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Anamnese (do grego ana, trazer de novo e mnesis, memória) é uma entrevista realizada pelo

profissional de saúde ao seu doente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico
de uma doença, ou uma resposta humana aos processos vitais no caso do profissional
Enfermeiro. Em outras palavras, é uma entrevista em que o profissional de saúde ajuda o
paciente a relembrar todos os fatos que se relacionam com a doença e à pessoa doente. A
anamnese é também referenciada como Anamnese Corporal, Ficha de Anamnese ou Anamnese
Corporal Completa.

Uma anamnese, como qualquer outro tipo de entrevista, tem formas ou técnicas corretas de
serem aplicadas. Ao seguir as técnicas, pode-se aproveitar ao máximo o tempo disponível para o
atendimento, o que produz um diagnóstico seguro e um tratamento correto. Sabe-se hoje que a
anamnese, quando bem conduzida, é responsável por 85% do diagnóstico na clínica médica,
liberando 10% para o exame clínico (físico) e apenas 5% para os exames laboratoriais ou
complementares.

Após a anamnese é realizado o exame físico, onde se procuram os sinais da doença.

Índice

1 Elementos da Anamnese

2 Caracterização da dor

2.1 Questionário

3 ISDA (Interrogatório Sobre os Diversos Aparelhos)

3.1 Sintomas Gerais

3.2 Cabeça e Pescoço

3.2.1 Olhos

3.2.2 Orelha

3.2.3 Nariz

3.3 Aparelho Respiratório

3.4 Aparelho Circulatório


3.5 Aparelho Gastro-Intestinal

3.6 Aparelho Gênito-Urinário

3.6.1 Homem

3.6.2 Mulher

3.7 Sistema Nervoso

3.8 Psiquismo

3.9 Sistema Locomotor

4 Formas de registo

Elementos da Anamnese

Identificação: A identificação é o início do relacionamento com o paciente. Adquire-se o nome,


idade, sexo, etnia, estado civil, grau de escolaridade, profissão, ocupação atual, naturalidade,
procedência, residência, nome da mãe, nome do cuidador, religião e plano de saúde.

Queixa principal (QP): Em poucas palavras, o profissional registra a queixa principal, o motivo
que levou o paciente a procurar ajuda.

História da doença atual (HDA): No histórico da doença actual é registrado tudo que se relaciona
quanto à doença actual: sintomatologia, época de início, história da evolução da doença, entre
outros. A clássica tríade: Quando, como e onde isto é quando começou, onde começou e como
começou. Em caso de dor, deve-se caracterizá-la por completo.

Antecedentes pessoais (HMP): Adquire-se informações sobre toda a história médica do paciente,
mesmo das condições que não estejam relacionadas com a doença atual.

Histórico familiar (HF): Neste histórico é perguntado ao paciente sobre sua família e suas
condições de trabalho e vida. Procura-se alguma relação de hereditariedade das doenças.

Hábitos de vida (HPS): Procura-se a informação sobre a ocupação do paciente,como: onde


trabalha, onde reside, se é tabagista, alcoolista ou faz uso de outras drogas. Se viajou
recentemente, se possui animais de estimação (para se determinar a exposição a agentes
patogênicos ambientais). Suas atividades recreativas, se faz uso de algum tipo de medicamentos
(inclusive os da medicina alternativa),pois estas informações são muito valiosas para o médico
levantar hipóteses de diagnóstico.

Revisão de sistemas: Esta revisão, também conhecida como interrogatório sintomatológico,


anamnese especial/específica ou Interrogatório Sobre os Diversos Aparelhos (ISDA), consiste
num interrogatório de todos os sistemas do paciente, permitindo ao médico levantar hipóteses
de diagnósticos.

Caracterização da dor

As principais perguntas que se referem à dor, nos dão bons indicativos para continuação da
anamnese. São elas:

Onde dói? (o paciente deve mostrar o local)

Quando começou?

Como começou? (súbito ou progressivo)

Como evoluiu? (como estava antes e como está agora)

Qual o tipo da dor? (queimação, pontada, pulsátil, cólica, constritiva, contínua, cíclica, profunda,
superficial)

Qual a duração da crise? (se a dor for cíclica)

É uma dor que se espalha ou não?

Qual a intensidade da dor? (forte, fraca ou usar escala de 1 a 10).

A dor impede a realização de alguma tarefa?

Em que hora do dia ela é mais forte?

Existe alguma coisa que o sr. faça que a dor melhore?

E que piora?

A dor é acompanhada de mais algum sintoma?

Questionário
As perguntas a serem feitas ao pacientes dividem-se em 3 tipos: abertas, focadas e fechadas.

Perguntas Abertas - As do tipo abertas devem ser feitas de tal maneira que o paciente se sinta
livre para expressar-se, sem que haja nenhum tipo de restrição. Ex: "O que o sr. está sentindo?"

