, isto é, dois zeros, no caso da função estu-
dada. É fácil ver, neste exemplo, que os zeros de f são os números
reais -1, 0 e 1 e que os dois primeiros pertencem ao intervalo
[− 1 + a;0,3] .
Função composta
FIGURA 12
24
Observações: a composição de g com f , denotada por g f , é lida
g composta com f ou, então, g bola f . Não se trata, evidentemen-
te, do produto de g por f , denotado por g ⋅ f . Além disso, como se
mostrará no Exemplo 2, tem-se, em geral, que (g f )(x ) ≠ (f g )(x ) ,
ou seja, g composta com f é diferente, em geral, de f composta
com g .
FIGURA 13
Exemplos:
FIGURA 14
FIGURA 15
2) Considerem-se as funções
f :R → R g:R → R
e .
x f (x ) = x + 1 x g(x ) = x 3
Tomando, por exemplo, x = 1, tem-se:
( )
(f g )(1) = f (g(1)) = f 13 = f (1) = 1 + 1 = 2 .
Equivalentemente, pode-se fazer:
(f g )(x ) = f (g(x )) = f (x 3 ) = x 3 + 1 ∴ (f g )(x ) = x 3 + 1
e, portanto, vem:
(f g )(1) = 13 + 1 = 2 ,
valor esse obtido através da composição de f e g .
Por outro lado, considerando-se, novamente, x = 1, tem-se:
(g f )(1) = g(f (1)) = g(1 + 1) = g(2) = 23 = 8 .
Observe que a composição de g com f é dada por:
(g f )(x ) = g(f (x )) = g(x + 1) = (x + 1)3 ∴ (g f )(x ) = (x + 1)3 ,
26
ou seja,
(g f )(1) = (1 + 1)3 = 23 = 8 .
Esse exemplo deixa claro que, em geral, tem-se
(g f )(x ) ≠ (f g )(x ) .
FIGURA 16
Exemplos:
1) Se f (x ) = 2 ⋅ x 2 + 3 , então:
27
2 2
f (− x ) = 2 ⋅ (− x ) + 3 = 2 ⋅ x + 3 = f (x ) ∴ f é par.
FIGURA 17
2) Se g(x ) = 3 ⋅ x 5 − 2 ⋅ x 3 , então:
g(− x ) = 3 ⋅ (− x )5 − 2 ⋅ (− x )3 = −3 ⋅ x 5 + 2 ⋅ x 3 = g (x ) ∴ g é ímpar.
3) Se h (x ) = 3 ⋅ x 4 − 5 ⋅ x + 1 , então:
h (− x ) = 3 ⋅ (− x )4 − 5 ⋅ (− x ) + 1 = 3 ⋅ x 4 + 5 ⋅ x + 1 ∴ h não é par,
nem ímpar, já que não satisfaz nenhuma das duas definições.
FIGURA 18
FIGURA 19
Função bijetora
FIGURA 20
É fácil ver que uma função que é sempre crescente ou sempre de-
crescente em seu domínio é injetora. A Figura 21 mostra uma fun-
ção que não é injetora, nem sobrejetora.
Quando a função é, ao mesmo tempo, injetora e sobrejetora, diz-se
que ela é bijetora. Assim, uma função é bijetora quando cada ele-
mento do contra-domínio é imagem de um único elemento de seu
domínio.
30
FIGURA 21
Função inversa
FIGURA 22
31
Logo, como conseqüência imediata, tem-se que o domínio de f
passa a ser a imagem de f −1 e a imagem de f torna-se o domínio de
( ) ( )
f −1 : D f −1 = Im(f ) e Im f −1 = D(f ) (Figura 22).
Para se determinar analiticamente a inversa de uma função dada f ,
utiliza-se o seguinte procedimento:
• isola-se a variável x na expressão dada de f ;
• troca-se y por x e x por y.
Os gráficos de f e de f −1 são simétricos em relação à reta y = x.
Exemplos:
FIGURA 23
32
x −1
Logo, a função inversa da função dada é: y = f −1 ( x ) = . Os
2
gráficos de f e de f −1 são indicados na Figura 23.
FIGURA 24
Os gráficos de f (com a nova restrição do domínio) e de f −1 são
mostrados na Figura 25.
FIGURA 25
34
3) Para uma dada função inversível y = f(x), explicar o que signifi-
( )
cam as notações: f −1 (x ) , f x −1 e [f (x )]−1 . É verdadeira a afirma-
( )
ção: f −1 (x ) = f x −1 = [f (x )]−1 ?
Os significados das notações são:
• f −1 (x ) denota a função inversa da função f (x ) ;
( )
• f x −1 denota a imagem, pela função f , do inverso de x. Ou seja,
Observações:
1) Quando b = 0, tem-se f (x ) = a ⋅ x , que é chamada função linear.
2) Quando a = 0, tem-se f (x ) = b , que associa a cada valor da variá-
vel x a mesma imagem b. Essa função é chamada função constante.
Exemplos:
FIGURA 1
FIGURA 2
FIGURA 3
FIGURA 4-(a)
π
Se a < 0, então tgα < 0 , ou seja, o ângulo α é tal que <α<π ea
2
função f (x ) = a ⋅ x + b é decrescente (Figuras 5-(a) e 5-(b)).
FIGURA 4-(b)
FIGURA 5-(a)
40
FIGURA 5-(b)
FIGURA 6
Observações:
FIGURA 7
42
2) Analisando-se, agora, os gráficos apresentados na Figura 5, em
que se tem a < 0 , ou seja, função decrescente, observa-se que, to-
b
mando-se valores de x maiores do que o zero da função x = − ,
a
tem-se y < 0 , isto é, os valores de y têm o mesmo sinal do coefici-
ente a. Por outro lado, tomando-se valores de x menores do que
b
x = − , tem-se y > 0 , isto é, os valores de y têm o sinal contrário
a
ao do coeficiente a. O diagrama da Figura 8 mostra essas conclu-
sões.
FIGURA 8
FIGURA 9
Exemplos:
FIGURA 10
FIGURA 11
FIGURA 12
FIGURA 13
FIGURA 14
Observações:
1) Uma reta r paralela ao eixo das ordenadas é tal que todos os seus
pontos (x , y ) têm a mesma abscissa x = k e, portanto, esta é sua e-
46
quação. Essa reta pode estar à direita ou à esquerda do eixo Oy, de-
pendendo de k ser positivo ou negativo, ou pode ser coincidente
com este eixo, se k = 0, conforme mostra a Figura 14. É importante
destacar que a equação x = k não representa uma função do 1o grau.
Na verdade, não representa sequer uma função, pois, para um mes-
mo valor de x, há infinitos valores de y, como se vê nos gráficos da
Figura 14.
1
2) A função y = f (x ) = não representa uma função do 1o grau,
x
pois pode ser escrita na forma y = f (x ) = x −1 , o que mostra que o
expoente da variável x é –1. Portanto, seu gráfico não é uma reta,
como mostra a Figura 15.
FIGURA 15
3 INEQUAÇÃO DO 1º GRAU
Exemplos:
1) Resolver a inequação x + 1 ≥ 0.
Resolver essa inequação significa determinar quais são os valores de
x para os quais se tem x + 1 ≥ 0. Isso equivale a estudar o sinal da
função y = x + 1, isto é, equivale a determinar quais os valores de x
tornam a função maior ou igual a zero. Lembrando que uma função
somente pode mudar de sinal quando seu gráfico intercepta o eixo
Ox, determina-se, primeiramente, o zero dessa função, para, em se-
guida, determinar os sinais que ela assume, como segue:
x + 1 − 0 x = −1 .
Então, a função y = x + 1 pode mudar de sinal apenas no ponto
x = −1 . Tomando-se qualquer valor de x menor do que –1, observa-
se que a função tem sinal negativo. Por exemplo, para x = −2 , tem-
se y = −2 + 1 = −1 < 0 . Da mesma forma, tomando-se qualquer valor
de x maior do que –1, observa-se que a função tem sinal positivo.
Por exemplo, para x = 1, tem-se y = 1 + 1 = 2 > 0 . Tem-se, assim, o
diagrama de sinais para a função y = x + 1 da Figura 1.
FIGURA 1
FIGURA 2
2⋅ x +1
3) Resolver a inequação ≤0.
3− x
É importante observar que não se trata, aqui, de resolver separada-
mente inequações com o numerador e o denominador da fração. O
que se procuram são os valores da variável x que tornem a fração
menor ou igual a zero. Levando-se em conta que o sinal de uma fra-
ção depende dos sinais de seu numerador e de seu denominador, é
preciso estudar, separadamente, os sinais das funções que compõem
a fração, para depois estudar o sinal do quociente dessas duas fun-
ções. Assim, tem-se:
49
• função do numerador: y = 2 ⋅ x + 1 . Repetindo o procedimento dos
exemplos anteriores, vem:
1
2 ⋅ x +1 = 0 x = − ;
2
logo, os sinais dessa função são os que se vêem na Figura 3.
FIGURA 3
FIGURA 4
FIGURA 5
Exemplos:
FIGURA 1
1 2
Os gráficos das funções y = x 2 , y = ⋅ x e y = 2 ⋅ x 2 são mostra-
2
dos na Figura 2. Observa-se que quanto maior for o valor de a, mais
"fechada" é a parábola e quanto mais próximo de zero for o valor de
a, mais "aberto" será o gráfico de f .
Pode-se verificar facilmente que a função f (x ) = a ⋅ x 2 é par, pois:
f (- x ) = a ⋅ (− x )2 = a ⋅ x 2 = f (x ) .
Uma interpretação geométrica interessante que há para a função
f (x ) = a ⋅ x 2 é que esta pode ser vista como a área de um quadrado
de lado = a ⋅ x , pois a área seria A = ( a ⋅x )
2
= a ⋅ x2 .
59
FIGURA 2
FIGURA 3
FIGURA 4
FIGURA 5
FIGURA 6
FIGURA 7
FIGURA 8
FIGURA 9
FIGURA 10
FIGURA 11
FIGURA 12
FIGURA 13
FIGURA 14
(3) Se ∆ < 0, a função não tem zeros reais, ou seja, a parábola não
intercepta o eixo Ox. O gráfico da Figura 9 mostra que, nesta situa-
ção, a função é positiva, para todo número real x, ou seja, a função
tem o mesmo sinal do coeficiente a, para todo x. Isso também ocorre
se a < 0, como mostra o gráfico da Figura 15.
