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Art - A Teoria Subjacente Aos Mapas Conceituais e Como Elaborá-Los e Usá-Los PDF
Art - A Teoria Subjacente Aos Mapas Conceituais e Como Elaborá-Los e Usá-Los PDF
009029
Joseph D. Novak**
Alberto J. Cañas***
Resumo
Este texto apresenta a origem da ferramenta de mapas conceituais e descreve brevemente o início do seu desen-
volvimento. Apresentam-se algumas das ideias da Teoria da Assimilação de Ausubel (1963, 1968) que serviram
como base para a criação dos mapas conceituais, destacando-se a importância da assimilação de novos conceitos
e proposições na estrutura cognitiva prévia do aprendiz para a construção de significados. Apresentam-se ainda
as bases epistemológicas dessa teoria de aprendizagem cognitiva, incluindo-se a ideia de que a produção criativa
de um novo conhecimento pode ser entendida como um nível bastante avançado de aprendizagem significativa,
processo que pode ser facilitado pela utilização de mapas conceituais. Busca-se ilustrar a larga variedade das ferra-
mentas disponíveis no programa gratuito CmapTools, cujas várias aplicações incluem o auxílio ao desenvolvimento
da aprendizagem significativa e do currículo, a captura e retenção de conhecimento especializado tácito e explícito
e o fortalecimento da produção criativa. O uso do programa CmapTools, de fontes da internet e de outros recursos
digitais prepara um poderoso Novo Modelo de Educação, levando à criação de portfólios de conhecimento indivi-
dual, capazes de registrar a aprendizagem significativa e embasar qualquer futura aprendizagem afim. O programa
CmapTools oferece ainda amplo suporte para colaboração, bem como para a publicação e compartilhamento de
modelos de conhecimento.
Palavras-chave: Mapa conceitual. Aprendizagem significativa. Programa Cmaptools.
Abstract
This text presents the origin of the concept map tool and some of the early history in the development of this tool.
Some of the ideas from Ausubel’s (1963; 1968) assimilation theory of cognitive learning that served as a foundation
for concept mapping are presented, including the important role that assimilating new concepts and propositions into
a learner’s existing cognitive framework plays in meaning making. Epistemological foundations are also presented
including the idea that creative production of new knowledge can be seen as a very high level of meaningful learning,
and concept mapping can facilitate the process. The wide range of tools available in free CmapTools software
and some applications are illustrated, including application for facilitating meaningful learning, better curriculum
development, capturing and archiving tacit and explicit expert knowledge, and enhancing creative production. Using
CmapTools, WWW resources, and other digital resources provide for a powerful New Model for Education leading
to the creation of individual knowledge portfolios that can document significant learning and serve as a foundation
for future related learning. CmapTools also provides extensive support for collaboration, publishing and sharing of
knowledge models.
Keywords: Concept Mapping. Meaningful learning. CmapTools.
* Tradução de “The theory underlying concept maps and how to construct and use them”, disponível em: <http://cmap.ihmc.us/Publications/
ResearchPapers/TheoryUnderlyingConceptMaps.pdf>. Traduzido com a autorização dos autores. Tradução de Luis Fernando Cerri
(PPGE/UEPG), com revisão técnica de Fabiano Morais.
** Professor Emeritus - Cornell University and Senior Research Scientist Florida Institute for Human and Machine Cognition (IHMC).
E-mail: jnovak@ihmc.us
*** Associate Director - Florida Institute for Human and Machine Cognition (IHMC). E-mail: acanas@ihmc.us
Práxis Educativa, Ponta Grossa, v.5, n.1, p. 9-29 , jan.-jun. 2010. Disponível em <http://www.periodicos.uepg.br>
10 Joseph D. Novak; Alberto J. Cañas
Figura 1 - Um mapa conceitual mostrando as características dos mapas conceituais. Mapas conceituais costumam ser
lidos progressivamente de cima para baixo.
Práxis Educativa, Ponta Grossa, v.5, n.1, p. 9-29, jan.-jun. 2010. Disponível em <http://www.periodicos.uepg.br>
A teoria subjacente aos mapas conceituais e como elaborá-los 11
na psicologia da aprendizagem de David Ausubel 1. O material a ser aprendido deve ser con-
(1963, 1968; AUSUBEL et al., 1978). A ideia fun- ceitualmente claro e apresentado com lin-
damental na psicologia cognitiva de Ausubel é que guagem e exemplos relacionáveis com o
a aprendizagem se dá por meio da assimilação de conhecimento anterior do aprendiz. Mapas
novos conceitos e proposições dentro de conceitos conceituais podem ajudar a cumprir essa
preexistentes e sistemas proposicionais já possuí- exigência, tanto por identificar conceitos am-
dos pelo aprendiz. Essa estrutura de conhecimento plos e gerais possuídos pelo aprendiz antes
de um determinado aprendiz é também chamada de de ele aprender conceitos mais específicos,
estrutura cognitiva do indivíduo. Diante da necessi- quanto por ajudar no sequenciamento de
dade de encontrar uma melhor forma de representar tarefas de aprendizagem através de conhe-
a compreensão conceitual de crianças, surgiu a ideia cimentos progressivamente mais explícitos,
de que o conhecimento infantil fosse representado que podem se basear em quadros de de-
na forma de mapa conceitual. Desse modo, nasceu senvolvimento conceitual.
uma nova ferramenta não apenas para o uso em
2. O aprendiz deve possuir conhecimento an-
pesquisa, como também para muitos outros.
terior relevante. Essa condição pode ser en-
contrada após os três anos de idade para
Fundamentos psicológicos dos mapas praticamente qualquer campo disciplinar,
conceituais mas é preciso ser cauteloso e explícito na
elaboração de quadros conceituais se o ob-
jetivo é apresentar conhecimento específi-
A origem dos nossos primeiros conceitos é
co detalhado em qualquer campo em lições
uma questão que surge com alguma frequência.
subsequentes. Vemos, por conseguinte,
Esses são adquiridos pelas crianças no período do
que as condições (1) e (2) estão inter-rela-
nascimento até os três anos, quando elas passam
cionadas e são ambas importantes.
