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Sérgio Alfredo Macore

TEMA: PAPEL DO BANCO CENTRAL (BM) E IMPACTO DAS SUAS POLÍTICAS


DA INFLAÇÃO E DESAFÍOS

Trabalho apresentado a disciplina de


Macroeconomia ao instituto Superior de Ciências e
Educação a Distância para obtenção de nota.

Tutor:

MAPUTO, 2018

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ÍNDICE

1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 3
2.Objectivos do trabalho ............................................................................................................. 4
2.1.Objectivos gerais ............................................................................................................... 4
2.2.Objectivos específicos ...................................................................................................... 4
3.Metodologia da pesquisa ......................................................................................................... 4
4.Referencial teórico ................................................................................................................... 5
4.1.Banco Central ................................................................................................................... 5
4.1.1.Breve Historial do banco central ................................................................................ 5
4.2.Papéis do banco central (Moçambique) ............................................................................ 6
4.2.1.Os papéis tradicionais de um banco central são: ........................................................ 6
4.3.Políticas do Banco central................................................................................................. 7
4.3.1.Objectivo .................................................................................................................... 7
4.3.2.Estratégia política monetária ...................................................................................... 7
4.4.Política monetária expansiva e contraccionista ................................................................ 7
4.5.Decisão política e inflação do Banco central (Moçambique) ........................................... 8
4.6.Desafios do banco central ................................................................................................. 9
Conclusão ................................................................................................................................. 11
Bibliografias ............................................................................................................................. 12

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1.INTRODUÇÃO

O presente trabalho que ora se apresenta, tem como o tema ‘’Papel do banco central (BM) e
impacto das suas políticas da inflação e os desafios’’. Como se pode ver pelo tema, tira-se
conclusões de que na economia moderna a moeda utilizada em todos os contratos e
transacções económicas relevantes é uma moeda de crédito de emissão privada. Como parte
integrante de um sistema institucional articulado, centralizado e organizado em torno de um
banco central, os bancos são os únicos agentes que combinam a gestão dos meios de
pagamentos, dívida emitidas contra eles mesmos e a gestão do capital de empréstimo ou do
capital dinheiro produtor de juros. Na verdade, é a existência de um banco central que, agindo
como banco dos bancos e emprestador de última instância, permite aos activos emitidos por
essas instituições privadas serem um substituto perfeito da moeda legal.

Dai que, entende-se por Banco Central a instituição responsável pelo controlo da oferta de
moeda e pela supervisão de todo o sistema financeiro, nomeadamente os bancos comerciais e
outras instituições financeiras. É, desta forma, a entidade pública que controla um dos
principais instrumentos de política macroeconómica: a política monetária. No caso de
Moçambique, essa instituição é o BM (Banco de Moçambique), entidade que controla a oferta
de moeda em todos as províncias e que dita as regras de funcionamento do sistema financeiro.

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2.Objectivos do trabalho

2.1.Objectivos gerais

 Analisar o papel do banco central (BM), os impactos das suas políticas da inflação e
os desafios.

2.2.Objectivos específicos

Os objectivos que se enraízam do objectivo geral – os tais específicos são:

 Falar de uma forma genérica sobre o banco central (BM);


 Descrever os Papeis do banco central (Banco de Moçambique);
 Analisar as Estratégia política monetária.

3.Metodologia da pesquisa

O presente trabalho de pesquisa, envolveu inicialmente a obtenção de informações teóricas


através de estudo exploratório, seguido do estudo formal descritivo, calcado numa pesquisa
bibliográfica junto a autores consagrados na abordagem do tema tratado, além da leitura de
artigos específicos sobre o assunto abordado através da internet.

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4.Referencial teórico

4.1.Banco Central

Um banco central é uma entidade independente ou ligada ao Estado cuja função é gerir a
política económica, ou seja, garantir a estabilidade e o poder de compra da moeda de cada
país e do sistema financeiro como um todo. Além disso tem como objectivo definir as
políticas monetárias (taxa de juros e câmbio, entre outras) e aquelas que regulamentam o
sistema financeiro local. O banco faz isso interferindo mais ou menos no mercado financeiro,
vendendo papéis do tesouro, regulando juros e avaliando os riscos económicos para o país.