Vê-se que a função é negativa, ou seja, tem o mesmo sinal de a, para
todo número real x. Tem-se, assim, o diagrama de sinais da Figura
16.
FIGURA 15
FIGURA 16
Exemplos:
FIGURA 17
• xV = −
(− 20) = − 5 .
4 ⋅ (− 3) 3
§ 5 2·
Assim, tem-se o ponto V¨ − , ¸ . O gráfico da função x = f (y )
© 3 3¹
dada é a parábola da Figura 18.
FIGURA 18
6 INEQUAÇÃO DO 2º GRAU
Exemplos:
FIGURA 1
74
Logo, os valores de x que tornam verdadeira a sentença
x 2 − 8 ⋅ x + 12 < 0 são aqueles que estão entre x = 2 e x = 6, ou seja,
o conjunto solução da inequação dada é:
S = {x ∈ R / 2 < x < 6} = (2,6 ) .
2) Resolver a inequação − 3 ⋅ x 2 − 11 ⋅ x + 4 ≤ 0 .
Devem-se determinar os valores de x que tornam verdadeira a sen-
tença − 3 ⋅ x 2 − 11 ⋅ x + 4 ≤ 0 , ou seja, deve-se estudar o sinal da fun-
ção y = −3 ⋅ x 2 − 11 ⋅ x + 4 , com o objetivo de determinar os valores
de x para os quais a função é menor ou igual a zero. Determinam-se,
assim, se existirem, os zeros dessa função, para, em seguida, deter-
minar os sinais que ela assume. Tem-se:
− 3 ⋅ x 2 − 11 ⋅ x + 4 = 0 ∆ = (− 11)2 − 4 ⋅ (− 3) ⋅ 4 = 169 ,
ou seja, essa equação do 2º grau tem duas raízes reais distintas:
1
x 1 = −4 e x 2 = . Então, a função y = −3 ⋅ x 2 − 11 ⋅ x + 4 muda de
3
sinal apenas nesses valores da variável x. Uma vez que o coeficiente
de x2 é a = -3 < 0, tem-se que a função será negativa para qualquer
1
valor de x menor do que -4 ou maior do que e será positiva para
3
1
qualquer valor de x entre -4 e . Tem-se, então, o diagrama da Fi-
3
gura 2.
FIGURA 2
FIGURA 3
FIGURA 4
FIGURA 5
2
Logo, com exceção do valor x = , todos os valores reais de x tor-
5
nam verdadeira a sentença 25 ⋅ x 2 − 20 ⋅ x + 4 > 0 . Portanto, o con-
junto solução da inequação dada é:
2½ § 2· §2 · 2½
S = ® x ∈ R / x ≠ ¾ = ¨ − ∞, ¸ ¨ ,+∞ ¸ = R − ® ¾ .
¯ 5¿ © 5¹ ©5 ¹ ¯5¿
FIGURA 6
14 3
-12 4
2
e, portanto, tem-se que:
14 = 3 ⋅ 4 + 2
® .
¯2 < 3
Com os polinômios, procede-se de forma análoga.
2 ⋅ x5 − 4 ⋅ x3 + 2 ⋅ x 2 − 5 ⋅ x −1 x3 − 5 ⋅ x + 2
2 ⋅ x5 − 4 ⋅ x3 + 2 ⋅ x2 − 5⋅ x −1 x3 − 5 ⋅ x + 2
− 2 ⋅ x 5 + 10 ⋅ x 3 − 4 ⋅ x 2 2 ⋅ x2
6 ⋅ x3 − 2 ⋅ x 2 − 5 ⋅ x −1
Obtém-se, assim, o primeiro resto: r1 (x ) = 6 ⋅ x 3 − 2 ⋅ x 2 − 5 ⋅ x − 1 ,
cujo grau é igual ao grau de g(x ) . Logo, continua-se a divisão. Di-
6 ⋅ x3
vide-se, agora, o termo 6 ⋅ x 3 por x 3 : = 6 . Multiplicando 6
x3
por g(x ) , verifica-se quanto falta para que o produto seja igual a
r1 (x ) :
2 ⋅ x5 − 4 ⋅ x3 + 2 ⋅ x2 − 5⋅ x −1 x3 − 5 ⋅ x + 2
− 2 ⋅ x 5 + 10 ⋅ x 3 − 4 ⋅ x 2 2⋅ x2 + 6
6 ⋅ x 3 − 2 ⋅ x 2 − 5 ⋅ x −1
− 6 ⋅ x3 + 30 ⋅ x − 12
− 2 ⋅ x 2 + 25 ⋅ x − 13
Obtém-se, assim, o segundo resto da divisão:
2
r2 (x ) = −2 ⋅ x + 25 ⋅ x − 13 . Como o grau de r2 (x ) é menor do que o
grau de g(x ) , a divisão está encerrada e tem-se:
°q(x ) = 2 ⋅ x 6 + 6
® .
°̄r (x ) = −2 ⋅ x 2 + 25 ⋅ x − 13
85
(c) Divisão por um binômio do 10 grau
4 ⋅ x4 − 3⋅ x3 + 2⋅ x +1 2 ⋅ x −1
− 4 ⋅ x4 + 2 ⋅ x3 2 ⋅ x3 −
1 2 1
⋅x − ⋅x +
7
− x3 + 2 ⋅ x +1 2 4 8
1 2
3
x − ⋅x
2
1
− ⋅ x2 + 2 ⋅ x +1
2
1 2 1
⋅x − ⋅x
2 4
7
⋅ x +1
4
7 7
− ⋅x +
4 8
15
8
Logo, tem-se:
3 1 2 1 7
°°q(x ) = 2 ⋅ x − 2 ⋅ x − 4 ⋅ x + 8
® .
°r (x ) = 15
°¯ 8
Calculando-se o zero do polinômio g , tem-se:
1
2 ⋅ x −1 = 0 x = ;
2
1
o valor numérico do polinômio f no ponto x = é:
2
86
4 3
§1· §1· §1· 1 1 1 1 15
f ¨ ¸ = 4 ⋅ ¨ ¸ − 3⋅ ¨ ¸ + 2 ⋅ +1 = 4 ⋅ − 3⋅ + 2 ⋅ +1 = =r.
© 2¹ ©2¹ © 2¹ 2 16 8 2 8
Isto é, o resto da divisão de f por g é igual ao valor numérico de f
calculado na raiz do divisor. Tem-se, assim, o seguinte teorema:
Caso particular:
"O resto da divisão de um polinômio f , com gr (f ) ≥ 1 , pelo poli-
nômio g(x ) = x − a é igual ao valor numérico de f em x = a ”.
Dados os polinômios:
°f (x ) = a n ⋅ x n + a n −1 ⋅ x n −1 + + a 1 ⋅ x + a 0 (a n ≠ 0 e n ≥ 1)
® ,
°̄g(x ) = x − a
quer-se determinar o quociente e o resto da divisão de f por g .
Como
gr (f ) = n gr (q ) = n − 1
® , tem-se que ® ,
¯gr (g ) = 1 ¯gr (r ) = 0 ou r = 0
ou seja, r é uma constante. Assim, tem-se:
q(x ) = b n −1 ⋅ x n −1 + b n −2 ⋅ x n −2 + b n −3 ⋅ x n −3 + + b 2 ⋅ x 2 + b1 ⋅ x + b 0
Então, vem:
f (x ) = (x − a ) ⋅ q(x ) + r =
(
= (x − a ) ⋅ b n −1 ⋅ x n −1 + b n −2 ⋅ x n −2 + + b 2 ⋅ x 2 + b1 ⋅ x + b 0 + r )
Efetuando-se a multiplicação indicada, obtém-se:
b n −1 ⋅ x n −1 + b n −2 ⋅ x n −2 + + b 2 ⋅ x 2 + b1 ⋅ x + b 0
x −a
b n −1 ⋅ x n + b n −2 ⋅ x n −1 + + b 2 ⋅ x 3 + b1 ⋅ x 2 + b 0 ⋅ x
− a ⋅ b n −1 ⋅ x n −1 −− a ⋅ b 2 ⋅ x 2 − a ⋅ b1 ⋅ x − a ⋅ b 0
b n −1 ⋅ x n + (⋅ b n −2 − a ⋅ b n −1 ) ⋅ x n −1 + + (⋅ b1 − a ⋅ b 2 ) ⋅ x 2 + (⋅ b 0 − a ⋅ b1 ) ⋅ x − a ⋅ b 0
+
an a n−1 a n−2
a2 a1 a0
a an a⋅
bn−1 + a n−1 a ⋅ bn−2 + a n−2 a ⋅ b2 + a 2 a ⋅ b1 + a1 a ⋅ b0 + a 0
bn−1 bn−2 bn−3 b1 b0 r
×
×
Assim, tem-se:
°q(x ) = 6 ⋅ x 4 − 6 ⋅ x 3 + 4 ⋅ x 2 − 4 ⋅ x + 8
® ;
°̄r (x ) = −11
Conforme se ressaltou anteriormente, tem-se:
f (− 1) = 6 ⋅ (− 1)5 − 2 ⋅ (− 1)3 + 4 ⋅ (− 1) − 3 = −6 + 2 − 4 − 3 = −11 = r .
FIGURA 1-(a)
FIGURA 1-(b)
92
FIGURA 2-(a)
FIGURA 2-(b)
93
FIGURA 3-(a)
FIGURA 3-(b)
(1) y = x 4
Observe que x = 0 é um zero de multiplicidade 4 desta função poli-
nomial. Sendo assim, o gráfico será tangente ao eixo Ox no ponto
P(0, 0), mas não o cruzará nesse ponto e em nenhum outro ponto, já
que y ≥ 0, para todo x. Tem-se, assim, o gráfico mostrado na Figura
4.
94
FIGURA 4
(2) y = (x − 1)3
Neste caso, tem-se que x = 1 é um zero de multiplicidade 3 da fun-
ção polinomial. Logo, o gráfico será tangente ao eixo Ox no ponto
P(1, 0), cruzando-o nesse ponto (Figura 5).
FIGURA 5
95
3
(3) y = x − 1
Uma maneira de saber quais são as raízes reais da função dada é fa-
torar o polinômio. Tem-se:
( )
x 3 − 1 = (x − 1) ⋅ x 2 + x + 1 .
Então, considerando-se a equação x 3 − 1 = 0 , vem:
( )
x 3 − 1 = 0 (x − 1) ⋅ x 2 + x + 1 = 0 x − 1 = 0 ou x 2 + x + 1 = 0 .