a reconhecer regularidades no mundo ao seu redor
e começam a identificar rótulos de linguagem ou 3. O aprendiz precisa ter vontade de aprender
símbolos para essas regularidades (MACNAMARA, de modo significativo. A única condição so-
1982). Esse aprendizado inicial é essencialmente um bre a qual o professor ou mentor não possui
processo de aprendizado por descoberta, no qual os controle direto é a da motivação dos estu-
indivíduos discernem padrões ou regularidades nos dantes em aprender tentando incorporar no-
eventos ou objetos, reconhecendo-os como as mes- vos significados ao seu conhecimento pré-
mas regularidades rotuladas por pessoas mais velhas vio, em vez de simplesmente memorizando
com palavras ou símbolos. Essa é uma capacidade definições de conceitos ou afirmações pro-
fenomenal que faz parte da herança evolucionária posicionais, ou ainda procedimentos com-
de todos os seres humanos normais. Após os três putacionais. O controle indireto sobre essa
anos de idade, cada novo conceito e aprendizado escolha encontra-se, essencialmente, nas
proposicional é altamente mediado pela linguagem estratégias de ensino e nas estratégias de
e se dá essencialmente por um processo de apren- avaliação usadas. Estratégias de ensino que
dizado receptivo, no qual os novos significados são enfatizam o relacionamento do conhecimen-
obtidos por meio de perguntas e esclarecimentos to novo com o conhecimento já existente do
sobre as relações entre velhos conceitos e propo- aprendiz favorecem a aprendizagem signifi-
sições e novos conceitos e proposições. Essa aqui- cativa. Estratégias de avaliação que incen-
sição é mediada de forma muito importante quando tivam os aprendizes a relacionar as ideias
experiências ou proposições concretas estão dispo- que possuem com novas ideias também
níveis; daí a importância de atividades interativas no incentivam a aprendizagem significativa. As
provas objetivas convencionais raramente
aprendizado de ciências com crianças mais novas,
exigem mais do que aprendizagem mecâ-
embora isso também seja verdade para aprendizes
nica (BLOOM, 1956; HOLDEN, 1992). Na
de qualquer idade e qualquer campo disciplinar.
verdade, as piores formas de provas obje-
Além da distinção entre o processo de apren- tivas ou de respostas curtas exigem que os
dizagem por descoberta (no qual os atributos dos alunos se lembrem de enunciados palavra
conceitos são identificados de forma autônoma pelo por palavra, o que pode ser impedido pela
aprendiz) e o processo de aprendizagem receptiva aprendizagem significativa, na qual o novo
(no qual os atributos dos conceitos são descritos por conhecimento é assimilado dentro de qua-
meio da linguagem e transmitidos para o aprendiz), dros já existentes, dificultando a lembrança
Ausubel faz a importantíssima distinção entre apren- de definições ou descrições específicas ou
dizado mecânico e o aprendizado significativo. O literais. Esse tipo de problema foi detectado
aprendizado significativo requer três condições: anos atrás no livro de Hoffman (1962), The
Tyranny of Testing.
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lacione no máximo cerca de dois ou três conceitos. ções de aprendizagem e/ou resolução de problemas
Por exemplo, se pedirmos que uma pessoa memo- no futuro (NOVAK, 2002).
rize uma lista de 10 a 12 letras ou números em pou-
Por essa razão, estruturar grandes corpos de
cos segundos, na maioria dos casos ela se lembrará
conhecimento requer uma sequência ordenada de
de apenas cinco a nove deles. No entanto, se as le-
interações entre a memória operacional e a memória
tras puderem ser agrupadas em uma palavra conhe-
de longo prazo, conforme o conhecimento novo vai
cida ou em algo semelhante a uma palavra, ou se
os números puderem ser relacionados a um núme- sendo recebido e processado (ANDERSON, 1992).
ro de telefone ou a algo conhecido, então a pessoa Acreditamos que uma das razões pelas quais os
poderá se lembrar de 10 ou mais letras. Num teste usos de mapas conceituais é tão eficaz para a facili-
semelhante, se dermos a um grupo de alunos 10 a tação do aprendizado significativo é porque ele ser-
12 palavras conhecidas, mas não relacionadas, para ve como uma espécie de molde ou suporte para aju-
memorizar em poucos segundos, a maioria se lem- dar a organizar e estruturar o conhecimento, ainda
brará de apenas cinco a nove palavras. Se as pa- que a estrutura precise ser construída peça por peça
lavras forem desconhecidas, como termos técnicos com pequenas unidades de quadros conceituais e
apresentados ao aluno pela primeira vez, ele teria proposicionais interagentes. Vários alunos e profes-
um bom desempenho se recordasse corretamente sores surpreendem-se ao verem como essa ferra-
de dois ou três delas. Por outro lado, se as palavras menta simples facilita a aprendizagem significativa
forem conhecidas e puderem ser relacionadas aos e a criação de quadros de conhecimento poderosos,
conhecimentos que o aluno possui em sua estrutura que não só permitem que o conhecimento seja utili-
cognitiva, como, por exemplo, meses do ano, 12 ou zado em novos contextos, mas também a retenção
mais palavras podem ser facilmente lembradas. dele por longos períodos de tempo (NOVAK, 1990;
NOVAK; WANDERSEE, 1991). Nós ainda sabemos
relativamente pouco sobre os processos de memó-
ria e como o conhecimento finalmente se incorpora
ao nosso cérebro, mas diversas fontes de pesquisa
parecem deixar claro que nosso cérebro trabalha no
sentido de organizar o conhecimento em quadros
hierárquicos e que métodos de ensino que facili-
tem esse processo aumentariam significativamen-
te a capacidade de aprendizado de qualquer aluno
(BRANSFORD et al., 1999; TSIEN, 2007).
Obviamente, nossos cérebros armazenam
mais do que conceitos e proposições. Embora os
últimos sejam o principal elemento que compõe
nossas estruturas de conhecimento e forma nossa
estrutura cognitiva no cérebro, irem nos deter por
um instante para analisar outras formas de apren-
dizado. O aprendizado icônico envolve o armaze-
namento de imagens de cenas com as quais nos
Figura 4 - Os sistemas-chave de memória do cérebro
interagem quando estamos aprendendo. deparamos, pessoas que encontramos, fotos e inú-
meras outras imagens. Essas também podem ser
É preciso acrescentar que a retenção de in- chamadas de memórias icônicas (SPERLING, 1960;
formações aprendidas mecanicamente ainda se dá 1963). Enquanto as imagens alfanuméricas que
na memória de longo prazo, assim como a informa- Sperling usou em seus estudos eram rapidamente
ção aprendida significativamente; a diferença é que esquecidas, outros tipos de imagens foram retidos
na aprendizagem mecânica há pouca ou nenhuma por muito mais tempo. Nossos cérebros têm uma
integração do novo conhecimento ao conhecimento capacidade extraordinária de adquirir e reter ima-
existente, resultando em duas consequências nega- gens visuais de pessoas ou fotos. Por exemplo, em
tivas. Em primeiro lugar, o conhecimento aprendido um estudo (SHEPARD, 1967) foram apresentadas
mecanicamente tende a ser rapidamente esquecido, 612 representações de cenas comuns a um grupo
a não ser que seja muito repetido. Em segundo lugar, de pessoas e, posteriormente, perguntou-se qual de
a estrutura de conhecimento ou estrutura cognitiva duas imagens parecidas era uma das 612 vistas an-
do aprendiz não é aprimorada ou modificada para teriormente? Os participantes tiveram 97% de acerto
esclarecer ideias incorretas. Assim, as concepções na identificação das figuras que tinham visto. Três
erradas persistirão e o conhecimento aprendido tem dias depois, eles continuaram acertando em 92%
pouco ou nenhum potencial de ser usado em situa- dos casos e, três meses depois, em 58%. Esse e
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muitos outros estudos mostraram que os humanos algo muito benéfico. O tempo dirá se futuras pesqui-
têm uma capacidade extraordinária de se lembrar de sas sustentarão essa afirmação.