Perguntas Focadas - As focadas são tipos de perguntas abertas, porém sobre um assunto
específico, ou seja, o paciente deve sentir-se à vontade para falar, porém agora sob um
determinado tema ou sintoma apenas. Ex: "Qual parte dói mais? ".

Perguntas Fechadas - As perguntas fechadas servem para que o entrevistador complemente o


que o paciente ainda não falou, com questões diretas de interesse específico. Ex: "A perna dói
quando o sr. anda ou quando o sr. está parado?".

ISDA (Interrogatório Sobre os Diversos Aparelhos)

Sintomas Gerais

emagrecimento

astenia

anorexia

mialgias

febre

Cabeça e Pescoço

queda de cabelo

dor, tumorações em couro cabeludo

bócio

mixedema

inflamação

alopecia

rouquidão

parasitoses

Olhos
diminuição da acuidade visual

fosfenas

escotomas

teicopsia

fotofobia

nictalopia

moscas-volantes

epífora

diplopia

hemianopsia

metamorfopsia

hiperemia conjuntival

xeroftalmia

amaurose

nistagmo

turvação

secreção ocular

dor

Orelha

diminuição da acuidade auditiva

hipoacusia

anacusia

hiperacusia

normoacusia

otorréia
otorragia

dor

zumbido

vertigem

acúfenos

Nariz

dor

espirro

obstrução

coriza

epistaxe

hiposmia

cacosmia

anosmia

parosmia

rinolalalia

rinorréia

Aparelho Respiratório

dor à inspiração

tosse

expectoração

sibilos

dispnéia

ortopnéia

trepopnéia
dispnéia paroxística noturna

hemoptise

asma noturna

Aparelho Circulatório

precordialgia

palpitação

claudicação intermitente

varizes

hipertensão

hipotensão

telangiectasia

Aparelho Gastro-Intestinal

prótese dentária

anorexia

disfagia

odinofagia

bulimia

picacismo

parageusia

ageusia

hipoageusia

gengivorragia

quilose

quilite

saburra
macroglossia

alterações motoras da língua

dor na língua

sialorréia

xerostomia

pirose

regurgitação

ruminação

singulto

eructação

fezes em cíbalas

meteorismo

rolamento

ronco

diarréia

disenteria

dor anal

puxo

tenesmo

prolapso

fissura anal

dispepsia biliar

melena

fezes acólicas

vermes nas fezes


pus nas fezes

flatulência

esteatorréia

creatorréia

aumento do número de evacuações

obstipação

fezes com muco

enterorragia

hemetemese

halitose

naúseas

emese

dor epigástrica

intolerância alimentar

polidipsia

Aparelho Gênito-Urinário

polaciúria

poliúria

oligúria

anúria

noctúria

nictúria

disúria

hematúria

piúria
fecalúria

quilúria

pneumatúria

incontinência urinária

estrangúria

urgência miccional

enurese

tenesmo vesical

dificuldade para iniciar a micção

uretrorragia

dor uretral

jato urinário fino

jato urinário bífido

Homem

lesões penianas

ulcerações

corrimento

epispadia

hipospadia

impotência sexual

priapismo

varicocele

Mulher

menarca

duração do ciclo menstrual


menopausa

climatério

eumenorréia

oligomenorréia

menorragia

hipermenorréia

hipomenorréia

hipermenorragia

hipoligomenorréia

espaniomenorréia

polimenorréia

prolomenorréia

amenorréia

dismenorréia

exmenorréia

metrorragia

dispareunia

sinusiorragia

tumoração

HPV - Vírus do papiloma humano ou Papilomavírus humano

corrimento

ulceração

frigidez

galactorréia

Sistema Nervoso
cefaleia

hiperestesia

hipoestesia

anestesia

parestesia

hiperalgesia

tontura

vertigem

lipotimia

síncope

confusão mental

plegia

agitação psicomotora

mioclonias

alterações de marcha

movimentos involuntários

paraparesia

tiques

paresia

afasia

convulsões

diminuição da concentração

diminiução de memória

sonolência

insônia
torpor

letargia

Psiquismo

alucinações

idéias delirantes e compulsivas

depressão

Sistema Locomotor

cãimbras

dor articular

mialgias

rigidez matinal

deformações

Formas de registo

Sendo o registo da anamnese requerido para o bom tratamento dos pacientes, a anamnese, via
de regra, é anotada por escrito utilizando-se papel e caneta. Normalmente a anotação torna-se
parte do prontuário médico do paciente, estando disponível para consulta futura. Com a
utilização de computadores nos consultórios e hospitais muitos profissionais utilizam estes
equipamentos para fazerem o registro das anamneses de seus pacientes. Os sistemas de registro
de anamnese computadorizados contam com fichas especiais personalizadas para a
especialidade que melhoram a precisão da informação e a clareza do registro médico.

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