No caso de Moçambique, tem o Banco de Moçambique (BM), que tem uma série de
actividades que servem como instrumentos para auxiliar o governo a por nos trilhos a
economia Moçambicana. Destacando algumas das principais funções do Banco de
Moçambique, temos:

 O controlo da taxa de juros;


 O controlo da taxa de câmbio;
 Controlar os depósitos compulsórios;
 Fiscalização das instituições financeiras; e
 Emissão de moeda.

4.1.1.Breve Historial do banco central

O primeiro banco central de que se tem notícia foi o Banco da Inglaterra. Ele surgiu em 1694
como uma sociedade anónima privada. Como contrapartida de empréstimos para financiar a
guerra contra a França, o rei William de Orange concedeu ao banco o monopólio de emissão
de moeda na região de Londres, dando-lhe assim duas das funções clássicas de um banco
central: Era banqueiro do governo e também detinha monopólio de emissão (apesar de
restrito).

Devido ao grande prestígio e confiabilidade alcançados pelo Banco da Inglaterra, os outros


bancos começaram a prática de ali manter depósitos e garantias. Nos séculos XVIII e XIX
houve uma proliferação de pequenos bancos rurais na Inglaterra, que para evitar quebras e
crises de confiança, mantinham depósitos de garantia nos grandes bancos de Londres, que por
sua vez mantinham seus depósitos de garantia no Banco da Inglaterra. Com isso ele se

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destacou com o eixo do sistema bancário inglês. Por volta de meados do século XIX o Banco
da Inglaterra começou a fazer liquidações de saldos entre os depósitos que os outros bancos
mantinham junto a ele, criando as bases dos sistemas de compensação bancária e assumindo
enfim o terceiro papel tradicional de um banco central: o de Banco dos Bancos.

Seguiu-se que ele era o único banco habilitado a servir como prestamista de última instância
quando surgiam crises no sistema financeiro, evitando assim a reacção em cadeia provocada
pelas falências bancárias e as crises de confiança. Assim, assumia também o mais este dentre
os papéis clássicos.

Em 1946 a sua importância para o sistema financeiro da Inglaterra foi finalmente reconhecida,
e o banco foi estatizado, assumindo oficialmente o status de Banco Central. Nos moldes do
Banco da Inglaterra, os outros bancos centrais da Europa também passaram por diversas fases
de evolução até chegarem no nível de evolução actual, com o Banco Central Europeu.

4.2.Papéis do banco central (Moçambique)

4.2.1.Os papéis tradicionais de um banco central são:

 Banqueiro do governo: é ele quem guarda as reservas internacionais em ouro ou


moeda estrangeira do governo.
 Autoridade emissora de moeda, ou monopólio de emissão: é o banco central quem,
com exclusividade, emite ou autoriza a emissão de papel-moeda daquele país.
 Executor da política monetária e cambial: é o banco central quem insere ou retira
moeda do mercado, regula as taxas de juros e regula a quantidade de moeda
estrangeira em circulação no país. Essas operações são conhecidas como open market
ou operações de mercado aberto, e consistem principalmente na compra e venda de
títulos públicos ou de moeda estrangeira para instituições financeiras previamente
escolhidas.
 Banco dos Bancos, ou prestamista de última instância: o banco central provê
empréstimos exclusivos aos membros do sistema financeiro a fim de regular a liquidez
ou mesmo evitar falências que poderiam causar uma reacção em cadeia de falências
bancárias. Ele também mantém os depósitos compulsórios dos bancos comerciais,
regulando assim a multiplicação da moeda escritural no mercado.

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4.3.Políticas do Banco central

4.3.1.Objectivo

O Banco de Moçambique tem como principal objectivo controlar o aumento anual do índice
harmonizado de preços no consumidor dentro da zona do Metical, inferior a, mas próximo de,
2%, a médio prazo.

4.3.2.Estratégia política monetária

O Banco de Moçambique controla directamente as taxas de juro directoras, esta é a principal


estratégia para controlar a inflação na zona do Metical, incide sobretudo:

 Taxa da facilidade permanente de depósito: taxa de juro paga pelo BM aos bancos
comerciais, pelos depósitos de excedentes de liquidez que estes podem efectuar, junto
do BM.
 Taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez: taxa de juro cobrada pelo
BM aos bancos comerciais, pelos créditos que estes podem obter, junto do BM.
 Taxa principal de refinanciamento: taxa mínima aplicada às operações de cedência
de liquidez, efectuadas através de leilões semanais, por um prazo de duas semanas.