imagens, embora esqueçam rapidamente muitos de
Embora seja verdade que alguns estudan-
seus detalhes. Levando-se em conta a frequência
tes tenham dificuldade para elaborar e usar mapas
com que olhamos para moedas de um centavo, é
conceituais, pelo menos em seus primeiros contatos
interessante que os participantes de um estudo de
com eles, isso parece resultar essencialmente de
Nickerson e Adams (1979), no qual se pedia que
anos de aprendizado mecânico em contexto escolar,
eles desenhassem uma moeda de um centavo, te-
e não de diferenças de estruturas cerebrais per se.
nham emitido mais de metade dos seus detalhes ou
As supostas diferenças de “estilo de aprendizagem”
os colocado no lugar errado. Acreditamos que a in-
derivam, em grande parte, de diferenças nos pa-
tegração de vários tipos de imagens em um quadro
drões de aprendizagem empregados pelos estudan-
conceitual por meio de softwares de mapeamento
tes, que vão desde um alto comprometimento com
de conceitos como o CmapTools (descrito abaixo)
a aprendizagem mecânica contínua até uma dedi-
pode aprimorar a memória icônica, e esperamos ver
cação quase exclusiva à aprendizagem significativa.
pesquisas nesse sentido.
Não é fácil ajudar alunos que estejam habituados a
A capacidade humana de recordar sons tam- uma aprendizagem mecânica a trocá-la por práticas
bém é incrível. A capacidade de aprender e recor- de aprendizagem significativa. Embora mapas con-
dar sons é também chamada de memória árquica. ceituais possam ajudar, também é preciso ensinar a
Basta pensarmos nos músicos que são capazes de eles algo sobre os mecanismos do cérebro e a orga-
tocar centenas de canções sem consultar qualquer nização do conhecimento em conjunto com a utiliza-
notação musical. Também aqui estamos lidando ção dos mapas. A informação nos parágrafos acima
com memórias que não são codificadas como con- poderia fazer parte do programa de ensino para um
ceitos ou proposições. Estudos de Penfield e Perot uso eficiente dos mapas conceituais. Assim como as
(1963), entre outros, indicam que regiões do cérebro informações contidas neste artigo poderiam ser apli-
que são ativadas quando ouvimos sons são as mes- cadas a esse ensino. Ideias complementares para
mas ativadas quando nos lembramos deles. Embora um melhor entendimento do assunto podem ser en-
possamos localizar as regiões do cérebro que estão contradas em outros textos (MINTZES et al., 1998).
ativas durante o processo de aprendizado ou
lembrança de informações por meio de tomo-
grafias por emissão de pósitrons (PET), ainda
desconhecemos os mecanismos específicos
pelos quais os neurônios armazenam essas
informações. Analisar a fundo esses meca-
nismos de memória foge à proposta deste
artigo.
As habilidades individuais possuem di-
ferenças claras, que foram em parte explora-
das por Gardner (1983). Ele propôs uma Te-
oria das Inteligências Múltiplas. Seu trabalho
recebeu muita atenção na área da Educação
e serviu para chamar a atenção sobre o am-
plo leque de diferenças entre as capacidades
humanas para vários tipos de aprendizado e
desempenho. É bom que as escolas estejam
reconhecendo a existência de habilidades
humanas importantes que vão além da recor-
dação de informações cognitivas específicas,
que muitas vezes é a única forma de aprendi-
Figura 5 - Uma representação da estrutura de conhecimento ne-
zagem a figurar nos testes de múltipla escolha cessária para a compreensão de por que existem as
geralmente usados em escolas e empresas. estações.
Uma das razões pelas quais incentivamos a
integração do amplo leque de atividades presentes Para ilustrar como pode ser difícil para os in-
em nosso Novo Modelo para a Educação é oferecer divíduos modificar suas ideias, especificamente se
oportunidades para que essas outras habilidades eles aprenderam essencialmente por repetição, cita-
sejam representadas e expressadas. Contudo, nós mos como exemplo as entrevistas feitas pelo Private
também vemos as oportunidades organizacionais Universe Project (PUP) na Universidade de Harvard
oferecidas pela associação dessas várias atividades (SCHNEPS, 1989). A equipe do PUP entrevistou 23
a uma estrutura de conhecimento explícita como alunos, ex-alunos e funcionários da universidade
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de Harvard, fazendo-lhes a seguinte pergunta: “Por çado por sujeitos que possuem uma estrutura bem
que existem as estações?” Apenas 11 conceitos organizada de conhecimento em uma área especí-
adequadamente organizados são necessários para fica, além de um forte comprometimento emocional
compreender porque existem as estações, e uma para persistir na busca de novos significados (NO-
disposição desses conceitos é mostrada na Figura VAK, 1977, 1993, 1998). Epistemologia é o ramo da
5. Os entrevistadores do PUP descobriram que 21 Filosofia que lida com a natureza do conhecimento
dos 23 entrevistados não eram capazes de explicar e a criação de novos conhecimentos. Existe uma re-
porque existem as estações, algo que aprendemos lação importante entre a psicologia do aprendizado,
exaustivamente na escola. Entre esses, havia um tal como entendemos hoje, e o consenso crescen-
aluno que acabara de cursar uma disciplina em Físi- te entre filósofos e epistemólogos de que a criação
ca do Movimento Planetário, que também acreditava de novos conhecimentos é um processo construtivo
erroneamente que as estações eram causadas pelo que envolve tanto nosso conhecimento quanto nos-
fato de a Terra se aproximar mais do Sol no verão e sas emoções ou nosso impulso de criar novos signi-
se afastar dele no inverno. Na verdade, a terra está ficados e novos modos de representar esses signifi-
ligeiramente mais próxima do Sol no inverno em cados. Os próprios alunos envolvidos na criação de
Massachusetts, e não no verão. O principal motivo bons mapas conceituais estão se dedicando a um
de termos estações alternadas nas latitudes acima processo criativo, o que pode ser desafiador, espe-
e abaixo do Equador é a inclinação do eixo da Terra cialmente se esses alunos passaram a maior parte
em relação ao Sol no verão, resultando em dias mais da vida aprendendo mecanicamente. O aprendizado
longos e radiação mais direta, o que, por sua vez, mecânico contribui muito pouco para as nossas es-
resulta em maior aquecimento. No inverno, o eixo truturas de conhecimento, portanto não pode servir
da Terra está inclinado na direção contrária ao Sol, de base para o pensamento criativo ou para a reso-
resultando em dias mais cursos e radiação menos lução de problemas novos.
intensa1. O que interfere na compreensão desses 21 Como definimos acima, conceitos e proposi-
entrevistados de Harvard é a confusão com o con- ções são os blocos de construção do conhecimen-
senso de que, quando estamos próximos ao fogo ou to em qualquer área. Podemos usar a analogia de
a uma lâmpada, o calor é mais intenso do que quan- que os conceitos são como os átomos da matéria
do estamos longe. Por conta disso, essas pessoas e as proposições são como moléculas da matéria.