Da equação x − 1 = 0 , segue-se que x = 1 é uma raiz da equação
x 3 − 1 = 0 ; já a equação x 2 + x + 1 = 0 não possui raízes reais. Con-
clui-se, assim, que a função polinomial dada tem apenas a raiz real x
= 1, que é simples. O gráfico é mostrado na Figura 6.
FIGURA 6
8 FUNÇÃO POTÊNCIA
Exemplos:
FIGURA 1
FIGURA 2
FIGURA 3
99
Observações:
Exemplos:
1
1) Se n = 1, tem-se a função f (x ) = , cujo gráfico é a hipérbole
x
eqüilátera, apresentado na Figura 4. Aqui, tem-se
∗
D(f ) = Im(f ) = R .
1
2) Se n = 2, tem-se a função f (x ) = , cujo gráfico é apresentado
x2
na Figura 5. Aqui, tem-se D(f ) = R ∗ e Im(f ) = R + + .
100
FIGURA 4
FIGURA 5
101
1
3) Se n = 3, tem-se a função f (x ) = , cujo gráfico é apresentado
x3
na Figura 6. Aqui, tem-se D(f ) = Im(f ) = R ∗ .
FIGURA 6
Observações:
1
1) Se n é par, a função f (x ) = n
é par, pois, para todo x ∈ R ∗ ,
x
tem-se:
1 1
f (− x ) = n
= f (x ) .
=
xn
(− x )
Logo, seu gráfico é simétrico em relação ao eixo Oy, como se pode
ver na Figura 5.
1
2) Se n é ímpar, a função f (x ) = é ímpar, pois, para todo x ∈
xn
R ∗ , tem-se:
1 1
f (− x ) = n
= − n = −f (x ) .
(− x ) x
102
Logo, seu gráfico é simétrico em relação à origem do sistema de co-
ordenadas cartesianas ortogonais, como se pode ver nas Figuras 4 e
6.
1
3) É preciso observar que os gráficos das funções f (x ) = e
x
1
f (x ) = , embora tenham as mesmas características, não são i-
x3
guais, pois, tomando-se, por exemplo, x = 2 , tem-se, para a função
1 1 1
f (x ) = o valor e, para a função f (x ) = 3 , obtém-se o valor
x 2 x
1 1
. Para x = 8 , tem-se, para a primeira função, o valor , e, para a
8 8
1
segunda função, tem-se o valor . Vê-se, assim, que quando a
512
1
variável x cresce, os valores da função f (x ) = 3 são menores do
x
1 1
que os valores da função f (x ) = , ou seja, a função f (x ) = 3
x x
1
tende a zero “mais depressa” do que a função f (x ) = . Logo, o
x
1
gráfico de f (x ) = 3 é “mais achatado” do que o da função
x
1
f (x ) = , em relação ao eixo Ox.
x
1
(III) Se n é um número natural não nulo e p = , então, a função é
n
definida por:
f :A ⊂ R → R
1 .
x y = f (x ) = x n
Nesse caso, o domínio de f depende do número natural n.
Exemplos:
1
1) Se n = 2, tem-se a função f (x ) = x 2 = x . Logo, tem-se
D(f ) = Im(f ) = R + , como se pode constatar no gráfico apresentado
103
na Figura 7.
FIGURA 7
1
2) Se n = 3, tem-se a função f (x ) = x 3 = 3 x . Logo, tem-se
D(f ) = Im(f ) = R . O gráfico de f é apresentado na Figura 8.
FIGURA 8
FIGURA 9
(1) y = f ( x ) = x
Domínio: D(f ) = {x ∈ R / x ≥ 0} .
Paridade: observe que, se x ≥ 0, então -x ≤ 0. Assim, f (− x ) = − x
só está definido se x = 0; logo, no caso particular dessa função, não
é possível estudar a paridade.
Sinal: y = f ( x ) ≥ 0 , para todo x ≥ 0.
Gráfico: apresentado na Figura 10.
Imagem: a partir do gráfico de f , pode-se verificar que:
Im(f ) = {y ∈ R / y ≥ 0}.
Observe que, se x = 0 , então y = 0 , ou seja, (0,0 ) é o ponto de in-
terseção do gráfico de f com os eixos Ox e Oy. Um erro comum
que se comete é escrever a função y = x na forma: y 2 = x , com o
objetivo de eliminar a raiz quadrada. Entretanto, o gráfico que repre-
senta essa equação, apresentado na Figura 11, mostra que, para cada
105
x > 0 , há dois valores distintos de y, isto é, esse gráfico não repre-
senta uma função. Da relação y 2 = x obtêm-se duas funções:
y = x e y = − x , cujos gráficos são, respectivamente, o "ramo
superior" e o "ramo inferior" do gráfico da Figura 11.
FIGURA 10
FIGURA 11
FIGURA 12
(2) y = f1 ( x ) = f (− x ) = − x
Domínio: no caso dessa função, um erro comum que se comete é di-
zer que − x não existe. Deve-se observar que é preciso que o ra-
dicando seja não negativo, ou seja, o raciocínio a ser utilizado é: se -
x ≤ 0 , então − x ≥ 0 ; logo, o domínio de f1 é:
D(f1 ) = {x ∈ R / x ≤ 0}.
Paridade: a exemplo do que ocorre com a função f , não é possível
estudar a paridade de f1 , pois f1 (− x ) = − (− x ) = x , que está de-
finida somente para x = 0, já que todo x do domínio de f1 é tal que
x≤0.
Sinal: y = f1 ( x ) ≥ 0 , para todo x ∈ D(f1 ) .
Gráfico: representam-se, na Figura 13, para fins de comparação, os
gráficos de f e de f1 , os quais têm simetria em relação ao eixo Oy.
107
FIGURA 13
(3) y = f 2 ( x ) = 1 + f (x ) = 1 + x
Domínio: D(f 2 ) = D(f ) = {x ∈ R / x ≥ 0} .
Paridade: novamente, não é possível estudar a paridade da função
f2 .
Sinal: observando-se que, para todo x ≥ 0, tem-se que x ≥ 0 , se-
gue-se que y = f 2 ( x ) ≥ 1 , e, portanto, f 2 ( x ) > 0 .
Gráfico: na Figura 15, representam-se, para fins de comparação, os
gráficos de f e de f 2 .
Como f 2 ( x ) = 1 + f (x ) , isto é, somou-se uma unidade a f (x ) , o grá-
fico de f 2 é o gráfico de f deslocado de uma unidade no sentido
positivo do eixo Oy.
Imagem: a partir do gráfico, pode-se verificar que:
Im(f 2 ) = {y ∈ R / y ≥ 1} .
108
FIGURA 14
FIGURA 15
FIGURA 16
FIGURA 17
9 FUNÇÃO RACIONAL
Exemplos:
2 ⋅ x +1
1) A fração 3
é uma fração racional própria.
x + 3⋅ x −1
2 ⋅ x5 + 3⋅ x +1
2) A fração é uma fração racional imprópria, pois o
x3 + 2
grau do polinômio do numerador é maior do que o do denominador
e, portanto, é possível efetuar a divisão. Tem-se:
112
2 ⋅ x5 + 3 ⋅ x + 1 x3 + 2
− 2 ⋅ x5 − 4 ⋅ x2 2 ⋅ x2
− 4 ⋅ x 2 + 3 ⋅ x +1
1
3) Dada a função y = f ( x ) = , determinar, a partir dela, as funções
x
f1 ( x ) = −f ( x ) e f 2 ( x ) = f ( x + 1) . Estudar cada uma delas quanto ao
domínio, imagem, paridade, sinal, gráfico e inversa.
1
(1) y = f ( x ) =
x
A primeira observação a ser feita é que essa função não é linear. Es-
se engano é cometido, algumas vezes, porque o expoente da variável
x, aparentemente, é 1. Entretanto, x está no denominador, o que a-
carreta que seu expoente é –1, já que a função pode ser escrita na
forma y = x −1 . Assim, o gráfico de f não é uma reta.
Domínio: D(f ) = {x ∈ R / x ≠ 0} = R ∗
1 1
Paridade: f (− x ) = = − = −f ( x ) ; logo, f é uma função ím-
(− x ) x
par, o que significa que seu gráfico é simétrico em relação à origem
do sistema cartesiano.
Sinal: a função é diferente de zero, para todo x ≠ 0 ; além disso,
tem-se:
•x>0y>0
• x < 0 y < 0,
o que pode ser expresso através do diagrama da Figura 1.
113
FIGURA 1
FIGURA 2
1
(2) y = f1 ( x ) = −f ( x ) = −
x
Domínio: D(f1 ) = D(f ) = {x ∈ R / x ≠ 0} = R ∗
1 1
Paridade: f1 (− x ) = − = = −f1 ( x ) ; logo, f1 é uma função ím-
−x x
par e, assim como f , seu gráfico é simétrico em relação à origem.
Sinal: a função é diferente de zero, para todo x ≠ 0; além disso, tem-
se:
• x > 0 y1 < 0
• x < 0 y1 > 0,
o que pode ser expresso através do diagrama da Figura 3.
FIGURA 3
FIGURA 4
1 1
(3) y = f 2 ( x ) = f (x + 1) = =
(x + 1) x + 1
Domínio: D(f 2 ) = {x ∈ R / x ≠ −1} .
Paridade: observe que ∃ x ∈ D(f 2 ) tal que − x ∉ D(f 2 ) e, portanto,
não é possível estudar a paridade de f 2 .
Sinal: a função é diferente de zero, para todo x ≠ −1 ; para estudar
os sinais que a função assume, estuda-se o sinal do denominador, já
que o numerador é sempre positivo. Tem-se: x + 1 = 0 x = −1 ;
116
então:
• x > −1 y 2 > 0
• x < −1 y 2 < 0 ,
o que pode ser expresso através do diagrama da Figura 5.
FIGURA 5
FIGURA 6
FIGURA 7
1
Exercício proposto: dada a função y = f ( x ) = , determinar, a par-
x
tir dela, as funções f 3 ( x ) = f (− x ) e f 4 ( x ) = f ( x ) + 1 . Estudar cada
uma delas quanto ao domínio, imagem, paridade, sinal, gráfico e in-
versa.
10 MÓDULO DE UM NÚMERO REAL
FIGURA 1
§ ·
• se x = -2, como -2 < 0, tem-se que − 2 = −¨ − 2¸ = 2 .