O governo Moçambicano tem por obrigação se impor no mercado monetário para que não
haja abusos por parte da minoria que está no poder contra a maioria, que é a massa
trabalhadora.

4.4.Política monetária expansiva e contraccionista

Existem dois principais tipos de política monetária no Banco de Moçambique, a serem


adoptados pelo governo; a política rigorosa e a política flexível.

A política monetária expansiva consiste em aumentar a oferta de moeda, reduzindo assim a


taxa de juros básica e estimulando investimentos maioritariamente no sector privado. Essa
política é adaptada em épocas de recessão visando aumentar a demanda agregada e gerar
novos empregos.

Pelo contrário, a política monetária contraccionista consiste em reduzir a oferta de moeda,


aumentando assim a taxa de juros e reduzindo os investimentos no sector privado. Essa

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modalidade da política monetária é aplicada quando a economia está a sofrer alta inflação,
visando reduzir a procura agregada e, consequentemente, o nível de preços.

4.5.Decisão política e inflação do Banco central (Moçambique)

Na leitura dos membros do Comité de Política Monetária fizeram do cenário internacional e


interno a vislumbrar de riscos diversos. Por exemplo, na Europa, a eventual saída do Reino
Unido da União Europeia que tem impactos económicos em cascata para os vários quadrantes
e, a nível doméstico, notaram que há uma continuação da depreciação do câmbio, os
ajustamentos em alta dos preços administrados, as pressões inflacionárias na África do Sul e a
tensão militar no país.

Neste contexto o Comité de Política Monetária do BM tomou as suas decisões tendo em conta
factores como as taxas de juros reais que continuam negativas, a existência de um excesso de
liquidez substancial no sistema financeiro apesar de ser distribuída de uma maneira desigual
entre os bancos.

Também tomou as suas decisões por que prevalece uma perspectiva de pressões
inflacionárias, fraca disponibilidade de divisas no mercado cambial e devido às incertezas e
riscos prevalentes na conjuntura tanto doméstica como internacional.

Com todos estes pressupostos alinhados, a decisão de aumentar as taxas de referência do


Banco de Moçambique, segundo Zandamela, foi tomada por unanimidade por parte dos
membros do Comité de Política Monetária (CPMO).

Os quadros do BM determinaram que se deve aumentar, com efeitos imediatos, as taxas de


juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (FPC) em 600 pontos base para 23.25
por cento e a taxa de juro da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) na mesma magnitude
passando para 16.25 por cento.

“Também decidiu-se que era necessário unificar, a partir do próximo dia 22 de Novembro, os
Coeficientes de Reserva Obrigatória em moeda nacional, em 250 pontos base para 15.50 por
cento e em moeda estrangeira em 50 pontos base para 15.50 por cento”.

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Outras decisões associadas incluem a introdução, com efeitos imediatos, o reporte obrigatório
ao BM, três vezes ao dia, das taxas de câmbio praticadas pelos bancos comerciais nas
transacções com o público para que o Banco Central possa disponibilizar esta informação ao
mercado.

Por outro lado, o Comité de Política Monetária decidiu limitar, para um máximo de duas
vezes por semana, o acesso dos bancos comerciais ao financiamento por sua iniciativa através
da janela FPC e assegurar o cumprimento da meta revista da Base Monetária estabelecida
para Dezembro deste ano que é de 103 mil milhões de meticais.

“Estas decisões resultam dos choques internos e externos com impacto na actividade
económica e no comportamento dos principais indicadores macroeconómicos, nomeadamente
o excesso de chuvas, estiagem em algumas zonas do país, prevalência da tensão militar, a
suspensão da ajuda externa por parte dos doadores e a volatilidade dos preços das mercadorias
que tem impacto sobre a Balança de Pagamentos, Taxa de Cambio, Serviço da Dívida
Pública”

4.6.Desafios do banco central

Adequadas ao contexto institucional anglo-saxónico de sua época e durante algumas décadas


do pós-guerra, as recomendações de Keynes para a gestão monetária perderam sua eficácia a
partir dos anos 60, que corresponde ao momento de transição do sistema bancário inglês para
o quinto estágio do sua evolução, o qual irá se completar no início dos anos 70.

