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Resumo: Este artigo pretende fazer um estudo da Esquizofrenia no âmbito da lei penal. Para
tanto inicia com considerações sobre o que vem a ser a doença e quais as faces que
apresenta, prosseguindo com análise do conceito de culpabilidade na esfera penal, bem como
de suas implicações quanto à questão da imputabilidade e da inimputabilidade. Desenvolve, a
partir daí, um estudo acerca da recepção da Esquizofrenia pelo Código Penal brasileiro,
analisando o papel do juiz e dos profissionais da saúde, como psicólogos e psiquiatras, que
atuam a fim de diagnosticar o caso suspeito.
1. Introdução
legislações modernas que optam por não defini-la. Todavia, ainda que
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Artigo apresentado à disciplina Psicologia Jurídica sob a orientação do Prof. Dr. José Mário Brito
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Graduada do Curso de Letras da Universidade Federal do Pará e graduanda do Curso de Direito da
Faculdade de Belém – FABEL
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Graduando do Curso de Direito da Faculdade de Belém - FABEL
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Graduanda do Curso de Direito da Faculdade de Belém - FABEL
sujeito inimputável. Isso porque são esses os fatores considerados para efeito
da inimputabilidade.
contexto do qual trata o artigo 26 do referido código. A qual, embora ainda não
concordância cultural.
face dele a pessoa não tenha capacidade para discernir acerca da conduta
mais se destaca, por ser uma doença séria e muito incidente, estimando-se
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A doença é diagnosticada como um quadro de ampla desorganização
pouco sabe a respeito dessa doença, julgando os doentes em base dos antigos
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cercam a doença até hoje. No entanto, dependendo da evolução da doença e
ocorrem isoladamente, assim chamada por não haver uma diferença delimitada
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os primeiros sintomas perturbadores costumam ser desencadeados
por fatores externos desestruturantes, por uma mudança social ou
ambiental, como o ingresso na faculdade, uma experiência com
substâncias ou a morte de um parente. (2009, p.281)
completo.
Existe, hoje, uma forte tendência a considerar que o crime, numa visão
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antijuridicidade. Todavia, não se pode jamais abdicar da presença do elemento
condições que propiciam ao agente ter capacidade para que a ele seja
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Entende-se, em síntese, que a culpabilidade é um juízo de reprovação
do qual é atingida a pessoa que realiza um fato típico e ilícito possível de ser
absoluta e sim relativa (iuris tantum), já que aceita prova em contrário. É dentro
mental, isto é, uma doença mental, ou, ainda, por desenvolvimento mental
postura ilícita do fato. O Código Penal Brasileiro adotou como regra o critério
se refere aos menores de 18 anos. Assim, reza o Código em seu art. 26:
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As causas que geram a inimputabilidade são: menoridade (art.27);
doença mental (art. 26, caput); desenvolvimento mental incompleto (arts. 26,
insanidade. Em tais casos, o Código Penal (art. 26, parágrafo único) prevê a
ocorre por se considerar que ainda que o agente possua certa capacidade de
impossibilita que por sua conduta receba total punição pelo tipo.
4. Esquizofrenia e Inimputabilidade
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sob a rubrica doença mental, encontramos abrigados todos os casos
de enfermidades mentais propriamente ditas, as doenças que afetam
as funções intelectuais ou volitivas, tanto aquelas que se traduzem
em manifestações orgânicas, como as de caráter funcional ou
psíquico. Ali estão compreendidas, também, as doenças crônicas e
as de natureza transitória, desde que anulem o poder de
autodeterminação. Na expressão doença mental se compreendem as
chamadas psicoses (2007, p.234)
da ilicitude do fato.
que vai além da metade dos casos de doenças mentais. Trata-se de uma
Jorge Trindade,
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Do artigo 149 ao 154 do Código de Processo Penal, tem-se a
insanidade mental pode suscitar. Ainda que a medida de segurança não seja
humana.
psiquiatra jurídicos nos casos em que o agente do ilícito é alguém com esse
diagnóstico.
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No tocante à perícia médica, o Direito Penal brasileiro considera os
que
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judiciário, seguindo-se o que preceitua o artigo 682 e parágrafos do Código de
Processo Penal.
5. Considerações Finais
de sua conduta.
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considerados como tais, entre outros, os doentes mentais. Nota-se, nesse caso
fim de que se apure a insanidade e seu grau, haja vista as várias possibilidades
6. Referências:
BOCK, Ana Mercês Bahia. A psicologia e as psicologias. 13. ed. São Paulo:
Saraiva, 1999.
SILVA, José Geraldo. Teoria do Crime. 3. ed. rev., atual. e ampl. Campinas,
SP: Milennium Editora, 2007.
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TRINDADE, Jorge. Manual de Psicologia Jurídica para Operadores do
Direito. 3 ed. rev. E ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2009.
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