, ¨,¸
x © x ¹
Propriedades:
FIGURA 1
FIGURA 2
FIGURA 3
FIGURA 4
FIGURA 5
127
2
Vê-se, então, que a função y = 2 ⋅ x − 5 ⋅ x − 3 é maior ou igual a
1 1
zero para x ≤ − ou x ≥ 3 , e que é negativa para − < x < 3 . Por-
2 2
tanto, a função f fica definida pelas seguintes sentenças:
2 1
°° 2 ⋅ x − 5 ⋅ x − 3 , se x ≤ − 2 ou x ≥ 3
f (x ) = ® .
°− 2 ⋅ x 2 + 5 ⋅ x + 3 , se − 1 < x < 3
¯° 2
FIGURA 6
(1) y = f ( x ) = x
Domínio: pela discussão anterior, tem-se: D(f ) = R .
Paridade: nesse caso, tem-se: f (− x ) = (− x ) = x = f ( x ) , isto é, f é
uma função par e, portanto, seu gráfico é simétrico em relação ao
eixo Oy.
Sinal: por definição, f (x ) ≥ 0 , ∀ x ∈ D(f).
Gráfico: pela definição de f , é fácil ver que seu gráfico compõe-se
de duas semi-retas: y = x , para x ≥ 0 e y = − x , para x < 0 , como
mostra a Figura 7.
FIGURA 7
129
Observe que, se x = 0 , então y = 0 , ou seja, (0,0 ) é o ponto de in-
terseção do gráfico de f com os eixos Ox e Oy.
Imagem: a partir do gráfico, pode-se verificar que:
Im(f ) = {y ∈ R / y ≥ 0}.
Inversa: verifica-se, pelo gráfico, que f não é injetora em seu domí-
nio, já que um mesmo y da imagem de f é imagem de dois valores
distintos de x. Logo, f não é bijetora em seu domínio e, portanto,
não admite inversa. Para que seja possível inverter a função, é preci-
so tomar CD(f) = Im(f), para que ela se torne sobrejetora; além dis-
so, é preciso fazer restrições em seu domínio, dividindo-o em dois
subconjuntos: R + e R − . Isso equivale a considerar duas outras fun-
ções:
y = g(x ) = x = x , se x ≥ 0 e y = h (x ) = x = − x , se x ≤ 0 .
Os gráficos dessas funções são, respectivamente, os ramos direito e
esquerdo do gráfico de f . Assim, em seus domínios, cada uma delas
é bijetora e pode ser invertida.
Inversas de g e h :
• g −1 (x ) = x , com:
( ) ( )
D g −1 = Im(g ) = {x ∈ R / x ≥ 0} e Im g −1 = D(g ) = {y ∈ R / y ≥ 0}
−1
• h (x ) = −x , com:
D(h −1 ) = Im(h ) = {x ∈ R / x ≥ 0} e Im(h −1 ) = D(h ) = {y ∈ R / y ≤ 0}
Observe que, além de se ter g(x ) = g −1 (x ) = x , seus domínios são
iguais e, portanto, essas funções são iguais, como se pode ver no
gráfico da Figura 8.
FIGURA 8
130
Já no caso de h e h −1 , apesar de se ter h (x ) = h −1 (x ) = − x , seus
domínios não são iguais, o que acarreta que essas funções não são
iguais, como se pode ver na Figura 9.
FIGURA 9
(2) y = f1 ( x ) = 1 + f (x ) = 1 + x
Domínio: D(f1 ) = D(f ) = R .
Paridade: nesse caso, tem-se: f1 (− x ) = 1 + (− x ) = 1 + x = f1 ( x ) , isto
é, f1 é uma função par, sendo, assim, seu gráfico simétrico em rela-
ção ao eixo Oy.
Sinal: pela definição de f1 , vê-se claramente que f1 (x ) ≥ 0 ,
∀ x ∈ D(f1 ) .
Gráfico: pela definição de f1 , tem-se:
1 + x , se x ≥ 0
y = f1 ( x ) = 1 + x = ®
¯1 − x , se x < 0
Logo, o gráfico de f1 é composto de duas semi-retas: y = 1 + x , para
x ≥ 0, e y = 1 − x , para x < 0. Representam-se, na Figura 10, os grá-
ficos de f e de f1 .
131
FIGURA 10
FIGURA 11
FIGURA 12
133
As funções g1 e g1−1 têm leis de definição diferentes, sendo, assim,
diferentes. Já h 1 e h 1−1 têm a mesma lei de definição, mas seus do-
mínios são diferentes e, portanto, elas são diferentes. As Figuras 11
e 12 mostram, respectivamente, os gráficos de g1 e g1−1 e de h 1 e
h 1−1 .
1) 3 ⋅ x + 1 = 5 ⋅ x − 7
A equação dada é resolvida usando-se a definição de módulo, isto é:
3 ⋅ x + 1 , se 3 ⋅ x + 1 ≥ 0
3⋅ x +1 = ® .
¯− (3 ⋅ x + 1) , se 3 ⋅ x + 1 < 0
Como se vê, há duas inequações do 1o grau a serem resolvidas.
Tem-se:
1
3⋅ x +1 = 0 x = − ;
3
o estudo de sinal da função linear y = 3 ⋅ x + 1 é apresentado na Fi-
gura 1.
FIGURA 1
Logo, tem-se:
1
• se x ≥ − 3 ⋅ x + 1 = 3 ⋅ x + 1 ;
3
1
• se x < − 3 ⋅ x + 1 = −(3 ⋅ x + 1) .
3
Resolvem-se, então separadamente, duas equações lineares:
1
• para x ≥ − , vem:
3
3⋅ x +1 = 5⋅ x − 7 x = 4 .
1
Como 4 > − , esse valor de x é uma solução da equação.
3
1
• para x < − , vem:
3
3
− (3 ⋅ x + 1) = 5 ⋅ x − 7 x = .
4
136
3 1
Como > − , esse valor de x não serve.
4 3
Portanto, a equação dada tem apenas a solução x = 4, ou seja,
S = {4} .
2) x + 1 = 2 ⋅ x + 3
Há, na equação proposta, dois módulos a se considerar:
x + 1 , se x + 1 ≥ 0 x + 1 , se x ≥ −1
x +1 = ® , ou: x + 1 = ®
¯− (x + 1) , se x + 1 < 0 ¯− (x + 1) , se x < −1
e
2 ⋅ x + 3 , se 2 ⋅ x + 3 ≥ 0
2⋅x +3 = ® , ou:
¯− (2 ⋅ x + 3) , se 2 ⋅ x + 3 < 0
3
°° 2 ⋅ x + 3 , se x ≥ − 2
2⋅x +3 = ® .
°− (2 ⋅ x + 3) , se x < − 3
°¯ 2
Na Figura 2 tem-se a representação gráfica dessa situação.
FIGURA 2
Logo, tem-se:
3 ° x + 1 = − x − 1
• se x < − ® − x − 1 = −2 ⋅ x − 3 x = −2 ,
2 °̄ 2 ⋅ x + 3 = −2 ⋅ x − 3
3
que é um valor de x menor que − e, portanto, é solução da equa-
2
ção dada;
• se
3 ° x + 1 = − x − 1 4
− ≤ x < −1 ® −x − 1 = 2 ⋅ x + 3 x = − ,
2 °̄ 2 ⋅ x + 3 = 2 ⋅ x + 3 3
3
que é um valor de x entre − e -1 e, portanto, é solução da equação
2
137
dada;
° x + 1 = x + 1
• se x ≥ −1 ® x + 1 = 2 ⋅ x + 3 x = −2 ,
°̄ 2 ⋅ x + 3 = 2 ⋅ x + 3
que é um valor de x menor que -1 e, portanto, não serve para essa si-
tuação (mas é solução da equação dada, como se viu acima).
4½
Portanto, o conjunto-solução da equação é: S = ®− 2, − ¾ .
¯ 3¿
2
3) x + x − 12 = 0 `
FIGURA 1
FIGURA 2
1) 2 ⋅ x − 3 > 5
Usando o que se estabeleceu anteriormente, vem:
2 ⋅ x − 3 > 5 2 ⋅ x − 3 > 5 ou − (2 ⋅ x − 3) > 5 ,
isto é,
2 ⋅ x − 3 > 5 ou 2 ⋅ x − 3 < −5 ,
ou seja,
2 ⋅ x − 8 > 0 ou 2 ⋅ x + 2 < 0 .
Há, então, duas inequações do 1o grau para se resolver. Tem-se:
• 2⋅x −8>0 :
2 ⋅ x − 8 = 0 x = 4 ;
o estudo de sinal da função linear y = 2 ⋅ x − 8 está na Figura 3.
FIGURA 3
FIGURA 4
FIGURA 5
2) 1 − 3 ⋅ x < 3
Nesse exemplo, tem-se:
1 − 3 ⋅ x < 3 1 − 3 ⋅ x < 3 ou − (1 − 3 ⋅ x ) < 3 ,
isto é,
1 − 3 ⋅ x < 3 ou 1 − 3 ⋅ x > −3 − 3 < 1 − 3 ⋅ x < 3 .
Há, novamente, duas inequações do 1o grau para se resolver. Tem-
se:
• 1 − 3 ⋅ x > −3 4 − 3 ⋅ x > 0 :
4
4 − 3⋅ x = 0 x = .
3
A Figura 6 mostra o estudo de sinal da função linear y = 4 − 3 ⋅ x .
Portanto, os valores de x que satisfazem essa inequação são aqueles
4
que são estritamente menores do que .
3
FIGURA 6
FIGURA 7
FIGURA 8
x −1
3) ≤1
2⋅x + 3
De modo análogo ao exemplo anterior, tem-se:
x −1 x −1
≤ 1 − 1 ≤ ≤1,
2⋅x + 3 2⋅x + 3
x −1
isto é, deve-se ter , ao mesmo tempo, maior ou igual a –1 e
2⋅ x + 3
menor ou igual a 1. Resolvem-se, assim, duas inequações do 1o
143
grau:
x −1 x −1 x −1 + 2 ⋅ x + 3 3⋅ x + 2
(I) ≥ −1 +1 ≥ 0 ≥ 0 ≥0.
2⋅x + 3 2⋅x + 3 2⋅x + 3 2⋅x + 3
No caso desta inequação do 1o grau, é preciso determinar quais são
os valores de x que tornam a fração maior ou igual a zero. Assim, é
preciso estudar, separadamente, o numerador e o denominador.