A capacidade dos bancos centrais nacionais em regular o sistema de pagamento e de controlar


a moeda de crédito enfraqueceu consideravelmente em decorrência da importância crescente
das actividades bancárias e da adopção generalizada pelos bancos privados da política de
administração activa de seus passivos.

A adopção de taxas de câmbio flutuantes pelos principais países industrializados após a


ruptura do regime monetário internacional de câmbio fixo instaurado em Bretton Woods
também contribuiu no mesmo sentido. Essas transformações reduziram a eficiência da política
monetária como um amortecedor entre a circulação doméstica e os circuitos internacionais.

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No período recente, as transformações financeiras intensas, em particular a liberalização dos
controles sobre as actividades dos bancos e das instituições financeiras não-bancárias, a
securitização e a proliferação dos instrumentos derivativos de crédito, que correspondem ao
sexto estágio da evolução do sistema bancário inglês na tipologia de Chick, dificultaram
sobremaneira a tarefa dos bancos centrais no que se refere à formulação e à execução da
política monetária.

As políticas expansionistas foram mantidas durante o período da Política de Boa Vizinhança


por parte dos países da língua portuguesa, o que constituiu um importante respaldo ao
investimento público e aos bancos de desenvolvimento, e, ao mesmo tempo, promoveu a
criação de sistemas monetário-financeiros mais estáveis, menos vulneráveis e com uma maior
capacidade de resposta para enfrentar as durezas do ciclo económico.

A comunidade da língua portuguesa, concordavam que os sistemas financeiros deveriam ser


concebidos de acordo com as necessidades dos países da África e não ser ‘imitações servis
dos regimes bancários dos grandes centros financeiros’. A reforma desses sistemas atribuiu
amplas funções aos bancos centrais incluindo não apenas a manutenção da estabilidade
monetária, mas também a adaptação da política monetária às necessidades da produção, além
de um claro e evidente papel anacíclico. Essas ideias mantêm sua relevância até hoje.

Os efeitos da crise da dívida dos anos 2015, as reformas estruturais e de estabilização que
vieram depois, o progressivo estabelecimento da crença na eficiência do mercado e a
deslegitimação da intervenção pública levaram a um longo declínio das políticas monetárias
activas e anticíclicas. No entanto, a mais recente crise (2015-2018) tornou a pô-las em
destaque. Apesar disso, a política monetária continua a manter um forte viés a favor da
estabilidade de preços, dando pouca atenção aos seus efeitos sobre a trajectória de
crescimento de longo prazo das economias, o que estava presente na reforma do sistema
bancário na África austral desde o ano de 2014.

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Conclusão

Chegando o fim deste trabalho, conclui-se que a partir do referencial pós-keynesiano, a


evolução histórica das funções dos bancos centrais, e ao mesmo tempo discutir os
fundamentos teóricos da necessidade de um banco central e da regulamentação bancária.
Procura-se mostrar que, ao invés de ser uma invenção estatal, o banco central é produto do
desenvolvimento histórico e institucional da economia capitalista e que suas funções nascem e
se desenvolvem de forma interligada.

Pretendeu-se também discutir as politicas, desafios do banco central na estabilidade


económica, no caso concreto de Moçambique, na qual existentes entre duas das principais
funções dos banco central, onde encontramos o controlo da moeda e do crédito e prestamista
em última instância e os desafios actuais à actuação dos bancos centrais, na edificação das
politicas publicas concernentes do estado.

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Bibliografias

1. Banco de Moçambique, Banco Central e Sistema Financeiro, apostila do Programa de


Capacitação para os Candidatos aos Cargos de Analista e Procurador do Banco de
Moçambique -- 2006.
2. Ordre monétaire et banque centrale. Document CEPII, Paris, mimeo, 1991.

AUTOR DO TRABALHO
Nome. Sérgio Alfredo Macore
Nickname. Helldriver Rapper
Facebook. Sérgio Alfredo Macore ou Helldriver Rapper Rapper
Morada. Pemba – Cabo Delgado
Telefone. +258 846458829
E-mail. Sergio.macore@gmail.com

NB. Depois de baixar esse trabalho, não esqueça de ligar para mim e agradecer.
Também, faço trabalhos por encomenda.

BOA SORTE

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