não conseguiram se dar conta de que esse mesmo Existem apenas cerca de 100 tipos de átomos e
fenômeno não se aplica às estações da Terra. Elas eles formam um número infinito de tipos diferentes
estão transferindo conhecimento de um contexto de moléculas. Existem atualmente 460.000 palavras
para outro, mas incorretamente. Podemos observar na língua inglesa (sendo a maior parte delas rótulos
isso com frequência em muitos exemplos de “con- de conceitos) e elas podem ser combinadas para
cepções errôneas” em todos os campos de estudo. formar um número infinito de proposições. Embora
A única solução para o problema da superação de muitas combinações de palavras possam não ter
concepções errôneas é ajudar os alunos a aprender sentido, ainda temos a possibilidade de criar um nú-
significativamente e, nesse sentido, o uso de mapas mero infinito de proposições válidas e significativas.
conceituais pode ser bastante útil (Para maiores in- Jamais faltarão novas ideias para poetas e roman-
formação sobre concepções errôneas em Ciências e cistas se expressarem de novas maneiras. Nunca
Matemática, ver Novak (2002) e www.mlrg.org). nos faltará a oportunidade de criar conhecimento
novo! Enquanto as pessoas criarem e observarem
objetos ou eventos novos ou pré-existentes, as pes-
Fundamentos epistemológicos dos mapas soas criativas continuarão a criar novos conceitos
conceituais e conhecimentos. A criação de novos métodos de
observação ou registro de eventos geralmente abre
Conforme indicado anteriormente, nós defini- novas oportunidades para a criação de conheci-
mos conceito como uma regularidade (ou padrão) mentos novos. Por exemplo, a criação do método
percebida em eventos ou objetos, ou registros de de elaboração de mapas conceituais para registrar
eventos ou objetos, designados por um rótulo. Atual- a compreensão individual gera novas oportunidades
mente, está se chegando a um consenso de que os para estudar o processo de aprendizado e criação
processos de aprendizagem significativa descritos de novos conhecimentos.
acima são os mesmos processos usados por cien-
tistas e matemáticos, ou especialistas de qualquer Vai além das intenções deste artigo definir se
disciplina, para elaborar conhecimento novo. Na convém estudar mais detalhadamente o processo
verdade, Novak argumentou que a criação de co- de aprendizado humano e de criação humana de
nhecimento novo nada mais é do que um nível relati- conhecimento. O leitor está convidado a investigar
vamente elevado de aprendizado significativo alcan- algumas das referências citadas. Algumas conside-
rações importantes para a elaboração de melhores
mapas conceituais e facilitação da aprendizagem
1Na verdade, esse raciocínio não vale para toda a Terra, mas serão discutidas em maior detalhe abaixo.
para cada hemisfério alternadamente. (N. do T.)
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16 Joseph D. Novak; Alberto J. Cañas
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A teoria subjacente aos mapas conceituais e como elaborá-los 17
Uma vez que concluído o mapa preliminar, é A caixa de ferramentas do programa
preciso buscar as ligações cruzadas. Elas são, no CmapTools
mapa, as ligações entre conceitos em diferentes seg-
mentos ou domínios do conhecimento que ajudam a O programa CmapTools (CAÑAS et al., 2004b
ilustrar como eles se relacionam. Ligações cruzadas - disponível para download em <http://cmap.ihmc.
são importantes para mostrar que o aluno entende us>), desenvolvido no Instituto para a Cognição Hu-
as relações entre os subdomínios no mapa. mana e Mecânica (Institute for Human and Machine
É importante ajudar os alunos a compreender Cognition - IHMC), alia as qualidades dos mapas
que todos os conceitos são de algum modo relacio- conceituais ao poder da tecnologia, particularmente
nados uns aos outros. Portanto, é preciso ser seleti- da internet. O software torna fácil para usuários de
vo ao identificar as ligações cruzadas e tão preciso todas as idades elaborarem e modificarem mapas
quanto possível ao estabelecer palavras de ligação conceituais da mesma forma que um processador
que interliguem conceitos. Além disso, deve-se evitar de texto facilita a produção textual. Ele permite aos
“frases nas caixas”, ou seja, frases completas usa- usuários trabalharem juntos à distância na elabora-
das como conceitos, uma vez que isso geralmen- ção de seus mapas; publicarem seus mapas concei-
te indica que toda uma subseção do mapa poderia tuais para o acesso de qualquer pessoa conectada à
ser elaborada a partir da frase na caixa. “Mapas em internet; fazerem links para fontes externas em seus
cascata” revelam tanto má compreensão do material mapas para melhor explicarem seus conteúdos; e
quanto uma estruturação inadequada do mapa. A Fi- buscarem informações relacionadas ao mapa na
gura 6 é um exemplo de mapa em cascata. Rede Mundial de Computadores.
Os alunos muitas vezes comentam que é di- O programa permite ao usuário fazer links
fícil acrescentar palavras de ligação às “linhas” de com fontes (fotos, imagens, gráficos, vídeos, mapas,
seus mapas conceituais. Isso se deve à má com- tabelas, textos, páginas de internet ou outros mapas
preensão do relacionamento entre os conceitos, ou conceituais) localizadas em qualquer parte da inter-
dos significados dos conceitos – e são as palavras net ou em arquivos pessoais a conceitos, ou interli-
de ligação que especificam esse relacionamento. gar palavras em um mapa conceitual simplesmente
Assim que os estudantes começam a se concentrar clicando e arrastado os elementos desejados. Links
em boas palavras de ligação e a identificar boas li- para essas fontes são apresentados na forma de
gações cruzadas, eles percebem que cada conceito ícones debaixo dos conceitos, conforme mostrado
pode ser relacionado qualquer outro conceito dife- na Figura 7. Clicar em um desses ícones abre uma
rente. Isso também gera certa frustração, e preci- lista de links, a partir dos quais o usuário pode es-
sam escolher identificar as ligações cruzadas mais colher abrir uma das fontes “linkadas”. Por meio do
evidentes e úteis. Esse processo envolve o que CmapTools, é possível usar mapas conceituais para
Bloom (1956) identificou como níveis elevados de acessar qualquer material que possa ser apresenta-
desempenho cognitivo, ou seja, avaliação e síntese do digitalmente, incluindo materiais preparados pelo
do conhecimento. A produção de mapas conceituais elaborador do mapa. Desse modo, os mapas podem
é uma maneira fácil de estimular níveis muito eleva- servir como ferramentas de indexação e navegação
dos de desempenho cognitivo, quando o processo é para áreas de conhecimento complexas, conforme
bem realizado. Por esse motivo, a produção de ma- mostraremos mais adiante com materiais da NASA
pas conceituais pode ser uma ferramenta poderosa sobre Marte (BRIGGS et al., 2004). Com essa inter-
de avaliação (ESMONDSON, 2000). ligação facilitada entre mapas conceituais, os alunos
podem elaborar modelos de conhecimento (CAÑAS
Por fim, deve-se revisar o mapa, reposicio- et al., 2003b; CAÑAS et al., 2005), que são compila-
nar conceitos de modo a transmitir clareza e melhor ções de mapas conceituais com fontes interligadas
estrutura geral, e preparar uma versão “final”. Caso sobre um assunto específico, o que demonstra que
um programa de computador esteja sendo usado, seu entendimento sobre uma área não se limita a
é possível “voltar atrás”, mudar o tamanho e o esti- apenas um mapa conceitual.
lo da fonte e adicionar cores para “enfeitar” o mapa
conceitual.