No caso do numerador (N), tem-se:
2
3⋅ x + 2 = 0 x = − .
3
O estudo de sinal da função y = 3 ⋅ x + 2 é, então, o apresentado na
Figura 9.
FIGURA 9
FIGURA 10
Faz-se, agora, o estudo do sinal de (N) dividido por (D), através dos
sinais mostrados nas Figuras 9 e 10 (Figura 11).
FIGURA 11
FIGURA 12
FIGURA 13
FIGURA 14
FIGURA 1
Exemplos:
x -3 -2 -1 0 1 2 3 ...
y 1 −2 1 −1 1 2 = 1 0 1 2 3
2 −3 = 2 = 2 = 2 =2 2 =4 2 =8
8 4 2 ...
FIGURA 2
1
2) Considere-se, agora, a função exponencial de base a = , ou se-
2
x
§1·
ja, tem-se 0 < a < 1 : y = f (x ) = ¨ ¸ . Tomando-se para a variável x
©2¹
os mesmos valores do exemplo anterior, tem-se a tabela:
x -2 -1 0 1 2 ...
−2 −1 0 1 2
y §¨ 1 ·¸ §1· §1· §1· §1·
1 1
=4 ¨ ¸ =2 ¨ ¸ =1 ¨ ¸ = ¨ ¸ = ...
©2¹ ©2¹ ©2¹ ©2¹ 2 ©2¹ 4
FIGURA 3
1) f (x ) = (3,1)x
Função crescente, pois a base é 3,1 > 1.
150
x
§ 3·
2) f (x ) = ¨¨ ¸
¸
© 3 ¹
3
Função decrescente, pois: < 1.
3
−x
§3·
3) f (x ) = ¨ ¸
©8¹
−x x
§3· §8· 8
Função crescente, pois: ¨ ¸ = ¨ ¸ e > 1.
©8¹ © 3¹ 3
Resultados importantes:
1) y = 2 x − 1
Constrói-se uma tabela, tal como:
x -2 -1 0 1 2 ...
y 3 1 0 1 3 ...
− −
4 2
FIGURA 4
FIGURA 5
152
2) y = 2 x −1
Construindo-se a tabela:
x -2 -1 0 1 2 3...
y 1 1 1 0 1
2 =1 2 = 2 2 = 4 ...
2
2 −3 = 2 −2 = 2 −1 =
8 4 2
Exemplos:
1
2) Seja 3 x ( ) x −6
243
. Então:
=
1 1
(3 )x x −6
=
243
2 2
3 x −6⋅x = 5 3 x −6⋅x = 3 −5 x 2 − 6 ⋅ x = −5
3
x2 − 6⋅ x + 5 = 0
Assim, os valores de x que satisfazem a equação dada são x = 1 e x
= 5, ou seja, S = {1, 5}.
x − 2 4 ⋅ x − 10 3 ⋅ x − 2 x 2 + 6 ⋅ x − 20 3 ⋅ x − 2
∴ + = = .
2 x 2⋅x 2⋅x 2⋅x
154
Assim, vem:
x 2 + 3 ⋅ x − 18 = 0 x = 3 ou x = −6 .
Uma vez que x ∈ Ν ∗ , o conjunto solução é S = {3}.
1) 2 x > 64
Conforme se disse, escrevem-se ambos os membros da inequação
como potências de mesma base. Tem-se, assim:
2 x > 64 2 x > 2 6 x > 6 ,
pois a base é 2 > 1 .
Logo, o conjunto solução é S = {x ∈R / x > 6} ou S = (6, + ∞ ) .
3⋅x +1 x −1
§5· §5· 5
2) ¨ ¸ <¨ ¸ <
©3¹ ©3¹ 3
Há, aqui, duas desigualdades simultâneas, ou seja, duas inequações
que devem ser resolvidas separadamente. O conjunto-solução das
inequações propostas deve satisfazer ambas ao mesmo tempo. Tem-
se, assim:
3⋅x +1 x −1
§5· §5·
(I) ¨ ¸ < ¨ ¸ 3 ⋅ x + 1 < x − 1 2 ⋅ x + 2 < 0 .
©3¹ ©3¹
Obteve-se uma inequação do 1o grau, cuja solução é:
2 ⋅ x + 2 = 0 x = −1 ;
156
o estudo de sinal da função do 1o grau y = 2 ⋅ x + 2 é como mostra a
Figura 1.
FIGURA 1
FIGURA 2
FIGURA 3
x 2 +1
3) ( 0,7 ) ≥ (
3 0,7 )
2⋅x +1
157
Tem-se:
x 2 +1 x 2 +1 2⋅x +1 x2 +1 2⋅ x +1
( 0,7 ) ≥ (
3 0,7 )
2⋅x +1
(0,7 ) 2 ≥ (0,7 ) 3
2
≤
3
FIGURA 4
x −1 x +1
7
4) < 343
x +1 x −1
7
Observe-se, primeiramente, que, para que x − 1 e x + 1 sejam índi-
ces de uma raiz, devem ser números naturais positivos. Assim, é
preciso que x seja um número inteiro maior do que 1. Feita essa res-
trição, resolve-se, agora a inequação, utilizando-se as propriedades
de potência:
x +1
x −1 x +1 1 x +1 x −1 3
7 7 x −1 −
x +1
< 343 x −1
( )
< 73 2 7 x −1 x +1 <72
7 x −1
7 x +1
x +1 x −1 3
∴ − < .
x −1 x +1 2
A resolução da inequação obtida se faz da seguinte forma:
158
x +1 x −1 3 x +1 x −1 3
− < − − < 0
x −1 x +1 2 x −1 x +1 2
2 ⋅ (x + 1) ⋅ (x + 1) − 2 ⋅ (x − 1) ⋅ (x − 1) − 3 ⋅ (x − 1) ⋅ (x + 1)
<0
2 ⋅ (x − 1) ⋅ (x + 1)
− 3⋅ x2 + 8⋅ x + 3
<0
( )
2 ⋅ x 2 −1
No caso desta inequação do 2o grau, é preciso determinar quais são
os valores de x que tornam a fração negativa. Assim, é preciso estu-
dar, separadamente, o numerador e o denominador.
No caso do numerador (N), tem-se:
1
− 3 ⋅ x 2 + 8 ⋅ x + 3 = 0 x = − ou x = 3 .
3
O estudo de sinal da função quadrática y = −3 ⋅ x 2 + 8 ⋅ x + 3 é mos-
trado na Figura 5.
FIGURA 5
FIGURA 6
Faz-se, agora, o estudo do sinal de (N) dividido por (D), através dos
sinais mostrados nas Figuras 5 e 6 (Figura 7).
FIGURA 7
159
Vê-se, assim, que os valores de x que tornam a fração negativa estão
§ 1 ·
em um dos três intervalos: (− ∞,− 1) ou ¨ − ,1¸ ou (3,+ ∞ ) . Lem-
© 3 ¹
brando que x deve ser um número inteiro maior do que 1, conclui-se
que o conjunto-solução é:
S = {x ∈ Ζ / x > 3} .
5) 4 x − 6 ⋅ 2 x + 8 < 0
Tem-se, aqui, uma inequação do 2o grau na “variável” t = 2 x , já que
a inequação dada pode ser escrita na forma:
(2 )
x 2
− 6 ⋅ 2x + 8 < 0 .
Assim, usando a variável auxiliar t, vem:
(2 )
x 2
− 6 ⋅ 2x + 8 < 0 t 2 − 6 ⋅ t + 8 < 0 .
Resolve-se, então, a equação do 2o grau, para se fazer o estudo de
sinais da função quadrática y = t 2 − 6 ⋅ t + 8 :
t 2 − 6 ⋅ t + 8 = 0 t = 2 ou t = 4 .
Na Figura 8 vê-se o estudo de sinal da função.
FIGURA 8
FIGURA 9
7) x 5⋅ x − 2 > 1 , em R + .
É preciso investigar com mais cuidado as possíveis soluções dessa
inequação, já que a base não é uma constante positiva e diferente de
1. Deve-se verificar, inicialmente, se os valores x = 0 e x = 1 satisfa-
zem a inequação proposta.
• se x = 0, tem-se: 0-2 > 1, que é uma sentença não definida, ou seja,
x = 0 não é solução da inequação proposta;
• se x = 1, tem-se: 1-2 > 1, que é uma sentença falsa, ou seja, x = 1
não é solução da inequação proposta.
Tendo já analisados os valores x = 0 e x = 1, resta analisar os casos
em que a base x está entre 0 e 1 e é maior do que 1.
• se 0 < x < 1, tem-se:
x 5⋅ x − 2 > 1 x 5⋅ x − 2 > x 0 5 ⋅ x − 2 < 0 .
A resolução desta inequação do 1o grau fornece valores de x meno-
161
2
res do que . Assim, poderão ser considerados os valores de x que
5
2
satisfaçam as condições 0 < x < 1 e x < , conforme se vê na Figu-
5
ra 10.
FIGURA 10
• se x > 1, tem-se:
x 5⋅ x − 2 > 1 x 5⋅ x − 2 > x 0 5 ⋅ x − 2 > 0 .
A resolução desta inequação do 1o grau fornece valores de x maiores
2
do que . Assim, poderão ser considerados os valores de x que sa-
5
2
tisfaçam as condições x > 1 e x > (Figura 11).
5
FIGURA 11
FIGURA 12
FIGURA 13
• se x > 1 , tem-se:
2 2
x 3⋅ x − 7 ⋅ x + 2 ≤ 1 x 3⋅ x − 7⋅ x + 2 ≤ x 0 3 ⋅ x 2 − 7 ⋅ x + 2 ≤ 0 .
Resolve-se essa inequação do 2o grau de forma análoga à anterior e
usa-se a condição de que x é maior do que 1, obtendo-se as conclu-
sões da Figura 14.
FIGURA 14
163
Uma vez que os valores de x estão entre 0 e 1 ou são maiores do que
1, faz-se a união das duas soluções parciais mostradas nas Figura 13
e 14, lembrando que x = 0 e x = 1 também são soluções.
A Figura 15 apresenta essa conclusão.
FIGURA 15
1)log2 (64)
Fazendo log2 (64) = x , pela definição de logaritmo, vem:
®loga (c ) = y ;
°
¯°loga (b ⋅ c ) = z
então, da definição de logaritmo, decorre que:
168
a x = b
°°
y
®a = c .
° z
°¯a = b ⋅ c
Então:
a z = b ⋅ c a z = a x ⋅ a y a z = a x+y z = x + y ,
ou seja,
loga (b ⋅ c) = loga (b ) + loga (c) .
Observação: essa propriedade se generaliza para o logaritmo de um
produto finito de n (n ≥ 2) fatores reais positivos.
§b·
(2) Logaritmo do quociente: loga ¨ ¸ = loga (b ) − loga (c ) .
©c¹
Demonstração: sejam:
°log (b ) = x
° a
°
®loga (c ) = y ;
°
°log §¨ b ·¸ = z
°¯ a c
© ¹
então, da definição de logaritmo, decorre que:
x
°a = b
° y
®a = c .
° b
°a z =
¯ c
Então:
b ax
a z = a z = y a z = a x−y z = x − y ,
c a
ou seja,
§b·
loga ¨ ¸ = loga (b ) − loga (c ) .
©c¹
Observações:
1) Se b = 1, tem-se:
169
§b· §1·
loga ¨ ¸ = loga ¨ ¸ = loga (1) − loga (c ) = 0 − loga (c ) = − loga (c )
©c¹ ©c¹
Por definição, o oposto de um logaritmo é chamado cologaritmo,
que se denota por co log . Então:
§1·
co loga c = − loga (c ) ou co loga c = loga ¨ ¸ .
©c¹
b
2) Se é sabido que b > 0 e c > 0, então é claro que > 0 se pode es-
c
crever:
§b·
loga ¨ ¸ = loga (b ) − loga (c ) .
©c¹
b
Entretanto, se sabe-se apenas que > 0 , então, deve-se escrever:
c
§b·
loga ¨ ¸ = loga b − loga c .
©c¹
(3) Logaritmo da potência: loga (b α ) = α ⋅ loga (b ) , para qualquer
número real α .
Demonstração: sejam:
log (b ) = x
° a
® ;
( )
α
°̄loga b = y
então, da definição de logaritmo, decorre que:
°a x = b
® y .
°̄a = b α
Então:
a y = bα a y = a x( ) α
a y = a α⋅x y = α ⋅ x ,
ou seja,
loga (b α ) = α ⋅ loga (b ) .
Observações:
1) Em particular, se n ∈ Ν • , então:
170
§ 1
· 1
loga (n b ) = loga ¨ b n ¸ = ⋅ loga (b ) .
© ¹ n
α
2) Se b > 0, então b > 0 , ∀ α ∈ R ; portanto, pode-se escrever:
loga (b α ) = α ⋅ loga (b ) .
Se sabe-se apenas que b α > 0 , deve-se escrever:
loga (b α ) = α ⋅ loga b .
Observações:
Exemplos:
FIGURA 1
®logc (b ) = y ;
°
°¯logc (a ) = z
observe que z ≠ 0, pois a ≠ 1.
y
Quer-se mostrar que x = . De fato, da definição de logaritmo, de-
z
172
corre que:
a x = b
°°
y
®c = b .
° z
°¯c = a
Então:
y
a x = c y cz( ) x
= c y c z⋅x = c y z ⋅ x = y x =
z
,
ou seja,
logc (b )
loga (b ) = .
logc (a )
Casos particulares:
1
= ⋅ loga (b )
α
18 FUNÇÃO LOGARÍTMICA
FIGURA 1
Exemplos:
log2 (x ) = 3 x = 23 = 8
176
Tem-se, assim, a tabela:
x 1 1 1 1 2 4 8 ...
8 4 4
y -3 -2 -1 0 1 2 3 ...
FIGURA 2
1
2) Considere-se, agora, a função exponencial de base a = , ou se-
2
ja, tem-se 0 < a < 1: y = f (x ) = log 1 (x ) . Tomando-se para a variá-
2
vel y os mesmos valores do exemplo anterior, tem-se:
177
−3
§1·
log 1 (x ) = −3 x = ¨ ¸ =8
2 ©2¹
−2
§1·
log 1 (x ) = −2 x = ¨ ¸ =4
2 ©2¹
−1
§1·
log 1 (x ) = −1 x = ¨ ¸ =2
2 ©2¹
0
§1·
log 1 (x ) = 0 x = ¨ ¸ = 1
2 ©2¹
1
§1· 1
log 1 (x ) = 1 x = ¨ ¸ =
2 ©2¹ 2
2
§1· 1
log 1 (x ) = 2 x = ¨¸ =
2 ©2¹ 4
log 2 (x ) = 3 x = 23 = 8
Tem-se, assim, a tabela:
x 1 1 1 1 2 4 8 ...
8 4 4
y 3 2 1 0 -1 -2 -3 ...
FIGURA 3
1) f (x ) = log3,1 (x )
Função crescente, pois a base é 3,1 > 1.
2) f (x ) = log2−3 (x )
1 1
Função decrescente, pois: 2 −3 = 3
= <1.
2 8
179
3) f (x ) = log 3 (x )
3
3
Função decrescente, pois: < 1.
3
4) f (x ) = logπ (x )
Função crescente, pois: π > 1 .
5) f (x ) = ln (x )
Função crescente, pois a base é e, que é maior do que 1.
Resultados importantes:
Exemplos:
Exemplos:
FIGURA 4
FIGURA 5
FIGURA 6
FIGURA 7
(1) y = f (x ) = e x e y = g(x ) = ln x
A função y = f (x ) = e x tem as propriedades da função exponencial
de base a > 1 .
No caso da função y = g(x ) = ln x , esta é uma função logarítmica de
base e, isto é, y = ln x = loge (x ) e, portanto, tem todas as proprie-
dades da função logarítmica de base a > 1 .
Domínio: D(f ) = R e D(g ) = R + + .
Paridade:
f (x )
• f (− x ) = e − x ≠ ® ; logo, f não é par, nem ímpar;
¯− f ( x )
• função g: se x > 0 , então − x < 0 e, portanto, a função g não está
184
definida em − x . Logo, no caso particular dessa função, não é pos-
sível estudar a paridade.
Sinal: y = f (x ) > 0 , ∀ x ∈ R ; y = g(x ) ∈ R , ∀ x ∈ R + + .
Gráficos: são mostrados nas Figuras 8 e 9.
FIGURA 8
FIGURA 9
FIGURA 10
(2) y = f1 ( x ) = f (− x ) = e − x e y = g1 ( x ) = g (− x ) = ln (− x )
Domínio: no caso da função f1 , o domínio é o conjunto dos núme-
ros reais. Já no caso de g1 , deve-se observar que é preciso que o lo-
garitmando seja positivo, ou seja, o raciocínio a ser utilizado é: se
x < 0 , então − x > 0 ; logo, o domínio de g1 é: D(g1 ) = R ∗− .
Paridade:
f (x )
• f1 ( − x ) = e −( − x ) = e x ≠ ® 1 ; logo, f1 não é par, nem ímpar;
¯ − f1 ( x )
• g1 (− x ) = ln (− (− x )) = ln x ; sendo x um número real negativo,
g1 (− x ) = ln x não está definido e, portanto, não é possível estudar a
paridade de g1 .
Sinal: y = f1 ( x ) = e − x > 0 , para todo x ∈ D(f1);
y = g1 ( x ) = ln (− x )∈ R , para todo x ∈ R ∗− .
Gráfico: representam-se, nas Figuras 11 e 12, para fins de compara-
ção, os gráficos de f e f1 e de g e g1 .
Imagem: a partir do gráfico, pode-se verificar que:
°Im(f1 ) = Im(f ) = R
++
® .
°̄Im(g1 ) = Im(g ) = R
Inversa:
• assim como f , a função f1 é bijetora em seu domínio e, portanto,
admite inversa, dada por:
y = e − x − x = ln y x = − ln y y = − ln x .
187
FIGURA 11
FIGURA 12
FIGURA 13
(3) y = f 2 ( x ) = f ( x + 1) = e x +1 e y = g 2 ( x ) = g ( x + 1) = ln (x + 1)
Domínio: domínio da função f 2 : R .
No caso de g 2 , é preciso que o logaritmando seja estritamente posi-
tivo, isto é, deve-se ter x + 1 > 0 . Assim, é preciso estudar a solução
desta inequação, isto é, determinar quais são os valores de x para os
quais se tem x + 1 > 0 .
Isso equivale a estudar os sinais da função y = x + 1 ; para tanto, de-
termina-se, primeiramente, o zero dessa função, para, em seguida,
determinar os sinais que ela assume, como segue:
x + 1 = 0 x = −1
Têm-se, assim, os sinais da função y = x + 1 mostrados na Figura
15.
189
FIGURA 14
FIGURA 15
FIGURA 16
FIGURA 17
FIGURA 18
Inversa:
• a função f 2 , considerando-se como contradomínio o conjunto
R + + , é bijetora em seu domínio e, portanto, admite inversa, dada
por:
y = e x +1 x + 1 = ln (y ) x = ln (y ) − 1 , ou seja , y = ln (x ) − 1 ;
assim: y = f 2−1 ( x ) = ln (x ) − 1 . Os conjuntos domínio e imagem da
função inversa são:
( ) ( )
D f 2−1 = Im(f 2 ) = {x ∈ R / x > 0} e Im f 2−1 = D(f 2 ) = R .
• a função g 2 também é bijetora em seu domínio e, portanto, admite
inversa:
192
y = ln (x + 1) x + 1 = e y x = e y − 1 y = e x − 1 .
Logo, y = g 2−1 ( x ) = e x − 1 , sendo os conjuntos domínio e imagem:
( ) ( )
D g −21 = Im(g 2 ) = R e Im g −21 = D(g 2 ) = {x ∈ R / x > −1} .
Os gráficos de f 2 e f 2−1 e g 2 e g 2−1 são apresentados nas Figuras 18
e 19.
FIGURA 19
Exemplos:
3) Resolver a equação:
log2 (4 − 3 ⋅ x ) − log2 (2 ⋅ x − 1) = log2 (3 − x ) − log2 (x + 1) .
Aplicando-se, a ambos os membros, a propriedade do logaritmo de
um quociente, vem:
§ 4 − 3⋅ x · §3− x ·
log2 ¨ ¸ = log2 ¨ ¸,
© 2 ⋅ x −1 ¹ © x +1 ¹
de onde se segue que:
4 − 3⋅ x 3 − x
= − 3 ⋅ x 2 + x + 4 = −2 ⋅ x 2 + 7 ⋅ x − 3
2 ⋅ x −1 x +1
x 2 + 6 ⋅ x − 7 = 0 ∴ x = −7 ou x = 1
Vê-se facilmente que o valor x = -7 deve ser descartado. Assim,
195
S = {1} .