Assim, vemos que os mapas conceituais não Facilitando a aprendizagem colaborativa e à
são apenas uma ferramenta poderosa para capturar, distância
representar e arquivar o conhecimento individual,
mas também uma ferramenta importante para criar Há um corpus de pesquisa em expansão
conhecimento novo. mostrando que, quando os estudantes trabalham
em pequenos grupos e se esforçam em conjunto
para aprenderem um tema, eles alcançam resulta-
dos cognitivos e afetivos positivos (JOHNSON et
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al., 1981; BERK; WINSLER, 1995). Vygotsky (1978) Através dos CmapServers, usuários de todas as ida-
introduziu a ideia de que a linguagem e o diálogo so- des e de várias disciplinas têm publicado milhares
cial podem auxiliar no aprendizado, especialmente de mapas sobre todos os tipos de assuntos e áre-
quando os membros do grupo social estão mais ou as. Embora os mapas conceituais nesses servidores
menos na mesma Zona de Desenvolvimento Proxi- públicos sejam apenas uma pequena amostra dos
mal (ZDP). Ele descreve a ZDP como um nível de mapas publicados pelos usuários do CmapTools –
compreensão para um determinado assunto, a partir e alguns não sejam bons mapas conceituais pelos
do qual o aprendiz pode progredir por conta própria, nossos critérios –, eles servem para mostrar vários
com o mínimo de ajuda de um professor. Quando dos recursos do programa. Quando um mapa con-
estudantes trabalham cooperativamente em grupos ceitual é salvo em um CmapServer, uma versão do
e usam mapas conceituais para guiar seu aprendi- mapa é também armazenada como página da inter-
zado, o aprendizado resultante é significativamente net, de modo que um navegador é o suficiente para
maior (PRESZLER, 2004). Em nosso trabalho tanto que se possa fazer uma busca por todos os mapas
com professores quanto com estudantes, pequenos conceituais disponíveis.
grupos trabalhando em conjunto para elaborarem
Por meio da armazenagem de mapas con-
mapas conceituais se mostraram úteis em vários
ceituais nos CmapServers, o CmapTools incentiva
contextos. No início da década de 1990, na América
a colaboração entre os usuários que os produzem.
Latina, alunos com acesso à rede IBM de computa-
Quando mapas são armazenados na internet, usu-
dores (anterior à internet) foram muito bem sucedidos
ários cadastrados (CAÑAS et al., 2003c) podem
na criação de mapas conceituais tanto com alunos
editá-los ao mesmo tempo (sincronicamente) ou
da sua própria classe quanto com alunos de outros
no melhor momento para eles (assincronicamen-
países (CAÑAS et al., 2001). Em nossas próprias
te). “Tópicos de discussão” e “Anotações” em forma
aulas e oficinas, e em aulas dadas por nossos estu-
“Post-Its” eletrônicos podem ser usados para fazer
dantes em seus países, pequenos grupos de alunos
comentários pontuais sobre os mapas ou durante a
trabalhando coletivamente na produção mapas con-
elaboração dos mesmos. O alto grau de clareza dos
ceituais conseguem criar mapas excelentes.
mapas conceituais faz deles um veículo ideal para
a troca de ideias ou para a elaboração coletiva de
novos conhecimentos. Também percebemos que os
obstáculos que derivam de inseguranças pessoais e
medo de passar vergonha são amplamente evitados,
uma vez que os comentários críticos são dirigidos ao
mapa conceitual, não aos que elaboram o mapa. O
fato de os alunos comentarem os mapas conceituais
uns dos outros, seja em uma mesma classe ou em
escolas diferentes, é uma forma efetiva de avaliação
entre colegas e colaboração.
Figura 7 - Um mapa conceitual sobre pássaros cons-
truído por alunos do Ensino Médio. Os íco-
nes abaixo dos conceitos proporcionam links
para fontes externas (imagens, ilustrações,
páginas de internet, vídeos ou outros mapas
conceituais), algumas das quais são mostra-
das na Figura.
Práxis Educativa, Ponta Grossa, v.5, n.1, p. 9-29, jan.-jun. 2010. Disponível em <http://www.periodicos.uepg.br>
A teoria subjacente aos mapas conceituais e como elaborá-los 19
A ampla gama de recursos que o CmapTools rá a essa assimilação; como forma de organizar as
oferece para a elaboração coletiva de mapas con- várias fontes que usará para tanto; como ferramen-
ceituais, estejam os alunos no mesmo lugar ou em ta para trabalhar em conjunto com seus colegas; e
lugares separados, tem incentivado o uso crescente como meio de apresentar suas descobertas ao final
da colaboração na elaboração dos mapas. Em uma da unidade. Além disso, o mapa conceitual elabo-
série de contextos educacionais, a produção de ma- rado por esse aluno pode servir de base para uma
pas conceituais em pequenos grupos tem se mostra- avaliação geral (cf. VITALE; ROMANCE, 2000) do
do útil em questões que vão desde a compreensão seu desempenho.
de ideias em teorias de assimilação do aprendiza-
do e a até o esclarecimento de conflitos de trabalho
para a resolução de impasses em corporações com Questão focal, estacionamentos e esqueletos
ou sem fins lucrativos (e.g. BEITURE; MAYORGA, de mapas elaborados por especialistas
2004). Mapas conceituais começam a ser usados (Expert Skeleton Maps)
em corporações para ajudar equipes a esclarecer
e articular o conhecimento necessário para enfren- Um ambiente de aprendizado centrado em
tar situações que variam desde o desenho de novos mapas significa que os mapas conceituais são usa-
produtos até o marketing ou a resolução de proble- dos durante todo o desenvolvimento de uma unida-
mas. de ou módulo de ensino. Nesse contexto, os mapas
conceituais provavelmente serão usados como uma
ferramenta para determinar o nível de compreensão
Um novo modelo de educação que os alunos têm sobre o tópico a ser estudado an-
tes de ele ser introduzido. Os mapas são então ela-
Um ambiente de aprendizado centrado em borados, ampliados e aprimorados à medida que os
mapas conceituais alunos realizam outras atividades relacionadas ao
tópico e aumentam sua compreensão dele, possivel-
O CmapTools oferece uma série de recursos mente gerando ao final modelos de conhecimento
que possibilitam aos professores usarem os mapas complexos que interligam fontes, resultados, experi-
conceituais para inúmeras atividades realizadas pe- mentos, etc. e que podem ser usados, se houver in-
los estudantes (CAÑAS; NOVAK, 2005). Além de um teresse, como uma apresentação final pelos alunos.
ambiente de rede que incentiva o trabalho coletivo Da mesma forma que os mapas conceituais
e a possibilidade de elaboração de modelos de co- podem ser utilizados de diversas maneiras nas ativi-
nhecimento, o programa permite aos usuários, entre dades de sala de aula, existe uma série de “pontos
outros recursos: (a) busca de informações presen- de partida” para a elaboração dos mapas conceitu-
tes em mapas conceituais (CARVALHO et al., 2001), ais preliminares pelos alunos.
por meio da qual um aluno pode usar o Cmap para
pesquisar mais sobre um determinado assunto – ge- Cada aluno pode construir seu mapa concei-
rando assim um mapa incrementado com links para tual preliminar individualmente, dando ao professor
fontes externas – e realizar, por conseguinte, outras um retorno quanto ao nível de compreensão de cada
buscas; (b) gravar o processo de elaboração de um um. Nessa opção de construção individual do mapa,
mapa para consultas posteriores, possibilitando ao pode-se fazer com que os alunos trabalhem em
professor ter acesso ao que é considerado um as- conjunto por meio de uma Sopa de Conhecimento
pecto essencial da produção de mapas conceituais: (CAÑAS et al., 1995; CAÑAS et al., 2001), na qual
o processo de elaboração dos mesmos; (c) exibição eles possam partilhar proposições, mas não vejam
segmentada do mapa conceitual e das fontes exter- os mapas uns dos outros (ver Figura 9). Os mapas
nas a ele associadas em tela cheia para apresenta- conceituais podem ser elaborados por duplas ou pe-
ções orais; (d) comparar graficamente dois Cmaps, quenos grupos de alunos, sendo que, nesse caso, o
permitindo ao professor contrapor o mapa do alu- professor deve estar atento ao nível de participação
no ao seu para uma avaliação preliminar. O mapa de cada um. O CmapTools possui um recurso de
conceitual pode então se tornar uma ferramenta gravação que permite gravar e reproduzir os passos
ao redor da qual várias atividades do processo de da elaboração do mapa, no qual é possível identifi-
aprendizagem podem girar, conforme mostrado na car as contribuições de cada participante.
Figura 8. O mapa conceitual pode também elaborado
Com base nos recursos oferecidos pelo pela classe como um todo, com a ajuda de um pro-
CmapTools, o aluno pode usar o mapa conceitual jetor. Nesse caso, todos os alunos dão suas respec-
como uma pré-avaliação; como um passo inicial tivas opiniões e participam na elaboração do mapa.
rumo ao aprendizado de partes do conhecimento Os professores devem estar alertas para avaliar a
que ele precisa assimilar melhor; como a base sobre participação individual de cada aluno.
a qual ele pode desenvolver a pesquisa que leva-
Práxis Educativa, Ponta Grossa, v.5, n.1, p. 9-29 , jan.-jun. 2010. Disponível em <http://www.periodicos.uepg.br>
20 Joseph D. Novak; Alberto J. Cañas
Estacionamento
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A teoria subjacente aos mapas conceituais e como elaborá-los 21
Esqueletos de mapas elaborados por o mapa final tenha algo entre cinquenta a sessenta
especialistas conceitos. Nesse caso, provavelmente usaríamos
um mapa relativamente completo (não um “esquele-
Para tópicos difíceis – seja para os alunos, to”) como suporte e esperaríamos que os estudantes
conforme determinado pela experiência prévia do se aprofundassem mais no tópico, criando diversos
professor, seja para ele próprio por conta da sua submapas interligados ao mapa de partida.
formação – o uso de um “esqueleto” de mapa con- Podemos antever um programa de utiliza-
ceitual de um especialista é uma alternativa. Esse ção dos “esqueletos” de mapa como suporte para o
“esqueleto” é elaborado por um especialista na área aprendizado, a começar com o desenvolvimento de
e permite que tanto os estudantes quanto os pro- uma série de mapas conceituais em uma determina-
fessores construam seu conhecimento sobre bases da disciplina, partindo de ideias mais gerais e inclu-
sólidas. Esses mapas servem como guia, suporte, sivas e então passando gradualmente para mapas
ou ajuda para o aprendizado, da mesma forma que conceituais mais específicos, que guiarão os alunos.
uma armação de andaimes serve para construir ou Por exemplo, a Figura 11 mostra um “esqueleto” de
reformar um edifício. mapa para Ciências que abarca os mais importan-
A Figura 11 é um “esqueleto” de mapa con- tes conceitos-chave para a compreensão da Ciên-
ceitual que corresponde ao mesmo tópico que o cia. Os alunos podem começar com esse mapa, adi-
“estacionamento” na Figura 10. Observe que, neste cionar conceitos do estacionamento, criar links para
exemplo, alguns dos conceitos foram deixados no fontes externas digitais e também elaborar subma-
“estacionamento” para que os estudantes os acres- pas mais específicos. Mapas conceituais ainda mais
centem ao mapa conceitual. específicos, elaborados por especialistas, também
podem ser oferecidos, tal como mostrado na Figura
Ainda estamos realizando pesquisas quanto 12. Aqui, nós também vemos um submapa que pode
ao uso desses “esqueletos” de mapas conceituais ser criado por um grupo de alunos e um exemplo de
e, portanto, não temos tanta experiência em relação duas fontes que podem ser acessadas por meio de
a eles quanto em relação aos pontos de partida da ícones no submapa.
questão focal e do estacionamento. O’Donnell, Dan-
sereau, e Hall (2002) demonstraram
que “mapas de conhecimento” po-
dem funcionar como suportes para
facilitar a aprendizagem.
É importante notar que os
“esqueletos” de mapas conceituais
devem ser elaborados por um es-
pecialista na área. Espera-se que
o especialista seja mais capaz de
selecionar o pequeno número de
conceitos que são essenciais para
a compreensão do tópico e que ex-
pressam precisamente os relaciona-
mentos entre esses conceitos. Em
geral, é muito mais difícil elaborar
um mapa bom e preciso com um pe-
queno número de conceitos (quatro
ou cinco) do que com 15 ou vinte
conceitos.
Um “esqueleto” de mapa con-
ceitual não possui um tamanho pre-
determinado. Porém, o número final Figura 11 - Um “esqueleto” de mapa com um conceito chave que deve ser
de conceitos que se espera ver no entendido como um fundamento para o aprendizado de Ciências,
mapa é uma função do número de baseado estacionamento da Figura 10. Alguns conceitos foram
deixados no estacionamento para que o estudante o insira no
conceitos presentes no “esqueleto”.
Cmap.
Por exemplo, um “esqueleto” que
consiste em cinco conceitos deve ser expandido Uma das vantagens do uso do CmapTools
pelo aluno para um mapa com 15 ou vinte concei- como suporte para a aprendizagem é a função de
tos. Se o “esqueleto” contém vinte conceitos, o que busca mencionada anteriormente, que permite o
o tornará um mapa mais exaustivo, espera-se que acesso a fontes da Rede Mundial de Computadores
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22 Joseph D. Novak; Alberto J. Cañas
que são filtrados para se encaixarem ao contexto de internet superam em muito o que qualquer livro di-
significados definido pelo mapa conceitual (CARVA- dático ou professor pode oferecer. Na verdade, os
LHO et al., 2001; LEAKE et al., 2004). Portanto, se professores que supervisionam esse tipo de estudo
você clica em um conceito como “energia elétrica” têm a possibilidade de aprender tantas coisas novas
na Figura 12 e seleciona uma das opções de “bus- quanto os seus estudantes. Além disso, usar os “es-
ca” do menu, o CmapTools irá apresentar fontes não queletos” de mapas conceituais como ponto de par-
apenas relacionadas à eletricidade, mas também a tida reduz a chance de que concepções errôneas ou
outros conceitos no mapa. O programa tenta defi- que ideias incorretas sustentadas por alunos ou pro-
nir sobre o que é o Cmap e prepara uma consulta fessores sejam reforçadas, maximizando a chance
para ferramentas de busca da web, que, por sua de que elaborem estruturas de conhecimento que,
vez, irão gerar resultados relevantes para as ideias com o tempo, anulem ou reduzam as concepções
em desenvolvimento no mapa conceitual. O aluno errôneas (NOVAK, 2002).
ainda precisa, é claro, selecionar novos conceitos a
partir do material e elaborar novas proposições no
mapa conceitual que tragam sentido e clareza para
O Projeto World of Science
o mapa. Assim, o aluno ou grupo de alunos se en-
volve muito ativamente no processo de elaboração
de significados, um requisito essencial para que a Em 1966, a Bobbs-Merrill publicou uma série
aprendizagem significativa ocorra. de livros didáticos básicos de Ciências, The World
Figura 12 - Um Cmap de transformação de energia, que pode ser acessado por meio do link do conceito
“Energia” no mapa conceitual da Figura 11, e o Cmap de Fotossíntese que pode ser “linkado”
a ele.
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A teoria subjacente aos mapas conceituais e como elaborá-los 23
e um DVD com todos os seis livros está a venda. tas e práticas com coisas reais e observar fenôme-
Nosso plano é usar os livros da série The World of nos igualmente reais para acrescentar significados
Science como ponto de partida para um projeto de às lacunas conceituais presentes nos mapas concei-
apresentação de Um Novo Modelo de Educação. tuais e em outras ferramentas.
Para começar, “esqueletos” de mapas conceituais
Um projeto de programa piloto já está sendo
foram elaborados para algumas seções do livro para realizado na Itália, onde Giuseppe Valittuti (2004) e
a segunda série e para todo o livro da quarta série, seus colegas estão trabalhando na tradução da sé-
intitulado The Expanding World of Science (O mun- rie de livros The World of Science para o italiano.
do em expansão da Ciência). Todos esses “esque- Valittuti e seus colegas obtiveram financiamento do
letos” de mapas conceituais poderão servir de ponto Ministério da Educação da Itália para formação de
de partida para alunos e professores para cada se- professores e algumas equipes de escolas de en-
ção ilustrada no livro. Em seguida, os alunos pode- sino fundamental já começaram a trabalhar com os
rão usar esses Cmaps juntamente com o programa mapas conceituais e outras ferramentas da coleção
CmapTools para buscar fonte e ideias pertinentes na The World of Science no decorrer dos anos de 2005-
internet. A Figura 13 mostra um dos “esqueletos” de 2006.
mapas conceituais que poderão ser usados como
ponto de partida para a elaboração de um modelo A meta é ter quarto conjuntos de escolas
de conhecimento, preferencialmente com os alunos focadas em diferentes aspectos da coleção The
trabalhando em equipes e compartilhando ideias. World of Science e gerar fotos e vídeos dos alunos
realizando projetos que ilustrem e utilizem os vá-
rios conceitos científicos. Espera-se que as salas
de aula ofereçam bastante feedback, no intuito
de ajudar as equipes a aprimorar seu trabalho,
compartilhando “portfólios eletrônicos” por meio do
CmapTools. Esse feedback nos ajudará a aprimorar
rapidamente os mapas conceituais, técnicas e
abordagens para aperfeiçoar a prática do Novo
Modelo para a Educação. A rede do CmapTools
Network pode servir como fiadora para alguns
dessas tentativas por meio do servidores públicos
envolvidos nelas na Itália e em outros países. Nós
prevemos que um número abundante de dados,
tanto empíricos quanto incidentais, será produzido
a partir dessas tentativas dentro de alguns anos.
Com base nas sólidas descobertas teóricas e de
pesquisa disponíveis atualmente, temos todas as
razões para estarmos otimistas quanto ao sucesso
Figura 13 - Gráfico mostrando o Novo Modelo de Educa-
desses esforços inovadores. O progresso desse
ção com um “esqueleto” de mapa conceitual
que pode servir como “espinha dorsal” para projeto pode ser acompanhado na página:
um projeto de portfólio de Ciências. <www.leparoledellascienza.it>.
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A teoria subjacente aos mapas conceituais e como elaborá-los 25
O uso de mapas conceituais no planejamen-
to de um currículo ou da ementa de uma disciplina
Mapas conceituais e planejamento curricular específica ajuda a tornar o ensino “conceitualmente
transparente” para os alunos. Muitos deles têm difi-
Mapas conceituais podem ser de enorme uti- culdades em identificar os conceitos importantes em
lidade no planejamento curricular. Eles apresentam um texto, palestra ou outra forma de apresentação.
de forma altamente concisa os conceitos-chave e Parte do problema está em um padrão de aprendi-
princípios a serem ensinados. A organização hie- zagem que exige apenas memorização da informa-
rárquica dos mapas conceituais indica um sequen- ção e nenhuma análise dessa mesma informação.
ciamento otimizado do material didático. Uma vez Esses alunos não conseguem elaborar estruturas
que a característica fundamental da aprendizagem conceituais e proposicionais sólidas, o que os leva
significativa é a integração do novo conhecimento a encarar o aprendizado como um aglomerado con-
aos conceitos e estruturas proposicionais prévias fuso de fatos, datas, nomes, equações ou regras de
dos aprendizes, partir dos conceitos mais gerais, procedimento a serem gravadas. Para eles, o conte-
mais inclusivos, para a informação mais específi- údo da maior parte das disciplinas, e especialmente
Ciências, Matemática e História, são uma ca-
cofonia de informações a memorizar, o que ge-
ralmente acham entediante. Muitos se sentem
incapazes de dominar o conhecimento de sua
área. Quando mapas conceituais são usados
para planejar o ensino e se exige que os alunos
os elaborem à medida que aprendem, estudan-
tes anteriormente mal sucedidos podem passar
a ter sucesso em compreender Ciências e qual-
quer outra disciplina, adquirindo um sentimento
de controle sobre os conteúdos disciplinares
(BASCONES; NOVAK, 1985; NOVAK, 1991,
1998).
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26 Joseph D. Novak; Alberto J. Cañas
cognitivos, muitos dos quais não conhecem o tra- FORD et al., 1996). Entretanto, quando começamos
balho de Ausubel e o tipo de ideias epistemológicas a elaborar mapas conceituais com o conhecimento
nas quais se baseia a produção de mapas conceitu- especializado de um cardiologista que literalmente
ais. Uma revisão dos sumários de vinte livros recen- “escreveu o livro” sobre essa tecnologia, ficou claro
tes sobre ciência cognitiva revelou que nenhum dele que havia conceitos faltando no mapa, e que o “co-
trazia a palavra “epistemologia” em seu índice. nhecimento tácito” do nosso especialista não havia
sido expressado por completo em seu livro ou em
Nós também utilizamos “entrevistas clínicas”
nossas entrevistas. Assim, o mapa conceitual não
no início de nossos trabalhos, conforme menciona-
apenas nos permitiu representar o conhecimento
do acima, porém, sentimos a necessidade de bolar
especializado, como também encontrar lacunas na
uma melhor forma para representar o que nossos
estrutura de conhecimento que estávamos obtendo
aprendizes sabiam e como o seu conhecimento mu-
por meio de entrevistas.
dava ao longo do tempo. No IHMC, começa-mos
usando en-trevistas para identificar o conhecimento Por mais que saibamos que entrevistas, estu-
especializado necessário para a interpretação de re- dos de caso, análise de “incidentes críticos” e técni-
latórios computadorizados produzidos por uma má- cas similares sejam úteis para extrair e representar
quina feita para avaliar problemas cardíacos, após o conhecimento especializado, ainda é provável que
a injeção de uma pastilha radioativa, e para diag- o produto final desses estudos seja mais bem repre-
nosticar disfunção coronariana (FORD et al., 1991; sentado na forma de mapas conceituais, talvez com
Figura 16 - Um mapa conceitual “interno” para o portfólio de conhecimentos criado pela NASA para a exploração de
Marte.
Figura 17 - Um exemplo de mapa conceitual que pode ser acessado clicando em um dos recursos anexados a um con-
ceito na figura 16.
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A teoria subjacente aos mapas conceituais e como elaborá-los 27
alguns dos dados da entrevista e outras informa- A página na internet do CmapTools possibilita um
ções apresentadas através de ícones nos próprios intercâmbio dinâmico entre usuários e pesquisado-
mapas. res. Este próprio artigo deve ser encarado como um
documento “vivo”, que será revisado periodicamente
No IHMC, nós continuamos nos dedicando
à medida que acumulamos conhecimentos novos e
bastante à área de apreensão e representação do
conhecimento especializado (COFFEY et al., 2002). experiências ao utilizarmos essa ferramenta. Nós
Com a evolução do programa CmapTools, ele foi se convidamos todos os adeptos dos mapas concei-
tornando uma ferramenta cada vez mais útil para tuais e do CmapTools a participar desse diálogo.
esse trabalho, conforme deixam claro as extraor-
dinárias referências sobre Marte elaboradas pelo
Centro Ames para a Exploração de Marte da NASA Referências
(BRIGGS et al., 2004). A Figura 16 mostra um mapa ANDERSON, O. R. Some interrelationships between
conceitual “interno” para o portfólio de conhecimen- constructivist models of learning and current neurobiological
tos que Briggs criou, enquanto a Figura 17 mostra theory, with implications for science education. Journal
um dos vários submapas elaborados por ele. of Research in Science Teaching, v. 19, n. 10, p. 1037-
1058, 1992.
A totali-dade desses mapas concei-tuais pode
ser vista em: http://cmex.ihmc.us. Em acréscimo aos AUSUBEL, D. P. The psychology of meaningful verbal
learning. New York: Grune and Stratton, 1963.
submapas, uma ampla variedade de recursos digi-
tais pode ser acessada por meio dos mapas concei- AUSUBEL, D. P. Educational psychology: a cognitive
tuais. Muitos outros projetos podem se encontrados view. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1968.
no IHMC Public CmapServer, o servidor de acesso AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H.
público do Cmap, através da ferramenta CmapTo- Educational psychology: a cognitive view. 2. ed. New
ols, incluindo projetos referentes à previsão do tem- York: Holt, Rinehart and Winston, 1978.
po (HOFFMAN et al., 2000. Disponível em: http:// BASCONES, J.; NOVAK, J. D. Alternative instructional
www.ihmc.us/research/projects/StormLK/), técnicos systems and the development of problem solving skills in
em eletrônica (COFFEY et al., 2003), e tecelagem physics. European Journal of Science Education, v. 7,
tailandesa. n. 3, p. 253-261, 1985.
BEIRUTE, L.; MAYORGA, L. F. Los mapas conceptuales
herramienta poderosa en la resolución alternativa de
Conclusões conflictos. In: CAÑAS, A. J.; NOVAK, J. D.; GONZÁLEZ,
F. M. (Eds.). Concept maps: Theory, methodology,
Neste artigo nós procuramos apresentar as technology. Proceedings of the 1st international conference
fundamentações teóricas e as origens do que cha- on concept mapping. Pamplona, Spain: Universidad
mamos de mapas conceituais. Embora à primeira Pública de Navarra, 2004. v. 1.
vista os mapas possam parecer apenas mais uma BERK, L. E.; WINSLER, A. Scaffolding Children’s
representação gráfica de informações, compreender Learning: Vygotsky and early childhood education.
os fundamentos dessa ferramenta e seu uso ade- Washington, D.C.: National Association for Education of
quado mostrará ao usuário que, na verdade, ela se Young Children, 1995.
trata de uma ferramenta verdadeiramente profunda BLOOM, B. S. Taxonomy of educational objectives: the
e poderosa. A princípio, pode parecer um simples classification of educational goals. New York: Longmans
arranjo de palavras em uma hierarquia, mas quando Green, 1956.
se organiza com atenção os conceitos representa- BRANSFORD, J.; BROWN, A. L.; COCKING, R. R. (Eds.).
dos pelas palavras e as proposições ou ideias são How people learn: Brain, mind, experience, and school.
elaboradas com palavras de ligação bem escolhidas, Washington, D.C.: National Academy Press, 1999.
começa-se a perceber que o mapa conceitual é ao
BRIGGS, G.; SHAMMA, D. A.; CAÑAS, A. J.; CARFF,
mesmo tempo simples e dono de uma complexidade R.; SCARGLE, J.; NOVAK, J. D. Concept maps applied
elegante, possuindo significados profundos. Já ficou to Mars exploration public outreach. In: CAÑAS, A. J.;
provado que a produção de mapas conceituais ajuda NOVAK, J. D.; GONZÁLEZ, F.; (Eds.). Concept maps:
alunos a aprenderem, pesquisadores a elaborarem theory, methodology, technology. Proceedings of the first
novos conhecimentos, administradores a melhor international conference on concept mapping. Pamplona,
estruturarem e gerenciarem empresas, escritores Spain: Universidad Pública de Navarra, 2004. v. 1, p. 109-
a escreverem melhor e professores a avaliarem o 116.
aprendizado. Assim como qualquer ferramenta, ela CAÑAS, A. J.; CARFF, R.; HILL, G.; CARVALHO, M.;
também pode ser mal utilizada, conforme demons- ARGUEDAS, M.; ESKRIDGE, T.; et al. Concept maps:
tramos em alguns exemplos. integrating knowledge and information visualization. In:
TERGAN, S.O.; KELLER, T. (Eds.). Knowledge and
Nós também desejamos que este documento information visualization: searching for synergies.
sirva de base para futuras experiências, críticas e Heidelberg/NY: Springer Lecture Notes in Computer
diálogos no que se refere ao uso dessa ferramenta. Science, 2005. p. 205-219.
Práxis Educativa, Ponta Grossa, v.5, n.1, p. 9-29 , jan.-jun. 2010. Disponível em <http://www.periodicos.uepg.br>
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