3
2 ⋅ x 2 − 13 ⋅ x + 15 = 0∴x = ou x = 5
2
Além de tornar positivo o logaritmando, os valores de x devem ser
positivos e diferentes de 1, já que a variável x está também na base
do logaritmo. Portanto, os dois valores encontrados satisfazem essas
3 ½
condições, isto é, S = ® , 5¾ .
¯2 ¿
7) Resolver a equação:
log(2⋅x −4 ) (5 ⋅ x 2 − 15 ⋅ x + 7 ) = log(2⋅x −4 ) (x 2 − 3 ⋅ x + 2).
Estando os dois logaritmos a mesma base, vem:
( ) (
log(2⋅x −4 ) 5 ⋅ x 2 − 15 ⋅ x + 7 = log(2⋅x −4 ) x 2 − 3 ⋅ x + 2 )
5 ⋅ x 2 − 15 ⋅ x + 7 = x 2 − 3 ⋅ x + 2 4 ⋅ x 2 − 12 ⋅ x + 5 = 0
1 5
∴x = ou x =
2 2
Os valores de x que podem ser solução da equação devem satisfazer
as condições:
5 ⋅ x 2 − 15 ⋅ x + 7 > 0
°°
2
®x − 3 ⋅ x + 2 > 0 .
°2 ⋅ x − 4 > 0 e 2 ⋅ x − 4 ≠ 1
°¯
1 5
Para x = , tem-se que 2 ⋅ x − 4 = −3 < 0 e para x = , tem-se que
2 2
2 ⋅ x − 4 = 1 . Assim, não é necessário verificar se as demais condi-
ções são satisfeitas, pois os valores obtidos para a variável x não
servem como solução da equação dada. Logo, S = Φ .
(d) log x
(2 ⋅ x 2
)
+ 5⋅ x + 6 = 4 (R. : S = φ)
Exemplos:
½
ou seja, o conjunto solução da equação proposta é S = ®log 2 (3)¾ .
¯ 7 ¿
200
Exercícios propostos: resolver as equações:
(a) 7 x
=2 §¨ R. : S =
©
{(log (2)) }·¸¹
7
2
§ ½·
(b) 7 2⋅ x −1 = 33⋅ x + 4 ¨ R. : S = °log (567 )° ¸
¨ ® 49 ¾¸
© °̄ 27 °¿ ¹
20 INEQUAÇÃO LOGARÍTMICA
FIGURA 1
FIGURA 2
FIGURA 3
FIGURA 4
2o Tipo: loga (f (x )) ≥ k .
1) log 1 (x − 5) > −1
2
A restrição que se tem aqui é que x − 5 > 0 , ou seja, deve-se ter
x > 5 . A inequação dada pode ser reescrita na forma:
−1
§1· §1·
¸ log 1 (x − 5) > log 1 ¨ ¸ .
log 1 (x − 5) > −1 ⋅ log 1 ¨
2 2©2¹ 2 2©2¹
Uma vez que a base está entre 0 e 1, vem:
−1
§1·
x − 5 < ¨ ¸ x − 5 < 2 x − 7 < 0 .
© 2¹
Resolvendo-se essa inequação do primeiro grau como anteriormen-
te, conclui-se que se deve ter x < 7 . Uma vez que a restrição do lo-
garitmando exige que x > 5, conclui-se que os valores de x que satis-
fazem a inequação dada são os que são maiores do que 5 e menores
do que 7, ou seja, o conjunto-solução é:
S = {x ∈R / 5 < x < 7} = (5, 7 ) .
FIGURA 5
1) [log (x )]
7
2
+ log7 (x ) − 2 > 0
O único logaritmo que aparece na inequação é log7 (x ) ; assim, a
restrição que se tem é que x > 0 . Uma vez que o log7 (x ) aparece
ao quadrado, constata-se que se tem uma inequação do 2o grau na
variável log7 (x ) . Faz-se, então, a mudança de variável:
206
log7 (x ) = t ,
e obtém-se:
t2 + t − 2 > 0 .
Assim vem:
t 2 + t − 2 = 0 t = −2 ou t = 1 .
A Figura 6 mostra o estudo de sinal da função y = t 2 + t − 2 .
FIGURA 6
FIGURA 1
FIGURA 2
FIGURA 3
1) Seno hiperbólico
e x − e−x
Considere-se a função y = senhx = . Pode-se escrever:
2
1 x § 1 −x ·
y = senhx = ⋅e + ¨− ⋅e ¸ .
2 © 2 ¹
Assim, para obter o gráfico da função y = senhx , constroem-se os
1 1
gráficos das funções exponenciais y1 = ⋅ e x e y 2 = − ⋅ e − x e
2 2
somam-se as respectivas ordenadas.
Por exemplo, para x = 0, tem-se:
1 0 1
°° y1 = 2 ⋅ e = 2 1 § 1·
x = 0 ® y = y1 + y 2 = + ¨ − ¸ = 0 .
° y = − 1 ⋅ e −0 = − 1 2 © 2¹
°¯ 2 2 2
Logo, o ponto (0,0 ) pertence ao gráfico da função y = senhx . Ob-
serve-se, ainda, que, como e x > 0 e e − x > 0 , para todo número real
x, vem:
(I) e x > 0 0 < e x 0 − e − x < e x − e − x − e − x < e x − e − x
(II) e − x > 0 − e − x < 0 − e − x + e x < 0 + e x e x − e − x < e x
De (I) e (II), conclui-se que:
− e−x < ex − e−x < ex ,
ou seja,
e−x ex − e−x ex
− < < ,
2 2 2
ou, ainda,
e−x ex
− < senhx < .
2 2
Logo, o gráfico da função y = senhx situa-se entre os gráficos das
1 1
funções y1 = ⋅ e x e y 2 = − ⋅ e − x . Além disso, a função
2 2
y = senhx é ímpar, pois:
e − x − e − (− x ) e − x − e x ex − e−x
senh(− x ) = = =− = −senhx ;
2 2 2
212
portanto, seu gráfico apresenta simetria em relação à origem do sis-
tema de coordenadas cartesianas ortogonais, como se pode ver na
Figura 4.
FIGURA 4
2) Cosseno hiperbólico
e x + e−x
Considere-se a função y = cosh x = , que pode ser escrita
2
na forma:
213
1 x 1 −x
y = cosh x = ⋅e + ⋅e .
2 2
Portanto, para obter o gráfico da função y = cosh x , constroem-se os
1 1
gráficos das funções exponenciais y1 = ⋅ e x e y 2 = ⋅ e − x e so-
2 2
mam-se as respectivas ordenadas.
Por exemplo, para x = 0, tem-se:
1 0 1
°° y1 = 2 ⋅ e = 2 1 1
x = 0 ® y = y1 + y 2 = + = 1 .
° y = 1 ⋅ e −0 = 1 2 2
°¯ 2 2 2
Logo, o ponto (0,1) pertence ao gráfico da função y = cosh x . Além
disso, a função y = cosh x é par, pois:
e − x + e − (− x ) e − x + e x e x + e − x
cosh(− x ) = = = = cosh x ;
2 2 2
portanto, seu gráfico apresenta simetria em relação ao eixo Oy, co-
mo se pode ver na Figura 5.
FIGURA 5
3) Tangente hiperbólica
e x − e −x
Considere-se, a função y = tghx = .
e x + e −x
Essa função está definida para todos os números reais, já que o de-
nominador é sempre positivo.
Para x = 0, tem-se:
e 0 − e −0 1 − 1
x = 0 tgh (0 ) = 0 = = 0.
e + e −0 1 + 1
Logo, o ponto (0,0 ) pertence ao gráfico da função y = tghx . Além
disso, a função y = tghx é ímpar, pois:
senh(− x ) − senhx
tgh (− x ) = = = − tghx ;
cosh (− x ) cosh x
pode-se, também, fazer:
e (− x ) − e − (− x ) e − x − e x ex − e−x
tgh (− x ) = (− x ) −(−x ) = − x = − = − tghx .
e +e e + ex e x + e −x
Assim, seu gráfico apresenta simetria em relação à origem do siste-
ma de coordenadas cartesianas ortogonais. Observe-se, ainda, que:
ex − e−x ex + e−x
(I) e x − e − x < e x + e − x x < tghx < 1
e + e− x ex + e− x
( )
(II) − e x < e x − e x − e − x < e x − e − x − e x + e − x < e x − e − x
x −x x −x
e +e e −e
− x −x
< − 1 < tghx
e +e e x + e −x
De (I) e (II), conclui-se que − 1 < tghx < 1 , ou seja, a função
y = tghx é limitada. A Figura 6 mostra o gráfico de f .
215
FIGURA 6
4) Cotangente hiperbólica
e x + e −x
Considere-se a função y = cot ghx = .
e x − e −x
Observe-se que, para que a função esteja definida, deve-se ter:
e x − e − x ≠ 0 , ou seja:
1 e 2⋅x − 1
ex − x ≠ 0 ≠ 0.
e ex
Uma vez que e x > 0, ∀x ∈ R , vem:
e 2⋅x − 1 ≠ 0 , ou seja , e 2⋅x ≠ 1 .
Para que isso ocorra, deve-se ter 2 ⋅ x ≠ 0 , isto é, x ≠ 0 .
Assim, o domínio da função y = cot ghx é:
D = R ∗ = R − {0} = (− ∞,0) ∪ (0,+∞ ) .
A função y = cot ghx é ímpar, pois:
216
1 1
cot gh (− x ) = =− = − cot ghx ;
tgh (− x ) tghx
pode-se, também, fazer:
e ( − x ) + e − (− x ) e − x + e x ex + e−x
cot gh (− x ) = (−x ) −(−x ) = − x = − = − cot ghx .
e −e e − ex e x − e −x
Logo, seu gráfico apresenta simetria em relação à origem do sistema
de coordenadas cartesianas ortogonais. Observe-se, ainda, que:
(I) para x > 0 , tem-se:
e x − e−x e x + e−x
ex − e− x < ex + e− x x < 1 < cot ghx
e − e− x e x − e− x
(II) para x < 0 , tem-se que e x < e − x e, portanto, e x − e − x < 0 . En-
tão, vem:
( )
− e x < e x − e x + e−x < e x + e−x − e x − e −x < e x + e −x
e x − e−x ex + e−x
− > − 1 > cot ghx ou cot ghx < −1
ex − e− x ex − e− x
De (I) e (II), conclui-se que cot ghx < −1 ou cot ghx > 1 e, portanto,
a função não é limitada. A Figura 7 mostra o gráfico de f.
FIGURA 7
217
Têm-se as seguintes propriedades para a função f (x ) = cot ghx :
(1) D(f ) = R − {0} e Im(f ) = (− ∞,−1) ∪ (1,+∞ ) ;
(2) a função é ímpar;
(3) a função é estritamente decrescente;
(4) a função é bijetora em seu domínio;
(5) as retas y = -1 e y = 1 são assíntotas horizontais e a reta x = 0 é
assíntota vertical do gráfico de f .
5) Secante hiperbólica
2
Considere-se a função y = sec hx = .
x
e + e− x
Assim como ocorre com a função y = tghx , o domínio dessa função
é R . Para x = 0, tem-se:
2 2
x = 0 sec h (0) = 0 −0
= = 1,
e +e 1+1
ou seja, o ponto (0,1) pertence ao gráfico da função.
A função y = sec hx é par, pois:
1 1
sec h (− x ) = = = sec hx ;
cosh(− x ) cosh x
pode-se, também, fazer:
2 2
sec h (− x ) = (−x ) −(− x ) = − x = sec hx .
e +e e + ex
Logo, seu gráfico apresenta simetria em relação ao eixo Oy. Obser-
ve-se, ainda, que sec hx > 0 , para todo número real x. Além disso,
tem-se:
e x + e −x e x + e −x 2
cosh x ≥ 1 ≥ 1 e x + e − x ≥ 2 x x
≥ x
2 e +e −
e + e −x
2
1 ≥ x
e + e −x
Conclui-se, assim, que 0 < sec hx ≤ 1 e, portanto, a função é limita-
da. Na Figura 8 vê-se o seu gráfico.
Têm-se as seguintes propriedades para a função f (x ) = sec hx :
(1) D(f ) = R e Im(f ) = (0,1] ;
(2) a função é par;
(3) a função é crescente, para x < 0 , e decrescente, para x > 0 ;
(4) a reta y = 0 é assíntota horizontal do gráfico de f e a reta y = 1 é
218
tangente ao gráfico no ponto (0,1) .
FIGURA 8
6) Cossecante hiperbólica
2
Considere-se a função y = cos sec hx = .
e − e −x
x
A exemplo da análise que se fez para a função y = cot ghx , para que
a função esteja definida, deve-se ter:
e x − e −x ≠ 0 .
Repetindo-se o procedimento efetuado anteriormente, conclui-se que
o domínio da função dessa função é:
D = R ∗ = R − {0} = (− ∞,0) ∪ (0,+∞ ) .
A função y = cos sec hx é ímpar, pois:
1 1
cos sec h (− x ) = =− = − cos sec hx ;
senh(− x ) senhx
ou:
2 2 2
cos sec h (− x ) = (−x ) −(− x ) = − x x
=− x = − cos sec hx .
e −e e −e e − e −x
Logo, seu gráfico apresenta simetria em relação à origem do sistema
de coordenadas cartesianas ortogonais. Observe-se, ainda, que:
(I) para x > 0 , tem-se:
e x > e − x e x − e − x > 0 cos sec hx > 0
(II) para x < 0 , tem-se:
e x < e − x e x − e − x < 0 cos sec hx < 0
A Figura 9 mostra o gráfico da função.
Têm-se as seguintes propriedades para a função f (x ) = cos sec hx :
219
(1) D(f ) = R − {0} e Im(f ) = R − {0} ;
(2) a função é ímpar;
(3) a função é estritamente decrescente;
(4) a função é bijetora em seu domínio;
(5) as retas y = 0 e x = 0 são, respectivamente, assíntotas horizontal
e vertical do gráfico de f .
FIGURA 9
FIGURA 10
FIGURA 11
FIGURA 12
y +1 § y +1· 1 § y +1·
e 2⋅x = 2 ⋅ x = ln¨¨ ¸¸ x = ⋅ ln¨¨ ¸
y −1 © y −1¹ 2 © y − 1 ¸¹
y +1
Uma vez que se tem y ∈ (− ∞,−1) ∪ (1,+∞ ) , a expressão é
y −1
sempre positiva.
(b) trocam-se as variáveis x e y e tem-se:
1 § x +1· −1 1 § x +1·
y = ⋅ ln¨ ¸ ou seja , y = cot gh x = ⋅ ln¨ ¸.
2 © x −1 ¹ 2 © x −1 ¹
Os gráficos de f e de f −1 são mostrados na Figura 13.
FIGURA 13
226
5) Função inversa da função secante hiperbólica
2
Considere-se a função y = sec hx = x ; nesse caso, seu con-
e + e− x
junto domínio é R e seu conjunto imagem é (0,1] , ou seja, tem-se a
função:
f : R → (0,1]
.
x y = sec hx
Observe que a função é sobrejetora, mas não é injetora e, portanto,
não admite inversa. Para que seja possível definir sua inversa, faz-se
uma restrição no conjunto domínio: consideram-se apenas os núme-
ros reais maiores ou iguais a zero, isto é, toma-se o conjunto
R + = [0,+∞ ) . Tem-se, assim, a função:
f : [0,+∞ ) → (0,1]
.
x y = sec hx
Dessa forma, f torna-se bijetora e pode-se determinar sua inversa,
que será:
f −1 : (0,1] → [0,+∞ )
.
x y = sec h −1x
Obtém-se, agora, a expressão da função inversa:
2
(a) isola-se a variável x na expressão y = sec hx = :
e + e− x
x
2 2 2 ⋅ ex
y= x
e +e −x
y =
1
y=
e 2⋅x
+1
( )
y ⋅ e 2⋅x + 1 = 2 ⋅ e x
ex +
ex
y ⋅ e 2⋅x − 2 ⋅ e x + y = 0
Resolve-se a equação do 2º grau na variável e x :
y ⋅ e 2⋅ x − 2 ⋅ e x + y = 0 y ⋅ e x( )2
− 2 ⋅ ex + y = 0 ;
então:
(
∆ = 4 − 4 ⋅ y2 = 4 ⋅ 1 − y2 )
e vem:
2 ± 2 ⋅ 1 − y2 1 ± 1 − y2
ex = = .
2⋅ y y
Uma vez que 0 < y ≤ 1 , segue-se que ambas as raízes são positivas e
227
podem se consideradas. Assim, vem:
1 + 1 − y2 1 − 1 − y2
ex = , ou e x = .
y y
1 + 1 − y2 § 1 + 1 − y2 ·
De e = x
, vem que x = ln¨¨ ¸ , que é maior ou
¸¸
y ¨ y
© ¹
igual a zero, já que o logaritmando é maior ou igual a 1.
1 − 1 − y2 § 1 − 1 − y2 ·
De e x = , vem que x = ln¨¨ ¸ , que é menor ou
¸¸
y ¨ y
© ¹
igual a zero, já que o logaritmando é menor ou igual a 1. Uma vez
que, pela definição da função f , tem-se que x ≥ 0 , conclui-se que
§ 1 + 1 − y2 ·
x = ln¨¨ ¸.
¨ y ¸¸
© ¹
(b) trocam-se as variáveis x e y, para se obter a expressão da função
inversa com y em função de x e tem-se:
§1+ 1− x2 · § 2 ·
y = ln¨ ¸ ou seja, y = sec h −1x = ln¨ 1 + 1 − x ¸ .
¨ x ¸ ¨ x ¸
© ¹ © ¹
A Figura 14 mostra os gráficos das duas funções f e f −1 .
FIGURA 14
228
5) Função inversa da função cossecante hiperbólica
2
Considere-se a função y = cos sec hx = x ; nesse caso, têm-se
e − e −x
os conjuntos domínio e imagem iguais a R − {0} , ou seja, tem-se a
função:
f : R − {0}→ R − {0}
,
x y = cos sec hx
que é bijetora em seu domínio e, portanto, admite inversa, que será:
f −1 : R − {0} → R − {0}
.
x y = cos sec h −1x
Obtém-se, agora, a expressão da função inversa:
2
(a) isola-se a variável x na expressão y = cos sec hx = x :
e − e −x
2 2 2 ⋅ ex
y= x y = y =
e − e −x x
e − x
1 e 2⋅x
− 1
e
( )
y ⋅ e 2⋅x − 1 = 2 ⋅ e x y ⋅ e 2⋅x − 2 ⋅ e x − y = 0
Resolve-se a equação do 2º grau na variável e x :
( )
y ⋅ e 2⋅ x − 2 ⋅ e x − y = 0 y ⋅ e x
2
− 2 ⋅ ex − y = 0 ;
então:
(
∆ = 4 + 4 ⋅ y2 = 4 ⋅ 1 + y2 )
e vem:
x 2 ± 2 ⋅ 1+ y2 1± 1+ y2
e = = .
2⋅ y y
Observe que:
• para y < 0 , o denominador da expressão anterior é negativo; então
deve-se ter o numerador também negativo, ou seja, considera-se a
1 − 1 + y2
expressão e x = e vem:
y
1− 1+ y2 § 1 − 1 + y2 ·
ex = x = ln¨¨ ¸.
¸¸
y ¨ y
© ¹
• para y > 0 , o denominador da expressão é positivo e, portanto,
229
deve-se ter o numerador também positivo, isto é, considera-se a ex-
1 + 1 + y2
pressão e x = , de onde se segue que:
y
1 + 1 + y2 § 1 + 1 + y2 ·
x
e = x = ln¨¨ ¸.
¸¸
y ¨ y
© ¹
(b) trocam-se as variáveis x e y e tem-se:
• para y < 0 :
§1− 1+ x2 · § 2 ·
y = ln¨ ¸ ou seja, y = cos sec h −1x = ln¨ 1 − 1 + x ¸.
¨ x ¸ ¨ x ¸
© ¹ © ¹
• para y > 0 :
§1+ 1+ x2 · § 2 ·
y = ln¨ ¸ ou seja, y = cos sec h −1x = ln¨ 1 + 1 + x ¸.
¨ x ¸ ¨ x ¸
© ¹ © ¹
Na Figura 15 vêem-se os gráficos de f e f −1 .
FIGURA 15
22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS