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Marcel Guimarães
TCE-RJ Aula 8
Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 5
PREVISÃO ........................................................................................................................................................... 13
LANÇAMENTO ..................................................................................................................................................... 14
ARRECADAÇÃO .................................................................................................................................................... 14
RECOLHIMENTO ................................................................................................................................................... 14
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Busque o apoio de seus amigos e familiares! Coloque fotos deles em seu local de estudo.
Você está onde está por causa de quem era, mas onde você vai depende inteiramente de quem você escolhe ser.
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Introdução
Para começar, você sabe o que é uma receita? 🤔
“Claro que sei, professor! Receita é dinheiro entrando no bolso. 💰 Muito fácil! Vamos! Passa logo para o
próximo tópico!”
Em primeiro lugar, vale destacar que a arrecadação das receitas públicas tem papel primordial na
Atividade Financeira do Estado (AFE). Lembra dela?
Receita
pública
(obter)
Orçamento Despesa
público
(administrar)
AFE pública
(despender)
Crédito
público
(criar)
Pois é. Sem a arrecadação das receitas públicas o Estado não consegue alcançar a sua finalidade: o bem
comum da coletividade. Mas não se esqueça: arrecadar recursos não é o fim: é somente o meio para alcançar
o fim. ☝
Bom, aí depende! 😅
Depende se estamos falando de receita em sentido amplo ou em sentido estrito. 😄 De acordo com o
Manual Técnico de Orçamento (MTO) 2020:
• Em sentido amplo, receitas públicas são ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado,
que se desdobram em receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos
financeiros para o erário, e ingressos extraorçamentários, quando representam apenas entradas
compensatórias.
• Em sentido estrito, são públicas apenas as receitas orçamentárias.
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Ingressos extraorçamentários
Ingressos
receita pública em sentido amplo
Receita orçamentária
receita pública em sentido estrito
Simplificando: receita pública em sentido amplo é qualquer ingresso de dinheiro nos cofres públicos!
Dinheiro entrou na conta? É receita sem sentido amplo! Não importa se esse dinheiro é do Estado ou se ele tem
que devolver esse dinheiro. É bem simples: qualquer ingresso de recursos financeiro é considerado receita
pública em sentido amplo.
“E em sentido estrito, professor?”
Em sentido estrito, nós não consideramos os ingressos extraorçamentários (receitas
extraorçamentárias). Somente as receitas públicas orçamentárias! ☝
Mas, desde já, saiba que, normalmente, quando falamos em “receita pública”, estamos nos referindo a
receita pública em sentido estrito! 😁
Não! Não é assim! E esse é o erro que muita gente (inclusive muita gente boa) comete!
Veja bem: o critério utilizado para classificar se uma receita é orçamentária ou extraorçamentária não é a
sua previsão na LOA. O critério que nós utilizamos é se essa receita pertence ou não ao Poder Público.
“Beleza, professor. Mas você ainda não falou o que é uma receita orçamentária e uma receita
extraorçamentária...” 😅
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Segundo o MTO 2020, receitas extraorçamentárias são recursos financeiros que apresentam caráter
temporário e não integram a LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos
exigíveis e cujas restituições não se sujeitam à autorização legislativa.
O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) 8ª edição dá uma definição bem parecida
(praticamente a mesma coisa, mas em outras palavras): ingressos extraorçamentários são recursos financeiros
de caráter temporário, do qual o Estado é mero agente depositário. Sua devolução não se sujeita a
autorização legislativa, portanto, não integram a Lei Orçamentária Anual (LOA). Por serem constituídos por
ativos e passivos exigíveis, os ingressos extraorçamentários, em geral, não têm reflexos no Patrimônio
Líquido da Entidade.
É para já! 😉
Receitas extraorçamentárias são ingressos de recursos financeiros que não pertencem ao Poder Público.
Esse dinheiro só está momentaneamente transitando pela conta da Administração Pública (caráter
temporário). A Administração Pública só vai segurar aquele dinheiro por um período (mero depositário). E os
recursos entram, mas também surge a obrigação de devolvê-los (passivo exigível).
Por exemplo: se a Administração Pública recebesse R$ 100,00 em receitas extraorçamentárias, o ativo iria aumentar em
R$ 100,00, mas o passivo também iria aumentar em R$ 100,00. No final das contas, o Patrimônio Líquido (PL) não seria
alterado, porque PL = A – P.
“Entendi, mas que recursos transitórios são esses? Pode dar um exemplo?” 🧐
• Depósitos em caução: como previsto no artigo 56, da Lei 8.666/93, por exemplo, a Administração
pode exigir uma garantia contratual. É como se a Administração dissesse: “contratado, você vai
prestar um serviço para mim, mas eu quero uma garantia, pois se o contrato não for bem executado,
pelo menos eu já vou estar mais seguro. Se houver algum sinistro, pelo menos eu já vou ter alguma
quantia na minha conta. Então deposite aqui 5% do valor do contrato e quando ele acabar, eu lhe
devolvo a quantia em dinheiro, atualizada monetariamente”. Esse dinheiro vai ficar na conta do
Poder Público, mas não pertence a ele. Pertence ao contratado!
• Restos a Pagar inscritos no exercício: essa explicação está muito relacionada à contabilidade
pública. No balanço financeiro, os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita
extraorçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária (Lei 4.320/64,
parágrafo único). Esse foi um jeito encontrado para fazer com que o Balanço Financeiro
“fechasse”. Por enquanto, só grave que os Restos a Pagar inscritos no exercício são receitas
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Preste atenção!
Operações de crédito são receitas orçamentárias, mas operações de crédito por Antecipação de
Receita Orçamentária (ARO) são receitas extraorçamentárias!
“E, professor, esse ingresso da operação de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) está
previsto na LOA? Porque eu lembro que uma das exceções ao princípio da exclusividade era a operação de crédito
por ARO.” 🤨
Não confunda o ingresso da operação de crédito por ARO com a autorização para contratação de
operação de crédito por ARO. O que pode constar na LOA (a exceção ao princípio da exclusividade) é a
autorização para contratação de operação de crédito por ARO. O ingresso dos recursos decorrentes dessa
operação não será previsto na LOA, porque ele nada mais é do que uma antecipação dos recursos já previstos.
Por exemplo: se a Administração quiser antecipar R$ 1.000,00 que irá receber em novembro, ela receberá somente R$
900,00, por conta dos descontos (quem aqui já estudou matemática financeira? 👋). Se esses R$ 900,00 forem previstos,
haverá uma dupla contagem: vai parecer que a Administração terá uma receita de R$ 1.900,00, quando, na verdade, ela
só irá receber os R$ 1.000,00 inicialmente previstos. Os R$ 900,00 pertencem ao banco. Pense no sentido inverso: é como
se a Administração pegasse R$ 900,00 emprestado hoje e pagasse R$ 1.000,00 (por conta dos juros) depois de um tempo.
Preste atenção!
O ingresso de operações de crédito por ARO não é previsto na LOA! O que é previsto é a
autorização para contratação de operações de crédito por ARO.
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Seu amigo quer tomar um banho de piscina e lhe pede um favor: “segura aqui essa nota de R$ 50,00 enquanto eu dou um
mergulho, por favor, senão eu vou molhar o meu dinheiro”. Você pega a nota e coloca no seu bolso.
Então você não passa de um mero depositário e esse foi um ingresso extraorçamentário (ou receita extraorçamentária).
As receitas públicas denominadas extraorçamentárias correspondem a ingressos financeiros dos quais o ente é apenas
depositário, que geram uma disponibilidade financeira em contrapartida a uma obrigação financeira.
Comentários:
Exatamente! Receitas extraorçamentárias são recursos financeiros que apresentam caráter temporário e não integram a
LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis (obrigação financeira). Ou seja: a
Administração Pública só vai segurar aquele dinheiro por um período (mero depositário). E os recursos entram, mas
também surge a obrigação de devolvê-los (passivo exigível).
Gabarito: Certo
As receitas públicas, do ponto de vista orçamentário, podem ser classificadas como receitas orçamentárias e
extraorçamentárias. São receitas extraorçamentárias os valores registrados em depósitos administrativos e judiciais.
Comentários:
É isso aí! 😄 As receitas extraorçamentárias são recursos financeiros que apresentam caráter temporário e não integram a
LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis e cujas restituições não se sujeitam
à autorização legislativa. Bons exemplos de receitas extraorçamentárias são os depósitos (sejam eles administrativos ou
judiciais): aqueles recursos não pertencem ao Estado, que, nesse caso, está agindo somente como mero depositário.
Gabarito: Certo
Comentários:
Isso mesmo! Os recursos entram, mas também surge a obrigação de devolvê-los (passivo exigível). Isso é uma entrada
compensatória.
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Gabarito: Certo
Receitas orçamentárias
Se você entendeu bem o que são receitas extraorçamentárias, vai “tirar de letra” as receitas
orçamentárias. 😄
Ora, se as receitas extraorçamentárias são aquelas que não pertencem ao Poder Público, as receitas
orçamentárias são justamente aquelas que pertencem ao Poder Público. Elas são, de fato, disponibilidades
da Administração Pública. Atenção para o nome: “disponibilidades”. É algo que está disponível para ser
utilizado!
Veja como ela está descrita no MTO 2020: receitas orçamentárias são disponibilidades de recursos
financeiros que ingressam durante o exercício e constituem elemento novo para o patrimônio público.
Instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas públicas, a receita orçamentária é fonte de
recursos utilizada pelo Estado em programas e ações cuja finalidade precípua é atender às necessidades
públicas e demandas da sociedade. Essas receitas pertencem ao Estado, integram o patrimônio do Poder
Público, aumentam-lhe o saldo financeiro e, via de regra, por força princípio da universalidade, estão
previstas na LOA.
Viu só? São disponibilidades, elemento novo, integram o patrimônio do Poder Público e aumentam o
patrimônio líquido da entidade, porque não há contrapartida no passivo (como ocorre nas receitas
extraorçamentárias).
Pertencem ao Estado
Integram o patrimônio
público
Receitas orçamentárias
Aumentam o saldo
financeiro
“Beleza. Mas como assim, as receitas orçamentárias, via de regra, estão previstas na LOA, professor? E por
que você marcou tanto isso?” 🤔
Isso é por conta daquilo que estávamos conversando: o critério utilizado para classificar se uma receita é
orçamentária ou extraorçamentária não é a sua previsão na LOA.
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Uma receita orçamentária pode ou não estar prevista na LOA. Normalmente (via de regra), ela está
prevista, mas nem sempre é assim. 🙄
Preste atenção!
Uma receita orçamentária pode ou não estar prevista na LOA
Por exemplo: uma receita de doação. Não dá para planejar muito bem o quanto será arrecadado em doações. Pode
acontecer de um bilionário decidir doar milhões de reais para a Administração Pública naquele ano, não é mesmo? E você
acha que a Administração Pública vai recusar esse dinheiro? Claro que não! 😄
Portanto, essa receita, que não estava prevista na LOA, constituirá elemento novo para o patrimônio público, pertencerá
ao Poder Público e, por conseguinte, será considerada uma receita orçamentária.
Então é o seguinte: se uma receita foi prevista no orçamento, com certeza, ela será uma receita
orçamentária. Agora, se a receita não está prevista no orçamento, não é possível afirmar se ela é uma receita
orçamentária ou extraorçamentária.
Portanto, se uma questão afirmar que determinada receita não está prevista na LOA, você ainda não
consegue dizer se ela é orçamentária ou extraorçamentária. 😬
Fiz questão de enfatizar esse ponto, porque as bancas adoram fazer confusão com isso aqui. É terreno
fértil de pegadinhas. Mas você a partir de agora você já está vacinado(a)! Lembre-se: o critério correto para
definir se a receita é orçamentária ou extraorçamentária é se ela pertence ou não ao Poder Público.
Para resumir tudo isso, preparei esse quadro para você:
“Ok, professor. Entendi. Agora, só para concluir, você poderia dar exemplos de receitas orçamentárias?” 😄
Claro! 😃 Veremos muitos ao longo da aula, mas já adianto alguns: receita de imposto de renda, receita
de taxas de limpeza urbana, receitas de aluguéis, receitas de serviços prestados, receitas de vendas de bens
e de obtenção de empréstimos.
E para finalizar, uma curiosidade:
Curiosidade
Para o mestre Aliomar Baleeiro, entrada ou ingresso é todo e qualquer dinheiro (com ou sem correspondência no passivo)
carreado para os cofres públicos.
E quando ele vai fazer a classificação das entradas ou ingressos, ele considera que:
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Movimentos de fundo ou de caixa: possuem contrapartida, não são elementos novos (de simples acréscimo). Exemplos:
empréstimos ao Tesouro, cauções, fianças, depósitos, indenizações; e
Receita Pública: é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou
correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo.
Assim, para esse autor, existem dois itens distintos: a) Movimentos de fundo ou de caixa; b) Receita Pública.
⚠ Mas atenção: o ordenamento jurídico brasileiro (art. 11, da Lei 4.320/64) não segue essa conceituação, visto que
considera como receitas públicas os recursos que possuem contrapartida no passivo, como, por exemplo, as operações de
crédito. Ou seja: operações de crédito são receitas públicas!
Portanto, esses conceitos de Aliomar Baleeiro não são utilizados na prática em nosso país, mas às vezes aparecem em
provas. Por isso, na eventualidade de uma cobrança literal (se na sua prova vier assim “igualzinho”), marque certo! 😄
Classificam-se como receitas extraorçamentárias as receitas arrecadadas no exercício, que não estavam previstas no
orçamento.
Comentários:
Opa, opa, opa! Já avisei que o critério utilizado para classificar se uma receita é orçamentária ou extraorçamentária não é
a sua previsão na LOA.
Uma receita arrecadada no exercício, que não estava prevista no orçamento, pode perfeitamente ser uma receita
orçamentária! Uma receita orçamentária pode ou não estar prevista na LOA.
O critério que nós utilizamos para determinar se a receita é orçamentária ou extraorçamentária é se ela pertence ou não
ao Poder Público. 😉
Gabarito: Errado
• Previsão;
• Lançamento;
• Arrecadação; e
• Recolhimento.
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• Previsão
P
• Lançamento
L
• Arrecadação
A
• Recolhimento
R
“Certo, mas por que você destacou as etapas de ‘previsão’ e ‘lançamento’, colocando-as em itálico,
professor?” 🤨
Isso é porque nem todas as etapas citadas ocorrem para todos os tipos de receitas orçamentárias.
Pode ocorrer arrecadação de receitas não previstas e também das que não foram lançadas. Em outras palavras:
receitas que não foram previstas e receitas que não foram lançadas também podem ser arrecadadas.
Ou você acha que a Administração vai recusar dinheiro só porque ele não estava previsto ou porque ele
não foi lançado? 😅
Exemplo de receita que não passa pelas etapas de previsão e lançamento: doação em espécie recebida pelos entes
públicos. 💵
Previsão
Efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará na proposta
orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas técnicas e legais correlatas e, em
especial, com as disposições constantes na LRF. Sobre o assunto, vale citar o art. 12 da referida norma:
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro
fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.
A previsão de receitas é a etapa que antecede a fixação do montante de despesas que irá constar nas
leis de orçamento, além de ser base para se estimar as necessidades de financiamento do governo.
Como dito anteriormente, a previsão não é uma etapa obrigatória para a arrecadação da receita, isto é,
a receita pode ser arrecadada mesmo que não tenha sido prevista. 😉
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Lançamento
Lançamento é o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa
que lhe é devedora e inscreve o débito desta (art. 53 da Lei 4.320/64).
Lançamento é o procedimento administrativo que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito
passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade cabível (art. 142, Código Tributário Nacional – CTN).
⚠ Agora atenção: da mesma forma que acontece na previsão, algumas receitas não percorrem a etapa
do lançamento, conforme se depreende do art. 52 da Lei nº 4.320/1964:
Art. 52 são objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento
determinado em lei, regulamento ou contrato.
Preste atenção!
Não necessariamente uma receita orçamentária passará pelas etapas de previsão e lançamento
É interessante observar também que, segundo o disposto nos arts. 142 a 150 do CTN, a etapa de
lançamento situa-se no contexto de constituição do crédito tributário, ou seja, aplica-se a impostos, taxas e
contribuições de melhoria. 😉
Arrecadação
A arrecadação corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro pelos contribuintes ou
devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente.
Por exemplo: a arrecadação ocorre quando você paga o boleto do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em um
banco privado. Esse banco é somente um agente arrecadador daqueles recursos, que posteriormente serão recolhidos à
conta específica do Tesouro.
⚠ Mais uma vez, atenção: em contabilidade pública, por força do art. 35 da Lei 4.320/64, é no momento
da arrecadação que as receitas orçamentárias são consideradas para fins de registro nos balanços
orçamentário e financeiro (regime de caixa). Já nos balanços patrimonial e na DVP (Demonstração das
Variações Patrimoniais), vale o fato gerador, o que muitas vezes coincide com o lançamento (regime de
competência).
Confira o art. 35 da Lei 4.320/64 na íntegra:
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
Recolhimento
Agora sim! Finalmente o dinheiro chegou na conta do ente público! 😅 Os recursos foram arrecadados
(por algum agente arrecadador ou instituição financeira autorizada) e agora serão recolhidos à conta do ente
público.
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Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de
tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.
Para finalizar, deixo você com um esquema fornecido pelo MCASP 8ª edição:
Toda receita orçamentaria passará, necessariamente, por pelo menos uma das seguintes etapas: previsão e lançamento.
Comentários:
Opa! Aqui você tem que lembrar que não necessariamente uma receita orçamentária passará pelas etapas de previsão e
lançamento. Receitas que não foram previstas e receitas que não foram lançadas também podem ser arrecadadas
normalmente. Não há problema algum aí! 😄
Gabarito: Errado
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Por exemplo: digamos que você tem uma coleção de animais de pelúcia. O primeiro método de classificação é “por espécie
de animal”. Então, você separa os ursos 🐻, os leões 🦁, os cachorros 🐶, etc. O segundo método é “por cores”. Portanto,
você separa os brancos ⚪, os azuis 🔵, os laranjas 🔶, etc. O terceiro método é “por tamanho”. Você separa os pequenos,
os médios e os grandes.
Por espécie de
Por cores Por tamanho
animal
Pronto! É isso que nós vamos fazer com as receitas! Só que aqui nós vamos separar por Natureza de
receita, por fonte/destinação, por esfera, etc. 😉
“E para que isso, professor? Para que ter esse trabalho de classificar as receitas? É só para eu ter mais matéria
para estudar?” 😫
Não! 😂 Não é só para você ter mais matéria para estudar. A classificação das receitas nos ajuda a
administrar o planejamento e a execução orçamentária (o nome da nossa disciplina é Administração
Financeira e Orçamentária, está lembrando disso? 😏).
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Ah! E aqui vai uma dica (que eu mesmo usava) para auxiliar a compreensão e a memorização das
classificações: associe cada classificação a uma pergunta.
É o seguinte: cada classificação busca responder uma pergunta. Portanto, quando você ver uma
classificação, lembre logo de sua pergunta! Assim você facilmente irá lembrar do que se trata e não cairá em
pegadinhas. 😉
Por exemplo: a classificação por esfera orçamentária tem por finalidade identificar se a receita pertence ao Orçamento
Fiscal (OF), da Seguridade Social (OSS) ou de Investimento das Empresas Estatais (OI). Portanto, a pergunta a ser
respondida aqui é: “em qual orçamento?” 🤔 Portanto, quando você ver a classificação por esfera orçamentária
imediatamente pense na pergunta: “em qual orçamento?”.
Preste atenção!
Associe cada classificação a uma pergunta
“Espera aí, professor. Antes de estudarmos cada uma das classificações, me responde essa pergunta: todos
os entes precisam classificar a receita orçamentária? Para a União é muito fácil. Ela tem muitos recursos à sua
disposição. Mas eu fico imaginando aquele município lá no cafundó do Judas. Ele também tem que classificar a
receita?”
A resposta é: SIM! 😄
De acordo com o MTO 2020, a classificação da receita orçamentária, a exemplo do que ocorre na despesa,
é de utilização obrigatória por todos os entes da Federação, sendo facultado o seu desdobramento para
atendimento das respectivas necessidades.
Muito bem. Agora vamos conversar sobre as classificações mais cobradas em provas de concursos
públicos, quais sejam:
• natureza de receita;
• procedência ou obrigatoriedade;
• fonte/destinação de recursos;
• identificador de resultado primário;
• institucional; e
• esfera orçamentária;
• quanto ao impacto na situação patrimonial líquida.
A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a
origem do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres
públicos.
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Então, a que pergunta devemos associar a classificação por natureza da receita: qual foi acontecimento
real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos? 🤔
Preste atenção!
Classificação por natureza da receita: qual foi acontecimento real que ocasionou o ingresso da
receita nos cofres públicos?
A classificação orçamentária da receita pública por natureza visa identificar a origem do recurso segundo:
A) o fato gerador
B) a classificação institucional.
C) a classificação funcional.
D) a função.
E) a aplicação.
Comentários:
A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a origem do recurso
segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos.
Gabarito: A
A classificação por natureza é a de nível mais analítico da receita, ou seja, podemos dizer que é a mais
“detalhista”. Por isso, auxilia na elaboração de análises econômico-financeiras sobre a atuação estatal. É
tanto que o MTO assim discorre essa classificação no âmbito federal:
“a codificação das Naturezas de Receita em vigor para a União aplica lógica integralmente voltada para a
gestão das receitas orçamentárias. Os códigos são estruturados de forma a proporcionar extração de
informações imediatas, a fim de prover celeridade, simplicidade e transparência, sem a necessidade de
qualquer procedimento paralelo para concatenar dados. Essa é a premissa que pauta a estrutura de
codificação da classificação orçamentária”.
Só que essa classificação não é tão simples assim. Para começo de história, ela sofreu uma alteração
recente (em 2015). A antiga codificação foi dada pela Portaria interministerial STN SOF n. 163/2001.
É uma sequência de números (dígitos), um código, que especifica aquela receita. É como se fosse o “CPF
da receita”, sendo que cada dígito que está ali possui um significado. 😏
Então, continuando...
Essa codificação antiga, válida para a União, era estruturada em seis níveis, conforme segue:
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As duas letras “A” e as duas letras “S” indicam que eram dois dígitos no nível da Alínea e dois dígitos no nível da Subalínea.
A categoria econômica (C) era o nível mais abrangente, sendo a subalínea (SS) o mais analítico.
A figura a seguir exemplifica isso:
⚠ Agora atenção: essa é a codificação antiga, ok?! Não precisa memorizar isso. Coloquei só para ilustrar
e para evitar que você caia em alguma pegadinha que faça referência à antiga codificação.
Em 2015, por meio da Portaria STN SOF 05/2105, adotou-se uma nova estrutura de codificação. A grande
novidade (e vantagem) é que ela cria a possibilidade de associar, de forma imediata, a receita principal com
aquelas dela originadas: Multas e Juros, Dívida Ativa, Multas e Juros da Dívida Ativa.
Por exemplo: com a nova estrutura de codificação é possível identificar imediatamente se aquela multa que está sendo
recolhida é uma multa referente ao Imposto de Renda. Antes isso não era possível! Era bem mais difícil! Ou seja: hoje
podemos associar, de forma imediata, a receita principal com aquelas dela originadas.
Bom, a associação é efetuada por meio de um código numérico de 8 dígitos (assim como na antiga
codificação), cujas posições ordinais têm o seguinte significado:
Mas perceba que agora não temos mais 6 níveis (categoria econômica, origem, espécie, rubrica, alínea e
subalínea). Temos 5 níveis. Os três primeiros foram mantidos, os dois últimos foram alterados, justamente para
possibilitar essa associação de que estamos falando. Veja que o número de dígitos em cada nível também
mudou. O nível de “desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita” possui 4 dígitos e o nível
“tipo” possui somente 1 dígito.
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Entendeu? 😄
Começamos por um nível mais abrangente (categoria econômica) e depois vamos descendo para o nível
mais analítico, detalhando cada vez mais essa receita. E você tem que saber essa ordem! Você não precisa,
obrigatoriamente, saber decorado o que cada dígito significa, apesar de que isso ajuda a resolver algumas
questões. Mas você precisa saber a ordem em que esses níveis aparecem e como classificar as receitas dentro
de cada um desses níveis (nós veremos isso a seguir).
Bom, antigamente se utilizava o mnemônico COERAASS, mas essa codificação não existe mais, lembra?
A União passou a utilizar a nova estrutura de codificação a partir de 2016 e os Estados, DF, e municípios a partir
de 2018. Portanto, a partir de 2018, essa codificação se aplica obrigatoriamente a todos os entes da federação.
C O E DDDD T
Observe: são 4 letras “D” porque o nível de “desdobramentos para identificação de peculiaridades da
receita” possui 4 dígitos. 😉
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Então, você pode simplesmente memorizar isso ou você pode memorizar com essa historinha que eu vou
contar (e era assim que eu, professor Sérgio, memorizava. Essa vai para os meus alunos e alunas praticantes de
CrossFit): 😄
No CrossFit, todo dia temos um treino diferente. Você fica é ansioso(a) para saber qual é o treino do dia.
Bom, existe um treino muito famoso chamado DT. (se quiser saber como é esse treino, clique aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=nwaJL0B2pt8 ).
Imagine que você já suspeita que o treino de hoje seja o DT e já chega perguntando, querendo confirmar: “qual é? É DT?”
Só que você não fala assim “bonitinho”. Você não fala “qual é”. Você fala “coé”. 😂 E você junta as frases!
É. Uma viagem. Eu sei. Mas é como eu digo: se você lembrar disso na prova e acertar a questão, está valendo! 😅
Agora vamos aprender como classificar as receitas dentro de cada um desses níveis.
Categoria econômica
Quanto à categoria econômica, os §§ 1º e 2º do art. 11 da Lei nº 4.320/64, classificam as receitas
orçamentárias em:
Portanto, via de regra, quando um código iniciar com o dígito 1, você já sabe que se trata de uma receita
corrente. Quando iniciar com o dígito 2, receita de capital. 😄
• Todos os códigos cujo o primeiro dígito seja “1” (categoria econômica “receitas correntes”); e
• Os códigos cujo o primeiro dígito seja “2” (categoria econômica “receitas de capital”) e cujo o
oitavo dígito, tipo de natureza de receita, seja “2” (Multas e Juros) , “4” (Multas e Juros da Dívida
Ativa), “5” (Multas quando não se aplicar o tipo 2), “6” (Juros quando não se aplicar o tipo 2), “7”
( Multas da Dívida Ativa quando não se aplicar o tipo 4) ou “8” (Juros da Dívida Ativa quando não
se aplicar o tipo 4).
E serão receitas de capital:
• Os códigos cujo o primeiro dígito seja “2” (categoria econômica “receitas de capital”) e cujo o
oitavo dígito, tipo de natureza de receita, seja “1” (Principal) ou “3” (Dívida Ativa).
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• Código começa com o dígito 1: você já sabe que é receita corrente. Não pode ser outra! 😅
• Código começa com o dígito 2:
o Se o oitavo dígito for 2, 4, 5, 6, 7 ou 8: é receita corrente;
o Se o oitavo dígito for 1 ou 3: é receita de capital.
Dica do professor
É mais fácil você memorizar o que será receita de capital. Todo o resto será receita corrente! 😉
Código começa
com 1 Receita
corrente
(1.O.E.DDDD.T)
Classificação
Categoria
por natureza
econômica Termina com 2, Receita
de receita
Código começa
4, 5, 6, 7 ou 8 corrente
com 2
(2.O.E.DDDD.T) Termina com 1 Receita de
ou 3 capital
Perceba que é a classificação quanto à categoria econômica (a qual, verdade seja dita, “está dentro” da
classificação por natureza) que divide as receitas (e as despesas) em correntes e de capital. Não é a classificação
por natureza. Deve-se prestar atenção a esse detalhe em provas, olha só:
Comentários:
Não! Na verdade, é em relação à categoria econômica que as receitas públicas se dividem em receitas correntes e de
capital.
Gabarito: Errado
“Beleza, entendi tudo isso aí sobre a codificação e sobre a classificação. Mas o que são receitas correntes e
receitas de capital, professor?”
Vamos lá! 😃
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De acordo com o § 1º do art. 11 da Lei 4.320, de 1964, classificam-se como correntes as receitas
provenientes de:
• tributos;
• de contribuições;
• da exploração do patrimônio estatal (Patrimonial);
• da exploração de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços);
• de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando
destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes (Transferências Correntes);
• demais receitas que não se enquadram nos itens anteriores (Outras Receitas Correntes).
“Eita, professor! Agora não entendi nada! Essas listas aí são enormes!” 😬
Essas são as origens das receitas. Vou explicar já, já, no próximo tópico! 😄
Receitas intraorçamentárias
“Afff, professor! 😫 Você já falou de receitas orçamentárias, receitas extraorçamentárias e agora me vem com
receitas intraorçamentárias?”
“Tá certo. Então, espera aí, professor. O radical ‘intra’ dá a ideia de algo que está ‘dentro’. O radical ‘extra’
dá ideia de que está ‘fora’. As receitas extraorçamentárias transitam por fora do orçamento. Então as receitas
intraorçamentárias transitam dentro do orçamento? É isso?”
A ideia é essa mesmo! E quando eu digo “dentro do orçamento”, eu quero dizer dentro do orçamento de
um mesmo ente federativo!
De acordo com o MTO 2020, operações intraorçamentárias (ou seja: receitas e despesas
intraorçamentárias) são aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública
integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do mesmo ente federativo. Não representam
novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas remanejamento de receitas entre seus
órgãos.
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Por exemplo: a Administração Pública de um município é composta por dois órgãos: órgão A e órgão B. O órgão A envia
recursos para o órgão B, de forma que o primeiro registra uma despesa intraorçamentária e o último registra uma receita
intraorçamentária.
Veja que essa receita intraorçamentária não representa uma nova entrada de recursos nos cofres públicos, pois aquele
dinheiro continua dentro do município. É como se o dinheiro fosse sacado da conta do município e posteriormente
depositado naquela mesma conta! O que há de novo aí? Nada!
Órgão Órgão
A B
É o mesmo quando você tem uma carteira com duas divisórias e uma cédula de R$ 100,00 dentro. Você retira a cédula da
divisória 1 e coloca na divisória 2. Mudou alguma coisa? Você enriqueceu? Não! O mesmo dinheiro continua dentro da
mesma carteira! 😄
As receitas intraorçamentárias servem justamente para evitar a dupla contagem na consolidação das
contas governamentais.
Essa é fácil: 😄
O que aconteceu foi que a Portaria Interministerial STN/SOF nº 338/06, que alterou a Portaria
Interministerial STN/SOF nº 163/01, incluiu as Receitas Correntes Intraorçamentárias e Receitas de Capital
Intraorçamentárias representadas, respectivamente, pelos códigos 7 e 8 em suas categorias econômicas. Essas
classificações não constituem novas categorias econômicas de receita, mas apenas especificações das
categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital (as categorias econômicas continuam sendo
somente duas: receitas correntes e receitas de capital).
Dessa forma, os códigos a serem utilizados seriam:
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Resumindo
Receitas orçamentárias: previstas (ou não) no orçamento;
Receitas extraorçamentárias: transitam por fora do orçamento;
Receitas intraorçamentárias: transitam por dentro do orçamento do mesmo ente.
A) correntes.
B) de transferência.
C) intraorçamentárias.
D) financeiras.
E) arrecadatórias.
Comentários:
As receitas correntes são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as disponibilidades financeiras do Estado, em geral
com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido, e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos
programas e ações correspondentes às políticas públicas. 😉
Gabarito: Certo
CESPE – CGM de João Pessoa - PB - Auditor Municipal de Controle Interno - Geral – 2018
As receitas intraorçamentárias são a contrapartida das despesas classificadas na modalidade de aplicação 91 — aplicação
direta decorrente de operação entre órgãos, fundos e entidades integrantes do orçamento fiscal e do orçamento da
seguridade social —, mas não são capazes de possibilitar a anulação do efeito da dupla contagem na consolidação das
contas governamentais.
Comentários:
A banca praticamente copiou o texto do MTO, mas alterou o final, porque as receitas intraorçamentárias servem
justamente para evitar a dupla contagem na consolidação das contas governamentais.
Confira o texto do MTO 2020: “as receitas intraorçamentárias são contrapartida de despesas classificadas na modalidade
de aplicação 91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes do Orçamento Fiscal
e do Orçamento da Seguridade Social, que, devidamente identificadas, evitam a dupla contagem na consolidação das
contas governamentais.”
Gabarito: Errado
CESPE – Telebras - Analista Superior – Administrativo – 2015
As receitas intraorçamentárias são receitas correntes, pertencentes a terceiros, arrecadadas pelo ente público
exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução.
Comentários:
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Gabarito: Certo
Origem
Chegou a hora de explicar aquilo que prometi! 😄
A origem é o detalhamento das categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital, com
vistas a identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos, ou seja, a
origem identifica de onde procedem aquelas receitas!
Dentro da classificação por natureza de receita, primeiro classificamos por categoria econômica (receitas
correntes ou de capital). Esse é o primeiro dígito do código. O próximo passo é classificar por origem. Esse já é
o segundo dígito do nosso código (C O E DDDD T, lembra?) 😏
Tomemos aquele exemplo do MTO, sobre o recolhimento pela União do Imposto de Renda Pessoa Física
(IRPF). Primeiro identificamos que se trata de uma receita corrente, mas ainda não estamos satisfeitos.
Queremos mais detalhes. Queremos saber qual é a procedência dessa receita orçamentária. Então vamos fazer
um detalhamento das categorias econômicas. Quem faz isso é justamente a origem. Neste exemplo, a receita
corrente é procedente da origem “impostos taxas e contribuições de melhoria”, observe:
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“Beleza, estou entendendo, professor. Mas que origens são essas? Quais são as origens?”
Muito bem! Aqui estão elas (e preste atenção a essa parte. Isso despenca em provas de concurso):
“Professor, nas origens das receitas correntes, você pulou o número 8. Vai do 7 para o 9!”
É assim mesmo! 7 é dígito das “transferências correntes” e 9 é o dígito de “outras receitas correntes”. 😅
A partir de agora, vamos explicar o que significa cada uma dessas origens, começando com as origens que
compõem as receitas correntes:
Impostos
Taxas
Contribuições de
Tributos
melhoria
Empréstimos
compulsórios
Contribuições
especiais
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A melhor definição é dada pelo artigo 3º do Código Tributário Nacional (CTN – Lei 5.172/66):
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.
Mas, em provas de AFO e Direito Financeiro, você também pode encontrar definição dada pela Lei
4.320/64:
Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os
impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira,
destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades.
Pronto! Agora vamos rapidamente explicar as três espécies de tributos abrangidas nessa origem:
2. Contribuições: são oriundas das contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico (CIDE) e
de interesse das categorias profissionais ou econômicas, conforme preceitua o art. 149 da CF.
Não confunda essas contribuições com as contribuições de melhoria (que pertencem à origem
“impostos, taxas e contribuições de melhoria”). São espécies tributárias distintas!
• Contribuições sociais: tributo vinculado a uma atividade estatal que visa atender aos direitos
sociais previstos na CF, tais como a saúde, a previdência, a assistência social e a educação.
• Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE): tributo classificado no orçamento
público como uma espécie de contribuição que alcança determinada atividade econômica, como
instrumento de sua atuação na área respectiva, conforme dispõe o art. 149 da CF. Exemplos:
CIDE-Combustíveis e CIDE-Tecnologia.
• Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas: a determinadas
categorias profissionais ou econômicas, vinculando sua arrecadação às entidades que as
instituíram. Observação importante: não transita pelo orçamento da União!
É preciso esclarecer que existe uma diferença entre as contribuições aludidas acima e as contribuições
confederativas.
Conforme o art. 8º da CF/88:
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IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada
em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei.
Assim, há a previsão constitucional de uma contribuição confederativa, fixada pela assembleia geral da
categoria, além da contribuição sindical, prevista em lei. A primeira (confederativa) não é tributo, pois será
instituída pela assembleia geral e não por lei. A segunda (sindical) é instituída por lei, portanto compulsória, e
encontra sua regra no art. 149 da CF, possuindo assim natureza de tributo.
Para você não cair em pegadinhas que afirmam que a contribuição confederativa é um tributo e, por
conseguinte, pertence à origem “receitas de contribuições”. Não é a contribuição confederativa, mas sim a
contribuição sindical, ok? 😉
Empréstimos
compulsórios
3. Receita Patrimonial: são provenientes da fruição de patrimônio pertencente ao ente público, bens
mobiliários ou imobiliários), ou, ainda, de participações societárias. Simplificando: se o Estado possui um
patrimônio e está ganhando dinheiro por conta da exploração desse patrimônio, então trata-se de uma receita
patrimonial. 😉
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Preste atenção
Taxa de ocupação de imóvel é receita patrimonial
4. Receita Agropecuária: receitas de atividades de exploração ordenada dos recursos naturais vegetais
em ambiente natural e protegido. Compreende as atividades de cultivo agrícola, de cultivo de espécies
florestais para produção de madeira, celulose e para proteção ambiental, de extração de madeira em florestas
nativas, de coleta de produtos vegetais, além do cultivo de produtos agrícolas.
5. Receita Industrial: são provenientes de atividades industriais exercidas pelo ente público, tais como
a extração e o beneficiamento de matérias-primas, a produção e a comercialização de bens relacionados às
indústrias mecânica, química e de transformação em geral.
6. Receita de Serviços: decorrem da prestação de serviços por parte do ente público, tais como
comércio, transporte, comunicação, serviços hospitalares, armazenagem, serviços recreativos, culturais, etc.
Tais serviços são remunerados mediante preço público, também chamado de tarifa (e não mediante taxas).
Preste atenção
Receita de serviços são oriundas de tarifas (preço público), e não taxas
É comum haver confusão entre os conceitos de taxa e preço público (tarifa), por isso que esse ponto
costuma ser explorado em provas.
Segundo o MCASP 8ª edição, a distinção entre taxa e preço público, também chamado de tarifa, está
descrita na Súmula nº 545 do Supremo Tribunal Federal (STF):
“Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são
compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que
a instituiu”.
Assim, conforme afirmado anteriormente, preço público (ou tarifa) decorre da utilização de serviços
públicos facultativos (portanto, não compulsórios) que a Administração Pública, de forma direta ou por
delegação para concessionária ou permissionária, coloca à disposição da população, que poderá escolher se os
contrata ou não. São serviços prestados em decorrência de uma relação contratual regida pelo direito privado.
A taxa decorre de lei e serve para custear, naquilo que não forem cobertos pelos impostos, os serviços
públicos, essenciais à soberania do Estado (a lei não autoriza que outros prestem alternativamente esses
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serviços), específicos e divisíveis, prestados ou colocados à disposição do contribuinte diretamente pelo Estado.
O tema é regido pelas normas de direito público.
Há casos em que não é simples estabelecer se um serviço é remunerado por taxa ou por preço público.
Como exemplo, podemos citar o caso do fornecimento de energia elétrica. Em localidades onde estes serviços
forem colocados à disposição do usuário, pelo Estado, mas cuja utilização seja de uso obrigatório, compulsório
(por exemplo, a lei não permite que se coloque um gerador de energia elétrica), a remuneração destes serviços
é feita mediante taxa e sofrerá as limitações impostas pelos princípios gerais de tributação (legalidade,
anterioridade, etc). Por outro lado, se a lei permite o uso de gerador próprio para obtenção de energia elétrica,
o serviço estatal oferecido pelo ente público, ou por seus delegados, não teria natureza obrigatória, seria
facultativo e, portanto, seria remunerado mediante preço público.
Taxa
Tarifa
Para concluir, vale destacar, ainda, outro posicionamento (jurisprudência) do STF a respeito do assunto:
Pedágio é tarifa (preço público) em razão de não ser cobrado compulsoriamente de quem não
utilizar a rodovia.
Não quer pagar pedágio? Ora, é só não utilizar a rodovia! 😅 Esse foi o raciocínio utilizado.
Simplificando: transferências correntes são recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito
público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. Então,
funciona assim:
Quando a transferência for destinada a atender despesas classificáveis em:
Simples assim! 😅
Tais transferências ocorrem entre entidades públicas de diferentes esferas ou entre entidades públicas e
instituições privadas, conforme segue:
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Neste item, destacam-se as Transferências de Convênios, receita bastante comum nos entes
subnacionais.
9. Outras Receitas Correntes: constituem-se pelas receitas cujas características não permitam o
enquadramento nas demais classificações da receita corrente, tais como indenizações, restituições,
ressarcimentos, multas previstas em legislações específicas, entre outras.
Em outras palavras: se você não conseguiu encaixar a receita corrente em nenhuma das origens
anteriores, então coloque aqui em “outras receitas correntes”. 😄
As mais importantes desse agrupamento são as multas! Elas também são um tipo de receita pública, de
caráter não tributário, constituindo-se em ato de penalidade de natureza pecuniária aplicado pela
Administração Púbica aos administrados (a definição de tributo, dada pelo art. 3º do CTN, afirma que o tributo
não constitui sanção). Dependem, sempre, de prévia cominação em lei ou contrato, cabendo sua imposição ao
respectivo órgão competente (poder de polícia).
Preste atenção
Multas não são tributos!
Porque, em geral, as alienações de bens são consideradas receitas de capital, mas a alienação de bens
apreendidos ou caucionados é uma exceção a essa regra, pois é considerada receita corrente!
⚠ Então cuidado! Se você se deparar com uma alienação de bens, pergunte-se: é alienação de bens
apreendidos ou caucionados?
Preste atenção
Alienação de bens apreendidos ou caucionados = outras receitas correntes
E para finalizar, devo destacar que, até 2015, as receitas de dívida ativa provenientes do não pagamento
de receitas classificadas como correntes eram inseridas no agrupamento “Outras Receitas Correntes”. Mas
isso mudou! 😱
Ah! É o seguinte (em termos bem simples): quando o ente público possui algum valor a receber e o prazo
que o devedor possui já transcorreu, o ente pode inscrever esse seu crédito em dívida ativa.
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Então, perceba: dívida ativa não é uma dívida (um passivo exigível) do ente. É o contrário disso! É um
ativo. É algo que o ente público tem a receber!
Veja só como o MCASP 8ª edição define dívida ativa: “dívida ativa é o conjunto de créditos tributários e
não tributários em favor da Fazenda Pública, não recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou em
decisão proferida em processo regular, inscrito pelo órgão ou entidade competente, após apuração de
certeza e liquidez.”
O assunto também é regulamentado no art. 39 da Lei 4.320/64:
Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como
receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão
inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua
liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título.
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“Caramba, professor. Essas foram só as origens que compõem as receitas de capital? Como é que eu vou fazer
para memorizar isso tudo?” 😣
Ah! Não se desespere! Existe um mnemônico (muito famoso, inclusive) para isso. 😏
Onde:
• Tributa: receitas Tributárias (porém, hoje essa origem é denominada “impostos, taxas e
contribuições de melhoria”);
• Con: receitas de Contribuições;
• P: receita Patrimonial;
• A: receita Agropecuária;
• I: receita Industrial;
• S: receita de Serviços;
• T: Transferências correntes; e
• O: Outras receitas correntes.
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Em termos de classificação da receita orçamentária, “Origem” é o detalhamento das Categorias Econômicas, ou seja, o
primeiro desdobramento, subdivisão das Receitas Correntes e Receitas de Capital, com vistas a identificar a procedência
das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos. Em qual das alternativas abaixo todas as expressões
correspondem a Origens de Receitas Correntes?
Comentários:
Gabarito: E
De acordo com a classificação econômica da receita, a receita corrente tributária não se amolda à classificação tripartite
dos tributos, pois não inclui as receitas com contribuições de melhoria, apesar de incluir a arrecadação das multas
decorrentes de impostos e taxas.
Comentários:
Em primeiro lugar, a receita corrente tributária se amolda sim à classificação tripartite dos tributos. Ela inclui sim as
receitas com contribuições de melhoria.
Em segundo lugar, as multas não são tributos! Elas são classificadas na origem “outras receitas correntes”!
Gabarito: Errado
As receitas dos royalties são originadas pela exploração do patrimônio do Estado, que é constituído por recursos minerais,
hídricos e florestais. Essas receitas são classificadas como patrimoniais, dentro da categoria econômica receitas correntes.
Comentários:
É isso mesmo. As receitas patrimoniais (origem que compõe a categoria econômica das receitas correntes) são
provenientes da fruição de patrimônio pertencente ao ente público, bens mobiliários ou imobiliários), ou, ainda, de
participações societárias.
Gabarito: Certo
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Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito,
emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes
da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive
com o uso de derivativos financeiros;
Aqui vale lembrar mais uma vez que, em regra, as alienações de bens são consideradas receitas de
capital, mas a alienação de bens apreendidos ou caucionados é uma exceção a essa regra, pois é considerada
receita corrente!
Alienação de bens
Exceção: alienação de Receita corrente
bens apreendidos ou (origem: outras receitas
caucionados correntes)
⚠ Agora vem um ponto importante: embora a amortização do empréstimo seja origem da categoria
econômica Receitas de Capital, os juros recebidos associados ao empréstimo são classificados em Receitas
Correntes / de Serviços / Serviços e Atividades Financeiras / Retorno de Operações, Juros e Encargos
Financeiros!
Preste atenção
Receita de juros serão sempre consideradas como receitas correntes
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Portanto:
Categoria
Juros recebidos Classificação
econômica
Juros de mora da Dívida Ativa Acompanha a receita principal (tipo da receita 4) Receita corrente
Só mais um detalhe: cuidado com a amortização da dívida! ☝ Essa é uma classificação da despesa
orçamentária. Aqui nós estamos na receita! O nome da classificação é amortização de empréstimos!
Classificação da
Empréstimos
receita
Amortização de
Classificação da
Dívida
despesa
9. Outras Receitas de Capital: registram-se nesta origem receitas cujas características não permitam o
enquadramento nas demais classificações da receita de capital, tais como resultado do Banco Central,
remuneração das disponibilidades do Tesouro, entre outras.
Mesma coisa que comentamos para as “outras receitas correntes”: se você não conseguiu encaixar a
receita de capital em nenhuma das origens anteriores, então coloque aqui em “outras receitas de capital”.
😄
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• Integralização do Capital;
• Resultado do BACEN;
• Remuneração das Disponibilidades do Tesouro Nacional;
• Dívida Ativa da Amortização de Empréstimos e Financiamentos;
• Dívida Ativa da Alienação de Estoques de Café;
• Detentores de Títulos do Tesouro Resgatados;
• Certificados de Potencial Adicionais de Construção.
“Beleza. Foi mais tranquilo do que as origens que compõem as receitas correntes. Mas ainda assim: como é
que eu vou lembrar disso, professor?” 🙁
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A) Imobiliárias.
B) De capital.
C) Financeiras.
D) Industriais.
E) Patrimonial.
Comentários:
Gabarito: B
As receitas de alienação de bens apreendidos ou caucionados são classificadas na categoria econômica denominada
receitas correntes.
Comentários:
As alienações de bens são consideradas receitas de capital, mas a alienação de bens apreendidos ou caucionados é uma
exceção a essa regra, pois é considerada receita corrente! Cuidado com esse detalhe! ☝
Gabarito: Certo
Espécie
O próximo nível é a espécie. Não há muito o que saber aqui, para falar a verdade. 😅
Segundo o MTO 2020, a espécie, nível de classificação vinculado à origem, permite qualificar com maior
detalhe o fato gerador das receitas.
Por exemplo, dentro da origem “Contribuições”, identificam-se as espécies “Contribuições Sociais”, “Contribuições
Econômicas” e “Contribuições para Entidades Privadas de Serviço Social e de Formação Profissional”.
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Tipo
O tipo, correspondente ao último dígito na natureza de receita, tem a finalidade de identificar o tipo de
arrecadação a que se refere aquela natureza, sendo:
Ressalte-se que dígitos correspondentes aos tipos “5” a “9” serão utilizados quando se tratar de outros
desdobramentos a serem criados, caso a caso, pela Secretaria de Orçamento Federal, mediante Portaria
específica.
O MCASP 8ª edição nos revela o que significam os tipos “5” a “9” (não precisa decorar isto, ok? É só para
conhecimento 😅):
• “5”, quando se tratar das Multas da respectiva receita quando a legislação pertinente diferenciar
a destinação das Multas da destinação dos Juros de Mora, situação na qual não poderá ser
efetuado registro de arrecadação no Tipo “2 – Multas e Juros de Mora”;
• “6", quando se tratar dos Juros de Mora da respectiva receita, quando a legislação pertinente
diferenciar a destinação das Multas da destinação dos Juros de Mora, situação na qual não poderá
ser efetuado registro de arrecadação no Tipo “2 – Multas e Juros de Mora”;
• “7”, quando se tratar das Multas da Dívida Ativa da respectiva receita, quando a legislação
pertinente diferenciar a destinação das Multas da Dívida Ativa da destinação dos Juros de Mora
da Dívida Ativa, situação na qual não poderá ser efetuado registro de arrecadação no Tipo “4 –
Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa”;
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• “8”, quando se tratar dos Juros da Dívida Ativa da respectiva receita, quando a legislação
pertinente diferenciar a destinação das Multas da Dívida Ativa da destinação dos Juros de Mora
da Dívida Ativa, situação na qual não poderá ser efetuado registro de arrecadação no Tipo “4 –
Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa”;
• “9”, quando se tratar de desdobramentos que poderão ser criados, caso a caso, pela Secretaria
de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão – SOF/MP,
mediante Portaria específica.
E, para fechar esse tópico, gostaria de lembrar-lhe que o Superávit do Orçamento Corrente é uma
receita de capital! Inclusive já falei isso antes, se você quiser conferir... 😅 E isso está na Lei 4.320/64, confira:
Art. 11, § 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de
constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras
pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital
e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.
“Como assim, professor? 😱 O nome já está dizendo que é um superávit do orçamento corrente. E você vem
me dizer que essa é uma receita de capital?” 🤨
Desse modo, essa sobra de receitas correntes em relação às despesas correntes só poderá ser aplicada
em despesas de capital, pois obviamente já não existem despesas correntes a serem pagas nessa situação. É
por esse motivo que a lei considera o Superávit do Orçamento Corrente como Receita de Capital, visto que
será aplicado em despesas de capital.
Outro ponto confuso da lei é o § 3º do mesmo art. 11, no qual se afirma que o Superávit do Orçamento
Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração
a que se refere o Anexo n. 1, não constituirá item de receita orçamentária.
⚠ Muito cuidado com esse dispositivo! O fato de a lei mencionar que que o superávit do Orçamento
Corrente não constituirá item de receita orçamentária não significa que se trata de uma receita
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extraorçamentária. Ora, se o próprio § 2º define que o superávit do orçamento corrente é uma receita de
capital, obviamente ele é uma receita orçamentária. 😎
Assim, ao afirmar que o superávit não constituirá item de receita orçamentária, a intenção da lei foi definir
que ele não será demonstrado de forma explícita dentro das Receitas de Capital. Será algo implícito,
conforme demonstrado a seguir:
Correntes Correntes
De Capital De Capital
A partir do caso hipotético, constata-se que o Superávit do Orçamento Corrente vale R$ 2.000,00. Esse
item não será demonstrado expressamente no rol das receitas de capital, embora o valor esteja sendo usado
para financiar as despesas de capital, tendo em vista que estas são maiores do que as receitas de capital
exatamente nesse montante de R$ 2.000,00.
É isso que a lei tentou expressar ao mencionar que o Superávit do Orçamento Corrente não constituirá
item de receita orçamentária.
Preste atenção
O Superávit do Orçamento Corrente não constituirá item de receita orçamentária, ou seja, não
será demonstrado expressamente no rol das receitas de capital
As contribuições sociais e de melhoria, assim como as multas decorrentes do não pagamento de impostos, classificam-se
como receitas tributárias.
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Comentários:
Gabarito: Errado
No que se refere às receitas públicas, a Lei n° 4.320/1964 estabelece que o superávit do orçamento corrente resultante do
balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes não constitui item de receita orçamentária.
Comentários:
É isso mesmo! O Superávit do Orçamento Corrente é uma receita de capital e ele não constitui item de receita
orçamentária. Mas isso não significa que ele não é uma receita orçamentária (ou que é uma receita extraorçamentária).
Isso só significa que ele não será demonstrado expressamente no rol das receitas de capital. Ora, se ele é uma receita de
capital, é óbvio que ele é uma receita orçamentária.
Art. 11, § 3º - O superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes,
apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não constituirá item de receita orçamentária.
Gabarito: Certo
De acordo com a categoria econômica, o superávit do orçamento corrente é considerado fonte de receita corrente do
Estado.
Comentários:
Você não cai mais nessa pegadinha! 😏 De acordo com a categoria econômica, o superávit do orçamento corrente é
considerado fonte de receita de capital do Estado!
Gabarito: Errado
• Originárias; e
• Derivadas.
Essa classificação possui uso acadêmico e não é normatizada (não está em nenhuma lei ou
regulamento); portanto, não é utilizada como classificador oficial da receita pelo poder público.
Receitas públicas originárias, segundo a doutrina, são as arrecadadas por meio da exploração de
atividades econômicas pela Administração Pública. Resultam, principalmente, de rendas do patrimônio
mobiliário e imobiliário do Estado (receita de aluguel), de preços públicos, de prestação de serviços comerciais
e de venda de produtos industriais ou agropecuários.
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• taxa pela ocupação de imóvel cedido a particular (lembra que estas não são tributos? Elas são
classificadas na origem “receita patrimonial”);
• royalties do petróleo;
• dividendos oriundos da participação societária do Estado em sociedade de economia mista.
Receitas públicas derivadas, segundo a doutrina, são as obtidas pelo Poder Público por meio da
soberania estatal. Decorrem de norma constitucional ou legal e, por isso, são auferidas de forma impositiva,
como, por exemplo, as receitas tributárias e as de contribuições especiais.
São exemplos de receitas derivadas:
Pior que tenho um mnemônico para isso mesmo! 😂 Você percebeu as marcações que fiz? Você vai
associar as duas primeiras letras da palavra “derivada” com as duas primeiras letras da palavra “coercitiva”.
Então você terá o seguinte:
De Co
Assim você já associa as receitas derivadas à autoridade coercitiva do Estado. E as originárias são as
outras! Pronto! 😄
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O pagamento pelo consumo de energia elétrica e a taxa de prevenção a incêndio constituem exemplos de receita pública
originária e derivada, respectivamente.
Comentários:
O pagamento pelo consumo de energia elétrica é uma receita pública originária. Ora, você não é obrigado a ter energia
elétrica na sua casa. Você contrata se quiser (muito embora acho difícil você não querer 😅). É diferente, por exemplo, do
Imposto sobre a propriedade predial e Territorial Urbana (IPTU) e do Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA). Estes são tributos! Se você tem uma casa e tem um carro, você não tem escolha: tem que pagar esses
impostos! O mesmo acontece com a taxa de prevenção a incêndio, que também é tributo! Por ser arrecadada pelo Estado
em função de sua autoridade coercitiva, essa taxa é uma receita pública derivada.
Gabarito: Certo
As custas e os emolumentos recebidos em razão da prestação dos serviços de registradores e notários estão incluídos na
categoria de receita pública originária.
Comentários:
As custas e os emolumentos são contraprestações a um serviço específico e divisível, por isso constituem taxas (previstas
no art. 77, do Código Tributário Nacional). Por isso, as custas e os emolumentos estão incluídos na categoria de receita
pública derivada (e não originária), pois são obtidas pelo poder público por meio da soberania estatal e decorrem de
imposição constitucional ou legal (sendo auferidas de forma impositiva), ao contrário das receitas públicas originárias,
as quais são arrecadadas por meio da exploração de atividades econômicas pela Administração Pública.
Gabarito: Errado
Portanto, não seria ótimo se existisse uma classificação que demonstrasse quais receitas financiam quais
despesas? 🤔
Então, a classificação orçamentária por fontes/destinação de recursos tem como objetivo de identificar
as fontes de financiamento dos gastos públicos. É essa classificação que permite demonstrar a
correspondência entre as fontes de financiamento e os gastos públicos, pois exterioriza quais são as
receitas que financiam determinadas despesas. 😉
Nesse sentido, esta é uma classificação que é utilizada tanto para as receitas quanto para as despesas,
de modo a permitir a identificação de uma possível vinculação entre elas.
As bancas adoram dizer que a classificação por fonte/destinação é só da receita ou só da despesa. Elas
adoram essa pegadinha! 😅 Mas agora você já está imune a ela! 😉
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Preste atenção
A classificação por fonte/destinação é utilizada tanto para as receitas quanto para as despesas
De acordo com o MTO 2020, o registro da arrecadação dos recursos é efetuado por meio de códigos de
natureza de receita, sendo que cada receita possui normas específicas de aplicação. Essas normas, por sua
vez, podem especificar tanto “quem” deverá aplicar a receita quanto “qual” atividade estatal (qual política
pública, qual despesa) deverá ser financiada por meio dessa receita.
Dessa forma, uma mesma atividade estatal pode ser financiada por recursos de diferentes receitas,
tornando necessário portanto agrupar e catalogar, sob o mesmo código comum, as diferentes origens de
receita que porventura devam ser aplicadas da mesma forma, no financiamento da mesma atividade estatal.
Denomina-se “Fonte/Destinação de Recursos” a cada agrupamento de receitas que possui as mesmas
normas de aplicação. A fonte, nesse contexto, é instrumento de Gestão da Receita e da Despesa ao mesmo
tempo, pois tem como objetivo assegurar que determinadas receitas sejam direcionadas para financiar
atividades (despesas) do governo em conformidade com Leis que regem o tema.
Segundo MCASP 8ª edição, como mecanismo integrador entre a receita e a despesa, o código de
fonte/destinação de recursos exerce um duplo papel no processo orçamentário:
• para a receita orçamentária, esse código tem a finalidade de indicar a destinação de recursos
para a realização de determinadas despesas orçamentárias.
• para a despesa orçamentária, identifica a origem dos recursos que estão sendo utilizados.
Explicando:
• se você está diante da classificação por fonte/destinação de uma receita, ela irá lhe informar qual
é a destinação que será dada a essa receita: “essa receita será destinada a financiar quais
despesas?”
• se você está diante da classificação por fonte/destinação de uma despesa, ela irá lhe informar
qual é a origem dos recursos que estão sendo utilizados naquela despesa: “essa despesa está
sendo financiada por quais receitas?”
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A vinculação de receitas deve ser pautada em mandamentos legais que regulamentam a aplicação de
recursos e os direcionam para despesas, entes, órgãos, entidades ou fundos.
Ressalte-se que esse mecanismo de fonte/destinação de recursos é obrigatório, devido aos
mandamentos constantes da Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF), a qual traz
em seu art. 8º, parágrafo único, e art. 50, inciso I, o seguinte:
Art. 8º (...)
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente
para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o
ingresso.”
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas
observará as seguintes:
I – a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão,
fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada;
Preste atenção
A classificação por fonte/destinação é obrigatória
“Beleza, professor. E como é o código da classificação por fonte/destinação? Lá na classificação por natureza
de receita o código tinha 8 dígitos. E esse? Como é?” 🧐
Excelente pergunta! 😃
“Só 3, professor?”
Só 3! 😄
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Perceba que a classificação orçamentária da receita por fonte de recursos é dividida em cinco grupos!
Para finalizar, listo somente mais alguns exemplos para você se familiarizar com a classificação por
fonte/destinação:
“Professor, você nem disse a qual pergunta eu devo associar essa classificação, para facilitar a memorização.”
🧐
A pergunta é:
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A classificação orçamentária da receita por fonte de recursos é dividida em cinco grupos, entre eles inclui-se o grupo de
recursos condicionados.
Comentários:
Eu não disse que isso tinha caído em prova? Por isso que coloquei isso na parte teórica. 😎
A questão está certa. São cinco grupos e um deles é o grupo de recursos condicionados (código 9), confira:
Gabarito: Certo
O mecanismo de classificação de recursos por fonte tem por objetivo identificar a destinação dos recursos arrecadados.
Comentários:
É isso mesmo! A classificação por natureza da receita orçamentária busca identificar a origem do recurso segundo seu fato
gerador, entretanto, existe ainda a necessidade de identificar a destinação dos recursos arrecadados. Quem faz isso é
justamente a classificação por fonte/destinação.
Gabarito: Certo
O mecanismo de classificação de recursos por fonte tem por objetivo identificar a destinação dos recursos arrecadados.
Comentários:
As bancas adoram essa pegadinha. Adoram dizer que a classificação por fonte/destinação é só da receita ou só da despesa.
Na verdade, a classificação por fonte/destinação é utilizada tanto para as receitas quanto para as despesas. Como
mecanismo integrador entre a receita e a despesa, o código de fonte/destinação de recursos exerce um duplo papel no
processo orçamentário:
• para a receita orçamentária, esse código tem a finalidade de indicar a destinação de recursos para a realização de
determinadas despesas orçamentárias.
• para a despesa orçamentária, identifica a origem dos recursos que estão sendo utilizados.
Gabarito: Errado
• Primárias (P), quando seus valores são incluídos no cálculo do resultado primário; e
• Financeiras (F), quando não são incluídas no citado cálculo.
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As receitas primárias (ou não financeiras) referem-se, predominantemente, às receitas correntes que
advêm dos tributos, das contribuições sociais, das concessões, dos dividendos recebidos pela União, da cota-
parte das compensações financeiras, das decorrentes do próprio esforço de arrecadação das UOs, das
provenientes de doações e convênios e outras também consideradas primárias.
As receitas financeiras são aquelas que não alteram o endividamento líquido do Governo (setor público
não financeiro) no exercício financeiro correspondente, uma vez que criam uma obrigação ou extinguem um
direito, ambos de natureza financeira, junto ao setor privado interno e/ou externo. São adquiridas junto ao
mercado financeiro, decorrentes da emissão de títulos, da contratação de operações de crédito por organismos
oficiais, das receitas de aplicações financeiras da União (juros recebidos, por exemplo) e outras.
O Resultado Primário (RP) é a diferença entre receitas e despesas primárias (ou não-financeiras), ou
seja, todas aquelas que não tenham caráter financeiro, referente aos órgãos da administração direta, fundos,
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. O RP irá indicar se o ente federativo está ou não
vivendo dentro de seus limites financeiros e contribuindo para a redução ou elevação do seu endividamento.
A classificação destinada a identificar as receitas de acordo com sua inclusão no resultado fiscal do governo divide-se em
receitas de resultado primário e secundário.
Comentários:
A classificação destinada a identificar as receitas de acordo com sua inclusão no resultado fiscal do governo divide-se em
receitas primárias e em receitas financeiras. 😉
Gabarito: Errado
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O código da classificação institucional é composto por 5 dígitos, sendo os dois primeiros reservados à
identificação do órgão e os demais, à unidade orçamentária. Abaixo você encontra um exemplo:
A classificação institucional reflete a estrutura de alocação dos créditos orçamentários e está estruturada em níveis
hierárquicos. No âmbito do Governo Federal, o código da classificação institucional compõe-se de cinco dígitos. Assim, é
correto afirmar que os
A) dois primeiros dígitos são reservados à identificação do órgão e os demais, à unidade orçamentária.
B) dois primeiros dígitos são reservados à identificação da função e os demais, à subfunção de governo.
C) três primeiros dígitos são reservados à identificação da unidade orçamentária e os demais, ao programa de governo.
D) três primeiros dígitos são reservados à identificação dos órgãos da Administração direta e os demais à Administração
indireta.
E) dois primeiros dígitos identificam os órgãos do Poder Executivo e os demais dígitos, às entidades da Administração
indireta.
Comentários:
O código da classificação institucional é composto por 5 dígitos, sendo os dois primeiros reservados à identificação do
órgão e os demais, à unidade orçamentária.
Gabarito: A
Em qual orçamento?
Vale lembrar que, até 2014, essa classificação era uma classificação utilizada apenas para despesas. Foi a
partir da edição do MTO 2015 que ela também passou a ser usada para as receitas.
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Na base de dados do SIOP, o campo destinado à esfera orçamentária é composto de dois dígitos e será
associado à ação orçamentária:
Código Classificação
Convém destacar que o Orçamento da Seguridade Social será elaborado de forma integrada pelos
órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades
estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
O objetivo da classificação da receita pública por esfera orçamentária é identificar se o item a ser classificado pertence ao
orçamento fiscal, ao orçamento da seguridade social ou ao orçamento de investimento das empresas estatais.
Comentários:
Gabarito: Certo
Se a resposta for:
“Beleza, professor. Mas o que é mesmo uma receita efetiva e uma receita não efetiva?”
O principal você já sabe: a receita efetiva altera a situação patrimonial líquida. A receita não efetiva não
altera.
“Espera aí, professor. O Estado está recebendo dinheiro, uma receita, mas não está ficando mais rico? O
patrimônio líquido não se altera? Como é que pode, professor?” 🤨
Ora. É simples. Basta ele trocar um direito por outro ou contrair uma obrigação. 😅
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Por exemplo: se você vende por R$ 100,00 o seu par de sapatos avaliado em R$ 100,00, você recebeu uma receita? Sim.
Ficou mais rico? Não. Você só trocou um ativo por outro. Você credita “Sapatos” e debita “Disponibilidades”. Assim:
E quando você faz um empréstimo de R$ 1.000,00 e possui a obrigação de devolver os R$ 1.000,00 no próximo mês: você
recebeu uma receita? Sim. Ficou mais rico? Não, porque daqui a pouco você tem que devolver o dinheiro. Você debita o
ativo e credita o passivo. Assim:
Dica do professor
Normalmente,
as receitas correntes são receitas efetivas; e
as receitas de capital são receitas não efetivas.
Quer ver? 😄
A receita de impostos, taxas e contribuições de melhoria é uma receita corrente. O Estado não precisa
vender nenhum ativo para receber essa receita e nem precisa constituir uma obrigação correspondente (um
passivo exigível). Por outro lado, a receita de operações de crédito é uma receita de capital. O dinheiro entra na
conta, mas uma obrigação também é constituída.
Mas nem sempre é assim! Nem todas as receitas correntes são efetivas e nem todas as receitas de capital
são não efetivas. Você sempre tem que avaliar se houve impacto sobre o patrimônio líquido! 😅
Tomemos, por exemplo, as transferências de capital, que são receitas de capital. O ente que recebe a
transferência não precisa constituir nenhuma obrigação (a única obrigação é a de destinar os recursos para
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despesas de capital). Portanto, transferências de capital, embora sejam receitas de capital, são receitas
efetivas.
Já no lado das receitas correntes, podemos tomar como exemplo a inscrição em dívida ativa. O direito
a receber é creditado (diminui o ativo) e a dívida ativa é debitada (aumenta o ativo). Na verdade, é como se
estivesse ocorrendo uma troca de ativos, um fato permutativo! Nesse caso, não há alteração da situação
patrimonial líquida, portanto, trata-se de receita não efetiva.
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Receita decorrente de royalties da exploração de gás natural e auferida por município de estado federado é
classificada como
A) outras receitas correntes.
B) receita de serviços.
C) receita industrial.
D) receita patrimonial.
E) transferência corrente.
Comentários:
Vou ser bem sincero com você: na minha opinião (e na opinião do professor Marcel e de outros
professores), essa foi mais uma questão bizarra da banca. E o pior é que ela já cobrou uma questão
parecidíssima com essa no concurso do TCE-PR, em 2016, com o mesmo gabarito.
Vejamos: receita decorrente de royalties da exploração de gás natural, normalmente, é receita
patrimonial (alternativa D). Se essa receita pertencer a algum estado e este transferir a algum município,
consideramos que se trata de uma receita de transferência corrente (alternativa E).
Agora “outras receitas correntes”? 🤨 Não há nenhuma base legal ou em manuais técnicos que justifique
essa classificação.
Portanto, na minha opinião, a banca pisou na bola. Não fique com raiva da banca e nem de mim por ter
colocado essa questão no material. Você tem que conhecer essas bizarrices da banca! 😄 Faz parte!
Gabarito: A
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RECEITAS CORRENTES
RECEITA TRIBUTÁRIA
Impostos.
Taxas.
Contribuições de Melhoria.
Portanto, gabarito: B.
Vejamos agora as demais alternativas:
a) Errada. Receita oriunda de alienações de bens são receitas de capital!
b) Correta.
c) Errada. Embora a amortização do empréstimo seja origem da categoria econômica Receitas de
Capital, os juros recebidos associados ao empréstimo são classificados em Receitas Correntes / de Serviços /
Serviços e Atividades Financeiras / Retorno de Operações, Juros e Encargos Financeiros!
d) Errada. Os empréstimos compulsórios são classificados como operações de crédito (receitas de
capital).
e) Errada. Receita oriunda de contribuições especiais são classificadas como receitas de contribuições.
Atenção: não confunda essas contribuições com as contribuições de melhoria.
Gabarito: B
O ingresso de determinado recurso é definido como receita agropecuária na classificação da receita pública por
A) categoria econômica.
B) origem.
C) espécie.
D) rubrica.
E) alínea.
Comentários:
Para começo de história, rubrica e alínea não existem mais. O mnemônico antigo era mnemônico
COERAASS. O mnemônico atual é:
C O E DDDD T
Onde:
• C: categoria econômica;
• O: origem;
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• E: espécie;
• D: desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita;
• T: tipo.
• Receitas correntes;
• Receitas de capital.
A origem classifica as receitas correntes em:
• Tributa: receitas Tributárias (porém, hoje essa origem é denominada “impostos, taxas e
contribuições de melhoria”);
• Con: receitas de Contribuições;
• P: receita Patrimonial;
• A: receita Agropecuária;
• I: receita Industrial;
• S: receita de Serviços;
• T: Transferências correntes; e
• O: Outras receitas correntes.
Ah! E a espécie permite qualificar com maior detalhe o fato gerador das receitas.
Gabarito: B
Havendo a necessidade de que um órgão público classifique determinada receita de acordo com o
acontecimento real que tenha ocasionado o ingresso nos cofres públicos, ele deverá utilizar a classificação
orçamentária por natureza da receita.
Comentários:
É isso aí! 😃
A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a
origem do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres
públicos.
Então, a que pergunta devemos associar a classificação por natureza da receita:
Qual foi acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos? 🤔
Gabarito: Certo
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Vejamos:
Gabarito: Errado
Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de
tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.
Gabarito: Errado
Comentários:
Se o Estado receber determinado recurso na condição de depositário, sem que a correspondente
restituição se sujeite à autorização legislativa, esse ingresso será extraorçamentário, certo?
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E os ingressos extraorçamentários não são previstos na LOA. São recursos que não pertencem ao Poder
Público. Lembre-se da nossa tabelinha:
Gabarito: Certo
Em qual orçamento?
A classificação por esfera orçamentária, portanto, tem por finalidade identificar se a receita pertence ao
Orçamento Fiscal, da Seguridade Social ou de Investimento das Empresas Estatais.
A questão estava se referindo a um nível (chamado de modalidade de aplicação) da classificação por
natureza da despesa. Conforme o MCASP 8ª edição, a modalidade de aplicação tem por finalidade indicar se
os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por
outro ente da Federação e suas respectivas entidades. Indica se os recursos serão aplicados diretamente pela
unidade detentora do crédito ou mediante transferência para entidades públicas ou privadas.
Gabarito: Errado
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Se a resposta for:
10. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018
De acordo com a atual classificação da receita conforme a sua natureza, o último dígito da natureza de receita
tem a finalidade de identificar o tipo de arrecadação.
Comentários:
Aqui basta você lembrar do mnemônico:
C O E DDDD T
Onde a letra “T” corresponde ao tipo de arrecadação.
Eis aqui um exemplo:
Gabarito: Certo
Comentários:
Não é bem assim. A dívida ativa pode ser tributária ou não tributária e o prazo definido em lei ou em
decisão proferida em processo regular (não necessariamente será de “pelo menos trinta dias”, como afirmou a
questão).
Segundo o MCASP 8ª edição: “dívida ativa é o conjunto de créditos tributários e não tributários em favor
da Fazenda Pública, não recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou em decisão proferida em
processo regular, inscrito pelo órgão ou entidade competente, após apuração de certeza e liquidez.”
Gabarito: Errado
12. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018
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Já no regime patrimonial, vale o fato gerador, o que muitas vezes coincide com o lançamento (regime de
competência).
Gabarito: Certo
As operações de crédito até que são receitas orçamentárias. Elas são receitas de capital. Está lembrando
do mnemônico?
Operações de crédito são receitas orçamentárias, mas operações de crédito por Antecipação de
Receita Orçamentária (ARO) são receitas extraorçamentárias!
14. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018
São critérios para a classificação da receita orçamentária a sua natureza e a fonte/destinação dos recursos.
Comentários:
Sim! Duas das classificações da receita orçamentária que nós estudamos foram:
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Gabarito: Certo
c) Errada. A caução dada em garantia pelo particular que contrata com o poder público é uma receita
extraorçamentária!
d) Correta. Senão vejamos:
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Gabarito: D
A) As multas administrativas não são incluídas no conceito de receita pública porque são atos punitivos.
B) Todo ingresso de receita nos cofres do Estado pressupõe sua previsão na lei orçamentária, pois a
movimentação de recursos financeiros exige a prévia autorização legislativa.
C) O princípio da unidade de tesouraria implica a centralização de todo o ingresso de receitas no tesouro público
para que seja contabilizado como receita provisória.
D) A retenção de recursos públicos atribuídos aos estados e derivados da receita dos impostos é vedada à União,
razão pela qual é inconstitucional o condicionamento do repasse ao pagamento de créditos devidos ao governo
federal.
E) As parcelas do imposto sobre a renda retidas na fonte incidente sobre os rendimentos pagos pelos estados
lhes pertencem, incorporando-se, desde logo, às respectivas receitas correntes.
Comentários:
Para as alternativas! 😄
a) Errada. Multas são receitas públicas sim! Multas não são tributos, mas elas são receitas públicas, afinal
são disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício e constituem elemento novo
para o patrimônio público.
b) Errada. Opa, opa! Nem todo ingresso de receita nos cofres do Estado está previsto na lei orçamentária.
Por exemplo: receita de doações.
Lembre-se:
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Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta
seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos
relativos a impostos.
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a
entrega de recursos:
Portanto, corrigindo a questão, a retenção de recursos públicos atribuídos aos estados e derivados da
receita dos impostos é vedada à União, mas o condicionamento do repasse ao pagamento de créditos devidos
ao governo federal é constitucional.
e) Correta. Conforme artigo 157, I, da CF/88, pertencem aos Estados e ao Distrito Federal o produto da
arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem.
Portanto, essas parcelas pertencem mesmo aos Estados!
Gabarito: E
Comentários:
As multas e juros de mora que incidem sobre tributos enquadram-se nas receitas:
Gabarito: E
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Com relação aos conceitos básicos, aos procedimentos de inscrição, à execução fiscal e à contabilização da
dívida ativa da fazenda pública, assinale a opção correta.
A) A execução da dívida ativa é requisito básico para o recebimento de transferências voluntárias.
B) A ocorrência do fato gerador da obrigação é suficiente para a inscrição na dívida ativa.
C) Cada unidade gestora é responsável pela inscrição de seus respectivos créditos na dívida ativa.
D) A inscrição de crédito na dívida ativa deve ser contabilizada como receita.
E) Somente os créditos de natureza tributária podem ser inscritos na dívida ativa.
Comentários:
Vamos analisar as alternativas:
a) Errada. Essa alternativa tinha sido apontada como gabarito preliminar da banca, mas, posteriormente,
foi corretamente considerada errada. Vejamos o porquê.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) determina o seguinte:
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e
efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o
disposto no caput, no que se refere aos impostos.
Veja que a proibição do recebimento de transferências voluntárias se aplica somente caso o ente não
realize a instituição, previsão e efetiva arrecadação dos impostos de sua competência.
Mas a dívida ativa é bem mais abrangente do que os impostos. A dívida ativa tributária poderá se referir
a outras espécies tributárias e ainda temos a dívida ativa não tributária.
Aí vem a questão dizer que “execução da dívida ativa é requisito básico para o recebimento de
transferências voluntárias”. Não! Não podemos generalizar assim. Somente a execução da dívida ativa
tributária de impostos é que é requisito básico para o recebimento de transferências voluntárias.
E só para confirmar, observe a justificativa da banca para anulação: “o fato de não ter sido considerada a
dívida ativa não tributária, na redação da opção apontada preliminarmente como gabarito, prejudicou o
julgamento objetivo da questão”.
b) Errada. Não. A ocorrência do fato gerador da obrigação não é suficiente para a inscrição na dívida ativa.
Para inscrição em dívida ativa, a prazo para pagamento já deve ter sido transcorrido e o crédito deve ter sua
liquidez e certeza apuradas.
c) Errada. A responsabilidade pela inscrição na dívida ativa não é da Unidade Gestora credora, mas sim da
Procuradoria da Fazenda Nacional, no âmbito federal, e das respectivas procuradorias, no âmbito estadual e
municipal. Confira na Lei 4.320/64:
d) Errada. De acordo com a Lei 4.320/64, a receita é contabilizada quando for arrecadada, olha só:
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Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como
receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias
Gabarito: Anulada
Ingressos extraorçamentários
Ingressos
receita pública em sentido amplo
Receita orçamentária
receita pública em sentido estrito
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Gabarito: B
O que? 🤨 😅
• Receitas Correntes;
• Receitas de Capital.
Exatamente! 😄
A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a
origem do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres
públicos.
Então, a que pergunta devemos associar a classificação por natureza da receita:
Qual foi acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos? 🤔
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Gabarito: Certo
A inscrição de crédito em dívida ativa corresponde à representação contábil de um fato permutativo resultante
da transferência de valor não recebido no prazo estabelecido, dentro do próprio ativo.
Comentários:
É isso mesmo. A inscrição em dívida ativa é um fato permutativo: um direito a receber é creditado (diminui
o ativo) e a dívida ativa é debitada (aumenta o ativo). Veja que essa operação acontece dentro do próprio ativo
e a situação patrimonial líquida não se altera, por isso que a inscrição em dívida ativa é uma receita não efetiva!
😉
E a dívida ativa é justamente o conjunto de créditos tributários e não tributários em favor da Fazenda
Pública, não recebidos no prazo para pagamento, ou seja, uma transferência de valor não recebido no prazo
estabelecido.
Gabarito: Certo
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b) Errada. Esse é o conceito da etapa de previsão (a primeira etapa), observe o que diz o MCASP 8ª edição:
a previsão “compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da Lei Orçamentária
Anual (LOA), resultante de metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições
constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).”
c) Errada. Novamente a questão está falando somente da etapa da previsão. Segundo o MCASP 8ª
edição: “a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas orçamentárias que constarão na
proposta orçamentária14. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas técnicas e legais
correlatas e, em especial, com as disposições constantes na LRF. Sobre o assunto, vale citar o art. 12 da referida
norma:
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro
fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.
Gabarito: A
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Se determinado crédito for inscrito na dívida ativa, haverá acréscimo patrimonial na contabilidade do ente
federativo titular do referido crédito.
Comentários:
A inscrição de dívida é receita não efetiva, ou seja, ela não altera a situação patrimonial líquida! Portanto,
não há acréscimo patrimonial na contabilidade do ente federativo titular do referido crédito.
Gabarito: Errado
Comentários:
Dívida ativa não é isso. Dívida ativa é o conjunto de créditos tributários e não tributários em favor da
Fazenda Pública, não recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou em decisão proferida em
processo regular, inscrito pelo órgão ou entidade competente, após apuração de certeza e liquidez.
A questão estava se referindo, na verdade, a Despesas de Exercícios Anteriores (DEA).
Gabarito: Errado
Sob a ótica econômica, as receitas estão divididas em receitas correntes e de capital, abrangendo estas últimas
as operações de crédito, a alienação de bens, a amortização de empréstimos, as transferências de capital e
outras receitas de capital.
Comentários:
Quanto à categoria econômica (primeiro nível da classificação por natureza da receita), as receitas
orçamentárias podem ser classificadas em:
• Receitas Correntes;
• Receitas de Capital.
Para lembrar das receitas de capital, você pode utilizar o seguinte mnemônico:
Gabarito: Certo
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Qualquer renda com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato é objeto de lançamento.
Comentários:
Essa foi uma questão um tanto quanto literal. A resposta está no artigo 52 da Lei 4.320/64:
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento
determinado em lei, regulamento ou contrato.
Gabarito: Certo
Os ingressos extraorçamentários, que integram o fluxo financeiro das receitas públicas, não têm impacto no
patrimônio líquido nem são objeto de programação orçamentária.
Comentários:
Veja o que o MCASP 8ª edição fala sobre ingressos extraorçamentários: são recursos financeiros de
caráter temporário, do qual o Estado é mero agente depositário. Sua devolução não se sujeita a autorização
legislativa, portanto, não integram a Lei Orçamentária Anual (LOA). Por serem constituídos por ativos e
passivos exigíveis, os ingressos extraorçamentários, em geral, não têm reflexos no Patrimônio Líquido da
Entidade.
Perceba que os ingressos extraorçamentários não integram a LOA, não “estão nos planos” da
Administração Pública, até porque esses recursos nem a pertencem. Por isso, também não são objeto de
programação orçamentária.
Gabarito: Certo
A dívida ativa é composta por créditos a favor da fazenda pública, os quais não foram efetivamente recebidos
nas datas aprazadas e cuja certeza e liquidez foram apuradas. Constitui, portanto, fonte certa de recursos.
Comentários:
Vejamos como o MCASP 8ª edição define dívida ativa: “dívida ativa é o conjunto de créditos tributários
e não tributários em favor da Fazenda Pública, não recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou
em decisão proferida em processo regular, inscrito pelo órgão ou entidade competente, após apuração de
certeza e liquidez.”
Portanto, está tudo ok na primeira frase da questão. O problema está na segunda e última frase. A dívida
ativa não é fonte certa de recursos.
Gabarito: Errado
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Comentários:
Opa! Não é isso que a classificação da receita por fonte de recursos procura identificar.
Essa classificação procura identificar as fontes de financiamento dos gastos públicos. É essa
classificação que permite demonstrar a correspondência entre as fontes de financiamento e os gastos
públicos, pois exterioriza quais são as receitas que financiam determinadas despesas. 😉
Especificamente para a receita orçamentária (porque essa classificação exerce um duplo papel e
também pode ser utilizada para a despesa orçamentária), essa classificação tem a finalidade de indicar a
destinação de recursos para a realização de determinadas despesas orçamentárias.
Gabarito: Errado
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Questões CESPE
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Receita decorrente de royalties da exploração de gás natural e auferida por município de estado federado é
classificada como
D) receita patrimonial.
E) transferência corrente.
O ingresso de determinado recurso é definido como receita agropecuária na classificação da receita pública por
A) categoria econômica.
B) origem.
C) espécie.
D) rubrica.
E) alínea.
Havendo a necessidade de que um órgão público classifique determinada receita de acordo com o
acontecimento real que tenha ocasionado o ingresso nos cofres públicos, ele deverá utilizar a classificação
orçamentária por natureza da receita.
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Se o Estado receber determinado recurso na condição de depositário, sem que a correspondente restituição se
sujeite à autorização legislativa, o ingresso não será incluído na lei orçamentária anual.
A classificação da receita pública por esfera orçamentária deve ser utilizada para diferenciar os recursos que
serão diretamente utilizados pelo ente arrecadador daqueles que devem ser transferidos para outros entes da
Federação.
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De acordo com a atual classificação da receita conforme a sua natureza, o último dígito da natureza de receita
tem a finalidade de identificar o tipo de arrecadação.
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São critérios para a classificação da receita orçamentária a sua natureza e a fonte/destinação dos recursos.
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B) As contribuições sociais e de melhoria, assim como as multas decorrentes do não pagamento de impostos,
classificam-se como receitas tributárias.
C) A definição de receita pública originária inclui a caução dada em garantia pelo particular que contrata com o
poder público.
D) O pagamento pelo consumo de energia elétrica e a taxa de prevenção a incêndio constituem exemplos de
receita pública originária e derivada, respectivamente.
E) A receita proveniente da arrecadação tributária dos estados é classificada como originária por estar
diretamente relacionada ao exercício da competência constitucional daqueles entes federativos.
D) A retenção de recursos públicos atribuídos aos estados e derivados da receita dos impostos é vedada à União,
razão pela qual é inconstitucional o condicionamento do repasse ao pagamento de créditos devidos ao governo
federal.
E) As parcelas do imposto sobre a renda retidas na fonte incidente sobre os rendimentos pagos pelos estados
lhes pertencem, incorporando-se, desde logo, às respectivas receitas correntes.
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Para identificar a origem de determinada receita pública de acordo com o acontecimento real que ocasionou o
ingresso da receita nos cofres públicos, utiliza-se a classificação por natureza de receita.
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Sob a ótica econômica, as receitas estão divididas em receitas correntes e de capital, abrangendo estas últimas
as operações de crédito, a alienação de bens, a amortização de empréstimos, as transferências de capital e
outras receitas de capital.
A dívida ativa é composta por créditos a favor da fazenda pública, os quais não foram efetivamente recebidos
nas datas aprazadas e cuja certeza e liquidez foram apuradas. Constitui, portanto, fonte certa de recursos.
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Gabarito - CESPE
1. A 11. Errado 21. Certo
2. B 12. Certo 22. Certo
3. B 13. Errado 23. A
4. Certo 14. Certo 24. Errado
5. Errado 15. D 25. Errado
6. Errado 16. E 26. Certo
7. Certo 17. E 27. Certo
8. Errado 18. Anulada 28. Certo
9. Errado 19. B 29. Errado
10. Certo 20. Errado 30. Errado
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Resumo direcionado
1. Introdução
Ingressos extraorçamentários
Ingressos
receita pública em sentido amplo
Receita orçamentária
receita pública em sentido estrito
Exemplos: os depósitos em caução, as fianças, restos a pagar inscritos no exercício, as operações de crédito por
antecipação de receita orçamentária (ARO), retenções da folha de pagamento, a emissão de moeda, e outras entradas
compensatórias no ativo e passivo financeiros.
Operações de crédito são receitas orçamentárias, mas operações de crédito por Antecipação de
Receita Orçamentária (ARO) são receitas extraorçamentárias!
Pertencem ao Estado
Receitas orçamentárias
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Cuidado: o critério utilizado para classificar se uma receita é orçamentária ou extraorçamentária não é a
sua previsão na LOA. O critério que nós utilizamos é se essa receita pertence ou não ao Poder Público.
Perceba que:
• Previsão
P
• Lançamento
L
• Arrecadação
A
• Recolhimento
R
Não necessariamente uma receita orçamentária passará pelas etapas de previsão e lançamento
Qual foi acontecimento real (fato gerador) que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos?
Mnemônico da nova estrutura de codificação (obrigatória para todos os entes a partir de 2018):
C O E DDDD T
Onde:
• C: categoria econômica;
• O: origem;
• E: espécie;
• D: desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita;
• T: tipo.
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Operações intraorçamentárias (ou seja: receitas e despesas intraorçamentárias) são aquelas realizadas
entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes dos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social do mesmo ente federativo. Não representam novas entradas de recursos nos cofres
públicos do ente, mas apenas remanejamento de receitas entre seus órgãos.
Órgão Órgão
A B
3.1.2. Origem
Detalhamento das categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital, com vistas a
identificar a procedência das receitas.
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Receitas correntes:
3.1.3. Espécie
• Nível de classificação vinculado à origem
• Permite qualificar com maior detalhe o fato gerador das receitas
3.1.5. Tipo
• último dígito na natureza de receita
• Finalidade: identificar o tipo de arrecadação a que se refere aquela natureza
• Todo código de natureza de receita será finalizado com um dos dígitos mencionados, e as
arrecadações de cada recurso ficarão agrupadas sob um mesmo código, sendo diferenciadas
apenas no último dígito, conforme detalhamento a seguir:
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Observações:
Dívida ativa é o conjunto de créditos tributários e não tributários em favor da Fazenda Pública, não
recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou em decisão proferida em processo regular, inscrito
pelo órgão ou entidade competente, após apuração de certeza e liquidez.
A dívida ativa, portanto, pode ser:
• Tributária: crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a
tributos e respectivos adicionais e multas.
• Não tributária: os demais créditos da Fazenda Pública.
Categoria
Juros recebidos Classificação
econômica
Juros de mora da Dívida Ativa Acompanha a receita principal (tipo da receita 4) Receita corrente
O Superávit do Orçamento Corrente não constituirá item de receita orçamentária, ou seja, não
será demonstrado expressamente no rol das receitas de capital
De Co
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Em qual orçamento?
Código Classificação
Se a resposta for:
Normalmente, as receitas correntes são receitas efetivas; e as receitas de capital são receitas não efetivas.
Mas Nem todas as receitas correntes são efetivas e nem todas as receitas de capital são não efetivas. Você
sempre tem que avaliar se houve impacto sobre o patrimônio líquido!
Exceções:
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É provável que, ao resolver as questões, você perceba “lacunas de conhecimento”, aspectos que precisa
reforçar, assuntos que precisa reler etc. Se isso acontecer, volte às aulas anteriores e relembre tudo aquilo que
julgar necessário. Tenha em mente que isso não é perda de tempo! Você vai é ganhar tempo! Mais importante
do que terminar logo o curso é avançar de maneira sólida, consistente. Se ainda assim alguma dúvida
permanecer, lembre que você pode nos procurar por meio do nosso fórum, ok?
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Lista de exercícios
1. Os créditos orçamentários podem ser iniciais (ordinários) ou adicionais. Estes últimos classificam-se em
suplementares, especiais e extraordinários.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
2. A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
incluindo-se nessa proibição a autorização para abertura de créditos suplementares.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
3. Os créditos suplementares possuem vigência exclusivamente dentro do exercício financeiro em que
são abertos.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
4. Para que determinado crédito especial seja aprovado, são suficientes a autorização legislativa e a
indicação da fonte de recursos.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
5. Podem ser utilizados como fontes para abertura de créditos adicionais: superávit financeiro apurado
em balanço financeiro do exercício anterior, economia de despesas, anulação (parcial ou total) de
dotações orçamentárias e o produto de operações de crédito.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
6. Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro,
conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles
vinculadas. E, para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação,
deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
7. O ciclo orçamentário tem início com a preparação da proposta orçamentária e termina com o
encerramento do exercício financeiro.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
8. O chefe do Poder Executivo poderá enviar mensagem ao Poder Legislativo para propor modificação
nos projetos de lei orçamentária enquanto não iniciada a discussão da parte para a qual se propõe
alteração.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
9. Em relação aos orçamentos públicos, a CRFB/88 estabelece que a Comissão Mista, composta por
senadores e deputados, deve examinar e emitir parecer sobre as contas anuais da Presidência da
República.
( ) Verdadeiro
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( ) Falso
10. É possível utilizar o superávit financeiro do exercício anterior como fonte de recursos para
emenda ao orçamento anual.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
11.Emendas a projeto de lei orçamentária anual (LOA) devem indicar os recursos necessários, sendo
admitida como fonte a anulação de despesa para pessoal e seus encargos.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
12. A Emenda Constitucional 86, de 2015, introduziu o conceito de execução equitativa das
emendas individuais ao projeto de Lei Orçamentária Anual. Para tanto, estabeleceu o limite percentual
de 1,2% da receita corrente líquida, com obrigatoriedade da execução orçamentária e financeira das
programações decorrentes, salvo impedimentos de ordem técnica, comportando redução, até a
mesma proporção incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias, na hipótese de não
cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
13.De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, se verificado, ao final de um bimestre, que a realização
da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato
próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes limitação de empenho e
movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela Lei Orçamentária Anual.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
14. Define-se destaque como transferência de créditos entre unidades gestoras de um mesmo
órgão ou entidade.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
15.De acordo com a Lei n° 4.320/1964, o controle externo da execução orçamentária será feito pelo Poder
Legislativo, terá por objetivo verificar a probidade da administração, a guarda e legal emprego dos
dinheiros públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
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Administração Financeira e Orçamentária
16. Conforme a Constituição federal, em relação às finanças públicas, compete à lei complementar
dispor sobre o exercício financeiro, os prazos, a elaboração e a organização da lei orçamentária anual,
mas não da lei de diretrizes orçamentárias.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
17.As disponibilidades de caixa da União poderão ser depositadas em qualquer instituição financeira
oficial, ressalvados os casos previstos em lei.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
18. A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra ou de um órgão para outro são proibidos se não houver prévia autorização
legislativa, exceto no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, quando o objetivo for
viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
19. É conhecida como regra de ouro a vedação, prevista na CF, à realização de operações de
créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
créditos suplementares, ou especiais, com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo, por
maioria absoluta.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
20. A fim de adequar a despesa com pessoal ativo e inativo ao limite estabelecido em lei
complementar federal, o Governador de determinado Estado promoveu a redução em 30% das
despesas com cargos em comissão e funções de confiança, além de ter exonerado servidores ocupantes
de cargos efetivos há menos de 3 anos em exercício. Nessa hipótese, o Governador do Estado procedeu
de modo compatível com a Constituição Federal, considerando-se extintos os cargos objeto de
redução, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo
prazo de quatro anos.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
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Administração Financeira e Orçamentária
Gabarito
1. V
2. F
3. V
4. F
5. F
6. V
7. F
8. F
9. V
10. F
11. F
12. V
13. F
14. F
15. V
16. F
17. F
18. V
19. V
20. V
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Administração Financeira e Orçamentária
1. Os créditos orçamentários podem ser iniciais (ordinários) ou adicionais. Estes últimos classificam-se em
suplementares, especiais e extraordinários.
Comentário:
É isso mesmo!
Já vêm
Iniciais consignados na
LOA
Reforço de
Créditos Suplementares dotação já
Orçamentários existente
Despesas para as
quais não haja
Adicionais Especiais
dotação
orçamentária
Despesas
Extraordinários imprevisíveis e
urgentes
Gabarito: Verdadeiro
2. A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
incluindo-se nessa proibição a autorização para abertura de créditos suplementares.
Comentário:
Opa! Na verdade, a regra é essa:
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Esse é o famoso princípio da exclusividade, segundo o qual a LOA não conterá dispositivo estranho à
previsão da receita e à fixação da despesa. No entanto, há exceções a esse princípio, quais sejam:
Veja que a questão somente substituiu a expressão “não se incluindo na proibição” por “incluindo-se
nessa proibição”. 😉
Gabarito: Falso
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Por exemplo: um crédito suplementar aberto em 2020 terá vigência até o término desse exercício (31/12/2020). Mesmo
que ele tinha sido aberto no dia 30/12/2020, sua vigência não passará para o próximo exercício financeiro.
Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.
Gabarito: Verdadeiro
4. Para que determinado crédito especial seja aprovado, são suficientes a autorização legislativa e a
indicação da fonte de recursos.
Comentário:
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis
para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
Percebeu? Faltou mencionar que a abertura dos créditos especiais (e suplementares) será precedida de
exposição justificativa, ou seja, é necessário justificar a abertura desses créditos. Repare que os créditos
extraordinários prescindem de justificativa, afinal estamos diante de despesas imprevisíveis e urgentes! 😬
Gabarito: Falso
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5. Podem ser utilizados como fontes para abertura de créditos adicionais: superávit financeiro apurado
em balanço financeiro do exercício anterior, economia de despesas, anulação (parcial ou total) de
dotações orçamentárias e o produto de operações de crédito.
Comentário:
Lembra do nosso mnemônico?
SF É RARO
SF = AF – PF
E o Ativo Financeiro e o Passivo Financeiro são encontrados no Balanço Patrimonial (que demonstra o
patrimônio, os ativos, os passivos...). O Balanço Financeiro evidencia as receitas e despesas orçamentárias,
bem como os ingressos e dispêndios extraorçamentários. Não há nada de ativo ou passivo financeiro aqui! 🧐
Além disso, o “É” do nosso mnemônico se refere a excesso de arrecadação (e não a economia de
despesas, que seria empenhar menos que o planejado). Se preferir, você pode utilizar outro mnemônico, como
este aqui:
Excesso de ar e Onda parada Anulam o Restante do dia do Surfista na bela da praia do Recife
Nesse caso:
Gabarito: Falso
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6. Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro,
conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles
vinculadas. E, para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação,
deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.
Comentário:
É isso mesmo! Você tem que saber as fórmulas para ajustar o Superávit Financeiro e o excesso de
arrecadação, mas não as confunda! 😏
Excesso de arrecadação ajust= Rec. Arrec. – Rec. Prevista – Créd. Extraordinários abertos
Onde:
AF: Ativo Financeiro
PF: Passivo Financeiro
CAR: Créditos Adicionais Reabertos
OCV: Operações de Crédito Vinculadas
Fontes para
Ajustes
abertura
Subtrai (-) créditos adicionais reabertos (CAR) trazidos do ano anterior (somente
Superávit créditos especiais e extraordinários – últimos 4 meses)
Financeiro
Soma (+) operações de crédito vinculadas (OCV) a esses créditos transferidos
Excesso de
Subtrai (-) créditos extraordinários abertos no exercício
arrecadação
Gabarito: Verdadeiro
7. O ciclo orçamentário tem início com a preparação da proposta orçamentária e termina com o
encerramento do exercício financeiro.
Comentário:
Nada disso!
O ciclo orçamentário inicia-se com a formulação do planejamento plurianual pelo Poder Executivo
e encerra-se com a avaliação da execução e do julgamento das contas.
Além disso,
Gabarito: Falso
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8. O chefe do Poder Executivo poderá enviar mensagem ao Poder Legislativo para propor modificação
nos projetos de lei orçamentária enquanto não iniciada a discussão da parte para a qual se propõe
alteração.
Comentário:
É preciso ter muita atenção a esse dispositivo constitucional. Essa é uma regra bem importante do nosso
ciclo orçamentário (e que vive caindo em prova!) 😬
Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor
modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista,
da parte cuja alteração é proposta.
Percebeu? 😏
Portanto, o chefe do Poder Executivo poderá enviar mensagem ao Poder Legislativo para propor
modificação nos projetos de lei orçamentária enquanto não iniciada a votação (e não a discussão) da parte
para a qual se propõe alteração. Primeiro ocorre a discussão, depois é que há a votação. A regra é que o chefe
do Executivo pode enviar até o início da votação!
Para não errar mais essas questões, preste atenção aos seguintes pontos: ⚠
• A modificação é feita nos projetos de leis orçamentárias (PLOA, PLDO, projeto de PPA e projeto
de créditos adicionais). Não é feita na proposta orçamentária e nem nas próprias LOA, LDO, PPA
e leis de créditos adicionais. Essas leis já passaram pelo Legislativo, ué! 😅
• A modificação pode ser feita enquanto não iniciada a votação, e não enquanto não finalizada a
votação ou enquanto não iniciada a discussão.
• A modificação pode ser feita enquanto não iniciada a votação na Comissão mista, e não no
Plenário.
• A modificação pode ser feita enquanto não iniciada a votação somente da parte cuja alteração
é proposta.
Gabarito: Falso
9. Em relação aos orçamentos públicos, a CRFB/88 estabelece que a Comissão Mista, composta por
senadores e deputados, deve examinar e emitir parecer sobre as contas anuais da Presidência da
República.
Comentário:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
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Gabarito: Verdadeiro
10. É possível utilizar o superávit financeiro do exercício anterior como fonte de recursos para
emenda ao orçamento anual.
Comentário:
Essa aqui é uma pegadinha! As questões vão tentar confundir as fontes para abertura de créditos
adicionais e a fonte para emendas ao PLOA. O Superávit Financeiro do exercício anterior não é fonte de
recursos para emenda ao projeto de lei orçamentária anual: ele é fonte para abertura de créditos adicionais!
A única fonte de recursos para emenda ao PLOA é a anulação de despesas.
Gabarito: Falso
11.Emendas a projeto de lei orçamentária anual (LOA) devem indicar os recursos necessários, sendo
admitida como fonte a anulação de despesa para pessoal e seus encargos.
Comentário:
A anulação de despesa para pessoal e seus encargos não é admitida como fonte para emendas ao projeto
de lei orçamentária anual (LOA). Observe:
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
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b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
Pessoal
Emendas Mas não
indiquem os
somente Anulação de poderão ser Serviços da
recursos
aprovadas despesas anuladas dívida
necessários
caso despesas com
TRANS TRI CO
Gabarito: Falso
12. A Emenda Constitucional 86, de 2015, introduziu o conceito de execução equitativa das
emendas individuais ao projeto de Lei Orçamentária Anual. Para tanto, estabeleceu o limite percentual
de 1,2% da receita corrente líquida, com obrigatoriedade da execução orçamentária e financeira das
programações decorrentes, salvo impedimentos de ordem técnica, comportando redução, até a
mesma proporção incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias, na hipótese de não
cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Comentário:
Perfeito! É isso mesmo! 😃 A questão resumiu muito bem as regras trazidas pela Emenda Constitucional
86, de 2015, senão vejamos:
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro
e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste
artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente
líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação
definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165.
Planejamento Execução
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução obrigatória
nos casos dos impedimentos de ordem técnica.
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§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da
meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste
artigo poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das
despesas discricionárias.
Gabarito: Verdadeiro
13. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, se verificado, ao final de um bimestre, que a realização
da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato
próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes limitação de empenho e
movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela Lei Orçamentária Anual.
Comentário:
Porque os critérios para limitação de empenho e movimentação financeira são fixados pela Lei De
Diretrizes Orçamentárias – LDO, e não Lei Orçamentária Anual – LOA. Até porque o princípio da exclusividade
preceitua que:
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Portanto, critérios para limitação de empenho e movimentação financeira não podem estar na LOA.
E a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é expressa ao dizer que esses critérios serão fixados pela LDO.
Inclusive, a questão praticamente copiou o seguinte dispositivo da LRF:
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei
de diretrizes orçamentárias.
Gabarito: Falso
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14. Define-se destaque como transferência de créditos entre unidades gestoras de um mesmo
órgão ou entidade.
Comentário:
As questões adoram trocar esses conceitos de descentralização de créditos orçamentários e
transferências financeiras. É por isso que preparamos este quadro para você:
DESCENTRALIZAÇÃO DE
CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS
Descentralização TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS
(transferência do poder de utilizar
créditos)
Instrumento Dotação Cota
A transferência de créditos (veja que estamos falando de créditos orçamentários, e não de recursos
financeiros) entre unidades gestoras de um mesmo órgão ou entidade é uma descentralização interna de
créditos orçamentários. E a descentralização interna de créditos orçamentários é chamada de Provisão.
Observe a letra “i”. 😉
Portanto, corrigindo a questão, define-se provisão como transferência de créditos entre unidades
gestoras de um mesmo órgão ou entidade (descentralização interna). E define-se destaque como transferência
de crédito orçamentário entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de estrutura diferente
(descentralização externa).
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Gabarito: Falso
15. De acordo com a Lei n° 4.320/1964, o controle externo da execução orçamentária será feito pelo Poder
Legislativo, terá por objetivo verificar a probidade da administração, a guarda e legal emprego dos
dinheiros públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento.
Comentário:
A questão queria saber se você conhecia o seguinte dispositivo da Lei 4.320/64:
Art. 81. O controle da execução orçamentária, pelo Poder Legislativo, terá por objetivo verificar a
probidade da administração, a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos e o cumprimento da Lei
de Orçamento.
Gabarito: Verdadeiro
16. Conforme a Constituição federal, em relação às finanças públicas, compete à lei complementar
dispor sobre o exercício financeiro, os prazos, a elaboração e a organização da lei orçamentária anual,
mas não da lei de diretrizes orçamentárias.
Comentário:
A elaboração e organização da lei de diretrizes orçamentárias também compete à lei complementar!
Gabarito: Falso
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17. As disponibilidades de caixa da União poderão ser depositadas em qualquer instituição financeira
oficial, ressalvados os casos previstos em lei.
Comentário:
Não são as disponibilidades da União que podem ser depositadas em qualquer instituição financeira
oficial. São as disponibilidades dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do
Poder Público e das empresas por ele controladas. As disponibilidades da União serão depositadas no banco
central!
Disponibilidades da
• Depositadas no Bacen
União
Disponibilidades dos
Estados, DF, Municípios, • Depositadas em instituições financeiras oficiais,
e órgãos ou entidades ressalvados os casos previstos em lei
públicas
Gabarito: Falso
Porém, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, e com o objetivo de viabilizar os
resultados de projetos restritos a essas funções, a transposição, o remanejamento ou a transferência pode ser feita
sem necessidade da prévia autorização legislativa. 😉
Lembre-se: ciência, tecnologia e inovação: sem necessidade de prévia autorização (até rima 😅).
Gabarito: Verdadeiro
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19. É conhecida como regra de ouro a vedação, prevista na CF, à realização de operações de
créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
créditos suplementares, ou especiais, com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo, por
maioria absoluta.
Comentário:
É isso mesmo! Essa é a regra de ouro!
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo por maioria absoluta;
Matematicamente falando:
Regra de ouro: OC £ DK
20. A fim de adequar a despesa com pessoal ativo e inativo ao limite estabelecido em lei
complementar federal, o Governador de determinado Estado promoveu a redução em 30% das
despesas com cargos em comissão e funções de confiança, além de ter exonerado servidores ocupantes
de cargos efetivos há menos de 3 anos em exercício. Nessa hipótese, o Governador do Estado procedeu
de modo compatível com a Constituição Federal, considerando-se extintos os cargos objeto de
redução, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo
prazo de quatro anos.
Comentário:
Parece que o Governador de Estado estudou o Capítulo II – das finanças públicas, constante na CF/88! Ele
fez tudo certinho! 😄
Confira aí (CF/88):
Art. 169, § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo
fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
adotarão as seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
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Observe que o Governador, ao reduzir as despesas com cargos em comissão e funções de confiança em
30 %, respeitou a regra que estabelece a redução de pelo menos 20 % das referidas despesas.
Ele também exonerou servidores não estáveis, considerando-se extintos os cargos objeto de redução,
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro
anos (quarentena), conforme a seguinte regra:
Art. 169, § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto,
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de
quatro anos.
Lembre-se ainda que esses servidores não estáveis não fazem jus a indenização: tudo que eles ganham
é aquele tapinha nas costas de consolo. 🙁
Art. 169, § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para
assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável
poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a
atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente
a um mês de remuneração por ano de serviço.
Gabarito: Verdadeiro
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TCE-RJ Aula 7
Sumário
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA (ART. 24) ................................................................................................... 6
INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL – PPA, LDO E LOA (ART. 165 E 166) ................. 15
RECURSOS DESTINADOS AOS ÓRGÃOS DOS DEMAIS PODERES (ART. 168) ............................................38
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TCE-RJ Aula 7
Agora, o que você não deve ficar fazendo é ficar sempre caçando aquele novo e melhor método de estudo.
Encontrou algo recomendado por especialistas e que funciona para você? Pronto! Só continue estudando.
Cada pessoa aprende de uma forma diferente. Alguns gostam de mapas mentais, outros preferem
resumos, outros preferem a letra da lei.
Enfim, encontre algo que funcione para você e estude! 😃 Essa é a dica! 😉
Não existe melhor método de estudo. Existe melhor método de estudo para você!
Pessoas de sucesso não nascem assim. Elas se tornam bem-sucedidas estabelecendo o hábito de fazer coisas que
pessoas sem sucesso não gostam de fazer
Sabe qual é uma coisa que as pessoas sem sucesso não gostam de fazer? ESTUDAR! 😄
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A Constituição Federal de 1988 atribuiu grande importância às finanças públicas e aos orçamentos. É
tanto que há um capítulo e uma seção só para isso! Trata-se da Seção II (dos orçamentos), que fica dentro do
Capítulo II (das finanças públicas), que, por sua vez, fica dentro do Título VI (da tributação e do orçamento).
Assim:
TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
CAPÍTULO II
“Então tudo que é relacionado a AFO está dentro desse capítulo II da Constituição, professores?” 🤨
Não, nem tudo relacionado a AFO está lá. Embora os dispositivos mais importantes sejam aqueles que
estão no Capítulo II – das finanças públicas (artigos 163 a 169), há outros artigos relacionados à disciplina de
Administração Financeira e Orçamentária (AFO) espalhados pela Constituição. E é isso que nós vamos ver nesta
aula! 😉
Ah! Diversas vezes as questões irão se ater à literalidade da Constituição Federal. Por isso, vamos trazer
os dispositivos na íntegra e comentá-los quando necessário. 😊
Ao final da aula, também vamos trazer a “lei seca”, ou, nesse caso, “Constituição Federal seca”, com todos
os dispositivos pertinentes à nossa disciplina e que apresentamos na aula (na ordem em que aparecem na
CF/88) 😅. Esse tipo de leitura também é importante. E você também pode usar essa seção como um resumo,
sempre disponível para consulta. 😉
Vamos lá? 😃
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Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
II – orçamento; (...)
Tri Fi Pen Ec Ur O
Tem gente que gosta do PUFETO (Penitenciário, Urbanístico, Financeiro, Econômico, Tributário e
Orçamento). Escolha o que você achar melhor!
PUFETO
Você deve prestar atenção no seguinte: os municípios não estão inseridos expressamente na
competência concorrente para legislar. Você notou que o caput do artigo 24 somente fala da União, Estados e
Distrito Federal? 😏
Pois é. A banca vai tentar fazer pegadinha aqui. Vai colocar os municípios no meio desse bolo. Não caia
nessa! 😑
“É verdade, professores. Vocês mesmo já disseram que os municípios também possuem PPA, LDO e LOA” 😅
Pois é... 😄
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar
dos Estados.
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§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe
for contrário.
E essa competência da União não impede os Estados de editarem normas suplementares, ou seja, “não
exclui a competência suplementar dos Estados”.
Caso a União não edite normas gerais, ou seja, “inexistindo lei federal sobre normas gerais”, então cada
Estado pode fazer suas próprias normas gerais, exercendo a sua “competência legislativa plena, para atender
a suas peculiaridades”. 😃
“E se o Estado tiver exercido sua competência legislativa plena e depois a União venha editar normas gerais?
O que acontece, professores?” 🤔
Excelente pergunta! Em outras palavras, você está perguntando: e no caso de superveniência de lei
federal sobre normas gerais, o que acontece?
Acontece o seguinte: os dispositivos da lei estadual que forem conflitantes com os dispositivos da lei
federal (somente esses dispositivos e não a lei toda) terão sua eficácia suspensa.
Atenção: a lei não será revogada! Essa é a pegadinha!
Preste atenção!
A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia (e não revoga) da lei
estadual, somente no que lhe for contrário (e não toda a lei)
A respeito da organização do Estado, a União, os estados federados e o Distrito Federal podem legislar concorrentemente
sobre
B) ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
C) combate às causas da pobreza e aos fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores
desfavorecidos.
D) direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.
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Comentários:
Prova de alto nível, mas com uma resolução simples. Observe a alternativa A. Agora observe o disposto na CF/88:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
Veja que a questão também tomou o cuidado de não citar os municípios, para ficar igualzinha ao artigo 24 da CF/88.
Pronto, já encontramos nosso gabarito. As demais alternativas são temas de direito constitucional! 😆
Gabarito: A
A competência legislativa municipal suplementar não se estende ao direito financeiro, uma vez que o constituinte, ao
tratar da competência concorrente para legislar sobre tal matéria, não contemplou os municípios.
Comentários:
Opa! A competência legislativa municipal suplementar se estende ao direito financeiro sim! A banca primeiro diz uma
mentira e depois coloca uma justificativa “bonita” para você escorregar! Cuidado!
É verdade que os municípios não estão expressamente inseridos no artigo 24, mas isso não retira deles a sua competência
legislativa suplementar para legislar sobre direito financeiro. Afinal de contas, municípios também possuem orçamento
público, não é mesmo? 😏
Gabarito: Errado
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias,
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.”
Pronto. Com isso, podemos afirmar que: a única matéria de AFO que pode ser regulada por medida
provisória é abertura de créditos extraordinários. Dissemos extraordinários (não adicionais, não
suplementares, não especiais. Só os extraordinários).
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Resumindo
É vedada a edição de medidas provisórias sobre qualquer coisa relacionada a orçamento, exceto
sobre créditos extraordinários.
“Olha, o assunto X precisa ser melhor explicado, precisa ser complementado. E quem vai fazer isso é a lei complementar.
Portanto, cabe à lei complementar dispor sobre o assunto X!”
Muito bem. Você também tem que saber que, enquanto as leis ordinárias são aprovadas por maioria
simples:
E tem mais: somente uma lei complementar pode alterar ou revogar outra lei complementar, por conta
de sua matéria específica e de seu quórum diferenciado (maioria absoluta). Afinal você acha justo uma lei que
foi designada pela Constituição Federal para tratar de um assunto e que foi aprovada por maioria absoluta ser
alterada ou revogada por uma lei que não recebeu esse privilégio da Constituição e que pode ser aprovada por
maioria simples? 🤔
Conclusão:
Uma lei ordinária não pode alterar ou revogar uma lei complementar!
Em seguida, vamos transcrever os dispositivos constitucionais e fazer os devidos comentários (essa parte
é assim mesmo. Tem que saber o que é tema de lei complementar e o que não é. Mas nós destacaremos o que
é mais importante, claro! 😄):
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CAPÍTULO II
Seção I
NORMAS GERAIS
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas
pelo Poder Público;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
“Esperem aí, professores. Tem alguma lei que trata desses temas aí, não tem?” 🧐
A LRF dispõe sobre esses assuntos. O artigo 163 serviu de base para a elaboração da LRF.
Seção II
DOS ORÇAMENTOS
(...)
A LRF aborda parcialmente esses temas. Isso quer dizer que a LRF não é a tão sonhada nova lei de
finanças públicas (aquela que irá substituir a Lei 4.320/64), prevista no art. 165, § 9º, I, da CF/88.
Por exemplo: a LRF dispõe sobre PPA, LDO e LOA, mas os prazos de encaminhamento e devolução para sanção dessas
leis orçamentárias (no âmbito da União) em vigor atualmente ainda são aqueles estabelecidos no art. 35 do ADCT.
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II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como
condições para a instituição e funcionamento de fundos.
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados
quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das
programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto no § 11 do art. 166.
O que é execução equitativa? É a execução das programações de caráter obrigatório que atenda de
forma igualitária e impessoal às emendas parlamentares apresentadas.
Art. 166, § 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em
montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício
anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no
§ 9º do art. 165.
Muito bem!
Para que mais a CF/88 exige lei complementar, no âmbito das finanças públicas?
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
Em lei complementar! Mais especificamente na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em seus artigos 19
e 20. 😉
Limites da Lei
despesa com complementar
pessoal (LRF)
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A União detém a competência para emitir moeda (CF/88, art. 21, VII).
Certo. E essa competência, essa emissão de moeda pode ser feita por qualquer um?
NÃO! Somente pelo banco central! 😄 É uma competência exclusiva do banco central. Não é do Banco
do Brasil. É do Banco Central!
Entenda o seguinte:
Se você entender isso, então você conclui que o banco central só pode emprestar dinheiro para
instituições financeiras. E, por isso, não pode emprestar para o Tesouro Nacional e nem para órgão ou entidade
que não seja instituição financeira.
Então, nós perguntamos:
Lembre-se: a proibição é para a concessão de empréstimos a qualquer órgão ou entidade que não seja
instituição financeira. 😉
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de
regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
“Que é isso, professores? Comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional? Regular a oferta de
moeda ou a taxa de juros?”
É isso mesmo. O banco central regula a oferta de moeda e a taxa de juros por meio da compra e venda de
títulos de emissão do Tesouro Nacional. 😄
Pense na lei da oferta e da procura (lá da disciplina de economia). Quando há muita oferta de um
produto, o seu preço é baixo. Quando há pouca oferta de um produto, o seu preço é alto. Agora imagine que a
moeda é esse produto. Quando há muita moeda circulando, o preço da moeda é baixo. Quando há pouca
moeda circulando, o preço da moeda é alto.
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Portanto,
• Se o banco central quer reduzir a oferta de moeda (e aumentar a taxa de juros), ele vai vender
títulos de emissão do Tesouro Nacional: as pessoas vão entregar a sua moeda e receber títulos.
Isso vai retirar moeda de circulação, enxugando o mercado;
• Se o banco central quer aumentar a oferta de moeda (e reduzir a taxa de juros), ele vai comprar
títulos de emissão do Tesouro Nacional: o banco central vai entregar a sua moeda (que não estava
em circulação) e pegar títulos. Agora essa moeda estará em circulação.
Agora atenção: a Conta Única do Tesouro Nacional é mantida no Bacen, mas é operacionalizada pelo
Banco do Brasil. Isso significa que o Banco do Brasil somente arrecada as receitas. Posteriormente, essas
receitas são recolhidas para o banco central, que é onde está a Conta Única.
Conta Única do
Tesouro Nacional
O resto da Administração Pública vai depositar em instituições financeiras oficiais (ressalvados os casos
previstos em lei).
Aqui vai um esqueminha para você visualizar:
Disponibilidades da
• Depositadas no Bacen
União
Disponibilidades dos
Estados, DF, Municípios, • Depositadas em instituições financeiras
e órgãos ou entidades oficiais, ressalvados os casos previstos em lei
públicas
Fonte: CRUZ, Victor. Constituição Federal anotada para concursos. 10ª edição. Rio de Janeiro, Ferreira, 2017.
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A legislação nacional impõe uma série de restrições à aplicação das disponibilidades de caixa dos entes da federação, com
o intuito de evitar aplicações temerárias de recursos públicos, em prejuízo de toda a sociedade. A respeito desse tema, é
correto afirmar que
A) as disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco do Brasil; as dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, em instituições financeiras brasileiras.
B) não se aplicam às empresas controladas pela União, pelos Estados e pelos Municípios as restrições constitucionais à
aplicação de suas disponibilidades de caixa apenas em títulos emitidos por instituições privadas nacionais.
C) as disponibilidades de caixa da União serão depositadas na Caixa Econômica Federal, e as reservas internacionais, no
Banco Central do Brasil.
D) as disponibilidades de caixa dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele
controladas serão aplicadas em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
E) as disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social próprio dos servidores públicos ficarão depositadas em
conta única, juntamente às demais disponibilidades de cada ente, e serão aplicadas nas condições de mercado.
Comentários:
Olha aí a pegadinha logo na alternativa A! As disponibilidades de caixa da União não são depositadas no Banco do Brasil e
nem são depositadas na Caixa Econômica Federal (alternativa C). Elas são depositadas no Banco Central.
Já as disponibilidades dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das
empresas por ele controladas, serão depositadas em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em
lei (justamente como diz a alternativa D).
Gabarito: D
Com relação às finanças públicas e ao sistema tributário nacional, julgue o item subsequente.
Cabem ao Banco Central a emissão de moeda, a função de depositário das disponibilidades de caixa da União e a atribuição
de conceder empréstimos ao Tesouro Nacional.
Comentários:
Uh! Quase. O Banco Central emite moeda (inclusive, essa é uma competência exclusiva dele). O Banco Central é
depositário das disponibilidades de caixa da União (o “resto” da Administração Pública” deposita em instituições
financeiras oficiais). Mas o Banco Central não concede empréstimos ao Tesouro Nacional. Isso é vedado pela CF/88:
Art. 164, § 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer
órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
Gabarito: Errado
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•Legislativo •Executivo
Controle e Elaboração
avaliação
Discussão,
Execução votação,
aprovação
•Executivo •Legislativo
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para
as relativas aos programas de duração continuada.
Perceba que o PPA estabelecerá diretrizes, objetivos e metas (DOM), de forma regionalizada, não só
para as despesas de capital (DK), mas também para outras despesas decorrentes dessas despesas de capital
(ODD – Outras Delas Decorrentes).
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Atenção: apesar de seu nome ser “Lei de Diretrizes Orçamentárias”, a LDO estabelecerá metas e
prioridades (MP), enquanto que o PPA estabelecerá diretrizes, objetivos e metas (DOM).
A LDO é o elo entre o PPA e a LOA. É a LDO que faz o meio de campo entre esses dois instrumentos
de planejamento. Ela representa o planejamento tático e busca dar concretude ao PPA.
A LDO também disporá sobre as alterações na legislação tributária. Aqui você também tem que prestar
atenção em eventuais pegadinhas: a LDO não fará alterações na legislação tributária (por exemplo: aumento
ou redução de alíquota). Ela simplesmente irá dispor sobre essas alterações, ok? 😉
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§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório
resumido da execução orçamentária.
Repare também que ele será publica 30 dias após o encerramento de cada bimestre.
Isso significa que o RREO do 1º bimestre (referente aos meses de janeiro e fevereiro) será publicado no final de março (30
dias após o encerramento do mês de fevereiro).
Principalmente porque existe um outro relatório chamado de Relatório de Gestão Fiscal (RGF), que está
lá no artigo 54 da Lei de Responsabilidade Fiscal. Este relatório será publicado até após o encerramento do
período a que corresponder.
Quadrimestral (4 meses)! 😱
Já está percebendo que isso é prato cheio para as questões? Elas vão tentar fazer confusão aqui! 😬
Portanto, grave:
Alertamos para outra pegadinha: como os planos e programas, muitas vezes, são mais longos do que o
PPA, as questões adoram dizer que o PPA será elaborado em consonância com os planos e programas.
Isso é mentira! 😤
Os planos e programas é que são elaborados em consonância com o PPA (não é o contrário)! ☝
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Preste atenção
Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais serão elaborados em consonância com o PPA (e não o contrário)
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público.
Ele demonstra qual será o efeito das renúncias de receita sobre as receitas e despesas. E o detalhe é
que ele é regionalizado, ok? 😉
Agora repare nesse dispositivo constitucional (vamos voltar um pouco até o artigo 150):
Art. 150, § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido,
anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei
específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou
o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.
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Ou seja: qualquer renúncia de receita que estiver relacionada com impostos, taxas ou contribuições só
poderá ser concedida mediante lei específica! E essa lei específica deve regular exclusivamente essas
matérias.
Isso significa que se governo quiser fazer uma renúncia de receita, ele deve:
Detalhe é que a lei específica deve ser do ente que está concedendo a renúncia de receita e que detém
aquela competência.
Por exemplo: a União pode dar isenção do Imposto de Renda por meio de uma lei específica, mas não pode conceder
isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, pois esse imposto é de competência dos Estados. Ou
seja: não dá para “fazer cortesia com chapéu alheio”, não é mesmo?
Continuando...
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão
entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
OF e OI SIM
Reduzir desigualdades
inter-regionais
OSS NÃO
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Esse é o princípio da exclusividade! 😄 Resumidamente, ele preceitua que a LOA não conterá matéria
estranha à previsão da receita e à fixação da despesa. Mas, além da previsão de receitas e fixação de despesas,
também poderão estar na LOA:
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual
e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
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No âmbito federal, esses projetos serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional. Não é só
pela Câmara dos Deputados e nem só pelo Senado Federal. É pelas duas! 🧐
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação
das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas,
na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
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§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
b) serviço da dívida;
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.
A única condição para que as emendas ao PLDO sejam aprovadas é que elas sejam compatíveis com o
PPA. Só isso! 😌
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Em outras palavras:
O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos
(não é na proposta e nem nas leis) a que se refere este artigo enquanto não iniciada (e não finalizada) a votação
(e não a discussão), na Comissão mista (não é no Plenário), da parte cuja alteração é proposta (somente da parte
que está sendo alterada).
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão
enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que
se refere o art. 165, § 9º.
A lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, é a nova lei de finanças públicas, que irá dispor, dentre
outras matérias, sobre a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias
e da lei orçamentária anual.
§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as
demais normas relativas ao processo legislativo.
Sabe as normas relativas ao processo legislativo que você estuda em direito constitucional? Elas se
aplicam aos projetos de PPA, LDO e LOA. A não ser que essas normas contrariem algum dispositivo da Seção
II – dos orçamentos, caso em que será aplicada a regra específica desta seção.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual,
ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos
especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
VER-SE
• V: veto
• E: emenda
• R: rejeição
• S: suplementares
• E: especiais
Para concluir, vamos falar sobre os prazos dos instrumentos de planejamento. Eles não estão no artigo
165 e 166, mas sim no artigo 35 do ADCT, acompanhe:
§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as
seguintes normas:
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;
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II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro
período da sessão legislativa;
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento
do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
4 meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
PPA* e LOA
Para o Legislativo devolver encerramento da sessão
ao Executivo para sanção legislativa
Prazos
8 ½ meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
LDO
encerramento do primeiro
Para o Legislativo devolver período da sessão
ao Executivo para sanção
legislativa
Faça assim: LDO termina com a letra O. Passe um traço (–) e divida essa letra O no meio. Ficou parecendo um 8 não foi?
Parece um 8, mas é a letra O partida no meio. Viu? 8 meses e meio! 😃
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho
e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
Detalhe é que:
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.
Repare que o dispositivo fala em aprovação (e não votação) do PLDO. Não basta só começar a votar. Ele
(o projeto de LDO) deve ser aprovado! E atenção: o que deve ser aprovado é o projeto de LDO e não a LDO
propriamente dita, pois esta já é a lei em vigor.
Isso só acontece com o PLDO, ok? Não acontece com o projeto de PPA e com o projeto de LOA! Ou seja:
a sessão legislativa poderá ser interrompida mesmo sem a aprovação do projeto de lei do PPA e do orçamento
anual.
Concluímos, então, que, de acordo com a CF/88, não se admite a rejeição o PLDO. Tem que aprovar!
Caso contrário, a sessão não será interrompida! 😤
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Comentários:
O chefe do Poder Executivo poderá enviar mensagem ao Poder Legislativo para propor modificação nos projetos de lei
orçamentária enquanto não iniciada a votação (e não a discussão) da parte para a qual se propõe alteração. Olha só a
literalidade da CF/88:
Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos
projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
Está vendo o nível de atenção que você deve dar a esse dispositivo constitucional? Nós avisamos! 😄
Gabarito: Errado
FCC – TRF- 3ª – Analista judiciário – 2016
Quanto ao processo de elaboração, discussão, votação e aprovação da proposta orçamentária, a Constituição Federal
estabelece que no caso de emendas ao projeto da lei do orçamento anual, somente são admitidas as indicações de recursos
advindos de anulação de despesa.
Comentários:
Exatamente! Se quiser fazer uma emenda ao PLOA tem que indicar de onde os recursos necessários para realiza-la serão
tirados. E somente será admitido tirar dinheiro da anulação de uma outra despesa. Lembrando que nem todas as despesas
poderão ser anuladas! Algumas despesas jamais poderão ser anuladas. Isso tudo está lá na CF/88:
Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser
aprovadas caso:
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam
sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
Gabarito: Certo
Cabe à comissão mista permanente de senadores e deputados federais examinar e emitir parecer sobre as contas
apresentadas pelo presidente da República.
Comentários:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo
Presidente da República;
Gabarito: Certo
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A ideia por trás de tudo isso é que a execução das programações provenientes dessas emendas
individuais ao PLOA será obrigatória. Só que as emendas individuais serão aprovadas até certo limite, sendo
metade dela destinada a ações e serviços públicos de saúde. Mas nem sempre elas serão de execução
obrigatória. Se houver impedimentos de ordem técnica e eles não conseguirem ser superados, as
programações orçamentárias provenientes de emendas individuais não serão mais de execução obrigatória.
Esse é o resumo, mas precisamos estudar isso mais detalhadamente. Os parágrafos serão apresentados
em ordem didática, ok? Vamos lá! 😄
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro
e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste
artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente
líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação
definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165.
Esses são os parágrafos mais importantes desse assunto. Você deve saber que as emendas individuais (e
somente elas) serão de execução obrigatória. A LOA e suas demais emendas são autorizativas, ou seja, a
Administração está autorizada (e não obrigada) a executar aquela programação. Mas as emendas individuais
impositivas são diferentes: elas serão de execução obrigatória! Por isso que o nome é Emendas Individuais
Impositivas. 😌 💡
Mas, obviamente, há um limite para isso. Esse limite é de 1,2%, sendo que metade deste percentual
(0,6%) será destinada a ações e serviços públicos de saúde (só saúde! Educação, segurança, seguridade social
não!).
Aqui você deve lembrar daquela pegadinha sutil. no § 9º, ainda na segunda etapa do ciclo orçamentário
(discussão, votação e aprovação), ainda no planejamento, utiliza-se como base de cálculo a receita corrente
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líquida (RCL) prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo (veja que ainda estamos no projeto de
lei orçamentária).
Já no § 11º, na terceira etapa do ciclo orçamentário (execução), utiliza-se como base de cálculo a receita
corrente líquida (RCL) realizada no exercício anterior.
Planejamento Execução
Há sim! Vejamos:
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução obrigatória
nos casos dos impedimentos de ordem técnica.
§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a programação, na
forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas:
I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo, o Poder Legislativo,
o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder Legislativo as
justificativas do impedimento;
II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder
Executivo o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável;
III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder Executivo
encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável;
IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso III, o Congresso
Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato do Poder
Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária.
§ 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as programações orçamentárias previstas no § 11 não serão
de execução obrigatória nos casos dos impedimentos justificados na notificação prevista no inciso I do §
14.
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Quer dizer, tenta-se (de todo jeito 😅) contornar esses impedimentos técnicos, até que chega um ponto
que não vale mais a pena. Já estamos em 20 de novembro (ou 30 dias após o prazo previsto no inciso III), o
exercício financeiro já vai terminar e já se tentou de tudo. Só agora as programações orçamentárias previstas
no § 11 não mais serão de execução obrigatória.
Lembre-se de que caberá a uma lei complementar dispor sobre procedimentos que serão adotados
quando houver impedimentos legais e técnicos (CF/88, art. 165, § 9º, III).
§ 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira
prevista no § 11 deste artigo, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida
realizada no exercício anterior.
Vale destacar que caberá também a uma lei complementar dispor sobre o cumprimento de restos a
pagar (CF/88, art. 165, § 9º, III).
§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da
meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste
artigo poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das
despesas discricionárias.
A regra é assim: se a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta
de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o gestor só poderá cortar os gastos das
programações orçamentárias oriundas de emenda parlamentar individual na mesma proporção do corte
(contingenciamento) de gastos das despesas discricionárias.
Por exemplo: se o gestor cortou 50% das despesas discricionárias, ele pode cortar até 50% das despesas relacionadas às
emendas parlamentares individuais. Se reduzir em 10% as despesas discricionárias: reduz no máximo em 10% as despesas
relacionadas às emendas parlamentares individuais. O que não pode acontecer é o gestor cortar, por exemplo, 10% das
despesas discricionárias e 50% das emendas parlamentares individuais.
Também caberá a uma lei complementar dispor sobre limitação das programações de caráter
obrigatório (CF/88, art. 165, § 9º, III).
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive
custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação
para pagamento de pessoal ou encargos sociais.
Esse parágrafo nos informa que o que o montante que for executado em ações e serviços públicos de
saúde (aqueles 0,6% da RCL) será computado para fins do cumprimento da aplicação mínima de recursos na
saúde.
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da programação prevista no §11
deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do
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ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de
aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169.
Mesmo que o ente federativo destinatário esteja inadimplente, ele receberá a transferência obrigatória
da União para executar a programação prevista no § 11 (emendas parlamentares individuais: 1,2% da RCL
realizada no exercício anterior). Em outras palavras: caso a execução obrigatória dependa de transferência
obrigatória da União, não importa se o ente federativo se encontra inadimplente.
E esses recursos que o ente recebeu, ou seja, essa receita de transferência do ente não integrará a base
de cálculo da RCL para fins de apuração dos limites de gastos de pessoal da LRF.
§ 18. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que atenda de forma
igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria.
Perceba que não importa quem seja o autor da emenda. Se a execução das programações atendeu de
forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, então podemos considerar que essa execução foi
equitativa.
Mais uma vez, caberá a uma lei complementar dispor sobre critérios para a execução equitativa (art.
165, § 9º, III).
Resumindo
Orçamento ainda
em discussão (2a 1,2% da RCL
etapa do ciclo prevista no PLOA
orçamentário)
Emendas
não serão de execução
individuais obrigatória nos casos
impositivas dos impedimentos
de ordem técnica
Orçamento já em
1,2% da RCL
execução (3a etapa
realizada no
do ciclo
exercício anterior restos a pagar
orçamentário) poderão ser
considerados até o
limite de 0,6% da RCL
realizada no exercício
anterior
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b) destinado integralmente a ações e serviços públicos de saúde, vedada a aplicação em despesas de pessoal ou encargos
sociais, admitindo-se o cômputo das programações correspondentes no cálculo do percentual mínimo de aplicação em
saúde fixado na Constituição Federal.
c) no qual se inserem também as programações oriundas de despesas discricionárias incluídas pelo Chefe do Poder
Executivo, igualmente não afetadas por contingenciamento na hipótese do não atingimento da meta de resultado fiscal
prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
d) com obrigatoriedade da execução orçamentária e financeira das programações decorrentes, salvo impedimentos de
ordem técnica, comportando redução, até a mesma proporção incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias, na
hipótese de não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
e) havendo precedência da liberação financeira para as programações decorrentes das emendas inseridas em tal limite em
relação àquelas destinadas a despesas discricionárias, sendo apenas estas últimas atingidas por limitações de empenho
decorrentes de frustração da previsão de receita de impostos.
Comentários:
Vejamos as alternativas:
a) Errada. Caso a execução obrigatória dependa de transferência obrigatória da União, não importa se o ente federativo
se encontra inadimplente.
Art. 166, § 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de
resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste artigo poderá ser reduzido
em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias.
d) Correta.
e) Errada. Não existe essa precedência. As emendas individuais são afetadas na mesma proporção da limitação incidente
sobre o conjunto das despesas discricionárias.
Gabarito: D
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Metade desse percentual, ou seja, 0,6% deverá ser destinado a ações e serviços públicos de saúde (CF/88, Art. 166, § 9º).
Gabarito: Errado
É obrigatória a execução de todas as programações contidas na Lei Orçamentária Anual? 😅 Claro que não! Nosso
orçamento é autorizativo.
Obrigatória é a execução somente das programações provenientes das emendas parlamentares individuais, em montante
correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior.
Esse é o pedaço de orçamento impositivo que temos no meio do nosso orçamento autorizativo. 😉
Gabarito: Errado
Quer dizer: a Administração não pode iniciar um programa ou um projeto se ele não estiver na LOA. É
simples: quer começar um programa ou projeto? Se não estiver na LOA, não pode começar! Afinal, a
Administração Pública está sujeita ao princípio da legalidade.
A Administração tem que respeitar o limite dos créditos orçamentários ou adicionais. Afinal, ela só pode
fazer aquilo que ela está autorizada por lei a fazer (de novo: princípio da legalidade).
Por exemplo: o gestor público já gastou os R$ 5.000,00 de créditos orçamentários destinados à compra de material de
expediente (papel A4, envelopes, grampos, etc.), mas ele quer comprar ainda mais! 😬 Mesmo que ele tenha dinheiro em
caixa, enquanto ele não tiver crédito orçamentário para isso, ele não poderá adquirir mais material de expediente.
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo por maioria absoluta;
Pare um pouquinho e respire, porque essa regra aqui é importante! 😄 Essa é a famosa regra de ouro! 💰
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Ela diz que não é possível realizar (arrecadar) receitas de operações de créditos (OC) que excedam o
montante das despesas de capital (DK), ou seja, a regra proíbe as operações de crédito (OC) que excedam as
despesas de capital (DK). Matematicamente falando: as operações créditos devem ser menores ou iguais às
despesas de capital.
Preste atenção!
Regra de ouro: OC £ DK
Perceba: ela não proíbe todas as operações de crédito. É plenamente concebível realizar operações de
créditos. O que é proibido é realizar operações de créditos que excedam as despesas de capital. 😏
Por exemplo: se as despesas de capital somam R$ 1.000.000,00, não é possível ter R$ 1.500.000,00 em operações de
crédito. Esses R$ 500.000,00 excedentes estão proibidos!
A mensagem que essa regra passa é que o endividamento só pode ser admitido para a realização de
investimento ou abatimento da dívida. A ideia é evitar o endividamento para financiar despesas correntes.
Se o ente público recorrer ao endividamento, que seja para adquirir ou construir algo que possa ser
utilizado durante anos por ele mesmo ou pela população local – que é o caso das despesas de capital, que
contribuem diretamente para a aquisição ou construção de um bem de capital (escolas, postos de saúde,
rodovias etc.; ou aquisição de equipamentos e materiais permanentes em geral)1.
Por exemplo: tomar empréstimo para comprar um apartamento, um carro, é “normal”. Mas tomar um empréstimo para
pagar despesas corriqueiras (alimentação, aluguel, etc.) não é nada bom! 😬
Mas como toda boa regra, há exceção. Isso mesmo: a regra de ouro pode ser “quebrada”.
É o seguinte: é vedada a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de
capital. Até aqui ok. Mas se essas operações de créditos forem utilizadas para financiar a abertura de crédito
suplementares ou especiais com finalidade precisa e aprovados pelo Poder Legislativo por maioria
absoluta, então elas serão permitidas! 😄
1
PALUDO, Augustinho. Orçamento público, AFO e LRF, 5ª edição, editora Método, 2015.
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Agora atenção: o princípio veda a vinculação da receita de impostos (e não de tributos) a órgão, fundo
ou despesa. De acordo com a CF/88, existem 5 (cinco) espécies de tributos (essa é a chamada “teoria
pentapartida”) e os impostos são somente uma das espécies de tributos. Esse é o truque mais velho das
bancas. Não vai cair nessa, por favor! 😑
Preste atenção!
O princípio da não vinculação (não afetação) da receita de impostos veda a vinculação da receita de
impostos (e não de tributos) a órgão, fundo ou despesa.
Ah! Mas não se preocupe! É para isso que a Lady Gaga está aqui rezando por você!
É! Olha só:
Aqui estão as exceções ao princípio da não vinculação da receita de impostos:
RESA GaGa 🙏
Lady Gaga ajudando alunos a lembrar das exceções ao princípio da não vinculação de receita de impostos.
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V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação
dos recursos correspondentes;
Para abrir créditos adicionais suplementares e especiais é preciso ter autorização legislativa! É preciso
ter uma lei! Também é necessário indicar de onde vem o dinheiro para pagar por essas despesas, ou seja, é
necessário indicar a fonte dos recursos. Isso é meio óbvio: se a Administração Pública quer (ou precisa) gastar
mais, ela precisa de autorização do dono do dinheiro (o povo) e precisa dizer onde conseguirá recursos para
arcar com esses gastos, já que dinheiro não nasce em árvore, não é mesmo? 😅
Os créditos extraordinários, por sua vez, independem de autorização legislativa e não precisam
indicar a fonte dos recursos na ocasião da abertura, ou seja, a indicação da fonte de recursos aqui é
facultativa! Só depois é que essa fonte será indicada. Isso mesmo: primeiro resolvemos a urgência e depois nos
preocupamos em conseguir os recursos e a autorização legislativa.
Esse é o princípio da proibição do estorno e ele determina que o gestor público não pode transpor,
remanejar ou transferir recursos sem autorização legislativa, do contrário toda a finalidade do orçamento
público e do princípio da legalidade estariam em risco. 😬
Explicamos: de que adianta autorizar o orçamento se quando da execução do mesmo ele será todo
alterado à discricionariedade do gestor público? Será que a alteração será compatível com o interesse público?
Portanto, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, e com o objetivo de viabilizar os
resultados de projetos restritos a essas funções, a transposição, o remanejamento ou a transferência pode ser feita
sem necessidade da prévia autorização legislativa. 😉
Os recursos são finitos. Então porque os créditos seriam infinitos, ilimitados? Você daria o seu cartão de
crédito com limite infinito para outra pessoa? 🤔 Para ela lhe endividar infinitamente? Melhor não, né? 😅
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VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive
dos mencionados no art. 165, § 5º;
A utilização de recursos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social para cobrir déficit de empresas,
fundações e fundos é permitida...
“Como assim, professores? Utilizar dinheiro público para cobrir déficit de empresas?!” 😳
A utilização de recursos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social para cobrir déficit de empresas,
fundações e fundos é permitida, desde que haja autorização legislativa específica! 🧐 Se o povo (diretamente
ou por meio de seus representantes – Poder Legislativo) disser que pode, então pode, ué! 😅 O povo é quem
manda! Lembre-se: “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, (...)” (CF/88, art. 1º, Parágrafo único).
Por exemplo: Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT): fundo especial, de natureza contábil-financeira, vinculado ao
Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, destinado ao custeio do Programa do Seguro-Desemprego, do Abono Salarial
e ao financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico.
Transferência voluntária é aquela transferência que não decorre de obrigação constitucional ou legal. Se
você quiser uma definição mais formal, aqui está: “entende-se por transferência voluntária a entrega de
recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência
financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de
Saúde” (LRF, art. 25).
Muito bem!
Então, voltando ao dispositivo constitucional, é vedado fazer transferência voluntária ou conceder
empréstimo para pagar salários, para pagar despesas com pessoal ativo, inativo ou pensionista! 😤
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para
a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de
que trata o art. 201.
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Vamos entender a lógica: os recursos provenientes dessas contribuições não podem ser utilizados para
pagar algo diferente do benefício do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Ou seja: esses recursos são
utilizados para pagar os benefícios do RGPS.
Agora atenção: os recursos provenientes das demais contribuições listadas no artigo 195 da CF podem ter
outra destinação, diferente do pagamento de benefícios do RGPS. Mas os recursos provenientes do art. 195, I,
a, e II, não! Esses devem ser destinados ao pagamento de benefícios do RGPS. Entendeu? 😄
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos
da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem
prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
Então:
Crime de responsabilidade! 😁
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Traduzindo: os créditos adicionais especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do
exercício podem ser reabertos no exercício seguinte nos limites de seus saldos e viger até o término desse
exercício financeiro.
Créditos ordinários
Créditos suplementares
Créditos especiais
Créditos extraordinários
setembro-18
Créditos especiais (últimos quatro meses)
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e
urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto
no art. 62.
O artigo 62 da Constituição Federal versa sobre Medidas Provisórias. Isso significa que, no âmbito
federal, os créditos extraordinários são autorizados e abertos por Medida Provisória. Nos entes que possuam
esse instrumento jurídico, os créditos extraordinários também serão abertos por Medida Provisória. E nos
demais entes, os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo.
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e
156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou
contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta.
Essa é uma das exceções ao princípio da não vinculação (não afetação) da receita de impostos.
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Essa é a exceção ao princípio da proibição do estorno. Lembre-se: ciência, tecnologia e inovação: sem
necessidade de prévia autorização (rimou 😅).
Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus
saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
Comentários:
Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo
se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de
seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
Gabarito: Certo
A respeito do ciclo, do processo e dos princípios do orçamento público, julgue o item subsequente.
O tratamento dado aos recursos destinados à educação e à saúde constitui uma exceção ao princípio orçamentário da não
vinculação.
Comentários:
Ainda bem que a Lady Gaga está aqui rezando por você para lhe ajudar: RESA GaGa 🙏
“Destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino” e “Destinação de recursos para as ações e
serviços públicos de saúde” são duas das exceções ao princípio da não afetação da receita de impostos. Representam a
letra “E” e a letra “S” no nosso mnemônico.
Gabarito: Certo
Se a execução do investimento ultrapassar um exercício financeiro, tal investimento só poderá ser iniciado após prévia
inclusão no plano plurianual (PPA) ou em lei que autorize a sua inclusão.
Comentários:
Investimento cuja execução seja inferior a um exercício financeiro: não precisa estar no PPA.
Essa é a regra do art. 167, § 1º, da CF/88: “Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro
poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade”.
Gabarito: Certo
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O Poder Executivo é quem arrecada mais dinheiro na Administração Pública, portanto é ele quem fica,
quem guarda, com o dinheiro. Pois bem, o que a regra constitucional está dizendo é que o Poder Executivo irá
entregar o dinheiro destinado aos demais órgãos até o dia 20 de cada mês, em duodécimos.
“E por que que isso significa que a CF/88 definiu (sem querer) o cronograma de desembolso dos demais
Poderes?” 🤔
Ora, se o Poder Legislativo, por exemplo, sabe que receberá o dinheiro até o dia 20 daquele mês, ele fica
praticamente obrigado a pagar os servidores somente após o dia 20. Já pensou se o Poder Legislativo define
que o pagamento dos servidores será no dia 10, mas o Poder Executivo só repassa os recursos no dia 15? Assim
não dá! Por isso, que essa regra constitucional já define muito do cronograma de desembolso dos demais
Poderes. 😄
Preste atenção!
A CF/88 acaba definindo o cronograma mensal de desembolso dos Poderes Legislativo e Judiciário,
do Ministério Público e da Defensoria Pública.
Ah! Quem vai definir isso é a Lei Complementar a que se refere o art. 165, § 9º. E ela ainda não foi
elaborada! 😄
Olha só:
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
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I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos
acréscimos dela decorrentes;
Isso significa que se quiserem aumentar as despesas com pessoal, seja concedendo vantagem ou
aumento de remuneração, seja contratando pessoal, seja criando cargos ou alterando a estrutura de carreiras:
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos
parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou
estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites.
A LRF dá um prazo para que os entes retornem suas despesas com pessoal para os parâmetros definidos
na própria LRF. Se decorrido esse prazo e a adaptação não for feita, serão imediatamente suspensos todos os
repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem
os referidos limites.
Mas isto aqui que é importante:
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
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§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente
a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a
criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
Então vamos lá! Se um ente estiver com problemas em suas despesas com pessoal, os primeiros a
“rodarem” são aqueles que ocupam cargos em comissão e função de confiança, porque esses são mais fáceis:
eles são de livre preenchimento e exoneração. Perceba que são as despesas (e não o número de cargos e
funções) que devem ser reduzidas em 20%.
Em seguida, quem vai “rodar” são os servidores não estáveis! Eles serão exonerados (não demitidos)!
Esse é um dos motivos pelos quais o servidor não estável fica um pouco preocupado com as despesas com
pessoal do seu ente federativo.
“Caramba, professores. Então os servidores não estáveis podem ser exonerados assim? Tão fácil?
É. Só que antes devem ser reduzidos, pelo menos em 20%, as despesas com cargos em comissão e
funções de confiança.
“E os coitados não fazem jus nem a uma indenização?”
Não. Os coitados dos servidores não estáveis são exonerados e só recebem um tapinha nas costas de
consolo... 😟
“Tá certo. E se, mesmo reduzindo as despesas com cargos em comissão e funções de confiança e exonerando
servidores não estáveis, o problema ainda não for resolvido?” 🤔
Aqui é que o bicho pega! Se antes só se cortava gordura, agora vamos começar a cortar a carne! 😬
“Mas eles ganham, pelo menos, alguma coisa a mais do que os servidores não estáveis?” 😕
Ah! Aqui sim. Os servidores estáveis ganham mais do que um tapinha de consolo. Eles fazem jus a uma
indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
Por exemplo: Peixoto tinha 10 anos de serviço e seu cargo foi considerado extinto por conta de não observância dos limites
de despesas com pessoal. Ele receberá uma indenização de 10 meses de remuneração. Se a sua remuneração mensal era
de R$ 1.000,00, Peixoto receberá R$ 10.000,00.
Mas não vá achando que é assim tão fácil exonerar um servidor estável. Se for fazer isso, a Administração
precisa justificar, por meio ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional,
o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
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E tem mais: o cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto,
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro
anos. Essa foi a forma encontrada pelo legislador constituinte para dificultar a utilização desse artifício
(protegendo os servidores estáveis) e para evitar que a Administração “dê uma de espertinha”, extinguindo os
cargos, mas logo depois criando outros iguais ou assemelhados. 😒
Por exemplo: não seria injusto se a Administração extinguisse o cargo de “auditor de receitas estaduais” sob o pretexto de
cumprimento dos limites de despesas com pessoal, só para depois de 1 mês criar um novo cargo chamado “auditor de
receitas do estado” com as mesmas atribuições do cargo antigo?
Considerando que a despesa com pessoal ativo e inativo vinculado ao Poder Executivo do Estado superou o limite
estabelecido em lei complementar, o Governador determinou a redução em 20% das despesas com cargos em comissão
e funções de confiança e a exoneração de servidores não estáveis. No entanto, as medidas tomadas pelo Estado foram
insuficientes para que o limite da despesa com pessoal ativo e inativo fosse atingido no prazo previsto na Lei
Complementar, o que motivou a União a suspender os repasses de verbas federais ao Estado. A determinação do
Governador para a redução em 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança
A) é incompatível com a Constituição Federal, assim como a exoneração de servidores não estáveis. Também
incompatibiliza-se com a Constituição Federal a determinação da União.
B) é incompatível com a Constituição Federal, assim como a exoneração de servidores não estáveis. No entanto, é
compatível com a Constituição Federal a determinação da União.
C) encontra respaldo na Constituição Federal, assim como a exoneração de servidores não estáveis. No entanto, a
determinação da União é inconstitucional.
D) encontra respaldo na Constituição Federal, assim como a determinação da União. No entanto, o ato do Governador
que prescreveu a exoneração de servidores não estáveis é inconstitucional.
E) encontra respaldo na Constituição Federal, assim como a exoneração de servidores não estáveis. Também
compatibiliza-se com a Constituição Federal a determinação da União.
Comentários:
Será se as providências tomadas pelo Governador encontram respaldo na Constituição Federal? 🤔 Vejamos:
Art. 169, § 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros
ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites.
Art. 169, § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
Gabarito: E
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§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar
dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe
for contrário.
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
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II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas
pelo Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e
a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo
de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele
controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
Seção II
DOS ORÇAMENTOS
Seção II
DOS ORÇAMENTOS
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública
federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da
lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório
resumido da execução orçamentária.
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão
elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.
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Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual
e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento
comum.
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das
demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas,
na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
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§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro
e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo,
sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive
custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para
pagamento de pessoal ou encargos sociais.
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste
artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida
realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na
lei complementar prevista no § 9º do art. 165.
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução obrigatória
nos casos dos impedimentos de ordem técnica.
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da programação prevista no §11
deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente
federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos
limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169.
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§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a programação,
na forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas:
I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo, o Poder
Legislativo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder Legislativo as
justificativas do impedimento;
II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder
Executivo o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável;
III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder Executivo
encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável;
IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso III, o
Congresso Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato do Poder
Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária.
§ 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as programações orçamentárias previstas no § 11 não
serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos justificados na notificação prevista no inciso I do
§ 14.
§ 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira
prevista no § 11 deste artigo, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida realizada
no exercício anterior.
§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da
meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste
artigo poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das despesas
discricionárias.
§ 18. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que atenda de forma
igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria.
Art. 167. São vedados:
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários
ou adicionais;
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados
pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto
da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e
serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades
da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem
como o disposto no § 4º deste artigo;
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V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação
dos recursos correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação
para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos
mencionados no art. 165, § 5º;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de
receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com
pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para
a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que
trata o art. 201.
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem
prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso
em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro
subsequente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis
e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no
art. 62.
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155
e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou
contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
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§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente
a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a
criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
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É vedado autorizar a abertura de créditos suplementares no texto da lei orçamentária anual municipal.
Comentários:
Não, não, não. A LOA pode sim conter autorização para abertura de créditos suplementares.
Olha só o que diz a CF/88:
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Esse é o princípio da exclusividade! 😄 Resumidamente, ele preceitua que a LOA não conterá matéria
estranha à previsão da receita e à fixação da despesa. Mas, além da previsão de receitas e fixação de despesas,
também poderão estar na LOA:
Gabarito: Errado
É vedada a prorrogação de vigência de créditos especiais para exercício financeiro diverso daquele em que os
referidos créditos foram autorizados.
Comentários:
Vedada a prorrogação de vigência de créditos especiais? Vejamos:
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Veja como os créditos adicionais especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do
exercício podem sim ter a sua vigência prorrogada para exercício financeiro diverso daquele em que os
referidos créditos foram autorizados.
É vedada a vinculação das receitas próprias geradas pelos impostos municipais à prestação de contragarantia
à União.
Comentários:
A questão trata do princípio da não vinculação (não afetação) da receita de impostos, que veda a
vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. Esse princípio possui 6 exceções:
Mas ainda bem que a Lady Gaga está aqui rezando por você para lhe ajudar: RESA GaGa 🙏
Portanto, é vedado vincular receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, mas quando se tratar de
prestação de contragarantia à União, essa vinculação é permitida! Por isso que a questão errada!
Gabarito: Errado
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Então, a questão está mesmo certo. Para a instituição de fundos de qualquer natureza é necessária a
existência de prévia autorização legislativa!
Lembrando que fundo é um conjunto de recursos com a finalidade de desenvolver ou consolidar, através
de financiamento ou negociação, uma atividade pública específica.
Gabarito: Certo
A) A CF não veda a abertura de crédito suplementar ou especial, mesmo sem a indicação dos recursos
correspondentes e a prévia autorização legislativa.
B) O início de programas e projetos não incluídos na LOA é admitido excepcionalmente pela CF, desde que a
sua execução não ultrapasse a previsão orçamentária fixada no exercício financeiro anterior.
C) A CF veda aos estados e às suas instituições financeiras a realização de transferência voluntária de recursos
aos municípios para pagamento de despesas com pessoal.
D) A LOA permite a inclusão de dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa.
E) A CF admite a edição de medida provisória para a abertura de crédito extraordinário para o atendimento de
despesas imprevisíveis e urgentes, desde que haja autorização prévia do Poder Legislativo.
Comentários:
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação
dos recursos correspondentes;
Não há exceções aqui. É simples: se o programa ou projeto não estiverem incluídos na LOA, não poderão
ser iniciados.
c) Correta. É verdade! É vedado fazer transferência voluntária ou conceder empréstimo para pagar
salários, para pagar despesas com pessoal ativo, inativo ou pensionista! 😤
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d) Errada. Será mesmo que a LOA permite a inclusão de dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa? Veja com seus próprios olhos:
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Esse é o princípio da exclusividade! 😄 A LOA não é lugar para “besteiras”. A LOA é lugar para previsão
da receita e à fixação da despesa.
e) Errada. Não precisa dessa autorização prévia do Poder Legislativo. A Medida Provisória é editada e
depois é que é submetida ao Poder Legislativo. Afinal, estamos falando de despesas imprevisíveis e urgentes.
Primeiro resolvemos a urgência e depois nos preocupamos em conseguir os recursos e a autorização legislativa,
pois se esperássemos por isso, a despesa não iria mais fazer sentido.
Por exemplo: de que adianta resgatar as vítimas de uma tragédia 2 semanas depois do ocorrido? 😳 O resgate tem que ser
imediato!
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias,
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.”
Gabarito: C
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Comentários:
Vamos relembrar o artigo 163? Lá encontramos várias matérias que devem ser reguladas por lei
complementar:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas
pelo Poder Público;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Olha só o que nós marcamos para você! Justamente o que aparece na alternativa C. Eis o nosso gabarito!
Detalhe (na alternativa D) é que a emissão de moeda pelo Banco Central do Brasil não é matéria de lei
complementar, mas “a competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco
central” (CF/88, art. 164).
Gabarito: C
Além de apresentar harmonia com o plano plurianual e estar voltado para a redução de desigualdades entre as
diversas regiões brasileiras, o orçamento federal de investimento deve conter as previsões de receitas e
despesas de todas as empresas nas quais a União detenha participação societária.
Comentários:
Primeiro, o Orçamento de Investimento (OI) deve estar em harmonia com o plano plurianual? Claro! 😃
Os orçamentos Fiscal (OF) e de Investimento (OI) terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-
regionais, segundo critério populacional.
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OF e OI SIM
Reduzir desigualdades
inter-regionais
OSS NÃO
O Orçamento de Investimento contém previsões de receitas e despesas de todas as empresas nas quais
a União detenha participação societária?
NÃO! O Orçamento de Investimento (OI) contém as empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto. Não é qualquer percentual do capital social! É maioria
do capital social. E tem mais: maioria do capital social com direito a voto.
E é foi por isso que a questão ficou errada!
Gabarito: Errado
Art. 164, § 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele
controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
Note que se a União (e somente a União) pode definir, mediante lei de caráter nacional, eventuais
exceções a essa regra geral. Essa foi uma decisão do STF, confira:
As disponibilidades de caixa dos Estados-membros, dos órgãos ou entidades que os integram e das
empresas por eles controladas deverão ser depositadas em instituições financeiras oficiais, cabendo,
unicamente, à União Federal, mediante lei de caráter nacional, definir as exceções autorizadas pelo
art. 164, § 3º, da Constituição da República. [ADI 2.661 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 5-6-2002, P, DJ
de 23-8-2002.]
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Disponibilidades da
• Depositadas no Bacen
União
Disponibilidades dos
Estados, DF, Municípios, • Depositadas em instituições financeiras
e órgãos ou entidades oficiais, ressalvados os casos previstos em lei
públicas
Gabarito: Certo
Gabarito: Certo
É! Aumento de despesas com pessoal é coisa séria! 😄 Se quiser aumentar as despesas com pessoal, de
qualquer forma (seja concedendo vantagem ou aumento de remuneração, seja contratando pessoal, seja
criando cargos ou alterando a estrutura de carreiras):
Gabarito: Errado
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Alternativas? SIM! 😃
a) Errada. Para abrir créditos suplementares ou especiais, não basta ter prévia autorização legislativa.
Também é necessário indicar de onde vem o dinheiro para pagar por essas despesas, ou seja, é necessário
indicar a fonte dos recursos.
Isso porque (CF/88):
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação
dos recursos correspondentes;
d) Errada. Para se iniciar investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro, ele precisa estar
previsto no Plano Plurianual (PPA), porque (CF/88):
Art. 167, § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser
iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime
de responsabilidade.
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e) Correta. É simples: se o programa ou projeto não estiverem incluídos na LOA, não poderão ser
iniciados.
Gabarito: E
Comentários:
Literalidade da Constituição Federal. E é por isso que você precisa estar afiado nela! Confira:
Art. 164, § 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro
Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
O servidor público estável faz jus a indenização sim, correspondente a um mês de remuneração por ano
de serviço. Então, por exemplo, se o servidor tinha 5 anos de serviço, receberá uma indenização de 5 salários.
😉
Gabarito: Errado
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Exatamente! Essa quarentena deve ser respeitada! Isso serve para dificultar a utilização desse artifício
(protegendo os servidores estáveis) e para evitar que a Administração “dê uma de espertinha”, extinguindo os
cargos, mas logo depois criando outros iguais ou assemelhados. 😒
Art. 169, § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto,
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de
quatro anos.
Gabarito: Certo
B) É vedada a concessão de empréstimos pelas instituições financeiras públicas para pagamento de despesas
com pessoal ativo e inativo dos estados, do DF e dos municípios.
C) O princípio da anualidade tributária proíbe a aplicação de tributo no mesmo exercício financeiro em que ele
for criado.
D) Compete às duas Casas do Congresso Nacional fixar, por proposta do presidente, na lei orçamentária anual,
os limites globais da dívida consolidada da União, dos estados, do DF e dos municípios.
E) A lei de iniciativa do presidente que instituir o plano plurianual estabelecerá, entre outros temas, as metas
da administração federal, incluindo-se as despesas de capital para o exercício seguinte e as orientações para a
elaboração da lei orçamentária anual.
Comentários:
Vejamos nossas alternativas:
a) Errada. Por mais triste que essa regra seja para você, a exoneração de concursados é possível nessa
situação. Portanto, ela não é vedada. Eis o erro da alternativa. Vejamos a regra constitucional:
Art. 169, § 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação
aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou
estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites.
Art. 169, § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo
fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
adotarão as seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
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b) Correta. Isso mesmo! É vedado fazer transferência voluntária ou conceder empréstimo para pagar
salários, para pagar despesas com pessoal ativo, inativo ou pensionista! 😤 Veja:
d) Errada. Isso não compete às duas Casas do Congresso Nacional. Compete somente ao Senado
Federal. Confira aqui:
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para
as relativas aos programas de duração continuada.
Gabarito: B
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Esse é o princípio da proibição do estorno. Normalmente, o gestor público não pode transpor,
remanejar ou transferir recursos sem autorização legislativa, do contrário toda a finalidade do orçamento
público e do princípio da legalidade estariam em risco. 😬
Porém, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, e com o objetivo de viabilizar os
resultados de projetos restritos a essas funções, a transposição, o remanejamento ou a transferência pode ser feita
sem necessidade da prévia autorização legislativa. 😉
Lembre-se: ciência, tecnologia e inovação: sem necessidade de prévia autorização (até rima 😅).
Gabarito: Certo
As despesas com o pessoal ativo e inativo da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios somente
poderão exceder os limites estabelecidos em lei complementar, quando devidamente justificadas e aprovadas
pelo Ministério Público.
Comentários:
Essa exceção não existe. Eis o disposto na CF/88:
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
E ponto final! 😤
Gabarito: Errado
É conhecida como regra de ouro a vedação, prevista na CF, à realização de operações de créditos que excedam
o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares, ou especiais,
com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo, por maioria absoluta.
Comentários:
Essa é a literalidade da Constituição Federal. Confira:
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo por maioria absoluta;
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Matematicamente falando:
Regra de ouro: OC £ DK
Na Constituição Federal de 1988, é vedada a realização de operações de crédito que excedam o montante das
despesas de capital, a fim de evitar o desequilíbrio orçamentário, em especial, o déficit das operações correntes.
Comentários:
A famosa regra de ouro! É isso mesmo:
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo por maioria absoluta;
A mensagem que essa regra passa é que o endividamento só pode ser admitido para a realização de
investimento ou abatimento da dívida. A ideia é evitar o endividamento para financiar despesas correntes.
Por exemplo: já pensou você tomando empréstimos e entrando no cheque especial para pagar despesas corriqueiras,
como alimentação, aluguel, energia, etc? Isso não seria nada bom! 😬 Se sua renda não consegue cobrir nem essas
despesas correntes, é sinal de que sua situação financeira não está nada boa, é sinal de que o orçamento está
desequilibrado.
Então é verdade que a regra de ouro serve para evitar o desequilíbrio orçamentário, em especial, o
déficit das operações correntes.
Gabarito: Certo
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É vedado autorizar a abertura de créditos suplementares no texto da lei orçamentária anual municipal.
São reservadas à lei de diretrizes orçamentárias disposições sobre exercício financeiro, vigência, prazos,
elaboração e organização do plano plurianual.
É vedada a prorrogação de vigência de créditos especiais para exercício financeiro diverso daquele em que os
referidos créditos foram autorizados.
É vedada a vinculação das receitas próprias geradas pelos impostos municipais à prestação de contragarantia
à União.
B) O início de programas e projetos não incluídos na LOA é admitido excepcionalmente pela CF, desde que a
sua execução não ultrapasse a previsão orçamentária fixada no exercício financeiro anterior.
C) A CF veda aos estados e às suas instituições financeiras a realização de transferência voluntária de recursos
aos municípios para pagamento de despesas com pessoal.
D) A LOA permite a inclusão de dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa.
E) A CF admite a edição de medida provisória para a abertura de crédito extraordinário para o atendimento de
despesas imprevisíveis e urgentes, desde que haja autorização prévia do Poder Legislativo.
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De acordo com a CF, o presidente da República não pode propor alterações ao projeto de lei orçamentária em
relação a matéria cuja votação já tenha se iniciado na comissão mista permanente competente para emitir
parecer no âmbito do Congresso Nacional.
A) A existência de prévia autorização legislativa é requisito suficiente para a abertura de crédito suplementar
ou especial.
B) A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para
outra ou de um órgão para outro não depende de prévia autorização legislativa.
C) A instituição de fundos de qualquer natureza pode ser autorizada por decreto do Poder Executivo,
circunstância em que tal ato terá a natureza de decreto autônomo.
D) Para se iniciar investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro, basta que esse investimento
esteja previsto na LOA do primeiro exercício financeiro de sua execução.
E) O início de programas e projetos governamentais não será possível sem a inclusão deles na LOA.
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A exoneração de servidor público estável, se necessária, não gerará direito a indenização, pois o desligamento
visa obter redução dos custos da máquina pública e não produzir mais despesas.
A respeito da disciplina constitucional sobre finanças públicas e orçamentos, assinale a opção correta.
A) A fim de adequar-se aos limites legais de despesa com pessoal e evitar a suspensão de repasses federais, o
Estado deverá reduzir despesas com cargos comissionados e funções de confiança, vedada a exoneração de
concursados.
B) É vedada a concessão de empréstimos pelas instituições financeiras públicas para pagamento de despesas
com pessoal ativo e inativo dos estados, do DF e dos municípios.
C) O princípio da anualidade tributária proíbe a aplicação de tributo no mesmo exercício financeiro em que ele
for criado.
D) Compete às duas Casas do Congresso Nacional fixar, por proposta do presidente, na lei orçamentária anual,
os limites globais da dívida consolidada da União, dos estados, do DF e dos municípios.
E) A lei de iniciativa do presidente que instituir o plano plurianual estabelecerá, entre outros temas, as metas
da administração federal, incluindo-se as despesas de capital para o exercício seguinte e as orientações para a
elaboração da lei orçamentária anual.
As despesas com o pessoal ativo e inativo da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios somente
poderão exceder os limites estabelecidos em lei complementar, quando devidamente justificadas e aprovadas
pelo Ministério Público.
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Na Constituição Federal de 1988, é vedada a realização de operações de crédito que excedam o montante das
despesas de capital, a fim de evitar o desequilíbrio orçamentário, em especial, o déficit das operações correntes.
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Gabarito – Cespe
1. Errado 8. Errado 15. Certo
2. Errado 9. Certo 16. B
3. Errado 10. Certo 17. Certo
4. Errado 11. Errado 18. Errado
5. Certo 12. E 19. Certo
6. C 13. Certo 20. Certo
7. C 14. Errado
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Resumo direcionado
1. Competência legislativa (art. 24)
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
II – orçamento; (...)
Tri Fi Pen Ec Ur O
ou
PUFETO
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar
dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe
for contrário.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias,
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
É vedada a edição de medidas provisórias sobre qualquer coisa relacionada a orçamento, exceto
sobre créditos extraordinários.
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Art. 164, § 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro
Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
Disponibilidades dos
Estados, DF, Municípios, e •Depositadas em instituições financeiras oficiais,
órgãos ou entidades ressalvados os casos previstos em lei
públicas
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§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para
as relativas aos programas de duração continuada.
OF e OI SIM
Reduzir
desigualdades
inter-regionais
OSS NÃO
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Art. 165, § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório
resumido da execução orçamentária.
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor
modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão
mista, da parte cuja alteração é proposta.
O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos
(não é na proposta e nem nas leis) a que se refere este artigo enquanto não iniciada (e não finalizada) a votação
(e não a discussão), na Comissão mista (não é no Plenário), da parte cuja alteração é proposta (somente da parte
que está sendo alterada).
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro
e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste
artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente
líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação
definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165.
Planejamento Execução
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução obrigatória
nos casos dos impedimentos de ordem técnica.
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Orçamento ainda
em discussão (2a 1,2% da RCL
etapa do ciclo prevista no PLOA
orçamentário)
Emendas
não serão de execução
individuais obrigatória nos casos
impositivas dos impedimentos
de ordem técnica
Orçamento já em
1,2% da RCL
execução (3a etapa
realizada no
do ciclo
exercício anterior restos a pagar
orçamentário)
poderão ser
considerados até o
limite de 0,6% da RCL
realizada no exercício
anterior
Regra de ouro: OC £ DK
Mnemônico:
RESA GaGa 🙏
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Lembre-se: ciência, tecnologia e inovação: sem necessidade de prévia autorização (rimou 😅).
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive
dos mencionados no art. 165, § 5º;
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para
a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de
que trata o art. 201.
Os recursos provenientes dessas contribuições não podem ser utilizados para pagar algo diferente do
benefício do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Ou seja: esses recursos são utilizados para pagar os
benefícios do RGPS. Que contribuições são essas:
Art. 167, § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser
iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime
de responsabilidade.
Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.
Os créditos adicionais especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do exercício
podem ser reabertos no exercício seguinte nos limites de seus saldos e viger até o término desse exercício
financeiro.
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A CF/88 acaba definindo o cronograma mensal de desembolso dos Poderes Legislativo e Judiciário, do
Ministério Público e da Defensoria Pública.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente
a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a
criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
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Sumário
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA ........................................................................................... 4
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• Vermelho: vedações, proibições, ressalvas negativas. Por exemplo: “é permitido blá blá, exceto
blá blá...”
• Verde: permissões, ressalvas positivas. Por exemplo: “é vedado blá blá, exceto blá blá...”
• Laranja: obrigações, necessidades, deveres, algo indispensável. Por exemplo: “a Administração
deve, obrigatoriamente, ...”
• Azul claro: faculdades (algo facultativo), discricionariedades (algo discricionário). Por exemplo:
“ao contribuinte é facultado...”
Se você não estuda com papel, ou seja, estuda em mídias digitais, não tem problema. Você pode utilizar
um sistema do mesmo jeito.
Observação: dê preferência a marcadores (de texto) amarelos.
@profsergiomachado
@prof.marcelguimaraes
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Continuando o nosso estudo sobre ciclo orçamentário (ou processo orçamentário), agora estudaremos
a sua terceira e quarta fase, quais sejam:
3. Execução orçamentária;
4. Controle e avaliação da execução orçamentária.
Lembrando que o Poder Executivo elabora e executa, enquanto o Poder Legislativo vota e controla. 😄
Nosso orçamento é do tipo misto!
•Legislativo •Executivo
Controle e Elaboração
avaliação
Discussão,
Execução votação,
aprovação
•Executivo •Legislativo
A execução orçamentária é a utilização das dotações dos créditos orçamentários consignados na Lei
Orçamentária Anual (LOA). Ela é mais restrita e está relacionada ao orçamento público aprovado, ao
planejamento e execução desse planejamento, a receitas e despesas orçamentárias daquele exercício
financeiro.
A execução financeira, por sua vez, é a utilização de recursos financeiros, com o objetivo de realizar
aquilo que foi colocado no orçamento (no planejamento). Portanto, ela é mais ampla e está relacionada com
dinheiro, pagamentos, arrecadação, entrada e saída de recursos do caixa, sejam eles orçamentários ou
extraorçamentários.
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Portanto, sempre que você ver a palavra “financeiro” associe a dinheiro 💵 e sempre que ver a palavra
“orçamentário” associe ao orçamento público 📓.
A execução orçamentária corresponde à utilização dos recursos financeiros para a realização das ações orçamentárias
atribuídas a determinada unidade.
Comentários:
Saiba diferenciar: a execução orçamentária é a utilização das dotações dos créditos orçamentários consignados na Lei
Orçamentária Anual (LOA). A execução financeira é que corresponde à utilização dos recursos financeiros para a
realização das ações orçamentárias atribuídas a determinada unidade.
Gabarito: Errado
Beleza!
Então estamos na execução. E agora? O que é mesmo que se faz dentro dessa fase? Quais são as etapas?
Bom, primeiro vamos planejar um pouco. Comecemos o processo de planejamento. Nós já temos a
nossa despesa fixada. Sabemos qual é o nosso limite de gastos, que estão incluídos nas leis orçamentárias com
base nas receitas previstas, a serem efetuados pelas entidades públicas.
Em seguida ocorrem as descentralizações de créditos orçamentários. As descentralizações de créditos
orçamentários ocorrem quando for efetuada movimentação de parte do orçamento, mantidas as
classificações institucional, funcional, programática e econômica, para que outras unidades administrativas
possam executar a despesa orçamentária (veremos mais sobre isso daqui a pouco!). 😉
“Pronto, professores. Já se sabe o limite de gastos e os créditos já foram descentralizados, agora as unidades
gestoras já podem começar a gastar, não é?” 😃
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Imagine que você é o gestor de um órgão público com 100 funcionários e que recebeu uma dotação de R$ 1.000.000,00
para esse exercício financeiro. Seu órgão também precisa realizar uma obra no mês de outubro E aí? Você vai gastar logo
todo esse crédito nos primeiros meses do ano? Claro que não. A obra é só em outubro e os funcionários devem receber
suas remunerações ao longo de todo o exercício financeiro! Até porque você não arrecada todas as receitas nos primeiros
meses do ano. Elas são arrecadadas ao longo de todo o exercício financeiro. Então, não seria interessante se você fizesse
uma programação orçamentária e financeira? 😏
Só que a Administração também não pode sair contratando e pagando quem ela bem entender. 🤔 As
obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando
contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas
em lei (especialmente na Lei 8.666/93).
Pronto! Essa foi a nossa etapa de planejamento da execução. Agora sim estamos prontos para executar,
de fato, o nosso orçamento. As despesas serão empenhadas, ficarão em liquidação, serão liquidadas e
finalmente pagas. As receitas serão lançadas (ou não), arrecadadas e recolhidas. É isso que acontece na etapa
de execução!
Em seguida, vem a etapa de controle e avaliação da execução orçamentária. O detalhe é que ela não
ocorre necessariamente após a execução. Existem três momentos do controle: prévio, concomitante e
posterior.
Essas, na verdade, são as etapas da despesa orçamentária, previstas no MCASP 8ª edição, resumidas no
esquema abaixo:
Descentraliz. Programação
Fixação da Licitação e
Planejamento despesa
de créd. orçament. e
Contratação
orçament. financ.
Execução Em
Empenho Liquidação Pagamento
(da despesa) liquidação
Controle
“Beleza, professores! Entendi. Mas o que é que eu tenho mesmo que saber sobre a etapa de execução do ciclo
orçamentário?” 🧐
Bom, você que entender os seguintes três tópicos (e é sobre eles que nós vamos conversar a seguir):
1. Descentralização de créditos orçamentários
2. Programação Orçamentária e Financeira
3. Contingenciamento de Gastos
Vamos lá?
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Ressalte-se que uma unidade orçamentária não necessariamente corresponde a uma estrutura administrativa, como
ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais e com as unidades orçamentárias “Transferências a Estados, Distrito
Federal e Municípios”, “Encargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, “Refinanciamento da Dívida
Pública Mobiliária Federal” e “Reserva de Contingência”.
Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou
repartição a que serão consignadas dotações próprias.
Beleza, agora vamos repetir: descentralização de créditos orçamentários é a transferência, por uma
unidade orçamentária ou administrativa para outra unidade, do poder de utilizar créditos que lhe foram
dotados ou àquelas transferidos.
Então, a unidade orçamentária ou administrativa recebeu uma dotação, ou seja, o poder de utilizar
créditos. Transferiu esse poder? Pronto, estamos diante de uma descentralização de créditos orçamentários.
Tranquilo, não é? 😅
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Preste atenção!
Quando há descentralização de créditos orçamentários, as classificações institucional, funcional,
programática e econômica não se alteram! Elas são mantidas!
Prestou atenção nas marcações? 😏 É isso que você vai usar para memorizar. Letra “i” de descentralização
interna e provisão. Letra “e” de descentralização externa e destaque.
Só mais uma informação: quem possui a competência legal em matéria orçamentária é o MPOG –
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e a realiza através da SOF – Secretaria de Orçamento
Federal. A competência financeira é legalmente atribuída ao MF – Ministério da Fazenda que a exerce através
da STN – Secretaria do Tesouro Nacional1.
Esses (MPOG e STN) são os órgãos centrais do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal e do
Sistema de Administração Financeira Federal (SIAF), respectivamente. Abaixo dos órgãos centrais, estão os
órgãos setoriais. Na elaboração da proposta orçamentária, cabe às unidades orçamentárias (UO) elaborar e
apresentar ao órgão central de orçamento a programação orçamentária detalhada da despesa por programa,
ação e subtítulo.
Agora, lembre-se ainda estamos na descentralização orçamentária. Estamos somente movimentando
parte do orçamento. Estamos somente transferindo o poder de utilizar créditos. Não há nada de
transferências financeiras (transferências de recursos, de dinheiro) ainda! 😉
1
PALUDO, Augustinho. Orçamento público, AFO e LRF, 5ª edição, editora Método, 2015.
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Beleza. Agora que a unidade gestora já tem o poder de utilizar créditos, falta ela ter os recursos, o
dinheiro, a “bufunfa”! 😂 É agora que acontece a descentralização de recursos.
Aqui é o seguinte:
“Esse aí não tem a letra “i” e a letra “e” para diferenciar, professores. Como é que eu vou memorizar?” 😣
Simples. Quando é interna, é uma coisa menor. Por isso, é sub-repasse. Quando é externa, é uma coisa
maior. Por isso, é repasse. 😅
Veja o seguinte:
Mas atenção: uma transferência financeira não decorre necessariamente de uma descentralização
orçamentária! Vamos falar novamente, só que em outras palavras: uma descentralização orçamentária não é
pré-requisito indispensável para a execução de uma descentralização financeira. A transferência financeira
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pode vir de um convênio, por exemplo. Nesse caso há somente transferência financeira, sem descentralização
orçamentária! 😉 Resumindo: descentralização orçamentária e descentralização de recursos não estão
necessariamente relacionados!
Preste atenção!
Um sub-repasse vem de uma provisão. E um repasse vem de um destaque. Mas descentralização
orçamentária e descentralização de recursos não estão necessariamente relacionados!
Pronto! Agora que vimos tudo isso, vamos lhe passar o bizú: a questão vai tentar lhe confundir, trocar
“destaque” por “repasse”, “provisão” por “sub-repasse”, “dotação” por “cota”. Por isso, o mais importante é
você saber distinguir a descentralização orçamentária e a transferência de recursos. Por isso, fizemos essa
tabelinha para você:
DESCENTRALIZAÇÃO DE
CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS
Descentralização TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS
(transferência do poder de utilizar
créditos)
Instrumento Dotação Cota
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A programação financeira, prevista no artigo 8° da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n° 101/2000), ocorre
durante a fase de execução do ciclo orçamentário. Acerca do processo de descentralização financeira, assinale a
alternativa correta.
A) A liberação dos recursos, em consonância com o cronograma de desembolso, se dá por meio da dotação.
B) O repasse é a movimentação externa de recursos financeiros, recebidos na forma de cota, entre unidades orçamentárias
pertencentes a estruturas administrativas diferentes, por exemplo, de um ministério para outro.
C) A descentralização financeira consiste na movimentação de recursos financeiros, sendo realizada por meio de
procedimentos denominados dotação, destaque e provisão.
D) A descentralização interna de recursos financeiros ocorre quando os recursos são transferidos de uma unidade
orçamentária para uma unidade administrativa a ela vinculada, sempre por meio de provisão.
E) A cota constitui o ato pelo qual os créditos do orçamento são consignados às unidades orçamentárias.
Comentários:
Hum! Questão que engloba muito sobre o que conversamos. Veja como a questão é feita somente trocando os nomes.
Vamos às alternativas:
a) Errada. A liberação dos recursos se dá por meio de cota (dotação é como se dá a descentralização orçamentária).
c) Errada. A descentralização financeira consiste na movimentação de recursos financeiros, sendo realizada por meio de
procedimentos denominados cota, repasse e sub-repasse.
d) Errada. A descentralização interna de recursos financeiros é feita por meio de sub-repasse. Falou em recursos
financeiros, estamos falando de transferências financeiras: cota, repasse e sub-repasse.
e) Errada. A dotação é que constitui o ato pelo qual os créditos do orçamento são consignados às unidades orçamentárias.
Gabarito: B
Denomina-se repasse a transferência de parte do crédito orçamentário de uma unidade gestora para entidade integrante
da estrutura administrativa de órgão público diverso.
Comentários:
Viu? É só trocar as bolas e a questão está pronta. Na verdade, denomina-se destaque a transferência de parte do crédito
orçamentário de uma unidade gestora para entidade integrante da estrutura administrativa de órgão público diverso.
Repasse é quando estamos falando de transferências financeiras.
Gabarito: Errado
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Finalidades
Conforme a Lei nº 10.180/01:
II - órgãos setoriais;
§ 2º Os órgãos específicos são aqueles vinculados ou subordinados ao órgão central do Sistema, cuja missão
está voltada para as atividades de planejamento e orçamento.
§ 3º Os órgãos setoriais e específicos ficam sujeitos à orientação normativa e à supervisão técnica do órgão
central do Sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja estrutura administrativa estiverem
integrados.
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§ 5º O órgão setorial da Casa Civil da Presidência da República tem como área de atuação todos os órgãos
integrantes da Presidência da República, ressalvados outros determinados em legislação específica.
Art. 5º Sem prejuízo das competências constitucionais e legais de outros Poderes, as unidades responsáveis
pelos seus orçamentos ficam sujeitas à orientação normativa do órgão central do Sistema.
Art. 6º Sem prejuízo das competências constitucionais e legais de outros Poderes e órgãos da
Administração Pública Federal, os órgãos integrantes do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal
e as unidades responsáveis pelo planejamento e orçamento dos demais Poderes realizarão o
acompanhamento e a avaliação dos planos e programas respectivos.
O trabalho desenvolvido pela SOF, no cumprimento de sua missão institucional, tem sido norteado por
um conjunto de competências, descritas no art. 9º do Anexo I do Decreto nº 9.035, de 20 de abril de 2017, e
amparado no art. 8º da Lei nº 10.180, de 2001, assim relacionadas:
Art. 9º À Secretaria de Orçamento Federal compete:
I - coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração da lei de diretrizes orçamentárias e da proposta
orçamentária da União, compreendidos os orçamentos fiscal e da seguridade social;
II - estabelecer as normas necessárias à elaboração e à implementação dos orçamentos federais sob sua
responsabilidade;
III - acompanhar a execução orçamentária, sem prejuízo da competência atribuída a outros órgãos;
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Órgão Setorial
Órgãos
SOF UO
setoriais
As UOs, apesar de não integrarem o Sistema de Planejamento e Orçamento previsto no caput do art. 4º
da Lei nº 10.180, de 2001, ficam sujeitas à orientação normativa e à supervisão técnica do órgão central e
também, no que couber, do respectivo órgão setorial, e desempenham o papel de coordenação do processo
de elaboração da proposta orçamentária no seu âmbito de atuação, integrando e articulando o trabalho das
suas unidades administrativas, tendo em vista a consistência da programação de sua unidade.
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As UOs são responsáveis pela apresentação da programação orçamentária detalhada da despesa por
programa, ação e subtítulo. Sua atuação no processo orçamentário compreende:
Lembre-se: são as UOs que recebem dotações na Lei Orçamentária Anual (LOA)! 😄
Resumindo
Órgãos Setoriais
Órgãos setoriais fazem a ligação, a ponte, o meio de campo entre a SOF e a UO. Papel de
articulador no âmbito da sua estrutura. Estabelecimento de diretrizes setoriais
Segmento da administração direta ao qual a lei orçamentária anual não consigna recursos e
que depende de destaques ou provisões para executar seus programas de trabalho
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Portanto, você tem que saber diferenciar esses sistemas. Nossa dica é parecida com aquela sobre
execução orçamentária e execução financeira, observe:
Agora, vamos ver a legislação na íntegra (compare as informações sobre os dois sistemas, sempre tendo
em mente a dica que acabamos de dar 😄):
Seção I
Do Planejamento Federal
II - coordenar a elaboração dos projetos de lei do plano plurianual e o item, metas e prioridades da
Administração Pública Federal, integrantes do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, bem como de
suas alterações, compatibilizando as propostas de todos os Poderes, órgãos e entidades integrantes da
Administração Pública Federal com os objetivos governamentais e os recursos disponíveis;
III - acompanhar física e financeiramente os planos e programas referidos nos incisos I e II deste artigo,
bem como avaliá-los, quanto à eficácia e efetividade, com vistas a subsidiar o processo de alocação de
recursos públicos, a política de gastos e a coordenação das ações do governo;
IV - assegurar que as unidades administrativas responsáveis pela execução dos programas, projetos e
atividades da Administração Pública Federal mantenham rotinas de acompanhamento e avaliação da sua
programação;
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VIII - estabelecer políticas e diretrizes gerais para a atuação das empresas estatais.
Parágrafo único. Consideram-se empresas estatais, para efeito do disposto no inciso VIII, as empresas
públicas, as sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas e demais empresas em que a
União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
Seção II
Do Orçamento Federal
VI - propor medidas que objetivem a consolidação das informações orçamentárias das diversas esferas
de governo.
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TÍTULO III
CAPÍTULO I
DAS FINALIDADES
Art. 9º O Sistema de Administração Financeira Federal visa ao equilíbrio financeiro do Governo Federal,
dentro dos limites da receita e despesa públicas.
CAPÍTULO II
I - a Secretaria do Tesouro Nacional, como órgão central; (Conforme comentamos: o órgão central do
Sistema de Planejamento e Orçamento Federal é a STN)
II - órgãos setoriais.
§ 2º Os órgãos setoriais ficam sujeitos à orientação normativa e à supervisão técnica do órgão central do
Sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja estrutura administrativa estiverem integrados.
Art. 12. Compete às unidades responsáveis pelas atividades do Sistema de Administração Financeira
Federal:
III - elaborar a programação financeira do Tesouro Nacional, gerenciar a Conta Única do Tesouro Nacional
e subsidiar a formulação da política de financiamento da despesa pública;
IV - gerir a dívida pública mobiliária federal e a dívida externa de responsabilidade do Tesouro Nacional;
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VII - manter controle dos compromissos que onerem, direta ou indiretamente, a União junto a entidades
ou organismos internacionais;
VIII - editar normas sobre a programação financeira e a execução orçamentária e financeira, bem como
promover o acompanhamento, a sistematização e a padronização da execução da despesa pública;
Todos nós fazemos isso. Examinamos o quanto e quando nós iremos receber algum dinheiro e então programamos os
nossos gastos. Por exemplo: você passou no concurso dos seus sonhos e já fez os cálculos de quanto você vai receber
durante todo aquele ano: R$ 100.000,00! 🤩
Você vai comprar aquele carrão de R$ 100.000,00 logo em janeiro? É claro que não! Você não recebe os R$ 100.000,00 de
uma vez só. Você recebe ao longo dos meses! Então você tem que programar a compra desse carrão. 😄
Quer outro exemplo: a Administração sabe que em abril irá receber muito dinheiro vindo de impostos. Então talvez não
seja uma boa ideia realizar aquela obra gigante antes de abril. Melhor fazer essa programação orçamentária e financeira
aí! 😄
Essa preocupação com o equilíbrio, o “timing”, entre receitas e despesas já existe desde a Lei 4.320/64.
Olha só como era essa regra:
TÍTULO VI
Da Execução do Orçamento
CAPÍTULO I
Da Programação da Despesa
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados,
o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária
fica autorizada a utilizar.
Portanto, logo após (imediatamente após, não era 30 dias depois) a promulgação da Lei Orçamentária
Anual (LOA), o governo liberava esse quadro de cotas trimestrais.
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Imagine que a Unidade Orçamentária X recebeu uma dotação orçamentária de R$ 12.000,00 para o ano todo e o governo
achou interessante dividir essa dotação proporcionalmente entre os trimestres do ano. Portanto, dividindo R$ 12.000,00
por 4 trimestres, temos que em cada trimestre a Unidade Orçamentária X fica autorizada a utilizar R$ 3.000,00.
2º R$ 3.000,00
3º R$ 3.000,00
4º R$ 3.000,00
Pronto! Só isso! 😅
“Tá certo. Mas pra que isso, professores? Qual era o objetivo dessas cotas?” 🧐
Essa nós vamos deixar que a Lei 4.320/64 responda para você:
Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo anterior atenderá aos seguintes objetivos:
b) manter, durante o exercício, na medida do possível o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa
realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de tesouraria.
Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para feito do disposto no artigo anterior, levará em
conta os créditos adicionais e as operações extraorçamentárias.
E:
Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o exercício, observados o limite da dotação
e o comportamento da execução orçamentária.
Beleza!
Essa era a regra (por isso utilizamos o tempo verbal pretérito). Esse mecanismo foi aperfeiçoado na Lei
de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ou seja: a regra agora é dada pela LRF! Portanto, fique atento a questões que
pedem a resposta “de acordo com a Lei 4.320/64” ou “de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal”.
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Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes
orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a
programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.
• não é mais imediatamente após a publicação da LOA. Agora é 30 dias após a publicação. O
governo tem 30 dias para estabelecer programação financeira e o cronograma de execução
mensal de desembolso, e ele o fará por meio de um decreto.
• não se fala mais cotas trimestrais. Agora se fala em cronograma mensal de desembolso
(programação mensal dos fluxos de caixa). 😉
• Esse dispositivo da LRF só falou do Poder Executivo, mas não é só o Poder Executivo que
administra recursos, certo? Portanto, todos os anos a LDO prevê que:
Art. 58. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Ministério Público da União e a Defensoria
Pública da União deverão elaborar e publicar por ato próprio, até trinta dias após a publicação da Lei
Orçamentária de 2019, cronograma anual de desembolso mensal, por órgão, nos termos do art. 8º da
Lei de Responsabilidade Fiscal, com vistas ao cumprimento da meta de resultado primário estabelecida
nesta Lei.
Agora compare os dois últimos dispositivos e os dois últimos esquemas. Você perceberá que somente o
Poder Executivo estabelecerá a programação financeira.
Então:
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“Beleza, professores. Mas o que é essa programação financeira, que só o Poder Executivo elabora?” 🤔
Vejamos a LRF:
Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em
metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de
combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida
ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.
“Tá certo, professores. Mas, resumindo, pra que serve essa programação orçamentária e financeira?”
Você tem que saber que a CF/88, meio que sem querer, definiu o cronograma de desembolso dos demais
Poderes, observe:
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na
forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
O Poder Executivo é quem arrecada mais dinheiro na Administração Pública, portanto é ele quem fica,
quem guarda, com o dinheiro. Pois bem, o que a regra constitucional está dizendo é que o Poder Executivo irá
entregar o dinheiro destinado aos demais órgãos até o dia 20 de cada mês, em duodécimos.
“E por que que isso significa que a CF/88 definiu (sem querer) o cronograma de desembolso dos demais
Poderes?” 🤔
Ora, se o Poder Legislativo, por exemplo, sabe que receberá o dinheiro até o dia 20 daquele mês, ele fica
praticamente obrigado a pagar os servidores somente após o dia 20. Já pensou se o Poder Legislativo define
que o pagamento dos servidores será no dia 10, mas o Poder Executivo só repassa os recursos no dia 15? Assim
não dá! Por isso, que essa regra constitucional já define muito do cronograma de desembolso dos demais
Poderes. 😄
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Preste atenção!
A CF/88 acaba definindo o cronograma mensal de desembolso dos Poderes Legislativo e Judiciário,
do Ministério Público e da Defensoria Pública.
Ah! Quem vai definir isso é a Lei Complementar a que se refere o art. 165, § 9º. E ela ainda não foi
elaborada! 😄
Na contabilidade pública, o procedimento no qual o gestor compatibiliza o fluxo dos pagamentos com o fluxo dos
recebimentos, com o objetivo de ajustar a despesa fixada às novas projeções de resultado é definido como:
A) Fluxo de Caixa.
Comentários:
A programação orçamentária e financeira consiste na compatibilização do fluxo dos pagamentos com o fluxo dos
recebimentos, visando ao ajuste da despesa fixada às novas projeções de resultados e da arrecadação.
Gabarito: B
De acordo com o disposto na LRF — Lei Complementar n.º 101/2000 —, após a publicação da LOA, o Poder Executivo
deverá estabelecer metas trimestrais de arrecadação.
Comentários:
Não! A questão quis lhe confundir com as cotas trimestrais previstas lá na Lei 4.320/64. Na verdade, a LRF diz o seguinte:
Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de
arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação, da
quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos
tributários passíveis de cobrança administrativa.
Gabarito: Errado
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Durante a execução orçamentária, as receitas e despesas não se executam de forma perfeitamente ajustada, para isso a
Lei de Responsabilidade Fiscal dispõe sobre o estabelecimento da programação financeira e do cronograma de
desembolsos. De acordo com as disposições legais relativas à programação financeira e ao cronograma de desembolsos:
E) por ser objeto de publicação oficial, o cronograma só pode ser alterado com autorização legislativa.
Comentários:
a) Errada. De novo, a mesma pegadinha... 😒 As receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas
bimestrais de arrecadação (art. 13, da LRF).
b) Errada. As operações extraorçamentárias são incluídas sim na programação financeira, afinal elas também representam
desembolsos (é dinheiro que sai do bolso da Administração Pública). E ainda temos a Lei 4.320/64:
Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para feito do disposto no artigo anterior, levará em conta os créditos
adicionais e as operações extraorçamentárias.
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e
observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o
cronograma de execução mensal de desembolso.
d) Errada. Precisam ser desdobrados em metas de arrecadação sim! E são desdobrados em metas bimestrais de
arrecadação (art. 13, da LRF).
e) Errada. O cronograma pode ser alterado sem autorização legislativa, afinal ele não é uma lei, é um ato administrativo.
Gabarito: C
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Contingenciamento de Gastos
Vamos começar com um exemplo:
Joãozinho vende salgados na porta da universidade. Essa é a sua fonte de renda. Joãozinho até vive
confortavelmente: ele tem assinaturas de Netflix, Spotify e também, claro, do EmAudio Concursos, porque ele
sonha em passar num concurso público e adora as aulas de AFO do Professor Sérgio Machado lá! 🤩
Normalmente Joãozinho fatura R$ 1.500,00 por mês e suas despesas somam R$ 1.000,00, de forma que a cada
bimestre ele consegue juntar R$ 1.000,00. A meta, portanto, é chegar ao final do ano com R$ 6.000,00 (6
bimestres x R$ 1.000,00). 😉
O ano letivo começou e estava tudo indo muito bem, até que, em meados de abril, a universidade entrou em
greve! 😬 As aulas foram suspensas, os alunos (principais consumidores) mal apareciam! Joãozinho contava
com aquela receita para alcançar a sua meta, mas, com a inesperada greve, ele viu seu faturamento diminuir.
Porém, Joãozinho é forte! Ele repetia para si mesmo: “não vou diminuir a minha meta. Não vou diminuir a
minha meta! 😤 Tenho que dar um jeito de continuar fazendo com que sobre R$ 500,00 todo mês. Mas como
eu vou fazer isso se minha renda agora caiu para R$ 1.300 e a greve ainda está longe de ser resolvida? 🤔 Se
continuar assim, eu não vou conseguir juntar R$ 1.000 a cada bimestre e não vou alcançar minha meta... 😕
Já sei! 😃 Eu posso cortar algumas despesas! Se eu cortar R$ 200,00 das minhas despesas mensais, continuo
juntando R$ 1.000,00 por bimestre e assim eu consigo alcançar a minha meta anual de R$ 6.000! Agora, o que
cortar primeiro? Tenho que ter critérios! Vou cortar primeiro os supérfluos: Netflix e Spotify. O EmAudio
Concursos eu não cancelo nem a pau! 😄 Pronto. Decidido! Durante os próximos 30 dias, essas minhas
obrigações estarão limitadas!”
O que aconteceu aí nesse exemplo foi um contingenciamento de gastos, uma limitação de empenho e
movimentação financeira.
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais,
os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta
dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela
lei de diretrizes orçamentárias.
Então é o seguinte: se for verificado, ao final de um bimestre (não é trimestre e nem quadrimestre), que
a realização da receita (não o aumento de despesas) poderá não comportar o cumprimento das metas de
resultado primário ou nominal (basicamente a diferença entre receitas e despesas), então, nos 30 dias
subsequentes, acontecerá o que chamamos de limitação de empenho e movimentação financeira (LRF, art.
9º).
“Esperem aí, rapidinho, professores. Resultado primário? Resultado nominal? O que é isso?” 🤨
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O Resultado Primário (RP) é a diferença entre receitas e despesas primárias (ou não-financeiras), ou
seja, todas aquelas que não tenham caráter financeiro, referente aos órgãos da administração direta, fundos,
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. O RP irá indicar se o ente federativo está ou não
vivendo dentro de seus limites financeiros e contribuindo para a redução ou elevação do seu endividamento.
Já o Resultado Nominal (RN) inclui as receitas e despesas financeiras. Portanto, o cálculo seria assim:
(Receitas primárias + Receitas financeiras) – (Despesas primárias + Despesas financeiras) = Resultado Nominal
O Resultado Primário indica se houve superávit ou déficit primário. O Resultado Nominal vai mais
longe e indica se a economia de recursos primários é suficiente para cobrir as despesas financeiras também, ou
se há necessidade de recorrer a empréstimos2.
Beleza. Continuando...
Você lembra do conceito de excesso de arrecadação (uma das fontes para abertura de créditos
adicionais)? É o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a
realizada, ou seja, é arrecadar mais do que o previsto!
Perceba, então, que o que acontece aqui na limitação de empenho e movimentação financeira é
justamente o contrário do excesso de arrecadação. Aqui está acontecendo frustração de receita, ou seja, a
arrecadação está menor do que o previsto.
Por exemplo: a previsão era arrecadar R$ 100.000,00, mas só foram arrecadados R$ 70.000,00. Agora estamos frustrados.
😩 Essa é a frustração de receita.
Portanto, segundo o MTO 2020, verificada a frustração na arrecadação da receita prevista ou o aumento
das despesas obrigatórias, que venham a comprometer o alcance das metas fiscais, torna-se necessária a
adoção de mecanismos de ajuste entre receita e despesa.
2
PALUDO, Augustinho. Orçamento público, AFO e LRF, 5ª edição, editora Método, 2015.
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Vejamos um exemplo:
Imagine que as receitas previstas são na ordem de R$ 1.200.000,00. As despesas fixadas somam R$ 1.100.000,00.
Portanto, a meta de resultado é de R$ 100.000,00. De acordo com o planejamento da Administração Pública, a
arrecadação de receitas seria constante: todo mês a previsão de arrecadação era de R$ 100.000,00 (equivalente a R$
1.200.000,00 dividido por 12 meses). Até aqui tudo bem.
Acontece que os dois primeiros meses do ano já se passaram e somente foram arrecadados R$ 50.000,00. Olha só!
Esperava-se arrecadar R$ 200.000,00 nesse período, mas somente foram arrecadados R$ 50.000,00. Tem R$ 150.000,00
faltando. Enquanto isso, as despesas continuam fixadas. A Administração continua gastando como se tivesse arrecadado
R$ 200.000,00 no primeiro bimestre.
Você consegue perceber que se não houver corte de despesas, a coisa vai ficar feia? 😣 Desse jeito a
Administração não vai alcançar a meta de resultado! 😬
Exatamente! Quais gastos serão contingenciados? Quais serão os critérios que serão utilizados para
decidir isso? E de que forma isso acontecerá? 🤔
Muito bem! Quem vai definir os critérios e a forma dessa limitação de empenho e movimentação
financeira é a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Perceba que o finalzinho do artigo 9º da LRF diz isso
(“segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias”) e o artigo 4º da LRF também:
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso
II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;
Mas algumas despesas são tão importantes que não serão objeto de limitação de despesas! Observe
(LRF):
Art. 9º, § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais
do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de
diretrizes orçamentárias.
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• obrigações constitucionais e legais: são todas aquelas obrigações definidas na legislação que
não dependem de atos discricionários ou da vontade do administrador. Por exemplo, as
despesas com pessoal e encargos sociais, as transferências intergovernamentais (como as
decorrentes do FUNDEB) e o pagamento do serviço da dívida pública;
• pagamento do serviço da dívida pública: já incluído na categoria anterior;
• ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias: estas, por sua natureza, são discricionárias,
entretanto, em razão de sua importância e prioridade, podem ser discriminadas no texto da
LDO, evitando que se lhes aplique eventual limitação, preservando-se assim a execução dos
recursos aprovados na lei orçamentária e em seus créditos adicionais. Podem ser programas ou
ações específicas, seja na área social ou de infraestrutura, órgãos ou entidades, as quais se
pretende incentivar ou priorizar o desempenho e os resultados, ou mesmo despesas financiadas
com recursos destinados à contrapartida em convênios com outras esferas de governo.
Ok! Então tivemos frustração de receita, temos que limitar o empenho! Mas e se a Administração já tiver
feito o empenho e a até mesmo a liquidação dessa despesa? 🤔 Tarde demais? 😬
Não! 😃 Agora nós vamos segurar a próxima etapa da realização da despesa: o pagamento. Portanto,
vamos segurar o pagamento! Vamos limitar a movimentação financeira, a saída de recursos da conta da
Administração. Por isso que o nome é limitação de empenho e movimentação financeira! Entendeu? 😏
“Em limitação de empenho de outro Poder, o Executivo a colher não pode meter!” 🥄🚫
As questões vão tentar lhe pegar aqui, dizendo que ”o Poder Executivo promoverá limitações no
empenho e na movimentação financeira dos demais Poderes”, mas você irá se lembrar dessa grande lição
do mestre Yoda: os Poderes e o Ministério Público promoverão a limitação de empenho e movimentação
financeira por ato próprio!
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Preste atenção!
O Poder Executivo não pode realizar limitação de empenho e movimentação financeira de outros
Poderes. Os Poderes e o MP a promoverão por ato próprio!
Bom, a limitação dos gastos públicos é feita por decreto do Poder Executivo e por ato próprio dos
demais Poderes, de acordo com as regras fixadas pela LDO. No âmbito do Poder Executivo, esse decreto ficou
conhecido como Decreto de Contingenciamento (seu nome completo é “decreto de programação
orçamentária e financeira e de limitação de empenho e movimentação financeira”), que, normalmente, é
detalhado por portaria interministerial (MP e MF), evidenciados os valores autorizados para movimentação e
empenho e para pagamentos no decorrer do exercício.
Resumindo
Verificação ao final de um
bimestre
ressalvadas pela
Cada Poder, por ato próprio
LDO
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Durante a execução orçamentária, caso o Poder Executivo verifique, ao final de determinado bimestre, que a realização
da receita poderá não comportar o cumprimento da meta de resultado primário estabelecida no anexo de metas fiscais,
ele deverá, à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal,
C) promover, por ato próprio, nos montantes necessários, limitação de empenho e movimentação financeira.
Comentários:
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas
de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão,
por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação
financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
Gabarito: C
Para promover o atingimento das metas de resultado primário e nominal, diante da insuficiente realização da receita, a
LRF prevê
Comentários:
A limitação de empenho e movimentação financeira serve justamente para promover o atingimento das metas de
resultado primário e nominal, diante da insuficiente realização da receita.
Gabarito: B
No caso de frustração da receita orçamentária, os critérios e a forma de limitação de empenho devem ser instituídos pelo
titular de cada poder ou órgão.
Comentários:
Em caso de frustração da receita orçamentária, para promover o atingimento das metas de resultado primário e nominal,
os Poderes e o Ministério Público promoverão a limitação de empenho e movimentação financeira.
Mas quais serão os critérios que serão utilizados para decidir isso? E de que forma isso acontecerá? 🤔
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Quem vai definir isso é a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), olha só:
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no
art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de
resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato
próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira,
segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
Portanto, os critérios e a forma de limitação de empenho serão instituídos pela LDO (e não pelo titular de cada poder ou
órgão). 😉
Gabarito: Errado
De acordo com a LDO, na condição de se verificar, ao final do semestre, que a realização da receita não comportará o
cumprimento das metas de resultado primário, o Poder Executivo promoverá, por ato próprio, limitações no empenho e
na movimentação financeira dos três poderes.
Comentários:
Segundo: o Poder Executivo não promove (e nem poderá promover) limitações no empenho e na movimentação
financeira dos demais Poderes. Isso seria uma afronta ao princípio da separação dos poderes! 😳 Lembre-se da lição do
mestre Yoda: “em limitação de empenho de outro Poder, o Executivo a colher não pode meter!” 🥄🚫
Gabarito: Errado
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Não vamos mentir para você: essa parte não costuma cair tanto em provas de Administração Financeira
e Orçamentária, mas ainda assim é interessante você conhecê-la. ☺
Primeiro, vejamos os artigos da Seção IX (da fiscalização contábil, financeira e orçamentária) da CF/88
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação
das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Para gravar, utilize os seguintes mnemônicos (e repare que as marcações já foram feitas para você):
Quanto à LeLe E AR: legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas
Prestará contas qualquer pessoa que GAGAU: guarde, arrecade, gerencie, administre ou utilize
Ok! Então, o que esse dispositivo quer nos dizer é que essa fiscalização será exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle externo.
Controle externo, em sentido amplo, é toda fiscalização exercida por um ente que não integra a estrutura
na qual o fiscalizado está inserido. No entanto, a CF/88 restringiu essa definição no âmbito do controle da
gestão pública brasileira, atribuindo a titularidade do controle externo ao Poder Legislativo, representado:
Ente
Ente fiscalizado
fiscalizador
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Continuando...
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público;
É aqui que nós confirmamos que o titular do controle externo realmente é o Poder Legislativo
(Congresso Nacional, no âmbito federal), que será auxiliado pelo Tribunal de Contas. Portanto, os Tribunais
de Contas não são titulares do controle externo (essa é a pegadinha). Eles são órgão auxiliares!
Preste atenção!
O titular do controle externo é o Poder Legislativo (e não o Tribunal de Contas)
Por ser o titular do controle externo, é o Poder Legislativo que irá julgar as contas do chefe do Poder
Executivo, e ele o fará com base em parecer prévio elaborado pelo Tribunal de Contas correspondente. É por
isso que a CF/88 diz que ao Tribunal de Contas da União (TCU) compete apreciar as contas prestadas
anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio. E é por isso que a CF/88 também diz que:
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre
a execução dos planos de governo;
⚠ Portanto, atenção: o Tribunal de Contas não julga as contas do chefe do Executivo, somente elabora
parecer prévio. O que o Tribunal de Contas julga são as contas dos administradores e demais responsáveis por
dinheiro público.
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Titular do
Elabora
controle
parecer prévio
externo
Preste atenção!
Quem julga as contas do chefe do Poder Executivo? O Poder Legislativo!
“Beleza, professores. Então o chefe do Executivo tem que prestar contas? É isso?” 🤔
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
“Ok. Mas e se ele quiser dar uma de espertinho e simplesmente não prestar contas? O que acontece?” 😅
Ah! Você acha que o legislador constituinte é besta? 😂 É claro que ele já previa isso! Se o chefe do
Executivo não prestar contas, o Poder Legislativo vai tomá-las! Simples assim! 😃 É a famosa tomada de
contas!
Detalhe é que, no âmbito federal, essa é uma competência da Câmara dos Deputados (e não do Congresso Nacional).
Nas esferas estadual e municipal, a tomada é feita pelas Assembleias Legislativas e pelas Câmaras Municipais.
“Beleza, professores! Isso no âmbito federal! Mas como é no âmbito estadual e municipal?” 🧐
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e
fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e
Conselhos de Contas dos Municípios.
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Portanto, esse modelo deve ser seguido, no que couber, pelos Estados, DF e municípios da federação. É
tanto que a Lei 4.320/64 também dispõe sobre o tema:
Art. 81. O controle da execução orçamentária, pelo Poder Legislativo, terá por objetivo verificar a
probidade da administração, a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos e o cumprimento da Lei
de Orçamento.
Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará contas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido nas
Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.
§ 1º As contas do Poder Executivo serão submetidas ao Poder Legislativo, com Parecer prévio do Tribunal
de Contas ou órgão equivalente.
Muito bem! Agora, se você retornar ao art. 70 da CF/88, verá que a fiscalização (COFOP quanto à LeLe E
AR) não será exercida somente pelo Congresso Nacional, mediante controle externo. Ela também será
exercida pelo sistema de controle interno de cada Poder.
“E o que é esse sistema de controle interno, professores?”
Controle interno é aquele exercido por órgão que esteja dentro da estrutura do ente controlado e que
tenha sido criado para essa finalidade, por isso, ele normalmente está diretamente subordinado à autoridade
administrativa máxima do ente.
Ente
fiscalizado
Ente
fiscalizador
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da
União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
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Pronto! Visto isso, vamos só dar uma olhadinha em alguns artigos da Lei 4.320/64:
II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos;
Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e
subsequente.
• prévio (a priori): é o controle exercido antes da conduta administrativa se efetivar. Possui caráter
preventivo, orientador, e visa evitar a ocorrência de irregularidades.
• concomitante (pari passu): efetuado no momento em que a conduta administrativa está sendo
praticada. Também possui caráter preventivo, pois permite coibir irregularidades
tempestivamente. Argumenta-se que a tendência é que, com todo o aparato tecnológico e a
tecnologia de informação (TI) disponível, o controle concomitante se torne cada vez mais
utilizado;
• posterior (a posteriori): efetuado após o ato administrativo ter sido praticado. Possui caráter
corretivo e, eventualmente, sancionador. Ainda é a forma mais utilizada de controle.
O controle, última fase do ciclo orçamentário, constitui-se no acompanhamento e na avaliação do processo de execução
orçamentária. A respeito desse assunto, assinale a alternativa correta.
A) Por ser a última fase do ciclo orçamentário, o controle somente pode ser realizado a posteriori, isto é, somente se aplica
aos processos de despesa já realizados.
B) O controle pode ser interno ou externo. Será interno quando realizado pelo Poder Legislativo e externo quando
realizado pelos tribunais de contas.
C) A prestação de contas anual encaminhada pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo será julgada pelo Tribunal de
Contas da União.
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D) O controle externo poderá ser concomitante ou subsequente à execução orçamentária e será feito pelos tribunais de
contas que têm competência para julgar as contas dos responsáveis por bens, dinheiro e valores públicos, exceto as do
chefe do Poder Executivo.
E) O controle interno poderá ser prévio, concomitante e subsequente, e será feito nos três poderes, exclusivamente, pela
Controladoria-Geral da União.
Comentários:
a) Errada. O controle pode ser realizado a priori, pari passu ou a posteriori. Em outras palavras, o controle, classificado de
acordo com o seu ao momento, pode ser: prévio, concomitante ou posterior.
b) Errada. O controle é externo quando exercido por um ente que não integra a estrutura na qual o fiscalizado está inserido.
Está do lado de fora! Já o controle interno é aquele exercido por órgão que esteja dentro da estrutura do ente controlado
e que tenha sido criado para essa finalidade. Está dentro! Portanto, não existe isso que a questão falou de que “quando
realizado pelo Poder Legislativo e externo quando realizado pelos tribunais de contas”.
c) Errada. Enfatizamos isso: o Tribunal de Contas não julga as contas do chefe do Poder Executivo! Quem julga é o Poder
Legislativo!
Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e subsequente.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União,
ao qual compete: (...)
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta
e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
e) Errada. O controle interno poderá ser prévio, concomitante e subsequente, e poderá e será feito nos três poderes, mas
não exclusivamente pela Controladoria-Geral da União (CGU), pois este é o órgão de controle interno do Poder Executivo.
E cada um dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) manterá um sistema de controle interno.
Gabarito: D
B) a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção
de direitos e obrigações.
D) a definição de normas para o controle interno, a verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária, que se
dará de forma subsequente, na prestação de contas ao Tribunal de Contas pertinente.
E) várias entidades, como agências reguladoras e supervisoras, entidades de auditoria, comissões do poder legislativo, que
são tidas como responsáveis pelo controle da execução orçamentária, conforme esta lei.
Comentários:
Questão bem literal! Ela queria saber se você conhecia o artigo 75 da Lei 4.320/64. Aqui está ele:
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I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a
extinção de direitos e obrigações;
II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos;
III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e
prestação de serviços.
Fazendo o cotejo das alternativas com o dispositivo legal, você encontrará o gabarito na alternativa B. Cópia exata do
inciso I do artigo 75 da Lei 4.320/64.
Na alternativa A, cabe destacar que o controle da execução orçamentária não abrange o cumprimento do programa de
trabalho expresso apenas em termos monetários. O controle da execução orçamentária compreenderá o cumprimento do
programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços.
Gabarito: B
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Bem, a verdade é que, na elaboração da proposta orçamentária, cabe às unidades orçamentárias (UO)
elaborar e apresentar ao órgão central de orçamento a programação orçamentária detalhada da despesa por
programa, ação e subtítulo.
O órgão setorial, por sua vez, desempenha o papel de articulador no âmbito da sua estrutura,
coordenando o processo decisório no nível subsetorial (UO), e sua atuação no processo orçamentário envolve,
por exemplo:
Órgãos
SOF UO
setoriais
Gabarito: Errado
Comentários:
Ok! Estamos falando sobre descentralização de créditos orçamentários.
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É a transferência, por uma unidade orçamentária ou administrativa para outra unidade, do poder de
utilizar créditos que lhe foram dotados ou àquelas transferidos. 😃
Só que, como nós lhe alertamos, as questões vão tentar lhe confundir, trocando os conceitos sobre
descentralização de créditos orçamentários e descentralização de recursos ($$$ 💵). Por isso você tem que ter
essa tabelinha em mente:
DESCENTRALIZAÇÃO DE
CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS
Descentralização TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS
(transferência do poder de utilizar
créditos)
Instrumento Dotação Cota
Muito bem, agora vamos para a questão: “O órgão público que precisar descentralizar dotações do seu
orçamento para unidades gestoras de outro órgão público deverá realizar um destaque”.
Está tudo certo! A questão está falando sobre descentralização de créditos orçamentários, portanto o
que estamos descentralizando são dotações e quando essa descentralização é externa (para “outro órgão
público”), ela é feita por meio de destaque! Lembre-se: letra “e” de descentralização externa e destaque.
Gabarito: Certo
Comentários:
Foi por isso que colocamos a legislação na aula. Para nos preparamos para questões como essa. Observe
o disposto na Lei 10.180/01:
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Se você reparou bem, em momento algum a referida lei fala que o Sistema de Administração Financeira
Federal realiza “estudos”. Então só poderia ser mesmo o Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal.
Detalhe é que há um dispositivo bem parecido com esse cobrado na questão, e aqui você tem que tomar
cuidado. O primeiro se refere às atividades de planejamento. O segundo se refere às atividades de orçamento.
Observe (Lei 10.180/01):
Portanto:
Acerca das receitas e das despesas públicas, suas etapas e estágios, e da Conta Única do Tesouro Nacional,
julgue o item subsequente.
Após a aprovação da lei orçamentária, o Poder Executivo deverá editar decreto de programação financeira que
funcionará como orçamento de caixa a fim de compatibilizar a execução das despesas com o fluxo esperado
das receitas ao longo do exercício financeiro.
Comentários:
A questão está correta!
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes
orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a
programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.
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Gabarito: Certo
Gabarito: Errado
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Comentários:
Será mesmo que descentralização de créditos orçamentários deve ser acompanhada da modificação da
unidade orçamentária na classificação institucional? Vejamos...
E é por isso que a questão está errada. A descentralização de créditos orçamentários não é acompanhada
da modificação da unidade orçamentária na classificação institucional.
Gabarito: Errado
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DESCENTRALIZAÇÃO DE
CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS
Descentralização TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS
(transferência do poder de utilizar
créditos)
Instrumento Dotação Cota
A transferência de créditos (veja que estamos falando de créditos orçamentários, e não de recursos
financeiros) entre unidades gestoras de um mesmo órgão ou entidade é uma descentralização interna de
créditos orçamentários. E a descentralização interna de créditos orçamentários é chamada de Provisão.
Observe a letra “i”. 😉
Portanto, corrigindo a questão, define-se provisão como transferência de créditos entre unidades
gestoras de um mesmo órgão ou entidade (descentralização interna). E define-se destaque como transferência
de crédito orçamentário entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de estrutura diferente
(descentralização externa).
Gabarito: Errado
Comentários:
Privativa da Secretaria de Orçamento Federal?!
Claro que não! Cadê os Tribunais de Contas nessa história? Os órgãos de controle interno? O Poder
Legislativo? E os próprios cidadãos? Afinal, o controle social sobre a execução orçamentária também existe e é
importantíssimo!
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Gabarito: Errado
É bem verdade que um sub-repasse está associado a uma provisão anteriormente concedida, enquanto
que um repasse está associado a um destaque anteriormente concedido. Ou seja: um sub-repasse vem de uma
provisão. E um repasse vem de um destaque. Primeiro a descentralização orçamentária, depois a transferência
financeira. 😃
Mas nem sempre é assim. Uma transferência financeira não decorre necessariamente de uma
descentralização orçamentária! Assim, uma descentralização orçamentária não é pré-requisito indispensável
para a execução de uma descentralização financeira. A transferência financeira pode vir de um convênio, por
exemplo. Nesse caso há somente transferência financeira, sem descentralização orçamentária! 😉
Gabarito: Errado
Considerando-se a definição dos termos crédito e recurso no contexto da técnica orçamentária, é correto
afirmar que a execução financeira trata da utilização dos créditos consignados na LOA.
Comentários:
NÃO! É a execução orçamentária (e não execução financeira) que trata da utilização dos créditos
consignados na LOA. Vejamos... 🧐
A execução orçamentária é a utilização das dotações dos créditos orçamentários consignados na Lei
Orçamentária Anual (LOA). Ela é mais restrita e está relacionada ao orçamento público aprovado, ao
planejamento e execução desse planejamento, a receitas e despesas orçamentárias daquele exercício
financeiro.
A execução financeira, por sua vez, é a utilização de recursos financeiros, com o objetivo de realizar
aquilo que foi colocado no orçamento (no planejamento). Portanto, ela é mais ampla e está relacionada com
dinheiro, pagamentos, arrecadação, entrada e saída de recursos do caixa, sejam eles orçamentários ou
extraorçamentários.
Gabarito: Errado
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Comentários:
É isso mesmo! O acompanhamento da execução orçamentária é feito, dentro outros motivos, para
monitorar o cumprimento das metas de resultado primário (a diferença entre receitas e despesas primárias).
Se o resultado primário for positivo, temos superávit. Se for negativo, temos déficit.
Esse acompanhamento é um controle concomitante, feito ao longo do exercício, especialmente de forma
bimestral, nos termos do artigo 9º da LRF (limitação de empenho e movimentação financeira) e com a
publicação do Resumido da Execução Orçamentária (RREO), e de forma quadrimestral com a publicação do
Relatório de Gestão Fiscal (RGF).
Observe a preocupação com o cumprimento das metas de resultado primário no art. 9º da LRF:
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais,
os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta
dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela
lei de diretrizes orçamentárias.
Gabarito: Certo
De acordo com as normas constitucionais, julgue o item a seguir, relativo às ações dos órgãos e autoridades
públicas.
Constatada a ausência de dotação orçamentária para realização de despesa pública, determinado órgão
poderá efetivar sua execução no exercício em curso, desde que, antes de assumir a obrigação, obtenha a
inserção da referida dotação no projeto de lei orçamentária do ano seguinte.
Comentários:
Se o órgão quer executar a despesa no exercício em curso, por que ele iria inserir a dotação para a referida
despesa no orçamento do ano seguinte? 🤨
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assim! 😅 Princípio da anualidade: o orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado
período de tempo, geralmente de 12 meses, chamado de exercício financeiro. Está lembrando disso? 😄
E, indo um pouco mais longe, já que não há dotação orçamentária específica na LOA, quais tipos de
créditos adicionais poderão ser abertos?
Especiais e extraordinários, pois os créditos suplementares são destinados a reforço de dotação
orçamentária já existente! 😉
Gabarito: Errado
E aí? A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pode dizer: “essa dotação orçamentária aqui não será
objeto de limitação de despesas”? 🤔
Pode! 😃
Algumas despesas são tão importantes que não serão objeto de limitação de despesas! Vejamos o
disposto na LRF:
Art. 9º, § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais
do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de
diretrizes orçamentárias.
Portanto, não serão objeto de limitação as despesas ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.
Estas, por sua natureza, são discricionárias, entretanto, em razão de sua importância e prioridade, podem ser
discriminadas no texto da LDO, evitando que se lhes aplique eventual limitação, preservando-se assim a
execução dos recursos aprovados na lei orçamentária e em seus créditos adicionais. Podem ser programas ou
ações específicas, seja na área social ou de infraestrutura, órgãos ou entidades, as quais se pretende incentivar
ou priorizar o desempenho e os resultados, ou mesmo despesas financiadas com recursos destinados à
contrapartida em convênios com outras esferas de governo.
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Portanto, ao contrário do que afirma a questão, é permitido à lei de diretrizes orçamentárias prever a
indisponibilidade de determinadas dotações orçamentárias para a limitação de despesas, diante da hipótese
de a realização da receita não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal.
E a hipótese é essa mesma: realização da receita não comportar o cumprimento das metas de
resultado primário ou nominal. Ela está lá no art. 9º da LRF:
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais,
os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de
diretrizes orçamentárias.
Gabarito: Errado
A respeito do processo que conforma legalmente a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), julgue o próximo
item.
É permitido ao Ministério Público, sem prejuízo dos critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias,
promover, por ato próprio, limitação de empenho nos trinta dias subsequentes ao bimestre em que a realização
da receita demonstre que poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário estabelecidas
no anexo de metas fiscais.
Comentários:
A questão montou uma situação totalmente de acordo com o artigo 9º da LRF, senão vejamos:
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais,
os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta
dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela
lei de diretrizes orçamentárias.
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Comentários:
Você já memorizou aquela tabelinha? Nós estamos lhe avisando que ela cai em prova! Cuidado!
Aqui está ela mais uma vez:
DESCENTRALIZAÇÃO DE
CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS
Descentralização TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS
(transferência do poder de utilizar
créditos)
Instrumento Dotação Cota
Gabarito: Errado
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Questões CESPE
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Com relação aos fundamentos legais e aos conceitos básicos do sistema de planejamento, orçamento e
financeiro, julgue o item a seguir.
Cabe às unidades responsáveis pelas atividades de planejamento realizar estudos e pesquisas socioeconômica.
Acerca das receitas e das despesas públicas, suas etapas e estágios, e da Conta Única do Tesouro Nacional,
julgue o item subsequente.
Após a aprovação da lei orçamentária, o Poder Executivo deverá editar decreto de programação financeira que
funcionará como orçamento de caixa a fim de compatibilizar a execução das despesas com o fluxo esperado
das receitas ao longo do exercício financeiro.
Julgue o item que se segue, relativo ao Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal (SPOF) e aos créditos
orçamentários adicionais.
O SPOF tem como uma de suas finalidades promover a integração com os demais poderes e esferas de governo
em assuntos de administração e programação financeira
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Acerca dos mecanismos necessários à execução do orçamento, julgue o item que se segue.
Uma descentralização orçamentária é pré-requisito indispensável para a execução de uma descentralização
financeira.
De acordo com as normas constitucionais, julgue o item a seguir, relativo às ações dos órgãos e autoridades
públicas.
Constatada a ausência de dotação orçamentária para realização de despesa pública, determinado órgão
poderá efetivar sua execução no exercício em curso, desde que, antes de assumir a obrigação, obtenha a
inserção da referida dotação no projeto de lei orçamentária do ano seguinte.
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Gabarito - CESPE
1. Errado 6. Errado 11. Certo
2. Certo 7. Errado 12. Errado
3. Certo 8. Errado 13. Errado
4. Certo 9. Errado 14. Certo
5. Errado 10. Errado 15. Errado
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Resumo direcionado
1. Execução orçamentária e financeira:
A execução orçamentária e a execução financeira ocorrem concomitantemente, mas precisamos saber
diferenciá-las:
Execução
• Dinheiro, pagamentos, arrecadação
financeira 💵
Execução Em
Empenho Liquidação Pagamento
(da despesa) liquidação
Controle
Atenção:
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Depois que a unidade gestora já tem o poder de utilizar créditos, falta ela ter os recursos. É agora que
acontece a descentralização de recursos.
DESCENTRALIZAÇÃO DE
CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS
Descentralização TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS
(transferência do poder de utilizar
créditos)
Instrumento Dotação Cota
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Órgãos Setoriais
Órgãos setoriais fazem a ligação, a ponte, o meio de campo entre a SOF e a UO. Papel de
articulador no âmbito da sua estrutura. Estabelecimento de diretrizes setoriais
Segmento da administração direta ao qual a lei orçamentária anual não consigna recursos e
que depende de destaques ou provisões para executar seus programas de trabalho
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Lei 4.320/64:
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados,
o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária
fica autorizada a utilizar.
Esse mecanismo foi aperfeiçoado na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Essa é a regra válida agora.
LRF:
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes
orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a
programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais,
os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta
dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela
lei de diretrizes orçamentárias.
Art. 9º, § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais
do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de
diretrizes orçamentárias.
O Poder Executivo não pode realizar limitação de empenho e movimentação financeira de outros
Poderes. Os Poderes e o MP a promoverão por ato próprio! Já dizia mestre Yoda:
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“Em limitação de empenho de outro Poder, o Executivo a colher não pode meter!” 🥄🚫
Verificação ao final de um
bimestre
ressalvadas pela
Cada Poder, por ato próprio
LDO
CF/88:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação
das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Quanto à LeLe E AR: legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas
Prestará contas qualquer pessoa que GAGAU: guarde, arrecade, gerencie, administre ou utilize
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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete: (...)
Titular do
Elabora
controle
parecer prévio
externo
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de: (...)
Lei 4.320/64:
II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos;
Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e
subsequente.
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Sumário
INTRODUÇÃO AO CICLO ORÇAMENTÁRIO .............................................................................................. 6
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“Eu não, professor. Se eu for pra academia, eu perco umas 2 ou 3 horas. E essa vida de estudos é muito
estressante! Eu tenho que comer o meu chocolatezinho para aguentar o rojão. Quando eu finalmente tenho um
tempinho, à noite, eu vou assistir meus seriados, ficar um pouquinho no celular. Acabo dormindo um pouco mais
tarde do que eu queria e deveria, mas tudo bem: no final de semana eu durmo mais.” 😌
E aí? Se identificou? 😂
Meu querido aluno, minha querida aluna, sua vida não é só estudo para concursos! O estudo para
concursos é um projeto de vida. Um projeto que demanda muito foco, tempo e esforço, mas não todo o seu
foco, tempo e esforço. Um projeto que, como todos os outros, tem começo, meio e fim.
Veja, sua vida é composta de várias áreas: saúde, trabalho, relacionamentos, família...
A vida é como aquele equilíbrio de pratos, que ficam girando na ponta de uma lança. Os pratos só ficam
lá enquanto eles estiverem rodando. Parou de rodar, eles caem e pode quebrar. E você é o equilibrista. Se você
rodar demais um prato só e esquecer dos demais, adivinha... eles vão cair!
E hoje quero chamar a sua atenção para a sua saúde (física, mental e psicológica). Tenho certeza de que
depois que você for aprovado, você vai querer ter muita saúde e energia (até para aproveitar tudo que a vida
agora tem a lhe oferecer, não é verdade?).
Fazer exercícios, comer bem e descansar bem também vai melhorar (e muito) o seu rendimento nos
estudos. Pode parecer perda de tempo, mas não é! Você vai liberar toda essa tensão, a ansiedade, vai se sentir
muito melhor, muito mais empolgado com a vida e com os estudos. Investimento em sua saúde também é
investimento em sua aprovação.
Existem inúmeros aplicativos de treinos de poucos minutos que podem ser feitos em casa. O tempo que
você leva para comer um biscoito é o mesmo tempo que você leva para comer uma fruta. E o tempo que você
passa no celular pode ser substituído por tempo que você passa dormindo, consolidando o que você aprendeu
durante o dia e preparando a sua mente para o dia seguinte. Tudo é questão de prioridade.
Sua saúde não pode esperar. Não a prejudique por conta desse projeto, mesmo que ele seja
importantíssimo, até porque dedicar-se à sua saúde vai é lhe ajudar a ser aprovado mais rápido.
Como você faz qualquer coisa é como você faz todas as coisas.
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@profsergiomachado
@prof.marcelguimaraes
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Hoje nós aprofundaremos nossos estudos sobre o ciclo orçamentário (ou processo orçamentário). Não
é o assunto mais frequente em provas, mas ele aparece de vez em quando. Além disso, entender a lógica do
processo orçamentário facilitará o aprendizado de outros assuntos. 😄
As questões costumam ser literais ou então apresentam uma situação hipotética. Portanto, preste
atenção aos dispositivos legais e constitucionais e busque compreender de verdade o processo
orçamentário. Assim, você deve se dar muito bem na prova! 😉
Por motivos didáticos, decidimos dividir esse assunto em duas aulas. Na primeira aula, estudaremos as
etapas de elaboração e de discussão, votação e aprovação do orçamento. Na segunda aula, veremos a execução
orçamentária e o controle e avaliação da execução orçamentária. Assim:
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Muito bem! O ciclo orçamentário corresponde ao período de tempo em que se processam as atividades
típicas do orçamento público, desde sua concepção até sua apreciação final. É um rito legalmente
estabelecido, com etapas que se repetem periodicamente e que envolvem elaboração, discussão, votação,
controle e avaliação do orçamento.
É o seguinte: você já sabe que a Administração Pública utiliza o orçamento público como ferramenta de
gestão e para realização de despesas. Também já sabe que existe uma integração entre os instrumentos de
planejamento (PPA, LDO e LOA). Mas agora nós lhe perguntamos: como é que tudo isso acontece? Como o
orçamento é elaborado, aprovado e executado? Qual é a ordem, a sequência das atividades? Quais são os
prazos? Como deve acontecer? Quem faz o que? Durante quanto tempo?
Então, beleza!
O nosso ciclo orçamentário é composto por 4 etapas (ou fases):
1. Elaboração da proposta orçamentária;
2. Discussão, votação e aprovação do projeto de lei orçamentária;
3. Execução orçamentária;
4. Controle e avaliação da execução orçamentária.
Elaboração
Discussão,
Controle e
votação,
avaliação
aprovação
Execução
É! Você lembra do orçamento misto? 😏 Nesse tipo de orçamento, a proposta orçamentária será
elaborada pelo Poder Executivo e levada ao Poder Legislativo, onde o povo (por meio de seus representantes)
irá discutir, votar e aprovar não mais a proposta, mas o projeto de lei orçamentária que ali está tramitando.
Depois de aprovado, esse projeto de lei vira lei (de verdade 😄), que será executada pelo Poder Executivo. Por
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ter essa incumbência, o Poder Executivo deverá prestar contas justamente para quem lhe deu poderes: o povo
(o Poder Legislativo).
Resumindo e simplificando: o Poder Executivo elabora e executa, enquanto o Poder Legislativo vota e
controla. 😄
•Legislativo •Executivo
Controle
e Elaboração
avaliação
Discussão,
Execução votação,
aprovação
•Executivo •Legislativo
“Ah! Certo, entendi, professores. Mas por que esse nome? Ciclo?” 🤔
Porque essas etapas que se repetem periodicamente, nunca acaba e nem tem data fixa para acabar
ou começar. Por isso, o ciclo orçamentário é um processo contínuo, dinâmico e flexível! Ele se renova a cada
ano. Um novo ciclo pode começar quando o ciclo anterior ainda nem terminou. Veja esse esquema e você
entenderá melhor:
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Veja como o ciclo orçamentário de 2011 está acontecendo (execução orçamentária 2011), ao mesmo
tempo em que o ciclo orçamentário de 2012 se inicia (Executivo elabora e Legislativo discute, vota e aprova
projeto de lei orçamentária para o exercício financeiro de 2012). Em 2012, ainda estamos controlando e
avaliando a execução orçamentária de 2011, ao mesmo tempo em que estamos executando o orçamento de
2012 e já elaborando, discutindo e aprovando o projeto de lei orçamentária para o exercício de 2013.
E por aí vai... Assim a roda gira e gira. Nunca parando de girar. Esse é o nosso ciclo orçamentário. 😄
Agora vem uma informação importantíssima: ciclo orçamentário não se confunde com exercício
financeiro. Ou seja: ciclo orçamentário é uma coisa. Exercício financeiro é outra coisa! 😁
Isso significa que o exercício financeiro começa em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro de cada
ano. Por exemplo:
Mas o ciclo orçamentário é diferente. Ele ultrapassa o exercício financeiro. Você acabou de ver, por
exemplo, o ciclo orçamentário financeiro de 2011 adentrando o exercício financeiro de 2012. Se não for
avaliado até o final do exercício financeiro de 2012, ele adentrará o exercício financeiro de 2013 também. E por
aí vai. Um ciclo orçamentário só termina com o controle e avalição da execução orçamentária (julgamento
das contas prestadas) e isso pode demorar anos!
Para você ter uma noção, as contas do ex-presidente Fernando Collor (1990-1992) ainda não foram julgadas pelo
Congresso Nacional, portanto esse ciclo orçamentário ainda não acabou! 😳
As questões vão tentar lhe enganar, dizendo que o ciclo orçamentário se confunde com o exercício
financeiro ou que está restrito ao exercício financeiro... isso é mentira! 😤
Preste atenção!
O ciclo orçamentário não se confunde com exercício financeiro
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Beleza! Agora, antes de estudarmos cada uma das etapas, temos que destacar o seguinte: existe um autor
que criou o que ele chama de ciclo orçamentário ampliado1.
O ciclo orçamentário ampliado desdobra-se em 8 fases, quais sejam:
1. formulação do planejamento plurianual, pelo Executivo;
2. apreciação e adequação do plano, pelo Legislativo;
3. proposição de metas e prioridades para a administração e da política de alocação de recursos pelo
Executivo;
4. apreciação e adequação da LDO, pelo Legislativo;
5. elaboração da proposta de orçamento, pelo Executivo;
6. apreciação, adequação e autorização legislativa;
7. execução dos orçamentos aprovados;
8. avaliação da execução e julgamento das contas.
Segundo o autor, tais fases são insuscetíveis de aglutinação, dado que cada uma possui ritmo próprio,
finalidade distinta e periodicidade definida. O plano plurianual, por exemplo, não pode ser aglutinado à fase de
elaboração do orçamento, porquanto constitui instrumento superordenador daquela, como evidenciado pelo
cenário institucional articulado pela Constituição de 1988.
Preste atenção!
O ciclo orçamentário inicia-se com a formulação do planejamento plurianual pelo Poder Executivo
e encerra-se com a avaliação da execução e do julgamento das contas.
1
SANCHES, Osvaldo Maldonado: O ciclo orçamentário: uma reavaliação à luz da Constituição de 1988: Revista de
Administração Pública, Rio de Janeiro: FGV, v. 27, n.4, pp. 54-76, out./dez. 1993.
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1. Elaboração do PPA;
2. Aprovação do PPA;
3. Elaboração da LDO;
4. Aprovação da LDO;
5. Elaboração da LOA;
6. Aprovação da LOA;
7. Execução;
8. Controle e avaliação.
A) O Ciclo Orçamentário obedece à sequência das seguintes etapas: elaboração; estudo e aprovação; execução; e
avaliação.
C) A etapa do estudo e aprovação constitui a concretização anual dos objetivos e metas determinados para o setor público.
D) A etapa de execução refere-se à organização, aos critérios e trabalhos destinados a julgar o nível dos objetivos fixados
no Orçamento.
E) A etapa da avaliação é a parte inicial, com a elaboração do orçamento em conformidade com a Lei de Diretrizes
Orçamentárias.
Comentários:
Vejamos as alternativas:
a) Correta. A sequência é esse mesmo! Repare que a banca chamou a segunda etapa de “estudo e aprovação”, em vez de
utilizar a tradicional nomenclatura (“Discussão, votação e aprovação do projeto de lei orçamentária”). Mas não há
problema nenhum aí!
c) Errada. A etapa de execução constitui a concretização anual dos objetivos e metas determinados para o setor público
d) Errada. A etapa do estudo e aprovação refere-se à organização, aos critérios e trabalhos destinados a julgar o nível dos
objetivos fixados no Orçamento.
e) Errada. A etapa da elaboração é a parte inicial, com a elaboração do orçamento em conformidade com a Lei de
Diretrizes Orçamentárias
Gabarito: A
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O processo Orçamentário é contínuo, dinâmico e flexível. Esse período de tempo em que se lavram as atividades
características do orçamento público de elaboração, aprovação, execução e controle é chamado de
A) ciclo orçamentário.
B) programação orçamentária.
C) metas orçamentárias.
D) cronograma orçamentário.
E) aglutinação orçamentária.
Comentários:
Viu aí? O processo (ou ciclo) orçamentário é contínuo, dinâmico e flexível. É um período de tempo. Suas etapas são
(nessa ordem): elaboração, aprovação, execução e controle.
Gabarito: A
Comentários:
Medição? 🤨 Essa fase não existe. Além do mais, nós temos quatro (e não três) fases: elaboração, aprovação, execução e
controle.
Gabarito: Errado
O ciclo orçamentário pode ser definido como um rito legalmente estabelecido, com etapas que se repetem
periodicamente e que envolvem elaboração, discussão, votação, controle e avaliação do orçamento.
Comentários:
É isso mesmo! Isso que é ciclo orçamentário. Repare que a questão também citou corretamente as 4 etapas (fases) do ciclo
orçamentário. 😉
Gabarito: Certo
As fases do ciclo orçamentário podem ser aglutinadas de acordo com suas finalidades e periodicidades.
Comentários:
E a resposta é: negativo! As fases do ciclo orçamentário não podem ser aglutinadas de acordo com suas finalidades e
periodicidades, porque, segundo o autor Osvaldo Maldonado Sanches, tais fases são insuscetíveis de aglutinação, dado
que cada uma possui ritmo próprio, finalidade distinta e periodicidade definida.
Gabarito: Errado
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O orçamento é uma das principais peças de planejamento de políticas públicas. A sequência das etapas para a elaboração
e execução do orçamento é denominada:
A) ciclo orçamentário.
B) desenvolvimento orçamentário.
C) orçamento programa.
D) técnica orçamentária.
E) contabilidade orçamentária.
Comentários:
O ciclo orçamentário corresponde ao período de tempo em que se processam as atividades típicas do orçamento público,
desde sua concepção até sua apreciação final. É um rito legalmente estabelecido, com etapas que se repetem
periodicamente e que envolvem elaboração, discussão, votação, controle e avaliação do orçamento. Portanto, a sequência
das etapas para a elaboração e execução do orçamento é denominada ciclo orçamentário.
Gabarito: A
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A primeira informação importante você já sabe: quem elabora a proposta orçamentária é o Poder
Executivo. Isso significa que a iniciativa é o Poder Executivo, observe (CF/88):
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
Algumas questões vão dizer que a iniciativa é do Poder Legislativo! Não caia nessa! “A essa altura do
campeonato”, você já deve ter gravado que:
“Beleza, professores. Mas quem, exatamente, tem a iniciativa? Quem irá apresentar essa proposta
orçamentária?” 🤔
Ora! O chefe do Poder Executivo! 😏 É ele que representa esse Poder. Quer ver? Vamos pegar o exemplo
da CF/88:
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e
as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
“Ah, professores, mas eu aprendi lá em Direito Constitucional que competência privativa é delegável e
competência exclusiva é indelegável. Então quer dizer que essa competência aí é delegável?” 🤔
Art. 84, Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos
incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
Então veja só: o Presidente da República poderá delegar somente as atribuições mencionadas nos
incisos VI, XII e XXV (primeira parte deste). Isso significa que qualquer atribuição que esteja em qualquer
outro inciso é indelegável. 🧐
Ok. E qual é o inciso que fala do envio das propostas orçamentárias ao Congresso Nacional?
Inciso XXIII.
Portanto, essa é uma atribuição indelegável. 😏 E é assim também no Estado do Rio de Janeiro!
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Resumindo: aqui não existe essa história de que competência privativa é delegável e competência
exclusiva é indelegável. O próprio dispositivo constitucional a atribuição de enviar ao Congresso Nacional o
plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento é indelegável.
Portanto, a iniciativa das leis orçamentárias é do Poder Executivo, mais especificamente do chefe do
Poder Executivo!
Mas não é só isso: normalmente a apresentação de um projeto de lei ao Poder Legislativo é facultada ao
titular da iniciativa, ou seja, o titular da iniciativa apresenta o projeto de lei se ele quiser!
Por exemplo: na CF/88, art. 61, § 1º, II, a, vemos que a iniciativa de lei para aumento da remuneração dos servidores
públicos da Administração direta é privativa do Presidente da República. Porém ele não é obrigado a apresentar essa lei.
Você não vê o Presidente da República apresentando essa lei todos os anos. É tanto que os servidores federais, às vezes,
ficam uns 5 anos sem aumento da remuneração. É por isso que você vê-los fazendo greve.
Por outro lado, você vê o Presidente da República apresentando projeto de lei orçamentária todos os
anos, porque a CF/88 exige que isso seja feito até determinada data. Isso quer dizer que o Presidente da
República é obrigado a apresentar os projetos de leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) até o prazo
estabelecido. Por isso, dizemos que essa iniciativa é vinculada.
Preste atenção!
A iniciativa das leis orçamentárias, além de exclusiva do chefe do Poder Executivo, é vinculada
Beleza, vencido esse ponto da iniciativa, vamos ver como se dá a elaboração da proposta do Poder Executivo
e dos demais Poderes. ☺
O Poder Executivo é quem vai cuidar da elaboração da proposta orçamentária de todos os Poderes.
“Esperem aí, professores. Não seria melhor se o Poder Legislativo e o Poder Judiciário elaborassem as suas
próprias propostas orçamentárias?” 🤔
Na verdade, é isso mesmo que acontece! O Poder Legislativo, o Poder Judiciário e demais entidades
dotadas de autonomia (como o Ministério Público e a Defensoria Pública), apesar de sua autonomia e apesar
da separação dos Poderes, não encaminham a sua proposta orçamentária diretamente para o Poder
Legislativo, pois a iniciativa das leis orçamentárias sempre pertence ao Poder Executivo.
Portanto, eles elaboram a sua proposta e a enviam para o Poder Executivo, que fará a consolidação,
realizará ajustes necessários e, finalmente, encaminhará o projeto de lei para o Poder Legislativo.
Consolida as
Elaboram a sua
propostas e realiza
proposta orçamentária
ajustes
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Funciona assim: cada Unidade Orçamentária (UO) irá elaborar a proposta orçamentária no seu âmbito
de atuação, integrando e articulando o trabalho das suas Unidades Administrativas (UA), tendo em vista a
consistência da programação de sua unidade.
Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou
repartição a que serão consignadas dotações próprias.
Portanto, é importante gravar que: a UO é quem recebe a dotação orçamentária. Ao consultar a LOA,
você encontrará o nome da UO junto com o crédito orçamentário e a respectiva dotação.
Muito bem. As UO’s irão elaborar a proposta parcial (no nosso exemplo, temos as UO’s A, B e C) e
encaminharão para cima, isto é, para o órgão setorial (no nosso exemplo, o Ministério X). O órgão setorial
desempenha o papel de articulador no âmbito da sua estrutura, coordenando o processo decisório no nível
subsetorial. Basicamente, ele realizará a consolidação e formalização da proposta e das alterações
orçamentárias do órgão. Ao final, teremos o que chamamos de propostas setoriais.
Esse processo irá se repetir em todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e nos órgãos
independentes (Ministério Público, Defensorias Públicas e Tribunais de Contas).
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Observação: os Tribunais de Contas não são órgãos do Poder Legislativo. Porém, para fins orçamentários, os Tribunais
de Contas são vinculados ao Poder Legislativo. Portanto, as suas propostas orçamentárias são encaminhadas junto com
a do Poder Legislativo.
Com essas propostas setoriais em mãos, está tudo pronto para encaminhamento ao Poder Executivo.
Detalhe é que existe um prazo para isso (estabelecido pela Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO): 15
de agosto. Portanto, as propostas orçamentárias setoriais devem ser encaminhadas ao Executivo até o dia 15
de agosto. Mas o Poder Executivo, por ser aquele que tem mais intimidade com administração financeira e
orçamentária 😏, vai dar uma “ajudinha” aos demais Poderes. Veja só o que nos diz LRF:
Art. 12, § 3º O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do Ministério
Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas
orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subsequente, inclusive da
corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.
Muito bem!
No Poder Executivo, o órgão responsável por fazer essa consolidação é a Secretaria de Orçamento
Federal (SOF) e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), que hoje faz parte do Ministério
da Economia.
A SOF fará a consolidação, realizará ajustes necessários e submeterá a proposta orçamentária
consolidada ao Presidente da República, afinal é dele a iniciativa das leis orçamentária (é ele, e não a SOF,
quem pode e quem tem que enviar as propostas orçamentárias ao Poder Legislativo).
O Presidente da República, então, enviará a proposta orçamentária por mensagem presidencial. Agora
não estamos mais diante de uma proposta orçamentária, mas sim de um projeto de lei orçamentária.
Mensagem Presidencial é o instrumento de comunicação oficial entre o Presidente da República e o Congresso Nacional.
Não é uma mensagem de WhatsApp, ok? 😂
“Ah, professores, eu lembro que há um prazo para encaminhamento dos projetos de leis orçamentárias...” 🤔
Exatamente! Primeiro, você deve lembrar que a CF/88 exigiu que esse tema fosse regulado por lei
complementar (CF/88, art. 165, § 9º):
Só que essa lei complementar ainda não existe! 😱 E a LRF não é essa lei! ☝
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Art. 35, § 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão
obedecidas as seguintes normas:
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro
período da sessão legislativa;
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento
do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
O detalhe é que esses prazos (de encaminhamento e devolução para sanção) não são obrigatórios para
os demais entes da Federação! Isso significa que prevalecerão os prazos estabelecidos nas Constituições
Estaduais e Leis Orgânicas Municipais e do Distrito Federal. Por outro lado, a vigência das leis orçamentárias é
de observância obrigatória, ou seja, em todo o Brasil, o PPA terá vigência de 4 anos, a LDO terá vigência de 1
ano e meio, e a LOA terá vigência de 1 ano.
Resumindo:
4 meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
PPA* e LOA
Para o Legislativo devolver encerramento da sessão
ao Executivo para sanção legislativa
Prazos
8 ½ meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
LDO
encerramento do primeiro
Para o Legislativo devolver
período da sessão
ao Executivo para sanção
legislativa
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Veja o esquema:
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Mandato Dilma
01/01/2011 - 31/12/2014
Mandato Dilma-Temer
01/01/2015 - 31/12/2018
Mandato Bolsonaro
01/01/2019 -
31/12/2022
PPA 2012-2015
01/01/2012 - 31/12/2015
PPA 2016-2019
01/01/2016 - 31/12/2019
Viu como a vigência do PPA não coincide com a vigência do mandato do chefe do Poder Executivo? 😏
Se coincidisse, as barras laranjas ficariam exatamente embaixo das barras azuis.
Já a LDO tem prazos diferentes. Ela deve ser elaborada antes da LOA, justamente porque ela irá orientar
a elaboração desta. Para gravar os prazos da LDO, faça assim:
Escreva a sigla LDO no ar ou num papel. Isso mesmo. Escreva a sigla LDO no ar, com seu dedo, na sua frente ou num papel
com uma caneta. LDO termina com a letra O. Passe um traço (–) e divida essa letra O no meio. Ficou parecendo um 8 não
foi? Parece um 8, mas é a letra O partida no meio. Viu? 8 meses e meio! 😃
Você ainda tem que saber que se os parlamentares não aprovarem o PLDO, eles não terão recesso!
Não vão ter “férias”! 😅 Arriscaríamos dizer que esse é o único instrumento que eles não querem que atrase!
Ninguém quer perder esse recesso! 😂
PLDO devolvido
PLDO para sanção até 17
encaminhado de julho
até 15 de abril (encerramento do
(8 meses e 1º período
meio) legislativo)
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III - Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de receita e despesa, constarão, em colunas
distintas e para fins de comparação:
a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele em que se elaborou a proposta;
IV - Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais, em termos de
metas visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar,
acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e administrativa.
Parágrafo único. Constará da proposta orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição
sucinta de suas principais finalidades, com indicação da respectiva legislação.
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Lembre-se que os Tribunais de Contas não são órgãos do Poder Legislativo. Porém, para fins orçamentários, os
Tribunais de Contas são vinculados ao Poder Legislativo. Portanto, as suas propostas orçamentárias são encaminhadas
junto com a do Poder Legislativo.
Percebeu algo em comum dentre todas? Todas elas serão elaboradas dentro dos limites estabelecidos
na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
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“Ok, mas e se não tiver LDO aprovada e publicada, professores? Como é que eu vou ter uma LOA sem uma
LDO?” 🧐
Bom, apesar da LDO orientar a elaboração da LOA (CF/88, art. 165, § 2º) e da comunicação entre esses
dois instrumentos ser fundamental para uma boa execução orçamentária, é possível que a LOA seja elaborada
antes da LDO. Portanto, grave: o envio, pelo Poder Executivo, da proposta orçamentária anual ao Poder
Legislativo independe da aprovação e publicação da LDO. Em outras palavras: a elaboração da LOA não está
condicionada à aprovação da LDO.
Preste atenção!
A elaboração da LOA não está condicionada à aprovação da LDO.
“Beleza, mas e se esses órgãos não enviarem as respectivas propostas dentro do prazo estabelecido lá
na LDO, professores? O que acontece?” 🤔
Preste atenção!
Se os órgãos não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo, o Poder Executivo considerará
os valores aprovados na lei orçamentária vigente.
Então veja o que a CF/88 diz sobre o não encaminhamento das propostas do Poder Judiciário e do
Ministério Público, respectivamente:
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Art. 127, § 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação
da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de
acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.
“Mas esperem aí, professores. Esses Poderes e os órgãos independentes também têm que enviar a proposta
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, não é? Mas e se eles a enviarem fora dos
limites?” 🤔
Se a proposta enviada estiver fora dos limites estabelecidos pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO),
o Poder Executivo, responsável pela consolidação (como você já sabe), irá fazer ajustes! É por isso que esses
dispositivos (CF/88, art. 99, § 3º e art. 127, § 4º) afirmam que “o Poder Executivo considerará, para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de
acordo com os limites estipulados”. 😉
Por exemplo: o Poder Judiciário encaminha sua proposta, dizendo que suas despesas com pessoal serão de R$
1.000.000,00. A SOF recebe essa proposta, dá uma confira da LDO e vê que o limite seria de R$ 900.000,00. Opa! Vai rolar
o ajuste aí! 😄
• Caso 1: demais Poderes e órgãos independentes não encaminharam suas propostas para o Poder
Executivo dentro do prazo;
• Caso 2: propostas em desacordo com os limites estabelecidos na LDO.
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Só pergunta boa, hein? 😏 A resposta está na nossa boa e velha Lei 4.320/64:
Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas
dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.
Portanto, se o Poder Legislativo não receber a proposta dentro do prazo, ele não ficará de braços
cruzados. O vacilo foi do Poder Executivo, ora! O país não pode esperar. Será considerada como proposta a
LOA vigente e seguimos em frente! 😄
Essa situação não é muito comum, pois trata-se de crime de responsabilidade, que pode implicar até
impeachment. 😬
§ 1º - Os Poderes Legislativo e Judiciário enviarão as suas propostas orçamentárias ao referido órgão dentro
do prazo que lhes for solicitado pelo Poder Executivo.
§ 2º - A inobservância das normas estabelecidas neste artigo sujeitará os órgãos de qualquer dos Poderes
à repetição, na proposta orçamentária, no que couber, dos quantitativos do orçamento vigente, sem
prejuízo da apuração de responsabilidades funcionais.
Beleza!
Agora vejamos outro caso, mais comum:
Digamos que o Executivo consolidou, fez ajustes, encaminhou o projeto de Lei Orçamentária Anual
(PLOA) para o Legislativo dentro do prazo... fez tudo certinho. Só que o Legislativo está demorando muito! 😕
O exercício financeiro já está acabando e o Legislativo ainda não devolveu o PLOA para sanção do chefe do
Executivo (ou então até devolveu, mas o chefe do Executivo não terá tempo de sancioná-lo até o final do
exercício).
O novo exercício financeiro já começou e ainda não temos LOA aprovada e vigente! A Administração
Pública só pode realizar despesas se elas estiverem autorizadas na LOA (ou nas leis de créditos adicionais). Mas
não há LOA vigente!
E agora? 😳 A Administração Pública vai ficar paralisada, sem realizar nenhuma despesa? 😱
É claro que não! Os hospitais públicos têm que funcionar desde o dia 1º de janeiro. O policiamento tem
que estar na rua desde o dia 1º de janeiro. Ou seja: algumas despesas não podem esperar!
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É o seguinte: todo ano, a LDO determina que se o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) não for
sancionado pelo Presidente da República até 31 de dezembro, a programação dele constante poderá ser
executada para o atendimento de determinadas despesas (citadas lá na própria LDO). Quer dizer, em vez de
executar a lei aprovada, executar-se-á o projeto de lei ainda em tramitação.
Algumas dessas despesas podem ser executadas integralmente, isto é, podem ser executadas
𝟏
normalmente. Mas outras despesas (de caráter inadiável) poderão ser executadas até o limite de 𝟏𝟐 (um doze
avos) do valor previsto para cada órgão no PLOA, multiplicado pelo número de meses decorridos até a data
de publicação da respectiva Lei (da LOA).
Por exemplo: digamos que já estamos em março e nada da LOA ser aprovada. Finalmente ela é aprovada e publicada em
abril.
Beleza. Agora digamos também que o órgão B tinha orçamento anual previsto de R$ 120.000,00 e precisava executar
despesas correntes de caráter inadiável.
Quantidade de meses decorridos até a data de publicação da LOA x R$ 10.000 = 3 x R$ 10.000 = R$ 30.000.
Pronto! Chegamos ao nosso valor limite! O órgão B pode executar tais despesas correntes de caráter inadiável até o limite
de R$ 30.000.
Veja que aqui nós também temos dois casos diferentes (vamos chamá-los de caso 3 e caso 4 para
diferenciar dos outros):
• Caso 3: chefe do Executivo não encaminhou o projeto de lei orçamentária ao Poder Legislativo
dentro do prazo;
• Caso 4: projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) não foi sancionada até 31 de dezembro.
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Resumindo
Caso 1: demais Poderes e
órgãos independentes não
• o Poder Executivo considerará os valores aprovados
encaminharam suas propostas
na lei orçamentária vigente
para o Poder Executivo dentro
do prazo
O projeto de lei orçamentária anual independe de sanção ou veto do chefe do Poder Executivo, sendo diretamente
promulgado pelas mesas do Congresso Nacional.
Comentários:
Nada disso! O projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) depende de sanção ou veto do chefe do Poder Executivo, assim
como qualquer outra lei. 😄
Gabarito: Errado
Cabe ao Poder Judiciário do estado, amparado na autonomia administrativa e financeira garantida pelas Constituições
Federal e Estadual, elaborar a proposta orçamentária do MP/PI, dentro dos limites estipulados na LDO, e encaminhá-la
para deliberação e aprovação pela Assembleia Legislativa.
Comentários:
Negativo! Ministério Público possui elabora sua própria proposta orçamentária, dentro dos limites estipulados na LDO, e
a encaminha, nesse caso da questão, para o órgão estadual de planejamento (a Secretaria de Planejamento do Estado,
por exemplo), que pertence ao Poder Executivo.
Depois de consolidado pela Secretaria, o projeto é encaminhado pelo Chefe do Poder Executivo (Governador) ao Poder
Legislativo (Assembleia Legislativa) para deliberação e aprovação pela Assembleia Legislativa.
Gabarito: Errado
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A elaboração do projeto de lei orçamentária é condicionada à aprovação do plano plurianual do exercício de referência.
Comentários:
Apesar do PPA (e da LDO) serem referências para e elaboração da LOA, a sua elaboração não está condicionada à
aprovação de nenhum desses dois instrumentos (PPA e LDO).
Gabarito: Errado
Se a lei orçamentária anual não for aprovada até o final do exercício anterior ao da sua vigência, o Poder Executivo estará
autorizado a executar as dotações constantes da proposta apresentada ao Poder Legislativo, até o limite de um doze avos
por mês.
Comentários:
Não, não. 😤
A autorização para a execução parcial não é para todas as dotações constantes da proposta apresentada ao Poder
Legislativo. É somente para algumas dotações.
Todo ano, a LDO determina que se o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) não for sancionado pelo Presidente da
República até 31 de dezembro, a programação dele constante poderá ser executada para o atendimento de determinadas
despesas.
Algumas dessas despesas podem ser executadas integralmente, isto é, podem ser executadas normalmente. Mas outras
despesas (de caráter inadiável) poderão ser executadas até o limite de 1/12 (um doze avos) do valor previsto para cada
órgão no PLOA, multiplicado pelo número de meses decorridos até a data de publicação da respectiva Lei (da LOA).
Gabarito: Errado
Se o projeto de lei orçamentária anual não for sancionado até 31 de dezembro, será possível adotar a prática, autorizada
em cada lei de diretrizes orçamentárias, de execução contínua de algumas despesas constantes da proposta, o que, no
caso de despesas correntes consideradas inadiáveis, não poderá exceder, a cada mês, um duodécimo do valor previsto de
cada ação.
Comentários:
Ah! Agora sim! Quer ver como a LDO diz mesmo isso? Dá uma olhadinha na LDO da União para o exercício de 2019:
Art. 60. Se o Projeto de Lei Orçamentária de 2019 não for sancionado pelo Presidente da República até 31 de dezembro de
2018, a programação dele constante poderá ser executada para o atendimento de: (...)
V - outras despesas correntes de caráter inadiável, até o limite de um doze avos do valor previsto para cada órgão no
Projeto de Lei Orçamentária de 2019, multiplicado pelo número de meses decorridos até a data de publicação da respectiva
Lei;
Gabarito: Certo
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De acordo com a Constituição Federal de 1988, o projeto de lei do Plano Plurianual (PPA) da União será encaminhado ao
Congresso Nacional até quatro meses antes do encerramento do exercício de sua elaboração, prazo que também deve ser
observado pelos estados para a remessa de seus PPAs às respectivas assembleias legislativas.
Comentários:
Opa! Os prazos (de encaminhamento e devolução para sanção) estabelecidos lá no artigo 35, § 2º, do ADCT, não são
obrigatórios para os demais entes da Federação!
Portanto, o projeto de lei do Plano Plurianual (PPA) da União será sim encaminhado ao Congresso Nacional até quatro
meses antes do encerramento do exercício de sua elaboração, mas esse prazo não precisa ser observado pelos estados
para a remessa de seus PPAs às respectivas assembleias legislativas. E foi por isso que a questão ficou errada!
Gabarito: Errado
O projeto de lei orçamentária deve ser encaminhado, pelo Congresso Nacional, para sanção presidencial, até o dia 31 de
agosto do ano anterior à sua aplicação.
Comentários:
O projeto de Lei Orçamentária Anual deve ser encaminhado pelo chefe do Poder Executivo (iniciativa exclusiva e
vinculada, lembra? 😏) ao Poder Legislativo até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro (31 de
agosto). O Poder Legislativo é que irá devolver o PLOA para sanção presidencial até o encerramento da sessão legislativa
(22 de dezembro).
Gabarito: Errado
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Muito bem! Então nosso PLOA foi elaborado e enviado ao Poder Legislativo. E agora? 🤔
Agora começa a segunda fase do ciclo orçamentário. Trata-se da discussão, votação e aprovação do
projeto de lei orçamentária. Detalhe: agora que saiu das mãos do Poder Executivo, não chamamos mais de
“proposta”, mas sim de “projeto de lei”, afinal ele está tramitando no Poder Legislativo.
A primeira coisa que você tem que saber aqui é a seguinte (CF/88):
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual
e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
Primeiro ponto de atenção: a LOA, a LDO e o PPA (propriamente ditos) não tramitam no Legislativo. O
que tramita no Legislativo é o projeto de LOA, projeto de LDO e projeto de PPA.
Por exemplo: o Legislativo não faz uma emenda à LOA. Ele faz uma emenda ao projeto de LOA, pois a LOA já é a lei pronta,
publicada, em vigor, que já passou pelo Legislativo.
Segundo ponto de atenção: no âmbito federal, esses projetos serão apreciados pelas duas Casas do
Congresso Nacional. Não é só pela Câmara dos Deputados e nem só pelo Senado Federal. É pelas duas! 🧐
Além disso, será uma sessão conjunta (e não unicameral). Isso significa que deputados e senadores estão
reunidos, juntos, votando simultaneamente na mesma sessão, porém os votos são computados
separadamente. Resumindo: na sessão conjunta, eles estão juntos, mas não se misturam! 😄
Observação: no âmbito estadual e municipal, não teremos isso, pois temos apenas uma Casa Legislativa: Assembleia
Legislativa e Câmara Municipal, respectivamente.
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Beleza! 😄
Então agora vamos entender melhor o processo legislativo orçamentário. O que acontece quando o
projeto de lei orçamentária chega ao Legislativo? 🤔
Pois bem. O chefe do Executivo envia o projeto de LOA por Mensagem Presidencial (não é mensagem de
WhatsApp 😅) ao Legislativo. Chegando lá, o projeto será encaminhado para a Comissão Mista de Planos,
Orçamento e Fiscalização (você pode carinhosamente chama-la de CMO. É assim que ela é conhecida). Ela é
uma das protagonistas nessa etapa do ciclo orçamentário, por isso precisamos ver alguns detalhes sobre ela.
😄
Primeiro: a CMO é uma comissão permanente! Não é uma comissão temporária (seja especial, externa
ou parlamentar de inquérito – as famosas CPI’s). Isso quer dizer que a CMO integra a estrutura institucional da
Casa.
Preste atenção!
A CMO é uma comissão permanente
Ah! Você está nos perguntando sobre a composição da CMO. Vamos lá! 😎
A CMO é composta por 30 deputados federais e 10 senadores, ou seja, total de 40 membros. Só que ela
tem também 40 suplentes, sendo 30 deputados suplentes e 10 senadores suplentes. Portanto, temos 40
titulares + 40 suplentes (não é 40 membros, sendo 20 titulares e 20 suplentes, ok? 😉).
Titulares Suplentes
Deputados 30 30
Senadores 10 10
Total 40 40
Você percebeu que a CMO é composta por integrantes das duas casas do Congresso Nacional, não é? É
por isso que ela é chamada de comissão mista. As comissões mistas são integradas por deputados e
senadores e constituídas para tratar de matéria pertinente à competência do Congresso Nacional.
No âmbito estadual (Assembleia Legislativa) e municipal (Câmara dos Vereadores), como só temos uma
casa, essa comissão não será chamada de mista.
No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, essa comissão é chamada de Comissão de Orçamento e é
formada somente por Deputados Estaduais da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).
“Tá certo, professores. Já sei o que ela é e como ela é composta. Mas o que essa CMO efetivamente faz?” 🧐
Boa pergunta! 😄
Bom, a CMO é tão especial, que ela é a única comissão do Congresso Nacional cujas atribuições estão
definidas na Constituição Federal. Isso mesmo! Temos que consultar a CF/88 para ver o que a CMO
efetivamente faz, senão vejamos:
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I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
Lembrando que, após o exame e emissão do parecer da CMO, o Congresso Nacional irá julgar as contas
do Presidente da República (de acordo com a CF/88, art. 49, IX), momento em que o ciclo orçamentário se
encerrará.
Continuando:
Art. 166, § 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação
das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
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Resumindo
projetos de PPA, LDO, LOA e
Créd. Adic.
Examinar e emitir
contas do PR
parecer sobre
planos e programas
CMO nacionais, regionais e
setoriais
acompanhamento e
exercer fiscalização orçamentária
“Beleza, professores. Agora deixa eu perguntar: podem ocorrer mudanças no PLOA enquanto ele tramita no
Legislativo?” 🤔
Sim! É claro que podem ocorrer mudanças no PLOA enquanto ele tramita no Legislativo, afinal trata-se
ainda de um projeto de lei que está sendo discutido pelos representantes do povo. Essas mudanças ocorrem
em virtude de:
“O Presidente da República (Governador ou Prefeito) pode alterar projeto de lei orçamentária que já está
tramitando no Legislativo, professores? Como assim? Isso é possível?” 🤨
Sim! É possível! Mas tem uma condição muito importante (por “importante” nós queremos dizer:
despenca em prova!): o Presidente poderá enviar mensagem ao Legislativo, propondo modificação nos
projetos de leis orçamentárias enquanto não tiver sido iniciada, na Comissão mista (CMO), a votação da parte
cuja alteração é proposta.
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Preste atenção!
O Presidente poderá enviar mensagem ao Legislativo, propondo modificação nos projetos de leis
orçamentárias enquanto não tiver sido iniciada, na Comissão mista (CMO), a votação da parte cuja
alteração é proposta
“Como é, professores?” 😣
É o seguinte:
Digamos que o PLOA tem 6 partes. As partes 1, 2 e 3 já tiveram sua votação iniciada na Comissão mista. O Presidente não
pode mais mandar mensagem propondo alteração nessas partes. Iniciou a votação na Comissão mista? Já era! Presidente
não pode mais alterar!
Agora, o Presidente pode enviar mensagem alterando as partes 4, 5, e 6? Aí sim! 😃 Porque a votação na Comissão mista
não se iniciou ainda.
Portanto:
• Se a votação da parte que o chefe do Executivo quiser alterar já tiver sido iniciada na Comissão
mista: o chefe do Executivo não pode mais mandar mensagem propondo modificação;
• Se a votação da parte que o chefe do Executivo quiser alterar ainda não tenha sido iniciada na
Comissão mista: o chefe do Executivo ainda pode mandar mensagem propondo modificação.
Imagine que você vai entregar um trabalho para o seu professor, o qual vai avaliar e lhe dar uma nota. Depois de horas de
dedicação, você finalmente envia o e-mail. Você estava tão cansado que nem fez uma revisão final do trabalho. No dia
seguinte, você resolve dar aquela olhadinha despretensiosa e percebe que cometeu um erro grave! Você rapidamente o
corrige e envia outro e-mail para o professor, pedindo que ele desconsidere a versão anterior e considere essa atual. Seu
professor prontamente responde: “ok. Eu ainda não comecei a corrigir o seu trabalho, então não tem problema”. Você
descansa tranquilo novamente.
Três dias depois, seu colega lhe questiona sobre um ponto do trabalho e você percebe, de novo, que cometeu um erro.
Você corrige o mais rápido que pode e envia outro e-mail para o professor, mas dessa vez ele lhe responde assim: “me
desculpe, eu já estou quase terminando de corrigir o seu trabalho e eu tenho um prazo para entregar sua nota. Se você
ficar me pedindo para considerar uma nova versão, quando eu já tiver começado a corrigir o seu trabalho, além de eu ter
trabalho dobrado, eu nunca vou conseguir entregar suas notas a tempo!”
Essa regra existe para evitar que o chefe do Executivo fique alterando o projeto de lei sempre que desejar.
Se a votação já tiver sido iniciada e o chefe do Executivo pudesse propor uma alteração, a Comissão teria que
analisar aquele novo projeto e praticamente descartar todo o trabalho que foi feito antes. Pense num
desperdício de tempo e recursos públicos!
Além disso, o orçamento tem prazos! Se a alteração pudesse ser feita a qualquer momento, ia ser difícil
conseguir aprovar tudo no prazo: já pensou se faltasse um dia para o prazo acabar e o chefe do Executivo
enviasse uma alteração que demandasse outra análise, discussão e votação? 🥴
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Beleza! Então, por ser tão importante, vamos lhe mostrar essa regra exatamente como ela está na CF/88:
Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para
propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na
Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
• A modificação é feita nos projetos de leis orçamentárias (PLOA, PLDO, projeto de PPA e projeto
de créditos adicionais). Não é feita na proposta orçamentária e nem nas próprias LOA, LDO, PPA
e leis de créditos adicionais. Essas leis já passaram pelo Legislativo, ué! 😅
• A modificação pode ser feita enquanto não iniciada a votação, e não enquanto não finalizada a
votação ou enquanto não iniciada a discussão.
• A modificação pode ser feita enquanto não iniciada a votação na Comissão mista, e não no
Plenário.
• A modificação pode ser feita enquanto não iniciada a votação somente da parte cuja alteração
é proposta.
Resumindo
O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos
(não é na proposta e nem nas leis) a que se refere este artigo enquanto não iniciada (e não finalizada) a votação(e
não a discussão), na Comissão mista (não é no Plenário), da parte cuja alteração é proposta (somente da parte
que está sendo alterada).
Beleza! 😄
As emendas serão apresentadas por parlamentares (qualquer parlamentar, não só aquele que faz parte
da CMO) na Comissão mista, a qual irá emitir um parecer sobre elas. As emendas, então, serão apreciadas
pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional. É isso que nos diz a CF/88, veja só:
Art. 166, § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
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“Beleza, professores. Entendi. Mas essas emendas versarão sobre o que? Qualquer coisa pode ser emendada?
E qualquer emenda pode ser aprovada?” 🤨
Que bom que você perguntou! As respostas para as suas perguntas não só caem em prova: elas desabam,
e com força! 😳 Essa aqui talvez seja a parte mais importante deste tópico ou desta aula! Então se ajeite na
cadeira e vamos lá!
É o seguinte: nem toda emenda será aprovada! Existem condições para que elas sejam aprovadas!
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
b) serviço da dívida;
Primeiro ponto de atenção: as emendas são feitas ao projeto de lei orçamentária anual, e não à lei
orçamentária anual. Ninguém emenda a própria LOA! A LOA já é uma lei pronta, publicada e em vigor. Para
alterá-la, precisamos é de outra lei (princípio da legalidade) e não de uma emenda.
A pegadinha aqui é essa: a questão vai dizer que a emenda é feita à lei orçamentária anual. Isso está
errado! Não caia nessa! Emendas são feitas ao projeto de lei orçamentária anual. 😤
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Preste atenção!
Emendas são feitas ao projeto de lei orçamentária anual, e não à própria lei orçamentária anual
Segundo ponto importante: essas condições são para a aprovação de emendas, e não para a
apresentação de emendas.
É o seguinte: qualquer (absolutamente qualquer) emenda poderá ser apresentada. Atenção: nós
dissemos “apresentada”.
“Professores, quer dizer que um parlamentar pode apresentar uma emenda nada a ver? Toda errada? Que
desrespeite todos os requisitos desse dispositivo constitucional?”
Então, qualquer (absolutamente qualquer) emenda poderá ser apresentada, mas nem toda emenda
será aprovada. As emendas somente podem ser aprovadas caso respeitem os requisitos mencionados nesse
dispositivo constitucional.
Superados esses pontos, vejamos quais são as três condições para que as emendas sejam aprovadas
(aprovadas! 😄).
Condição 1:
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
PPA
LDO
LOA
Por isso, as emendas ao projeto de LOA somente poderão ser aprovadas se tiverem compatibilidade
com o PPA e com a LDO.
“Sério, professores? Se as emendas ao PLOA não forem compatíveis com o PPA e com a LDO, elas não
poderão ser aprovadas? Ou seja: as emendas ao PLOA sempre terão que ser compatíveis com o PPA e com a LDO?”
🧐
SIM! SEMPRE! 🤓
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As emendas ao PLOA sempre terão que ser compatíveis com o PPA e com a LDO. Essa regra é sempre
válida, para qualquer tipo de emenda, ok? 😉
Detalhe: a CF/88 jamais afirmou que PPA, LDO e LOA devem ser compatíveis entre si. Essa falha só foi corrigida na Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), em seu art. 5º. Veja que a CF/88 somente falou das emendas ao PLOA.
Condição 2:
Se a emenda demandar recursos públicos, ou seja, se, para realizar a emenda, o parlamentar precise de
dinheiro, ela deve obedecer à seguinte regra:
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
b) serviço da dívida;
Detalhe: a alínea “c” do dispositivo constitucional acima será sempre adaptada à realidade do ente. Por exemplo: no
âmbito estadual, teremos “transferências tributárias constitucionais para Municípios”. E só. Estado não faz transferência
para outros Estados.
Ok! Isso significa que se a emenda envolver dinheiro, ela somente será admitida se o parlamentar indicar
de onde ele irá tirar os recursos necessários para realiza-la. E somente será admitido tirar dinheiro da
anulação de uma outra despesa.
É o seguinte: se quiser colocar uma nova despesa no PLOA, então anule uma outra!
Por exemplo: o parlamentar João deseja fazer uma emenda ao PLOA. Tem uma obra lá que ele não está gostando de jeito
nenhum! 😤 O que João quer mesmo é a aquisição de novos veículos para o Poder Legislativo.
Certo, João. Você pode fazer uma emenda propondo a aquisição de novos veículos. Mas de onde você vai tirar esse dinheiro?
Ele responde: “simples. Anulamos a despesa com aquela obra e usamos esses créditos orçamentários para a aquisição dos
veículos. Assim a nova despesa não aumenta. Só estamos trocando uma pela outra”.
Pode sim! Se quiser incluir uma despesa no PLOA, vai ter que anular outra.
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Mas agora é que vem o detalhe importante: nem todas as despesas poderão ser anuladas! Algumas
despesas jamais poderão ser anuladas!
“Quais, professores?” 🧐
Essas daqui:
Então, veja só: imagine que você é um parlamentar e deseja fazer uma emenda para realizar uma obra.
Para isso, você tem que anular alguma outra despesa. 🤔
O que nós estamos dizendo para você é que a única fonte de recursos para realização de emendas ao
PLOA é a anulação de despesas. Perceba: é diferente do que vimos lá nos créditos adicionais. Os créditos
adicionais irão alterar a LOA, já feita. E lá nós temos 6 fontes para abertura de créditos adicionais. Aqui nas
emendas, temos uma fonte só! Portanto, não confunda as fontes para abertura de créditos adicionais com a
fonte para emendas ao PLOA.
A banca vai fazer pegadinhas aqui, dizendo que um parlamentar quer fazer uma emenda ao PLOA e
indicará como fonte o superávit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício anterior. Essa
emenda não será aprovada, pois a indicação de recursos tem que ser proveniente de anulação de despesas
(exceto despesas com pessoal, serviços da dívida e TRANS TRI CO).
Superávit Financeiro
Excesso de Arrecadação
Reserva de contingência
Anulação de despesas
Anulação de dotação
Operações de crédito
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Preste atenção!
Se a emenda envolver dinheiro, ela somente será admitida se o parlamentar indicar os recursos necessários.
A indicação dos recursos necessários só é admita se for proveniente da anulação de uma outra despesa. Essa
é a única fonte de recursos para emendas ao PLOA.
Mas nem todas as despesas poderão ser anuladas. Quais são elas? Pessoal, serviços da dívida e TRANS TRI
CO.
Resumindo
Pessoal
Emendas Mas não
indiquem os
somente Anulação de poderão ser Serviços da
recursos
aprovadas despesas anuladas dívida
necessários
caso despesas com
TRANS TRI CO
Tem sim! 😁
Condição 3:
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
Por exemplo: a estimativa de receita foi calculada errada. A emenda que corrija esse erro poderá ser aprovada.
• Dispositivos do texto do projeto de lei: aqui a emenda irá modificar somente o texto do PLOA.
Por exemplo: o texto original fala em “estimativa da receita”. A emenda propõe alteração para “previsão da receita”. Ok.
Só mudou o texto. Essa emenda poderá ser aprovada.
Então é o seguinte: as emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem
somente podem ser aprovadas caso sejam compatíveis com o PPA e a LDO. Essa regra sempre terá que ser
obedecida. Além disso:
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• se a emenda demandar recursos públicos, ela terá que indicar os recursos necessários, sendo
admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa (só não pode anular despesas com
pessoal, serviços da dívida e TRANS TRI CO).
• senão, elas serão emendas para corrigir erros e omissões ou somente relacionadas a dispositivos
do texto do projeto de lei.
Beleza!
Essas foram as condições para emendas ao PLOA, mas nós temos condições também para emendas ao
projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO). Na verdade, temos uma condição só! Veja (CF/88):
Art. 166, § 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas
quando incompatíveis com o plano plurianual.
Portanto, a única condição para que as emendas ao PLDO sejam aprovadas é que elas sejam compatíveis
com o PPA. Só isso! 😌
É estar de acordo com as diretrizes, objetivos e metas (DOM) estabelecidas no PPA! 😃 Pronto!
Preste atenção!
Única condição para as emendas ao PLDO serem aprovadas: serem compatíveis com o PPA
Pronto! Agora nós estamos prontos para ver outra regra constitucional interessante. Lá vai:
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, §
3º e § 4º.
Portanto, o que esse dispositivo quer dizer é que se a iniciativa de lei for exclusiva do Presidente da
República, não será admitido o aumento da despesa prevista. Agora, se estivermos falando de PLOA e PLDO,
o aumento da despesa prevista poderá ser admitido! 😄
Por exemplo: o Presidente enviou uma lei ao Poder Legislativo e o impacto orçamentário dela será de R$ 1.000.000,00. O
Poder Legislativo não poderá aumentar essa despesa prevista! Não poderá aumentar de R$ 1.000.000,00 para R$
2.000.000,00, por exemplo.
Agora, se essa lei que o Presidente enviou foi o PLOA ou o PLDO, aí sim o Poder Legislativo poderá aumentar a despesa
prevista. 😄
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“Mas, professores, uma das condições para aprovação de emendas ao PLOA não é que elas deverão indicar
os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa? Quando eu faço uma anulação
de despesa eu estou simplesmente substituindo uma despesa pela outra, sem aumentar o valor global do
orçamento. Agora vocês estão me dizendo que é possível aumentar a despesa prevista? Como assim?” 🤕
É. É isso mesmo!
Seguinte: regra geral, não é possível aumentar a despesa fixada na LOA, nem mesmo por emenda
parlamentar. Por isso que essas emendas precisam anular uma despesa, substituindo-a por outra. No entanto,
se essa emenda for enquadrada como correção de erros e omissões, aí sim será possível aumentar a despesa.
Por exemplo: a estimativa da receita era de R$ 1.000.000,00, mas houve um erro no cálculo. Na verdade, era pra ser R$
1.500.000,00. Ou seja: houve uma reestimativa da receita. Agora será possível aumentar a despesa em mais R$
500.000,00.
Portanto, as emendas parlamentares não podem acarretar aumento na despesa total do orçamento, a
menos que sejam identificados erros ou omissões nas receitas, devidamente comprovados.
Preste atenção!
As emendas parlamentares não podem acarretar aumento na despesa total do orçamento, a
menos que sejam identificados erros ou omissões nas receitas, devidamente comprovados.
Beleza. E falando em reestimativa de receitas, olha só essa regra que a LRF trouxe:
Art. 12, § 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro
ou omissão de ordem técnica ou legal.
Então:
Por exemplo: o PLOA chegou ao Poder Legislativo e um parlamentar (ou uma comissão) acredita que a receita deva ser
reestimada. É possível reestimar a receita? Sim! Desde que seja comprovado que houve um erro ou omissão de ordem
técnica ou legal.
Art. 56. A Reserva de Recursos será composta dos eventuais recursos provenientes da reestimativa das
receitas, da Reserva de Contingência e outros definidos no Parecer Preliminar, deduzidos os recursos
para atendimento de emendas individuais, de despesas obrigatórias e de outras despesas definidas naquele
Parecer.
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Portanto:
Ah! E tem uma outra regra que é muito interessante você conhecer. Ela está lá na Lei 4.320/64. Vamos
ver?
Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de Orçamento que visem a:
a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvo quando provada, nesse ponto a inexatidão
da proposta;
b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes;
c) conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja anteriormente
criado;
“Professores, e tem alguma regra específica para o Rio de Janeiro aqui, que seja diferente da CF/88?” 🤔
Art. 210, § 8º Na apreciação e votação do orçamento anual o Poder Executivo colocará à disposição do
Poder Legislativo todas as informações sobre a situação do endividamento do Estado, detalhadas
para cada empréstimo existente, e acompanhadas das agregações e consolidações pertinentes.
Resumindo
se Mas não Pessoal
Recurso só
demandar poderão
poderão ser
recursos ser Serviços da
provenientes
Condições públicos, anuladas dívida
de anulação
para indique os despesas
compatíveis de despesas TRANS TRI CO
aprovação recuros com
com PPA e
de
LDO
emendas se estiver
ao PLOA relacionada Poderá haver reestimativa de
a erros ou receita e aumento da despesa
omissões
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Comentários:
Sim! A Mensagem Presidencial é o instrumento de comunicação oficial entre o Presidente da República e o Congresso
Nacional. A proposta de lei orçamentária anual (LOA) é enviada ao Poder Legislativo por meio de Mensagem.
Gabarito: Certo
O chefe do Poder Executivo poderá enviar mensagem ao Poder Legislativo para propor modificação nos projetos de lei
orçamentária enquanto não iniciada a discussão da parte para a qual se propõe alteração.
Comentários:
Certa, né? 😅
NÃO! ERRADA! 😳
O chefe do Poder Executivo poderá enviar mensagem ao Poder Legislativo para propor modificação nos projetos de lei
orçamentária enquanto não iniciada a votação (e não a discussão) da parte para a qual se propõe alteração. Olha só a
literalidade da CF/88:
Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos
projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
Está vendo o nível de atenção que você deve dar a esse dispositivo constitucional? Nós avisamos! 😄
Gabarito: Errado
Quanto ao processo de elaboração, discussão, votação e aprovação da proposta orçamentária, a Constituição Federal
estabelece que em qualquer momento o Presidente da República pode enviar mensagem ao Congresso Nacional para
propor modificações no projeto da lei orçamentária anual.
Comentários:
Em qualquer momento? 🤔
É claro que não! É só enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte que ele deseja alterar.
Essa regra existe para evitar que o chefe do Executivo fique alterando o projeto de lei sempre que desejar. Se a votação já
tiver sido iniciada e o chefe do Executivo pudesse propor uma alteração, a Comissão teria que analisar aquele novo projeto
e praticamente descartar todo o trabalho que foi feito antes. Pense num desperdício de tempo e recursos públicos! Além
disso, o orçamento tem prazos! Se a alteração pudesse ser feita a qualquer momento, ia ser difícil conseguir aprovar tudo
no prazo.
Gabarito: Errado
Quanto ao processo de elaboração, discussão, votação e aprovação da proposta orçamentária, a Constituição Federal
estabelece que no caso de emendas ao projeto da lei do orçamento anual, somente são admitidas as indicações de recursos
advindos de anulação de despesa.
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Comentários:
Exatamente! Se quiser fazer uma emenda ao PLOA tem que indicar de onde os recursos necessários para realiza-la serão
tirados. E somente será admitido tirar dinheiro da anulação de uma outra despesa. Lembrando que nem todas as despesas
poderão ser anuladas! Algumas despesas jamais poderão ser anuladas.
Quanto ao processo de elaboração, discussão, votação e aprovação da proposta orçamentária, a Constituição Federal
estabelece que o projeto de lei relativo ao orçamento anual será apreciado pela Câmara dos Deputados, cabendo ao
Senado apenas o acompanhamento do atendimento aos limites constitucionais.
Comentários:
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos
adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
Portanto, no âmbito federal, esses projetos serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional. Não é só pela
Câmara dos Deputados, cabendo ao Senado apenas o acompanhamento do atendimento aos limites constitucionais. É
pelas duas Casas! 🧐
Gabarito: Errado
Ainda que não esteja compatível com o plano plurianual, a emenda ao projeto de lei orçamentária que pretender consignar
recursos para transferência a empresa estatal com o objetivo de financiar a construção de uma usina hidrelétrica poderá
ser apresentada na Comissão Mista de Orçamento por qualquer parlamentar.
Comentários:
Qualquer (absolutamente qualquer) emenda poderá ser apresentada, “ainda que não esteja compatível com o plano
plurianual”, exatamente como disse a questão.
Mas nem toda emenda será aprovada. As emendas somente podem ser aprovadas caso respeitem os requisitos
mencionados na CF/88 (art. 166, § 3º e 4º).
Gabarito: Certo
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O presidente da República pode enviar mensagem ao Congresso Nacional propondo modificação no projeto de lei
orçamentária, aumentando os recursos alocados no orçamento de investimentos a serem executados pelo SERPRO,
desde que não tenha sido iniciada a votação, na comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
Comentários:
Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos
projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é
proposta.
Gabarito: Certo
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Já que estamos falando tanto sobre discussão, votação e aprovação dos projetos de leis orçamentárias e
sobre emendas, achamos interessante falar sobre um tipo especial emenda: as emendas individuais. 😃
Porque elas ganharam grande destaque depois da Emenda Constitucional (EC) 86/2015, que representa
o pedacinho de orçamento impositivo que temos em nosso orçamento. É por isso que elas também são
conhecidas como Emendas Individuais Impositivas.
A ideia é que a execução das programações provenientes dessas emendas individuais ao PLOA será
obrigatória. Só que as emendas individuais serão aprovadas até certo limite, sendo metade dela destinada a
ações e serviços públicos de saúde. Mas nem sempre elas serão de execução obrigatória. Se houver
impedimentos de ordem técnica e eles não conseguirem ser superados, as programações orçamentárias
provenientes de emendas individuais não serão mais de execução obrigatória.
Esse é o resumo, mas precisamos estudar isso mais detalhadamente. Vamos lá? 😄
O orçamento público brasileiro é autorizativo, mas possui traços de orçamento impositivo. O pedacinho
de orçamento impositivo que temos no nosso orçamento está previsto na nossa Constituição nos parágrafos
do artigo 166, inseridos pela EC 86/2015. Vamos apresentá-los de maneira bem didática, beleza? Lá vai: 😄
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro
e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste
artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente
líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação
definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165.
Esses são os parágrafos mais importantes desse assunto. Você deve saber que as emendas individuais (e
somente elas) serão de execução obrigatória. A LOA e suas demais emendas são autorizativas, ou seja, a
Administração está autorizada (e não obrigada) a executar aquela programação. Mas as emendas individuais
impositivas são diferentes: elas serão de execução obrigatória! Por isso que o nome é Emendas Individuais
Impositivas. 😌 💡
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Mas, obviamente, há um limite para isso. Esse limite é de 1,2%, sendo que metade deste percentual
(0,6%) será destinada a ações e serviços públicos de saúde (só saúde! Educação, segurança, seguridade social
não!).
Ah! É aqui que encontramos uma pegadinha sutil. Perceba que no § 9º, ainda na segunda etapa do ciclo
orçamentário (discussão, votação e aprovação), ainda no planejamento, utiliza-se como base de cálculo a
receita corrente líquida (RCL) prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo (veja que ainda
estamos no projeto de lei orçamentária).
Já no § 11º, na terceira etapa do ciclo orçamentário (execução), utiliza-se como base de cálculo a receita
corrente líquida (RCL) realizada no exercício anterior.
Ora! Porque quando o orçamento já foi aprovado e já está em execução, significa que o exercício anterior
já passou e nós já temos a informação da receita corrente líquida realizada nele.
Por exemplo: digamos que estamos em setembro de 2016 e o Projeto de Lei Orçamentária Anual está em discussão. Um
parlamentar deseja fazer uma emenda individual. Qual o limite para essa emenda? 1,2% da RCL prevista no projeto
encaminhado pelo Poder Executivo. O ano de 2016 ainda não acabou. O dado que temos que usar é a RCL prevista.
O orçamento foi aprovado e já está em execução em 2017. Pronto! Agora sim nós temos a informação da RCL realizada
no exercício de 2016, então vamos utilizá-la! 1,2% da RCL realizada no exercício de 2016 será a base de cálculo.
Observe o comparativo:
Planejamento Execução
Há sim! Vejamos:
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução obrigatória
nos casos dos impedimentos de ordem técnica.
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§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a programação, na
forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas:
I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo, o Poder Legislativo,
o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder Legislativo as
justificativas do impedimento;
II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder
Executivo o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável;
III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder Executivo
encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável;
IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso III, o Congresso
Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato do Poder
Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária.
§ 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as programações orçamentárias previstas no § 11 não serão
de execução obrigatória nos casos dos impedimentos justificados na notificação prevista no inciso I do §
14.
Quer dizer, tenta-se (de todo jeito 😅) contornar esses impedimentos técnicos, até que chega um ponto
que não vale mais a pena. Já estamos em 20 de novembro (ou 30 dias após o prazo previsto no inciso III), o
exercício financeiro já vai terminar e já se tentou de tudo. Só agora as programações orçamentárias previstas
no § 11 não mais serão de execução obrigatória.
Ressalte-se também que caberá a uma lei complementar dispor sobre procedimentos que serão
adotados quando houver impedimentos legais e técnicos (CF/88, art. 165, § 9º, III).
§ 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira
prevista no § 11 deste artigo, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida
realizada no exercício anterior.
Portanto:
Vale destacar que caberá também a uma lei complementar dispor sobre o cumprimento de restos a
pagar (CF/88, art. 165, § 9º, III).
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Além disso:
§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da
meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste
artigo poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das
despesas discricionárias.
Isso quer dizer que o gestor público não pode dar uma de engraçadinho e dizer: “ah, eu não tenho dinheiro
para executar essa programação orçamentária proveniente de emenda parlamentar individual”, enquanto ele
está cheio de dinheiro para realizar aquela festa na cidade. 😅
A regra é assim: se a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta
de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o gestor só poderá cortar os gastos das
programações orçamentárias oriundas de emenda parlamentar individual na mesma proporção do corte
(contingenciamento) de gastos das despesas discricionárias.
Por exemplo: se o gestor cortou 50% das despesas discricionárias, ele pode cortar até 50% das despesas relacionadas às
emendas parlamentares individuais. Se reduzir em 10% as despesas discricionárias: reduz no máximo em 10% as despesas
relacionadas às emendas parlamentares individuais. O que não pode acontecer é o gestor cortar, por exemplo, 10% das
despesas discricionárias e 50% das emendas parlamentares individuais.
Também caberá a uma lei complementar dispor sobre limitação das programações de caráter
obrigatório (CF/88, art. 165, § 9º, III).
Temos ainda:
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive
custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação
para pagamento de pessoal ou encargos sociais.
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da programação prevista no §11
deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do
ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de
aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169.
Mesmo que o ente federativo destinatário esteja inadimplente, ele receberá a transferência obrigatória
da União para executar a programação prevista no §11 (emendas parlamentares individuais: 1,2% da RCL
realizada no exercício anterior). Em outras palavras: caso a execução obrigatória dependa de transferência
obrigatória da União, não importa se o ente federativo se encontra inadimplente.
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E esses recursos que o ente recebeu, ou seja, essa receita de transferência do ente não integrará a base
de cálculo da RCL para fins de apuração dos limites de gastos de pessoal da LRF.
E finalmente:
§ 18. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que atenda de forma
igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria.
Perceba que não importa quem seja o autor da emenda. Se a execução das programações atendeu de
forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, então podemos considerar que essa execução foi
equitativa.
Ah! A EC 86/15 também definiu isso para nós: mais uma vez, caberá a uma lei complementar dispor sobre
critérios para a execução equitativa (art. 165, § 9º, III).
Resumindo
Orçamento ainda
em discussão (2a 1,2% da RCL
etapa do ciclo prevista no PLOA
orçamentário)
Emendas
não serão de execução
individuais obrigatória nos casos
impositivas dos impedimentos
de ordem técnica
Orçamento já em
1,2% da RCL
execução (3a etapa
realizada no
do ciclo
exercício anterior restos a pagar
orçamentário) poderão ser
considerados até o
limite de 0,6% da RCL
realizada no exercício
anterior
Dito isso, em um mínimo de 45 (quarenta e cinco) e em um máximo de 60 (sessenta) linhas, elabore um texto explicativo
e opinativo em resposta aos seguintes questionamentos:
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Vamos responder rapidamente e, se você desejar treinar, faça o seu texto. Senão, não tem problema. Responda na sua
cabeça mesmo. 😉
(i) A natureza do orçamento público brasileiro é autorizativa. EC 86/15 trouxe um pouco do orçamento impositivo para o
nosso orçamento.
(ii) Os reflexos são que as emendas parlamentares individuais (e somente essas) ao projeto de lei orçamentária serão
aprovadas no limite de 1,2% da receita corrente líquida (RCL) prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo.
(iii) Metade deste percentual (0,6%) será destinada a ações e serviços públicos de saúde. A execução do montante
destinado a ações e serviços públicos de saúde será computada para fins do cumprimento da aplicação de percentuais
mínimos de recursos na saúde. No caso da União, esse percentual mínimo é de 15% (CF/88, art. 198, § 2º, I).
Vejamos as alternativas:
a) Errada. Caso a execução obrigatória dependa de transferência obrigatória da União, não importa se o ente federativo
se encontra inadimplente.
Art. 166, § 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de
resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste artigo poderá ser reduzido
em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias.
d) Correta.
e) Errada. Não existe essa precedência. As emendas individuais são afetadas na mesma proporção da limitação incidente
sobre o conjunto das despesas discricionárias.
Gabarito: D
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III É possível utilizar o superávit financeiro do exercício anterior como fonte de recursos para emenda ao
orçamento anual.
IV Metade das emendas individuais dos parlamentares a projeto de lei orçamentária deve ser destinada a
ações e serviços públicos de saúde.
C) II e IV.
D) I, III e IV.
E) II, III e IV.
Comentários:
Vamos começar logo dizendo que essa questão foi anulada, por conta do item II, que, segundo a banca,
não possibilitou uma interpretação objetiva por parte do candidato. E é verdade! A questão merecia ser anulada
mesmo! 🧐
I. Errado. Ah! Como a banca foi sorrateira aqui! 😅 O aluno que leu rápido deve ter caído direitinho na
armadilha. A resposta para esse item está na CF/88:
Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor
modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão
mista, da parte cuja alteração é proposta.
Percebeu a marcação? 😏
Portanto, o chefe do Poder Executivo poderá enviar mensagem ao Poder Legislativo para propor
modificação nos projetos de lei orçamentária enquanto não iniciada a votação (e não a discussão) da parte
para a qual se propõe alteração. Primeiro ocorre a discussão, depois é que há a votação. A regra é que o chefe
do Executivo pode enviar até o início da votação!
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II. Gabarito preliminar da banca: certo. Posteriormente a questão foi anulada por vício neste item. E, em
nossa opinião, a banca agiu corretamente, afinal você já conheceu o chefe do Poder Executivo em cada um dos
poderes? 😅 Nós nunca conhecemos! Só conhecemos chefe do Poder Executivo, que pertence ao Poder
Executivo.
De qualquer forma, acreditamos que a questão queria mesmo era testar se você sabia que a iniciativa das
leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) é do Poder Executivo, mais especificamente do chefe do Poder
Executivo, independentemente da proposta orçamentária ser de outros poderes. Estes não encaminham a
sua proposta orçamentária diretamente para o Poder Legislativo. Eles elaboram a sua proposta e a enviam
para o Poder Executivo, que fará a consolidação, realizará ajustes necessários e, finalmente, encaminhará o
projeto de lei para o Poder Legislativo.
IV. Certo. Finalmente um item certo! E ele trata das Emendas Individuais Impositivas, tema que surgiu
com a Emenda Constitucional 86/2015. Vejamos o que diz a CF/88:
Art. 166, § 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2%
(um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo
Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de
saúde.
Portanto, a questão está correta: metade deste percentual (ou seja, 0,6%) será destinada a ações e
serviços públicos de saúde (atenção: só saúde! 🏥 Educação, segurança, seguridade social não!).
Gabarito: Anulada
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Viu como mesmo em um concurso de âmbito municipal a regra federal pode ser cobrada? 😄
A questão está errada, porque as emendas serão apresentadas na Comissão mista (a nossa querida
CMO), e não no plenário. Funciona assim: primeiro as emendas serão apresentadas na Comissão mista, a
qual irá emitir um parecer sobre elas. Em seguida, as emendas serão apreciadas pelo Plenário das duas Casas
do Congresso Nacional. É isso que nos diz a CF/88, veja só:
Art. 166, § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
Gabarito: Errado
Mas a anulação de despesa para pessoal e seus encargos é admitida como fonte? 🤔
Responda conosco em voz alta: NÃÃÃO! 😤 E é por isso que a questão está errada.
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Pessoal
Emendas Mas não
indiquem os
somente Anulação de poderão ser Serviços da
recursos
aprovadas despesas anuladas dívida
necessários
caso despesas com
TRANS TRI CO
Gabarito: Errado
O projeto de lei orçamentária anual independe de sanção ou veto do chefe do Poder Executivo, sendo
diretamente promulgado pelas mesas do Congresso Nacional.
Comentários:
Independe de sanção ou veto?
Negativo! Conforme o princípio da legalidade, a Lei Orçamentária Anual é uma lei!
Pois é! 😅 E, como toda lei, ela (a LOA) também depende de sanção ou veto do chefe do Poder Executivo.
Aí vem que a questão nos dizer que ela independe de sanção ou veto? Sai pra lá! 😂
Percebemos isso também no próprio ADCT, que estabelece os prazos para encaminhamento e devolução
para sanção das leis orçamentárias. Vejamos a regra para o PLOA:
Art. 35, § 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão
obedecidas as seguintes normas:
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
Gabarito: Errado
Comentários:
Nada disso! O próprio Cespe já disse que:
O ciclo orçamentário inicia-se com a formulação do planejamento plurianual pelo Poder Executivo
e encerra-se com a avaliação da execução e do julgamento das contas.
Além disso,
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Gabarito: Errado
A proposta orçamentária do Poder Legislativo deve ser apresentada ao Congresso Nacional pelo Poder
Executivo.
Comentários:
Sim! 😃 A iniciativa é sempre do Poder Executivo. O Poder Legislativo, por exemplo, elabora a sua
proposta e a envia para o Poder Executivo, que fará a consolidação, realizará ajustes necessários e,
finalmente, encaminhará o projeto de lei de volta para o Poder Legislativo.
“Mas, professores, que coisa mais sem lógica. A proposta é do Poder Legislativo e ele tem que mandar para o
Poder Executivo para depois voltar pro Legislativo? Se vai voltar para lá, por que não fica logo lá?”
Porque a iniciativa é sempre do Poder Executivo! CF/88 é quem diz isso, olha só:
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
E o Poder Executivo é o responsável pela fase de elaboração da proposta orçamentária, o que significa
que é ele que organiza, consolida, faz ajustes e encaminha o projeto de leis orçamentárias para o Poder
Legislativo. Se cada Poder enviasse a sua proposta diretamente para o Poder Legislativo, imagina a bagunça
que ia ser. O Poder Legislativo é quem precisaria consolidar tudo e fazer os ajustes. 🧐
Gabarito: Certo
Gabarito: Errado
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Comentários:
Será? Vamos ver como é o nosso ciclo orçamentário ampliado (proposto pelo autor Osvaldo Maldonado
Sanches)?
O ciclo orçamentário inicia-se com a formulação do planejamento plurianual pelo Poder Executivo
e encerra-se com a avaliação da execução e do julgamento das contas.
Gabarito: Errado
A respeito do ciclo, do processo e dos princípios do orçamento público, julgue o item subsequente.
Constituído por diversas etapas, desde a proposta orçamentária até a aprovação da lei orçamentária, o ciclo
orçamentário é, ao longo de todo exercício, um processo intermitente no que diz respeito a análises e decisões.
Comentários:
Você sabe o que é um processo intermitente? É um processo em que ocorrem interrupções, que cessa e
recomeça por intervalos. Um processo descontínuo!
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A questão nos deu duas condições para que uma emenda ao PLOA seja aprovada:
Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
b) serviço da dívida;
Portanto, veja que são três condições para que uma emenda seja aprovada, ou seja, as duas que a questão
trouxe não são suficientes! Faltou dizer que:
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Lá vem o Cespe de novo dizer que o ciclo ampliado está na Constituição Federal de 1988... 😒 Nós ainda
estamos procurando, mas beleza. Vejamos a questão.
Eis o ciclo orçamentário ampliado (composto por 8 fases):
1. formulação do planejamento plurianual, pelo Executivo;
2. apreciação e adequação do plano, pelo Legislativo;
3. proposição de metas e prioridades para a administração e da política de alocação de recursos pelo
Executivo;
4. apreciação e adequação da LDO, pelo Legislativo;
5. elaboração da proposta de orçamento, pelo Executivo;
6. apreciação, adequação e autorização legislativa;
7. execução dos orçamentos aprovados;
8. avaliação da execução e julgamento das contas.
A questão pergunta sobre a fase de elaboração da proposta de orçamento pelo Executivo, ou seja, nossa
5ª fase. Então vejamos as alternativas:
a) Errada. A proposição de metas e prioridades para a administração pelo Poder Executivo (“elaboração
da LDO”) é a 3ª fase, portanto ela não ocorre juntamente com a elaboração da proposta de orçamento (5ª fase).
b) Errada. Essa fase não está aí. A elaboração da proposta de orçamento vem logo após a apreciação e
adequação da LDO.
c) Correta. Depois da apreciação e adequação da LDO, pelo Legislativo (4ª fase) vem a elaboração da
proposta de orçamento (5ª fase).
d) Errada. Primeiro o orçamento é elaborado, depois é executado. A execução dos orçamentos aprovados
é a 7ª fase.
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e) Errada. Imediatamente após a apreciação e a aprovação do plano plurianual pelo Poder Legislativo (2ª
fase) vem a proposição de metas e prioridades para a administração pelo Poder Executivo (“elaboração da
LDO”).
Gabarito: C
Comentários:
O ciclo orçamentário é o período de tempo em que se lavram as atividades características do orçamento
público de elaboração, aprovação, execução e controle/avaliação. Essas etapas que se repetem
periodicamente, nunca acaba e nem tem data fixa para acabar ou começar. Por isso, o ciclo orçamentário é
um processo contínuo, dinâmico e flexível!
Na etapa de controle e avaliação da execução orçamentária (4ª etapa) a programação de dispêndios do
setor público (o que ele vai fazer, como ele vai gastar) é avaliada. Por isso, a questão está mesmo correta!
Gabarito: Certo
A iniciativa das leis orçamentárias é sempre do Poder Executivo (e não do Poder Legislativo)
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
Gabarito: Errado
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Mais ou menos. 😕
Ao estudar Direito Administrativo, você aprende que o controle pode ser prévio, concomitante ou
posterior. A palavra “acompanhamento” dá ideia de controle concomitante (pense em: acompanhamento
em tempo real), ao passo que a fase de controle e avaliação da execução orçamentária abrangeria todos os
três momentos de controle, mas principalmente o controle posterior.
Gabarito: Errado
Sim! 😃 Essas (elaboração das leis orçamentárias e a fase de execução orçamentária) são duas das quatro
fases do nosso processo (ou ciclo) orçamentário. Quer ver? 😄
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Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual
e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
Atenção: no âmbito federal, esses projetos serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional.
Não é só pela Câmara dos Deputados e nem só pelo Senado Federal. É pelas duas! 🧐 E será na forma do
regimento comum, ok? 🤓
Só com isso nós já encontramos nosso gabarito na alternativa C. Esses projetos de lei serão apreciados
pela Câmara Federal e pelo Senado Federal. 😉
Gabarito: C
Comentários:
Vejamos novamente o texto da questão: “o exercício financeiro coincide com o ano civil, ao passo que o
ciclo orçamentário tem duração variável (...)”. A questão está certa até aqui! 😅
Agora é que vem o problema: “em função das várias fases de elaboração da proposta orçamentária, que
incluem a apreciação, a aprovação, o controle e a avaliação do orçamento”.
Primeiro: o ciclo orçamentário tem duração variável não tem duração variável só por causa da fase de
elaboração. A fase de controle e avaliação também pode demorar bastante e ela não possui prazo limite.
Lembra das contas do ex-presidente Fernando Collor (1990-1992)? Pois é, esse ciclo orçamentário ainda não
acabou! 😳).
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Segundo: a fase elaboração não inclui as fases de apreciação, a aprovação, o controle e a avaliação. São
fases distintas!
Gabarito: Errado
•Legislativo •Executivo
Controle e Elaboração
avaliação
Discussão,
Execução votação,
aprovação
•Executivo •Legislativo
Quando a questão falou em metas e as prioridades (MP) para a administração pública, ela se referiu à Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO), cuja elaboração é de responsabilidade do Poder Executivo.
Gabarito: Errado
Art. 35, § 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão
obedecidas as seguintes normas:
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I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;
O detalhe é que esses prazos (de encaminhamento e devolução para sanção) não são obrigatórios para
os demais entes da Federação! Isso significa que prevalecerão os prazos estabelecidos nas Constituições
Estaduais e Leis Orgânicas Municipais e do Distrito Federal. Por outro lado, a vigência das leis orçamentárias é
de observância obrigatória, ou seja, em todo o Brasil, o PPA terá vigência de 4 anos, a LDO terá vigência de 1
ano e meio, e a LOA terá vigência de 1 ano.
Gabarito: Certo
Isso significa que o exercício financeiro começa em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro de cada
ano. Mas o ciclo orçamentário é diferente. Ele ultrapassa o exercício financeiro. Um ciclo orçamentário só
termina com o controle e avalição da execução orçamentária (julgamento das contas prestadas) e isso pode
demorar anos!
Portanto:
Gabarito: Certo
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Olha só o Cespe utilizando o trabalho do nosso querido Osvaldo Maldonado Sanches! 😄 Esse autor criou
o que ele chama de ciclo orçamentário ampliado, o qual se desdobra em 8 fases:
1. formulação do planejamento plurianual, pelo Executivo;
2. apreciação e adequação do plano, pelo Legislativo;
3. proposição de metas e prioridades para a administração e da política de alocação de recursos pelo
Executivo;
4. apreciação e adequação da LDO, pelo Legislativo;
5. elaboração da proposta de orçamento, pelo Executivo;
6. apreciação, adequação e autorização legislativa;
7. execução dos orçamentos aprovados;
8. avaliação da execução e julgamento das contas.
Segundo o autor, tais fases são insuscetíveis de aglutinação, dado que cada uma possui ritmo próprio,
finalidade distinta e periodicidade definida.
Portanto, a questão está correta. Ela só tem um “probleminha” que nos deixa coçando a cabeça 😑. Ela
afirma que o ciclo orçamentário se desdobra em oito fases, “nos termos da CF”. Nós nunca encontramos
dispositivo algum da CF/88 que afirma isso. Você já encontrou? 🤔 Se sim, nos diga! Mas aparentemente o
Cespe já encontrou! 😂 Ressalte-se que isso não invalida a questão. 😉
Gabarito: Certo
No Brasil, o orçamento público assumiu características peculiares, principalmente após a promulgação da CF.
Com base nessas informações, julgue o item que se segue.
O projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) deve ser aprovado em sessões ordinárias ou extraordinárias
separadas, primeiramente no plenário da Câmara dos Deputados, em seguida no plenário do Senado Federal.
Comentários:
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual
e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
Gabarito: Errado
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Comentários:
“Eita, professores! O Poder Legislativo pode reduzir as despesas com investimentos dos tribunais? Cadê a
separação dos Poderes?” 🤨
Ah! O Poder Legislativo são os representantes do povo! E você deve sempre lembrar que (CF/88):
Art. 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.
A separação dos Poderes não se aplica aqui. Estamos na fase de discussão, votação e aprovação do
projeto de lei orçamentária e os parlamentares possuem sim a prerrogativa de emendá-lo.
E também não há regra que disponha o contrário (afirmando que o Poder Legislativo não pode diminuir
as despesas de outros Poderes). O que existe é a seguinte regra, estabelecida pela Lei 4.320/64:
Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de Orçamento que visem a:
a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvo quando provada, nesse ponto a inexatidão
da proposta;
b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes;
c) conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja anteriormente
criado;
Veja que não há vedação alguma à realização de alterações na proposta para reduzir as despesas com
investimentos dos tribunais. Se estivéssemos falando de despesas de custeio, aí sim teríamos um problema,
pois essa emenda não seria admitida (salvo quando provada, nesse ponto a inexatidão da proposta).
Gabarito: Certo
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Comentários:
Muita atenção aqui! A questão não está falando na forma em que o projeto de lei do orçamento público
deve tomar. Ela está falando do procedimento de elaboração, discussão, aprovação e execução do orçamento
público.
Como é possível alterar esse procedimento?
Por meio de uma lei complementar!
Porque a CF/88 exigiu que esse tema fosse regulado por lei complementar (CF/88, art. 165, § 9º):
§ 9º Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
Gabarito: Certo
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e
as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
E essa iniciativa também é vinculada, pois o Presidente da República é obrigado a apresentar os projetos
de leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) até o prazo estabelecido.
“E se o Presidente não enviar a proposta dentro do prazo? O que acontece?”
Duas coisas!
Primeiro: o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente, conforme a Lei
4.320/64):
Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas
dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.
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Segundo: o Presidente da República incorre em crime de responsabilidade (é por isso que, na prática, ele
não perde esse prazo “nem a pau”! 😂)
• Caso 3: chefe do Executivo não encaminhou o projeto de lei orçamentária ao Poder Legislativo
dentro do prazo;
• Caso 4: projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) não foi sancionada até 31 de dezembro.
Gabarito: Certo
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Questões CESPE
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III É possível utilizar o superávit financeiro do exercício anterior como fonte de recursos para emenda ao
orçamento anual.
IV Metade das emendas individuais dos parlamentares a projeto de lei orçamentária deve ser destinada a
ações e serviços públicos de saúde.
C) II e IV.
D) I, III e IV.
E) II, III e IV
Emendas a projeto de lei orçamentária anual (LOA) devem indicar os recursos necessários, sendo admitida
como fonte a anulação de despesa para pessoal e seus encargos.
A respeito das técnicas, dos princípios e do ciclo orçamentários, julgue o item a seguir.
O ciclo orçamentário tem início com a preparação da proposta orçamentária e termina com o encerramento do
exercício financeiro.
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A respeito do ciclo orçamentário e das normas legais de orçamento, julgue o item seguinte.
A proposta orçamentária dos órgãos setoriais somente poderá ser elaborada depois que forem estimadas as
CESPE – CGM de João Pessoa – Técnico Municipal de Controle Interno – 2018
A respeito do ciclo, do processo e dos princípios do orçamento público, julgue o item subsequente.
Constituído por diversas etapas, desde a proposta orçamentária até a aprovação da lei orçamentária, o ciclo
orçamentário é, ao longo de todo exercício, um processo intermitente no que diz respeito a análises e decisões
O ciclo orçamentário é o período de tempo em que se processam as atividades típicas do orçamento público.
Em sua concepção ampliada — adotada pela Constituição Federal de 1988 —, tal ciclo desdobra-se em oito
fases. Uma dessas fases corresponde à elaboração da proposta de orçamento pelo Poder Executivo e a sua
submissão ao Poder Legislativo. Essa fase ocorre
A) juntamente com a proposição de metas e prioridades para a administração pelo Poder Executivo.
B) logo após a aprovação pelo Poder Legislativo da política de alocação de recursos proposta pelo Poder
Executivo.
C) logo após a apreciação e a adequação da lei de diretrizes orçamentárias pelo Poder Legislativo.
D) imediatamente antes da execução do orçamento pelo Poder Executivo.
E) imediatamente após a apreciação e a aprovação do plano plurianual pelo Poder Legislativo.
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Compete ao Poder Legislativo propor, no ciclo orçamentário, as metas e as prioridades para a administração
pública.
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No Brasil, o processo de elaboração, aprovação, execução e controle do orçamento público obedece a regras
específicas definidas na CF e na legislação infraconstitucional. Com base nessas normas, julgue o item seguinte.
A apresentação da lei orçamentária anual no caso da União é de iniciativa privativa do presidente da República,
mas esse poder é vinculado aos prazos determinados pela legislação e o não cumprimento desses prazos
constitui crime de responsabilidade.
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Gabarito - CESPE
1. Anulada 10. Errado 19. Certo
2. Errado 11. C 20. Certo
3. Errado 12. Certo 21. Certo
4. Errado 13. Errado 22. Errado
5. Errado 14. Errado 23. Certo
6. Certo 15. Certo 24. Certo
7. Errado 16. C 25. Certo
8. Errado 17. Errado
9. Errado 18. Errado
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Resumo direcionado
O ciclo orçamentário é um processo contínuo, dinâmico e flexível. O nosso ciclo orçamentário é
composto por 4 etapas (ou fases):
5. Elaboração da proposta orçamentária;
6. Discussão, votação e aprovação do projeto de lei orçamentária;
7. Execução orçamentária;
8. Controle e avaliação da execução orçamentária.
•Legislativo •Executivo
Controle e Elaboração
avaliação
Discussão,
Execução votação,
aprovação
•Executivo •Legislativo
Quem elabora a proposta orçamentária é o Poder Executivo. A iniciativa das leis orçamentárias é sempre
do Poder Executivo, mais especificamente do chefe do Poder Executivo.
A iniciativa das leis orçamentárias, além de exclusiva do chefe do Poder Executivo, é vinculada (pois este
é obrigado a apresentar os projetos de leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) até o prazo estabelecido).
O Poder Executivo é quem vai cuidar da elaboração da proposta orçamentária de todos os Poderes. O
Poder Legislativo, o Poder Judiciário e demais entidades dotadas de autonomia não encaminham a sua
proposta orçamentária diretamente para o Poder Legislativo.
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Consolida as
Elaboram a sua
propostas e realiza
proposta orçamentária
ajustes
4 meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
PPA* e LOA
Para o Legislativo devolver encerramento da sessão
ao Executivo para sanção legislativa
Prazos
8 ½ meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
LDO
encerramento do primeiro
Para o Legislativo devolver período da sessão
ao Executivo para sanção
legislativa
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Não encaminhamento das propostas e propostas fora dos limites estabelecidos na LDO
A elaboração da LOA não está condicionada à aprovação da LDO.
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A CMO é uma das protagonistas nessa etapa do ciclo orçamentário. é uma comissão permanente
composta por 30 deputados federais e 10 senadores, sendo 30 deputados suplentes e 10 senadores suplentes.
Portanto, temos 40 titulares + 40 suplentes.
Examinar e emitir
contas do PR
parecer sobre
planos e programas
CMO nacionais, regionais e
setoriais
acompanhamento e
exercer fiscalização orçamentária
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O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos
projetos (não é na proposta e nem nas leis) a que se refere este artigo enquanto não iniciada (e não finalizada)
a votação, na Comissão mista (não é no Plenário), da parte cuja alteração é proposta (somente da parte que
está sendo alterada).
Emendas parlamentares:
Art. 166, § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
b) serviço da dívida;
As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser
aprovadas caso sejam compatíveis com o PPA e a LDO. Essa regra sempre terá que ser obedecida. Além
disso:
• se a emenda demandar recursos públicos, ela terá que indicar os recursos necessários, sendo
admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa (só não pode anular despesas com
pessoal, serviços da dívida e TRANS TRI CO).
• senão, elas serão emendas para corrigir erros e omissões ou somente relacionadas a dispositivos
do texto do projeto de lei.
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I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, §
3º e § 4º. (os dispositivos ressalvados versam sobre emendas ao PLOA e ao PLDO)
As emendas parlamentares não podem acarretar aumento na despesa total do orçamento, a menos que
sejam identificados erros ou omissões nas receitas, devidamente comprovados.
Única condição para que as emendas ao PLDO sejam aprovadas: compatibilidade com o PPA.
Art. 166, § 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas
quando incompatíveis com o plano plurianual.
O orçamento público brasileiro é autorizativo, mas possui traços de orçamento impositivo. O pedacinho
de orçamento impositivo que temos no nosso orçamento está previsto na nossa Constituição nos parágrafos
do artigo 166, inseridos pela EC 86/2015.
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro
e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde. (só
saúde! Educação, segurança, seguridade social não!).
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste
artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente
líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação
definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165.
Planejamento Execução
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§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução obrigatória
nos casos dos impedimentos de ordem técnica.
§ 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira
prevista no § 11 deste artigo, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida
realizada no exercício anterior.
§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da
meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste
artigo poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das
despesas discricionárias.
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da programação prevista no §11
deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do
ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de
aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169.
Caso a execução obrigatória dependa de transferência obrigatória da União, não importa se o ente
federativo se encontra inadimplente.
A EC 86/2015 introduziu o conceito de execução equitativa das emendas individuais ao PLOA. Para tanto,
estabeleceu o limite percentual de 1,2% da receita corrente líquida (RCL) com obrigatoriedade da execução
orçamentária e financeira das programações decorrentes, salvo impedimentos de ordem técnica,
comportando redução, até a mesma proporção incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias, na
hipótese de não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Orçamento ainda
em discussão (2a 1,2% da RCL
etapa do ciclo prevista no PLOA
orçamentário)
Emendas
não serão de execução
individuais obrigatória nos casos
impositivas dos impedimentos
de ordem técnica
Orçamento já em
1,2% da RCL
execução (3a etapa
realizada no
do ciclo
exercício anterior restos a pagar
orçamentário) poderão ser
considerados até o
limite de 0,6% da RCL
realizada no exercício
anterior
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Sumário
CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS: INICIAIS E ADICIONAIS ............................................................................. 5
SUPLEMENTARES ................................................................................................................................................. 10
Vigência ........................................................................................................................................................ 16
ESPECIAIS ........................................................................................................................................................... 19
Vigência ........................................................................................................................................................20
EXTRAORDINÁRIOS............................................................................................................................................... 24
Vigência ........................................................................................................................................................ 27
ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS QUALITATIVAS E QUANTITATIVAS ................................................................................. 30
Qualitativas .................................................................................................................................................. 30
Quantitativas ................................................................................................................................................ 30
FONTE PARA ABERTURA DE CRÉDITOS ADICIONAIS ..................................................................................................... 32
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E dos trabalhos que você fez em uma “feira de ciências”? Agora você lembra um pouco mais, não é? 😏
Isso porque nós lembramos mais de coisas que fazemos (ativamente) do que coisas que simplesmente
recebemos (passivamente). Isso tem tudo a ver com a tal da Pirâmide do Aprendizado (de William Glasser):
É por isso que para potencializar o seu aprendizado, no estudo para concursos públicos, além da leitura
do PDF (que é fundamental), você pode:
E a melhor de todas:
Já escutou aquela frase: “quem ensina aprende muito mais do que quem está aprendendo?” Pois é... 😄
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Então, a minha dica para você é: estude ativamente! Ativando a sua mente! Pare de ficar sentado só
recebendo informações, de forma passiva. Resolva questões, aplique o conhecimento adquirido, faça os seus
resumos, os seus mapas mentais e explique a matéria para alguém (nem que seja para você mesmo).
Amanhã você pode estar cansado ou você pode estar arrependido. Você escolhe.
@profsergiomachado
@prof.marcelguimaraes
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Esse assunto (créditos adicionais) é tranquilo e está muito relacionado a outros de nossa matéria. Ele não
é tão importante, pois representa somente cerca de 7% das questões de nossa matéria. No entanto, dominá-
lo poderá lhe garantir pontos fáceis na prova. É por isso que você deve estudá-lo.
“Já que vocês falaram em prova, professores, como são as questões sobre créditos adicionais?” 🧐
A criatividade da banca aqui é um pouco limitada! 😂 As questões vão tentar confundir os tipos de
créditos adicionais (suplementares, especiais e extraordinários), trocando nomes e características. Por
exemplo: onde deveria estar escrito “suplementar”, estará “especial”. Ou então elas vão apresentar uma
situação hipotética e perguntar qual é o tipo de crédito adicional adequado.
Para acertá-las, preste atenção nas características de cada um dos tipos de créditos adicionais e nos
exemplos que daremos. Ao final da aula, como de costume, temos o nosso Resumo Direcionado com uma
tabela completa para você!
Agora nós vamos lhe recordar um “segredo”: planejamento é fundamental, mas nem sempre a
execução sai do jeito que foi planejado! 🧐
Ninguém tem bola de cristal, ninguém pode prever o futuro. 🔮 Mesmo com um planejamento excelente,
as circunstâncias, o cenário, as prioridades podem mudar a qualquer momento, especialmente nesse mundo
globalizado e informatizado em que vivemos. Portanto, eventualmente é necessário realizar mudanças ao
longo da execução do plano. Se o planejamento for ruim, teremos ainda mais mudanças!
1
GIACOMONI, James. Orçamento público, 16ª edição, p. 303.
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Imagine a seguinte situação: no seu orçamento, você planejou gastar R$ 500,00 mensais em compras no supermercado.
Só que os preços dos produtos dispararam (ou você simplesmente percebeu que calculou errado) e você não consegue
comprar nem mais o suficiente para sobreviver.
E agora José? 😄 O que você vai fazer? Morrer de fome ou revisar o seu planejamento, ajustando esse valor?
Trazendo para a realidade do orçamento público: mesmo que o planejamento esteja “lindo” (mesmo que
a LOA esteja “linda”), com seus créditos orçamentários iniciais cuidadosamente dotados, pode ocorrer a
necessidade de realização de novas despesas que não foram computadas ou que foram insuficientemente
dotadas. Ainda podemos nos deparar com uma situação imprevisível e urgente, a exemplo de uma guerra ou
uma calamidade pública. Aí será necessário (ou possível) retificar o orçamento.
Portanto, os créditos orçamentários podem sofrer alterações e os mecanismos utilizados para fazê-lo são
os créditos adicionais. Por isso dizemos que os créditos adicionais são mecanismos retificadores do
orçamento. 😉
Seria impraticável se, durante sua execução, o orçamento não pudesse ser retificado, visando atender
a situações não previstas quando de sua elaboração ou, mesmo, viabilizar a execução de novas despesas,
que só se configuraram como necessárias durante a própria execução orçamentária. Há soluções para isso
e o mecanismo a ser invocado é o do crédito adicional.
“Professores, então, para que mesmo servem os créditos adicionais? Por que eles existem? Quais são suas
finalidades?” 🤔
Ora, os créditos adicionais servem para conferir flexibilidade ao orçamento (e ao gestor público) e
possibilitar o atendimento de novas despesas ou situações não previstas. Essas são suas finalidades! 😉
Boa pergunta! Primeiro, você deve lembrar que os créditos orçamentários podem ser iniciais ou
adicionais. Assim:
Iniciais
(ordinários)
Créditos
orçamentários
Adicionais
Muito bem! 😌
Os créditos adicionais são assim chamados, porque eles não vêm junto com a LOA, que é o caso dos
créditos orçamentários iniciais. Eles são adicionados posteriormente! Entendeu o nome agora? Créditos
adicionais! 😏
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Créditos adicionais
Vamos começar fazendo uma analogia.
Imagine que você fez o seguinte planejamento orçamentário:
• Supermercado = R$ 2.000,00
• Energia elétrica = R$ 1.000,00
• Mensalidade da academia = R$ 1.200,00
• Restaurantes = R$ 500,00
Você sabe que não existe “plano perfeito”, não é mesmo? Talvez só aquele do Michael Scofield que
conseguiu tirar o irmão dele da prisão (quem assistiu Prison Break aí? 😂). Na vida real, os planos falham, os
planos mudam. O seu orçamento, por exemplo, pode estar furado pelos seguintes motivos:
• Você planejou algo, mas na quantidade errada. Por exemplo: você não gasta só R$ 500,00 com
restaurantes. Na verdade, você gasta R$ 700,00; 🙄
• Você “esqueceu” ou não planejou algo. Por exemplo: você costuma gastar R$ 200,00 por mês em
salões de beleza, mas não colocou isso no planejamento. 🧐
Pode acontecer também de a execução do seu planejamento ser afetada por situações urgentes e
imprevisíveis.
Por exemplo: você se machucou no racha de futebol e não tem plano de saúde. Agora vai ter que pagar uma fisioterapia
particular... 😕
Veja, então, que você só vai perceber isso ao longo da execução do seu orçamento. Aqui você tem três
bons motivos para alterar o seu planejamento inicial. Em alguns casos, é até essencial e necessário que você o
faça!
Muito bem. Agora voltemos para o nosso querido orçamento público. 😄 Aqui a Administração Pública
também só vai descobrir a necessidade de retificar o orçamento durante a execução orçamentária, ou seja,
somente durante a fase de execução é que a Administração irá fazer uso dos créditos adicionais.
Elaboração
Discussão e
Controle
votação
Execução
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Ora, porque se a Administração quiser retificar o orçamento durante a elaboração, é só alterar a proposta
orçamentária que será entregue ao Legislativo. E se o orçamento tiver que ser retificado durante a fase de
discussão e votação, ele sofrerá emendas. Já na fase de controle, o orçamento já passou: não faz mais sentido
retificá-lo. ☺
Por exemplo: você está elaborando o seu orçamento. Durante a elaboração, você não gostou de alguma coisa. Você apaga
e faz de novo. Então você mostra o orçamento para seus pais (os donos do dinheiro) para que eles o discutirem e aprovem.
Eles não gostam de alguma coisa, fazem emendas e o devolvem para que você o execute. Durante a execução desse
orçamento (isso mesmo: no meio do caminho) é quando você percebe que precisa fazer alterações. É nessa fase que você
se utilizará de créditos adicionais. E depois que passar o período ao qual o orçamento se referia você já estará
controlando-o, avaliando-o. Não faz mais sentido alterá-lo.
E aqui no orçamento público também existem três motivos que justificam a sua retificação, a saber:
1. Um crédito orçamentário inicial está insuficientemente dotado, ou seja, ele foi planejado, mas
na quantidade errada;
2. Há uma despesa que precisa ser realizada, mas ela não está computada na LOA (e pelo princípio
da legalidade, a Administração Pública só pode realizar aquilo que está na lei, lembra?). Isso
significa que essa despesa não foi contemplada no planejamento; ou
3. Aconteceu um fato imprevisível e urgente.
Para cada uma dessas três situações (três motivos) existe um crédito adicional específico para resolver
o problema. 😏 Quer ver? Dá uma olhadinha na Lei 4.320/64:
Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente
dotadas na Lei de Orçamento.
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:
I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;
II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;
III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção
intestina ou calamidade pública.
Já vêm
Iniciais consignados na
LOA
Reforço de
Créditos Suplementares dotação já
Orçamentários existente
Despesas para as
quais não haja
Adicionais Especiais
dotação
orçamentária
Despesas
Extraordinários imprevisíveis e
urgentes
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“Mas isso é na Lei 4.320/64, professores! Como é que é isso no Estado do Rio de Janeiro?” 🤔
Vamos entender cada um deles? 😃 Responda escolhendo uma das opções abaixo:
Despesas públicas não computadas na lei de orçamento anual ou insuficientemente dotadas poderão ser autorizadas por
meio dos denominados créditos adicionais.
Comentários:
É isso mesmo! É para isso que os créditos adicionais servem! E a banca também só reformulou o artigo 40 da Lei 4.320/64,
veja só:
Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de
Orçamento.
Gabarito: Certo
Os créditos adicionais são autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na lei orçamentária.
Comentários:
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Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de
Orçamento.
Gabarito: Certo
A classificação dos créditos adicionais está prevista em quatro tipos: suplementares, especiais, extraordinários e
superavitários.
Comentários:
São espécies de créditos adicionais: suplementares, especiais e extraordinários. “Superavitários” não é uma classificação
de créditos adicionais.
Gabarito: Errado
Suplementares
A primeira espécie de crédito adicional que veremos são os créditos adicionais suplementares. Eles
servem para reforçar uma dotação orçamentária, ou seja, o crédito orçamentário já existe, mas ele está
insuficientemente dotado! Em outras palavras: caso o crédito orçamentário inicial tenha sido
insuficientemente dotado, poderão ser abertos créditos adicionais suplementares.
Essa é aquela situação em que você planejou a despesa, mas não no valor correto. Ou então, ao longo da
execução do orçamento, você percebeu que precisaria alocar mais recursos para aquela despesa. Por isso que
“em termos de gestão, o crédito suplementar reflete uma falha na programação, haja vista que o valor foi
insuficiente para atender à despesa2”. 😕
Por exemplo: você decide morar sozinho(a) e, no seu orçamento, você planejou gastar R$ 50,00, por mês, em compras no
supermercado. Chegando lá, você viu que não é bem assim! 😆 O buraco é mais embaixo! Você vai precisar desembolsar
uns R$ 300,00 de supermercado. Veja que esse crédito orçamentário (“supermercado”) já existe no seu orçamento, você
só precisa suplementá-lo, reforçar a sua dotação (aumentar de R$ 50,00 para R$ 300,00).
A LOA prevê o crédito orçamentário “Material de consumo” com dotação de R$ 70.000,00. Ao longo do ano, percebeu-se
que essa quantia não seria suficiente e que, na verdade, a Administração Pública necessitará de R$ 100.000,00. Serão
necessários, então, R$ 30.000,00 para suplementar (reforçar) essa dotação.
Note que os créditos suplementares irão suplementar (😏) uma dotação. Isso mesmo: suplementar!
Suplementar significa suprir o que falta, ampliar, completar. Como um “suplemento de academia”, os créditos
suplementares fazem os créditos orçamentários iniciais crescerem, ficarem maiores (ficar grande, pô!) 😂
2
PALUDO, Augustinho. Orçamento público, AFO e LRF, 5ª edição, editora Método, 2015.
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Antes: Wolverine crédito inicial. Depois: Wolverine depois de receber créditos suplementares.
Depois que um crédito orçamentário inicial recebe créditos suplementares, ele tem a sua dotação
atualizada. Essa, por sinal, é uma das colunas do Balanço Orçamentário (um das Demonstrações Contábeis
Aplicadas ao Setor Público).
Note que “Pessoas e Encargos Sociais” (um agrupamento de despesas) aumentou. É bem possível que
um ou mais créditos orçamentários que estão dentro desse grupo tenham recebido créditos suplementares.
Beleza! 😄
Agora que você sabe a finalidade dos créditos suplementares, vamos lhe apresentar a uma característica
muito importante deles! E quando dissemos “importante” queremos dizer: despenca em prova! 😳
Então, você lembra que a Lei Orçamentária Anual (LOA) não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita e à fixação da despesa?
“Princípio da exclusividade!” 😇
Muito bem! Agora vamos ver se você está fera mesmo: você lembra das exceções ao princípio da
exclusividade? 🧐
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Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos
termos da lei.
Portanto, são exceções ao princípio da exclusividade, isto é, além da previsão de receitas e fixação de
despesas, também poderão estar na LOA:
Percebeu? 😏
A primeira exceção é justamente a autorização para abertura de créditos suplementares (CF/88, art.
165, § 8º). Atenção: a exceção é somente para créditos suplementares! A autorização para abertura de créditos
suplementares pode vir junto com a LOA. A autorização para abertura de créditos especiais e extraordinários
não! Veja que a Lei 4.320/64 também fala somente em créditos suplementares (se créditos especiais e
extraordinários fossem permitidos, a lei também os mencionaria):
I - Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as disposições do artigo 43;
Várias questões vão dizer que “a autorização para abertura de créditos especiais e extraordinários
poderá constar na LOA”. Isso está errado! Outras questões vão dizer que “a autorização para abertura de
créditos adicionais poderá constar na LOA”. E isso também está errado! Créditos adicionais é gênero, do qual
são espécies: créditos suplementares, créditos especiais e créditos extraordinários. A exceção não é para todas
as espécies de créditos adicionais. É somente para os créditos suplementares. Quando a questão fala em “a
autorização para abertura de créditos adicionais”, ela está incluindo os créditos especiais e extraordinários, e
eles não poderão constar na LOA, não é mesmo? 😉
Por exemplo: a mensalidade da sua academia é R$ 200,00. Seu plano termina em julho e existe a possibilidade desse preço
ser reajustado para R$ 300,00. No orçamento anual, você criará o crédito orçamentário “academia” com dotação de R$
2.400,00 (12 meses x R$ 200,00), mas poderá deixar já autorizado um crédito suplementar de R$ 600,00 (R$ 300,00 – R$
200,00 = R$ 100,00. Durante 6 meses: julho a dezembro).
“E por que isso, professores? Por que os créditos adicionais suplementares, e só os suplementares, podem
ter autorização contida no próprio texto da LOA?” 🤔
Economia processual! 😃
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Essa “autorização prévia” é uma forma de obter economia processual, porque não há necessidade de
serem autorizados novamente pelo Congresso Nacional, porque o objeto a que se destinam já foi analisado e
aprovado na LOA, agora apenas complementa-se o que se mostrou insuficiente3.
A autorização para abertura de créditos especiais não pode vir na LOA simplesmente porque eles são
destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. Não faz sentido! Pense bem:
se a Administração não previu, na LOA, gastos com manutenção de ar condicionados, faz sentido ela colocar
uma autorização para abertura de crédito especial para realizar essa despesa? 🤨
E os créditos extraordinários também não podem vir na LOA porque a sua abertura somente será
admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes. 😌
Fique atento
A autorização para abertura de créditos suplementares pode vir junto com a LOA.
Isso é o que mais cai em prova, mas precisamos saber um pouco mais sobre os créditos suplementares
para garantir aqueles pontos fáceis na prova. 😉 Vamos lá!
Vamos responder: não. Não é tão fácil. Não é só dar uma “canetada” e pronto. Imagina se fosse assim: o
orçamento público é todo cuidadosamente planejado, discutido e aprovado pelo povo. Aí vem a Administração
Pública e com algumas “canetadas” reconfigura todo o orçamento inicial. De que adiantou o povo aprovar o
orçamento? De nada! 😕
É por isso que para abrir créditos adicionais suplementares (e especiais também) é preciso ter
autorização legislativa! É preciso ter uma lei! Também é necessário indicar de onde vem o dinheiro para pagar
por essas despesas, ou seja, é necessário indicar a fonte dos recursos. Isso é meio óbvio: se a Administração
Pública quer (ou precisa) gastar mais, ela precisa de autorização do dono do dinheiro (o povo) e precisa dizer
onde conseguirá recursos para arcar com esses gastos, já que dinheiro não nasce em árvore, não é mesmo? 😅
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação
dos recursos correspondentes;
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
3
PALUDO, Augustinho. Orçamento público, AFO e LRF, 5ª edição, editora Método, 2015.
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Sim! Depois de autorizados por uma lei, os créditos suplementares e especiais são abertos por decreto
executivo. Perceba: primeiro é necessário que haja essa lei autorizativa, depois é que o crédito por ser aberto
por decreto. Ora, se o crédito orçamentário inicial é aprovado por lei, a sua mudança também tem que ser por
meio de lei, não é? Princípio da legalidade... 😌
Autorização Lei
Créditos
suplementares
e especiais
Decreto
Abertura
executivo
Agora tem um detalhe: os créditos suplementares podem ser autorizados na própria LOA, mas estão
vinculados aos limites fixados na forma de percentual (isso porque o artigo 7º da Lei 4.320/64 diz que a LOA
poderá conter autorização ao Executivo para abrir créditos suplementares até determinada importância).
Quer ver um exemplo de uma LOA de verdade? Esta é a LOA de um município brasileiro:
Artigo 7º - Para a execução do Orçamento de que trata a Lei, fica o Poder Executivo autorizado a:
I - Abrir Créditos Suplementares, mediante a utilização dos recursos adiante indicados, até o limite
correspondente a 50,00 %, do total da Despesa Fixada nesta Lei, com as seguintes finalidades:
a) Atender insuficiência nas dotações orçamentárias, utilizando como fonte de recursos, as
disponibilidades caracterizadas no parágrafo 1º, do Artigo 43, da Lei Federal nº 4,320, de 17 de março de
1964.
Ok, mas e se esses 50 % de créditos suplementares não forem suficientes? E se a Administração precisasse
de ainda mais? 🤔 Afinal (CF/88):
Aí teremos que fazer uma lei específica! Princípio da legalidade, de novo... 😌 Em outras palavras: após
esgotado o limite de créditos suplementares autorizados na própria LOA, a autorização deles dar-se-á por meio
de lei específica. 😉
Então, você já sabe que os créditos suplementares podem ser autorizados de duas formas:
• na própria LOA; ou
• por meio de lei específica.
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Muito bem! Agora lá vai: se a autorização estiver contida na LOA, a abertura ocorrerá por decreto do
Poder Executivo. Porém, se a autorização decorrer de lei específica, o documento de abertura decorre da
própria publicação da lei, isto é, consideram-se abertos com a publicação da lei, dispensando a emissão do
decreto. 🤨
“Mas, professores, se eu vou abrir um crédito adicional, eu preciso ter recursos disponíveis, não é?” 🤔
Depende de qual crédito adicional nós estamos falando. Leia novamente o artigo 43 da Lei 4.320/64: a
abertura dos créditos suplementares e especiais (só desses dois) depende da existência de recursos
disponíveis. Isso significa que a abertura de créditos extraordinários (outra espécie de crédito adicional) não
depende da existência de recursos disponíveis, ou seja, a Administração não precisa ter dinheiro disponível
agora (nesse momento) para abrir créditos extraordinários, afinal estamos diante de despesas imprevisíveis e
urgentes. Primeiro resolvemos a urgência e depois nos preocupamos em conseguir os recursos.
E já que faremos prova no Estado do Rio de Janeiro, é interessante observar a legislação local também
(Lei estadual 287/79):
Art. 118 – A abertura de créditos suplementares e especiais far-se-á por decreto executivo e depende de
autorização legislativa e da existência de recursos disponíveis para ocorrer à despesa.
Pronto! Agora quando estiver tudo ok para abrir o crédito adicional (Lei 4.320/64):
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Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação da
despesa, até onde for possível.
“Importância” é o valor (em R$) do crédito adicional, afinal é vedada a concessão ou utilização de créditos
ilimitados (CF/88, art. 167, VII; Lei estadual 287/79, art. 119). “Espécie” é dizer se o crédito adicional é
suplementar, especial ou extraordinário. E “classificação da despesa” é basicamente organizar a despesa no
orçamento, informando qual é o objeto do gasto, quem realizará a despesa, se é uma despesa corrente ou de
capital, etc.
Vigência
Antes de mais nada, vamos ver o que diz a Lei 4.320/64 sobre vigência dos créditos adicionais:
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos,
salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.
Por exemplo: um crédito adicional aberto em 2020, em regra, terá vigência até o término desse exercício (31/12/2020).
Porém, e agora vem a exceção, se houver uma disposição legal expressa em contrário (e essa disposição
existe), os créditos especiais e extraordinários poderão não ter vigência adstrita ao exercício financeiro em
que foram abertos, ou seja, a vigência dessas espécies de créditos adicionais pode ir além daquele exercício.
Assim, créditos especiais e extraordinários abertos em 2020, poderão ter vigência até o término de 2021 (mais
detalhes sobre isso daqui a pouco!).
Beleza! Então onde se encaixam os créditos suplementares?
Por isso, os créditos suplementares terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem
abertos. Eles possuem vigência exclusivamente dentro do exercício financeiro em que são abertos. Eles são
válidos somente até 31 de dezembro do exercício em que foram abertos.
Por exemplo: um crédito suplementar aberto em 2020 terá vigência até o término desse exercício (31/12/2020). Mesmo
que ele tinha sido aberto no dia 30/12/2020, sua vigência não passará para o próximo exercício financeiro.
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Por exemplo: a dotação orçamentária que antes era de R$ 50.000,00 agora se transforma em uma dotação orçamentária
de R$ 100.000,00.
Agora pense conosco: se, pelo princípio da anualidade, o orçamento público é elaborado e aprovado
para um determinado exercício financeiro e os créditos suplementares se incorporam às dotações deste
orçamento, como seria possível um crédito suplementar ter vigência em dois exercícios financeiros diferentes?
Resposta: não é possível!
Resumindo
Os créditos suplementares terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos
Indicação de
Crédito Autorização
Finalidade Abertura fonte dos Vigência
adicional legislativa
recursos
Por decreto do
Executivo
Sim Sim
Reforço de ou Adstrita ao
dotação Pode vir na Depende da exercício
própria LOA Por lei existência de
Suplementar orçamentária já financeiro em
(exceção ao específica recursos
prevista no que forem
princípio da (após esgotado disponíveis e
orçamento abertos
exclusividade) o limite já justificativa
autorizado na
LOA)
O crédito suplementar é um tipo de crédito adicional destinado a despesas para as quais não haja dotação orçamentária
específica.
Comentários:
Avisamos que a banca iria tentar confundir os tipos de créditos adicionais (suplementares, especiais e extraordinários),
trocando nomes e características, não foi?
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Aqui, se substituíssemos a palavra “suplementar” por “especial”, a questão ficaria correta. O crédito especial que é um
tipo de crédito adicional destinado a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. O crédito
suplementar é destinado a reforço de dotação orçamentária.
Gabarito: Errado
A autorização para a abertura de créditos suplementares e a contratação de crédito, ainda que por antecipação de receitas,
não pode ser realizada por meio da lei orçamentária anual.
Comentários:
Como assim “não pode”? Claro que pode! Nós vimos isso. Essas são justamente as exceções ao princípio da exclusividade.
CF/88, Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Repare que autorização é para a abertura de créditos suplementares (e não para créditos especiais e extraordinários).
Gabarito: Errado
Determinado ente público pretende abrir crédito adicional para reforçar o saldo da dotação orçamentária destinada a
aquisição de computadores. Segundo a Lei Federal n° 4.320/1964, o crédito adicional a ser aberto é classificado como
A) especial.
B) suplementar.
C) extraordinário.
D) extraorçamentário.
E) capital.
Comentários:
Gabarito: B
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Especiais
O nosso segundo tipo de créditos adicionais são os créditos especiais. Os créditos especiais são
destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica, ou seja, eles se referem a
despesas novas não contempladas na LOA.
Esse é o segundo motivo pelo qual o seu orçamento pode estar furado! 😅 Essa é a situação em que você
“esqueceu” ou não planejou algo. Ao longo da execução do orçamento é que você percebe a necessidade de
realizar uma despesa para a qual você não tinha se planejado. Por isso que, em termos de gestão, o crédito
especial é considerado uma falha de planejamento, porque a despesa sequer foi prevista. 😕
Orçamento
Por exemplo: no começo do ano você elaborou o seu orçamento. Como você estuda e trabalha muito, não reservou nada
para gastos com academia, em outras palavras, para o crédito orçamentário “academia”. Lá pelo meio do ano, você
percebe a importância de fazer exercícios físicos e se matricula em um Cross Fit, tendo que desembolsar R$ 250,00 mensais
para pagar a mensalidade 😄. Essa despesa não estava prevista no seu orçamento (não tinha dotação orçamentária
específica), e agora ela precisa estar lá! O que fazer? Como retificar o orçamento nesse caso? Créditos especiais!
O orçamento não previa a aquisição de equipamentos de ar condicionado para as repartições públicas. Acontece que o
verão, naquele ano, foi terrível. ☀ Temperaturas recordes! 🌡 Aquecimento global, sabe como é... 😅
Os servidores estavam “derretendo” como se fossem sorvetes e isso estava prejudicando, em última instância, a qualidade
do serviço prestado à sociedade. Portanto, decidiu-se que os equipamentos seriam comprados e, para inserir essa despesa
no orçamento, foram abertos créditos especiais.
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Se você prestou atenção na explicação dos créditos suplementares, percebeu que alguns dos artigos que
colocamos lá também se referem aos créditos especiais. Por isso, vamos reiterar (Lei 4.320/64):
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
Vale lembrar que os créditos especiais não podem ser autorizados diretamente na Lei Orçamentária
Anual (LOA). Essa é uma característica dos créditos suplementares. Os créditos especiais são aprovados por
meio de lei específica e abertos por meio de decreto do Poder Executivo. Porém, na União, por conta de um
dispositivo que vem sendo anualmente inserido na LDO, a abertura ocorre com a publicação da própria lei
específica. Observação: se esse dispositivo estiver na LDO do Estado ou do Município, então essa regra
também valerá para ele. 🧐
Autorizados por
Estados e
lei e abertos por
Municípios*
decreto
Créditos
especiais Abertos com a
publicação da lei
União
(decreto é
dispensado)
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos
disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
Para a abertura de créditos suplementares e especiais é preciso ter recursos disponíveis, indicando a sua
fonte, e também é preciso oferecer uma justificativa. A abertura de créditos extraordinários, por sua vez, não
depende da existência de recursos disponíveis.
Vigência
Essa certamente é a parte mais interessante dos créditos especiais (e dos extraordinários também), por
isso que ela despenca em prova! 😳
Vamos começar observando, novamente, o artigo que fala sobre a vigência dos créditos adicionais,
presente na Lei 4.320/64:
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos,
salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.
Então, normalmente, os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem
abertos, mas, se houver uma disposição legal expressa em contrário (e essa disposição existe), os créditos
especiais e extraordinários poderão não ter vigência adstrita ao exercício financeiro em que foram abertos. 🤔
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Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.
Traduzindo: os créditos adicionais especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do
exercício podem ser reabertos no exercício seguinte nos limites de seus saldos e viger até o término desse
exercício financeiro.
Por exemplo: em outubro de 2018, foi aberto um crédito especial no valor de R$ 100.000,00, mas até o final de 2018
utilizou-se somente R$ 30.000,00 de sua dotação. Se for preciso, é possível reabrir esses mesmos créditos especiais em
janeiro de 2019 e usá-los até o final de 2019, mas somente nos limites de seus saldos, ou seja, somente R$ 70.000,00.
Perceba que o crédito acabou vigendo por mais 12 meses e ele não ficou limitado àquele exercício financeiro,
configurando-se uma exceção ao princípio da anualidade (ou periodicidade). Esse crédito especial será incorporado ao
orçamento do exercício financeiro de 2019.
Esquematizando:
Créditos ordinários
Créditos suplementares
Créditos especiais
Créditos extraordinários
setembro-18
Créditos especiais (últimos quatro meses)
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Vamos explorar ainda mais essa característica, voltando ao exemplo dado no início da explicação:
O orçamento não previa a aquisição de equipamentos de ar condicionado para as repartições públicas. Ok. Por isso a
Administração decidiu abrir créditos especiais no valor de R$ 50.000,00.
Se o ato de autorização de abertura for promulgado entre 1º de janeiro e 31 de agosto de 2019: os créditos especiais não
poderão ser reabertos no exercício subsequente (em 2020). Não importa se os R$ 50.000,00 não foram completamente
utilizados.
Porém, se o ato de autorização de abertura for promulgado entre 1º de setembro e 31 de dezembro 2019: os créditos
especiais poderão sim ser reabertos no exercício subsequente (2020). Digamos que a Administração só conseguiu comprar
alguns equipamentos, no valor de R$ 20.000,00. Muitas repartições públicas ainda estão sem ar condicionado. É possível
reabrir esses créditos especiais no exercício financeiro subsequente, mas somente nos limites de seus saldos, ou seja, R$
30.000,00. Nesse caso, esses créditos irão se incorporar àquele orçamento (2020), vigendo até 31 de dezembro de 2020.
Um ponto que merece atenção: a data que vale para a reabertura é a da promulgação (perceba que nós
até a marcamos no exemplo). Portanto, um crédito especial autorizado em 30 de agosto e promulgado em 2
de setembro pode ser reaberto do exercício financeiro subsequente? 🤔
Ah! Você lembra que os créditos especiais são autorizados por lei e abertos por meio de decreto do
Poder Executivo? 🧐 Pois é... já na reabertura, nós temos o seguinte:
Indicação de
Crédito Autorização
Finalidade Abertura fonte dos Vigência
adicional legislativa
recursos
Vigência no exercício
financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato
Sim de autorização for
Por decreto
Despesas para promulgado nos últimos
Sim do Executivo Depende da
as quais não quatro meses daquele
(reabertura existência de
Especial haja dotação Lei exercício, caso em que,
nos demais recursos
orçamentária específica reabertos nos limites de
Poderes: por disponíveis e
específica seus saldos, serão
ato próprio) justificativa incorporados ao orçamento
do exercício financeiro
subsequente (exceção ao
princípio da anualidade)
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Nas normas do Direito Financeiro, os créditos destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária
específica são chamados de:
A) extemporâneos;
B) tributários;
C) especiais;
D) fiscais;
E) extraordinários.
Comentários:
II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;
III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade
pública.
Gabarito: C
Créditos especiais são aqueles destinados a despesas urgentes e imprevistas, como nos casos de calamidade pública.
Comentários:
Opa! Créditos especiais são aqueles destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. Os
créditos extraordinários que são destinados a despesas urgentes e imprevistas. Veja que a banca só trocou a espécie de
crédito adicional. Em vez da palavra “extraordinários”, ela trouxe “especiais”. As bancas gostam de confundir essas duas
espécies, principalmente porque ambos começam com a letra “e” e o início da pronúncia é parecido.
Gabarito: Errado
O crédito especial é um crédito adicional destinado a despesas urgentes e imprevistas, como uma guerra ou uma
calamidade pública.
Comentários:
Olha o troca-troca, de novo! 😅 O crédito extraordinário é que é um crédito adicional destinado a despesas urgentes e
imprevistas, como uma guerra ou uma calamidade pública.
Gabarito: Errado
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A vigência de todas as modalidades de créditos adicionais é restrita ao exercício financeiro em que foram abertas, sem
possibilidade de reabertura de seu saldo em exercício seguinte.
Comentários:
Se estivéssemos falando só dos créditos suplementares, beleza! 😊 Porém estamos falando de todos os créditos adicionais,
neles incluídos os créditos especiais e extraordinários. Estes podem sim ser reabertos no exercício seguinte, desde que
tenham sido abertos nos últimos quatro meses do exercício financeiro atual.
Gabarito: Errado
Extraordinários
Nossa última espécie de crédito adicional são os créditos extraordinários. Primeira informação muito
importante sobre os créditos extraordinários: não os confunda com os créditos especiais! As bancas adoram
confundir essas duas espécies! 😅
Fique atento
Não confunda créditos especiais e créditos extraordinários
Por exemplo: aconteceu um desastre. Fortes ventos e chuvas causaram enchentes, deixando milhares de pessoas
desabrigadas e em risco de vida. É uma calamidade pública. Estamos diante de despesas imprevisíveis e urgentes. Nesse
caso, poderão ser abertos créditos extraordinários, e eles podem tanto reforçar uma dotação já existente (como se fosse
um crédito suplementar) ou criar novas dotações (como se fosse um crédito especial), porque a imprevisibilidade é isso:
você não sabe do que irá precisar...
Na verdade (CF/88):
Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.
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“Professores, quer dizer então que eu só posso abrir créditos extraordinários em caso de guerra, comoção
interna ou calamidade pública? Somente nesses casos?” 🤔
Excelente pergunta! 😄
Repare no texto constitucional: “despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de...”. Essa
simples palavra nos mostra que a Constituição Federal, na verdade, citou exemplos de situações em que os
créditos extraordinários podem ser abertos. Trata-se de um rol exemplificativo (e não taxativo). Portanto, é
possível abrir créditos extraordinários em casos que não sejam de guerra, comoção interna ou calamidade
pública, desde que se tratem de despesas imprevisíveis e urgentes. Entendeu? 😉
“Sim, professores, mas quem vai dizer o que se classifica como uma despesa imprevisível e urgente? Pois o
que impede a Administração Pública de abrir créditos extraordinários para comprar os salgadinhos para festinha
de fim de ano dos servidores? Ou para fazer publicidade? Ou conserto de vias públicas? Pra mim essas despesas
parecem previsíveis...” 🧐
Pois é. Essa utilização caracteriza desvio de finalidade em relação à norma, e disfarça falhas ou falta de
planejamento. É, ainda, inconstitucional, pois a norma violada decorre da própria Constituição Federal de
19884.
Então respondendo à sua pergunta: quem vai dizer o que se classifica como uma despesa imprevisível e
urgente é o STF. Por sinal, ocorreu um caso bem interessante em 2016: a Presidente da República à época,
Dilma Rousseff, editou a Medida Provisória 772/16, abrindo créditos extraordinários no valor de 180 milhões de
reais, sendo 100 milhões para publicidade e propaganda para os jogos olímpicos. Acontece que essa MP foi
ataca por pela Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) 5513, e, em decisão monocrática o Ministro Gilmar
Mendes, entendeu que a MP não atende aos requisitos formais exigidos pela CF/88. Segundo o ministro:
“Nada está a indicar que essas sejam, de fato, despesas imprevisíveis e urgentes. São despesas ordinárias.
Certamente, não se pode dizer que os gastos com publicidade, por mais importantes que possam parecer
ao Governo no quadro atual, sejam equiparáveis às despesas decorrentes de guerra, comoção interna
ou calamidade pública, que compõem o parâmetro estabelecido no artigo 167, parágrafo 3º, da
Constituição.”
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias,
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
4
PALUDO, Augustinho. Orçamento público, AFO e LRF, 5ª edição, editora Método, 2015.
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Repare que os requisitos exigidos para abertura de créditos extraordinários (imprevisibilidade e urgência)
são diferentes daqueles exigidos para edição de Medida Provisória (relevância e urgência). Ressalte-se que a
relevância está muito mais sujeita à discricionariedade do gestor público. Basta ele dizer que algo é relevante e
pronto. Já a imprevisibilidade não. 😄
Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.”
Percebeu a marcação? 😏
O artigo 62 da Constituição Federal versa sobre Medidas Provisórias. Isso significa que, no âmbito
federal, os créditos extraordinários são autorizados e abertos por Medida Provisória. Nos entes que possuam
esse instrumento jurídico, os créditos extraordinários também serão abertos por Medida Provisória. E nos
demais entes, os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo.
Lembre-se que estamos diante de despesas imprevisíveis, urgentes, inadiáveis: não há tempo para se
elaborar, discutir, aprovar e publicar uma lei! Aqui está presente o periculum in mora (perigo da demora).
Afinal, de que adianta resgatar vítimas de uma tragédia duas semanas depois do ocorrido? O resgate tem que ser imediato!
É tanto que os créditos extraordinários independem de autorização legislativa e não precisam indicar
a fonte dos recursos na ocasião da abertura, ou seja, a indicação da fonte de recursos aqui é facultativa! Só
depois é que essa fonte será indicada. Isso mesmo: primeiro resolvemos a urgência e depois nos preocupamos
em conseguir os recursos e a autorização legislativa.
Assim, a autoridade pública que abrir créditos extraordinários sem autorização do Poder Legislativo e
sem recursos disponíveis está sim agindo em conformidade com a lei, desde que sejam destinados a despesas
urgentes e imprevisíveis. 😄
Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dará
imediato conhecimento ao Poder Legislativo.
União e entes
que possuam Abertos por MP
MP
Créditos
extraordinários
Abertos por
Demais entes
decreto
Ressalte-se que abertura de créditos extraordinários se dará mediante a publicação da medida provisória
ou do decreto no Diário Oficial (é a publicação que conta), e não é necessário nenhum outro ato
complementar.
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“Tá certo, tá certo. Já entendi que créditos extraordinários são autorizados e abertos por Medida Provisória
(nos entes que a possuem). Inclusive, eles são os únicos créditos adicionais que são abertos assim. Mas eu lembro
de ter visto lá em Direito Constitucional que as Medidas Provisórias não podem versar sobre matéria
orçamentária. E agora, professores?” 🤔
E agora nós vamos ler com atenção o dispositivo constitucional que você mencionou:
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias,
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
É justamente a abertura de créditos extraordinários! O art. 167, § 3º, é aquele que já vimos várias vezes
(e veremos novamente agora): 😂
Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.”
Vigência
Nesse tópico, cabem as mesmas observações que fizemos a respeito dos créditos especiais. Lembre-se
do disposto na CF/88:
Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.
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Resumindo:
Indicação
Crédito Autorização de fonte
Finalidade Abertura Vigência
adicional legislativa dos
recursos
Vigência no exercício
financeiro em que
forem autorizados,
Medida salvo se o ato de
Provisória autorização for
Somente para
(ou decreto promulgado nos
atender a
do Executivo últimos quatro meses
despesas
Extraordinário Não nos entes Não daquele exercício, caso
imprevisíveis e
que não em que, reabertos nos
urgentes (rol
possuírem limites de seus saldos,
exemplificativo)
Medida serão incorporados ao
Provisória) orçamento do exercício
financeiro subsequente
(exceção ao princípio
da anualidade)
Os créditos extraordinários podem ser abertos ainda que não haja dotações orçamentárias disponíveis para a realização
da despesa.
Comentários:
Sim! Os créditos extraordinários são abertos para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de
guerra, comoção interna ou calamidade pública. Por isso, eles podem ser abertos ainda que não haja dotações
orçamentárias disponíveis, ou seja, a indicação da fonte de recursos aqui é facultativa!
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos
correspondentes;
Repare que a vedação diz respeito somente aos créditos suplementares e especiais, indicando que é permitida a abertura
de créditos extraordinários sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes.
Gabarito: Certo
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Em relação aos créditos adicionais prorrogáveis quando abertos nos últimos quatro meses do exercício, é correto afirmar
que podem ser especiais e extraordinários, com validade até o final do exercício subsequente.
Comentários:
Exatamente! Os créditos especiais e extraordinários são os dois créditos adicionais que podem ser reabertos (os créditos
suplementares não podem).
Os créditos especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do exercício são prorrogáveis: eles poderão
ser reabertos, caso em que eles serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente (CF/88, art. 167, §
3º). Por isso eles terão validade até o final do exercício subsequente. A questão está toda correta.
Gabarito: Certo
Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus
saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
Comentários:
Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo
se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de
seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
Gabarito: Certo
Age em conformidade com os dispositivos legais a autoridade pública que abre créditos extraordinários, sem a autorização
do legislativo, em casos de calamidade pública.
Comentários:
É isso mesmo! A autoridade pública está agindo em conformidade os dispositivos legais, porque os créditos
extraordinários são destinados a despesas imprevisíveis e urgentes (como em casos de calamidade pública) e
independem de autorização legislativa (esta é obrigatória somente para créditos suplementares e especiais).
Gabarito: Certo
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• Alterações qualitativas;
• Alterações quantitativas.
Esse assunto é tranquilo, basta entender os conceitos. Vejamos:
Qualitativas
Alterações qualitativas ocorrem quando alteramos a qualidade, o conteúdo, do orçamento. Ocorrem nos
casos de abertura de créditos especiais ou extraordinários, em que há necessidade de criação de um novo
programa de trabalho.
Essas alterações implicam a criação de uma nova ação com todos os seus atributos, ou no
desdobramento de uma ação existente em novo subtítulo.
É como se isto acontecesse no orçamento:
Ação 2 Ação 3
Quantitativas
Alterações quantitativas ocorrem quando alteramos a quantidade (numérica) do orçamento, ou seja,
vamos somente modificar o total de crédito constante na Lei Orçamentária Anual (LOA), acrescentar um valor
a algo já existente. Logo, as alterações são feitas por meio de créditos suplementares.
Por exemplo: a dotação de um crédito orçamentário era R$ 100.000,00 e depois de receber um crédito suplementar passou
para R$ 150.000,00. Viu como o total mudou? Nenhum programa de trabalho novo foi criado. Somente alteramos a
dotação de um crédito orçamentário. Somente fizemos uma alteração quantitativa.
Portanto, quando necessárias, as alterações quantitativas viabilizam a realização anual dos programas,
mediante a alocação de recursos para as ações orçamentárias.
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Especiais
Qualitativas
Extraordinários
Alterações
orçamentárias
Quantitativas Suplementares
Você já comeu manteiga QUALI? Pense numa manteiga boa! 😃 Ela é especial! Na verdade, ela é extra
especial!
QUALI
Caso seja necessário modificar os atributos de determinado crédito orçamentário, a modificação deverá ser feita por meio
de créditos suplementares, créditos especiais ou créditos extraordinários.
Comentários:
Não. Caso seja necessário modificar os atributos de determinado crédito orçamentário, a modificação deverá ser feita por
meio de créditos especiais ou créditos extraordinários, apenas. E não por meio de créditos suplementares, pois estes não
modificam os atributos, somente alteram a dotação (R$) do crédito orçamentário.
Gabarito: Errado
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Bom, como você já deve ter percebido, dinheiro não aparece magicamente na sua frente sempre que você
deseja. 😅 Então...
Digamos que você fez o seu orçamento anual, planejando arrecadar R$ 120.000,00 e gastar a mesma
quantia. Acontece que no meio da execução do orçamento, você se deparou com uma falha de programação,
uma falha de planejamento ou com despesas urgentes e imprevisíveis. Agora você já sabe: tem que abrir
créditos adicionais! 😃
Beleza! Mas de onde você vai tirar esse dinheiro? 🤨 Todos os seus recursos já estão alocados, já tem
destino! Em outras palavras: qual será a sua fonte para abertura de créditos adicionais? 🤔
“Ah, professores! Eu posso anular uma despesa: aquela saidinha do final de semana. Assim eu libero um
pouco dos recursos!”
“Ah! Eu também posso ver se sobrou alguma coisa do orçamento do ano passado e usar no orçamento desse
ano!”
Isso mesmo! 🤩
Entendeu agora? Os recursos necessários para a abertura de créditos adicionais sempre vêm de algum
lugar, de alguma fonte. Se você quiser abrir créditos adicionais, você tem que indicar de onde vai tirar esse
dinheiro, tem que indicar a fonte (a origem) desses recursos. Ressalte-se que os créditos extraordinários não
precisam indicar a fonte dos recursos na ocasião da abertura, mas, no final das contas, todos os créditos
adicionais precisarão de recursos para pagar as despesas.
Muito bem. E para a Administração Pública é a mesma coisa: ela também não consegue fazer o dinheiro
aparecer magicamente. Ela tem que obter recursos de alguma fonte!
“Que legal, professores! Então, assim como eu, a Administração Pública também pode cortar algumas
despesas supérfluas, usar o que sobrou do ano passado e fazer empréstimos?” 🤔
“Tá. Então quais são, exatamente, as fontes de recursos para abertura de créditos adicionais?”
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Ok. Vamos começar a responder a sua pergunta com um dispositivo da Lei 4.320/64:
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis
para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:
Art. 91. Sob a denominação de Reserva de Contingência, o orçamento anual poderá conter dotação global
não especificamente destinada a determinado órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria
econômica, cujos recursos serão utilizados para abertura de créditos adicionais.
Art. 166, § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
§ 2º - Consideram-se recursos disponíveis para os fins deste artigo, desde que não comprometidos:
6 – Os recebidos com destinação específica e que não tenham sido previstos na Lei de Orçamento, ou
a tenham sido de forma insuficiente.
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Perceba que essa fonte para abertura de créditos adicionais prevista no número 6 é um pouco diferente
da legislação federal. 🙄
Lei 4.320/64
Operações de crédito
Superávit Financeiro
Outras
Quando marcamos assim, você já sabe que vem coisa boa por aí, não é? 😅
Para quem não sabe, eu tenho “Filho” no meu nome. Sérgio Machado Filho. Minha família simplesmente de chama de
Sérgio Filho. Às vezes, para encurtar, minhas irmãs me chamam de SF.
Eu sou um cara único, certo? Eu sou um cara RARO (assim como você também é, claro 😉).
Ou simplesmente:
SF É RARO
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É • Excesso de arrecadação
R • Reserva de Contingência
A • Anulação de dotação
O • Operações de crédito
É! 😅 Esse era o mnemônico que eu usava, porque bom é assim: quanto mais criativo, louco e pessoal o
mnemônico, melhor ele é! Portanto, na hora da prova, lembre-se do seu professor, lembre-se que ele é raro! 😂
Ou você pode pensar em um Salão de Festas bem raro!
Há vários outros mnemônicos por aí. Vamos lista-los aqui e você escolhe o que mais gostar, ok?
ROSERA
SE ORAR, passa 🙏
Excesso de ar e Onda parada Anulam o Restante do dia do Surfista na bela da praia do Recife
Nesse caso:
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Pronto! Agora é só escolher um e correr para o abraço. Ou então você pode criar um! 😄
Só com isso você já resolve boa parte das questões, porém algumas vão explorar os detalhes de cada uma
das fontes. Portanto, vamos comentar cada uma delas a seguir.
Art. 43, § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo
financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de
credito a eles vinculadas.
SF = AF – PF
E o Ativo Financeiro e o Passivo Financeiro são encontrados no Balanço Patrimonial (que demonstra o
patrimônio, os ativos, os passivos...). O Balanço Financeiro evidencia as receitas e despesas orçamentárias,
bem como os ingressos e dispêndios extraorçamentários. Não há nada de ativo ou passivo financeiro aqui! 🧐
Fique atento
Superávit Financeiro é apurado no balanço patrimonial (não no balanço financeiro)
É simples:
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Agora repare que o dispositivo legal também nos informa que no cálculo do Superávit Financeiro serão
conjugados, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos (reabertos) e as operações de credito a eles
vinculadas.
Os saldos dos créditos adicionais reabertos (CAR) devem ser subtraídos, porque esses recursos
pertencem ao exercício anterior. No orçamento atual, eles serão tratados como uma nova despesa. Uma nova
despesa que consome o saldo trazido do exercício anterior.
AF = 100
PF = 70
Acontece que, em outubro de 2018 (já nos últimos quatro meses do exercício), foram abertos créditos especiais no
valor de 50, mas somente 30 foram utilizados. Em 2019, esses créditos especiais foram reabertos no limite de seus
saldos, ou seja, no valor de 20 (50 – 30 = 20).
São novas despesas cujos recursos pertencem ao exercício anterior, então, na verdade, não teremos mais aquele SF
de 30, pois parte dele será consumida pelos créditos adicionais reabertos (CAR) no exercício subsequente (2019).
Atenção! ⚠ Subtraímos somente o saldo dos créditos adicionais reabertos, e não o total deles. No nosso
exemplo, veja que subtraímos somente 20 (e não 50).
E as operações de credito a eles vinculadas (OCV) devem ser somadas, porque esses recursos já estão no
superávit financeiro do exercício anterior. Ao subtrair todo o saldo dos créditos adicionais reabertos sem
somar de volta (estornar) as operações de crédito, estaríamos excluindo todas as operações de crédito do saldo
trazido do exercício anterior.
Confuso? Um exemplo vai facilitar:
Mesma situação do exemplo anterior: AF = 100, PF = 70, portanto SF 2018 = 30. Em 2019, foram reabertos créditos
adicionais pelo saldo de 20.
Só que, agora, dentro do saldo de 20 nós temos 5 de operações de crédito vinculadas a esses créditos adicionais.
Essas operações de crédito já foram recebidas no ano passado, foram para o Ativo Financeiro (AF = 100) e, portanto,
já foram consideradas naquele Superávit Financeiro de 30.
Agora veja o que acontece se subtrairmos todo o saldo de créditos adicionais reabertos, considerando que AF = 95
+ 5 (de operações de crédito) e saldo de créditos adicionais reabertos (CAR) = 15 + 5 (essas mesmas operações de
crédito):
Percebeu? +5 e -5 se anulam, e fica como se a operação de crédito nunca tivesse acontecido, mas ela aconteceu sim!
Em outras palavras: os 5 referentes a operações de créditos já estavam no SF e foram retirados. Agora nós temos
que colocá-los de volta. Como fazemos isso? Somando-os! 😃
No final, sua fórmula vai ficar assim (é isso que você vai levar para a prova):
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Exemplo:
AF = 100
PF = 80
Saldo = 100 – 80 = 20
Foram reabertos créditos especiais e extraordinários (claro, porque créditos suplementares não podem ser reabertos no
exercício subsequente) no valor de 12. Então:
Saldo = 20 – 12 = 8
Mas havia operações de credito vinculadas (OCV) a esses créditos no valor de 5. Portanto:
Saldo = 8 + 5 = 13
No final das contas, nós teremos: 100 – 80 – 12 + 5 = 13. Deu positivo? Então chamamos de Superávit Financeiro.
Art. 43, § 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das
diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda,
a tendência do exercício.
Aqui não tem muito segredo: excesso de arrecadação é arrecadar mais do que o previsto!
Isso será verificado lá no Balanço Orçamentário (BO), no qual iremos comparar as colunas de “Previsão
atualizada” e “Receitas Realizadas” (lembrando que receita realizada = receita arrecadada).
Tome como exemplo o BO da União de 2017:
“Beleza, professores. Agora me respondam essa: se eu arrecadei mais do que o previsto, eu posso usar esse
excesso de arrecadação como fonte para abertura de créditos adicionais. Ok. Mas e se eu não gastar tudo que eu
planejei gastar? Eu também estarei com dinheiro sobrando aí! Posso usar isso como fonte para abertura de
créditos adicionais?” 🧐
O nome disso que você descreveu é economia de despesa. Ela ocorre quando a despesa executada
(empenhada) é menor do que a despesa prevista (dotação atualizada).
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Por exemplo: a Administração estava autorizada a gastar R$ 100,00, mas só gastou R$ 80,00. Economia de despesa. 😉
E a economia de despesa não é uma fonte de abertura de créditos adicionais! Você a viu na nossa lista ou
nos nossos mnemônicos, por acaso? 😄
Novamente: no BO, só que agora na parte das despesas. Voltemos ao BO da União de 2017:
Perceba que tivermos economia de despesas nas despesas correntes e em Pessoal e Encargos Sociais.
Basta comparar as colunas de Dotação Atualizada (f) e Despesas Empenhadas (g). Na verdade, se o Saldo (j)
for positivo, já sabemos que houve uma economia de despesas.
Fique atento
A economia de despesas não é uma fonte de abertura de créditos adicionais
Art. 43, § 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-
se-a a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.
Exemplo:
No entanto, foram abertos, naquele exercício, créditos extraordinários no valor de 5. E também foram reabertos créditos
especiais autorizados no exercício anterior, com saldo de 3.
Aqui no excesso de arrecadação, deduzimos somente a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício:
Saldo = 20 – 5 = 15.
Nossa fonte para a abertura de créditos adicionais provenientes de excesso de arrecadação é de 15.
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Excesso de arrecadação ajust= Rec. Arrec. – Rec. Prevista – Créd. Extraordinários abertos
Fontes para
Ajustes
abertura
Subtrai (-) créditos adicionais reabertos (CAR) trazidos do ano anterior (somente
Superávit créditos especiais e extraordinários – últimos 4 meses)
Financeiro
Soma (+) operações de crédito vinculadas (OCV) a esses créditos transferidos
Excesso de
Subtrai (-) créditos extraordinários abertos no exercício
arrecadação
Anulação (parcial ou total) de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais. Essa é simples e é a mais
utilizada! Trata-se de anular uma dotação orçamentária (cortar despesas do orçamento) para liberar recursos e
permitir a abertura de créditos adicionais.
Por exemplo:
Existe um crédito orçamentário para realização de show de fim de ano com artistas renomado com dotação de R$
1.000.000,00.
No entanto, surge a necessidade de abertura de créditos adicionais no valor de R$ 300.000,00 para aquisição de
medicamentos.
Então a Administração Pública pensa: “bom, esse show não é tão importaaaante assim. Vamos cortar esses R$ 300.000,00
do show e usá-los para comprar os medicamentos!”
Brilhante!
Agora a dotação para o show é de R$ 700.000,00 e há R$ 300.000,00 disponíveis para a aquisição de medicamentos.
Repare que, no exemplo acima, ocorreu uma anulação parcial, isto é, somente parte da dotação
orçamentária foi anulada (R$ 300.000,00). A anulação total seria a anulação de toda a dotação reservada para
o show de fim de ano (R$ 1.000.000,00).
Operações de credito também são fontes para abertura de créditos adicionais. Elas são, de grosso modo,
um empréstimo, um financiamento. É como aquele exemplo em que você pega dinheiro emprestado, pois os
seus recursos já estão todos alocados.
Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:
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III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito,
emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores
provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações
assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros;
O produto de operações de crédito constitui recurso para a abertura de créditos adicionais se houver
autorização para a realização da operação e se existirem condições jurídicas que possibilitem ao
Poder Executivo realizá-las. Assim, não basta a autorização genérica eventualmente concedida no
texto da própria lei orçamentária ao amparo ao art. 165, § 8º, da Constituição Federal. E necessário que
a operação apontada conte com amparo nas normas específicas e atenda às exigências da legislação
local. Também, é necessário que a operação seja efetivamente viável, ou seja, que exista a linha de
financiamento e agente disposto a realizar a operação e que as condições - montante, prazos, encargos,
carências etc. - atendam aos interesses superiores da instituição.
Detalhe é que as operações de crédito são as únicas fontes para abertura de créditos adicionais que
constituem receitas orçamentárias. Sim: operações de crédito são receitas orçamentárias! 😄
Agora preste atenção: operações de crédito são fontes para abertura de créditos adicionais, mas
operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) não são!
Fique atento
Operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) não são fontes para
abertura de créditos adicionais
Próxima: recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes.
5
GIACOMONI, James. Orçamento Público, 16ª edição, editora Atlas, 2012.
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Imagine que o projeto de Lei Orçamentária Anual contenha um crédito orçamentário para aquisição de biscoitos, com
dotação de R$ 500.000,00.
Beleza. O projeto de lei chega ao Poder Legislativo. Lá ele sofre uma emenda parlamentar. Um parlamentar comenta: “é
um absurdo gastar R$ 500.000,00 em biscoitos! 😤 Proponho uma dotação de R$ 100.000,00 para esse crédito
orçamentário”. A proposta de emenda é aprovada.
Pronto. E agora, o que acontece com os R$ 400.000,00 que foram cortados? Eles estavam alocados à aquisição de
biscoitos, mas agora eles estão sem despesas correspondentes. 🧐
Olha que beleza! Agora eles estão “livres”! Agora eles são fontes para abertura de créditos adicionais. 😃
O mesmo aconteceria se esse crédito orçamentário fosse completamente rejeitado. A diferença é que aqui teríamos todos
os R$ 500.000,00 disponíveis para abertura de créditos adicionais. 😉
“E o veto, professores?” 🤔
Bom, imagine que projeto de Lei Orçamentária Anual passou pelo Legislativo e agora segue para a sanção do chefe do
Executivo. A única alteração feita pelos parlamentares foi substituir a palavra “biscoito” por “bolacha”.
O chefe do Executivo então fica irado: “não é bolacha! É biscoito! Eu vou vetar isso aqui!”. 😂
O crédito orçamentário é vetado e o veto é aprovado pelo Legislativo. Pronto. Agora aqueles recursos reservados à
aquisição de biscoitos (ou bolachas 😅) também estão sem despesas correspondentes, podendo servir como fonte para
abertura de créditos adicionais.
É interessante saber que créditos extraordinários não podem ser abertos com esses recursos que, em
decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas
correspondentes. Isso porque está expresso na CF/88 que eles serão utilizados somente para créditos especiais
e suplementares, observe:
Art. 166, § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos
especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
“É muita informação, professores! Sem falar que esse nome é enorme. Como eu vou memorizar isso?” 😕
VER-SE
• V: veto
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• E: emenda
• R: rejeição
• S: suplementares
• E: especiais
Por último, temos a reserva de contingência. A reserva de contingência é uma dotação global não
especificamente destinada a determinado órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria econômica,
cujos recursos serão utilizados para abertura de créditos adicionais (DL 200/67).
“Professores, por que a reserva de contingência é uma fonte para abertura de créditos adicionais?” 🤔
Bom, sabe aquele dinheiro que você deixa “embaixo do colchão”? Aquela sua reserva de emergência?
Pois é, a reserva de contingência é mais ou menos isso. 🧐 Se alguma coisa der errado, se algum risco se
concretize, e surja a necessidade de abertura de créditos adicionais, a Administração tem recursos guardados
para esse propósito. 😌
Veja que esses recursos não estão especificamente destinados a nada. Eles estão “livres”, e, por isso,
também podem servir como fonte para abertura de créditos adicionais. 😏
A LRF mesmo nos diz que a reserva de contingência é destinada ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos, justamente como falamos:
Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com
a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita
corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:
E nunca é demais lembrar que: a reserva de contingência está na LOA, mas a forma de utilização e o
montante dessa reserva estão na LDO.
conterá a Reserva de
LOA
Contingência
Reserva de
Contingência
Estabelece a forma de
LDO
utilização e montante
Muito bem! Agora que você entendeu cada uma das fontes, aqui vai uma informação importante: nem
todas as fontes aumentam o valor global do orçamento.
Você já sabe que o Sérgio Filho É RARO. Beleza. Agora você vai gravar que:
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Ou somente:
SF É O Rei 👑
Vocês devem estar pensando que eu (professor Sérgio) sou um convencido! 😅 Mas tudo bem. Eu corro
esse risco. Se você acertar as questões, tá valendo! 😄
É o mnemônico que vimos anteriormente (SE ORAR, passa 🙏), sem o “AR” no final.
Ou ainda:
ROSE🌹
“Beleza! Agora, professores, expliquem aí! Por que a anulação de dotação e a reserva de contingência não
aumentam o valor global do orçamento?” 🤔
Essa é fácil de entender. ☺ A reserva de contingência não aumenta o valor global do orçamento, porque
ela já está no orçamento! E a anulação de dotação orçamentária não aumenta o valor global do orçamento,
porque ela só retira a dotação de um crédito orçamentário para ser utilizado em outro. É um toma lá, dá cá.
Muito bem. Agora nós vamos anular R$ 100.000,00 do “Crédito orçamentário A” para abertura de créditos suplementares,
que irão reforçar a dotação do “Crédito orçamentário B”. Observe:
E aí? O valor global do orçamento aumentou? Não! Continua sendo R$ 1.000.00,00 (R$ 400.000,00 + R$ 400.000,00 + R$
200.000,00).
As demais fontes (Superávit Financeiro, excesso de arrecadação, operações de crédito e recursos sem
despesas correspondentes) aumentam o valor global do orçamento.
Então, vamos esquematizar isso em um quadro para facilitar:
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Operações de crédito
O Poder Executivo de um município pretende apresentar projeto de lei para abertura de créditos adicionais especiais. Em
relação às fontes de recursos, o executivo poderá utilizar
D) a anulação parcial de dotações orçamentárias, mas não o superávit financeiro do exercício anterior.
Comentários:
O município quer abrir créditos adicionais. Quais fontes ele pode usar?
SF É RARO
excesso de arrecadação;
reserva de contingência;
anulação de dotação;
operações de crédito.
a) Correta. Sim. É possível utilizar o excesso de arrecadação (do exercício corrente), e não é possível utilizar o superávit do
orçamento corrente, porque o que o município pode usar é o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do
exercício anterior.
b) Errada. Como dissemos, o município não pode utilizar superávit do orçamento corrente.
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Vale lembrar que o município pretende abrir créditos especiais. Se ele quisesse abrir créditos extraordinários, ele não
poderia utilizar os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual,
ficarem sem despesas correspondentes.
Gabarito: A
A diferença positiva ou negativa entre o Ativo Financeiro e o Passivo Financeiro, conjugando-se os saldos dos créditos
adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas, são entendidos como superávit financeiro ou déficit
financeiro, respectivamente.
Comentários:
SF = AF – PF – CAR + OCV
E mais, se essa diferença for positiva, chamamos de Superávit Financeiro. Se for negativa, chamamos de Déficit
Financeiro.
Gabarito: Certo
No mês de novembro de 2015, determinado ente público abriu créditos adicionais, no valor de R$ 287.500.000,00. De
acordo com a Lei Federal n° 4.320/1964, NÃO é considerado recurso para abertura de créditos adicionais suplementares e
especiais, desde que não comprometidos, o
C) produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las.
Comentários:
Quais dessas alternativas não contém uma fonte para abertura de créditos adicionais?
Repare que a questão perguntou somente “de acordo com a Lei Federal n° 4.320/1964”. Nela, temos que:
Art. 43, § 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:
III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei;
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IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realiza-las.
As alternativas A, B, C e D são praticamente cópias da lei. Já o superávit da execução orçamentária apurado ao final de
cada quadrimestre do exercício financeiro (alternativa E) não é uma fonte para abertura de créditos adicionais. Portanto,
é o nosso gabarito.
Gabarito: E
De acordo com a Lei Federal n.º 4.320/1964 e suas alterações, julgue os itens subsecutivos.
Ocorre excesso de arrecadação quando há diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro acrescido dos
saldos dos créditos adicionais transferidos e das operações de crédito vinculadas.
Comentários:
Olha a banca tentando trocar as bolas. É o Superávit Financeiro (SF) que é diferença positiva entre o ativo financeiro e o
passivo financeiro: SF = AF – PF
E no Superávit Financeiro ajustado, subtraímos os créditos adicionais reabertos (CAR) e adicionamos (de volta) as
operações de créditos vinculadas (OCV) a eles: SF = AF – PF – CAR + OCV
O excesso de arrecadação é o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a
realizada. É simplesmente arrecadar mais do que o previsto. Aqui nós ajustamos subtraindo os créditos extraordinários
abertos no exercício: Excesso de arrecadação = Rec. Arrec. – Rec. Prevista – Créd. Extraordinários abertos
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O princípio orçamentário da exclusividade foi consagrado na Constituição Federal de 1988 (CF) por meio da
determinação de que a lei orçamentária anual não contenha dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa. No entanto, a CF prevê como exceção a essa regra a autorização para a abertura de
créditos:
A) suplementares e para a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita.
Comentários:
Primeiro, vejamos o que prevê a CF/88:
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos
termos da lei.
Esse é o famoso princípio da exclusividade, segundo o qual a LOA não conterá dispositivo estranho à
previsão da receita e à fixação da despesa. No entanto, há exceções a esse princípio, quais sejam:
Percebeu? 😏
A primeira exceção é justamente a autorização para abertura de créditos suplementares (CF/88, art.
165, § 8º). Atenção: a exceção é somente para créditos suplementares! A autorização para abertura de créditos
suplementares pode vir junto com a LOA. A autorização para abertura de créditos especiais e extraordinários
não! Veja que a Lei 4.320/64 também fala somente em créditos suplementares (se créditos especiais e
extraordinários fossem permitidos, a lei também os mencionaria):
I - Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as disposições do artigo 43;
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Caso o Poder Executivo abra um crédito suplementar, os recursos correspondentes ao referido crédito serão
excluídos do cômputo total de créditos orçamentários.
Comentários:
Além disso, os créditos orçamentários são compostos pelos créditos iniciais e pelos créditos adicionais.
😉
Iniciais
(ordinários)
Créditos
orçamentários
Adicionais
Gabarito: Errado
Vedada? 🤨
Por que a sua utilização seria vedada, se esses recursos são fontes para abertura de créditos adicionais?
Repita conosco quais fontes são essas:
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Art. 166, § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
VER-SE
• V: veto
• E: emenda
• R: rejeição
• S: suplementares
• E: especiais
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis
para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
Percebeu? A questão “esqueceu” de mencionar que a abertura dos créditos especiais (e suplementares)
será precedida de exposição justificativa, ou seja, é necessário justificar a abertura desses créditos. Repare que
os créditos extraordinários prescindem de justificativa, afinal estamos diante de despesas imprevisíveis e
urgentes! 😬
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Portanto, as alterações quantitativas no orçamento devem ser feitas por meio de créditos
suplementares, pois eles não criam um novo programa de trabalho, como acontece nas alterações
qualitativas (provocados por créditos especiais e extraordinários. Esses sim criam “novas despesas”). Os
créditos suplementares apenas reforçam (e alteram) a dotação de um crédito orçamentário.
Especiais
Qualitativas
Extraordinários
Alterações
orçamentárias
Quantitativas Suplementares
Gabarito: Errado
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Lembrando que a reserva de contingência é uma dotação global não especificamente destinada a
determinado órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria econômica, cujos recursos serão utilizados
para abertura de créditos adicionais (DL 200/67). Por isso, ela é considerada uma exceção ao princípio da
especificação (especialização ou discriminação).
Gabarito: Errado
Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.
a) Errada. Não podem ser abertas quaisquer modalidades de créditos adicionais que cubram as despesas
não previstas. Créditos suplementares e especiais também cobrem despesas que não foram previstas e, na
questão, identificamos que deverão ser abertos créditos extraordinários.
b) Errada. Já eliminamos essa alternativa, porque não havia crédito orçamentário no orçamento.
c) Errada. Deverão ser abertos créditos extraordinários e não créditos especiais.
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d) Correta. Créditos extraordinários são abertos para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, a
exemplo de calamidades imprevistas que exigem ação imediata do poder público.
e) Errada. Quanto tempo iria demorar essa autorização legislativa para contratação de operações de
créditos? Não há tempo para isso! Aqui está presente o periculum in mora (perigo da demora). O gestor público
deverá solicitar a abertura de créditos extraordinários!
Gabarito: D
É vedada a prorrogação de vigência de créditos especiais para exercício financeiro diverso daquele em que os
referidos créditos foram autorizados.
Comentários:
Os créditos adicionais especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do exercício
podem ser reabertos no exercício seguinte nos limites de seus saldos e viger até o término desse exercício
financeiro. Então eles podem sim ter vigência em exercício financeiro diverso daquele em que os referidos
créditos foram autorizados.
Confira na CF/88;
Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.
Agora, se substituíssemos a palavra “especiais” por “suplementares”, a questão estaria correta, não é
mesmo? 😎 Porque os créditos suplementares terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem
abertos.
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos,
salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.
Gabarito: Errado
Julgue o item que se segue, relativo ao Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal (SPOF) e aos créditos
orçamentários adicionais.
Embora seja admitida para atender despesas imprevisíveis, a abertura de créditos extraordinários depende da
indicação dos recursos correspondentes.
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Comentários:
É justamente o contrário! Os créditos extraordinários são os únicos que não dependem (não precisam)
de indicação dos recursos correspondentes, afinal estamos diante de despesas imprevisíveis e urgentes.
Primeiro resolvemos a urgência e depois nos preocupamos em conseguir os recursos.
Gabarito: Errado
Os créditos suplementares previamente autorizados na lei orçamentária anual são abertos por decreto do
Poder Executivo.
Comentários:
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
Autorização Lei
Créditos
suplementares
e especiais
Decreto
Abertura
executivo
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Sim! Os créditos suplementares terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos.
Em outras palavras: eles possuem vigência exclusivamente dentro do exercício financeiro em que são
abertos.
Por exemplo: um crédito suplementar aberto em 2020 terá vigência até o término desse exercício (31/12/2020). Mesmo
que ele tinha sido aberto no dia 30/12/2020, sua vigência não passará para o próximo exercício financeiro.
Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.
Gabarito: Certo
Acerca de administração financeira e orçamentária e do orçamento público no Brasil, julgue o próximo item.
Os créditos extraordinários podem ser abertos ainda que não haja dotações orçamentárias disponíveis para a
realização da despesa.
Comentários:
É isso mesmo! Créditos extraordinários são destinados ao atendimento de despesas imprevisíveis e
urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. Estamos diante de uma
situação grave, urgente! Precisamos resolver isso agora. “O dinheiro nós conseguimos depois!” Por isso, “os
créditos extraordinários podem ser abertos ainda que não haja dotações orçamentárias disponíveis para a
realização da despesa”, exatamente como afirma a questão.
Veja como a Lei 4.320/64 somente exigiu existência de recursos disponíveis para os créditos
suplementares e especiais:
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos
disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
Isso significa que a abertura de créditos extraordinários (outra espécie de crédito adicional) não depende
da existência de recursos disponíveis, ou seja, a Administração não precisa ter dinheiro disponível agora (nesse
momento) para abrir créditos extraordinários, afinal estamos diante de despesas imprevisíveis e urgentes.
Gabarito: Certo
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SF É RARO
Art. 43, § 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos: (...)
Gabarito: Errado
14. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018
Com relação ao processo orçamentário brasileiro, julgue o item subsequente.
Poderão ser abertos créditos suplementares ao orçamento desde que haja recursos disponíveis, ainda que
oriundos de operações de crédito autorizadas nos termos legais.
Comentários:
Questão bem ao estilo da banca: duas assertivas em uma só, ligadas por uma conjunção (“ainda que”).
Vamos ver a primeira parte:
1. “Poderão ser abertos créditos suplementares ao orçamento desde que haja recursos disponíveis”.
Isso está certo. 😊 Os créditos suplementares só podem ser abertos se existirem recursos
disponíveis. O único crédito adicional que pode ser aberto mesmo sem recursos disponíveis é o
crédito extraordinário. Confira aqui na Lei 4.320/64:
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis
para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
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2. “ainda que oriundos de operações de crédito autorizadas nos termos legais”. Os recursos
utilizados para abrir esses créditos suplementares podem ser oriundos de operações de crédito?
Em outras palavras: operações de crédito podem ser utilizadas como fonte para abertura de
créditos suplementares?
A resposta é: SIM! 😃 Operações de crédito podem ser utilizadas como fontes para abertura de créditos
adicionais! SF É RARO. A letra “O” é de “Operações de crédito”, lembra?
Dê uma olhadinha também na literalidade da Lei 4.320/64:
Art. 43, § 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos: (...)
Gabarito: Certo
Nós estamos! 😃
Nessa situação hipotética, o governo do estado do Tocantins, para agir com celeridade, deverá abrir um
crédito extraordinário, porque eles são destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra,
comoção intestina ou calamidade pública (Lei 4.320/64, art. 41, III).
Na verdade (CF/88):
Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.”
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União e entes
que possuam Abertos por MP
MP
Créditos
extraordinários
Abertos por
Demais entes
decreto
Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dará
imediato conhecimento ao Poder Legislativo.
Agora nós já conseguimos encontrar o gabarito da nossa questão. Ele está na alternativa B.
Gabarito: B
O item que se segue, apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, acerca do
orçamento público e da programação orçamentária e financeira no Brasil.
No ano 201X, o Departamento de Polícia Federal informou que as dotações orçamentárias para custear a
emissão de passaportes, previstas na lei orçamentária anual daquele exercício financeiro, teriam sido
totalmente utilizadas até o mês de julho, o que o obrigou a suspender esse serviço. Nessa situação, é necessária
a aprovação e a publicação de uma lei de créditos adicionais do tipo especial para que o serviço de emissão de
passaportes seja retomado.
Comentários:
Vamos lá: o Departamento de Polícia Federal tinha uma dotação específica para custear a emissão de
passaportes durante todo o exercício financeiro de 201X.
Acontece que essa dotação somente foi suficiente para arcar com essas despesas até o mês de julho. Isso
significa que o crédito orçamentário estava insuficientemente dotado.
Agora nós lhe perguntamos: qual é o tipo de crédito adicional que utilizamos para reforçar (suplementar)
uma dotação?
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A questão, no entanto, vem nos dizer que “é necessária a aprovação e a publicação de uma lei de créditos
adicionais do tipo especial para que o serviço de emissão de passaportes seja retomado”. Não! É necessária a
aprovação e a publicação de uma lei de créditos adicionais do tipo suplementar.
Gabarito: Errado
A abertura de créditos suplementares por meio da lei orçamentária anual é uma exceção ao princípio da
exclusividade vedada pela Constituição Federal de 1988.
Comentários:
A redação dessa questão está meio confusa. Por isso que ela foi anulada. A justificativa da anulação foi:
“o julgamento objetivo do item foi prejudicado, uma vez que pode haver mais de um referente para o termo
‘vedada’".
O importante, no entanto, é saber que são exceções ao princípio da exclusividade, isto é, além da
previsão de receitas e fixação de despesas, também poderão estar na LOA:
As outras espécies de créditos adicionais (especiais e extraordinários) não podem ser autorizadas na LOA.
Observe com carinho o dispositivo constitucional:
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Esse é o princípio da exclusividade, segundo o qual, além da previsão de receitas e fixação de despesas,
também poderão estar na LOA:
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A Lei 4.320/64 também só fala em créditos suplementares (se créditos especiais e extraordinários fossem
permitidos, a lei também os mencionaria):
I - Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as disposições do artigo 43;
Portanto, podemos afirmar com segurança que “crédito adicional aberto com base em autorização dada
pela lei orçamentária anual corresponde a um crédito suplementar”, exatamente como está escrito na
questão.
Gabarito: Certo
No mês de novembro de 2016, fortes chuvas e ventanias assolaram uma região administrativa do DF. O fato de
terem causado danos a casas e aparelhos públicos possibilitou a caracterização de calamidade pública, e não
havia, na Lei de Orçamento de 2016, dotação orçamentária específica para a sua recuperação.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o próximo item.
Nesse caso, para o reparo das casas, o GDF deverá utilizar-se da abertura de crédito extraordinário.
Comentários:
Mais uma vez, preste atenção na situação: fortes chuvas e ventanias, calamidade pública... 🤔
A questão ainda nos diz que não havia, na Lei de Orçamento de 2016, dotação orçamentária específica
para a sua recuperação. Se não havia dotação orçamentária específica, então já excluímos a possibilidade de
abertura de créditos suplementares, não é mesmo? 😉 Afinal, estes são destinados a reforço de dotação já
existente!
Nós devolvemos com outra pergunta: qual o tipo de crédito adicional destinado a despesas urgentes e
imprevistas, para fazer frente a situações como essa calamidade pública descrita na questão?
“Créditos extraordinários!” 😃
Muito bem! 😍
(CF/88):
Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.”
Gabarito: Certo
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Comentários:
As alterações orçamentárias podem ser:
• Alterações qualitativas;
• Alterações quantitativas.
As alterações qualitativas ocorrem quando alteramos a qualidade, o conteúdo, do orçamento e são feitas
por créditos especiais e extraordinários.
As alterações quantitativas ocorrem quando alteramos a quantidade (numérica) do orçamento, ou seja,
vamos somente modificar o total de crédito constante na Lei Orçamentária Anual (LOA), acrescentar um valor
a algo já existente. Logo, as alterações são feitas por meio de créditos suplementares.
Os atributos só são modificados por créditos especiais e extraordinários, pois nesses casos há uma
alteração qualitativa.
Caso precise abrir um crédito suplementar para cobrir despesa com a folha de pagamentos dos servidores
públicos, o governo poderá utilizar como fonte de recursos
A) o saldo em caixa apurado em trinta e um de dezembro do exercício anterior.
B) a diferença a maior entre despesas e receitas.
C) parte dos recursos consignados na reserva de contingência.
Comentários:
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Lembra dos nosso mnemônicos para as fontes para abertura de créditos adicionais?
SF É RARO
SE ORAR, passa 🙏
Excesso de ar e Onda parada Anulam o Restante do dia do Surfista na bela da praia do Recife
Use o que você quiser! Qualquer um que faça você acertar questões! 😃
a) Errada. Essa não é uma das fontes para abertura de créditos adicionais.
b) Errada. Acreditamos que a banca estava doida para que você lembrasse do Superávit Financeiro ou do
excesso de arrecadação e marcasse essa alternativa! 😅 Só que a diferença a maior entre despesas e receitas
não é Superávit Financeiro e nem excesso de arrecadação!
Superávit Financeiro (SF) é diferença positiva entre o ativo financeiro (AF) e o passivo financeiro (PF).
SF = AF – PF
Excesso de arrecadação é o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação
prevista e a realizada.
c) Errada. Essa foi uma boa alternativa. De fato, a reserva de contingência é uma das fontes para abertura
de créditos adicionais, no entanto não podemos nos esquecer da finalidade dessa reserva: atendimento de
passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.
E agora nós lhe perguntamos: despesa com a folha de pagamentos lhe parece um passivo contingente ou
um risco fiscal?
Não, né? 😄 Então, nesse caso, não podemos utilizar a reserva de contingência como fonte para abertura
de crédito suplementar.
d) Errada. Essa também não é uma das fontes para abertura de créditos adicionais.
e) Correta. Essa sim é uma fonte para abertura de créditos adicionais. É a letra “A” do nosso mnemônico:
SF É RARO. Anulação (parcial ou total) de dotações orçamentárias. Por sinal, essa é a fonte mais utilizada!
Gabarito: E
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Esses recursos podem ser utilizados como fonte para abertura de créditos adicionais?
Vamos deixar a Lei 4.320/64 responder essa:
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:
Portanto, sim: os recursos resultantes de anulação parcial ou total de outros créditos adicionais já
autorizados em lei podem ser utilizados para abertura de créditos adicionais!
Gabarito: Certo
Comentários:
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Art. 91. Sob a denominação de Reserva de Contingência, o orçamento anual poderá conter dotação global
não especificamente destinada a determinado órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria
econômica, cujos recursos serão utilizados para abertura de créditos adicionais.
Gabarito: Certo
Situação hipotética: Determinado ente da administração pública, que necessita da abertura de um crédito
especial, dispõe dos seguintes dados:
• diferença entre a receita realizada e a prevista: R$ 400;
• ativo financeiro no balanço patrimonial do exercício anterior: R$ 180;
• passivo financeiro no balanço patrimonial do exercício anterior: R$ 140;
• créditos extraordinários abertos no exercício: R$ 230;
• créditos adicionais reabertos: R$ 10.
Aqui as nossas fórmulas vão te ajudar muito! O aluno mais apressado poderia pensar assim:
• SF = AF – PF = 180 – 140 = 40
• Excesso de arrecadação = Rec. Arrecadada – Rec. Prevista= 400
• Total da margem para abertura de crédito especial = R$ 440.
Calma, jovem! ☝
Há outras informações na questão. Um dos detalhes das questões de cálculo é saber se as informações ali
serão consideradas ou não.
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Nesse caso, elas serão consideradas sim. Precisamos, ainda, ajustar o SF e o Excesso de arrecadação. E é
aqui que entram as nossas fórmulas:
Belíssima questão! 👌
Antes de resolver a questão, lembre-se que os créditos orçamentários podem ser iniciais (que já estão
consignados na LOA) ou adicionais (abertos durante a fase de execução do orçamento).
Iniciais
Créditos
orçamentários
Adicionais
Muito bem! Então vejamos a primeira parte da questão: “todo crédito adicional constitui um crédito
orçamentário”. Isso está correto.
E a segunda parte: “mas nem todo crédito orçamentário é também um crédito adicional”. Isso também
está correto, porque um crédito orçamentário não necessariamente é adicional. Ele pode ser inicial. 😉
Gabarito: Certo
Se a arrecadação efetivamente realizada for maior que a prevista na lei orçamentária anual, a diferença a maior
poderá ser utilizada como fonte de recursos para a abertura de créditos adicionais.
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Comentários:
Com certeza! Pode sim! Essa é o famoso excesso de arrecadação:
Art. 43, § 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das
diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda,
a tendência do exercício.
Gabarito: Certo
Créditos especiais e extraordinários são abertos para inserir novas dotações orçamentárias na LOA, podendo
ser transferidos para a continuidade da execução no exercício seguinte, se a autorização do Poder Legislativo
ocorrer no mês de novembro.
Comentários:
Créditos especiais e extraordinários são abertos para inserir novas dotações orçamentárias na LOA?
Sim! 😃
Se autorizados nos últimos quatro meses do exercício, eles podem ser reabertos no exercício seguinte
(nos limites de seus saldos) e viger até o término desse exercício financeiro.
Vejamos a legislação correlata para gravar bem:
Lei 4.320/64:
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos,
salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.
CF/88:
Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.
Gabarito: Certo
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C) Os créditos suplementares serão autorizados por decreto do Poder Executivo e dependerão da existência de
recursos disponíveis para se atender à despesa.
D) Recursos disponíveis para legitimar a abertura de créditos suplementares são apenas o superávit financeiro
apurado em balanço patrimonial do exercício anterior e os recursos provenientes de excesso de arrecadação.
E) Os créditos adicionais, que incluem as autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente
dotadas na LOA, terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa
disposição legal em contrário quanto aos especiais e extraordinários.
Comentários:
Vamos logo direto para as alternativas?
a) Errada. Os créditos especiais é que se destinam a despesas para as quais não haja dotação
orçamentária específica (Lei 4.320/64, art. 41, II).
b) Errada. Os créditos suplementares é que se destinam ao reforço de dotação orçamentária insuficiente
(Lei 4.320/64, art. 41, I). Os créditos extraordinários realmente se destinam a cobrir despesas urgentes e
imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.
c) Errada. Não, não! Os créditos suplementares serão abertos por decreto do Poder Executivo (e
autorizados por lei). Eles dependerão sim existência de recursos disponíveis para se atender à despesa. Confira
na Lei 4.320/64:
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos
disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
d) Errada. Nós temos muito mais fontes do que essas duas, não é mesmo? No total, temos 6 fontes para
abertura de créditos adicionais, são elas:
SF É RARO
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Lembrando que os recursos decorrentes de veto, emenda ou rejeição não poderão ser utilizados para
abrir créditos extraordinários!
e) Correta. Isso mesmo. E a resposta está, como bem disse a questão, na Lei 4.320/64:
Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente
dotadas na Lei de Orçamento.
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos,
salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.
Com base nessa situação e na Lei n.º 4.320/1964, concluiu-se, em relação ao pretendido reforço, que
Comentários:
Primeiro, vamos ler um pouco da CF/88:
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Excesso de arrecadação ajust= Rec. Arrec. – Rec. Prevista – Créd. Extraordinários abertos
A economia de despesas não é uma fonte de abertura de créditos adicionais! Portanto, não podemos
usar isso para reforçar a dotação citada na questão.
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Poderá sim, pois a data que vale para a reabertura é a da promulgação! 😃 Observe o dispositivo
constitucional:
Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro
subsequente.
Gabarito: Certo
Comentários:
Opa! O excesso de arrecadação é apurado no exercício corrente! O Superávit Financeiro é que é
apurado em Balanço Patrimonial do exercício anterior. Não confunda!
Superávit apurado em BP do
Financeiro exercício anterior
Fonte para
abertura de
créditos adicionais
Excesso de apurado no
arrecadação exercício corrente
Gabarito: Errado
Os créditos adicionais gerados a partir de anulação parcial ou total de dotação orçamentária provocam
aumento dos valores globais da lei orçamentária, uma vez que envolvem somente despesas.
Comentários:
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Operações de crédito
SF É O Rei 👑
Muito bem! Então, corrigindo a questão, os créditos adicionais gerados a partir de anulação parcial ou
total de dotação orçamentária não provocam aumento dos valores globais da lei orçamentária.
Mas é verdade que envolvem somente receitas, olha só:
Lei 4.320/64
Operações de crédito
Superávit Financeiro
Outras
Gabarito: Errado
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Comentários:
Quando, no decorrer da execução orçamentária, uma dotação se revelar insuficiente, nós precisaremos
reforçá-la, não é mesmo?
Créditos suplementares! 😃
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação
dos recursos correspondentes;
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
Gabarito: A
Mas os créditos suplementares terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos.
Eles possuem vigência exclusivamente dentro do exercício financeiro em que são abertos. Eles são válidos
somente até 31 de dezembro do exercício em que foram abertos.
Somente os créditos especiais e extraordinários é que poderão ser reabertos no exercício subsequente,
senão vejamos (Lei 4.320/64):
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos,
salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.
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E aí vem a CF/88:
Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.
Gabarito: Errado
SF É RARO
Comentários:
Exatamente!
Art. 43, § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo
financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de
credito a eles vinculadas.
Gabarito: Certo
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Questões Cespe
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Se determinado recurso ficar sem a despesa correspondente em decorrência de veto parcial ao projeto de lei
orçamentária anual, será vedada a utilização do referido recurso ainda que na forma de fonte para a abertura
de créditos adicionais.
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D) créditos extraordinários que visem à cobertura de recursos decorrentes da necessidade de ação imediata do
poder público em razão de calamidades imprevistas.
E) autorização legislativa para contratação de operações de crédito que visem à cobertura de dotação não
prevista.
Julgue o item que se segue, relativo ao Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal (SPOF) e aos créditos
orçamentários adicionais.
Embora seja admitida para atender despesas imprevisíveis, a abertura de créditos extraordinários depende da
indicação dos recursos correspondentes.
Julgue o item que se segue, relativo ao Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal (SPOF) e aos créditos
orçamentários adicionais.
Os créditos suplementares previamente autorizados na lei orçamentária anual são abertos por decreto do
Poder Executivo.
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14. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018
O item que se segue, apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, acerca do
orçamento público e da programação orçamentária e financeira no Brasil.
No ano 201X, o Departamento de Polícia Federal informou que as dotações orçamentárias para custear a
emissão de passaportes, previstas na lei orçamentária anual daquele exercício financeiro, teriam sido
totalmente utilizadas até o mês de julho, o que o obrigou a suspender esse serviço. Nessa situação, é necessária
a aprovação e a publicação de uma lei de créditos adicionais do tipo especial para que o serviço de emissão de
passaportes seja retomado.
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Acerca dos mecanismos necessários à execução do orçamento, julgue o item que se segue.
Crédito adicional aberto com base em autorização dada pela lei orçamentária anual corresponde a um crédito
suplementar.
No mês de novembro de 2016, fortes chuvas e ventanias assolaram uma região administrativa do DF. O fato de
terem causado danos a casas e aparelhos públicos possibilitou a caracterização de calamidade pública, e não
havia, na Lei de Orçamento de 2016, dotação orçamentária específica para a sua recuperação.
A correção de falhas na lei do orçamento ou o atendimento a situações emergenciais podem ser feitos por meio
de instrumentos de ajustes orçamentários, a exemplo dos créditos adicionais. A respeito desse assunto, julgue
o item subsecutivo.
Entre os recursos que podem ser destinados a créditos adicionais, incluem-se os resultantes de anulação parcial
ou total de outros créditos adicionais já autorizados em lei.
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Situação hipotética: Determinado ente da administração pública, que necessita da abertura de um crédito
especial, dispõe dos seguintes dados:
• diferença entre a receita realizada e a prevista: R$ 400;
• ativo financeiro no balanço patrimonial do exercício anterior: R$ 180;
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D) Recursos disponíveis para legitimar a abertura de créditos suplementares são apenas o superávit financeiro
apurado em balanço patrimonial do exercício anterior e os recursos provenientes de excesso de arrecadação.
E) Os créditos adicionais, que incluem as autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente
dotadas na LOA, terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa
disposição legal em contrário quanto aos especiais e extraordinários.
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Gabarito – CESPE
1. A 14. Certo 27. Certo
2. Errado 15. B 28. Certo
3. Errado 16. Errado 29. E
4. Errado 17. Anulada 30. C
5. Errado 18. Certo 31. Certo
6. Errado 19. Certo 32. Certo
7. D 20. Errado 33. Errado
8. Errado 21. E 34. Errado
9. Errado 22. Certo 35. A
10. Certo 23. Errado 36. Errado
11. Certo 24. Certo 37. Certo
12. Certo 25. Certo 38. Certo
13. Errado 26. Certo
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Resumo direcionado
Os créditos orçamentários podem sofrer alterações e os mecanismos utilizados para fazê-lo são os
créditos adicionais (mecanismos retificadores do orçamento).
Somente durante a fase de execução é que a Administração irá fazer uso dos créditos adicionais.
Já vêm consignados
Iniciais
na LOA
Créditos
Orçamentários
Reforço de dotação já
Suplementares
existente
Despesas para as
Adicionais Especiais quais não haja
dotação orçamentária
Despesas
Extraordinários imprevisíveis e
urgentes
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Indicação
Crédito Autorização de fonte
Finalidade Abertura Vigência
adicional legislativa dos
recursos
Por
decreto do
Executivo Sim
Sim
Reforço de ou Depende
dotação Pode vir na da Adstrita ao exercício
própria LOA Por lei existência
Suplementar orçamentária já financeiro em que forem
(exceção ao específica de recursos
prevista no abertos
princípio da (após disponíveis
orçamento
exclusividade) esgotado o e
limite já justificativa
autorizado
na LOA)
Por Sim
decreto do Depende Vigência no exercício
Despesas para
Executivo da financeiro em que
as quais não Sim (reabertura existência
Especial haja dotação forem autorizados,
Lei específica nos demais de recursos
orçamentária salvo se o ato de
Poderes: disponíveis
específica autorização for
por ato e
próprio) promulgado nos
justificativa
últimos quatro meses
Medida daquele exercício, caso
Provisória em que, reabertos nos
Somente para (ou decreto limites de seus saldos,
atender a do serão incorporados ao
despesas Executivo orçamento do exercício
Extraordinário Não Não
imprevisíveis e nos entes
financeiro subsequente
urgentes (rol que não
(exceção ao princípio
exemplificativo) possuírem
da anualidade)
Medida
Provisória)
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Lei 4.320/64, Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem
abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.
CF/88, Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em
que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subsequente.
Créditos ordinários
Créditos suplementares
Créditos especiais
Créditos extraordinários
setembro-18
Créditos especiais (últimos quatro meses)
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É • Excesso de arrecadação
R • Reserva de Contingência
A • Anulação de dotação
O • Operações de crédito
SF É RARO
ROSERA
SE ORAR, passa 🙏
Excesso de ar e Onda parada Anulam o Restante do dia do Surfista na bela da praia do Recife
O Superávit Financeiro (SF) é diferença positiva entre o Ativo Financeiro (AF) e o Passivo Financeiro
(PF):
SF = AF – PF
No cálculo do Superávit Financeiro serão conjugados, ainda, os saldos dos créditos adicionais
transferidos (reabertos) e as operações de credito a eles vinculadas:
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Excesso de arrecadação é o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação
prevista e a realizada. É arrecadar mais do que o previsto! A economia de despesas não é uma fonte de
abertura de créditos adicionais.
Excesso de arrecadação ajust= Rec. Arrec. – Rec. Prevista – Créd. Extraordinários abertos
Fontes para
Ajustes
abertura
Subtrai (-) créditos adicionais reabertos (CAR) trazidos do ano anterior (somente
Superávit créditos especiais e extraordinários – últimos 4 meses)
Financeiro
Soma (+) operações de crédito vinculadas (OCV) a esses créditos transferidos
Excesso de
Subtrai (-) créditos extraordinários abertos no exercício
arrecadação
Anulação (parcial ou total) de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais: trata-se de anular uma
dotação orçamentária (cortar despesas do orçamento) para liberar recursos e permitir a abertura de créditos
adicionais.
O produto de operações de crédito constitui recurso para a abertura de créditos adicionais se houver
autorização para a realização da operação e se existirem condições jurídicas que possibilitem ao Poder
Executivo realizá-las.
Operações de crédito são fontes para abertura de créditos adicionais, mas operações de crédito por
Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) não são! SF É RARO, mas não é ARO! 😉
Art. 166, § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos
especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
VER-SE
• V: veto
• E: emenda
• R: rejeição
• S: suplementares
• E: especiais
Créditos extraordinários não podem ser abertos com esses recursos! CF/88 menciona somente créditos
especiais e suplementares.
A reserva de contingência é uma dotação global não especificamente destinada a determinado órgão,
unidade orçamentária, programa ou categoria econômica, cujos recursos serão utilizados para abertura de
créditos adicionais
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Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos
disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo
financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de
credito a eles vinculadas.
§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças
acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência
do exercício.
Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dará
imediato conhecimento ao Poder Legislativo.
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos,
salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação da
despesa, até onde for possível.
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Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 5
CARACTERÍSTICAS .................................................................................................................................................. 9
VIGÊNCIA ............................................................................................................................................................ 14
PRAZOS.............................................................................................................................................................. 15
PRAZOS.............................................................................................................................................................. 42
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Nós já vimos um pouco sobre os instrumentos de planejamento da gestão pública (Plano Plurianual, Lei
de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual) em aula anterior, mas eles são tão importantes que
merecem uma aula específica.
Para ter você ter uma ideia, só esse assunto representa cerca de 10% de todas as questões de AFO da
FCC. Não dá para você ir para a prova sem saber desse assunto!
Em aula anterior, nós fizemos uma introdução ao assunto e mostramos as pegadinhas clássicas, já
“manjadas”. Aqueles truques bem antigos. Mas a banca está ficando espertas! 😅 Ela está ficando criativa!
Algumas questões são retiradas diretamente do Manual Técnico de Orçamento (MTO), do Manual de
Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), das Orientações para a Elaboração do Plano Plurianual...
aquele famoso copia e cola! Como é fácil fazer questões assim! 😍😂
Mas calma! ✋
Não precisa sair lendo esses manuais do início ao fim (até porque eles não são muito didáticos 😅). Deixa
isso com a gente! Traremos para você o que for mais importante e o que está caindo e pode cair em prova!
De qualquer forma, é interessante você baixá-los. Aqui estão os links:
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Estudos mostram que beber água pode ajudar o cérebro a trabalhar mais rápido. Desidratação pode
afetar a estrutura e o funcionamento do cérebro. E longos períodos de desidratação pode causar problemas
relacionados ao raciocínio. Além disso, água ajuda a produzir hormônios e neurotransmissores.
O ideal é tomar um gole de água a cada 10 minutos!
Beba água! 💦
ProfSergioMachado (https://www.facebook.com/profsergiomachado)
ProfSergioMachado (https://www.instagram.com/profsergiomachado)
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Introdução
Vamos, rapidamente, relembrar alguns conceitos. 😄
Primeiramente, lembre-se que, segundo o princípio da legalidade, o orçamento público tem que ser uma
lei, pois ele representa o soberano interesse público. O povo autoriza a Administração a gastar os recursos
arrecadados, desde que ela obedeça a regras estabelecidas em lei e impostas pelo verdadeiro dono dos
recursos.
Além disso, essas leis (PPA, LDO e LOA) são todas ordinárias (e não complementares) e de iniciativa do
Poder Executivo (chefe do Poder Executivo: Presidente da República, Governador e Prefeitos). Confira o
disposto na CF/88:
E, “como toda boa lei” 😅, as leis orçamentárias são aprovadas pelo Poder Legislativo. Observe (CF/88):
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para
o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e
emissões de curso forçado;
Muito bem! 😊
Agora, antes de começar a falar sobre cada um dos instrumentos de planejamento, queremos lhe avisar
que eles não trabalham sozinhos! Lembra que o orçamento tradicional consistia somente em um mero
documento contábil? E o orçamento de desempenho, que mesmo sendo uma evolução do orçamento
tradicional, ainda apresentava desvinculação entre planejamento e orçamento? Pois é, eles eles trabalhavam
sozinhos e não deram muito certo! Já foram ultrapassados! 😁
Essa vinculação entre planejamento e orçamento só surgiu com o orçamento programa e com a própria
CF/88, que introduziu o Plano Plurianual (PPA), como principal instrumento de planejamento governamental,
e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Juntos, PPA, LDO e LOA compõem o sistema orçamentário e o
ciclo ampliado da gestão orçamentária e financeira pública. 😉
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LOA
LDO
PPA
Em relação à atuação contábil, financeira e orçamentária da União, julgue o item que se segue.
Comentários:
Por favor: não caia nessa! Todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são de iniciativa do Poder Executivo (CF/88, art.
165).
Gabarito: Errado
Será inconstitucional a lei de iniciativa da Câmara dos Deputados que estabelecer as diretrizes orçamentárias para o
exercício financeiro subsequente.
Comentários:
Sim, será inconstitucional, porque a iniciativa das leis orçamentárias (incluindo a lei de diretrizes orçamentárias – LDO) é
do Poder Executivo.
Gabarito: Certo
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O PPA, a LDO e a lei orçamentária anual são os principais componentes do processo orçamentário brasileiro. Em termos
de competência, esta é de iniciativa do Poder Legislativo e aqueles são de inciativa do Poder Executivo.
Comentários:
Mais uma vez! O truque é antigo e se repete ao longo dos anos! 😁 Todas as leis orçamentárias são de iniciativa do Poder
Executivo (CF/88, art. 165). Você já está vacinado, não é? 💉😅
Gabarito: Errado
Comentários:
Agora sim! O PPA e a LDO são leis! Leis são aprovadas pelo Poder Legislativo.
Você ainda pode confirmar a resposta observando o artigo 48, inciso II, da CF/88, segundo o qual cabe ao Poder Legislativo
(ao Congresso Nacional, no âmbito da União), com sanção do Presidente da República (também no âmbito da União),
dispor sobre PPA, LDO e LOA.
Gabarito: Certo
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Nós não colocamos essa definição à toa, ok? Ela já caiu em prova! 😁
“Ah, professores. 😩 Mas como assim o PPA é um instrumento de planejamento de médio prazo? Ele não
representa o planejamento estratégico do governo? Eu achei que fosse um instrumento de longo prazo
(estratégico), outro de médio prazo (tático) e outro de curto prazo (operacional)?” 🤨
Brincadeiras a parte: esse é um ponto que pode causar confusão no aluno e o examinador sabe disso! 😆
Para não se confundir, é só você lembrar que existem planos com duração mais longa do que a do PPA. Esses
sim são instrumentos de planejamento de longo prazo. Ressalte-se, entretanto, que alguns autores
consideram o PPA como instrumento de planejamento de médio/longo prazo, mas recomendamos que você
siga o entendimento do MTO: médio prazo.
Mas lembramos que, de fato, o PPA representa o planejamento estratégico, a LDO representa o
planejamento tático e a LOA representa o planejamento operacional. Assim:
1
PALUDO, Augustinho. Orçamento público, AFO e LRF, 5ª edição, editora Método, 2015.
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•4 anos
•Planejamento estratégico
PPA
•1 ano e meio
•Planejamento tático
LDO
•1 ano
•Planejamento operacional
LOA
Muito bem!
Talvez você também tenha percebido que essa definição do MTO é bem parecida com a disposição
constitucional sobre o PPA. Vamos ver?
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
Características
Diretrizes são orientações gerais ou princípios que norteiam a captação e o gasto público com vistas a
alcançar os objetivos. São “linhas norteadoras” que definem os rumos a serem seguidos. Por exemplo:
combater a pobreza, reduzir desigualdade social.
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Objetivos são os alvos a serem atingidos, 🎯 o resultado que se pretende alcançar com a realização das
ações governamentais. O governo se pergunta: “qual é o resultado que eu quero? O que se pretende alcançar
com a implementação daquela Política Pública?” 🤔
Metas são parecidas com os objetivos. Mas as metas são quantificadas! Na verdade, as metas são a
quantificação, física e financeira, dos objetivos. Metas são interessantes, porque elas permitem medir e avaliar
o nível de alcance dos objetivos.
Por exemplo: sua diretriz é ter saúde. Seu objetivo é perder peso. Já sua meta é perder 5 kg em duas semanas. Viu como
a diretriz é uma “linha norteadora” e o objetivo é o resultado a ser alcançado? Viu também como quantificamos o objetivo?
😉
Com a meta, é bem mais fácil avaliar o quão perto você chegou do seu objetivo (o nível de alcance dos objetivos). Assim,
podemos dizer que, se você perdeu 4 kg, você alcançou 80% do seu objetivo. 😏
“Beleza, entendi. E esse negócio será feito de ‘de forma regionalizada’? Como assim?” 🧐
Exatamente! O PPA estabelecerá diretrizes, objetivos e metas (DOM) de forma regionalizada (não
centralizada), ou seja, não serão as mesmas DOM para o Brasil todo, como se fosse um bolo só. Até porque
cada região tem suas peculiaridades!
Fique atento
O PPA estabelecerá diretrizes, objetivos e metas (DOM) de forma regionalizada
Por exemplo: a seca e a escassez de água são problemas que assolam Nordeste do Brasil. Portanto, faz sentido estabelecer
o objetivo de levar irrigação e água potável para a população nordestina. Mas não faz sentido estabelecer esse objetivo
para a região Sudeste.
A regionalização serve para fornecer informações relacionadas à distribuição das metas estipuladas
para o objetivo no território. Ela será expressa em macrorregiões (Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e
Sul), estados ou municípios. Em casos específicos, poderão até ser aplicados recortes mais adequados para o
tratamento de determinadas políticas públicas, tais como região hidrográfica, bioma, territórios de identidade
e área de relevante interesse mineral.
Por exemplo: a regionalização pode estar expressa somente no município de São Paulo. Ou então na Amazônia, Caatinga,
Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal, Pampa... veja que ela pode ser maior do que uma macrorregião! Não há problema
algum nisso!
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Por exemplo: a despesa decorrente da construção de um hospital é a contratação de pessoal necessário ao seu
funcionamento: médicos, enfermeiros, atendentes...
Ninguém cria um hospital para ficar vazio, sem ninguém trabalhando, certo?
Além disso, o PPA também se preocupa com programas de duração continuada (PDC), que são aqueles
com duração superior a um exercício financeiro. São as ações permanentes do governo, a exemplo da
prestação de serviços públicos de saúde, educação e programas sociais.
Então repare o seguinte: o PPA não está preocupado com picuinhas, com pequenas despesas, com
besteiras... ele só quer saber de grandes investimentos, programas de duração continuada, investimentos cuja
execução ultrapasse um exercício financeiro...
Por sinal, essa é uma regra muito importante (CF/88, art. 167, § 1º):
Art. 167, § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser
iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime
de responsabilidade.
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Por exemplo: em meados de julho, “do nada”, o Governador decide construir um novo hospital. O maior hospital que o
Estado já viu. Moderníssimo! Tanto que a sua construção demorará cerca de 5 (cinco) anos. Um baita investimento.
“Amanhã abriremos o edital de licitação e começaremos os trabalhos”, diz ele. 🤔
Calma, Governador! 😅 Você acha que é assim tão fácil? De uma hora para outra? 😄 A execução desse investimento
ultrapassa um exercício financeiro. Se você quiser construir esse hospital, vai ter que inclui-lo no PPA (ou numa lei que
autorize a inclusão no PPA). Caso não faça isso, poderá incorrer em crime de responsabilidade.
Portanto:
Pois é. É assim porque o PPA representa o nosso planejamento estratégico. É por isso que praticamente
tudo tem que ser compatível com ele, inclusive os planos e programas nacionais, regionais e setoriais, mesmo
alguns deles sendo mais longos do que o próprio PPA. Veja (CF/88, art. 165, § 4º):
É aqui que nós lhe alertamos para outra pegadinha: como os planos e programas, muitas vezes, são mais
longos do que o PPA, as questões adoram dizer que o PPA será elaborado em consonância com os planos e
programas.
Isso é mentira! 😤
Os planos e programas é que são elaborados em consonância com o PPA (não é o contrário)! ☝
Fique atento
Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais serão elaborados em consonância com o PPA (e não o contrário)
Falando em programas, é interessante destacar que o PPA, em sua estrutura, contempla Programas
Temáticos e Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado:
• Programa Temático: aquele que expressa e orienta a ação governamental para a entrega de
bens e serviços à sociedade. Exemplos: programas de moradia, programas de saúde, programa
de educação, etc.;
• Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: aquele que expressa e orienta as ações
destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental. O que não for
programa temático, será Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado.
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Programa de Gestão,
• apoio, gestão e manutenção da atuação
Manutenção e governamental
Serviços ao Estado:
Ah, vale lembrar também que o Estado exercerá a função de planejamento por intermédio de duas
modalidades de planos:
1. Planos e programas nacionais, regionais e setoriais;
2. Plano plurianual.
Esses primeiros são determinantes para o setor público e indicativos para o setor privado, de acordo
com o artigo 174, da CF/88. A pegadinha da banca aqui é só trocar um pelo outro: a questão irá dizer que o
planejamento é indicativo para o setor público e determinante para o setor privado. Mas isso está
flagrantemente errado, até porque o princípio da legalidade, quando visto sob a ótica do setor privado (reserva
legal), caracteriza-se pela autonomia de vontade: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei" (CF/88, art. 5º, II).
Resumindo
O PPA fixa, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas (DOM) do governo para:
• As despesas correntes derivadas das despesas de capital (“outras delas decorrentes” – ODD);
Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano
plurianual.
Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais serão elaborados em consonância com o PPA (e não o contrário).
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Vigência
Para começo de história, a vigência do PPA é de 4 (quatro) anos. Não é de 1, nem de 2, nem de 3. Plano
Plurianual: “pluri” significa “mais de um ano”. Veja que o mandato do chefe do Executivo (Presidente,
Governador ou Prefeito) também é de 4 (quatro) anos, mas a vigência do PPA não coincidirá com o mandato
do chefe do Executivo.
Isso porque a vigência do PPA iniciar-se-á somente no segundo ano do mandato do chefe do Executivo
e terminará no final do primeiro exercício financeiro do mandato subsequente.
Isso significa que no primeiro ano de mandato, o chefe do Executivo irá elaborar o seu PPA, mas estará
executando o PPA do mandato passado. No segundo, terceiro e último ano de seu mandato, esse chefe
executará o seu PPA, mas o próximo chefe do Executivo é quem irá executar o último ano desse PPA.
Como exemplo, vamos utilizar os mandatos do últimos Presidentes da República:
O primeiro mandato de Dilma foi de 2011 a 2014. Em 2011, seu primeiro ano de mandato, ela estava executando o PPA
elaborado pelo seu antecessor (Lula, no mandato de 2007 a 2010), enquanto elaborava o seu próprio PPA. Em 2012, entrou
em vigor o PPA elaborado por Dilma (PPA 2012-2015). Em 2012, 2013 e 2014, Dilma executou o seu próprio PPA, deixando
o último ano do PPA (2015) para ser executado pelo próximo presidente. Como ela foi reeleita, em 2015, ela mesma
executou o último ano do PPA 2012-2015, enquanto elaborava o PPA 2016-2019. Em 2016, 2017 e 2018, o PPA 2016-2019
foi executado, deixando o último ano do PPA (2019) para ser executado pelo próximo presidente: Jair Bolsonaro. Em 2019,
Bolsonaro executa o último ano do PPA 2016-2019 e elabora o seu próprio PPA (PPA 2020-2023).
Veja o esquema:
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Mandato Dilma
01/01/2011 - 31/12/2014
Mandato Dilma-Temer
01/01/2015 - 31/12/2018
Mandato Bolsonaro
01/01/2019 -
31/12/2022
PPA 2012-2015
01/01/2012 - 31/12/2015
PPA 2016-2019
01/01/2016 - 31/12/2019
Viu como a vigência do PPA não coincide com a vigência do mandato do chefe do Poder Executivo? 😏
Se coincidisse, as barras laranjas ficariam exatamente embaixo das barras azuis.
Para gravar isso, é só você pensar que o chefe do Poder Executivo já vai “pegar o bonde andando”. Só na
próxima “estação” (segundo ano de mandato) é que ele poderá direcionar o bonde. 😁
Serve para dar continuidade à execução do planejamento, dos programas governamentais, e para tentar
amenizar uma mudança brusca das ações governamentais. 😉
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Prazos
Você lembra que a iniciativa de lei do Plano Plurianual é do Poder Executivo? Lembra que o Poder
Executivo elabora a proposta orçamentária (nesse caso, o projeto de plano plurianual) e que o Poder Legislativo
irá discuti-la, emendá-la (se for o caso) e aprová-la?
Pois bem. Mas até quando o Poder Executivo tem que mandar esse projeto? E até quando o Poder
Legislativo tem que aprová-lo?
Primeiro, você tem que saber que a CF/88 exigiu que esse tema fosse regulado por lei complementar,
veja (CF/88, art. 165, § 9º):
Segundo, você tem que saber que essa lei complementar não existe ainda! 😱 A LRF não é essa lei! ☝
“E agora, professores? Não tem data marcada? O Executivo entrega as propostas de PPA, LDO e LOA na
data que quiser e o Legislativo aprova também na data que quiser?” 🤨
§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as
seguintes normas:
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;
“Encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro” significa que o
Poder Executivo tem que encaminhar o projeto do plano plurianual para o Poder Legislativo até quatro meses
antes do encerramento do (primeiro) exercício financeiro.
Aqui no Brasil, por força do artigo 34 da Lei 4.320/64, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil.
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Ora, o Poder Legislativo precisa de tempo para apreciar, discutir, votar, emendar e aprovar o projeto do
PPA. Mas o Poder Legislativo também precisa fazer isso antes que o próximo exercício financeiro comece, não
é? Senão, começaremos o próximo ano sem PPA! 😬
Por isso que o projeto do PPA será devolvido para sanção (do Presidente da República) até o
encerramento da sessão legislativa.
• Legislatura: período de 4 (quatro) anos. Coincide com os mandatos dos deputados e vereadores
(senadores possuem mandato de duas legislaturas).
• Sessão legislativa: período de 1 (um) ano. Por isso, dentro de uma legislatura, temos quatro
sessões legislativas.
• Período legislativo: as sessões legislativas são divididas em 2 (dois) períodos semestrais. Por
isso, dentro de uma sessão legislativa, temos dois períodos legislativos.
Legislatura 2019-2022
Não se preocupe! 😌 Vamos marcar essas datas no calendário para você e depois lhe apresentar um
esqueminha:
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Veja que 2019 é o primeiro exercício financeiro do mandato. Ressaltamos que nem todas essas datas são
dias úteis em 2019. Elas estão aí de maneira ilustrativa.
Por último, destacamos que, originalmente, a LRF trouxe em seu artigo 3º algumas disposições sobre o
PPA. No entanto, esse artigo foi todo vetado!
Vamos transcrevê-lo riscado para você entender que essas regras não são válidas. Se alguma questão
perguntar isso, pode marcar errado sem medo! 😉
Art. 3º O projeto de lei do plano plurianual de cada ente abrangerá os respectivos Poderes e será devolvido
para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.
§ 1º Integrará o projeto Anexo de Política Fiscal, em que serão estabelecidos os objetivos e metas
plurianuais de política fiscal a serem alcançados durante o período de vigência do plano, demonstrando a
compatibilidade deles com as premissas e objetivos das políticas econômica nacional e de desenvolvimento
social.
§ 2º O projeto de que trata o caput será encaminhado ao Poder Legislativo até o dia trinta de abril do
primeiro ano do mandato do Chefe do Poder Executivo.
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O plano plurianual (PPA) contempla o conjunto de políticas públicas do governo por um período de quatro anos e o
caminho para viabilizar as metas.
Comentários:
Bem que nós avisamos que a definição de PPA dada pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão já caiu
em prova... 😅
O PPA é um instrumento previsto no art. 165 da Constituição Federal destinado a organizar e viabilizar a ação pública, com
vistas a cumprir os fundamentos e os objetivos da República. Por meio dele, é declarado o conjunto das políticas públicas do
governo para um período de 4 anos e os caminhos trilhados para viabilizar as metas previstas.
Gabarito: Certo
Acerca dos instrumentos de planejamento e orçamento, julgue o item a seguir. No plano plurianual, é vedada a
regionalização de metas por meio de critérios que abranjam territórios maiores que as macrorregiões econômicas.
Comentários:
A regionalização será expressa em macrorregiões (Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul), estados ou
municípios. Em casos específicos, poderão até ser aplicados recortes mais adequados para o tratamento de
determinadas políticas públicas, tais como região hidrográfica, bioma, territórios de identidade e área de relevante
interesse mineral.
Veja que esses “recortes mais adequados” podem ser maiores que as macrorregiões econômicas. Não há vedação
nenhuma quanto a isso. Por isso, a questão ficou errada!
Gabarito: Errado
Se a execução do investimento ultrapassar um exercício financeiro, tal investimento só poderá ser iniciado após prévia
inclusão no plano plurianual (PPA) ou em lei que autorize a sua inclusão.
Comentários:
Investimento cuja execução seja inferior a um exercício financeiro: não precisa estar no PPA.
Essa é a regra do art. 167, § 1º, da CF/88: “Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro
poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade”.
Gabarito: Certo
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A vigência do PPA é de quatro anos e coincide com a vigência do mandato do chefe do Poder Executivo.
Comentários:
A vigência do PPA é de quatro anos, mas não coincide com a vigência do mandato do chefe do Poder Executivo. Segundo
o artigo 35, § 2º, I, do ADCT: o PPA terá vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial
subsequente.
Gabarito: Errado
A respeito do plano plurianual (PPA), da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e da lei orçamentária anual (LOA), julgue o
item que se segue. Com duração de quatro anos, a vigência do PPA coincidirá com os quatro anos do mandato do
presidente da República eleito.
Comentários:
O PPA e o mandato do chefe do Poder Executivo possuem a mesma duração, mas iniciam e terminam em momentos
diferentes, de forma que eles não coincidem.
Gabarito: Errado
Do mesmo jeito que fizemos no PPA, vamos relembrar alguns conceitos sobre a LDO e ir adicionando
outros aos poucos. Comecemos pela nossa “boa e velha” disposição constitucional sobre a LDO (CF/88, art.
165, § 2º):
O primeiro ponto de atenção é: apesar de seu nome ser “Lei de Diretrizes Orçamentárias”, a LDO
estabelecerá metas e prioridades (MP), enquanto que o PPA estabelecerá diretrizes, objetivos e metas (DOM).
Essa pegadinha ainda pode aparecer em prova! Portanto, atenção:
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Agora um detalhe: a LDO estabelecerá as metas e prioridades (MP) da Administração Pública, incluindo
despesas de capital (não despesas correntes) para o exercício financeiro subsequente (não é para exercício
financeiro corrente ou para os próximos 4 anos).
Beleza!
Além disso, a LDO orientará a elaboração da lei orçamentária anual. A LDO, na verdade, é o elo entre
o PPA e a LOA. É a LDO que faz o meio de campo entre o PPA e a LOA. O PPA é mais abrangente, mais
abstrato, representa o planejamento estratégico. A LOA é bem concreta e representa o planejamento
operacional. Uma é 8 e a outra é 80! É como se tivéssemos um time de futebol só com zagueiros e atacantes:
uns só sabem defender e outros só sabem atacar, mas ninguém sabe fazer esses dois grupos se comunicarem!
Há um abismo entre esses dois! Precisávamos de algum instrumento que fizesse a comunicação entre esses
dois instrumentos, e foi assim que surgiu a LDO.
A LDO também disporá sobre as alterações na legislação tributária. Aqui você também tem que prestar
atenção em eventuais pegadinhas: a LDO não fará alterações na legislação tributária, ela simplesmente irá
dispor sobre essas alterações, ok? 😉
Por exemplo: a LDO dispõe que houve aumento na alíquota de IR. A previsão é que haja um acréscimo nas receitas
tributárias.
Fique atento
A LDO disporá (não fará alterações) sobre as alterações na legislação tributária
E, para fechar o art. 165, § 2º, da CF/88, a LDO estabelecerá a política de aplicação das agências
financeiras oficiais de fomento. Essas são instituições que buscam financiar capital fixo e capital de giro para
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IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente
com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
Art. 127, § 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias.
3. autorização para aumento de despesas com pessoal. É isso que está lá no artigo 169, § 1º, da
CF/88. Acompanhe:
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
Essa lei é a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Continuando:
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e
funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a
qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos
acréscimos dela decorrentes;
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LDO na LRF
A LRF ampliou o significado e a importância da LDO e lhe atribuiu diversas outras funções, reunidas
principalmente no seu artigo 4º. Abaixo, vamos transcrevê-lo, fazendo, claro, os devidos comentários:
Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:
Por exemplo: de acordo com a LDO da União para o exercício de 2018, não serão objeto de limitação de empenho:
alimentação escolar, atenção à saúde da população para procedimentos em média e alta complexidade, pessoal e
encargos sociais, etc.
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com
recursos dos orçamentos;
Se alguém está recebendo recursos públicos, o Estado deve ser responsável (responsabilidade fiscal 😏) e
impor condições e exigências. Essas condições e exigências para transferências de recursos a entidades
públicas e privadas estão lá na LDO.
§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados
nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois
seguintes.
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(...)
O § 2º lista várias informações sobre o Anexo de Metas Fiscais (AMF). Por motivos didáticos, preferimos
ocultá-lo.
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem
tomadas, caso se concretizem.
As questões adoram fazer confusão entre o Anexo de Metas Fiscais (AMF) e o Anexo de Riscos Fiscais
(ARF), por isso vamos fazer uma breve distinção entre os dois. Mas, primeiro, repare que ambos estão contidos
na LDO, e não no PPA ou na LOA, ok?
Sugerimos que você pense no nome de cada um. O Anexo de Metas Fiscais, obviamente, conterá metas.
Metas anuais.
Para 5 coisas:
1. Receitas;
2. Despesas;
3. Resultado nominal;
4. Resultado primário;
5. Montante da dívida pública.
Precisamente! 😄 Fácil, não é? É no Anexo de Riscos Fiscais em que serão avaliados os passivos
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas. Mas o anexo não se contenta só com isso.
Além de avaliar, ele vai informar as providências a serem tomadas, caso os passivos contingentes e os outros
riscos se concretizem. Assim, ele se torna bem mais útil, concorda? 😉
Por exemplo: é como se o jornalista que informa a previsão do tempo simplesmente dissesse: “olha, amanhã teremos um
furacão”. Na mesma hora você se pergunta: “putz, e agora o que eu faço?”. Não seria melhor se o jornalista dissesse:
“amanhã teremos um furacão, por isso estoquem água, comprem lanternas e cubram as janelas de vidro com madeira”?
Agora você já sabe o que fazer! 😃
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Quer dizer: passivos contingentes são despesas que envolvem certo grau de incerteza quanto a sua
efetiva ocorrência. Você não sabe se elas vão ocorrer ou não. Ou então nem pode mensurar o seu valor com
confiabilidade. Por isso que eles estão categorizados como “riscos”.
Pronto! 😄 Basicamente, o Anexo de Riscos Fiscais só faz isso. O Anexo de Metas Fiscais é que possui mais
funções (que não nos importa no momento).
§ 4º A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos das
políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais
agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subsequente.
Cuidado! É nesse “anexo específico” em que estão as metas de inflação (não é no Anexo de Metas
Fiscais).
Muito bem! Há ainda outras funções da LDO dispostas na LRF, mas é melhor vê-las em outro momento!
😉 Por enquanto, vamos ficar com esse esquema:
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Prazos
Até quando o Poder Executivo tem que mandar o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO)? E
até quando o Poder Legislativo tem que aprová-lo?
Você lembra que a lei complementar à qual caberia dispor sobre vigência e prazos do PPA, LDO e LOA
ainda não existe?
Pois é... e enquanto ela não entra em vigor os prazos são aqueles constantes do artigo 35 do ADCT.
Vejamos o que esse dispositivo fala sobre o PLDO:
§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as
seguintes normas:
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro
período da sessão legislativa;
“Mas que data mais estranha, professores? Oito meses e meio antes do encerramento do exercício
financeiro? Como é que eu vou lembrar disso?” 🙄
Faça assim: LDO termina com a letra O. Passe um traço (–) e divida essa letra O no meio. Ficou parecendo um 8 não foi?
Parece um 8, mas é a letra O partida no meio. Viu? 8 meses e meio! 😃
O exercício financeiro se encerra em 31 de dezembro. 8 meses e meio antes disso seria 15 de abril.
Portanto, o Poder Executivo deve encaminhar o PLDO até o dia 15 de abril.
Repare também que o PLDO será devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da
sessão legislativa, ou seja, até o dia 17 de julho.
“Mas por que essa antecedência toda de 8 meses e meio? E essa devolução para sanção até o encerramento
do primeiro período da sessão legislativa?” 🧐
Porque a LDO orientará a elaboração da LOA. Se orientará a elaboração da LOA, é óbvio que a LDO tem
que ser aprovada antes da LOA. 😄
Fácil: são os mesmos do PPA, que nós já vimos. Com a diferença de que o PPA tem 4 (quatro) anos de
vigência, portanto, é elaborado a cada 4 (quatro) anos, enquanto a LOA tem 1 (um) ano de vigência e é
elaborada todos os anos.
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PLDO devolvido
PLDO para sanção até 17
encaminhado de julho
até 15 de abril (encerramento do
(8 meses e 1º período
meio) legislativo)
4 meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
PPA* e LOA
Para o Legislativo devolver encerramento da sessão
ao Executivo para sanção legislativa
Prazos
8 ½ meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
LDO
encerramento do primeiro
Para o Legislativo devolver período da sessão
ao Executivo para sanção
legislativa
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“Que mais que eu tenho que saber sobre os prazos da LDO, professores?” 🧐
Você tem que saber que se os parlamentares não aprovarem o PLDO, eles não terão recesso! Não vão
ter “férias”! 😅 Arriscaríamos dizer que esse é o único instrumento que eles não querem que atrase! Ninguém
quer perder esse recesso! 😂
Brincadeiras à parte, observe a literalidade da CF/88. Ela fala em não interrupção da sessão legislativa:
Art. 57, § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.
Isso só acontece com o PLDO, ok? Não acontece com o projeto de PPA e com o PLOA! Ou seja: a sessão
legislativa poderá ser interrompida mesmo sem a aprovação do projeto de lei do PPA e do orçamento anual.
Ah, e é claro que temos esquemas aqui também! 😃 Primeiro um esquema somente com os prazos da
LDO:
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Apesar de ter sido criada na Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ganhou novas
atribuições com a publicação da Lei Complementar 101, de 2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Comentários:
É por isso que nós fizemos a separação entre as funções da LDO decorrentes da CF/88 e as funções da LDO decorrentes
da LRF. A questão está interessada nessas últimas. Vejamos então a disposição constitucional sobre a LDO:
Art. 165, § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo
as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá
sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento.
Muito bem. De fato, a LDO conterá o Anexo de Metas de Fiscais (AMF) em que serão estabelecidas metas anuais, em
valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública
(LRF, art. 4º, § 1º). Portanto, a alternativa C está correta!
“Mas por que a alternativa B está errada? Ela também fala em metas fiscais...” 🤔
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Porque o AMF não estabelece metas monetárias da Administração Pública. Além disso, existe é um anexo específico que
apresenta objetivos da política monetária (LRF, art. 4º, § 4º).
§ 4º A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos das políticas
monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as
metas de inflação, para o exercício subsequente.
Gabarito: C
Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, da Constituição Federal, que disporá sobre o
exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes
orçamentárias e da lei orçamentária anual, serão obedecidas as normas do art. 35 do ADCT, no que tange à vigência e ao
prazo.
Com relação ao envio do Plano Plurianual (PPA), da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) e da Lei Orçamentária Anual
(LOA), são estabelecidos, respectivamente, os seguintes prazos para encaminhamento dos projetos de lei ao Poder
Legislativo:
A) PPA - até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro; LDO - até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e LOA - até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro.
B) LDO - até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro; LOA - até quatro meses antes do
encerramento do primeiro exercício financeiro e PPA - até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro.
C) LDO - até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro; PPA - até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e LOA - até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro.
D) PPA - até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro; LOA - até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e LDO - até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro.
Comentários:
Gabarito: A
Comentários:
É verdade que a LDO conterá autorização específica para aumento de despesas com pessoal, inclusive por meio de
admissão ou contratação de pessoal (CF/88, art. 169, § 1º). No entanto, quando o aumento de despesas com pessoal for
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em Empresas Públicas (EP) ou Sociedades de Economia Mista (SEM), essa autorização específica na LDO não é
necessária.
Gabarito: Errado
A respeito do plano plurianual (PPA), da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e da lei orçamentária anual (LOA), julgue o
item que se segue.
As políticas das agências financeiras oficiais de fomento deverão ser estabelecidas na LDO.
Comentários:
Essa a gente responde com a nossa “boa e velha” disposição constitucional sobre a LDO (CF/88, art. 165, § 2º):
Art. 165, § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo
as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre
as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
Lembre-se do melhor exemplo de agências financeiras oficiais de fomento: o BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social).
Gabarito: Certo
Com relação às disposições constantes na LRF a respeito da lei orçamentária anual (LOA), à lei de diretrizes orçamentárias
(LDO) e ao plano plurianual (PPA), julgue o item subsecutivo.
Passivos contingentes são despesas que envolvem certo grau de incerteza quanto a sua efetiva ocorrência. Nesse sentido,
a LDO contém o anexo de riscos fiscais, no qual são avaliados os passivos contingentes e outros riscos fiscais.
Comentários:
Exatamente: passivos contingentes são despesas que você não pode dizer, com certeza, que irão ocorrer. Ou então não
pode dizer, com certeza, qual seria o seu valor. Mas se ocorrer, haverá um impacto no patrimônio.
Sabemos também que a LRF ampliou o significado e a importância da LDO e lhe atribuiu diversas outras funções, dentre
elas, a de conter o Anexo de Riscos Fiscais. É nesse anexo em que serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos
fiscais. Veja:
Art. 4º, § 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes
e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.
Gabarito: Certo
De acordo com a Constituição Federal, o diploma legal que, entre outras coisas, compreende as metas e prioridades da
administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, que dispõe sobre
as alterações na legislação tributária e que estabelece a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento
é
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Comentários:
Art. 165, § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual,
disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras
oficiais de fomento.
Já podemos resolver a questão quando ela mencionou “metas e prioridades”. Aqui você já se recorda do mnemônico MP
(Metas e Prioridades) e corre para o abraço.
Gabarito: C
A Lei de Diretrizes Orçamentárias está prevista na Constituição Federal e deve ser elaborada a partir das definições do
PPA e também orientar a elaboração da LOA. Acerca da LDO, é correto afirmar que um dos conteúdos da LDO é a
definição das políticas de aplicação das agências financeiras de investimento.
Comentários:
A LDO estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento (não agências financeiras de
investimento).
Gabarito: Errado
Comentários:
Exatamente! Segundo o artigo 165, § 2º, da CF/88, a LDO orienta a elaboração da LOA. É por isso que ela deve ser
elaborada e aprovada antes da elaboração da LOA. Além disso, a LDO é o elo entre o PPA e a LOA. A LDO é quem faz esse
meio de campo. Por isso, está correto dizer que a LDO auxilia na coerência entre o PPA e a LOA.
Gabarito: Certo
De acordo com os prazos estabelecidos no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, os prazos para
encaminhamento pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo e devolução para sanção do projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias são, respectivamente:
A) 15 de janeiro e 17 de julho;
B) 15 de abril e 17 de julho;
C) 15 de abril e 31 de agosto;
D) 31 de agosto e 22 de dezembro;
E) 31 de agosto e 30 de dezembro.
Comentários:
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O exercício financeiro se encerra em 31 de dezembro. 8 meses e meio antes disso cai na data de 15 de abril, portanto já
ficamos entre as alternativas B e C.
Você deve lembrar também que a LDO irá orientar a elaboração da LOA, por isso a LDO deve estar pronta antes da LOA.
Assim fica mais fácil lembrar que o PLDO será devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão
legislativa, ou seja, até o dia 17 de julho, já que o PLOA será encaminhado em 31 de agosto.
Ressaltamos que o projeto de PPA e o PLOA, ambos, devem ser encaminhados até quatro meses antes do encerramento
do exercício financeiro, isto é, até o dia 31 de agosto, e devolvidos para sanção até o encerramento da sessão legislativa,
ou seja, até 22 de dezembro. A diferença é que o projeto de PPA é elaborado somente a cada quatro anos.
Gabarito: B
CESPE – TCE-AC – Analista de Controle Externo – 2009
O conteúdo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é estabelecido em dispositivos da Constituição Federal (CF) e, a
partir de 2000, por meio da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A LDO
d) Errada. E que alternativa perigosa! 😬 De acordo com a LRF, de fato a LDO disporá sobre:
Art. 4º, I, b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste
artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;
Mas onde é que você viu menção ao período trimestral aí? 🤔 Além disso, o artigo 9º fala em verificação bimestral (não
trimestral).
e) Errada. Veremos daqui a pouco que quem contém a reserva de contingência é a LOA (LRF, art. 5º, III).
Gabarito: C
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A LOA é a peça orçamentária mais concreta de todas. É na LOA que nós encontramos a previsão das
receitas e a fixação das despesas. Em regra, é só isso (e nada mais) que você encontra na LOA: previsão de
receitas e fixação de despesas. Observe (CF/88):
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos
termos da lei.
Esse é o princípio da exclusividade! 😄 Resumidamente, ele preceitua que a LOA não conterá matéria
estranha à previsão da receita e à fixação da despesa. Mas, além da previsão de receitas e fixação de despesas,
também poderão estar na LOA:
“Mas por que as receitas são previstas e as despesas são fixadas, professores?” 🧐
Porque, de modo bem simples, se as receitas forem maiores do que as despesas (receitas > despesas),
então está sobrando dinheiro (e isso significa mais dinheiro para atender às necessidades e desejos da
sociedade). Mas se as despesas forem maiores do que as receitas (despesas > receitas), vai faltar dinheiro para
pagar os professores, para comprar medicamentos, para pagar os policiais...
Além disso, a arrecadação da receita envolve certo grau de incerteza: a Administração Pública pode
arrecadar mais ou menos do que esperava, afinal isso não depende exclusivamente da vontade dela. Já a
realização de despesas depende da vontade da Administração Pública: é uma “variável controlável”. 🤓
Por exemplo: se você não quer gastar mais, é só não comprar aquele par de sapatos que você viu na loja! 😅 Viu? Quem
controla as despesas é você!
Agora se você tem um amigo que está lhe devendo dinheiro, ele só lhe paga quando ele quiser! Você não pode botar a
mão na conta dele e “arrancar” o dinheiro. 😕 Viu como você está dependendo dele?
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Isso quer dizer que se a arrecadação das receitas foi aquém do esperado: paciência... isso não é total
responsabilidade da Administração Pública. E se a arrecadação foi além do esperado: ótimo! Quem não gosta
de receber mais dinheiro do que esperava? 😂 É mais dinheiro para prestar serviços públicos. 😃
Já no lado das despesas, se a realização das despesas foi abaixo do valor fixado: está tudo ok! Agora, se
as despesas ultrapassarem o valor fixado: temos um problema! Esse valor fixado é o teto. É o valor máximo
que foi autorizado. Qualquer gasto acima desse valor será considerado despesa não autorizada (irregular).
Por exemplo:
Previsão das receitas: R$ 10,00. Se a arrecadação for R$ 8,00 ou R$ 12,00: beleza, não há problema algum. Melhor que seja
R$ 12,00, mas se for R$ 8,00: paciência...
Fixação das despesas: R$ 10,00. Se as despesas realizadas somarem R$ 8,00: beleza, está dentro do limite autorizado. Se
as despesas realizadas somarem R$ 12,00: problema! O governo só estava autorizado a gastar R$ 10,00 e gastou R$ 12,00,
isto é, R$ 2,00 a mais do que estava autorizado a gastar. Essas aqui são despesas irregulares.
Quer dizer: a Administração não pode iniciar um programa ou um projeto se ele não estiver na LOA. E
mais: a Administração tem que respeitar o limite dos créditos orçamentários ou adicionais. Afinal, ela só pode
fazer aquilo que ela está autorizada por lei a fazer (princípio da legalidade).
Por exemplo: se a dotação do crédito orçamentário X é de R$ 100.000,00 (e não há nenhum crédito adicional atualizando
essa dotação), então, nesse crédito orçamentário, a Administração Pública pode realizar despesas somente até o limite
de R$ 100.000,00. Esse é o valor autorizado. Mais do que isso a Administração Pública não está autorizada a gastar.
Se o crédito orçamentário X não estiver na LOA, simples: a Administração Pública não pode realizar despesas para o
crédito orçamentário X. O início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual é vedado.
Então, resumindo: as receitas são previstas e as despesas são fixadas por conta da imprevisibilidade da
arrecadação da receita e por conta do controle sobre as despesas.
Receitas • Previsão
Despesas • Fixação
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Beleza! Continuando...
Você lembra do princípio da unidade (totalidade)? O orçamento deve ser uno, isto é, cada ente
federativo, em cada exercício financeiro, deverá ter somente um único orçamento. E esse orçamento ainda
pode ser dividido, sem que isso se configure transgressão ao princípio, pois é possível a coexistência de vários
orçamentos, desde que sejam posteriormente consolidados em um único orçamento.
Muito bem. A Constituição Federal de 1988 (CF/88) decidiu dividir o nosso orçamento (a Lei Orçamentária
Anual – LOA) em três: o Orçamento Fiscal (OF), o Orçamento de Investimento (OI) e o Orçamento da
Seguridade Social (OSS).
OF OI
OSS
A lógica por trás disso era tentar separar as empresas em que o governo detivesse maioria do capital
social com direito a voto e controlar melhor as despesas relacionadas a saúde, previdência e assistência
social. Então vejamos (CF/88):
Exatamente! É porque assim fica mais fácil de entender! 😄 Esse constituinte só quis complicar a vida dos
alunos... 😂
O Orçamento de Investimento (OI) é o orçamento que contém empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto (e cujas programações não constam
integralmente do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social).
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Atenção para as pegadinhas: as questões vão tentar lhe enganar dizendo que essas empresas estarão lá
“independentemente do percentual do capital social com ou sem direito a voto”. É maioria e é com direito a
voto, ok? 🧐
Vamos lá!
As empresas estatais controladas podem ser divididas entre:
Primeiro deixa a gente falar sobre a empresa estatal dependente. Segundo a LRF (art. 2º, III), uma
empresa estatal dependente é uma empresa controlada que recebe do ente controlador recursos financeiros
para o pagamento de:
1. Despesas com pessoal;
2. Despesas de custeio em geral (por exemplo: água, café, material de escritório, etc.);
3. Despesas de capital, excluídos aqueles recursos provenientes de aumento de participação
acionária.
Quer dizer: a empresa estatal dependente é como se fosse aquela criança que recebe uma mesada do
papai. 😅 Elas não têm receita própria ou não geram recursos suficientes para financiar suas despesas,
necessitando da ajuda financeira do seu ente controlador (seu papai 😆). Em outras palavras: elas dependem
do ente controlador para sobreviver, elas não são autossuficientes.
Exemplo: A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) é uma empresa estatal dependente.
Agora você já imagina como são as empresas estatais independentes, não é mesmo?
Elas são justamente o contrário das empresas estatais dependentes! 😃 Elas não dependem do governo
para pagar os salários de seus empregados, para comprar o cafezinho, para fazer a “confra” de final de ano... 😅
As empresas estatais independentes também são controladas e também podem receber recursos
financeiros, mas não para o pagamento de despesas que nós citamos acima.
Veja bem: as empresas estatais dependentes recebem recursos financeiros para pagamento de despesas
de capital, excluídos aqueles provenientes de aumento de participação acionária.
Então você acha que as empresas estatais independentes recebem recursos financeiros para que? 😃
Portanto, quando uma empresa estatal recebe recursos financeiros (aportes) de seu ente controlador
apenas para aumentar a participação acionária (por exemplo: o ente quer aumentar sua participação de 60%
para 70%), ela será uma empresa estatal independente.
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Exemplo: Petrobrás. A Petrobrás vende combustíveis. Ela gera recursos financeiros suficientes para financiar suas
despesas.
“Ok. Ok. E por que é mesmo que vocês estão falando de empresas estatais, professores?” 🤔
E depois de toda essa conversa, nós tínhamos que colocar uma esqueminha, não é? 😏
Pessoal
OF
Estatal Custeio em
dependente geral
OSS
Empresas
De capital
controladas
Aumento de
Estatal
participação OI
independente
acionária
Além disso, você tem que saber que (CF/88, art. 195):
Art. 195, § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social
constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
Art. 195, § 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos
órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e
prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus
recursos.
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Para nós, o que mais importa aqui é saber que cada ente federativo tem suas próprias receitas da
seguridade social, previstas na sua própria LOA. Ora, as receitas dos estados pertencem aos estados. As
receitas do DF pertencem ao DF. E as receitas dos municípios pertencem aos municípios. Então por que elas
estariam no orçamento da União? 😏
E esse é fácil: tudo que não está no OI e no OSS, estará no OF! 😃 Ou seja: “o resto” fica lá no OF! Se
não for aporte para aumento de participação acionária e se não for despesa relacionada a previdência,
assistência social e saúde, então estamos falando do Orçamento Fiscal (OF).
Portanto, no OF nós encontramos recursos de toda a Administração Pública, Direta e Indireta (órgãos,
autarquias, fundações públicas, estatais dependentes), exceto, claro, aqueles recursos que estão no OI ou no
OSS.
Fique atento
As empresas estatais dependentes podem integrar o OF ou o OSS.
Beleza!
Agora preste atenção nessa importante regra constitucional (CF/88, Art. 165, § 7º):
Os orçamentos Fiscal (OF) e de Investimento (OI) terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-
regionais, segundo critério populacional.
Preste atenção, porque a pegadinha aqui é grande: você pensa que reduzir desigualdades é uma função
muito nobre, por isso deve estar no Orçamento da Seguridade Social (OSS). Mas não! O Orçamento da
Seguridade Social (OSS) não tem a função de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério
populacional.
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OF e OI SIM
Reduzir desigualdades
inter-regionais
OSS NÃO
Está acabando! Tem só mais algumas informações importantes que temos que passar para você! 😃
Vamos lá!
Art. 165, § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do
efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios
de natureza financeira, tributária e creditícia.
Atenção: é o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) que será acompanhado desse demonstrativo.
Não é o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentária (PLDO) e nem é o projeto de Plano Plurianual (projeto de
PPA).
Veja bem: isenções, anistias, remissões, subsídios e esses outros benefícios são renúncias de receitas. É
o Estado dizendo para alguém:
“Você deveria recolher R$ 10.000.000,00 de tributos aos cofres públicos, mas eu vou lhe conceder um
benefício de natureza tributária e então você só precisará recolher R$ 9.000.000,00. Eu (Estado) estou
abrindo mão, estou renunciando essa receita de R$ 1.000.000,00”.
Então perceba: o Estado vai deixar de arrecadar R$ 1.000.000,00. 😲 Isso é muito dinheiro! Dá pra fazer
muita coisa com R$ 1.000.000,00. E o Estado simplesmente não vai mais cobrar algo que ele tinha o direito de
cobrar. É óbvio que isso vai causar um impacto nas finanças públicas. Por isso, vem a pergunta:
Bom, é isso que o demonstrativo irá demonstrar e responder! 😉 E o detalhe é que ele é regionalizado,
ok? E, além do demonstrativo, a LOA será acompanhada das medidas de compensação a renúncias de receita
e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado (LRF, art. 5º, II).
Outro assunto muito cobrado em questões de concurso é a Reserva de Contingência. Vamos logo direto
ao ponto: a reserva de contingência está na LOA, mas a forma de utilização e o montante dessa reserva
estão na LDO.
Muito bem. O bolo está na LOA, mas a forma (o molde) que você utilizou para fazer esse bolo está na LDO. 😉
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Fique atento
A reserva de contingência está na LOA, mas forma de utilização e montante estão na LDO
conterá a Reserva de
LOA
Contingência
Reserva de
Contingência
Estabelece a forma de
LDO
utilização e montante
Ah! Nós não estamos inventando isso, ok? 😅 Isso está lá na LRF:
Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com
a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita
corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:
Beleza!
Agora preste atenção nesse detalhe: você lembra do nosso sistema orçamentário, no qual PPA, LDO e
LOA juntos funcionam como engrenagens de uma máquina?
Pois é. Os instrumentos de planejamento não podem ser elaborados de forma independente. É tanto
que, o caput do artigo 5º da LRF exige que o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) seja elaborado de forma
compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com a própria LRF.
Ademais, o PLOA conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos
orçamentos com os objetivos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais (AMF), que está na LDO. Afinal
a LDO orientará a elaboração da LOA, está lembrando disso? 😉
Para demonstrar (provar) que a LOA foi elaborada para alcançar as metas e objetivos estabelecidos e que
ela guarda compatibilidade com os demais instrumentos de planejamento.
Para garantir que o nosso sistema e planejamento orçamentário esteja todo compatível, coerente,
“redondo”, “fechadinho”, aumentando as nossas chances de atingir as metas e objetivos traçados. Você
imagina a bagunça que seria se a o planejamento estratégico estabelecesse X, o planejamento tático
direcionasse para Y e o planejamento operacional planejasse a execução de Z? 😅
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Se a meta é X, o planejamento deve ser no sentido de chegar em X. Não faz sentido planejar para chegar
em outro lugar. 😌 Em outras palavras: se o destino desejado é X, a Administração Pública deve percorrer o
caminho para chegar em X.
Por exemplo: de que adianta você estabelecer a meta de perder 20 kg, mas elaborar um planejamento que só lhe permitirá
perder 5 kg? A meta não é perder 20 kg? Então elabore um planejamento para perder 20 kg! Elabore um planejamento
compatível com a meta! 😤
LDO
PPA
(AMF)
LOA
Enfim, vamos ver agora a literalidade da LRF, pois muitas questões se restringem a isso (depois que você
entende como funciona essa compatibilidade, fica muito mais fácil de gravar. Por isso toda essa explicação
anterior ☺):
Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com
a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
Pronto! Agora dê só uma olhadinha nesses dois parágrafos do mesmo artigo 5º da LRF:
§ 1º Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão,
constarão da lei orçamentária anual.
O primeiro parágrafo reforça o princípio da universalidade, não é mesmo? Todas as despesas relativas
à dívida pública e as receitas que as atenderão constarão da LOA. Mas aí tem só um detalhe: para dar mais
destaque ao refinanciamento da dívida pública (que é um tema importante), esse refinanciamento constará
separadamente na LOA (e nas leis de créditos adicionais).
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Prazos
Nós já vimos os prazos para encaminhamento ao Legislativo e devolução para sanção do projeto de lei
orçamentária. Eles estão lá no artigo 35, § 2º, III, do ADCT:
§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as
seguintes normas:
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento
do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
Ok! 🤗
Agora você tem que saber o seguinte: apesar da autonomia de certas entidades e apesar da separação
dos Poderes, a nossa Constituição estabeleceu que a iniciativa das leis orçamentárias pertence ao Poder
Executivo (CF/88, art. 165).
Portanto, as entidades e os Poderes não encaminham a sua proposta orçamentária diretamente para o
Poder Legislativo. Eles elaboram a sua proposta e enviam para o Poder Executivo, que fará a consolidação,
realizará ajustes necessários e, finalmente, encaminhará o projeto de lei para o Poder Legislativo.
Consolida as
Elaboram a sua
propostas e realiza
proposta orçamentária
ajustes
Acontece que, como você bem lembra, o Poder Executivo tem um prazo para encaminhar os projetos de
leis. Por isso, os órgãos e entidades também têm prazo para enviarem suas propostas ao Poder Executivo,
dando tempo hábil a este para fazer a tal consolidação e eventuais ajustes.
“Tá. E que prazo é esse, professores?”
Você não precisa saber! 😂 Agora, você precisa saber que esse prazo está estabelecido lá na LDO, ok? 😁
“Beleza, mas e se esses órgãos não enviarem as respectivas propostas dentro do prazo estabelecido lá na
LDO, professores? O que acontece?” 🤔
Excelente pergunta! E isso cai em prova, hein?! ☝ A resposta é: se os órgãos não encaminharem as
respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
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Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na
lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na LDO.
Fique atento
Se os órgãos não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo, o Poder Executivo considerará
os valores aprovados na lei orçamentária vigente.
“Ok! Mas e se esses órgãos tiverem enviado as respectivas propostas dentro do prazo, mas o Poder Executivo
demorou e não encaminhou a proposta consolidada ao Poder Legislativo dentro do prazo fixado? O que
acontece?” 🤔
Outra excelente pergunta! A resposta está na nossa boa e velha Lei 4.320/64:
Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas
dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.
Portanto, se o Poder Legislativo não receber a proposta dentro do prazo, ele não ficará de braços
cruzados. O vacilo foi do Poder Executivo, ora! O país não pode esperar. Será considerada como proposta a
LOA vigente e seguimos em frente! 😄
Pronto. Agora digamos que o Executivo consolidou, fez ajustes, encaminhou o projeto de Lei
Orçamentária Anual (PLOA) para o Legislativo dentro do prazo... fez tudo certinho. Mas desta vez é o
Legislativo que está “lesando”. O Legislativo que é o “retardado”. 😂 O prazo para aprovação/devolução para
sanção já passou. O novo exercício financeiro já começou e ainda não temos LOA aprovada e vigente! A
Administração Pública só pode realizar despesas se elas estiverem autorizadas na LOA (ou nas leis de créditos
adicionais). Mas não há LOA vigente!
E agora? 😳 A Administração Pública vai ficar paralisada, sem realizar nenhuma despesa? 😱
É claro que não! Os hospitais públicos têm que funcionar desde o dia 1º de janeiro. O policiamento tem
que estar na rua desde o dia 1º de janeiro. Ou seja: algumas despesas não podem esperar!
Todo ano, a LDO determina que se o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) não for sancionado pelo
Presidente da República até 31 de dezembro, a programação dele constante poderá ser executada para o
atendimento de determinadas despesas (citadas lá na própria LDO). Quer dizer, em vez de considerar a lei
aprovada, utilizar-se-á o projeto de lei ainda em tramitação.
Algumas dessas despesas podem ser executadas integralmente, isto é, podem ser executadas
𝟏
normalmente. Mas outras despesas (de caráter inadiável) poderão ser executadas até o limite de 𝟏𝟐 (um doze
avos) do valor previsto para cada órgão no PLOA, multiplicado pelo número de meses decorridos até a data
de publicação da respectiva Lei (da LOA).
A gente sabe que isso é meio complicado... então vamos dar um exemplo! 😃
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Por exemplo: digamos que já estamos em março e nada da LOA ser aprovada. Finalmente ela é aprovada e publicada em
abril.
Beleza. Agora digamos também que o órgão B tinha orçamento anual previsto de R$ 120.000,00 e precisava executar
despesas correntes de caráter inadiável.
Quantidade de meses decorridos até a data de publicação da LOA x R$ 10.000 = 3 x R$ 10.000 = R$ 30.000.
Pronto! Chegamos ao nosso valor limite! O órgão B pode executar tais despesas correntes de caráter inadiável até o limite
de R$ 30.000.
Resumindo
Com relação ao processo orçamentário brasileiro, julgue o item subsequente. A lei orçamentária anual deve compreender,
além do orçamento fiscal e da seguridade social, o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
Comentários:
Exatamente. Conforme o art. 165, § 5º, da CF/88, a lei orçamentária anual compreenderá o Orçamento Fiscal (OF), o
Orçamento da Seguridade Social (OSS) e o Orçamento de Investimento (OI). Esse último compreenderá empresas em que
a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
Gabarito: Certo
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A respeito do plano plurianual (PPA), da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e da lei orçamentária anual (LOA), julgue o
item que se segue.
Comentários:
São três: o Orçamento Fiscal (OF), o Orçamento de Investimento (OI) e o Orçamento da Seguridade Social (OSS).
Gabarito: Errado
Com relação às disposições constantes na LRF a respeito da lei orçamentária anual (LOA), à lei de diretrizes orçamentárias
(LDO) e ao plano plurianual (PPA), julgue o item subsecutivo.
Comentários:
O PPA? Não!
É a LDO!
A reserva de contingência está na LOA, mas forma de utilização e montante estão na LDO.
Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes
orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida,
serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, (...).
Gabarito: Errado
Dentre as vedações estabelecidas na Constituição Federal no que se refere às leis orçamentárias, incluem-se: o início de
programas ou projetos não incluídos na Lei Orçamentária Anual e a realização de despesas ou a assunção de obrigações
diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais.
Comentários:
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
Gabarito: Certo
As empresas em que a União detenha qualquer percentual do capital social com direito a voto integram o orçamento de
investimento das estatais.
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Comentários:
NÃO! O Orçamento de Investimento (OI) contém as empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria
do capital social com direito a voto. Não é qualquer percentual do capital social! É maioria do capital social. E tem mais:
maioria do capital social com direito a voto.
Gabarito: Errado
A lei de orçamento anual pode autorizar operações de crédito por antecipação da receita orçamentária.
Comentários:
CF/88, Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito,
ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Quer dizer: além da previsão de receitas e fixação de despesas, também poderão estar na LOA:
• Autorização para contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita orçamentária
(ARO).
Gabarito: Certo
O projeto de lei orçamentária anual deverá conter reserva de contingência destinada ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos, com montante e forma de utilização definidos com base na
receita corrente líquida e estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
Comentários:
Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes
orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida,
serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:
Gabarito: Certo
No ente federado — União, estado, Distrito Federal ou município —, o Poder Legislativo deverá elaborar a proposta de
orçamento caso não a receba, no prazo fixado, do respectivo Poder Executivo.
Comentários:
Opa! O que acontece se o Poder Executivo não encaminhar a proposta orçamentária dentro do prazo? Ou seja: o que
acontece caso o Poder Legislativo não receba a proposta orçamentária do Poder Executivo?
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Não! Ele considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente! É exatamente isso que a Lei 4.320/64 diz:
Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o
Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.
Gabarito: Errado
Uma das funções do orçamento fiscal e do orçamento da seguridade social é reduzir desigualdades inter-regionais,
segundo o critério populacional.
Comentários:
Pegadinha clássica! 🙄
O Orçamento da Seguridade Social (OSS) não tem a função de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo o critério
populacional. Somente o OF e OI possuem essa função!
Gabarito: Errado
As receitas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios destinadas à seguridade social constarão do orçamento da
União, que será elaborado de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, pela previdência social e pela
assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na LDO, assegurada a cada área a gestão de seus
recursos.
Comentários:
Opa! As receitas dos estados pertencem aos estados. As receitas do DF pertencem ao DF. E as receitas dos municípios
pertencem aos municípios. Então por que elas estariam no orçamento da União? 😊
Na verdade:
Art. 195, § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos
respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
Gabarito: Errado
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O orçamento da seguridade social integra a lei orçamentária anual, que é uma lei de iniciativa do Poder
Executivo.
Comentários:
Primeira parte: “O orçamento da seguridade social integra a lei orçamentária anual”. Isso é verdade?
OF OI
OSS
Beleza. E a segunda parte: “que é uma lei de iniciativa do Poder Executivo.” A Lei Orçamentária Anual
(LOA) é de iniciativa do Poder Executivo?
Todas as nossas leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são de iniciativa do Poder Executivo (chefe do
Poder Executivo: Presidente da República, Governador e Prefeitos). Confira na CF/88:
Gabarito: Certo
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Nós já dissemos que o Cespe adora o Manual Técnico de Orçamento (MTO)? Por sinal, eles estão ficando
mais íntimos com o passar do tempo. Ultimamente a banca tem retirado muitas questões daí! 😄
Sim. Estamos. O orçamento público realmente é da Administração Pública, mas ele não é útil somente
para a Administração Pública. Muita gente também utiliza o orçamento público para fins de informação,
planejamento, programação, etc. Essas pessoas, particulares, organizações privadas e sociedade em geral são
os interessados.
Lembre-se que o planejamento é determinante para o setor público e indicativo para o setor privado
(CF/88, art. 174).
Por exemplo: você viu que o concurso X (o concurso dos seus sonhos) está previsto no orçamento público para o ano
seguinte. Opa! É um indicativo de que o concurso está vindo, não é mesmo? Você vai logo se planejando. 😄
Portanto, sim. A questão está correta: a estrutura de programação orçamentária tem como objetivo
atender às necessidades de informação das organizações privadas, da sociedade em geral e de outros
interessados.
Gabarito: Certo
Cabe à lei de diretrizes orçamentárias fixar prazo para o presidente do Supremo Tribunal Federal e os
presidentes dos tribunais superiores encaminharem as propostas orçamentárias dos respectivos órgãos.
Comentários:
A LDO realmente tem várias funções. E uma delas é justamente essa: fixar prazos e limites para as
propostas orçamentárias dos Tribunais. Isso está lá no artigo 99 da CF/88:
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§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente
com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a
aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça,
com a aprovação dos respectivos tribunais.
E atenção: a LDO não faz isso somente para Tribunais. Também o faz para o Ministério Público (CF/88,
art. 127, § 3º e 4º) e para a Defensoria Pública (CF/88, art. 134, § 2º).
Gabarito: Certo
Comentários:
Antes de mais nada, observemos o que a nossa CF/88 nos diz sobre a LDO:
Pronto! Só nesse parágrafo já temos tudo que precisamos para resolver a questão. Vamos lhe fazer duas
perguntas:
1. As prioridades estão contidas no plano plurianual?
2. As metas são definidas para o ano corrente?
Se você leu atentamente o dispositivo acima (e prestou atenção nas marcações que fizemos), você
responderá NÃO para as duas perguntas. 😄
É a LDO que compreende as prioridades da administração pública. E as metas são definidas para o ano
subsequente (e não para o ano corrente).
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Por exemplo: a LDO 2020, que é para ser devolvida para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão
legislativa (ou seja, até aproximadamente metade de 2019), conterá as prioridades e metas para 2020 (e não para o resto
do ano de 2019. As metas para 2019 já foram estabelecidas na LDO 2019). 😌
Gabarito: Errado
4 meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
PPA* e LOA
Para o Legislativo devolver encerramento da sessão
ao Executivo para sanção legislativa
Prazos
8 ½ meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
LDO
encerramento do primeiro
Para o Legislativo devolver
período da sessão
ao Executivo para sanção
legislativa
No entanto, é como dissemos: os projetos de lei podem (e não devem, como afirmou erroneamente a
questão) ser apresentados conjuntamente. Não é o que normalmente acontece, mas pode acontecer. 😉
Gabarito: Errado
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Na verdade, o PPA representa o nosso planejamento de médio prazo! Ele estabelece diretrizes, objetivos
e metas (DOM) de médio prazo da administração pública. Esse é o entendimento da doutrina majoritária e é o
que está disposto no Manual Técnico de Orçamento (MTO):
O PPA é o instrumento de planejamento de médio prazo do Governo Federal, que estabelece, de forma
regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração Pública Federal para as despesas de
capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
E agora você sabe que esse é o entendimento da banca. É tanto que o gabarito preliminar da questão foi
correto (indicando que o PPA estabeleceria o planejamento de longo prazo), mas o gabarito definitivo foi
errado (confirmado o entendimento de que o PPA é um instrumento de planejamento de médio prazo). E, como
se isso não fosse suficiente, o Cespe, ainda em 2013, considerou correta a seguinte questão: “O planejamento
de médio prazo do governo, 4 anos, é traduzido por meio do PPA, cuja integração com a LOA é realizada pela
LDO”.
Gabarito: Errado
Apesar de ser um importante instrumento do governo para organizar e viabilizar as finanças públicas a cada
quatro anos, o plano plurianual não tem previsão constitucional.
Comentários:
Não tem previsão constitucional? Como assim? O Plano Plurianual (PPA) foi justamente uma inovação
da CF/88! 😅 Vamos ver de novo os dispositivos constitucionais sobre o PPA:
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I - o plano plurianual;
(...)
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes
e para as relativas aos programas de duração continuada.
Gabarito: Errado
Caso o projeto da lei de diretrizes orçamentárias não seja apresentado no prazo previsto pela Constituição
Federal de 1988, o Congresso Nacional poderá considerar como proposta a lei de diretrizes orçamentárias ainda
em vigor.
Comentários:
A questão está errada. A LDO é tão importante que o ordenamento jurídico brasileiro não cogita a
possibilidade de sua não aprovação. Lembre-se do que diz a nossa CF/88:
Art. 57, § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.
Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas
dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.
Veja que o artigo se refere à “Lei de Orçamento”, ou seja, à LOA (e não à LDO). A banca basicamente
trocou LOA por LDO e a questão estava feita! 😅
Gabarito: Errado
A regionalização das diretrizes, dos objetivos e das metas da administração federal no plano plurianual deve
ser feita por macrorregiões geoeconômicas.
Comentários:
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Por isso, não necessariamente a regionalização deve ser feita por macrorregiões geoeconômicas.
Gabarito: Errado
Determinada alteração na legislação tributária somente poderá entrar em vigor depois de regularmente
autorizada pela lei de diretrizes orçamentárias.
Comentários:
É o seguinte: a LDO não cria, não aumenta, não suprime, não autoriza tributos ou alterações na
legislação tributária. Ela somente disporá sobre as alterações na legislação tributária (CF/88, Art. 165, § 2º).
Aí vem a questão dizendo que “determinada alteração na legislação tributária somente poderá entrar em
vigor depois de regularmente autorizada pela lei de diretrizes orçamentárias”. 😒 Nada disso! A LDO não
precisa autorizar (e de fato não autoriza) alterações na legislação tributária. Somente dispõe sobre elas.
Gabarito: Errado
• Programa Temático: aquele que expressa e orienta a ação governamental para a entrega de
bens e serviços à sociedade;
• Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: aquele que expressa e orienta as ações
destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental;
A banca só trocou os conceitos. 😅 A questão se referia aos Programas de Gestão, Manutenção e Serviços
ao Estado.
Gabarito: Errado
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Isso mesmo: do Manual Técnico de Orçamento (MTO). Vamos transcrever essa parte do MTO abaixo e
você brinca do “jogo dos 7 erros” 😂 (as redações são quase idênticas):
A Lei do PPA 2016-2019 foi elaborada como um instrumento mais estratégico, no qual seja possível ver
com clareza as principais diretrizes de governo e a relação destas com os Objetivos a serem alcançados nos
Programas Temáticos.
Gabarito: Certo
Então, corrigindo a questão: são reservadas à lei complementar (e não à LDO) disposições sobre
exercício financeiro, vigência, prazos, elaboração e organização do plano plurianual.
Ah! Vale lembrar também que a LDO é uma lei ordinária! Não é uma lei complementar, ok? 😉
Gabarito: Errado
Determinado ente público firmou contrato de prestação de serviços com uma entidade privada, com prazo
superior a um exercício financeiro. Com referência a essa situação, julgue o item a seguir.
Se o referido contrato prever a realização de investimentos anuais por parte do órgão público, então será
necessário que os recursos para atender as despesas em exercícios seguintes estejam contempladas no
orçamento plurianual.
Comentários:
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Art. 167, § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
Art. 5º, § 5º A lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração superior a um
exercício financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão,
conforme disposto no § 1º do art. 167 da Constituição.
Resumindo:
Atenção: é o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) que será acompanhado desse demonstrativo.
Não é o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentária (PLDO) e nem é o projeto de Plano Plurianual (projeto de
PPA).
Analisando a questão: se a União concedeu um benefício tributário (uma isenção, anistia, remissão, etc.),
o efeito regionalizado do benefício concedido deverá ser demonstrado no projeto de lei orçamentária (na
LOA) do exercício financeiro subsequente. Portanto, a questão está correta.
Gabarito: Certo
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a) Errada. O PPA não é prorrogável. A cada quatro anos um novo PPA será elaborado.
d) Errada. A LDO tem vigência de aproximadamente 1 ano e meio, enquanto que o PPA tem vigência de
4 anos.
e) Errada. O período de vigência do PPA não está condicionado ao cumprimento das metas anteriormente
aprovadas. O período é de 4 (quatro) anos e pronto! 😅
Gabarito: C
Em primeiro lugar, nem todas as obras públicas precisam estar previstas no plano plurianual, pois
investimentos cuja execução seja inferior a um exercício financeiro não precisam estar no PPA. É isso que a
nossa CF/88 nos diz:
Art. 167, § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
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Por isso está errado dizer que “obras públicas somente podem ser realizadas quando as despesas de
capital correspondentes estiverem previstas no plano plurianual”.
Em segundo lugar, o PPA também inclui despesas correntes!
“Mas como assim, professores? Eu lembro que o PPA estabelecerá as diretrizes, objetivos e metas (DOM)
da administração pública para as despesas de capital!” 🤨
Ok. Mas está faltando alguma coisa aí. Vejamos o dispositivo constitucional que trata do PPA:
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes
e para as relativas aos programas de duração continuada.
Ah! Então é o seguinte: o PPA não se preocupa somente com despesas de capital. Ele também se
preocupa com outras despesas decorrentes dessas despesas de capital (ODD – Outras Delas Decorrentes). São
despesas geradas após a entrega do produto das despesas de capital. São despesas correntes essenciais para o
seu funcionamento ou manutenção. Lembre-se disso! ☝ E lembre-se do nosso mnemônico:
Mas o Poder Legislativo também não pode invadir a competência do Poder Executivo e elaborar sua
própria proposta. O responsável pela elaboração e apresentação da proposta orçamentária é o Poder
Executivo. O Poder Legislativo a discute, emenda, vota e aprova. Orçamento misto, lembra? 😏
Bom, se o Congresso Nacional não receber a proposta dentro do prazo, ele considerará como proposta
a LOA vigente! 😄 É isso que a nossa boa e velha Lei 4.320/64 nos diz:
Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas
dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.
Gabarito: Errado
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19. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018
O anexo de metas fiscais deve ser obrigatoriamente incluído na lei de diretrizes orçamentárias, mas a inclusão
do anexo de riscos fiscais é facultativa.
Comentários:
Errado! Ambos deverão ser incluídos na LDO. Observe o disposto na LRF, atentando-se para os verbos
no futuro do presente:
Art. 4º, § 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados
nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois
seguintes.
Art. 4º, § 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os
passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a
serem tomadas, caso se concretizem.
Perceba: a lei fala “integrará” e não “poderá integrar”. Fala “conterá” e não “poderá conter”. Por isso, a
inclusão do Anexo de Riscos Fiscais não é facultativa. Questão errada!
Gabarito: Errado
Art. 4º, § 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os
passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a
serem tomadas, caso se concretizem.
Repare que o Anexo de Riscos Fiscais não vai simplesmente avaliar os passivos contingentes e outros
riscos capazes de afetar as contas públicas e “ficar por isso mesmo”. Além de avaliar, ele vai informar as
providências a serem tomadas, caso os passivos contingentes e os outros riscos se concretizem. Assim, ele se
torna bem mais útil, concorda? 😉
Gabarito: Certo
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Comentários:
Sim! Essa função da LDO está na LRF, acompanhe:
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com
recursos dos orçamentos;
Gabarito: Certo
A respeito das espécies legislativas que tratam do orçamento, assinale a opção correta.
A) Cabe ao presidente da República propor o projeto de lei do PPA, que deve observar as diretrizes, objetivos e
metas da administração federal em programas de ação continuada e considerar as peculiaridades regionais do
país.
B) A vigência do PPA é de quatro anos e coincide com a vigência do mandato do chefe do Poder Executivo.
C) O repasse dos recursos orçamentários derivados de emendas individuais constantes da lei orçamentária
anual não poderá ser realizado se o ente federativo destinatário do recurso estiver inadimplente com a União.
D) As disposições aprovadas na lei de diretrizes orçamentárias (LDO) criam direitos e obrigações orçamentárias
do Estado perante terceiros, salvo se ocorrer mudança na legislação tributária.
E) Não poderão ser utilizados os recursos não autorizados em virtude de veto ou rejeição do projeto de lei
orçamentária anual, ainda que haja posterior e específica autorização legal.
Comentários:
a) Correta. De acordo com o artigo 165 da CF/88, todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são de
iniciativa do Poder Executivo, ou seja, cabe ao chefe do Executivo (no caso da União, ao Presidente da
República) propor o projeto de lei do PPA. Além disso (CF/88):
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
b) Errada. A vigência do PPA é mesmo de 4 (quatro) anos, mas não coincide com a vigência do mandato
do chefe do Poder Executivo.
c) Errada. Na verdade, esse repasse poderá ser realizado independentemente do ente federativo
destinatário do recurso estar adimplente ou não com a União. É isso que nos informa o artigo 166, § 13, da
CF/88, incluído pela EC 86/15, que trata do orçamento impositivo e das emendas parlamentares individuais:
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Art. 166, § 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da programação prevista no
§11 deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência
do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de
aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169.
d) Errada. Não. Nosso orçamento é autorizativo (e não impositivo). Além disso, a LDO não cria, não
aumenta, não suprime, não autoriza tributos ou alterações na legislação tributária. Ela somente disporá sobre
as alterações na legislação tributária (CF/88, Art. 165, § 2º).
e) Errada. Essa alternativa trata das fontes para abertura de créditos adicionais. É o seguinte: imagine que
determinada despesa prevista no projeto de LOA, que era coberta por determinados recursos, foi rejeitada.
Agora essa despesa não existe mais, ela não está prevista na LOA. E os recursos que seriam utilizados para
cobri-la agora estão “sobrando”, “voando por aí”, sem alocação. 😄
Bom, com eles é possível abrir créditos adicionais (suplementares e especiais), mas para isso você precisa
de autorização legislativa. Isso tudo está na CF/88, confira:
Art. 166, § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos
especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
Gabarito: A
Comentários:
O que? 🤨 Mas a legislação tributária compreende os decretos e resoluções que tratam de isenções,
anistias ou remissões. Veja só o que diz o nosso Código Tributário Nacional (CTN – Lei 5.172/66):
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais,
os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações
jurídicas a eles pertinentes.
Quando falamos de isenções, anistias ou remissões, estamos falando sobre tributos e relações jurídicas a
eles pertinentes, não estamos? 😌
Portanto, não tem essa de “excluídos os decretos e as resoluções que tratem de isenções, anistias ou
remissões”. A LDO disporá sobre as alterações na legislação tributária, como versa o artigo 165, § 2º, da CF/88,
e pronto! 😉
Gabarito: Errado
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24. CESPE – TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Área Planejamento - Administração – 2016
O Poder Executivo, ao elaborar o orçamento geral do estado do Pará (OGE/PA) para o exercício de 2016,
propôs:
(...)
O programa de incentivo ao primeiro emprego poderá ser incluído no OGE/PA, mesmo que não conste do PPA
estadual.
Comentários:
Opa! Será que pode mesmo ser incluído no orçamento sem constar no PPA? 🤔 Quando você se deparar
com isso, lembre-se logo daquela regrinha:
Art. 167, § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser
iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime
de responsabilidade.
Ou seja:
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes
e para as relativas aos programas de duração continuada.
Gabarito: Errado
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É na LOA que nós encontramos a previsão das receitas e a fixação das despesas. Ou seja: é na LOA que
nós descobrimos a origem (de onde está vindo) e a alocação (para onde está indo) os recursos públicos. Isso
está expresso na LOA em termos financeiros, ou seja, em reais (R$).
E a LOA também é temporal! A sua vigência é limitada! Lembra do princípio orçamentário da
anualidade (ou periodicidade)? O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado período
de tempo, geralmente de 12 meses, chamado de exercício financeiro.
Por isso, a questão está correta!
Gabarito: Certo
26. CESPE – Prefeitura de São Paulo - SP - Assistente de Gestão de Políticas Públicas I – 2016
A respeito da lei de diretrizes orçamentárias (LDO), da lei orçamentária anual (LOA) e do plano plurianual (PPA),
assinale a opção correta.
A) Os projetos e as atividades municipais, segundo a sua localização, sua dimensão, suas características
principais e seu custo, deverão estar identificados e individualizados na LOA.
B) A LDO compreenderá o orçamento fiscal referente aos poderes do município, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta.
C) O PPA, que disporá sobre as metas e prioridades da administração pública municipal para os exercícios
financeiros subsequentes e para os programas de duração continuada, será editado por meio de decreto do
Poder Executivo, na forma do que estabelecer a LDO.
D) A LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, devendo ser incluído
nessa proibição qualquer dispositivo referente a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito por antecipação de receita.
E) A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração e a admissão de pessoal, pelas empresas
públicas e sociedades de economia mista, só poderão ser feitas se houver autorização específica na LDO.
Comentários:
c) Errada. Não! Mais uma vez a banca troca os instrumentos. Quem compreenderá as metas e prioridades
da administração pública é a LDO. O PPA estabelecerá diretrizes, objetivos e metas (DOM).
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d) Errada. Na verdade: a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição qualquer dispositivo referente a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito por antecipação de receita.
Isso quer dizer que além da previsão de receitas e fixação de despesas, também poderão estar na LOA:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos
acréscimos dela decorrentes;
Gabarito: A
A) Os valores que possam vir a desequilibrar as contas públicas, a exemplo dos passivos contingentes, assim
como as ações e programas necessários para saná-los, devem constar no PPA.
B) Os riscos fiscais — anexados à LDO — são classificados em riscos orçamentários e riscos da dívida; a
restituição de tributos superior aos valores previstos é um exemplo de riscos da dívida.
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C) A avaliação dos custos dos serviços públicos prestados é inviabilizada pela ausência de normas relativas ao
controle de custos dos programas, seja na LOA, LDO ou PPA.
D) De acordo com os dispositivos legais, o desenvolvimento do projeto de lei do PPA pelo governo federal deve
considerar a plenitude dos estados e municípios para que se atenda ao quesito da regionalização dos
programas.
E) O chefe do Poder Executivo exercerá seu primeiro ano de mandato executando programas e ações de
governo de seu antecessor, visto que o PPA a que ele se reporta foi desenvolvido pela equipe do gestor
governamental anterior.
Comentários:
Outra questão que vai trocar e confundir os instrumentos de planejamento orçamentário, quer ver? 😅
LRF, Art. 4º § 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados
os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as
providências a serem tomadas, caso se concretizem.
b) Errada. A restituição de tributos superior aos valores previstos é um exemplo de riscos orçamentários
(e não de riscos da dívida).
Por exemplo: o governo planeja arrecadar R$ 1.000.000,00, estimando que vai precisar devolver (restituir) R$ 100.000,00.
Acontece que, durante a execução orçamentária (durante o exercício financeiro), a restituição foi maior do que a prevista:
ela foi de R$ 200.000,00. Bom, agora pode ser que falta um pouco de dinheiro para executar o orçamento, não é mesmo?
E agora? Você acha que isso é um risco orçamentário ou da dívida? Orçamentário, claro!
c) Errada. Ausência de normas relativas ao controle de custos dos programas? Não! A LDO disporá sobre
essas normas. Observe o disposto na LRF:
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com
recursos dos orçamentos;
d) Errada. Se você quer regionalizar, não pode considerar (sempre) a plenitude dos estados e municípios.
Por exemplo: programa para combate à seca e à escassez de água será realizado no Nordeste, mas não no Sudeste. A seca
é um problema daquela região específica.
A regionalização serve para fornecer informações relacionadas à distribuição das metas estipuladas
para o objetivo no território. Ela será expressa em macrorregiões (Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e
Sul), estados ou municípios.
e) Correta. A vigência do PPA iniciar-se-á somente no segundo ano do mandato do chefe do Executivo
e terminará no final do primeiro exercício financeiro do mandato subsequente.
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Isso significa que no primeiro ano de mandato, o chefe do Executivo irá elaborar o seu PPA, mas estará
executando o PPA do mandato passado. No segundo, terceiro e último ano de seu mandato, esse chefe
executará o seu PPA, mas o próximo chefe do Executivo é quem irá executar o último ano desse PPA.
Gabarito: E
Comentários:
A questão está errada, porque essa regra não existe! Veja o que está na CF/88:
Gabarito: Errado
A) Em seu anexo de metas fiscais, a LDO deverá prever as metas anuais relativas a receitas, despesas,
resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o período em que vigorar o PPA.
B) A única função do orçamento de investimentos da União é fixar as receitas e as despesas das empresas em
que este ente central detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto.
C) Caso se concretizem passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, a LDO
deverá apresentar um anexo de riscos fiscais, para informar as providências a serem tomadas.
D) Sob pena de ser considerado inválido, o decreto que estabelece o PPA não pode deixar de especificar, de
forma regionalizada, as metas e as prioridades do governo para os quatro anos seguintes à sua aprovação,
relativamente às despesas de capital e outras delas decorrentes, e também as despesas de duração continuada.
E) Para dar maior concretude às previsões abstratas do PPA, a LDO não deve conter matéria estranha àquelas
veiculadas no referido plano.
Comentários:
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§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados
nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois
seguintes.
b) Errada. Você já sabe que deve desconfiar dessas palavras categóricas, não é? A questão fala em única
função. Será que é a única mesmo? 🧐 Puxe um pouco sua memória e você lembrará que:
Os orçamentos Fiscal (OF) e de Investimento (OI) terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-
regionais, segundo critério populacional.
Então, de fato, o OI tem como função fixar receitas e despesas das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto, mas essa não é sua única função. Ele
também terá, entre suas funções, a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
c) Correta. Exatamente! O ARF está na LDO e é isso mesmo que ele contém. Confira na LRF:
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem
tomadas, caso se concretizem.
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes
e para as relativas aos programas de duração continuada.
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Lembra do mnemônico?
Caso se tenha iniciado o exercício financeiro e o projeto de lei orçamentária anual ainda não tenha sido
aprovado no Poder Legislativo, a própria lei orçamentária do exercício anterior prevê os procedimentos para
liberação de recursos financeiros.
Comentários:
Opa! Não! Lembra do princípio da exclusividade? A LOA não conterá dispositivo estranho à previsão
da receita e à fixação da despesa.
Verdade. Além da previsão de receitas e fixação de despesas, também poderão estar na LOA:
Pronto! Você viu alguma coisa aí sobre “procedimentos para liberação de recursos financeiros”? 😅
Não, porque isso não está e nem pode estar na LOA. Na verdade, isso está na LDO. Todo ano, a LDO
determina que se o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) não for sancionado pelo Presidente da
República até 31 de dezembro, a programação dele constante poderá ser executada para o atendimento de
determinadas despesas (citadas lá na própria LDO).
Gabarito: Errado
Ah! Que coisa linda! Que texto lindo! O orçamento da seguridade social reduzindo desigualdades inter-
regionais, destinando mais benefícios previdenciários para as regiões mais pobres do país. 😍
Mas não é bem assim! 😂 Preste atenção nessa importante regra constitucional (CF/88, Art. 165, § 7º):
Os orçamentos Fiscal (OF) e de Investimento (OI) terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-
regionais, segundo critério populacional.
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A pegadinha aqui é a seguinte: você pensa que reduzir desigualdades é uma função muito nobre, por isso
deve estar no Orçamento da Seguridade Social (OSS). Mas não! O Orçamento da Seguridade Social (OSS)
não têm a função de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. Somente os
orçamentos Fiscal (OF) e de Investimento (OI) fazem isso!
OF e OI SIM
Reduzir
desigualdades
inter-regionais
OSS NÃO
Gabarito: Errado
Olha a pegadinha! 😄
Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais serão elaborados em consonância com o PPA (e
não o contrário). Observe (CF/88):
Art. 165, § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão
elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.
Como os planos e programas, muitas vezes, são mais longos do que o PPA, as questões adoram dizer que
o PPA será elaborado em consonância com os planos e programas. Foi exatamente o que essa questão aqui
fez!
Agora você já sabe: os planos e programas é que são elaborados em consonância com o PPA (não é o
PPA que é elabora em consonância com os planos e programas)! ☝
Gabarito: Errado
Art. 165, § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão
elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.
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Além disso, os programas nacionais, regionais e setoriais podem sim ter duração superior a quatro anos.
Aliás, como alguns desses planos e programas são mais longos do que o PPA, as questões adoram dizer que o
PPA será elaborado em consonância com os planos e programas. Pegadinha clássica! Não caia nessa!
Gabarito: Errado
Comentários:
O presidente da República deve mesmo encaminhar o PPA e a LOA ao Congresso Nacional até quatro
meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro, mas a LDO não!
A LDO deve orientar a elaboração da LOA, por isso ela deverá ser encaminhada e aprovada antes da
LOA, não é mesmo? 😉 Por isso que (ADCT, art. 35, § 2º):
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro
período da sessão legislativa;
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Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com
a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar: (...)
§ 1º Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão,
constarão da lei orçamentária anual.
O primeiro parágrafo reforça o princípio da universalidade, não é mesmo? Todas as despesas relativas
à dívida pública e as receitas que as atenderão constarão da LOA. Mas aí tem só um detalhe: para dar mais
destaque ao refinanciamento da dívida pública (que é um tema importante), esse refinanciamento constará
separadamente na LOA (e nas leis de créditos adicionais).
Gabarito: Certo
Se a lei orçamentária anual não for aprovada até o final do exercício anterior ao da sua vigência, o Poder
Executivo estará autorizado a executar as dotações constantes da proposta apresentada ao Poder Legislativo,
até o limite de um doze avos por mês.
Comentários:
Você tem que lembrar que todo ano, a LDO determina que se o Projeto de Lei Orçamentária Anual
(PLOA) não for sancionado pelo Presidente da República até 31 de dezembro, a programação dele constante
poderá ser executada para o atendimento de determinadas despesas (citadas lá na própria LDO). Veja: não é
todo o orçamento, todas as dotações que podem ser executadas. Somente algumas dotações poderão ser
executadas.
Destas dotações, algumas podem ser executadas integralmente, isto é, podem ser executadas
𝟏
normalmente. Mas outras despesas (de caráter inadiável) poderão ser executadas até o limite de 𝟏𝟐 (um doze
avos) do valor previsto para cada órgão no PLOA, multiplicado pelo número de meses decorridos até a data
de publicação da respectiva Lei (da LOA).
Na verdade, essa questão está bem parecida com o artigo 6º da LRF, o qual foi vetado. Acompanhe:
Art. 6º Se o orçamento não for sancionado até o final do exercício de seu encaminhamento ao Poder
Legislativo, sua programação poderá ser executada, até o limite de dois doze avos do total de cada
dotação, observadas as condições constantes da lei de diretrizes orçamentárias.
Essa nós vamos deixar que a própria Presidência da República lhe responda. Eis as razões do veto desse
artigo:
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Parcela significativa da despesa orçamentária não tem sua execução sob a forma de duodécimos ao
longo do exercício financeiro. Assim, a autorização para a execução, sem exceção, de apenas dois
doze avos do total de cada dotação, constante do projeto de lei orçamentária, caso não seja ele
sancionado até o final do exercício de seu encaminhamento ao Poder Legislativo, poderá trazer sérios
transtornos à Administração Pública, principalmente no que tange ao pagamento de salários,
aposentadorias, ao serviço da dívida e as transferências constitucionais a Estados e Municípios.
Gabarito: Errado
Art. 44. O Orçamento de Investimento, previsto no inciso II do § 5º do art. 165 da Constituição, abrangerá
as empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a
voto, ressalvado o disposto no § 5º, e dele constarão todos os investimentos realizados,
independentemente da fonte de financiamento utilizada.
Gabarito: Certo
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Questões Cespe
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O orçamento da seguridade social integra a lei orçamentária anual, que é uma lei de iniciativa do Poder
Executivo.
Cabe à lei de diretrizes orçamentárias fixar prazo para o presidente do Supremo Tribunal Federal e os
presidentes dos tribunais superiores encaminharem as propostas orçamentárias dos respectivos órgãos.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias é o instrumento em que o governo define as prioridades contidas no plano
plurianual e as metas que deverão ser atingidas no ano corrente.
Apesar de ser um importante instrumento do governo para organizar e viabilizar as finanças públicas a cada
quatro anos, o plano plurianual não tem previsão constitucional.
Caso o projeto da lei de diretrizes orçamentárias não seja apresentado no prazo previsto pela Constituição
Federal de 1988, o Congresso Nacional poderá considerar como proposta a lei de diretrizes orçamentárias ainda
em vigor.
A regionalização das diretrizes, dos objetivos e das metas da administração federal no plano plurianual deve
ser feita por macrorregiões geoeconômicas.
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A última lei do plano plurianual foi elaborada como instrumento mais estratégico, no qual é possível identificar
as principais diretrizes de governo e a relação dessas diretrizes com os objetivos a serem alcançados nos
programas temáticos.
C) tem início no segundo ano de um mandato governamental e se encerra no final do primeiro ano do mandato
seguinte.
D) coincide com a vigência da lei de diretrizes orçamentárias (LDO).
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Se o Congresso Nacional não receber a proposta orçamentária elaborada pelo Poder Executivo no prazo fixado
pela Constituição Federal, ele deverá elaborar sua própria proposta orçamentária, sem prejuízo da imposição
de sanções cabíveis.
19. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018
O anexo de metas fiscais deve ser obrigatoriamente incluído na lei de diretrizes orçamentárias, mas a inclusão
do anexo de riscos fiscais é facultativa.
A lei de diretrizes orçamentárias deve prever medidas a serem tomadas nos casos de passivos contingentes
capazes de afetar as contas públicas, caso se materializem.
Cabe à lei de diretrizes orçamentárias de cada ente federativo dispor sobre controle de custos e avaliação dos
resultados dos programas financiados pelo orçamento.
A respeito das espécies legislativas que tratam do orçamento, assinale a opção correta.
A) Cabe ao presidente da República propor o projeto de lei do PPA, que deve observar as diretrizes, objetivos e
metas da administração federal em programas de ação continuada e considerar as peculiaridades regionais do
país.
B) A vigência do PPA é de quatro anos e coincide com a vigência do mandato do chefe do Poder Executivo.
C) O repasse dos recursos orçamentários derivados de emendas individuais constantes da lei orçamentária
anual não poderá ser realizado se o ente federativo destinatário do recurso estiver inadimplente com a União.
D) As disposições aprovadas na lei de diretrizes orçamentárias (LDO) criam direitos e obrigações orçamentárias
do Estado perante terceiros, salvo se ocorrer mudança na legislação tributária.
E) Não poderão ser utilizados os recursos não autorizados em virtude de veto ou rejeição do projeto de lei
orçamentária anual, ainda que haja posterior e específica autorização legal.
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24. CESPE – TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Área Planejamento - Administração – 2016
O Poder Executivo, ao elaborar o orçamento geral do estado do Pará (OGE/PA) para o exercício de 2016,
propôs:
(...)
O programa de incentivo ao primeiro emprego poderá ser incluído no OGE/PA, mesmo que não conste do PPA
estadual.
26. CESPE – Prefeitura de São Paulo - SP - Assistente de Gestão de Políticas Públicas I – 2016
A respeito da lei de diretrizes orçamentárias (LDO), da lei orçamentária anual (LOA) e do plano plurianual (PPA),
assinale a opção correta.
A) Os projetos e as atividades municipais, segundo a sua localização, sua dimensão, suas características
principais e seu custo, deverão estar identificados e individualizados na LOA.
B) A LDO compreenderá o orçamento fiscal referente aos poderes do município, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta.
C) O PPA, que disporá sobre as metas e prioridades da administração pública municipal para os exercícios
financeiros subsequentes e para os programas de duração continuada, será editado por meio de decreto do
Poder Executivo, na forma do que estabelecer a LDO.
D) A LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, devendo ser incluído
nessa proibição qualquer dispositivo referente a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito por antecipação de receita.
E) A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração e a admissão de pessoal, pelas empresas
públicas e sociedades de economia mista, só poderão ser feitas se houver autorização específica na LDO.
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C) A avaliação dos custos dos serviços públicos prestados é inviabilizada pela ausência de normas relativas ao
controle de custos dos programas, seja na LOA, LDO ou PPA.
D) De acordo com os dispositivos legais, o desenvolvimento do projeto de lei do PPA pelo governo federal deve
considerar a plenitude dos estados e municípios para que se atenda ao quesito da regionalização dos
programas.
E) O chefe do Poder Executivo exercerá seu primeiro ano de mandato executando programas e ações de
governo de seu antecessor, visto que o PPA a que ele se reporta foi desenvolvido pela equipe do gestor
governamental anterior.
Em caráter de urgência, é permitido iniciar programas que não estejam incluídos na LOA.
A) Em seu anexo de metas fiscais, a LDO deverá prever as metas anuais relativas a receitas, despesas,
resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o período em que vigorar o PPA.
B) A única função do orçamento de investimentos da União é fixar as receitas e as despesas das empresas em
que este ente central detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto.
C) Caso se concretizem passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, a LDO
deverá apresentar um anexo de riscos fiscais, para informar as providências a serem tomadas.
D) Sob pena de ser considerado inválido, o decreto que estabelece o PPA não pode deixar de especificar, de
forma regionalizada, as metas e as prioridades do governo para os quatro anos seguintes à sua aprovação,
relativamente às despesas de capital e outras delas decorrentes, e também as despesas de duração continuada.
E) Para dar maior concretude às previsões abstratas do PPA, a LDO não deve conter matéria estranha àquelas
veiculadas no referido plano.
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O presidente da República deve encaminhar o PPA e a LDO ao Congresso Nacional até quatro meses antes do
encerramento do primeiro exercício financeiro. A devolução do PPA e da LDO para sanção deverá ocorrer até
o encerramento da sessão legislativa.
Se a lei orçamentária anual não for aprovada até o final do exercício anterior ao da sua vigência, o Poder
Executivo estará autorizado a executar as dotações constantes da proposta apresentada ao Poder Legislativo,
até o limite de um doze avos por mês.
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Gabarito – Cespe
1. Certo 14. Certo 27. E
2. Certo 15. Certo 28. Errado
3. Certo 16. C 29. C
4. Errado 17. Errado 30. Errado
5. Errado 18. Errado 31. Errado
6. Errado 19. Errado 32. Errado
7. Errado 20. Certo 33. Errado
8. Errado 21. Certo 34. Errado
9. Errado 22. A 35. Certo
10. Errado 23. Errado 36. Errado
11. Errado 24. Errado 37. Certo
12. Certo 25. Certo
13. Errado 26. A
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Resumo direcionado
PPA, LDO e LOA são leis ordinárias (e não complementares) e de iniciativa do Poder Executivo. Não caia
na pegadinha que diz que a iniciativa é do Poder Legislativo. O Brasil adota o orçamento misto:
LOA
LDO
PPA
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
Diretrizes são orientações gerais ou princípios que norteiam a captação e o gasto público com vistas a
alcançar os objetivos.
Objetivos são os alvos a serem atingidos, 🎯 o resultado que se pretende alcançar com a realização das
ações governamentais.
Metas são parecidas com os objetivos. Elas são a quantificação, física e financeira, dos objetivos.
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A regionalização serve para fornecer informações relacionadas à distribuição das metas estipuladas para o
objetivo no território. Ela será expressa em macrorregiões, estados ou municípios. Em casos específicos, poderão
até ser aplicados recortes mais adequados.
O PPA não contém somente com despesas de capital. Ele também contém outras despesas decorrentes
dessas despesas de capital (ODD – Outras Delas Decorrentes).
O PPA também se preocupa com programas de duração continuada (PDC), que são aqueles com duração
superior a um exercício financeiro.
Art. 167, § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais serão elaborados em consonância com o PPA (e não
o contrário: PPA em consonância com os planos e programas).
Vigência do PPA:
• 4 (quatro) anos
• não coincidirá com o mandato do chefe do Executivo.
1.2. Prazos:
§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as
seguintes normas:
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;
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2.1. Prazos:
§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as
seguintes normas:
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período
da sessão legislativa;
A LDO termina com a letra O. Passe um traço (–) e divida essa letra O no meio. Ficou parecendo um 8 não foi? Parece um 8,
mas é a letra O partida no meio. Viu? 8 meses e meio! 😃
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
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Receitas • Previsão
Despesas • Fixação
OF e OI SIM
Reduzir desigualdades
inter-regionais
OSS NÃO
Art. 165, § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito,
sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de
natureza financeira, tributária e creditícia.
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conterá a Reserva de
LOA
Contingência
Reserva de
Contingência
Estabelece a forma de
LDO
utilização e montante
3.1. Prazos:
Prazo para encaminhamento das propostas ao Legislativo e devolução ao Executivo para sanção:
§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as
seguintes normas:
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
4 meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
PPA* e LOA
Para o Legislativo devolver encerramento da sessão
ao Executivo para sanção legislativa
Prazos
8 ½ meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
LDO
encerramento do primeiro
Para o Legislativo devolver
período da sessão
ao Executivo para sanção
legislativa
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PLDO devolvido
PLDO para sanção até 17
encaminhado de julho
até 15 de abril (encerramento do
(8 meses e 1º período
meio) legislativo)
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Lista de exercícios
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10. As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um
inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, sendo que
a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
11.No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa incluirá a realização de debates, audiências
e consultas públicas sobre as propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do
orçamento anual, como condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
12. De acordo com recente entendimento do STF, a Lei Orçamentária Anual (LOA) é lei formal e
material. No entanto não é possível a impugnação, em sede de controle abstrato de
constitucionalidade, de leis orçamentárias. Assim, não é cabível a propositura de ADI contra lei
orçamentária anual.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
13.Leis de iniciativa do Poder Legislativo estabelecerão o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e
os orçamentos anuais.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
14. A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
15.Se a execução do investimento ultrapassar um exercício financeiro, tal investimento só poderá ser
iniciado após prévia inclusão no plano plurianual (PPA) ou em lei que autorize a sua inclusão.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
16. Conforme determinação da CF/88, o plano plurianual deve ser elaborado em consonância com
os planos e programas nacionais, regionais e setoriais. A explicação para essa vinculação reside no fato
de que tais planos e programas apresentam maior duração e são mais específicos.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
17.A vigência do PPA é de quatro anos e coincide com a vigência do mandato do chefe do Poder Executivo.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
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Gabarito
1. V
2. V
3. F
4. F
5. V
6. F
7. V
8. V
9. V
10. F
11. V
12. F
13. F
14. V
15. V
16. F
17. F
18. F
19. V
20. V
21. V
22. F
23. V
24. V
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Comentário:
É isso mesmo! Essa é a definição de orçamento dada pelo Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor
Público (MCASP) e pelo Manual Técnico de Orçamento (MTO).
Atenção: essa não é a definição de orçamento público. É a definição de orçamento. Só orçamento. Veja
que ela até fala que o “orçamento é um importante instrumento de planejamento de qualquer entidade, seja
pública ou privada”.
2. O orçamento público possui três funções distintas que coexistem simultaneamente: alocativa,
distributiva e estabilizadora.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
Exatamente! Essas são as três funções clássicas do orçamento, de acordo com a classificação de Richard
Musgrave.
3. A função alocativa se justifica nos casos em que houver a necessária eficiência por parte do mecanismo
de ação privada (sistema de mercado) e nos casos de provisão de bens públicos (puros) ou bens
semipúblicos (bens meritórios).
( ) Verdadeiro
(X) Falso
Comentário:
Opa! A função alocativa se justifica nos casos em que não houver a necessária eficiência por parte do
mecanismo de ação privada (sistema de mercado) e nos casos de provisão de bens públicos (puros) ou bens
semipúblicos (bens meritórios), ou seja, quando ocorrerem falhas de mercado.
A função alocativa é o Estado oferecendo determinados bens e serviços necessários e desejados pela
sociedade, porém que não são produzidos ou providos pela iniciativa privada.
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Não! Essa não é a função alocativa. Essa é a função distributiva, que busca fazer correções na
distribuição de renda, tornando a sociedade menos desigual em termos de renda e riqueza.
5. A decisão de reduzir a alíquota de impostos incidentes sobre determinados produtos com o intuito de
manter a disposição de gastar dos consumidores de tais bens e, consequentemente, contribuir para a
manutenção do nível de emprego na economia relaciona-se com a função estabilizadora.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
6. O orçamento tradicional é um instrumento contábil, cuja ênfase é no objeto do gasto. Por isso, uma de
suas principais características é a integração do planejamento com a ação governamental.
( ) Verdadeiro
(X) Falso
Comentário:
Sim: o orçamento tradicional é um mero instrumento contábil. E sim: o orçamento tradicional tem ênfase
no objeto do gasto. Mas uma de suas principais características é a falta de planejamento da ação
governamental (e não a integração do planejamento com a ação governamental).
7. O orçamento incremental tem como base as receitas e despesas ocorridas no período anterior, sobre
as quais são feitos ajustes marginais.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
É isso aí! O orçamento incremental simplesmente melhora, ajusta, dá uma incrementada (😏) no
orçamento do exercício anterior. Aplica um aumento percentual para o ano seguinte e pronto!
LOA LOA
10%
2019 2020
8. Uma das características do orçamento base zero (OBZ) consiste na necessidade de justificar todos os
programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário. A desvantagem dessa técnica é que a
elaboração do orçamento se torna custosa, lenta e trabalhosa.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
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Comentário:
Corretíssimo! No OBZ, não há direito adquirido. Durante a elaboração da proposta orçamentária para o
exercício seguinte, todo conhecimento prévio acerca das execuções em exercícios anteriores seria
desconsiderado. É como se todo ano um novo orçamento fosse elaborado partindo-se do “zero”. Por isso que
o nome é “orçamento base-zero”! 😏
Com o OBZ é possível obter maior eficiência, maior participação e comprometimento dos gestores, maior
chance de atingir os objetivos. Mas ele também apresenta desvantagens: fazer tudo isso (essa revisão e
justificativa de todos os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário) dá muito trabalho! E
custa muito caro! Com essa técnica, a elaboração do orçamento torna-se difícil, trabalhosa, lenta e muito
cara!
10. As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um
inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, sendo que
a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
( ) Verdadeiro
(X) Falso
Comentário:
Essa assertiva foi para mostrar a maldade que pode ser feita com dois parágrafos do artigo 166, inseridos
pela Emenda Constitucional 86/2015.
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro
e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste
artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente
líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação
definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165.
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Perceba que no § 9º, momento em que o orçamento ainda está em discussão, utiliza-se como base de
cálculo a receita corrente líquida (RCL) prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo. Já no § 11º,
momento em que o orçamento público já está em execução, utiliza-se como base de cálculo a receita corrente
líquida (RCL) realizada no exercício anterior.
11.No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa incluirá a realização de debates, audiências
e consultas públicas sobre as propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do
orçamento anual, como condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
Questão correta. E guarde com carinho o artigo 44 da lei 10.257/01:
Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa de que trata a alínea f do inciso III do
art. 4º desta Lei incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as propostas do
plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, como condição obrigatória
para sua aprovação pela Câmara Municipal.
12. De acordo com recente entendimento do STF, a Lei Orçamentária Anual (LOA) é lei formal e
material. No entanto não é possível a impugnação, em sede de controle abstrato de
constitucionalidade, de leis orçamentárias. Assim, não é cabível a propositura de ADI contra lei
orçamentária anual.
( ) Verdadeiro
(X) Falso
Comentário:
Você tem que saber esse novo entendimento do STF. De fato, a Lei Orçamentária Anual (LOA) é lei formal
e material. Então, ela pode sim ser objeto de controle abstrato de constitucionalidade. E é cabível sim a
propositura de ADI contra lei orçamentária anual. Observe:
Leis orçamentárias que materializem atos de aplicação primária da Constituição Federal podem ser submetidas a
controle de constitucionalidade em processos objetivos.
É possível a impugnação, em sede de controle abstrato de constitucionalidade, de leis orçamentárias. Assim, é cabível
a propositura de ADI contra lei orçamentária, lei de diretrizes orçamentárias e lei de abertura de crédito
extraordinário.
STF. Plenário. ADI 5449 MC-Referendo/RR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 10/3/2016
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Não! Não caia nessa pegadinha! PPA, LDO e LOA são de iniciativa do Poder Executivo, até porque, aqui,
no Brasil, nós adotamos o orçamento misto (Poder Executivo elabora e executa, enquanto Poder Legislativo
vota e controla).
Olha só a CF/88:
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
14. A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
A questão simplesmente transcreveu o § 1º do artigo 165 da CF/88:
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
15.Se a execução do investimento ultrapassar um exercício financeiro, tal investimento só poderá ser
iniciado após prévia inclusão no plano plurianual (PPA) ou em lei que autorize a sua inclusão.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
Exatamente! Essa é uma regrinha importante, que costuma cair em prova! Ela está na CF/88, art. 167, §1º.
Veja:
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Art. 167, § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser
iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime
de responsabilidade.
Portanto:
16. Conforme determinação da CF/88, o plano plurianual deve ser elaborado em consonância com
os planos e programas nacionais, regionais e setoriais. A explicação para essa vinculação reside no fato
de que tais planos e programas apresentam maior duração e são mais específicos.
( ) Verdadeiro
(X) Falso
Comentário:
O PPA representa o nosso planejamento estratégico. É por isso que praticamente tudo tem que ser
compatível com ele, inclusive os planos e programas nacionais, regionais e setoriais, mesmo alguns deles
sendo mais longos do que o próprio PPA. Veja (CF/88, art. 165, § 4º):
Então, os planos e programas é que são elaborados em consonância com o PPA (não é o contrário: PPA
elaborado em consonância com planos e programas nacionais, regionais e setoriais)! ☝
17.A vigência do PPA é de quatro anos e coincide com a vigência do mandato do chefe do Poder Executivo.
( ) Verdadeiro
(X) Falso
Comentário:
A vigência do PPA é de 4 anos, mas não coincide com o mandato do chefe do Executivo. Isso porque a
vigência do PPA iniciar-se-á somente no segundo ano do mandato do chefe do Executivo e terminará no final
do primeiro exercício financeiro do mandato subsequente.
Veja o esquema:
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2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Mandato Dilma
01/01/2011 - 31/12/2014
Mandato Dilma-Temer
01/01/2015 - 31/12/2018
Mandato Bolsonaro
01/01/2019 -
31/12/2022
PPA 2012-2015
01/01/2012 - 31/12/2015
PPA 2016-2019
01/01/2016 - 31/12/2019
Viu como a vigência do PPA não coincide com a vigência do mandato do chefe do Poder Executivo? 😏
Se coincidisse, as barras laranjas ficariam exatamente embaixo das barras azuis.
Na verdade, lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades (MP), e não diretrizes,
objetivos e metas (DOM). O DOM é coisa do PPA!
Em seguida, note que a LDO orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA) e não do Plano
Plurianual (PPA).
A LDO também disporá (e não “autorizará”) sobre as alterações na legislação tributária. A LDO não
fará alterações na legislação tributária, ela simplesmente irá dispor sobre essas alterações, ok? 😉
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19. O projeto de lei orçamentária anual conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e
montante serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias destinada ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
A reserva de contingência está na LOA, mas a forma de utilização e o montante dessa reserva estão na
LDO.
Muito bem. O bolo está na LOA, mas a forma (o molde) que você utilizou para fazer esse bolo está na LDO. 😉
conterá a Reserva de
LOA
Contingência
Reserva de
Contingência
Estabelece a forma de
LDO
utilização e montante
Confira na LRF:
Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com
a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita
corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:
20. A Lei de Responsabilidade Fiscal (nº 101/2000) ampliou o significado e a importância da Lei de
Diretrizes Orçamentárias – LDO, que passou a dispor sobre equilíbrio entre receitas e despesas e sobre
normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados pelos
orçamentos.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
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e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com
recursos dos orçamentos;
21. No caso de a União conceder benefício tributário a determinado setor da economia, o efeito
regionalizado de tal benefício deverá ser demonstrado no projeto de lei orçamentária do exercício
financeiro subsequente.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
22. A lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal, o orçamento da seguridade social
e o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha
alguma participação no capital social.
( ) Verdadeiro
(X) Falso
Comentário:
A LOA realmente compreenderá o Orçamento Fiscal (OF), o Orçamento da Seguridade Social (OSS) e o
Orçamento de Investimento (OI), mas o OI compreende somente as empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto (e não alguma participação).
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23.O projeto de lei de plano plurianual será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do
primeiro exercício financeiro. O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito
meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro. E o projeto de lei orçamentária da União
será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
Sim! Confira o dispositivo presente no ADCT:
Art. 35, § 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão
obedecidas as seguintes normas:
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro
período da sessão legislativa;
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento
do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
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4 meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
PPA* e LOA
Para o Legislativo devolver encerramento da sessão
ao Executivo para sanção legislativa
Prazos
8 ½ meses antes do
Para o Executivo
encerramento do exercício
encaminhar ao Legislativo
financeiro
LDO
encerramento do primeiro
Para o Legislativo devolver
período da sessão
ao Executivo para sanção
legislativa
A LDO termina com a letra O. Passe um traço (–) e divida essa letra O no meio. Ficou parecendo um 8 não foi? Parece um
8, mas é a letra O partida no meio. Viu? 8 meses e meio! 😃
Os outros (PPA e LOA) são 4 meses, com a diferença que o PPA é somente a cada 4 anos, por isso ele é
encaminhado até 4 meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro.
24. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis
Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
É isso mesmo! Se o Poder Legislativo não receber a proposta dentro do prazo, ele não ficará de braços
cruzados. O vacilo foi do Poder Executivo, ora! O país não pode esperar. Será considerada como proposta a
LOA vigente e seguimos em frente! 😄
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ProfSergioMachado (https://www.facebook.com/profsergiomachado)
ProfSergioMachado (https://www.instagram.com/profsergiomachado)
Prof.MarcelGuimaraes (https://www.instagram.com/prof.marcelguimaraes)
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Sumário
CONCEITOS INICIAIS: O QUE É ORÇAMENTO PÚBLICO? .......................................................................... 5
FUNÇÕES DO ORÇAMENTO.................................................................................................................... 6
GABARITO ........................................................................................................................................... 99
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Trata-se de um assunto um pouco teórico, doutrinário. Não é o assunto mais importante da nossa
disciplina, mas, ainda assim, ele cai em prova! Nós vamos facilitá-lo o máximo que pudermos e trazer um
conteúdo na quantidade e qualidade ideal para você gabaritar a sua prova, beleza? 😄 Vamos lá!
@profsergiomachado
@prof.marcelguimaraes
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“Ah, professores! Mas minha memória é muito ruim. Não consigo memorizar o conteúdo...” 😩
“Não existe memória boa ou memória ruim. Existe memória treinada e memória não treinada. Memória
não é algo que você tem. É algo que você faz.”
Zona de
Aprovação
Conforto
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Mas, primeiro, temos que saber o que é um orçamento. O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor
Público (MCASP), em sua 7ª edição, e o Manual Técnico de Orçamento (MTO) definiram esse conceito para nós:
O orçamento é um importante instrumento de planejamento de qualquer entidade, seja pública ou
privada, e representa o fluxo previsto de ingressos e de aplicações de recursos em determinado período.
Veja só: o orçamento é um instrumento. E ele pode ser utilizado tanto pelo setor público quanto pelo
setor privado. Por meio da previsão de ingressos e de aplicações de recursos, ele permite que seja feito um
planejamento para um determinado período.
Beleza! E orçamento público?
Essa o professor Aliomar Baleeiro responde para nós. Para ele, orçamento público:
É o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a
execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela
política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei.
Aqui no Brasil, o orçamento é uma lei. Quem propõe (elabora) essa lei é o Poder Executivo. Quem aprova
é o povo, representado pelo Poder Legislativo.
Essa lei orçamentária tem o que todo orçamento tem: previsão de receitas e fixação das despesas. E o
orçamento não é para sempre. Ele só serve para um determinado período de tempo: o exercício financeiro,
que, aqui no Brasil, coincidirá com o ano civil (Lei 4.320/64, art. 34). Lembra do princípio da anualidade (ou
periodicidade)?
Numa visão moderna, o orçamento é mais que uma simples previsão da receita ou estimativa de despesa.
Ele é, ao mesmo tempo, um relatório, uma estimativa e uma proposta, traçando um programa de trabalho para
o exercício financeiro seguinte.
Ah! Vale lembrar também que, segundo o artigo 24, II, da CF/88, a competência para legislar sobre
orçamento público é concorrente. Lembre-se do Tri Fi Pen Ec Ur O ou do PUFETO.
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Funções do orçamento
Agora veremos quais são as funções clássicas do orçamento público, isto é:
O que um orçamento público faz? Qual papel ele está desempenhando? E ele está servindo para que?
Em determinadas situações, o Estado intervém na economia para atingir os seus objetivos. Para fazer
isso, o Estado possui uma importante ferramenta: o orçamento público! O orçamento público é considerado
o principal instrumento de ação estatal na economia.
Só que o Estado não desempenha uma só função. E o orçamento também não. Na verdade, o orçamento
possui três diferentes funções, que coexistem simultaneamente. Às vezes ele serve para ajustar a alocação de
recursos. Mas ele também pode se prestar a promover ajustamentos na distribuição de renda ou manter a
estabilidade econômica.
O economista Richard Musgrave foi quem melhor classificou as funções econômicas do Estado. Sua
classificação, chamada de funções fiscais ou funções do orçamento, tornou-se clássica. Por isso, é ela que é
cobrada nos concursos públicos.
Beleza! 😂
• Função alocativa;
• Função distributiva;
• Função estabilizadora.
Cabe ao governo executar as funções econômicas exercidas pelo Estado, as quais se dividem em alocativa, distributiva e
estabilizadora.
Comentários:
Sim. Essa questão caiu em prova. Pode acreditar! 😄 É daquelas questões que: quem estudou marcou rapidinho e quem
não estudou perdeu esse ponto fácil.
Veja como essa classificação (de Richard Musgrave) é a cobrada em concurso público.
De fato, as funções econômicas do Estado são: função alocativa, função distributiva e função estabilizadora.
Gabarito: Certo
O orçamento público possui três funções distintas que coexistem simultaneamente: alocativa, distributiva e
estabilizadora.
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Comentários:
Como dissemos, elas coexistem simultaneamente, ou seja, o orçamento não desempenha só a função alocativa, só a
função distributiva ou só a função estabilizadora. Ele desempenha as três ao mesmo tempo!
Gabarito: Certo
Função alocativa
A função alocativa visa promover correções (ajustamentos) na alocação dos recursos.
Repare nas marcações. Alocação: essa é nossa palavra-chave. Quando você a ver, abra o olho:
provavelmente estaremos falando da função alocativa.
Vamos lá!
Nem sempre o dinheiro, os investimentos, de uma economia estão alocados onde o Estado e a população
gostariam. Isso normalmente acontece porque a iniciativa privada não tem interesse em investir naquilo. É
nessa hora que o Estado pode intervir. Em outras palavras: a função alocativa se justifica nos casos em que não
houver a necessária eficiência por parte do mecanismo de ação privada (sistema de mercado) e nos casos
de provisão de bens públicos (puros) ou bens semipúblicos (bens meritórios), ou seja, quando ocorrerem
falhas de mercado.
Fique atento !!
A função alocativa se justifica nos casos:
Em que não houver a necessária eficiência por parte do mecanismo de ação privada (sistema de mercado).
Por exemplo: imagine um país que não possui infraestrutura de telecomunicações 📡. Lá “não pega” celular. É claro que a
sociedade e o Estado querem resolver isso, mas não tem uma empresa que queira investir em telecomunicações nesse
país, porque o investimento é muito alto e o retorno é lento... e agora?
Agora o governo pode se utilizar da função alocativa do orçamento e investir diretamente nessa infraestrutura ou então
incentivar as empresas privadas a fazerem isso.
Você percebeu como antes não havia recursos nessa área e agora os recursos estão sendo alocados para lá?
Demos o exemplo de telecomunicações, mas isso pode acontecer também nos transportes, saneamento
básico, energia e outros.
Por isso que dizemos: a função alocativa é o Estado oferecendo determinados bens e serviços
necessários e desejados pela sociedade, porém que não são produzidos ou providos pela iniciativa privada.
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Fique atento !!
Função alocativa é o Estado provendo bens públicos e semipúblicos
Falando nisso, bens públicos são aqueles cujo consumo é indivisível, não excludente e não rival. Isso
significa que uma pessoa utilizando um bem público não tira o direito de outra também utilizá-lo.
Por exemplo: nós podemos utilizar a praia e isso não tira o seu direito de também fazê-lo. Todos nós podemos usufruir da
praia juntos! 😃 Só não agora. Vamos primeiro terminar essa aula! 😅
• Rivalidade, porque consumo de um bem por uma pessoa reduz a quantidade disponível desse
bem para o restante da sociedade, isto é, o consumo de um impede o consumo de outro.
Por exemplo: uma loja está fazendo promoção de um determinado modelo de Smart TV na Black Friday. No entanto,
serão vendidas apenas 2 unidades desse modelo. Há 100 pessoas interessadas. Obviamente, não vai dar para todo mundo.
Quem chegar primeiro compra! É competição! Rivalidade! 😬
Por exemplo: sua banda favorita está na cidade e vai se apresentar numa casa de show. O ingresso custa R$ 100,00. Se
você não pagar, você não entra. Você fica excluído do show se não pagar. Fica do lado de fora! 😅
Muito bem. Agora veja o que o mestre em ciências econômicas Fábio Giambiagi1 fala sobre o assunto:
É justamente o princípio da "não exclusão" no consumo dos bens públicos que torna a solução de mercado,
em geral, ineficiente para garantir a produção da quantidade adequada de bens públicos requerida pela
sociedade. O sistema de mercado só funciona adequadamente quando o princípio da "exclusão" no
consumo pode ser aplicado, ou seja, quando o consumo por um indivíduo A de um bem específico significa
que A tenha pago o preço do tal bem, enquanto B, que não pagou por esse bem, é excluído do consumo do
mesmo. Em outras palavras, o comércio não pode ocorrer sem que haja o direito de propriedade que
depende da aplicação do princípio de exclusão. Sem este, o sistema de mercado não pode funcionar de
forma adequada, já que os consumidores não farão lances que revelem sua preferência à medida que
podem, como "caronas", usufruir dos mesmos benefícios. É por esta razão que a responsabilidade
pela provisão de bens públicos recai sobre o governo, que financia a produção desses bens através da
cobrança compulsória de impostos.
1
GIAMBIAGI, et al. Finanças públicas: teoria e prática no Brasil, 5ª ed., 2016.
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Digamos que você e seus vizinhos queiram contratar uma empresa para instalar postes de iluminação na rua em que vocês
moram. Você tem aquele vizinho muito rico, mas muito mão-de-vaca, pão-duro, pirangueiro (a nomenclatura varia de
acordo com a região onde você mora) 😂. Ele diz que só vai pagar R$ 10,00, mas é claro que ele pode pagar mais. E você
tem aquele vizinho que diz que não vai utilizar a iluminação, mas é claro que ele vai se beneficiar disso. Esse é o chamado
“carona”. Você está percebendo que esse negócio não vai dar certo?
Essa é uma falha de mercado. Por isso que o governo vai lá e fornece esse bem público com o dinheiro
arrecadado com a cobrança compulsória de tributos.
“Mas esperem aí, professores! Lá atrás vocês falaram em bens semipúblicos. Como é isso?” 🤔
Bens semipúblicos (ou bens meritórios) são bens que só podem ser usufruídos por quem tem dinheiro
para pagar por eles. No entanto, eles são importantes todo mundo, para toda a sociedade. Por isso podem (e
devem) ser ofertados também pelo Estado, justamente para evitar que a população de baixa renda seja excluída
do seu consumo. Assim como os bens públicos, eles também são financiados pela tributação (são os tributos
arrecadados pelo Estado que pagam pelos custos dos bens públicos e semipúblicos). Portanto, os bens
semipúblicos podem e são oferecidos tanto pelo Estado quanto pelo mercado (particulares, empresas
privadas), porque não possuem as características de indivisibilidade e não exclusão.
Serviços de saúde são um bom exemplo de bens semipúblicos: imagine que não houvessem hospitais públicos, somente
privados. Se você ficar doente e quiser se internar no hospital, você vai ter que pagar. Se não pagar, será excluído. No
entanto, saúde é um bem importante para todo mundo. Decidiu-se, então, que o Estado não pode simplesmente deixar
pessoas morrerem por não possuírem dinheiro. Por isso, saúde pode (e deve) ser ofertada também pelo Estado. E se o
Estado realmente fizer o hospital público, nada impede que o hospital particular continue a funcionar.
O mesmo pode ser dito para educação. Afinal, existem escolas públicas e particulares, não é mesmo?
2
PALUDO, Augustinho. Orçamento público: Administração Financeira e Orçamentária e LRF, 5ª ed., 2015.
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Você também tem que saber o que são externalidades: são, basicamente, efeitos colaterais de uma
decisão sobre aqueles que não participaram dela. Elas podem ser:
Por exemplo: uma fábrica polui o meio ambiente: externalidade negativa 👎. Grande prejuízo para sociedade e custo
baixíssimo para a fábrica (especialmente se ela não receber nenhuma multa). Mas essa mesma fábrica também gera
empregos e doa parte de seus lucros para instituições carentes da região: externalidades positivas 👍. Grande benefício
para a sociedade e não requer muito esforço por porte da fábrica.
A função alocativa do orçamento busca inibir atividades que causam externalidades negativas e
incentivar atividades causam de externalidades positivas. Bem lógico, não é?
O que é bom deve ser incentivado e o que é ruim deve ser desencorajado, certo? 😉
Externalidades positivas
(valor social > valor privado)
Externalidades negativas
(valor social < valor privado)
Acerca do orçamento público e do papel do Estado nas finanças públicas, julgue os itens a seguir.
Comentários:
A função alocativa se justifica nos casos em que não houver a necessária eficiência por parte do mecanismo de ação privada
(sistema de mercado), ou seja, ocorrer uma falha de mercado.
Bens públicos são falhas de mercado. Portanto, a função alocativa do orçamento se justifica sim nos casos de provisão de
bens públicos.
Gabarito: Certo
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O bem público resultante da função alocativa do orçamento caracteriza-se pela rivalidade em seu consumo e pela não
exclusão do consumidor no caso de não pagamento.
Comentários:
Opa, opa!
Os bens públicos caracterizam-se pela não rivalidade em seu consumo. A questão só falou “rivalidade”, tirando o “não”
da frente. Por isso, leia as questões com atenção!
A questão até acertou quando falou da “não exclusão do consumidor no caso de não pagamento”, mas derrapou na outra
parte.
Gabarito: Errado
Função alocativa: visa promover correções (ajustamentos) na alocação dos recursos. Justifica-se nos casos em que não
houver a necessária eficiência por parte do sistema de mercado e nos casos de provisão de bens públicos (puros) ou
bens semipúblicos (nos casos de falhas de mercado).
Função distributiva
A função distributiva tem tudo a ver com a distribuição de renda. Ela busca fazer correções na
distribuição de renda, tornando a sociedade menos desigual em termos de renda e riqueza, isto é, seu objetivo
é diminuir as desigualdades sociais e inter-regionais. É tirar dos ricos e dar aos pobres, ao estilo Robin Hood
mesmo. 😄 🏹
Nós vivemos no sistema capitalista e você sabe que, nesse sistema, uns ganham mais e outros ganham
menos. Por inúmeros motivos, a distribuição da riqueza não é uniforme. Essas são características inerentes a
esse sistema. E, apesar de ser eficiente, ele nem sempre é justo e equitativo. Para corrigir isso, o Estado pode
se utilizar da função distributiva do orçamento. Em outras palavras: a função distributiva justifica-se como
correção às falhas de mercado, inerentes ao sistema capitalista.
Fique atento !!
A função distributiva justifica-se como correção às falhas de mercado
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Até 1.903,98 0
Acontece que o retorno é igual para todos (ou até maior para a camada mais humilde da população).
Assim, quem é rico está pagando R$ 100,00, mas recebendo em retorno R$ 50,00, enquanto que quem é pobre
paga R$ 5,00, e recebe em retorno os mesmos R$ 50,00 (ou até mais, em programas direcionados
exclusivamente para essa camada da população). Por isso que, na prática, o governo está redistribuindo a
renda: tirando dos mais ricos e dando aos mais pobres.
Subsídios, incentivos fiscais, alocação de recursos em camadas mais pobres da população, também
são outros instrumentos da função distributiva. Perceba que aqui a expressão “alocação de recursos” também
pode aparecer. Por isso que você deve entender a essência do que está acontecendo. Faça a pergunta: “o
Estado está tirando dinheiro dos mais ricos e dando aos mais pobres? Está melhorando a distribuição de
renda?” 🤔 Se sim, então estamos falando da função distributiva!
Em economia, há um princípio chamado de Ideal de Pareto (ótimo de Pareto), segundo o qual “há
eficiência na economia quando a posição de alguém sofre uma melhoria sem que nenhum outro tenha sua
situação deteriorada3”.
A função distributiva foge disso e vai na direção contrária: a melhoria da posição de alguém será feito
às custas de outro alguém, isto é, para alguém ganhar, alguém vai ter que perder. O problema é definir o
quanto será tirado de uns para dar a outros. Cabe à sociedade definir o que ela considera níveis justos na
distribuição da renda e da riqueza.
3
GIACOMONI, James. Orçamento Público, 16ª edição, editora Atlas, 2012.
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Comentários:
Estamos falando em “melhorar a posição de algumas pessoas em detrimento de outras”. Isso não se parece com uma
melhoria da distribuição de renda? Tornar a sociedade menos desigual em termos de renda e riqueza?
Gabarito: C
Função distributiva: busca fazer correções na distribuição de renda, tornando a sociedade menos desigual em termos de
renda e riqueza. Justifica-se como correção às falhas de mercado, inerentes ao sistema capitalista. Principais
instrumentos: transferências e tributos.
Função estabilizadora
A última e mais moderna das três funções clássicas do orçamento é a função estabilizadora. Quando
você ver esse nome, pense logo na palavra estabilizar.
A economia! 😃
Mexendo em variáveis como o nível geral de preços, o nível de emprego, o valor da moeda nacional,
crescimento econômico, etc. O objetivo da função estabilizadora é a estabilidade econômica e o orçamento
público é um importante instrumento da política de estabilização.
Fique atento !!
O objetivo da função estabilizadora é a estabilidade econômica
Para fazer isso, o governo utiliza instrumentos de política monetária, cambial e fiscal, ou outras
medidas de intervenção econômica. Assim, o governo pode decidir aumentar ou diminuir as alíquotas
tributárias, a taxa SELIC, imprimir mais papel moeda, aumentar ou diminuir a taxa de redesconto, de
empréstimos compulsórios, dentre várias outras medidas. Você não precisa saber exatamente o que são todos
esses conceitos e para que eles servem, mas precisa saber que eles estão associados à função estabilizadora!
A política fiscal possui 4 (quatro) objetivos, os quais compõem o campo de ação da função estabilizadora.
São eles:
1. Estabilidade nos níveis de preços;
2. Manutenção de elevado nível de emprego;
3. Equilíbrio no balanço de pagamentos;
4. Razoável taxa de crescimento econômico.
Dos quatro, os mais importantes são os dois primeiros!
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Fique atento !!
A função estabilizadora envolve a aplicação das diversas políticas econômico-financeiras a fim de, principalmente,
manter a estabilidade nos níveis de preços e manter elevado o nível de emprego.
Ah! Você também precisa saber que a função estabilizadora age na demanda agregada.
“Como assim?” 🤨
Demanda agregada é a quantidade de bens que os consumidores desejam e estão dispostos a
consumir. A função estabilizadora busca aumentar ⬆ ou diminuir ⬇ a demanda agregada, dependendo do
objetivo do governo.
Perceba que, diferentemente das outras duas funções econômicas do Estado, a função estabilizadora não
faz destinação de recursos. Ela não aloca recursos, só realiza algumas medidas, aplica algumas políticas,
utiliza alguns instrumentos...
Beleza! Agora vamos nos utilizar novamente das palavras do mestre Fábio Giambiagi. Ele fez um resumo
muito bom das funções do orçamento. Lá vai:
A ação do governo através da política fiscal abrange três funções básicas. A função alocativa diz
respeito ao fornecimento de bens públicos. A função distributiva, por sua vez, está associada a ajustes
na distribuição de renda que permitam que a distribuição prevalecente seja aquela considerada justa
pela sociedade. A função estabilizadora tem como objetivo o uso da política econômica visando a um
alto nível de emprego, à estabilidade dos preços e à obtenção de uma taxa apropriada de crescimento
econômico.
A função estabilizadora está preocupada na estabilidade econômica, utilizando para tal objetivo, principalmente,
instrumentos de política fiscal e monetária, atuando sobre a demanda agregada.
Portanto, a questão não está falando da função estabilizadora. Está falando é da função distributiva. Essa sim está
relacionada à distribuição de renda e combate a desequilíbrios regionais e sociais.
Você verá muitas questões que tentam confundir o candidato trocando as características e conceitos das funções
econômicas do Estado. Por exemplo: a questão vai descrever a função alocativa e dizer que se trata da função distributiva.
São questões fáceis pro examinador elaborar. É só trocar uma palavra e a questão está pronta.
Gabarito: Errado
Função estabilizadora: visa a estabilidade econômica, principalmente por meio da estabilidade nos níveis de preços e
manutenção de um elevado o nível de emprego.
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• Alocativa
• Distributiva
• Estabilizadora
Alocativa
•Fornecimento de bens públicos
Distributiva
•Distribuição de renda
Estabilizadora
•Estabilizar a economia
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• Supermercado = R$ 2.100,00
• Energia elétrica = R$ 1.100,00
• Mensalidade do CrossFit = R$ 2.000,00
• Suplementos = R$ 600,00
• Cinema = R$ 300,00
• Restaurantes = R$ 600,00
Só que, infelizmente, o CrossFit não deu muito resultado nesse ano! Não satisfeito, você decide elevar o
seu jogo. Você se planeja para o longo prazo: traça objetivos e metas para os próximos 4 anos. E tem mais:
você percebe que, para cumprir o seu planejamento, é muito melhor classificar os objetos de gastos em
programas. Finalmente, o seu orçamento fica assim:
• Programa Moradia = R$ 3.200,00;
o Supermercado = R$ 2.100,00
o Energia elétrica = R$ 1.100,00
• Programa Saúde = R$ 2.600,00
o Mensalidade do CrossFit = R$ 2.000,00
o Suplementos = R$ 600,00
• Programa Diversão = R$ 900,00
o Cinema = R$ 300,00
o Restaurantes = R$ 600,00
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Percebeu como há várias formas de elaborar o seu orçamento? Percebeu que você foi desenvolvendo
técnicas cada vez melhores de elaboração do orçamento e ele foi ficando cada vez mais robusto e conectado
ao seu planejamento, seus objetivos, suas metas?
Pois é! O mesmo aconteceu com o orçamento público!
Hoje, o orçamento é um moderno instrumento da Administração Pública, que integra o planejamento
ao orçamento e ajuda o governo a atingir resultados. Em sua nova concepção, o orçamento é algo mais que
uma simples previsão da receita ou estimativa de despesa. O orçamento é, ao mesmo tempo, um relatório,
uma estimativa e uma proposta. Segundo Allan D. Manvel:
O orçamento é um plano que expressa em termos de dinheiro, para um período de tempo definido, o
programa de operações do governo e os meios de financiamento desse programa.
Tradicional Moderno
4
GIACOMONI, James. Orçamento Público, 16ª edição, editora Atlas, 2012.
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Comentários:
Viu? Do jeitinho que a gente falou! Numa extremidade da linha temos o orçamento tradicional e na outra temos o
orçamento-programa.
Gabarito: Certo
Pense conosco: não seria legal se houvesse um planejamento? Um estudo das maiores deficiências do
ente, das maiores necessidades da população e um plano minunciosamente traçado para resolver isso? Com
objetivos, metas e muito mais? 🤓
Além disso, era o aspecto jurídico do orçamento (o fato dele ser uma lei) que tinha destaque. O interesse
pelas implicações econômicas era pequeno: o aspecto econômico assumia posição secundária. O orçamento
era considerado por muitos como uma lei que fixa a despesa e estima a receita. Só isso!
Observe este exemplo de elaboração do orçamento:
A Administração alega: “o órgão X precisa comprar 10 novos computadores. Vamos separar R$ 10.000,00 do orçamento
para fazer isso”.
Então alguém questiona: “mas a população não está precisando disso! Não é isso que a população quer!”
E o governo responde: “não interessa! O órgão está precisando desses recursos. Além disso, ano passado eles receberam
5 novos computadores. Esse ano receberão 10”.
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Fique atento !!
A falta de planejamento da ação governamental é uma das principais características do orçamento tradicional
E tem mais uma característica marcante do orçamento tradicional nesse exemplo que demos: a sua
vinculação ao passado, ao orçamento do exercício anterior. Chamamos isso de incrementalismo.
Orçamento incremental
O orçamento incremental simplesmente melhora, ajusta, dá uma incrementada (😏) no orçamento do
exercício anterior. É o orçamento feito através de ajustes marginais nos seus itens de receita e despesa. “É
aquele que, a partir dos gastos atuais, propõe um aumento percentual para o ano seguinte, considerando
apenas o aumento ou diminuição dos gastos, sem análise de alternativas possíveis5”.
Sim, é bom! 😃 Mas e se ele tiver sido planejado errado desde o começo? 🧐 E se, desde o começo, ele
tiver sido elaborado sem considerar as prioridades da população? Seria um desperdício enorme. E esse erro
nunca seria corrigido, porque “sempre foi assim e continuará sendo assim, só que melhor”. Essa é a ideia (a
“filosofia”) de um orçamento incremental.
Para fechar, vamos lembrar daquela música do Wesley Safadão:
5
PALUDO, Augustinho. Orçamento público, AFO e LRF, 5ª edição, editora Método, 2015.
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Incrementalismo
A respeito do orçamento público e das receitas e despesas públicas, julgue o item que se segue.
Comentários:
É isso ai! O orçamento tradicional era um mero instrumento contábil. A ênfase era nos aspectos contábeis e na previsão
de receitas e fixação de despesas (lembre-se: não troque por “fixação de receitas” e “previsão de despesas”!). Não havia
preocupação nenhuma com o planejamento de ações do governo.
Por sinal, essa é uma das principais características do orçamento tradicional: a falta de planejamento da ação
governamental. A preocupação é atender as necessidades financeiras dos órgãos públicos (das unidades
organizacionais).
Gabarito: Certo
O orçamento incremental tem como base as receitas e despesas ocorridas no período anterior, sobre as quais são feitos
ajustes marginais.
Comentários:
O orçamento incremental simplesmente melhora, ajusta, dá uma incrementada (😏) no orçamento do exercício anterior.
É o orçamento feito através de ajustes marginais nos seus itens de receita e despesa.
Gabarito: Certo
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Orçamento
•Objeto do gasto
tradicional
Orçamento de
•Objetivo do gasto
desempenho
Por exemplo: o gestor não está mais preocupado em comprar uma cadeira. Ele está interessado nos benefícios que essa
cadeira pode trazer. Essa cadeira pode melhorar as condições de trabalho de um servidor e assim melhorar o desempenho
do serviço público. Esse é o objetivo da cadeira. Essa é a nova preocupação do gestor! 😃
É por isso que se diz que o orçamento de desempenho enfatiza o resultado dos gastos e não apenas o
gasto em si. O foco passa a ser na busca de eficiência e economia nas repartições públicas e não mais na
adequação dos seus produtos às necessidades coletivas (aquela preocupação com as necessidades financeiras
das unidades organizacionais é coisa do orçamento tradicional). Mas os resultados são avaliados em termos
de eficácia (não efetividade). Em outras palavras: a ênfase é no desempenho organizacional. É daí que vem o
nome “orçamento de desempenho”. 😏
6
Glossário da Secretaria do Tesouro Nacional – STN.
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Atenção !!
anuais com um sistema de planejamento.
Se uma questão perguntar se existe vinculação entre o planejamento
e o orçamento, diga que não!
O orçamento de desempenho, por considerar o resultado dos gastos e os níveis organizacionais responsáveis pela
execução dos programas, distingue-se do orçamento clássico.
Comentários:
O orçamento de desempenho enfatiza o resultado dos gastos (o desempenho organizacional) e não apenas o gasto em
si, não apenas o objeto do gasto. Quem fazia isso era o orçamento clássico. Por isso, ele distingue-se mesmo do
orçamento clássico.
Gabarito: Certo
Assinale a opção que apresenta orçamento com ênfase no objetivo do gasto público que não constitui instrumento de
planejamento.
B) orçamento base-zero
C) orçamento programa
E) orçamento clássico
Comentários:
No orçamento de desempenho (ou orçamento por desempenho), o gestor começa a se preocupar com os benefícios e
com os objetivos dos gastos e não apenas com o objeto do gasto. Essa técnica orçamentária enfatiza o resultado dos
gastos e não apenas o gasto em si. Apesar da evolução, o orçamento de desempenho ainda está desvinculado de um
planejamento central das ações do governo, portanto ainda não constitui instrumento de planejamento.
Gabarito: D
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“Por que, professores? Ele parecia tão bom: integrava o planejamento e o orçamento e tudo mais...” 🤨
Bom, o PPBS foi adotado numa fase em que a economia americana apresentava grande pujança e investia
em programas públicos ambiciosos (como a Guerra do Vietnã, por exemplo). Assim, os recursos foram se
acabando, a crise econômica foi se agravando... Além disso, existiam dificuldades políticas e técnicas
(faltavam técnicos especializados). Alguns autores também argumentam que o fracasso do PPBS decorreu-se
por conta do incrementalismo (de forma que os novos programas teriam que competir com os programas
atuais, em busca dos escassos recursos) e porque o PPBS tentava enquadrar as grandes decisões em processos
racionais e científicos (e sabemos que essas decisões não são tão “fáceis” assim. Também envolvem questões
políticas e sociais). Em 1970, o então presidente americano Nixon recomendou que o cumprimento do PPBS
fosse dispensado pelos órgãos federais dos Estados Unidos, e assim foi feito. Esse foi o fim do PPBS! 😅
PPBS
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Considerando o orçamento como importante instrumento no planejamento das ações governamentais, julgue os itens a
seguir, relativos a orçamento público.
O PPBS (planning, programming and budgeting system), dada a facilidade de sua implantação em órgãos públicos, foi
amplamente adotado, a partir da década de setenta do século XX, em todo o mundo.
Comentários:
O PPBS, que surgiu nos EUA na década de 60, não teve essa facilidade de implantação (mencionada pela questão). E,
devido a escassez de recursos e dificuldades políticas e técnicas, o PPBS fracassou! Portanto, não foi amplamente
adotado em todo o mundo, como afirma a questão.
Gabarito: Errado
O Orçamento Base-Zero (OBZ) surgiu depois do PPBS, já na década de 70. Foi desenvolvido
orginalmente por uma empresa privada, chamada Texas Instruments, e adaptado para o setor governamental
e adotado pelo estado da Geórgia em 1973, governado por Jimmy Carter, que posteriormente assumiu a
presidência dos EUA e o introduziu na administração federal americana. Ao final da década de 70, muitas
empresas privadas e organizações públicas já adotavam o sistema.
Muito bem!
Você lembra do orçamento incremental? Aquele que vive de passado... 😅 Lembra que a filosofia dele é
melhorar o que foi feito no exercício anterior, porque “sempre foi assim e continuará sendo assim, só que
melhor”?
Pois é... o Orçamento Base-Zero (OBZ) é justamente o contrário disso! A filosofia do orçamento base-
zero é romper com o passado! E na técnica de elaboração de orçamento base-zero não há direito adquirido.
“Como assim não há direito adquirido, professores? Virou aula de direito administrativo agora?!” 😂
É o seguinte: aqui no OBZ, toda despesa é considerada despesa nova. Não interessa se é uma despesa
de caráter contínuo. Nada está garantido! A cada ano é feita uma análise crítica de todas as despesas. Durante
a elaboração da proposta orçamentária para o exercício seguinte, todo conhecimento prévio acerca das
execuções em exercícios anteriores seria desconsiderado. Resumindo: é como se todo ano um novo orçamento
fosse elaborado partindo-se do “zero”. Por isso que o nome é “orçamento base-zero”! 😏
Fique atento !!
No OBZ não há direito adquirido
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Você também lembra que uma das falhas do orçamento incremental é que, se ele tiver sido planejado
errado desde o começo, os erros nunca serão corrigidos e o desperdício de recursos será enorme, não é
mesmo?
Então, o orçamento base-zero surgiu justamente para combater isso. Para combater o aumento dos
gastos, a ineficiência na utilização e alocação dos recursos e para evitar a perpetuação de erros históricos.
Por isso, sua ênfase é na eficiência. Ele quer saber o porquê de cada despesa realizada. E esse questionamento
será feito todos os anos!
Assim, o gestor precisa justificar cada despesa que planeja realizar, cada dotação solicitada em seu
orçamento, nos mínimos detalhes, tomando como base os critérios definidos pela alta gerência e sempre
pensando no custo-benefício de sua decisão. Todos os anos, é necessário provar as necessidades de
orçamento, comparando e competindo com outras prioridades e projetos.
Imagine que um planejamento orçamentário fixou despesas de R$ 400.000,00 para sinalização de vias públicas durante 4
anos, sendo R$ 100.000,00 a cada ano. No primeiro ano, beleza. No segundo ano, tudo continua normal, não se discute
nada. No terceiro e quarto ano, já nem precisava de todos esses recursos, mas já estava planejado, portanto não se discutiu
nada.
No OBZ, isso não aconteceria: já no segundo ano, deveria haver o questionamento dessa despesa: “será que precisamos
de R$ 100.000,00 mesmo para sinalização de vias esse ano? Não seria mais eficiente alocar esses R$ 100.000,00 em
iluminação pública?”. Então o administrador iria justificar por que continuar investindo na sinalização pública.
“E, professores, se o OBZ vai fazer esse questionamento todo ano, será que ele combina com algum
planejamento de longo prazo?” 🤔
A resposta é: não! O OBZ é incompatível com qualquer planejamento de médio ou longo prazo.
Beleza!
Agora, você está percebendo que o OBZ não é exatamente método de organizar ou apresentar o
orçamento público? 🧐 Na verdade, ele é uma técnica, um sistema voltado, antes de tudo, para a avaliação e
tomada de decisão sobre despesas.
Falando em avaliação e decisão, no OBZ, todas as despesas precisam ser analisadas sistematicamente
e as melhores alternativas deverão ser selecionadas. Para facilitar isso, elas serão organizadas em pacotes de
decisão.
As ações de um programa governamental (ou parte dessas ações) constituem unidades de decisão cujas
necessidades de recursos são avaliadas em pacotes de decisão. Os pacotes de decisão, por sua vez, descrevem
os elementos significativos das ações: finalidades, custos, benefícios, medidas de desempenho, etc. Os pacotes
de decisão nada mais são do que as alternativas das quais o gestor público dispõe. É como uma estrada que se
divide em dois caminhos: o planejamento orçamentário pode escolher o caminho 1 ou o caminho 2, sabendo
que cada um deles apresenta o seu próprio custo, seus próprios benefícios e suas próprias metas.
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Só que a decisão não precisa ser tão difícil e “às cegas” assim. Os pacotes de decisão são organizados em
ordem de prioridade, de forma que a decisão sobre qual pacote entrará no orçamento fica bem mais fácil. “Os
pacotes de decisão devidamente analisados e ordenados, forneceriam as bases para as apropriações dos
recursos nos orçamentos operacionais7”. Mais ou menos assim:
Pacote A
Pacote B
Pacote C
Viu como o OBZ, de fato, é uma técnica voltada para a avaliação e tomada de decisão? 😏
“Professores, então o orçamento base-zero é muito bom! Foco na eficiência, maior participação e
comprometimento dos gestores, maior chance de atingir os objetivos...” 😄
Sim, tudo isso é verdade! Mas nem tudo são flores! 😅 Você só está enxergando as vantagens.
Temos também desvantagens: fazer tudo isso dá muito trabalho! E custa muito caro! Com essa técnica,
a elaboração do orçamento torna-se difícil, trabalhosa, lenta e muito cara!
Mas só porque há desvantagens, não significa que o OBZ tenha que ser descartado. Por conta de toda
essa ênfase no planejamento e dessa constante e recorrente revisão de despesas, o OBZ revela-se é muito útil
em fases de recessão da economia ou em situações em que as despesas públicas são limitadas por um teto de
gastos (como aconteceu com a aprovação da EC 95/16, que instituiu o Novo Regime Fiscal no âmbito dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, que vigorará por vinte exercícios financeiros).
Para fechar, vamos resumir em uma frase o que é o OBZ: o orçamento base-zero (OBZ) é uma técnica
orçamentária que pressupõe um reexame crítico dos dispêndios de cada área governamental após cada ciclo
orçamentário, de modo que não haja direitos adquiridos sobre o montante dos gastos do exercício anterior.
7
GIACOMONI, James. Orçamento Público, 16ª edição, editora Atlas, 2012.
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A) de base zero.
B) diretriz.
C) plurianual.
D) padrão.
E) meta.
Comentários:
No orçamento base-zero, todo ano a elaboração do orçamento começa “do zero”. O planejamento independe do
orçamento do exercício anterior. É justamente o contrário do que acontece no orçamento incremental.
Gabarito: A
FGV – IBGE – Analista – 2016
Desde as primeiras tentativas de se elaborar um orçamento no âmbito governamental até os dias atuais, vários modelos
de orçamento foram propostos, tendo em vista contribuir para uma melhor destinação dos recursos públicos.
O modelo de orçamento em que as ações de um programa governamental constituem unidades de decisão cujas
necessidades de recursos são avaliadas em pacotes de decisão é o orçamento:
A) base zero;
B) gerencial;
C) participativo;
D) por desempenho;
E) por programa
Comentários:
Falamos sobre isso!
O Orçamento Base-Zero (OBZ), como uma verdadeira técnica de elaboração do orçamento voltada para a avaliação e
tomada de decisão sobre despesas, organiza as ações de um programa governamental em unidades de decisão cujas
necessidades de recursos são avaliadas em pacotes de decisão. Essa é uma característica, uma metodologia, do OBZ! Por
isso, o gabarito é a alternativa A.
e) Errada. Orçamento por programa não existe. Existe o orçamento-programa, que é um plano de trabalho que integra
planejamento e orçamento com objetivos e metas a alcançar
Gabarito: A
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Orçamento-programa
Agora sim! Chegamos no tão esperado orçamento-programa! Esse tema é bastante explorado em
provas, então preste atenção! 😳
Histórico
O orçamento-programa é a técnica de elaboração do orçamento público atualmente adotada no Brasil.
Para nós aqui no Brasil, orçamento moderno é o orçamento-programa.
A concepção básica desse sistema foi extraída da experiência do governo federal norte-americano com a
implantação do orçamento de desempenho (performance budget), que começou ainda nos anos da Segunda
Guerra Mundial (1939 – 1945), quando os departamentos militares utilizaram os orçamentos por programas.
Esse sistema, então, foi recomendado e aperfeiçoado durante a década de 50.
“Esperem aí, professores. Vocês estão dizendo que o orçamento-programa do Brasil surgiu do orçamento de
desempenho dos Estados Unidos?” 🤔
Exatamente! 😃
Detalhe é que, ao longo dos anos, o orçamento-programa foi perdendo as características desse modelo e
incorporando novos conceitos, retirados do próprio PPBS (Planning, Programming and Budgeting System),
tornando-se essa concepção híbrida.
Fique atento !!
O orçamento de desempenho nos EUA equivale ao orçamento-programa no Brasil
No Brasil, como não poderia ser diferente, a história do orçamento-programa é um pouco complicada. É
um tema polêmico, na verdade! 😅 Vejamos!
Alguns autores entendem que foi a Lei 4.320/64 que introduziu o orçamento-programa no Brasil, isso
porque ela menciona “programas de trabalho” em diversos de seus artigos. Mas outros autores consideram que
a referida lei somente deu condições para a instituição do orçamento-programa no Brasil, mas não obrigou
a adoção do mesmo. Segundo o autor Teixeira Machado, mesmo referindo-se a “programas” em diversos de
seus dispositivos, a Lei 4.320/64 não deve ser entendida como a norma que “estabeleceu as bases para a
implantação do orçamento-programa nas três esferas do governo no Brasil”. James Giacomoni, renomado
autor (por isso as bancas elaboram muitas questões baseadas em suas obras e por isso nós os utilizamos aqui
no curso 😄), defende que a Lei 4.320/64 “não criou as condições formais e metodológicas necessárias à
implantação do Orçamento-programa no Brasil”. Esse é o entendimento que recomendamos que você leve para
a prova!
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Há autores que consideram que o Decreto-Lei 200/67 é que obrigou a adoção do orçamento-programa
no Brasil, afinal, veja só o que nele está previsto:
Art. 16. Em cada ano, será elaborado um orçamento-programa, que pormenorizará a etapa do programa
plurianual a ser realizada no exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa
anual.
No entanto, o Decreto-Lei 200/67 não conseguiu que esta técnica de orçamentação pública fosse
consolidada. O motivo é simples: era necessário que houvesse a integração entre o planejamento e o
orçamento.
Em 1974 veio a Portaria 9/74, que introduziu a classificação funcional-programática e a estendeu todos
os níveis governamentais, padronizando funções, programas e subprogramas. Foi um passo importante para
alcançar essa tão sonhada (😅) integração entre planejamento e orçamento.
Em 1988, veio a Constituição Federal (CF/88), que deu grande importância ao tema orçamentário e
trouxe diversas inovações, a exemplo da instituição do Plano Plurianual (PPA) como principal instrumento de
planejamento governamental e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Juntos, PPA e LDO compõem o
sistema orçamentário e o ciclo ampliado da gestão orçamentária e financeira pública.
Fique atento !!
O PPA e LDO são inovações trazidas pela CF/88
Pronto, agora sim! Finalmente chegou aquela integração entre o planejamento e o orçamento que
faltava! 😃 Por isso, considera-se que a CF/88 implantou definitivamente o orçamento-programa no Brasil.
Ela consolidou a adoção do orçamento-programa ao vincular o processo orçamentário ao PPA e à LDO.
Nem tanto! Você sabe que o Brasil não é para amadores, não sabe? 😂
Só com o Decreto 2.829/98 e com a Portaria 42/99, que introduziram a classificação funcional e a
classificação programática é que os esforços de implantação do orçamento-programa (na área federal)
tiveram início efetivamente. Com essas e demais normas emanadas do Decreto 2.829/98, foi elaborado o PPA
2000-2003, e, assim, o orçamento-programa (finalmente) tornou-se realidade. Mais de 30 anos de “luta”! 😁
Então vem a pergunta: quando, exatamente, o orçamento-programa surgiu aqui no Brasil? Em 1967, com
o Decreto-Lei 200/67? Em 1988, com a CF/88? Ou só em 1999, com o Decreto 2.829/98 e com a Portaria 42/99?
Faça o seguinte: leve para a prova o que acabamos de lhe ensinar. E, na hora da prova, use o bom senso,
analise a questão. É isso!
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1964
Lei 4.320/64: 1998 e
Não criou 1999
condições 1974 Decreto
formais e Portaria 9/74: 2.829 e
metodológicas introduziu a Portaria
para a classificação 42/99: o OP
implantação do funcional- tornou-se
OP programática realidade
1967 1988
Decreto-Lei CF/88: implantou
200/67: definitivamente o
obrigou a OP no Brasil ao
adoção do trazer a
OP integração entre o
planejamento e o
orçamento por do
PPA e LDO
(sistema
orçamentário)
Comentários:
Tema polêmico, não é mesmo? Mas se você levar para a prova o que nós lhe ensinamos, você vai se dar bem!
Veja que o Cespe adotou, em 2018, exatamente o posicionamento que nós defendemos durante a explicação: a CF/88
implantou definitivamente o orçamento-programa no Brasil, justamente por causa da implantação do PPA e da LDO.
Com eles, chegou aquela integração entre o planejamento e o orçamento que faltava!
Gabarito: Certo
Conceito
“Está certo, professores. Mas o que é esse orçamento-programa, que já chegou ‘causando’?” 👀
Boa! 😂
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Um documento da Organizações das Nações Unidas (ONU) de 1959 definia o orçamento-programa como
“um sistema em que se presta particular atenção às coisas que um governo realiza mais do que às coisas que
adquire. As coisas que um governo adquire (...) não são, naturalmente, senão meios que emprega para o
cumprimento de suas funções”.
Até aqui, nenhuma novidade, pois já vimos essa ênfase nas realizações no orçamento de desempenho.
A novidade do orçamento-programa está na sua organicidade: todos os componentes estão bem articulados,
isto é, comunicam-se um com o outro. Antigamente, não ficava clara, nos sistemas orçamentários, a relação
entre as coisas que o governo adquire e as coisas que o governo realiza.
Por exemplo: a pura e simples construção de uma escola não faz a educação do país melhorar. A escola é somente um
meio (uma coisa que o governo adquire) para cumprir a função de educar a população.
Quer dizer, construir uma escola não é garantia de que a educação irá melhorar. É bem possível que o governo construa
uma escola e utilize esse espaço como um curral! 😳 E aí, nós lhe perguntamos qual é a relação entre construir uma escola
e oferecer educação para a população? Viu como essa relação não está clara?
“Ok, professores. Mas como acontece essa vinculação entre planejamento e orçamento?” 🤔
Atenção !!
O orçamento-programa consiste na interligação entre o
planejamento e o orçamento por meio de programas de governo.
Programas são os elos de união entre o planejamento e o orçamento. De acordo com o MCASP 7ª edição:
programa é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações
que concorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, visando à solução de um
problema ou ao atendimento de determinada necessidade. E tem mais: eles são mensurados por indicadores
estabelecidos no Plano Plurianual (PPA).
Por isso dizemos que, no orçamento-programa, o orçamento expressa, financeira e fisicamente, os
programas de trabalho do governo, possibilitando a integração do planejamento com o orçamento.
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Planejamento
Programas:
ações, produtos,
objetivos, metas,
indicadores.
Orçamento
Vale ressaltar também que o plano termina no programa e o orçamento começa no programa, quer
dizer, um começa exatamente onde o outro terminou. Isso confere a esses instrumentos uma integração desde
a origem e nos permite concluir que há, de fato, uma integração efetiva entre planejamento e orçamento (cujo
elo de união são os programas, lembre-se disso! 😉)
Plano
Programa
Orçamento
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Estrutura
No tocante à estrutura do orçamento-programa, cumpre dizer que o orçamento está todo organizado
em programas, que representam o nível máximo de classificação do trabalho a ser executado pelas unidades
administrativas superiores.
• Programas Temáticos: é a agenda do governo organizada pelos Temas das Políticas Públicas e
orienta a ação governamental. Por exemplo: programas de moradia, programas de saúde,
programa de educação, etc. Eles se desdobram em objetivos e iniciativas.
• Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: possuem ações que (adivinha...) são
destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental. O que não for
programa temático, será Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado.
A partir dos programas são relacionadas as ações. As ações são operações das quais resultam produtos
(bens ou serviços), que contribuem para atender ao objetivo de um programa (o objetivo faz parte da
programação qualitativa e busca responder à pergunta: “o que se pretende alcançar com a implementação da
Política Pública?”). As ações podem ser desmembradas em:
• Projetos: operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a
expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo;
• Atividades: operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um
produto necessário à manutenção da ação de governo;
• Operações especiais: não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não
resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
Naturalmente, para se obter um produto, são necessários insumos. E cada um desses produtos é
quantificado por uma unidade de medida (por exemplo: quilômetros, unidade, percentual de execução, etc.),
dando origem a uma meta (a meta é quantificada, faz parte da programação quantitativa e busca responder à
pergunta: “quanto se pretende entregar no exercício?” ☝).
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Programa
Objetivos
Metas
Custo
Indicadores
O que nós queremos é que você perceba que o orçamento-programa não vai simplesmente nos dizer
quem é a unidade administrativa responsável e qual é o objeto do gasto, como é feito no orçamento
tradicional. O orçamento-programa vai nos dizer em qual área o gasto será realizado. Essa é a classificação
funcional. Também vai nos dizer em qual programa ele está, quais são os objetivos, as metas, e os indicadores.
Essa é a classificação programática. Lembrando que a classificação funcional e a classificação programática
foram introduzidas pelo Decreto 2.829/98 e Portaria 42/99, do Ministério Planejamento, Orçamento e Gestão,
e substituíram a classificação funcional-programática, que havia sido introduzida pela Portaria 9/74, do então
Ministério do Planejamento e Coordenação Geral. 😉
Vamos dar um exemplo: imagine um programa na área de educação. O nome do programa é “Brasil mais educado”.
Dentro desse programa nós temos a ação “Ensino fundamental”. O produto final é mensurado em “alunos matriculados”.
O objetivo é melhorar o ensino fundamental em todo o país. A meta, que sempre deve ser quantificada, é aumentar em
10% o número de alunos matriculados. E o indicador é “alunos matriculados por crianças naquela faixa etária”. Essa é a
estrutura do orçamento-programa.
“Mas que complicação, professores! Pra que tudo isso? Pra que organizar as ações do governo em
programas?” 😩
Justamente para facilitar o alcance dos objetivos! Para proporcionar maior racionalidade e eficiência na
Administração Pública, visibilidade dos resultados e benefícios, e transparência pública. Afinal, a ênfase do
orçamento-programa é nas realizações (e não no que se compra).
Fique atento !!
No orçamento-programa, a ênfase é no que se realiza e não no que se compra
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As decisões orçamentárias são todas tomadas com base em avaliações e análises técnicas das
alternativas possíveis, e não com base nas necessidades das unidades organizacionais (como acontecia no
orçamento tradicional).
Além disso, os resultados são avaliados pela sua eficácia, eficiência e efetividade e todo gasto público
no orçamento-programa deve estar vinculado a uma finalidade. Enquanto no orçamento tradicional, que é um
mero instrumento contábil, o controle era só para verificar a legalidade e a honestidade do gestor público, no
orçamento-programa o controle visa a eficácia, eficiência e efetividade.
Por exemplo: o controle de legalidade e honestidade era só para conferir se o gestor comprou as 10.000 vacinas que
estavam previstas no orçamento. Se ele comprou por um preço exorbitante e as deixou apodrecer no estoque, não
interessa. O que interessa é que ele as comprou e cumpriu todos os requisitos formais. Esse era o controle no orçamento
tradicional.
Já o controle que visa a eficácia, eficiência e efetividade que saber se as vacinas foram aplicadas, se os objetivos foram
cumpridos (eficácia), se foram despendidos o mínimo de esforços para o máximo de resultados (eficiência) e se houve
impactos na realidade (efetividade). Bem diferente do orçamento tradicional, não é? 😏
Limitações e críticas
Ok! O orçamento-programa é muito lindo! 😅 Mas será que tudo são flores? 😂 Você já sabe que não!
A riqueza conceitual do orçamento-programa era, ao mesmo tempo, sua grande força e uma forte
limitação, “pois implicava vencer, além da natural resistência às mudanças, típica da administração pública, as
concepções e os princípios de uma área cheia de tradições”8.
Você acha que é fácil implementar o orçamento-programa? Imagine aquele técnico de orçamento que simplesmente
incrementava o orçamento de um exercício para o outro agora tendo que aprender o que é programa, ação, medidores de
desempenho... 😬
Por isso, uma grande limitação que o orçamento-programa encontrou foi a necessidade de que os novos
conceitos sejam conhecidos por todos os órgãos executores de atividades e programas, por todas as
autoridades e por todos os técnicos que elaboram e avaliam o orçamento.
Outras dificuldades foram a definição de produtos finais e o fato de certas atividades relevantes do
Estado serem intangíveis (e seus resultados não se prestarem a medições).
Por exemplo: qual é o produto final e como medir a atividade de policiamento ostensivo (os policiais que ficam nas ruas)?
O produto final é “o número de cidadãos que não foram assaltados”? Tentativas de crimes evitadas? Sensação de
segurança? E como vamos medir isso?
8
GIACOMONI, James. Orçamento Público, 16ª edição, editora Atlas, 2012.
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integração entre
planejamento e orçamento
objetivos, metas e
indicadores
classificações funcional e
Orçamento-programa
programática
controle de eficácia,
eficiência e efetividade
Estrutura dá ênfase aos aspectos contábeis (“mero Estrutura dá ênfase aos aspectos administrativos e
instrumento contábil”) de planejamento
São consideradas as necessidades financeiras das São considerados todos os custos dos programas,
unidades organizacionais inclusive os que extrapolam o exercício
Decisões tomadas com base nas necessidades das Decisões tomadas com base em avaliações e
unidades organizacionais análises técnicas das alternativas possíveis
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Assinale a opção correta que apresenta o tipo de orçamento moderno, que enfatiza a vinculação entre planejamento e
orçamento e o estabelecimento de metas e objetivos.
A) orçamento participativo
C) orçamento tradicional
E) orçamento-programa
Comentários:
Qual é a característica mais marcante do orçamento-programa? Que faltava às técnicas orçamentárias anteriores?
Gabarito: E
Julgue o item a seguir, relativo ao orçamento público e à administração financeira dos entes estatais.
Comentários:
Mas que belo resumo de tudo que a gente viu, não é? A questão está toda certa! 😃
Gabarito: Certo
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Comentários:
b) Errada. Essa é a ênfase do orçamento de desempenho, apesar de o orçamento-programa conter mesmo objetivos e
metas.
e) Errada. O principal critério de classificação não é o institucional (quem é o responsável por fazer?). As classificações
utilizadas no orçamento-programa são a classificação funcional (em que áreas de despesa a ação governamental será
realizada?) e classificação programática (qual o tema da Política Pública?).
Gabarito: A
O orçamento-programa é aquele que tem entre seus elementos essenciais os programas de governo consubstanciados
em instrumentos de integração dos esforços governamentais no sentido da concretização dos objetivos.
Comentários:
Sim! Lembre-se que um dos elementos essenciais do orçamento-programa são os próprios programas, e estes são, de
fato, instrumentos de integração dos esforços governamentais no sentido da concretização dos objetivos.
Gabarito: Certo
Veja que aqui nos elevamos o nível, subimos a barra: no orçamento-programa, preocupamo-nos com
produtos, por exemplo, uma estrada construída. Aqui no orçamento por resultados, a preocupação é com os
resultados (outcomes).
Por exemplo, a estrada pode estar construída, mas ela trouxe resultados de verdade? Facilitou o escoamento de produtos,
diminuiu o número de acidentes, integrou diversos municípios? Ou essa estrada liga nada a lugar nenhum e foi só um
desperdício de recursos públicos? 🧐
Portanto, o foco é comprar resultados que são importantes para os cidadãos em relação às ofertas de
concorrentes.
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Orçamento participativo
Para começo de história, o orçamento participativo não é bem uma espécie de orçamento público. Ele é
uma “técnica orçamentária em que a alocação de alguns recursos contidos no Orçamento Público é decidida
com a participação direta da população, ou através de grupos organizados da sociedade civil, como a
associação de moradores”9.
A ideia é bem simples: em vez de termos discussões somente nos Poderes Executivo e Legislativo, temos
também a participação direta da população na elaboração e discussão do orçamento. É por isso que o nome é
orçamento participativo! 😃
É no orçamento participativo que nós temos as famosas audiências públicas, nas quais a população (ou
determinados grupos) decide onde e como os recursos públicos devem ser investidos. As audiências públicas,
inclusive, são incentivadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Vejamos:
Essa técnica orçamentária estimula o exercício da cidadania, o compromisso da população com o bem
público, e gera corresponsabilização entre governo e sociedade sobre a gestão dos recursos públicos. É o
fortalecimento da democracia! 😄
“Ok, professores! Muito legal! A população participando do processo de elaboração do orçamento. Mas e aí?
Quer dizer que o poder agora está de fato nas mãos do povo?” 🤨
Bom, de acordo com nossa Constituição: “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente”. Então teoricamente o poder já está nas mãos do povo. 😅
Numa audiência pública foi decidido que seria construído um novo hospital na cidade, em vez de uma ponte que o prefeito
havia prometido construir.
Ótimo. Só que a proposta enviada à Câmara Municipal continha a previsão orçamentária para a construção da ponte, e
não do hospital.
9
PALUDO, Augustinho. Orçamento público: Administração Financeira e Orçamentária e LRF, 5ª ed.,
2015.
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Então, veja que, apesar de ser uma ideia interessante, o orçamento participativo é meramente
consultivo! Em outras palavras: ele não é vinculante! A população pode decidir por “A” e o Poder Executivo
decidir por “B” na sua proposta orçamentária: legalmente, não há nada de errado nisso.
No orçamento participativo, não há perda de participação e muito menos perda de legitimidade do
Poder Legislativo. O que acontece é, simplesmente, um aperfeiçoamento de uma etapa que se desenvolveria
apenas no Poder Executivo. A população, portanto, é vista como parceira do Poder Executivo no processo
orçamentário. Agora é o seguinte: o Poder Executivo não é obrigado a seguir as sugestões da população, mas
ele tem que ouvi-las! Ele deve ouvi-las!
A ressalva é que o povo é quem elege seus representantes. Caso eles não estejam escutando a população
e não façam um bom trabalho, o “ideal” seria não os reeleger.
Fique atento !!
O orçamento participativo é meramente consultivo.
O Poder Executivo deve ouvir as sugestões da população, mas não é obrigado a segui-las!
Vale ressaltar que no orçamento participativo considera-se que há uma perda da flexibilidade.
É o seguinte: quando a decisão está nas mãos de poucos, é muito mais fácil realizar uma mudança de
direção. Há muito mais flexibilidade! Mas quando a decisão é responsabilidade de muitos, essa mudança fica
muito mais difícil e trabalhosa.
Por exemplo: você e sua família decidiram, ainda na quinta-feira, que iriam jantar pizza no sábado à noite. No entanto,
quando chegou sábado à noite, você não queria mais comer pizza. Queria sushi. 😁
Se fosse só você decidindo, não haveria problema. Você pediria o sushi e estaria tudo resolvido.
Mas como o jantar é em família, você precisa combinar essa mudança com seus familiares. Acontece que todos ainda
querem a pizza. Vai dar trabalho convencê-los a comer sushi, não é? 😅
O orçamento participativo é assim: são realizados vários debates, audiência e consultas públicas para se
chegar a uma conclusão. Mas há a parte boa disso: a legitimidade das decisões comunitárias e a maior
fidelidade à programação de investimentos (uma garantia maior que aquela programação de investimentos
não será alterada).
É interessante destacar também que o orçamento participativo não se opõe ao orçamento-programa!
Na verdade, ele busca romper com a visão política tradicional (na qual só os representantes eleitos participam
dos processos orçamentários) e colocar o cidadão como protagonista ativo da gestão pública. O orçamento
participativo pode até funcionar juntamente com o orçamento-programa.
É porque ele ainda está “em ascensão”. Só existe em alguns municípios. 🙂 Começou em Porto Alegre,
em 1989, num contexto de mudanças constitucionais aliadas à vontade popular e política. Muitas outras
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prefeituras também adotaram a participação popular, baseando-se no modelo adotado pela capital do estado
do Rio Grande do Sul.
Por isso, é importante frisar: o governo federal não utiliza a técnica de orçamento participativo!
Fique atento !!
O governo federal não utiliza a técnica de orçamento participativo!
Agora muito cuidado! A lei 10.257/01, que regulamenta os artigos 182 e 183 da CF/88 e estabelece
diretrizes gerais da política urbana, está caindo em prova! Vejamos os artigos dessa lei que nos interessam e
depois nós os comentaremos:
Art. 43. Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser utilizados, entre outros, os seguintes
instrumentos:
III – conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal;
V – (VETADO)
Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa de que trata a alínea f do inciso III do
art. 4º desta Lei incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as propostas do
plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, como condição obrigatória
para sua aprovação pela Câmara Municipal.
Art. 45. Os organismos gestores das regiões metropolitanas e aglomerações urbanas incluirão obrigatória
e significativa participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da
comunidade, de modo a garantir o controle direto de suas atividades e o pleno exercício da cidadania.
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A própria CF/88 já preceitua que os municípios reger-se-ão por lei orgânica, que atenderá o preceito da
cooperação das associações representativas no planejamento municipal (art. 29, XII).
Por último, veja a importância dada à participação da população, ao controle direto e ao exercício da
cidadania, expressos no artigo 45. Os organismos gestores das regiões metropolitanas e aglomerações urbanas
deverão incluir a participação da população. E não vale incluir só uns “gatos pingados” 😅 (isto é, pouquíssimos
cidadãos ou associação que não possuem representatividade). Essa participação é obrigatória e deve ser
significativa!
Um instrumento de gestão pública no qual a população é convidada a definir anualmente as prioridades de investimento
do governo em seu município é
A) a conferência municipal.
C) o orçamento participativo.
D) a ouvidoria municipal.
E) o fundo municipal.
Comentários:
Professor Sérgio falando aqui: essa questão foi do meu concurso! Eu fiz essa prova! 😃
Enfim, o instrumento de gestão pública no qual a população é convidada a definir anualmente as prioridades de
investimento do governo em seu município é o orçamento participativo, que acabamos de estudar.
Vale lembrar, no entanto, que o orçamento participativo é meramente consultivo! A sociedade exprime sua opinião e suas
prioridades, mas os Poderes Executivo e Legislativo não são obrigados a segui-las. Ressalva-se, porém, que o povo é quem
elege seus representantes. Caso eles não façam um bom trabalho, o “ideal” seria não os reeleger.
Gabarito: C
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Embora debates, audiências e consultas públicas acerca de propostas de planos plurianuais, de lei de diretrizes
orçamentárias e do orçamento anual devam ser incluídos em uma gestão orçamentária participativa, sua realização não
representa condição obrigatória para a aprovação desses dispositivos na câmara municipal.
Comentários:
Nada disso! Na verdade, segundo o artigo 44 da lei 10.257/01, a realização de debates, audiências e consultas públicas
sobre as propostas de PPA, LDO e LOA é condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal.
Gabarito: Errado
Tipos de orçamento
Alguns autores chamam de tipos, outros chamam de espécies. Nessa aula, adotamos a nomenclatura
“espécies” para o que você acabou de ver (orçamento tradicional, de desempenho, orçamento-programa e
orçamento por resultados) e a nomenclatura “tipos” para isto que veremos agora. 😄
• Orçamento legislativo;
• Orçamento executivo;
• Orçamento misto.
Orçamento Legislativo
Nesse tipo de orçamento, o Poder Legislativo faz quase tudo! Ele só não faz a execução, que fica a cargo
do Poder Executivo. Esse tipo de orçamento é normalmente adotado em países parlamentaristas e ele já foi
adotado no Brasil na Constituição Federal de 1891 (por sinal, essa Constituição instituiu um Tribunal de Contas
😄).
•Legislativo •Legislativo
Controle Elaboração
Discussão e
Execução
votação
•Executivo •Legislativo
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Orçamento Executivo
Nesse tipo de orçamento, o Poder Executivo ficou guloso! 😋 Ele faz tudo!
É isso mesmo! O Poder Legislativo não faz nada! O Poder Executivo elabora, vota, executa e (ele
mesmo) controla e avalia tudo.
Não é à toa que esse tipo de orçamento é adotado em regimes autoritários. Já passamos por isso aqui
no Brasil: a Constituição Federal de 1937, por exemplo, era assim!
•Executivo •Executivo
Controle Elaboração
Discussão e
Execução
votação
•Executivo •Executivo
Orçamento Misto
Só pelo nome você já imagina, não é? 😌
O orçamento misto vai fazer uma mistura entre os dois tipos de orçamento que vimos anteriormente.
Esse é o tipo de orçamento adotado atualmente no Brasil (na CF/88), portanto frise-se: nosso país já
vivenciou todos os três tipos de orçamento!
Aqui o orçamento será elaborado pelo Poder Executivo e levado à discussão e votação pelo Poder
Legislativo. Depois que o povo (por meio de seus representantes) aprovar o plano (fazendo as mudanças que
entenda oportunas e necessárias), o Poder Executivo procede para a execução do mesmo, prestando contas,
posteriormente, justamente para quem lhe deu poderes para executá-lo: o povo (o Poder Legislativo).
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•Legislativo •Executivo
Controle Elaboração
Discussão e
Execução
votação
•Executivo •Legislativo
Com referência aos aspectos doutrinários e históricos da administração financeira e orçamentária, julgue o item a seguir.
Considerando a evolução conceitual da terminologia usada em referência ao orçamento, o Brasil utilizou o orçamento
legislativo, o executivo e o misto ao longo de sua história.
Comentários:
Gabarito: Certo
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Por exemplo: o orçamento autoriza a aquisição de 10 veículos, mas a Administração Pública não precisa comprar os 10.
Ela pode comprar 1, 2, 3, até mesmo os 10 veículos. Ela está autorizada a comprar até 10 veículos.
O orçamento público pode prever a construção de um hospital que a população tanto precisa, mas se esse hospital não
tiver sido construído ao término do exercício, não prosperará uma ação na justiça contra a Administração Pública,
acusando-a de crime ou ilegalidade. Ela somente está autorizada, e não obrigada, a construir o hospital.
Ok. E por que nós enfatizamos tanto que ela não está obrigada? ☺
Por exemplo: se o orçamento prever a aquisição de 10 veículos, a Administração Pública precisa comprar os 10! Se o
orçamento prever a construção de um novo hospital, a Administração Pública é obrigada a fazê-lo!
Vampira ajudando os alunos a lembrar que o orçamento público brasileiro é autorizativo, mas possui traços de
orçamento impositivo.
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O orçamento público fixado na Lei Orçamentária Anual não determina os gastos de modo impositivo ou obrigatório.
Comentários:
Embora contenha alguns traços de orçamento impositivo, o orçamento público brasileiro é considerado autorizativo, de
forma que a Lei Orçamentária Anual não determina os gastos de modo impositivo ou obrigatório.
Gabarito: Certo
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro
e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste
artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente
líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação
definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165.
Esses são os parágrafos mais importantes desse assunto. Você deve saber que as emendas individuais
(somente elas, as emendas coletivas, que podem ser emendas de bancada ou emendas de comissão, estão
fora) serão aprovadas e são de execução obrigatória.
Mas, obviamente, há um limite para isso. Esse limite é de 1,2%, sendo que metade deste percentual
(0,6%) será destinada a ações e serviços públicos de saúde (só saúde! Educação, segurança, seguridade social
não!). E aqui encontramos uma pegadinha sutil que o examinador pode colocar na sua prova. Perceba que no §
9º, momento em que o orçamento ainda está em discussão, utiliza-se como base de cálculo a receita corrente
líquida (RCL) prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo. Já no § 11º, momento em que o
orçamento público já está em execução, utiliza-se como base de cálculo a receita corrente líquida (RCL)
realizada no exercício anterior.
Ora! Porque quando o orçamento já foi aprovado e já está em execução, significa que o exercício anterior
já passou e nós já temos a informação da receita corrente líquida realizada nele.
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Por exemplo: digamos que estamos em setembro de 2016 e o Projeto de Lei Orçamentária Anual está em elaboração. Um
parlamentar deseja fazer uma emenda individual. Qual o limite dessa emenda? 1,2% da RCL prevista no projeto
encaminhado pelo Poder Executivo. O ano de 2016 ainda não acabou. O dado que temos que usar é a RCL prevista.
O orçamento foi aprovado e já está em execução em 2017 Agora sim nós temos a informação da RCL realizada no exercício
de 2016, então iremos utilizá-la! 1,2% da RCL realizada no exercício de 2016 será de execução obrigatória.
Há sim! Vejamos:
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução obrigatória
nos casos dos impedimentos de ordem técnica.
§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a programação, na
forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas:
I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo, o Poder Legislativo,
o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder Legislativo as
justificativas do impedimento;
II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder
Executivo o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável;
III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder Executivo
encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável;
IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso III, o Congresso
Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato do Poder
Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária.
§ 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as programações orçamentárias previstas no § 11 não serão
de execução obrigatória nos casos dos impedimentos justificados na notificação prevista no inciso I do §
14.
Quer dizer, tenta-se (de todo jeito 😅) contornar esses impedimentos técnicos, até que chega um ponto
que não vale mais a pena. Já estamos em 20 de novembro (ou 30 dias após o prazo previsto no inciso III), o
exercício financeiro já vai terminar e já se tentou de tudo. Só agora as programações orçamentárias previstas
no § 11 não mais serão de execução obrigatória.
Ressalte-se também que caberá a uma lei complementar dispor sobre procedimentos que serão
adotados quando houver impedimentos legais e técnicos (CF/88, art. 165, § 9º, III).
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§ 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira
prevista no § 11 deste artigo, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida
realizada no exercício anterior.
Vale destacar que caberá a uma lei complementar dispor sobre o cumprimento de restos a pagar (CF/88,
art. 165, § 9º, III).
Além disso:
§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da
meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste
artigo poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das
despesas discricionárias.
Isso quer dizer que o gestor público não pode dar uma de engraçadinho e dizer: “ah, eu não tenho dinheiro
para executar essa programação orçamentária proveniente de emenda parlamentar individual”, enquanto ele
está cheio de dinheiro para realizar aquela festa na cidade.
Então a regra é a seguinte: se a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento
da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o gestor só poderá cortar os gastos
das programações orçamentárias oriundas de emenda parlamentar individual na mesma proporção do corte
de gastos das despesas discricionárias.
Por exemplo: se o gestor cortou 50% das despesas discricionárias, ele pode cortar até 50% das despesas relacionadas às
emendas parlamentares individuais. Se reduzir em 10% as despesas discricionárias: reduz no máximo em 10% as despesas
relacionadas às emendas parlamentares individuais. O que não pode acontecer é o gestor cortar, por exemplo, 10% das
despesas discricionárias e 50% das emendas parlamentares individuais.
Também caberá a uma lei complementar dispor sobre limitação das programações de caráter
obrigatório (CF/88, art. 165, § 9º, III).
Temos ainda:
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive
custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação
para pagamento de pessoal ou encargos sociais.
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Continuando:
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da programação prevista no §11
deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do
ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de
aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169.
Mesmo que o ente federativo destinatário esteja inadimplente, ele receberá a transferência obrigatória
da União para executar a programação prevista no §11 (emendas parlamentares individuais: 1,2% da RCL
realizada no exercício anterior).
E finalmente:
§ 18. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que atenda de forma
igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria.
Perceba que não importa quem seja o autor da emenda. Se a execução das programações atendeu de
forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, então podemos considerar que essa execução foi
equitativa.
Ah! A EC 86/15 também definiu isso para nós: mais uma vez, caberá a uma lei complementar dispor sobre
critérios para a execução equitativa (art. 165, § 9º, III).
Resumindo !!
O orçamento público brasileiro é autorizativo, mas possui traços
de orçamento impositivo, introduzido pela EC 86/15.
Emendas
não serão de execução
parlamentares obrigatória nos casos
indivicuais dos impedimentos
de ordem técnica
1,2% da RCL
Orçamento já em
realizada no
execução
exercício anterior restos a pagar
poderão ser
considerados até o
limite de 0,6% da RCL
realizada no exercício
anterior
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O orçamento público fixado na Lei Orçamentária Anual não determina os gastos de modo impositivo ou obrigatório.
O chamado “Orçamento Impositivo” foi introduzido pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015. A respeito das disposições
constitucionais introduzidas pela referida Emenda, pode-se afirmar:
A) O orçamento impositivo corresponderá a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) calculados sobre a receita corrente
prevista no projeto de lei orçamentária anual.
B) Metade do percentual destinado ao orçamento impositivo deverá ser necessariamente destinado às ações e serviços
públicos de saúde e educação.
C) A Emenda Constitucional não prevê exceção à execução do orçamento impositivo, dada sua natureza imperativa.
D) As emendas de bancada apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual não se submetem às regras do orçamento
impositivo.
E) Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira relativa ao orçamento
impositivo, no limite de até 60% do valor aplicado.
Comentários:
Vejamos as alternativas:
a) Errada. Avisamos sobre a pegadinha sutil que as bancas podem fazer, não avisamos? O orçamento impositivo
corresponderá a 1,2% calculados sobre a receita corrente líquida (a questão “esqueceu” de dizer que é líquida) realizada
no exercício anterior (e não prevista no projeto de lei orçamentária anual. Aqui é quando o orçamento ainda está em fase
de discussão). A execução obrigatória é mesmo de 1,2% da RCL realizada no exercício anterior.
b) Errada. De acordo com o art. 166, § 9º, metade do percentual destinado ao orçamento impositivo deverá ser
necessariamente destinado às ações e serviços públicos de saúde, somente! Educação não!
d) Correta. Emendas coletivas (de bancada ou de comissão) estão fora dessa regra do orçamento impositivo! Somente as
emendas parlamentares individuais se submetem às regras do orçamento impositivo.
e) Errada. 60%? Tem que dividir isso por 100! O percentual correto é 0,6% da RCL realizada no exercício anterior.
Gabarito: D
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Orçamento no Brasil
História – constituições pretéritas
Vamos fazer um breve histórico do orçamento público no Brasil, analisando o tema orçamentário em
nossas constituições pretéritas:
1824: nessa época, o Brasil ainda era um império! 😬 Mas a Constituição Imperial de 1824 fazia menção
ao orçamento. Ela instituiu a obrigatoriedade do orçamento formal por parte das instituições do período
imperial. Nela, a competência da elaboração da proposta era do Executivo e a competência da aprovação era
do Legislativo.
1891: agora já somos uma república (proclamação da república foi em 15/11/1889) e esta foi a nossa
primeira Constituição Republicana. Ela trouxe mudanças: a elaboração da proposta tornou-se competência
privativa do Congresso Nacional. Portanto, aqui temos um orçamento legislativo. E uma curiosidade: essa
Constituição também instituiu um Tribunal de Contas. 😉
1934: governo de Getúlio Vargas (que chegou ao poder depois da Revolução de 1930). A Constituição de
1934 conferiu destaque ao orçamento público. E também fez modificações: a elaboração da proposta
orçamentária volta a ser competência do Executivo e a sua aprovação é competência do Legislativo. Isto é:
orçamento misto. Além de votar o orçamento, o Legislativo também julgava as contas do Presidente da
República, contando para tal com o auxílio do Tribunal de Contas (olha aí o modelo atual surgindo... 😅).
1937: a Constituição de 1937 (também conhecida como Polaca) foi outorgada e marca o início do período
conhecido como Estado Novo (1937 – 1946), caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo,
anticomunismo e por seu autoritarismo. É interessante saber disso, porque (veja a esperteza...) a norma previa
que a elaboração da proposta era competência do Executivo e a competência da aprovação era da Câmara
dos Deputados e do Conselho Federal (composto por membros nomeados pelo Presidente da República). Só
que essas duas câmaras legislativas nunca foram instaladas e o orçamento sempre foi elaborado e decretado
pelo próprio presidente. Esse é o nosso exemplo de orçamento executivo.
1946: redemocratização. Voltamos ao orçamento misto. Agora o Poder Legislativo pode fazer emendas
à proposta orçamentária. Os dispositivos constitucionais consagraram princípios orçamentários básicos
(unidade, universalidade, exclusividade...) e definiram o papel do Tribunal de Contas de forma mais clara.
1967: Regime Militar (1964 – 1985), de caráter autoritário e nacionalista. O tipo de orçamento continuava
misto, isto é, o Executivo elabora a proposta e o Legislativo vota e aprova. No entanto, o Legislativo não
podia fazer emendas relevantes, e isso o enfraqueceu muito (viu a esperteza de novo? 😅). O Legislativo não
podia propor emendas que causassem aumento de despesas ou visassem modificar o seu montante, natureza
ou objetivo. Se não pode mudar isso, o que é que o Legislativo pode mudar? 😐 Praticamente nada!
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Bom, a doutrina costuma classificar as leis em: lei em sentido formal e lei em sentido material. Lei em
sentido formal é toda norma que seja produzida em atenção ao processo legislativo previsto nos arts. 49 a
59 da Constituição Federal. Não importa o que estiver escrito nesse ato normativo. O conteúdo desse ato
normativo não importa, é irrelevante! Passou por um processo legislativo? É lei em sentido formal. 😀
Já a lei em sentido material é o contrário: o conteúdo é que é importante. Não interessa se a norma
passou por um processo legislativo. O importante é que seu conteúdo tem caráter geral e abstrato, isto é, suas
normas são dotadas de abstração e generalidade, isto é, aplicam-se a um número indeterminado de indivíduos
e situações futuras.
10
PALUDO, Augustinho. Orçamento público: Administração Financeira e Orçamentária e LRF, 5ª ed., 2015.
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Com efeito, podemos muito bem ter leis que são, ao mesmo tempo, formais e materiais. Podemos ter
leis somente materiais. E podemos ter leis somente formais, que são conhecidas como leis de efeitos
concretos (ou leis individuais), porque seu conteúdo não é próprio de lei, mas é o ato normativo é uma lei
mesmo assim.
Ok! Depois de toda essa explicação e embasados pela nova jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
(STF), podemos dizer que o orçamento público brasileiro é considerado uma lei formal e material.
Após anos de jurisprudência no sentido de que o orçamento público brasileiro seria apenas lei formal, o
STF consolidou o entendimento, em 2016, que as leis orçamentárias podem ser objeto de controle abstrato
(e concentrado) de constitucionalidade. A tese é que o controle concentrado de constitucionalidade se mostra
adequado quando a lei orçamentária revela contornos abstratos e autônomos, abandonando o campo da
eficácia concreta.
Observe trechos do julgado:
Leis orçamentárias que materializem atos de aplicação primária da Constituição Federal podem ser submetidas a
controle de constitucionalidade em processos objetivos.
É possível a impugnação, em sede de controle abstrato de constitucionalidade, de leis orçamentárias. Assim, é cabível
a propositura de ADI contra lei orçamentária, lei de diretrizes orçamentárias e lei de abertura de crédito
extraordinário.
STF. Plenário. ADI 5449 MC-Referendo/RR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 10/3/2016
De acordo com Marcus Abraham, “ao superar a sua defasada concepção de que haveria uma suposta
ausência de normatividade, abstração e generalidade nas leis orçamentárias (...), o STF passa a absorver os
bons ventos dos novos tempos, deixando para trás a obsoleta influência da teoria do jurista germânico Paul
Laband (de meados do século XIX), o qual forjou a tese da natureza de lei formal do orçamento público como
mero ato administrativo autorizativo, passando a reconhecer materialidade e substancialidade ao seu
conteúdo.”
A LOA também é uma lei ordinária e não uma lei complementar. A LOA não exige quórum qualificado
para sua aprovação. Apesar de toda sua importância, é necessária somente a maioria simples. Quando a CF/88
demanda lei complementar, ela fala expressamente em “lei complementar”. Se falar somente em “lei”,
entenda lei ordinária. Observe o seguinte dispositivo constitucional:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
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A CF/88 falou somente em “leis”, viu? 😉 Então entendemos que são leis ordinárias.
Além disso, a LOA também é temporal! A sua vigência é limitada! Lembra do princípio orçamentário da
anualidade (ou periodicidade)? O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado período
de tempo, geralmente de 12 meses, chamado de exercício financeiro. Para comprovar isso, observe só esse
trecho do art. 1º da lei 13.587/18, a Lei Orçamentária Anual da União para o exercício de 2018:
Art. 1º Esta Lei estima a receita da União para o exercício financeiro de 2018 (...)
A lei orçamentária brasileira também é especial, porque possui matéria específica (previsão de receitas
e fixação de despesas) e processo legislativo diferenciado, mais célere que o processo legislativo ordinário.
Controle abstrato de
Lei formal e material
constitucionalidade
LOA
Matéria específica e
Lei especial processo legislativo
diferenciado
A CF em vigor confere ao orçamento a natureza jurídica de lei formal e material. Por esse motivo, a lei orçamentária pode
prever receitas públicas e autorizar gastos.
Comentários:
Primeiro, observe o ano da questão: 2013. Segundo, lembre-se do ano em que o STF consolidou o entendimento de que o
orçamento público brasileiro é lei formal e material: 2016.
Agora perceba que, à época da questão, o gabarito seria errado, pois considerava-se que o orçamento público tinha
natureza jurídica de lei formal. Hoje, o gabarito seria certo.
Prevalece no Brasil a compreensão de que o orçamento público é lei apenas em sentido formal, visto que é aprovado pelo
Poder Legislativo, mas é substancialmente ato de natureza político-administrativa, insuscetível de hospedar normas
gerais ou abstratas próprias de lei em sentido material.
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Comentários:
Essa foi uma questão bem polêmica na época do concurso. Cespe recebeu uma enxurrada de recursos, mas manteve o
gabarito! 😁
Mais uma vez, repare na data da realização do concurso: 2017. Após a jurisprudência do STF. 😏
O entendimento atual é que o orçamento público brasileiro tem natureza jurídica de lei formal e material, sendo suscetível
sim de hospedar normas gerais ou abstratas próprias de lei em sentido material.
A questão utilizou o entendimento antigo, afirmando que “o orçamento público é lei apenas em sentido formal”. Por isso,
a questão ficou errada.
Gabarito: Errado
C) interferir no ambiente econômico e elevar o nível de emprego e bem-estar da população por meio do
emprego de instrumentos de política fiscal.
D) gerar condições para a oferta de bens privados no mercado pelos produtores, corrigindo imperfeições no
sistema de mercado e, também, criando externalidades negativas.
E) distribuir a riqueza na sociedade de modo a torná-la menos desigual, com o emprego de mecanismos como
tributos, transferências financeiras governamentais, subsídios e incentivos fiscais.
Comentários:
Questão direta. Então seremos diretos também:
a) Correta. A função alocativa faz isso mesmo!
Lembra daquele exemplo do país que não possui infraestrutura de telecomunicações? 📡 Esse serviço de
telecomunicação não seria oferecido pelo mercado privado (ou seria ofertado em condições ineficientes),
porque investimento é muito alto e o retorno é lento. Ninguém quer investir lá! 😕
É o Estado! O Estado, por meio da sua função alocativa, irá oferecer determinados bens e serviços
necessários e desejados pela sociedade, porém que não são produzidos ou providos pela iniciativa privada.
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A função alocativa se justifica nos casos em que não houver a necessária eficiência por parte do mecanismo
de ação privada (sistema de mercado).
Assim, na função alocativa, o Estado atua, por exemplo:
3. Na provisão de bens públicos (puros) e semipúblicos (bens meritórios); ou então
4. Na criação condições para que o mercado ofereça bens privados, investindo, por exemplo, em
infraestrutura.
b) Errada. A alternativa está se referindo à função estabilizadora. Veja que, diferentemente das outras
funções, não há nenhuma alocação de recursos aqui! Só estão sendo feitas algumas alterações, modificações,
ajustes... 🧐
c) Errada. Mais uma vez: a alternativa se refere à função estabilizadora. Ela visa a estabilidade econômica,
principalmente por meio da estabilidade nos níveis de preços e manutenção de um elevado o nível de emprego.
d) Errada. Opa! Começou bem, mas no final a alternativa vem nos dizer que a função alocativa vem criar
externalidades negativas? NÃO!
O que é bom deve ser incentivado e o que é ruim deve ser desencorajado, certo? 😉
Por isso, a função alocativa do orçamento busca inibir atividades que causam externalidades negativas e
incentivar atividades causam de externalidades positivas.
e) Errada. A alternativa começa logo com “distribuir a riqueza...”. Já pode parar por aqui. Ela está falando
da função distributiva. 😄
Gabarito: A
O orçamento público tem, entre outras funções, a de reduzir as desigualdades entre as diversas regiões do país.
Comentários:
Tem?
Tem sim! O Estado intervém na economia para atingir os seus objetivos. Reduzir as desigualdades entre
as diversas regiões do país é um dos objetivos do Estado. Isso até está na CF/88, veja só:
Para atingir os seus objetivos, o Estado possui uma importante ferramenta: o orçamento público!
Portanto, uma das funções do orçamento é reduzir as desigualdades entre as diversas regiões do país.
Como se isso não bastasse, veja o que mais a CF/88 fala:
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Ah! E para arrematar o comentário: na classificação de Musgrave, que função econômica do Estado é
essa? Função distributiva!
Gabarito: Certo
Acerca da economia do setor público e da estrutura tributária e orçamentária no Brasil, julgue o item a seguir.
Bens meritórios ou semipúblicos são providos pelo Estado, embora possam ser providos pelo setor privado, por
gerarem altos benefícios sociais e externalidades positivas.
Comentários:
Os bens meritórios ou semipúblicos só podem ser usufruídos por quem tem dinheiro para pagar por eles.
No entanto, por conta da sua importância para a sociedade, podem (e devem) ser ofertados também pelo
Estado, justamente para evitar que a população de baixa renda seja excluída do seu consumo. Bons exemplos
são: saúde e educação (existem hospitais e escolas públicas e privadas, não é mesmo?). Assim, a questão está
correta ao afirmar que esses bens, embora também possam ser providos pelo setor privado, são providos pelo
Estado, porque geram altos benefícios sociais e externalidades positivas (situação em que o valor social é
maior que o valor privado).
Gabarito: Certo
Acerca das funções, dos princípios e dos principais documentos relacionados ao orçamento público, julgue o
próximo item.
O orçamento público viabiliza a intervenção do governo na atividade econômica com vistas à geração de
emprego e renda.
Comentários:
Isso! O orçamento público é considerado o principal instrumento de ação estatal na economia, portanto
está correto afirmar que o orçamento público viabiliza a intervenção do governo na atividade econômica.
Ademais, uma das funções clássicas do orçamento é a função estabilizadora, que busca a estabilidade
econômica, por meio da estabilidade nos níveis de preços, manutenção de um elevado o nível de emprego,
equilíbrio no balanço de pagamentos e razoável taxa de crescimento.
Gabarito: Certo
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A função distributiva busca fazer correções na distribuição de renda, tornando a sociedade menos
desigual em termos de renda e riqueza, isto é, seu objetivo é diminuir as desigualdades sociais e inter-regionais.
É tirar dos ricos e dar aos pobres, ao estilo Robin Hood mesmo. 😄
A função alocativa, por sua vez, visa promover correções (ajustamentos) na alocação dos recursos. É o
Estado oferecendo determinados bens e serviços necessários e desejados pela sociedade, que não são
produzidos ou providos pela iniciativa privada.
E agora: você acha mesmo que a questão está se referindo à função alocativa? 😅 Óbvio que não! Ela está
se referindo à função distributiva. Basta substituir a palavra “alocativa” por “distributiva” para a questão ficar
correta (ou oferecer a definição correta da função alocativa).
Gabarito: Errado
Huuum! Orçamento público como instrumento de política de estabilização... a qual função do orçamento
a questão estaria se referindo? 🤔
Nessa função, o orçamento realmente é tido como instrumento de política de estabilização. O objetivo
da função estabilizadora é estabilidade econômica (ou equilíbrio econômico, como a questão colocou). O
governo faz isso principalmente por meio de instrumentos de política fiscal e monetária, atuando na demanda
agregada.
Além disso, lembre-se que o orçamento é o documento legal que contém a previsão de receitas e fixação
de despesas, por isso a última parte da questão também está correta (“com mudanças na receita e na despesa”).
Gabarito: Certo
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Entre as funções econômicas do Estado, a defesa nacional mediante manutenção das Forças Armadas com
recursos do orçamento público cumpre a função
A) de segurança nacional.
B) alocativa.
C) distributiva.
D) estabilizadora.
E) de especialização.
Comentários:
Vamos resolver por exclusão!
Segurança nacional (alternativa A) e especialização (alternativa E) não são funções econômicas do
Estado, portanto já estão fora de cogitação.
A função distributiva (alternativa C) busca fazer correções na distribuição de renda, tornando a
sociedade menos desigual em termos de renda e riqueza. Diga-nos: o que a defesa nacional, mediante
manutenção das Forças Armadas, tem a ver com a distribuição de renda? Nada!
Só restou a alternativa B: função alocativa. E faz todo sentido, porque a função alocativa é o Estado
oferecendo determinados bens e serviços necessários e desejados pela sociedade, porém que não são
produzidos ou providos pela iniciativa privada. A iniciativa privada não é capaz de prover a defesa nacional (e
segurança pública). Esse é um bem público. Portanto, a defesa nacional mediante manutenção das Forças
Armadas com recursos do orçamento público cumpre mesmo a função alocativa.
Gabarito: B
Com relação ao orçamento público e à atuação do governo na economia, julgue o item a seguir.
A intervenção do Estado na economia justifica-se quando há segmentos do mercado em que produtos somente
podem ser ofertados mediante investimentos de grande porte, com longos prazos de retorno e custos
marginais muito baixos.
Comentários:
Exatamente! A função alocativa se justifica nos casos em que não houver a necessária eficiência por
parte do mecanismo de ação privada (sistema de mercado). Lembra daquele exemplo que demos sobre o
país que não possui infraestrutura de telecomunicações? Pois é, assemelha-se muito a esse exemplo! Se a
iniciativa privada não consegue prover, o Estado intervém na economia e dá um “empurrãozinho”.
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Detalhe é que esse não é o único caso em que a função alocativa é justificável. Ela também se justifica nos
casos de provisão de bens públicos ou bens semipúblicos (bens meritórios).
Gabarito: Certo
Com referência aos aspectos doutrinários e históricos da administração financeira e orçamentária, julgue o item
a seguir.
A situação do ótimo de Pareto decorre da atuação do Estado na economia.
Comentários:
Primeiro, vamos relembrar o que é o ótimo de Pareto (ou Ideal de Pareto): “há eficiência na economia
quando a posição de alguém sofre uma melhoria sem que nenhum outro tenha sua situação deteriorada”.
Acontece que quando o Estado atua (intervém) na economia, sobretudo utilizando-se da função
distributiva do orçamento, ele vai na direção contrária do Ideal de Pareto. Tira dos ricos e dá aos pobres. Faz
correções na distribuição de renda, torna a sociedade menos desigual em termos de renda e riqueza, diminui
as desigualdades sociais e inter-regionais. Ou seja: a melhoria da posição de alguém será feito às custas de
outro alguém, isto é, para alguém ganhar, alguém vai ter que perder.
Portanto, a situação do ótimo de Pareto não decorre da atuação do Estado na economia
Gabarito: Errado
Comentários:
Primeiro, lembremos que falhas de mercado são fenômenos que impedem que a economia alcance o
estágio de Estado de Bem-Estar Social (welfare economics), através do livre mercado, sem interferência do
Governo.
E externalidades são exemplos de falhas de mercado? Sim!
Essas externalidades, ou consequências (para simplificar), podem ser positivas (quando o valor social for
maior que o valor privado) ou negativas (quando o valor social for menor que o valor privado). A função
alocativa do orçamento busca inibir atividades que causam externalidades negativas e incentivar atividades
causam de externalidades positivas.
Portanto, se o governo está abrindo mão de parcela de seus preciosos recursos, mediante a concessão de
incentivo fiscal, só pode ser porque ele quer incentivar atividades causam de externalidades positivas, quer
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aumentar o valor social, como o aumento da oferta de empregos ou a redução dos índices de poluição (isso
beneficia todo mundo). Para as respectivas empresas, isso constitui uma externalidade positiva.
Gabarito: Certo
E a provisão de bens públicos puros é um exemplo desse tipo de ação? Com certeza! Acabamos de ver
isso. Quem faz isso é a função alocativa.
O consumo de bens públicos puros é não excludente e não rival? Sim, também! Os bens públicos são
caracterizados pela não rivalidade e não exclusão.
A questão está indo muito bem. Tudo certo até aqui.
Mas agora: a oferta de serviços públicos de saúde poderia ser definida como típico caso de provisão de
bens públicos? Aí não! 😬 Serviços públicos de saúde são bens semipúblicos (e não bens públicos). Por isso
que a questão ficou errada!
Bens semipúblicos (ou bens meritórios) são bens que só podem ser usufruídos por quem tem dinheiro
para pagar por eles. No entanto, eles são importantes todo mundo, para toda a sociedade. Por isso podem (e
devem) ser ofertados também pelo Estado, justamente para evitar que a população de baixa renda seja excluída
do seu consumo. Os bens semipúblicos podem e são oferecidos tanto pelo Estado quanto pelo mercado
(particulares, empresas privadas). Dois bons exemplos de bens semipúblicos são: saúde e educação.
Gabarito: Errado
Entre os motivos que ensejam a intervenção do Estado na economia inclui-se a existência de bens públicos e
de externalidades.
Comentários:
Sim! A função alocativa se justifica quando ocorrerem falhas de mercado. E a existência de bens
públicos e de externalidades são falhas de mercado!
Gabarito: Certo
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O que é bom deve ser incentivado e o que é ruim deve ser desencorajado, certo? 😉
Mas a questão disse: o que é ruim deve ser desencorajado, mas o que é bom não precisa ser incentivado,
afirmando que a atuação estatal no caso de externalidades positivas é desnecessária. Por isso que ela ficou
errada!
Gabarito: Errado
Escolhas orçamentárias na busca da estabilidade de preços, visando ao crescimento econômico, é uma função
alocativa do orçamento.
Comentários:
Opa, opa! Estamos falando de estabilidade de preços e crescimento econômico. Essa é uma função
alocativa do orçamento? NÃO! Estamos falando da função estabilizadora, que tem como objetivo o uso da
política econômica visando a um alto nível de emprego, à estabilidade dos preços e à obtenção de uma taxa
apropriada de crescimento econômico.
Você viu como as questões vão tentar lhe confundir somente trocando os conceitos das funções do
orçamento? 😏
Gabarito: Errado
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A teoria de finanças públicas consagra ao Estado o desempenho de três funções primordiais: alocativa,
distributiva, e estabilizadora. A função distributiva deriva da incapacidade do mercado de suprir a sociedade de
bens e serviços de consumo coletivo. Como esses bens e serviços são indispensáveis para a sociedade, cabe ao
Estado destinar recursos de seu orçamento para produzi-los e satisfazer sua demanda.
Comentários:
De fato, existem três funções econômicas primordiais do Estado: alocativa, distributiva e estabilizadora.
Agora, o Estado produzindo e provendo bens e serviços públicos é função distributiva? Negativo! Isso é
função alocativa!
A função alocativa se justifica, dentre outros motivos, nos casos em que não houver a necessária
eficiência por parte do mecanismo de ação privada (sistema de mercado), ou, como colocou a questão, “da
incapacidade do mercado de suprir a sociedade de bens e serviços de consumo coletivo”.
A função alocativa é o Estado oferecendo determinados bens e serviços necessários e desejados pela
sociedade, porém que não são produzidos ou providos pela iniciativa privada. Por isso, na função alocativa,
o Estado atua, por exemplo:
5. Na provisão de bens públicos (puros) e semipúblicos (bens meritórios); ou então
6. Na criação condições para que o mercado ofereça bens privados, investindo, por exemplo, em
infraestrutura.
Já a função distributiva preocupa-se com a distribuição de renda. Ela busca fazer correções na
distribuição de renda, tornando a sociedade menos desigual em termos de renda e riqueza. Seus principais
instrumentos são os tributos (a exemplo do Imposto de Renda progressivo) e as transferências.
Gabarito: Errado
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Comentários:
Vamos ver item por item?
I. Errado. O item está quase todo certo. Derrapou somente no final.
Na verdade, o orçamento base-zero (OBZ) é uma técnica orçamentária que pressupõe um reexame
crítico dos dispêndios de cada área governamental após cada ciclo orçamentário, de modo que não haja direitos
adquiridos sobre o montante dos gastos do exercício anterior, mesmo que seja o caso de despesas de caráter
obrigatório e mesmo que seja o caso de despesas de caráter contínuo.
Não interessa que tipo de despesas é. No OBZ, toda despesa é considerada despesa nova. Não há
direito adquirido!
II. Errado. O orçamento de desempenho é diferente do orçamento tradicional! O orçamento de
desempenho tem outros nomes: orçamento por realizações, orçamento funcional, performance budget... mas
não “orçamento tradicional”.
O orçamento desempenho foi, inclusive, uma evolução do orçamento tradicional. Agora, no orçamento
de desempenho, busca-se saber o que o governo faz, e não mais simplesmente o que o governo compra.
III. Errado. Opa! Poder Executivo “obrigado legalmente a seguir as sugestões da população?” Não! Não
há nenhuma prescrição legal nesse sentido!
O Poder Executivo está obrigado legalmente (pela lei 10.257/01) a ouvir as sugestões da população, mas
não está obrigado a seguir! É como aquele exemplo em que foi decidido em audiência pública que seria
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construído um novo hospital, mas, em vez disso, o Poder Executivo propôs a construção de uma nova ponte.
Legalmente, não há nenhuma irregularidade aqui. O Poder Executivo ouviu a população? Sim! Então está ok!
IV. Certo. Questão extraída da lei 10.257/01, que trata, dentre outros temas, sobre a gestão orçamentária
participativa.
Em seu artigo 44, o qual dissemos para você guardar com carinho, a referida lei prevê o seguinte:
Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa de que trata a alínea f do inciso III do
art. 4º desta Lei incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as propostas do
plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, como condição obrigatória
para sua aprovação pela Câmara Municipal.
Por isso, no âmbito dos municípios, o orçamento participativo é sim de observância obrigatória! Se não
fizer audiência pública, a proposta de orçamento não poderá ser aprovada!
Gabarito: B
“Mas esperem aí, professores. Essa definição aí está muito parecida com a definição de orçamento-
programa!” 🤨
É verdade! Inclusive, essa definição inclui os elementos essenciais do orçamento-programa. São eles:
• Os objetivos e propósitos;
• Os programas;
• Os custos dos programas;
• As medidas de desempenho (indicadores).
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Mas você lembra que a Comissão Hoover usava as expressões “orçamento por programas” e
“orçamento de desempenho” como se elas fossem sinônimas? Então, o examinador abre o livro, vê essa
definição, copia e cola na prova. Por isso você deve ter muito cuidado e lembrar que o orçamento de
desempenho nos EUA equivale ao orçamento-programa no Brasil.
Analisemos, finalmente, as alternativas.
a) Errada. O orçamento por objeto representa fielmente a concepção do orçamento tradicional. O foco
é no objeto do gasto, como já diz o nome.
b) Correta. É isso mesmo. Lembre-se que o orçamento de desempenho nos EUA equivale ao
orçamento-programa no Brasil.
c) Errada. O orçamento base-zero (OBZ) é uma técnica orçamentária que pressupõe um reexame crítico
dos dispêndios de cada área governamental após cada ciclo orçamentário, de modo que não haja direitos
adquiridos sobre o montante dos gastos do exercício anterior.
d) Errada. Não existe orçamento funcional-programático. Existe o critério de classificação funcional-
programático, no qual as despesas são classificadas pela classificação funcional (em que áreas de despesa a
ação governamental será realizada?) e pela classificação programática (qual o tema da Política Pública?).
Ah! Existe também o orçamento funcional, que é outro nome para o orçamento de desempenho (aquele
em que o gestor começa a se preocupar com os benefícios dos gastos e não apenas com o seu objeto).
e) Errada. O orçamento participativo é uma técnica orçamentária em que a alocação de alguns recursos
contidos no Orçamento Público é decidida com a participação direta da população.
Gabarito: B
Comentários:
É não! O orçamento que envolve a justificação de todas as despesas, todos os programas, a cada exercício,
é o orçamento base-zero (OBZ)!
Lembre-se: a principal característica do OBZ é que, nele, não há direito adquirido. Para combater o
aumento dos gastos, a ineficiência na utilização e alocação dos recursos e para evitar a perpetuação de erros
históricos, o OBZ propõe uma análise crítica de todas as despesas a cada novo ciclo orçamentário.
Gabarito: Errado
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Comentários:
Qual é a modalidade orçamentária atualmente em uso pelos entes públicos brasileiros?
Orçamento-programa!
O orçamento-programa é uma evolução do orçamento de desempenho?
Sim!
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Claro que não! Esse é o objetivo do orçamento tradicional, cuja ênfase era nos meios (no que se compra)
e utilizava a classificação por unidades administrativas e por elementos de despesa (objeto do gasto). Por
isso, a questão ficou errada.
O orçamento evoluiu, de forma que o orçamento moderno é muito mais do que uma simples previsão da
receita ou estimativa de despesa. O orçamento moderno é um instrumento da Administração Pública, um
instrumento de planejamento das ações governamentais.
Gabarito: Errado
A sistemática de elaboração orçamentária que exige a justificativa de cada recurso solicitado, sem fixar de
antemão um valor orçamentário inicial e sem considerar os valores previstos no orçamento anterior, denomina-
se
A) orçamento base zero.
B) orçamento participativo.
C) orçamento-programa.
D) orçamento tradicional.
E) orçamento de desempenho.
Comentários:
a) Correta. O OBZ surgiu para combater o aumento dos gastos, a ineficiência na utilização e alocação dos
recursos e para evitar a perpetuação de erros históricos. Sua ênfase é na eficiência! Por isso o gestor público
precisa justificar cada despesa que planeja realizar, nos mínimos detalhes. É necessário provar as necessidades
de orçamento, comparando e competindo com outras prioridades e projetos. E isso é feito todos os anos.
A filosofia do orçamento base-zero é romper com o passado! No OBZ não há direito adquirido, por isso
ele não se fixa a um valor orçamentário inicial e não considera os valores previstos no orçamento anterior
(quem faz isso é o orçamento incremental). É como se todo ano um novo orçamento fosse elaborado
partindo-se do “zero”. É por essa e por outras que o OBZ é incompatível com qualquer planejamento de
médio ou longo prazo.
b) Errada. O orçamento participativo uma “técnica orçamentária em que a alocação de alguns recursos
contidos no Orçamento Público é decidida com a participação direta da população”. Sua característica
marcante é a participação direta e efetiva das comunidades.
c) Errada. O orçamento-programa consiste na interligação entre o planejamento e o orçamento por meio
de programas de governo. Não há essa total desconsideração pelos valores previstos no orçamento anterior. O
orçamento é entendido como um instrumento de planejamento e de administração.
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d) Errada. Passou foi longe! O orçamento tradicional é um orçamento incremental, isto é, “pega o
orçamento do exercício anterior, aplica um aumento percentual e pronto”. Por isso que alguns autores nem
consideram o orçamento incremental como uma técnica orçamentária: porque até mesmo um profissional
inexperiente consegue elaborá-lo.
e) Errada. O orçamento de desempenho enfatiza o resultado dos gastos e não apenas o gasto em si. A
ênfase é no desempenho organizacional. O orçamento de desempenho não exige a justificativa de cada recurso
solicitado. Essa é uma característica marcante do orçamento base-zero.
Gabarito: A
Dito isso, percebemos que nessa espécie de orçamento o cidadão ocupa lugar de destaque. De acordo
com Giacomoni, “ao sustentarem a administração pública por meio dos impostos, os cidadãos devem sentar
no banco da direção e explicitar quais os resultados que eles querem em contrapartida aos recursos
repassados ao setor público”.
Gabarito: Certo
No que tange às disposições constitucionais a respeito das finanças públicas, ao conceito e às espécies de
orçamento público, aos princípios orçamentários, às normas gerais de direito financeiro (Lei n.º 4.320/1964) e
à fiscalização e ao controle interno e externo dos orçamentos, julgue o item a seguir.
A jurisprudência atual do Supremo Tribunal Federal considera que as leis orçamentárias não podem ser objeto
de controle de constitucionalidade em abstrato, dada a sua natureza jurídica material de ato administrativo
concreto.
Comentários:
Segundo o STF, as leis orçamentárias podem sim ser objeto de controle de constitucionalidade em
abstrato!
Após anos de jurisprudência no sentido de que o orçamento público brasileiro seria apenas lei formal, o
STF consolidou o entendimento, em 2016, que as leis orçamentárias podem ser objeto de controle abstrato
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O orçamento de desempenho surgiu nos Estados Unidos da América, na década de 50 do século passado, com
o nome de PPBS (Planning Programming Budgeting System), onde foi primeiramente adotado por empresas
privadas.
Comentários:
Foi por isso que nós falamos um pouco sobre a história de cada técnica orçamentária!
A primeira informação chave para resolver essa questão é: orçamento de desempenho é uma coisa e
PPBS é outra coisa! 😅 São duas técnicas orçamentárias distintas!
O examinador tentou fazer essa confusão porque a tal da Comissão Hoover usava as expressões
“orçamento por programas” e “orçamento de desempenho” como se elas fossem sinônimas. Pouco tempo
depois, chega uma nova técnica com a mesma denominação (“programa”).
Veja o que diz o autor James Giacomoni:
O modelo de Orçamento-programa decorrente daqueles esforços iniciais não deve ser confundido com
outro que, sob a mesma denominação -program budgeting -, foi implantado por Robert McNamara na
Secretaria de Defesa e estendido pelo presidente Johnson, em 1965, ao restante da administração federal
civil sob 0 rótulo de PPBS.
O orçamento de desempenho nos EUA (que equivale ao nosso orçamento-programa) surgiu nos anos da
anos da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), quando os departamentos militares utilizaram os orçamentos
por programas, e aperfeiçoou-se durante a década de 50.
O PPBS também surgiu nos EUA, mas na década de 60 e pode ser considerado o embrião do orçamento-
programa, porque evidenciava a forte tendência da aproximação entre o planejamento e o orçamento. Além
disso, continha programas quantificados, objetivos e metas definidas, e acompanhamento e avaliação de
resultados.
Portanto, o orçamento de desempenho que surgiu nos Estados Unidos da América, na década de 50 do
século passado, não surgiu com o nome de PPBS, porque essas são duas técnicas orçamentárias diferentes.
Além disso, nem o orçamento de desempenho, nem o PPBS foi primeiramente adotado por empresas
privadas.
Por tudo isso, a questão ficou errada!
Gabarito: Errado
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Acerca de administração financeira e orçamentaria e do orçamento público no Brasil, julgue o próximo item.
Os programas executados de acordo com a técnica do orçamento-programa devem ser zerados ao final do
exercício financeiro, a fim de que os órgãos públicos sejam obrigados a demonstrar os custos e benefícios de
cada programa, sob pena de descontinuidade dos programas.
Comentários:
Mais uma vez: a questão não está se referindo ao orçamento-programa, mas sim ao orçamento base-
zero (OBZ)!
É no OBZ que os programas devem ser zerados ao final do exercício financeiro. É o OBZ que exige a
demonstração dos custos e benefícios de cada programa, sob pena de descontinuidade dos programas. Isso
porque a filosofia do OBZ é romper com o passado! Nele, não há direito adquirido. É como se todo ano um
novo orçamento fosse elaborado partindo-se do “zero”
Gabarito: Errado
Comentários:
Mais uma questão sobre orçamento base-zero (OBZ). Não avisamos que esse assunto cai muito em
prova?
Não é o orçamento-programa que exige isso dos gestores. É o OBZ! Bastava trocar essas palavras para
que a questão ficasse correta.
A ênfase do OBZ é na eficiência. Ele busca combater o aumento dos gastos, a ineficiência na utilização e
alocação dos recursos e para evitar a perpetuação de erros históricos, o que acontecia no orçamento
incremental: se ele fosse planejado errado desde o começo, os erros nunca seriam corrigidos e o desperdício
de recursos seria enorme. É por isso que o OBZ quer saber o porquê de cada despesa realizada. É por isso que
essa técnica orçamentária exige dos gestores, a cada novo exercício, a justificativa detalhada dos recursos
solicitados.
Gabarito: Errado
Comentários:
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Primeiro: o orçamento base-zero (OBZ) é um sistema voltado, antes de tudo, para a avaliação e tomada
de decisão sobre despesas. Ele exige que todas as despesas sejam analisadas sistematicamente, de forma
que as melhores alternativas sejam selecionadas.
Por conta de toda a sua ênfase no planejamento e dessa constante e recorrente revisão de despesas, o
OBZ revela-se é muito útil em fases de recessão da economia ou em situações em que as despesas públicas
são limitadas por um teto de gastos (como aconteceu com a aprovação da EC 95/16).
Por isso, é verdade que o orçamento base-zero facilita o processo de revisão da decisão a respeito da
alocação dos recursos públicos. E é por isso (por ser tão “cri cri” 😁) que o OBZ se mostra adequado às situações
em que as despesas públicas são limitadas por um teto de gastos.
Gabarito: Certo
Com relação ao orçamento participativo e à gestão por resultados na administração pública, julgue o próximo
item.
O orçamento participativo é fundamentado na discussão de prioridades com a população organizada, por isso
se contrapõe ao orçamento-programa, que é construído com base em preceitos racionais-legais que não
contemplam a participação popular.
Comentários:
É verdade que orçamento participativo é fundamentado na discussão de prioridades com a população
organizada, mas ele não se contrapõe ao orçamento-programa. Na verdade, orçamento participativo pode até
funcionar juntamente com o orçamento-programa.
Além disso, o orçamento-programa não se baseia em preceitos racionais-legais. Esses preceitos são
característicos da modelo de administração pública burocrático (de Max Weber), enquanto o orçamento-
programa, verdadeiro instrumento de instrumento de planejamento das ações governamentais, relaciona-se
com os preceitos característicos do modelo gerencial.
Gabarito: Errado
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• a avaliação de resultados;
• a gerência por objetivos.
Com base nessa informação, é correto afirmar que a técnica orçamentária que melhor se aproxima da utilizada
pelo referido país denomina-se orçamento
A) de base zero.
B) de desempenho.
C) programa.
D) tradicional.
E) clássico.
Comentários:
A questão deu várias pistas, várias chances para nós apontarmos que técnica orçamentária melhor se
aproxima da utilizada pelo referido país.
A mais gritante pista que a questão deu, que até é suficiente para resolver a questão, foi dizer que o
orçamento daquele país possibilita a integração do planejamento com o orçamento.
Vamos analisar as alternativas:
a) Errada. O OBZ é incompatível com qualquer planejamento de médio ou longo prazo. Por isso, aqui
não temos aqui a integração do planejamento com o orçamento.
b) Errada. O orçamento de desempenho representou uma evolução do orçamento tradicional, mas ainda
apresenta desvinculação entre planejamento e orçamento.
c) Correta. Com o orçamento-programa finalmente veio a integração do planejamento com o
orçamento que faltava às técnicas orçamentárias anteriores. Além disso, todas as outras características
mencionadas pela questão dizem respeito mesmo ao orçamento-programa. Dentre seus elementos essenciais,
temos os objetivos e propósitos perseguidos, e os indicadores para avaliar os resultados. Ademais, no
orçamento-programa, os resultados são avaliados pela sua eficácia, eficiência (relação insumo-produto) e
efetividade.
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d) Errada. O orçamento tradicional está longe de possibilitar uma integração do planejamento com o
orçamento. Aqui não há preocupação com o planejamento: não há qualquer menção a objetivos ou metas a
serem atingidas. É uma completa dissociação entre planejamento e orçamento!
e) Errada. Orçamento clássico é outro nome para o orçamento tradicional.
Gabarito: C
Além de ser um dos instrumentos de gestão mais antigos da administração pública, o orçamento público é um
conceito estático cujas funções têm permanecido inalteradas desde a sua criação.
Comentários:
Conceito estático? Acabamos de ver páginas e páginas sobre a evolução do orçamento público, sobre as
técnicas cada vez mais robustas de elaboração do orçamento. O orçamento público é um conceito dinâmico,
que evoluiu e continua evoluindo, sempre em busca do ideal orçamento moderno.
Mas há ainda outro erro nessa questão. As funções do orçamento também se alteraram desde a sua
criação. No início, o orçamento era simplesmente um mero instrumento contábil: era a simples previsão da
receita e fixação de despesas. Esse era o orçamento tradicional. Realizava um controle simples de legalidade e
honestidade do gestor público. Hoje, o orçamento moderno é mais do que isso. É, ao mesmo tempo, um
relatório, uma estimativa e uma proposta. É um instrumento de planejamento das ações governamentais e
de racionalização da gestão financeira pública.
Gabarito: Errado
A técnica orçamentária na qual a estrutura do orçamento dá ênfase aos aspectos contábeis de gestão é a do
orçamento tradicional.
Comentários:
O orçamento tradicional (ou orçamento clássico) é um mero instrumento contábil, com a previsão das
receitas e fixação das despesas. Por isso, sua ênfase era mesmo nos aspectos contábeis.
Gabarito: Certo
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Como mero instrumento contábil, cuja ênfase está nos aspectos contábeis de gestão, o foco primordial
do orçamento tradicional é o detalhamento da despesa. A ênfase é no gasto! Por isso, as classificações
adotadas eram duas:
• por unidades administrativas (órgãos responsáveis pelos gastos – quem realizou a despesa?); e
• por elementos (objeto ou item de despesa – qual é o objeto do gasto?).
Além disso, no orçamento tradicional, o Estado está preocupado em cumprir suas tarefas, e não está
nem aí para as necessidades da sociedade ou para objetivos. A preocupação é atender as necessidades
financeiras dos órgãos públicos (das unidades organizacionais).
Gabarito: Certo
c) Correta. E para atestar isso, veja como um documento da Organizações das Nações Unidas (ONU) de
1959 definia o orçamento-programa: “um sistema em que se presta particular atenção às coisas que um
governo realiza mais do que às coisas que adquire”. Como dissemos, a ênfase nas realizações (em vez da
ênfase nos meios) não é novidade do orçamento-programa, mas não deixa de ser uma característica dele.
d) Errada. É no orçamento tradicional que as decisões orçamentárias estão diretamente relacionadas às
necessidades financeiras dos entes da administração pública. No orçamento-programa, as decisões
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orçamentárias são tomadas com base em avaliações e análises técnicas das alternativas possíveis e busca-se
atender às necessidades públicas.
e) Errada. Mais uma vez: o critério de classificação orçamentária por unidades administrativas é previsto
no orçamento tradicional. O principal critério de classificação é o funcional-programático, isto é, utiliza-se a
classificação funcional (em que áreas de despesa a ação governamental será realizada?) e a classificação
programática (qual o tema da Política Pública?).
Lembre-se de revisar aquela tabela que faz um comparativo entre o orçamento tradicional e o orçamento-
programa!
Gabarito: C
C) de desempenho.
D) programa.
E) participativo.
Comentários:
O orçamento base-zero (OBZ) é uma técnica orçamentária que pressupõe um reexame crítico dos
dispêndios de cada área governamental após cada ciclo orçamentário, de modo que não haja direitos
adquiridos sobre o montante dos gastos do exercício anterior.
A filosofia do OBZ é romper com o passado e sua finalidade é combater o aumento dos gastos, a
ineficiência na utilização e alocação dos recursos e para evitar a perpetuação de erros históricos. Por isso que
ele exige análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas (todas mesmo! Não apenas aquelas que
ultrapassem o nível de gastos já existente). O gestor precisa justificar cada despesa que planeja realizar.
Gabarito: A
O orçamento tradicional (ou orçamento clássico) é um mero instrumento contábil, com a previsão das
receitas e fixação das despesas. Por isso, adotava mesmo uma linguagem contábil-financeira (transparência
pública mandou lembranças... 😁).
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Também não havia preocupação alguma com o planejamento das ações do governo. Objetivo e metas
não existem no orçamento tradicional. De fato, uma das principais características do orçamento tradicional é a
falta de planejamento da ação governamental.
Gabarito: Certo
Os custos dos programas, mensurados pela identificação dos meios e insumos necessários para a obtenção de
resultados, são um dos elementos essenciais do orçamento-programa.
Comentários:
Vejamos os elementos essenciais do orçamento-programa, segundo o professor James Giacomoni:
Gabarito: Certo
A partir dos programas são relacionadas as ações. As ações são operações das quais resultam produtos
(bens ou serviços), que contribuem para atender ao objetivo de um programa. As ações podem ser
desmembradas em: Projetos, Atividades e Operações especiais. Portanto, as atividades são mesmo partes
ou divisões do esforço total, que são realizados com o propósito de contribuir para a realização do produto final.
Gabarito: Certo
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Acerca das normas e dos procedimentos relativos ao orçamento público no Brasil, julgue o item seguinte.
Um dos desafios do orçamento-programa é identificar os produtos finais que constituem o alvo das ações de
governo: às vezes meros produtos intermediários ou de segunda linha e associados a dimensões estritamente
quantitativas.
Comentários:
De fato, um dos desafios do orçamento-programa é identificar os produtos finais que constituem o alvo
das ações de governo, e isso é um problema porque, segundo Gonzalo Martner, “para o orçamento-programa,
a definição dos produtos finais é fundamental, é o que dá significado ao sistema e é, por sua vez, seu fator mais
limitante”.
Ademais, as próprias dificuldades em identificar produtos finais fazem com que sejam apressadamente
apontados como tal verdadeiros produtos intermediários ou produtos de segunda linha.
Por exemplo: qual é o produto final atividade de policiamento ostensivo (os policiais que ficam nas ruas)?
É bem difícil de definir. Poderíamos dizer, apressadamente, que o produto final seria “cidadãos não assaltados”.
Mas é bem mais do que isso, concorda? É a segurança, ordem, necessária para a tranquilidade da população,
desenvolvimento da economia por meio do comércio local e muito mais.
Percebeu como nós não conseguimos identificar muito bem o produto final e, apressadamente,
apontamos produtos intermediários ou de segunda linha e produtos associados a dimensões estritamente
quantitativas, no lugar de apontar o produto final exato?
Gabarito: Certo
Com relação aos aspectos gerais do orçamento público e a sua implementação no Brasil, julgue o item
subsecutivo.
Denomina-se orçamento misto o orçamento público elaborado pelo Poder Executivo e que preveja que parte
dos recursos seja executada por empresas do setor privado.
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Comentários:
A banca tentou confundir o candidato com a palavra “misto”.
O orçamento misto, na verdade, é uma mistura entre o orçamento executivo e o orçamento legislativo.
Aqui o orçamento será elaborado pelo Poder Executivo e levado à discussão e votação pelo Poder
Legislativo. Depois que o povo (por meio de seus representantes) aprovar o plano (fazendo as mudanças que
entenda oportunas e necessárias), o Poder Executivo procede para a execução do mesmo, prestando contas,
posteriormente, justamente para quem lhe deu poderes para executá-lo: o povo (o Poder Legislativo).
Gabarito: Errado
Tendo em vista que fiscalizar as ações do Poder Executivo é uma das funções do Poder Legislativo, e que o
orçamento é um instrumento auxiliar para o cumprimento dessa função, julgue o item subsequente, relativo
ao planejamento, aos métodos, técnicas e instrumentos do orçamento público e às leis a ele relacionadas.
O orçamento pode ser considerado como um plano que expressa, em termos de dinheiro e por um período de
tempo definido, o programa de operações do governo e os meios de financiamento desse programa.
Comentários:
Segundo Allan D. Manvel:
O orçamento é um plano que expressa em termos de dinheiro, para um período de tempo definido, o
programa de operações do governo e os meios de financiamento desse programa.
De fato, o orçamento (moderno) é um plano, e não simplesmente uma peça contábil com a previsão de
receitas e fixação de despesas. O orçamento moderno é um instrumento da Administração Pública, que
integra o planejamento ao orçamento e ajuda o governo a atingir resultados. No Brasil, a idealização do
orçamento moderno está representada no chamado orçamento-programa, que consiste na interligação entre
o planejamento e o orçamento por meio de programas de governo.
Destaque-se também que o orçamento é elaborado e autorizado somente para um determinado exercício
financeiro, de acordo com o princípio da anualidade (periodicidade).
Gabarito: Certo
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Gabarito: Errado
Comentários:
No orçamento de desempenho, o gestor começa a se preocupar com os benefícios e com os objetivos
dos gastos e não apenas com o objeto do gasto. Portanto, essa técnica orçamentária não negligencia os
propósitos e objetivos dos créditos, ao contrário do que diz a questão.
Lembrando que, no orçamento de desempenho, os resultados são avaliados em termos de eficácia (o
objetivo foi cumprido? Então foi eficaz!).
Gabarito: Errado
No orçamento tradicional, utilizam-se indicadores e padrões de medição para a avaliação dos resultados
obtidos na execução dos programas de governo.
Comentários:
O orçamento tradicional está longe disso! 😄 No orçamento tradicional há uma completa dissociação
entre planejamento e orçamento! Por isso, aqui não há indicadores, padrões de medição, avaliação de
resultados, objetivos, metas, nada disso!
Gabarito: Errado
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A respeito da experiência brasileira com a utilização do orçamento- programa, assinale a opção correta.
A) A quantificação de metas do orçamento-programa deverá ser feita apenas quando a relação custo-benefício
for justificável.
B) O orçamento-programa foi implementado imediatamente após a aprovação da legislação que o instituiu.
C) A União e os estados, quando passaram a usar o orçamento-programa, utilizavam classificações uniformes
de receitas e despesas.
D) A classificação funcional-programática, implementada pelo governo federal a partir da década de 70 do
século passado, não mais é utilizada.
E) O orçamento-programa tem como preocupação básica o tipo de gasto utilizado no plano de trabalho do
governo.
Comentários:
Vamos às alternativas:
a) Errada. A partir dos programas são relacionadas as ações. As ações são operações das quais resultam
produtos. Cada um desses produtos possui uma meta. Portanto, a quantificação de metas não acontece
apenas quando a relação custo-benefício for justificável.
b) Errada. O momento exato da implementação do orçamento-programa no Brasil é tema polêmico. Mas
o fato é que o orçamento-programa não foi implementado imediatamente após a aprovação da legislação que
o instituiu, porque ele só tornou realidade depois do Decreto 2.829/98 e Portaria 42/99. Considerando que a
legislação que o instituiu foram a Lei 4.320/64 e o Decreto-Lei 200/67, percebe-se que ele só foi implementado
mais de 30 anos depois!
c) Errada. O orçamento-programa foi introduzido pela Lei 4.320/64 e o Decreto-Lei 200/67 obrigou a sua
adoção. No entanto, só em 1974, a Portaria 9/74 introduziu a classificação funcional-programática da despesa
orçamentária (uniforme para os três níveis de governo).
d) Correta. A classificação funcional-programática foi implementada pela Portaria 9/74, que foi
substituída pela classificação funcional e classificação programática, introduzidas pelo Decreto 2.829/98 e
Portaria 42/99. Então, de fato, a classificação funcional-programática não é mais utilizada!
e) Errada. Quem se preocupa com o tipo de gasto (com o objeto do gasto) é o orçamento tradicional.
Gabarito: D
O orçamento de desempenho pode ser considerado uma importante evolução no processo de integração entre
orçamento e planejamento. Uma de suas principais características é a apresentação dos propósitos e objetivos
para os quais os créditos se fazem necessários.
Comentários:
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Julgue os itens a seguir, a respeito dos métodos, técnicas e instrumentos do orçamento público.
Comentários:
No orçamento tradicional há uma completa dissociação entre planejamento e orçamento! Portanto, a
vinculação ao planejamento não era característica do orçamento tradicional. A verdadeira vinculação entre
planejamento e orçamento só chegou com o orçamento-programa.
Gabarito: Errado
Comentários:
Como já dissemos, no orçamento tradicional há uma completa dissociação entre planejamento e
orçamento! Só no orçamento-programa que surgiu o elo entre planejamento, orçamento e gestão (que faltava
às técnicas orçamentárias anteriores). Ou seja: é o elo entre o planejamento e as funções executivas da
organização, como afirmou a questão.
Gabarito: Certo
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A seguir, reproduzimos trecho da obra de James Giacomoni, por ser muito elucidativa (e pela questão
claramente ter se baseado nele 😄):
“a racionalidade que tem faltado ao processo convencional de seleção das prioridades parece existir na
sistemática produzida pelo modelo da decisão participativa. O que ampara esse argumento são os
critérios empíricos que caracterizam a metodologia do “Orçamento Participativo”, em que a partilha dos
recursos disponíveis é orientada segundo: ( 1) as carências de serviços e de infraestrutura sentidas pelas
diversas regiões; (2) a população carente e a população total de cada região; e (3) as prioridades
apontadas pelos próprios moradores. Esse conjunto de aferições seria, então, uma garantia de que as
escolhas orçamentárias, isto é, a programação de investimentos, visam à solução de problemas concretos
e prioritários da população, objetivo de qualquer planejamento que se pretenda efetivo e eficaz.”
Gabarito: Certo
No que se refere à experiência do chamado orçamento participativo, e ao controle social do Estado pelo
cidadão, julgue os itens subsequentes.
Em defesa da legitimidade das decisões comunitárias, atribui-se ao orçamento participativo o mérito de
conferir maior fidelidade à programação de investimentos, ao contrário da flexibilidade que caracteriza o
processo convencional de programação.
Comentários:
Quando a decisão está nas mãos de poucos, é muito mais fácil realizar uma mudança de direção. Há
muito mais flexibilidade! O processo convencional de programação é assim. A decisão cabe ao Poder Executivo
e pronto.
Já no orçamento participativo, que envolve a vários debates, audiência e consultas públicas para se chegar
a uma conclusão, considera-se que há uma perda de flexibilidade, porque é mais difícil e trabalhoso realizar
uma mudança de direção. O lado bom disso é que há uma maior fidelidade à programação de investimentos.
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Comentários:
Mais uma questão que compara o orçamento tradicional e o orçamento-programa. Esta tabela é ótima
para esses casos:
Ênfase nos aspectos contábeis (“mero instrumento Ênfase nos aspectos administrativos e de planejamento
contábil”)
São consideradas as necessidades financeiras das São considerados todos os custos dos programas,
unidades organizacionais inclusive os que extrapolam o exercício
Decisões tomadas com base nas necessidades das Decisões tomadas com base em avaliações e análises
unidades organizacionais técnicas das alternativas possíveis
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Lista de questões
1. CESPE – IPHAN – Auxiliar institucional – 2018
A função alocativa, uma das funções básicas do governo, visa
A) ofertar bens e serviços públicos que não seriam oferecidos pelo mercado privado ou que seriam ofertados
em condições ineficientes.
B) combater choques monetários, com o ajuste no nível geral de preços, estabilização da moeda, alteração do
câmbio e modificação da taxa de juros.
C) interferir no ambiente econômico e elevar o nível de emprego e bem-estar da população por meio do
emprego de instrumentos de política fiscal.
D) gerar condições para a oferta de bens privados no mercado pelos produtores, corrigindo imperfeições no
sistema de mercado e, também, criando externalidades negativas.
E) distribuir a riqueza na sociedade de modo a torná-la menos desigual, com o emprego de mecanismos como
tributos, transferências financeiras governamentais, subsídios e incentivos fiscais.
Acerca da economia do setor público e da estrutura tributária e orçamentária no Brasil, julgue o item a seguir.
Bens meritórios ou semipúblicos são providos pelo Estado, embora possam ser providos pelo setor privado, por
gerarem altos benefícios sociais e externalidades positivas.
Acerca das funções, dos princípios e dos principais documentos relacionados ao orçamento público, julgue o
próximo item.
O orçamento público viabiliza a intervenção do governo na atividade econômica com vistas à geração de
emprego e renda.
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Entre as funções econômicas do Estado, a defesa nacional mediante manutenção das Forças Armadas com
recursos do orçamento público cumpre a função
A) de segurança nacional.
B) alocativa.
C) distributiva.
D) estabilizadora.
E) de especialização.
Com referência aos aspectos doutrinários e históricos da administração financeira e orçamentária, julgue o item
a seguir.
A situação do ótimo de Pareto decorre da atuação do Estado na economia.
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Entre os motivos que ensejam a intervenção do Estado na economia inclui-se a existência de bens públicos e
de externalidades.
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A modalidade orçamentária atualmente em uso pelos entes públicos brasileiros é uma evolução do orçamento
de desempenho.
No que tange às disposições constitucionais a respeito das finanças públicas, ao conceito e às espécies de
orçamento público, aos princípios orçamentários, às normas gerais de direito financeiro (Lei n.º 4.320/1964) e
à fiscalização e ao controle interno e externo dos orçamentos, julgue o item a seguir.
A jurisprudência atual do Supremo Tribunal Federal considera que as leis orçamentárias não podem ser objeto
de controle de constitucionalidade em abstrato, dada a sua natureza jurídica material de ato administrativo
concreto.
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Acerca de administração financeira e orçamentaria e do orçamento público no Brasil, julgue o próximo item.
Os programas executados de acordo com a técnica do orçamento-programa devem ser zerados ao final do
exercício financeiro, a fim de que os órgãos públicos sejam obrigados a demonstrar os custos e benefícios de
cada programa, sob pena de descontinuidade dos programas.
Com relação ao orçamento participativo e à gestão por resultados na administração pública, julgue o próximo
item.
O orçamento participativo é fundamentado na discussão de prioridades com a população organizada, por isso
se contrapõe ao orçamento-programa, que é construído com base em preceitos racionais-legais que não
contemplam a participação popular.
A técnica do orçamento-programa é aquela cuja ênfase reside no controle contábil do gasto em si, não se
preocupando com os objetivos econômicos e sociais do gasto público.
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• a avaliação de resultados;
• a gerência por objetivos.
Com base nessa informação, é correto afirmar que a técnica orçamentária que melhor se aproxima da utilizada
pelo referido país denomina-se orçamento
A) de base zero.
B) de desempenho.
C) programa.
D) tradicional.
E) clássico.
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A técnica orçamentária que exige análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas, e não apenas
daquelas que ultrapassem o nível de gastos já existente, é denominada orçamento
A) base-zero.
B) clássico.
C) de desempenho.
D) programa.
E) participativo.
Os custos dos programas, mensurados pela identificação dos meios e insumos necessários para a obtenção de
resultados, são um dos elementos essenciais do orçamento-programa.
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Um dos desafios do orçamento-programa é identificar os produtos finais que constituem o alvo das ações de
governo: às vezes meros produtos intermediários ou de segunda linha e associados a dimensões estritamente
quantitativas.
Com relação aos aspectos gerais do orçamento público e a sua implementação no Brasil, julgue o item
subsecutivo.
Denomina-se orçamento misto o orçamento público elaborado pelo Poder Executivo e que preveja que parte
dos recursos seja executada por empresas do setor privado.
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A respeito das diversas formas de organização e operacionalização do orçamento, julgue os itens seguintes.
Como técnica orçamentária, o orçamento de desempenho negligencia os propósitos e objetivos dos créditos,
priorizando a construção de indicadores que permitam a aferição dos resultados a partir de medidas simples e
objetivas de desempenho.
A) A quantificação de metas do orçamento-programa deverá ser feita apenas quando a relação custo-benefício
for justificável.
B) O orçamento-programa foi implementado imediatamente após a aprovação da legislação que o instituiu.
C) A União e os estados, quando passaram a usar o orçamento-programa, utilizavam classificações uniformes
de receitas e despesas.
D) A classificação funcional-programática, implementada pelo governo federal a partir da década de 70 do
século passado, não mais é utilizada.
E) O orçamento-programa tem como preocupação básica o tipo de gasto utilizado no plano de trabalho do
governo.
Julgue os itens a seguir, a respeito dos métodos, técnicas e instrumentos do orçamento público.
A vinculação ao planejamento constitui a principal característica do orçamento tradicional transferida ao
orçamento-programa.
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Gabarito
1. A 20. Certo 39. Certo
2. Certo 21. Errado 40. Errado
3. Certo 22. A 41. Certo
4. Certo 23. Certo 42. Errado
5. Errado 24. Errado 43. Certo
6. Certo 25. Errado 44. Errado
7. B 26. Errado 45. Errado
8. Certo 27. Errado 46. Errado
9. Errado 28. Certo 47. D
10. Certo 29. Errado 48. Certo
11. Errado 30. Errado 49. Errado
12. Certo 31. C 50. Certo
13. Errado 32. Errado 51. Errado
14. Errado 33. Certo 52. Certo
15. Errado 34. Certo 53. Certo
16. B 35. C 54. Certo
17. B 36. A 55. B
18. Errado 37. Certo
19. Certo 38. Certo
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Resumo direcionado
Conceitos iniciais: o que é orçamento público?
Orçamento:
Orçamento público:
É o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a
execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela
política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei.
Funções do orçamento:
• Função Alocativa: visa promover correções (ajustamentos) na alocação dos recursos. Justifica-
se nos casos em que não houver a necessária eficiência por parte do sistema de mercado e nos
casos de provisão de bens públicos (puros) ou bens semipúblicos (nos casos de falhas de
mercado).
• Função Distributiva: busca fazer correções na distribuição de renda, tornando a sociedade
menos desigual em termos de renda e riqueza. Justifica-se como correção às falhas de mercado,
inerentes ao sistema capitalista. Principais instrumentos: transferências e tributos.
• Função Estabilizadora: visa a estabilidade econômica, principalmente por meio da estabilidade
nos níveis de preços e manutenção de um elevado o nível de emprego.
Alocativa
•Fornecimento de bens públicos
•Incentivar externalidade positivas e inibir externalidades
negativas
Distributiva
•Distribuição de renda
•Tornar a sociedade menos desigual
Estabilizadora
•Estabilizar a economia
•Níveis de preços, nível de emprego, balanço de
pagamentos e crescimento econômico
Histórico Espécie mais antiga Surgiu após o Surgiu depois do Tema polêmico. No Porto Alegre,
de orçamento. orçamento PPBS, já na Brasil: Lei 4.320/64 em 1989.
tradicional. Nos década de 70. citou, mas não
EUA, na década Desenvolvido obrigou. DL 200/67
de 10 do século orginalmente obrigou. CF/88
XX. por uma consolidou a adoção
empresa privada (com o PPA e LDO).
(Texas Tornou-se realidade
Instruments). com Dec. 2.829/98 e
Port. 42/99.
Estrutura dá ênfase aos aspectos contábeis (“mero Estrutura dá ênfase aos aspectos administrativos e
instrumento contábil”) de planejamento
São consideradas as necessidades financeiras das São considerados todos os custos dos programas,
unidades organizacionais inclusive os que extrapolam o exercício
Decisões tomadas com base nas necessidades das Decisões tomadas com base em avaliações e
unidades organizacionais análises técnicas das alternativas possíveis
Tipos de orçamento:
Orçamento misto:
•Legislativo •Executivo
Controle Elaboração
Discussão e
Execução
votação
•Executivo •Legislativo
Emendas
não serão de execução
parlamentares obrigatória nos casos
indivicuais dos impedimentos
de ordem técnica
1,2% da RCL
Orçamento já em
realizada no
execução
exercício anterior restos a pagar
poderão ser
considerados até o
limite de 0,6% da RCL
realizada no exercício
anterior
Orçamento no Brasil:
História – constituições pretéritas:
Controle abstrato de
Lei formal e material
constitucionalidade
LOA
Matéria específica e
Lei especial processo legislativo
diferenciado
Olá, tudo bem? Preparamos uma pequena bateria para que você possa avaliar se compreendeu bem os temas
abordados nas duas últimas aulas. O objetivo deste teste é permitir um excelente diagnóstico da sua
preparação até aqui. Só assim você saberá se está realmente evoluindo, ou seja, se está caminhando na Direção
correta.
É provável que, ao resolver as questões, você perceba “lacunas de conhecimento”, aspectos que precisa
reforçar, assuntos que precisa reler etc. Se isso acontecer, volte às aulas anteriores e relembre tudo aquilo que
julgar necessário. Tenha em mente que isso não é perda de tempo! Você vai é ganhar tempo! Mais importante
do que terminar logo o curso é avançar de maneira sólida, consistente. Se ainda assim alguma dúvida
permanecer, lembre que você pode nos procurar por meio do nosso fórum, ok?
Faça um excelente teste de Direção!
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10. O princípio orçamentário da totalidade estabelece que a lei orçamentária anual deve conter
todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundações e fundos instituídos e
mantidos pelo poder público.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
11.A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos adicionais e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
12. Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas
quaisquer deduções.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
13.O princípio da anualidade, em seu sentido histórico, está relacionado ao exercício financeiro, e não ao
ano civil.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
14. A vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa é vedada, ressalvadas, dentre
outras, a repartição do produto da arrecadação dos impostos, a destinação de recursos para as ações e
serviços públicos de saúde e para manutenção e desenvolvimento do ensino.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
15.Com a promulgação da Emenda Constitucional 93/16, que estabeleceu novas regras para o mecanismo
de Desvinculação de Receitas da União (DRU), são desvinculados, na União, 30% (trinta por cento) da
arrecadação relativa a contribuições sociais, CIDE e taxas.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
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Gabarito
1. F
2. V
3. V
4. F
5. F
6. F
7. V
8. V
9. V
10. F
11. F
12. V
13. V
14. V
15. V
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Comentário:
A competência para legislar sobre direito financeiro e orçamento público é concorrente, segundo o art.
24, I e II, da CF/88:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
II – orçamento; (...)
2. Compõe a Atividade Financeira do Estado tudo que diz respeito a receita pública, despesa pública,
crédito público e orçamento público.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
Exatamente!
Receita
pública
(obter)
Orçamento Despesa
público AFE pública
(administrar) (despender)
Crédito
público
(criar)
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•Legislativo •Executivo
Controle Elaboração
Discussão e
Execução
votação
•Executivo •Legislativo
4. A lei que instituir a orçamento público anual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
( ) Verdadeiro
(X) Falso
Comentário:
Opa, opa! Lembre-se que as bancas adoram trocar essas letrinhas: PPA, LDO e LOA. Preste sempre
atenção e confira se a banca não está trocando um instrumento orçamentário pelo outro.
A questão está se referindo ao PPA:
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
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ERRADO! ❌
Quem estabelece diretrizes é o PPA! Você se lembra do DOM (diretrizes, objetivos e metas), não é?
A LDO estabelecerá metas e prioridades (MP), enquanto que o PPA estabelecerá diretrizes, objetivos e
metas (DOM).
7. A vigência do PPA ter a mesma duração do mandato do presidente da República (4 anos), mas não
coincide com este, porque o primeiro ano de vigência de um PPA só irá se iniciar no segundo ano de
mandato e terminará no final do primeiro ano do mandato subsequente.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
É isso aí! No primeiro ano de mandato, o gestor executará o PPA elaborado pelo seu antecessor. Isto é: o
gestor que entrar já vai “pegar o bonde andando”!
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8. Créditos orçamentários são classificações que especificam as ações e operações autorizadas pela lei
orçamentária, enquanto que as dotações são os montantes de recursos financeiros com que conta o
crédito orçamentário.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
É isso mesmo! “O crédito orçamentário seria o portador de uma dotação e esta o limite de recurso
financeiro autorizado”. É como se o crédito orçamentário fosse uma gaveta e a dotação é o limite de dinheiro
que pode estar dentro daquela gaveta.
Comentário:
Correto!
II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;
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10. O princípio orçamentário da totalidade estabelece que a lei orçamentária anual deve conter
todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundações e fundos instituídos e
mantidos pelo poder público.
( ) Verdadeiro
(X) Falso
Comentário:
Esse é o truque mais velho do livro: fazer confusão entre os princípios da unidade (totalidade) e da
universalidade (globalização).
• Unidade: O orçamento deve ser uno. Cada ente federativo, em cada exercício financeiro, deverá
ter somente um único orçamento.
• Universalidade: A LOA de cada ente federativo deverá conter todas as receitas e as despesas.
11.A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos adicionais e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
( ) Verdadeiro
(X) Falso
Comentário:
Você tem que saber as exceções ao princípio da exclusividade!
Além da previsão de receitas e fixação de despesas, também poderão estar na LOA:
12. Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas
quaisquer deduções.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
Esse é o princípio do orçamento bruto! Ele veda que as despesas ou receitas sejam incluídas no orçamento
nos seus montantes líquidos! Isto é: as despesas e receitas devem ser registradas pelos seus valores brutos!
Por isso o nome: princípio do orçamento bruto!
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13.O princípio da anualidade, em seu sentido histórico, está relacionado ao exercício financeiro, e não ao
ano civil.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
A questão está correta. O princípio da anualidade está relacionado ao exercício financeiro, e não ao ano
civil. O que acontece é que, por força da Lei 4.320/64, o exercício financeiro brasileiro coincide com o ano
civil. Mas o princípio da anualidade propriamente dito não está relacionado com o ano civil. É tanto que, se a
Lei 4.320/64 fosse alterada e o novo exercício financeiro do Brasil fosse de 1º de outubro a 30 de setembro (igual
ao dos Estados Unidos), o princípio da anualidade não seria infringido.
14. A vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa é vedada, ressalvadas, dentre
outras, a repartição do produto da arrecadação dos impostos, a destinação de recursos para as ações e
serviços públicos de saúde e para manutenção e desenvolvimento do ensino.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
Você tem que saber as exceções ao princípio da Não vinculação da receita impostos (falamos “impostos”
e não “tributos”, ok? Tributo é gênero e imposto é só uma das cinco espécies de tributo.)
Felizmente, a Lady Gaga está aqui rezando para lhe ajudar: RESA GaGa. 🙏
15.Com a promulgação da Emenda Constitucional 93/16, que estabeleceu novas regras para o mecanismo
de Desvinculação de Receitas da União (DRU), são desvinculados, na União, 30% (trinta por cento) da
arrecadação relativa a contribuições sociais, CIDE e taxas.
(X) Verdadeiro
( ) Falso
Comentário:
É isso mesmo! A DRU serve para “desamarrar”, parcialmente e temporariamente, as receitas tributárias
de suas aplicações obrigatórias, dando mais liberdade, margem de manobra, para o gestor realizar programas
que ele acredita trazer mais benefícios para a sociedade.
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Contribuições
20% 30% - -
sociais
Multas - - - 30%
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ProfSergioMachado (https://www.instagram.com/profsergiomachado)
Prof.MarcelGuimaraes (https://www.instagram.com/prof.marcelguimaraes)
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Prof. Arthur Lima
Nome do curso Aula 00
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Sumário
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ............................................................................................................... 4
GABARITO ........................................................................................................................................... 80
Olá! 😄
É com enorme felicidade que nós o recebemos aqui! Se você está aqui, é porque você confia no nosso
trabalho e porque está buscando o melhor para você mesmo! 😍
Parabéns pela sua decisão e muito obrigado pela confiança! Agora sim você está na direção certa! 🦅
E, assim como você, nós também nos esforçamos muito. Investimos horas e horas de estudo, análise e
preparação das aulas para lhe entregar o melhor material possível. Um material desenhado para você e
direcionado justamente para o que você quer!
Ah! Para que possamos continuar entregando o melhor material para você, seria muito bom se você nos
dissesse o que você está achando das aulas. É só mandar uma mensagem, dizendo se o curso está bom ou ruim,
se está longo ou curto, se a didática está boa, dizendo o que está faltando ou o que você mais gostou! 💡😄
Afinal, como saberemos se o curso está bom, se você não nos disser? 😅
Não demorará muito e, em retorno a sua avaliação, você receberá um material ainda melhor! 😃
Lembre-se que o nosso objetivo é o mesmo que o seu. Você quer ser aprovado(a) e nós queremos que
você seja aprovado(a)! A partir de agora nós somos um time! Tamo junto, beleza? 😃
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Atenção! Não estamos dizendo para você relaxar e estudar menos! Estamos dizendo para você não ficar
paranoico com os estudos! Estamos dizendo para você levar uma vida equilibrada, com prioridade para os seus
estudos. Afinal...
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O assunto desta aula é tranquilo de se aprender e fundamental para o nosso avanço na disciplina.
Portanto, você está diante de um assunto com excelente custo-benefício, pois, se entender bem esses
princípios, não só vai conseguir resolver muitas questões desse assunto, como também vai aprender de forma
muito mais fácil e natural o conteúdo que veremos adiante. 😃
Por isso, vamos realmente aprender, e não apenas decorar, ok? Vamos lá!
P.S.: existe uma infinidade de princípios orçamentários (é sério, alguns até já perderam a sua utilidade 😅). Uns estão
presentes na legislação e outros são de cunho doutrinário. Nós trataremos aqui dos princípios orçamentários mais
cobrados em provas de concurso público e o faremos de forma objetiva, colocando as informações que você precisa para
matar as questões.
Princípios orçamentários
“Princípio” significa o início, o fundamento, a essência, a raiz de alguma coisa. Portanto, os princípios
orçamentários são premissas, bases, linhas norteadoras para a elaboração, execução e controle do
orçamento.
É o seguinte: você já utilizou uma bússola? Uma bússola é um instrumento de orientação, que o ajuda a
seguir na direção correta e, quando você precisa, ela lhe dá um norte. Em qualquer situação em que você esteja,
a bússola vai orientá-lo, vai apontar o norte. A mesma coisa acontece com os princípios orçamentários: são eles
que vão guiá-lo, norteá-lo.
Os princípios orçamentários também são bases. Sim: bases! Os engenheiros civis vão me entender agora:
imagine a fundação de uma casa. Para quem não sabe, embaixo de uma casa há uma forte estrutura, uma
fundação, que segura a casa no lugar. Essa estrutura é a base, e, se não for bem-feita, a casa cai! Então,
primeiro você faz a base, para depois erguer a casa propriamente dita. Do mesmo jeito são os princípios
orçamentários: eles devem ser bem elaborados, e primeiro você tem que os observar, para depois continuar
construindo o seu orçamento.
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Mas tem uma coisa! Os princípios orçamentários não estão lá só para enfeitar e orientar. Eles devem ser
observados!
“Observados quando?” 🤔
Na elaboração, execução e controle da Lei Orçamentária! Atenção: nós falamos que os princípios devem
ser observados na elaboração, execução e controle da LOA! Não falamos em Plano Plurianual (PPA) ou em Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO), ok?
Muito bem! Os princípios devem ser observados. Isso significa que eles são impositivos! No entanto,
apesar de serem impositivos, eles não têm caráter absoluto.
Quando dizemos que os princípios não têm caráter absoluto, queremos dizer que eles comportam
exceções, atenuações, relativizações. Eles não são rígidos e não serão obedecidos 100% das vezes. Você
verá que, muitas vezes, a própria regra do princípio já traz a sua exceção. Por sinal, você também verá que as
bancas adoram questionar sobre as exceções.
“E os princípios são válidos para todos os entes, professores? Ou, já que a competência para legislar sobre
direito financeiro e orçamento é concorrente, cada ente federativo possui os seus próprios princípios
orçamentários?”
Vamos à resposta: os princípios orçamentários são válidos para todos os poderes e para todos os entes!
Assim, eles proporcionam consistência e estabilidade para o sistema orçamentário. Lembre-se que “no
âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais” (CF/88,
art. 24, § 1º). Já imaginou a confusão que ia ser se cada ente tivesse os seus princípios? 😦 Seria como se cada
país adotasse o seu próprio norte. Em alguns países, o norte seria o leste, ou o oeste ou o sul. Você acha que
daria certo voar de avião de um país para o outro?
Vale destacar também que alguns princípios estão na Constituição Federal, ou seja, têm status
constitucional. Enquanto outros estão previstos somente na legislação infraconstitucional (na Lei 4.320/64,
por exemplo), no Manual Técnico de Orçamento (MTO), no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público
(MCASP) ou até mesmo na doutrina.
Claro que a Lei estadual 287/79, a lei que aprova o código de administração financeira e contabilidade
pública do estado do rio de janeiro e dá outras providências, não ficou de fora dessa festa (essa lei é como se
fosse a “Lei 4.320/64 do Estado do Rio de Janeiro”). Observe:
Art. 1º - Este Código estabelece normas e princípios para ordenar, disciplinar e fiscalizar a Administração
Financeira e a Contabilidade Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Resumindo
“Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para
todos os poderes e todos os níveis de governo”.
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Repare nas aspas. Elas estão aí porque não fomos nós que dissemos isso. Foi o Cespe! Sim! Isso estava
numa prova do Cespe! 😄
Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para todos os poderes
e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item subsequente.
Os princípios orçamentários surgiram com a necessidade de se estabelecer regras para a instituição orçamentária, e alguns
deles foram incorporados à legislação brasileira há mais de cinco décadas.
Comentários:
Sim! Os princípios surgiram para orientar, nortear, estabelecer regras gerais para a elaboração e execução do orçamento.
Como dissemos, alguns princípios estão na CF/88, enquanto outros estão somente na doutrina ou na legislação
infraconstitucional, como é o caso da Lei 4.320/64.
Vamos fazer os cálculos. A prova foi aplicada em 2017. 2017 – 1964 = 53.
Então, à época da aplicação da prova, a Lei 4.320/64 já estava em vigor há 53 anos, que é mais de cinco décadas. Portanto,
a questão está correta.
Gabarito: Certo
Para ser considerada princípio orçamentário, a regra deve estar expressamente prevista na Constituição Federal de 1988.
Comentários:
Opa! Para ser princípio orçamentário tem que estar expressamente previsto na CF/88? Nada disso!
Alguns princípios realmente possuem status constitucional, enquanto outros estão na legislação infraconstitucional ou
na doutrina, mas nem por isso deixam de ser princípios orçamentários.
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira
e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.
Conclusão, ao contrário do que afirma a questão, uma regra não precisa estar na CF/88 para ser considerada um princípio
orçamentário.
Gabarito: Errado
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O orçamento, em cada ente federativo, deve ser um só, um único orçamento. Em outras palavras: deve
existir apenas um (e não mais que um) orçamento para cada ente da Federação em cada exercício financeiro.
“Ok! E qual é o objetivo disso, professores? Por que cada ente federativo só pode ter um orçamento em cada
exercício financeiro?”
O objetivo é eliminar a existência de orçamentos paralelos. Orçamentos paralelos acontecem quando se
tem um orçamento ordinário e um ou mais orçamentos especiais, correndo em paralelo com o ordinário. Ou
seja: é quando se tem uns três orçamentos sendo executados ao mesmo tempo. Normalmente, isso
acontecia em situações de excepcionalidade (guerras, calamidades, crises econômicas, etc.), as quais
“justificavam” a existência de orçamentos especiais.
“E qual é o problema desses orçamentos paralelos?”
O problema é que o Executivo criava, ele mesmo, um orçamento e ele mesmo o executava. Ou seja: não
tinha aprovação do Legislativo. Então, além de realizar despesas com as quais o povo não concordava, o
governo acabava gastando muito mais que o previsto. Além disso, se já é difícil para o Poder Legislativo
controlar um orçamento, imagine controlar três ou quatro... Em outras palavras: há prejuízo e dificuldade ao
controle orçamentário. Precisamos dizer que tudo isso é horrível para as finanças públicas? 🙃
Aqui no Brasil, o princípio da unidade é um dos três princípios expressos no artigo 2º da Lei 4.320/64, olha
só:
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade
universalidade e anualidade.
Art. 24 – A Lei de Orçamento conterá a discriminação da Receita e Despesa de forma a evidenciar a política
econômico-financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade,
universalidade, anualidade e exclusividade.
Portanto, apesar de sua importância, esse princípio não tem status constitucional, ok?
Muito bem! Agora veja que intrigante: você lembra que a nossa Lei Orçamentária, também conhecida
como LOA, é dividida em três partes, três orçamentos? São eles:
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“Esperem aí, professores. Vocês estavam me dizendo que o orçamento é uno. Um único orçamento para cada
ente da Federação em cada exercício financeiro. Agora eu estou vendo três orçamentos aí. Dividir o orçamento em
três não contraria o princípio da unidade? Isso não é um caso de orçamentos paralelos?” 🤨
A resposta é: não! A separação da LOA em três orçamentos (ou “suborçamentos”) não atenta contra o
princípio da unidade. E não é um caso de orçamentos paralelos.
É aqui que entra o princípio da totalidade. O princípio da totalidade representa uma evolução, uma
atualização, do princípio da unidade. Segundo o princípio da totalidade, é possível a coexistência de vários
orçamentos, desde que sejam posteriormente consolidados em um único orçamento. É como se o orçamento
anual fosse integrado pela totalidade dos “suborçamentos”. Em outras palavras: a LOA pode até ser divida em
três, mas ela é uma só! Nós não temos três LOAs. Nós só temos uma!
Por isso, o princípio da totalidade não se preocupa com a unidade documental. “O princípio da unidade
não significa a existência de um único documento, mas a integração finalística e a harmonização entre os
diversos orçamentos1”. Portanto, podem existir vários documentos, desde que o orçamento seja um só,
consolidado.
Para facilitar, olhe esse gráfico de pizza do nosso orçamento aqui embaixo:
OF OI
OSS
Você percebe que, apesar de ter três sabores, temos uma pizza só? 🍕😄 Com o nosso orçamento, é a
mesma coisa: de acordo com o princípio da totalidade, o orçamento pode até ser dividido em três orçamentos
(ou “suborçamentos”), mas ele é um orçamento só! Um único orçamento, posteriormente consolidado.
Ah! Detalhe: muitas vezes o princípio da unidade e o princípio da totalidade são considerados sinônimos.
Muitas provas consideram isso e até o Manual Técnico de Orçamento (MTO) considera isso. Portanto, se você
encontrar uma questão falando do princípio da totalidade e ela perguntar se esse é o princípio da unidade, pode
dizer que sim! É praticamente a mesma coisa. O que aconteceu foi que “a doutrina tratou de reconceituar o
princípio de forma que abrangesse as novas situações2”.
Para finalizar, vamos deixar aqui o texto integral do MTO 2018, muito elucidativo e que resume bem o
que vimos até aqui:
1
TORRES, Ricardo L. Tratado de direito constitucional, financeiro e tributário, 2000.
2
GIACOMONI, James. Orçamento Público, 16ª edição, editora Atlas, 2012.
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De acordo com este princípio, o orçamento deve ser uno, ou seja, cada ente governamental deve elaborar
um único orçamento. Este princípio é mencionado no caput do art. 2º da Lei no 4.320, de 1964, e visa
evitar múltiplos orçamentos dentro da mesma pessoa política. Dessa forma, todas as receitas previstas
e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único documento legal dentro de
cada nível federativo: LOA.
Apesar do princípio da unidade, orçamentos públicos paralelos podem ser adotados pelos entes federativos em
decorrência de excepcionalidades, como, por exemplo, no caso de calamidades que demandam urgência na aplicação de
recursos públicos.
Comentários:
Orçamentos paralelos podem ser adotados? Nada disso! O princípio da unidade surgiu justamente para evitar múltiplos
orçamentos dentro da mesma pessoa política.
Mesmo em situações excepcionais (como guerras e calamidades públicas), o princípio da unidade deve ser respeitado.
Para situações como essas, lembre-se, é possível fazer abertura de créditos adicionais (nesse caso, créditos adicionais
extraordinários).
Gabarito: Errado
Com relação aos aspectos gerais do orçamento público e a sua implementação no Brasil, julgue o item subsecutivo.
Considera-se respeitado o princípio da unidade orçamentária ainda que a lei orçamentária anual seja composta por três
orçamentos diferentes, como ocorre no Brasil.
Comentários:
Exatamente! A separação da LOA em três orçamentos (ou “suborçamentos”) não atenta contra o princípio da unidade. E
não é um caso de orçamentos paralelos.
Lembre-se do princípio da totalidade, segundo o qual: o orçamento pode até ser dividido em três orçamentos (ou
“suborçamentos”), mas ele é um orçamento só! Um único orçamento, posteriormente consolidado. A LOA é uma só!
Gabarito: Certo
Princípio da Unidade (ou Totalidade): o orçamento deve ser uno. Cada ente federativo, em cada exercício financeiro,
deverá ter somente um único orçamento.
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Preste atenção!
Se alguma questão falar em “todas as receitas e despesas”, provavelmente ela está falando do princípio da universalidade
Esse princípio também está no art. 24 da Lei estadual 287/79 e é um dos três que estão lá no artigo 2º da
Lei 4.320/64: universalidade, unidade e anualidade. Mas ele deixa sua marca mesmo é nos artigos 3º e 4º,
observe:
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da
administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo
2°.
Art. 12, § 1º - A previsão da receita abrangerá todas as rendas e suprimentos de fundos, inclusive operações
de crédito autorizadas em lei.
Esse princípio foi recepcionado e normatizado pela CF/88 em seu artigo 165, § 5º (repare na abrangência
da lei orçamentária):
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria
do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público.
• Conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para a
respectiva arrecadação e realização (destaque-se que o a LOA não precisa mais autorizar a
arrecadação. Atualmente ela somente prevê a arrecadação. Se alguém quiser dar dinheiro para o
governo, você acha que ele iria dificultar o processo, dizendo: “não! Só recebemos se for autorizada?”.
Claro que não!);
• Impedir que o Executivo realize qualquer operação de receita ou despesa sem prévia autorização
parlamentar;
• Conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a
cobrança de tributos estritamente necessários para atende-las.
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Mas nem todas as receitas e despesas públicas (consideradas em seu sentido amplo) estarão no
orçamento.
“Como assim professores? Vocês acabaram de falar que o orçamento deverá conter todas as receitas e as
despesas.” 🤨
Veja o detalhe: nós falamos em receitas e despesas em seu sentido amplo. Lembra das receitas e despesas
extraorçamentárias, a exemplo de depósitos em caução? Pois é, como já diz o nome (extraorçamentárias),
essas receitas e despesas estão “fora” do orçamento, à margem do orçamento.
Por exemplo: se um amigo lhe pedisse para somente guardar R$ 100,00 durante um mês, findo o qual ele voltaria para
buscá-los, você contaria esse dinheiro no orçamento? Você poderia usar esse dinheiro que não é seu? Claro que não! É
óbvio que você manteria um controle disso (anotaria os R$ 100,00 em algum lugar), mas não usaria esse dinheiro.
No orçamento público é do mesmo jeito: o Estado não pode usar dinheiro que não é dele! Nesse caso, o Estado é um mero
depositário dos recursos! Ele mantém registro disso, mas esses recursos não integram o patrimônio público e, portanto,
estão à margem do orçamento.
Agora vamos lhe passar o bizú: muitas (mas muitas questões mesmo) tentam confundir o princípio da
universalidade com o princípio da unidade. Os nomes são parecidos (ambos começam com “uni”), e isso é
terreno fértil pro examinador.
Assim: no princípio da unidade (ou totalidade) você vai lembrar desta frase: “o total é uma unidade”. O
total (a soma das partes) é uma unidade. Lembre-se: mesmo dividido, o orçamento é uno.
TOTAL = 1
Já no princípio da universalidade, você vai pensar no universo. Sim, no espaço sideral. O universo contém
todos os planetas e todas estrelas. E o orçamento deve conter todas as receitas e despesas. O outro nome
desse princípio até ajuda a gravar: globalização. A Terra é um globo. E a Terra está no universo.
Mas nós queremos facilitar ainda mais para você. Para que a diferença entre os dois princípios fique bem
clara, preste atenção neste exemplo:
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Imagine que você pretenda montar um quebra-cabeça. Primeiro, você reúne todas as peças, porque, se faltar uma ou mais
peças, não vai dar certo. Então você segue montando. No final, você terá um quebra-cabeça montado, como se fosse
uma peça só!
Veja que você trabalhou de acordo com o princípio da universalidade, porque juntou todas as peças.
E você também pode ver a aplicação do princípio da unidade (ou totalidade), porque, juntando todas as peças, o resultado
final foi uma peça só!
Todas as
receitas
LOA
Todas as
despesas
É assim que o princípio da universalidade pode ser retratado: todas as receitas e todas as despesas de
todos os Poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público estarão na
LOA, que é uma peça só (essa última parte é referente ao princípio da unidade 😉).
Com relação a técnicas e princípios orçamentários, julgue o item seguinte. O princípio orçamentário da unidade estabelece
que a lei orçamentária anual deve conter todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundações
e fundos instituídos e mantidos pelo poder público.
Comentários:
Pegadinha clássica! Esse é o truque mais velho do livro, mas acredite: ainda cai em concurso público.
É o princípio da universalidade (e não da unidade) que estabelece que a lei orçamentária anual deve conter todas as
receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundações e fundos instituídos e mantidos pelo poder público.
Gabarito: Errado
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A respeito de orçamento público, julgue o item seguinte. O princípio da unidade orçamentária determina que todas as
despesas e todas as receitas de todos os poderes, órgãos e fundos estejam compreendidas no orçamento.
Comentários:
Muitas questões vão explorar o conhecimento sobre esses dois princípios, por isso é importante que você os entenda
direitinho e saiba diferencia-los. Lembre-se do exemplo do quebra-cabeças ou dos mnemônicos que oferecemos.
Unidade: o orçamento deve ser uno. Universalidade: o orçamento deverá conter todas as receitas e despesas.
A questão está errada. Basta trocar a palavra “unidade” pela palavra “universalidade” para que ela fique correta.
Gabarito: Errado
Princípio da Universalidade (ou Globalização): a LOA de cada ente federativo deverá conter todas as receitas e as
despesas.
Princípio da Exclusividade
De acordo com o princípio da exclusividade, a Lei Orçamentária Anual (LOA) não conterá matéria
estranha à previsão da receita e à fixação da despesa. Essa é a regra!
“A regra?” 🤨
Sim! Em regra, a LOA só poderá conter previsão de receitas e fixação de despesas. As duas exceções
nós veremos daqui a pouco. 😄
Perceba o seguinte: não é qualquer coisa que pode estar na LOA. Estar na LOA é uma exclusividade! 😏
“Está certo, professores. Mas pra que serve esse princípio? Por que que ele existe?”
Muito bem. O orçamento tem um processo legislativo especial, mais rápido do que o das outras leis. O
processo legislativo ordinário é um pouco demorado (você já ouviu falar daqueles projetos de lei que são
“esquecidos” e demoram anos para serem apreciados, não é?). Por isso, os parlamentares gostavam de dar uma
de espertinho e aproveitavam a celeridade do processo orçamentário para aprovar uma outra matéria
qualquer, “infiltrada” dentro do orçamento. Eles colocavam dispositivos que não tinham nada a ver com o
orçamento (ou seja: matéria estranha) dentro da lei do orçamento com o objetivo de aprová-los mais
rapidamente.
Está entendendo a jogada? É como se esses dispositivos pegassem carona no processo legislativo
orçamentário especial, mais célere.
Acontecia que o orçamento vinha junto com dispositivos que não tinham nada a ver com o orçamento. O
orçamento tem que ser só o orçamento, e pronto. Não pode ser orçamento junto com dispositivos sobre
educação, sobre armamento, sobre direito penal... desse jeito o orçamento fica uma verdadeira bagunça!
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Esses dispositivos que compunham a LOA e que não guardavam pertinência nenhuma com seu
conteúdo eram chamados de “caudas orçamentárias”, por isso esses orçamentos eram chamados de
“orçamentos rabilongos”.
“Ok. Então por que mesmo surgiu o princípio da exclusividade?”
Justamente para evitar as “caudas orçamentárias” e os “orçamentos rabilongos”, para que o
orçamento seja só um orçamento, com a previsão das receitas e a fixação das despesas.
O orçamento da sua casa também só deve conter receitas e despesas. Ou você, por acaso, também coloca os seus resumos
de AFO lá dentro? As fotos de família? Aquela receita de bolo? E, a cada novo orçamento, você coloca novas coisas
aleatórias lá? 😁
Muito bem. Nós dissemos antes que, em regra, o orçamento só poderia conter previsão de receitas e
fixação de despesas e prometemos falar sobre as duas exceções. Chegou a hora! 😏
Existem duas exceções ao princípio da exclusividade e elas são muito importantes! Por que são
importantes? Porque despencam em provas! Há muitas questões sobre isso, você vai ver!
A primeira exceção é a autorização para abertura de créditos adicionais suplementares. Recorde-se:
ninguém tem bola de cristal. Mesmo que o planejamento tenha sido excelente, é possível que o cenário mude
e o plano original tenha de ser descumprido ou alterado.
Nesse caso, será preciso alterar o orçamento e os mecanismos que utilizamos para isso são os créditos
adicionais. Lembre-se que nós temos três tipos de créditos adicionais:
Por exemplo: o orçamento separou R$ 1.000.000,00 para um determinado programa de educação, mas o planejamento já
previu a possibilidade de ter que gastar mais R$ 500.000,00 nesse programa. Portanto, esses R$ 500.000,00 já podem vir
consignados na Lei Orçamentária Anual (LOA) como créditos adicionais suplementares.
Preste atenção!
Se alguma questão disser que é a exceção é para créditos adicionais (que compreendem os suplementares, os
especiais e os extraordinários), ela está errada, porque a exceção é só para créditos suplementares.
A segunda exceção é para a contratação de operações de crédito, ainda que por Antecipação de
Receita Orçamentária (ARO). Essa situação é parecida com a anterior: existe a possibilidade de o plano “não
dar certo” (possibilidade de os recursos reservados não serem suficientes). Sendo assim, o orçamento, já se
adiantando, pode trazer consigo (no próprio orçamento, na LOA) a autorização para contratação de
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operações de crédito, ainda que seja uma operação de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária
(ARO), que se destina a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro (LRF, art. 38).
Imagine que surgiu uma emergência e o governo tem que pagar R$ 100.000,00 daqui a dois dias. O governo tem
capacidade de pagar isso (até porque ele irá arrecadar R$ 120.000,00 em tributos nos próximos meses), mas ele não tem
esse dinheiro agora, nesse momento.
Então o que fazer? Uma solução é fazer uma operação de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO).
Basicamente o governo chega para um banco e diz: “nos próximos meses eu vou receber R$ 120.000,00 de tributos, só que
eu preciso é desse dinheiro hoje! Estou com uma insuficiência de caixa. Não tem como você antecipar esse dinheiro para
mim?”. O banco responde: “claro que sim!”. Pronto! Isso é uma ARO! 😄
Pense conosco: se o planejamento já previu essa possibilidade, não é melhor já deixar autorizado, para “ganhar tempo”?
Porque se for deixar para autorizar somente quando surgir a necessidade, vai demorar mais. Além de ser um desperdício.
😩 O planejamento previu essa possibilidade e não fez nada? Se fosse assim, era melhor nem ter gastado tempo, energia
e recursos com isso. 🙄
Enfim, pense nessas duas exceções como se fosse uma otimização de processo. Em vez de o parlamento
autorizar a abertura de um crédito suplementar ou autorizar a contratação de operação de crédito no meio da
execução orçamentária (correndo o risco de ter que pausar a prestação de serviços públicos por falta de recursos
orçamentários), o planejamento orçamentário já se adianta, prevê essas possibilidades e a Constituição
autoriza que o orçamento já traga consigo, além da previsão de receitas e fixação de despesas, as autorizações
para abertura de créditos adicionais suplementares e para a contratação de operações de crédito, ainda
que por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO).
Sim. Nós dissemos que a Constituição autoriza isso! Esse princípio é tão importante que ele está na
CF/88.
Preste atenção!
O princípio da exclusividade tem status constitucional
Beleza, então vamos deixar que a Constituição resuma para você o que é o princípio da exclusividade:
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos
termos da lei.
Resumindo, além da previsão de receitas e fixação de despesas, também poderão estar na LOA:
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Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade
universalidade e anualidade.
Art. 24 – A Lei de Orçamento conterá a discriminação da Receita e Despesa de forma a evidenciar a política
econômico-financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade,
universalidade, anualidade e exclusividade.
previsão de receitas
LOA não conterá
dispositivo estranho à
fixação de despesas
Exclusividade
autorização para
abertura de créditos
suplementares
exceções são feitas
para
autorização para
contratação de
operações de crédito
(ainda que por ARO)
Todo o processo do orçamento público está orientado por princípios sobre os quais é correto afirmar que:
Pelo princípio da exclusividade, a lei de orçamento anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, excetuando-se, porém, a autorização para abertura de créditos suplementares e especiais.
Comentários:
Opa, opa, opa! O que foi que falamos sobre a primeira exceção? A exceção é só para créditos suplementares!
Se a questão disser que é para créditos adicionais (que compreendem os suplementares, os especiais e os extraordinários),
ela está errada, porque a exceção é só para créditos suplementares. É só para esse tipo de crédito adicional.
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A questão falou que a lei de orçamento poderia conter a autorização para abertura de créditos especiais, por isso ela ficou
errada!
Gabarito: Errado
Conforme o princípio da exclusividade de matéria orçamentária, somente pode constar do orçamento matéria pertinente
às previsões de receitas e despesas, não se admitindo as chamadas caudas orçamentárias nem a previsão de operações de
crédito por antecipação de receita.
Comentários:
Qual foi a segunda exceção que comentamos? Contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita.
A previsão de contratação dessas operações pode sim vir na LOA. Por isso a questão ficou errada!
Gabarito: Errado
Princípio da Exclusividade: a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa.
Exceções: autorização para créditos adicionais suplementares e operações de crédito (ainda que por ARO).
Imagine que você está indo a um restaurante. Você pede entrada, prato principal, sobremesa, bebidas, um cafezinho, e
finalmente pede a conta. Por sorte você tem um cupom de desconto de 20% 😅. O garçom então traz para você um
papelzinho mostrando somente o valor final da sua conta, já deduzido o desconto, da seguinte forma:
💯
E aí? O que você acha disso? Você confia nesse valor? Será que o garçom lhe deu o desconto mesmo? Você prefere ver só
o valor final da sua conta ou prefere ver quanto custou cada item, cada dedução e a soma deles? É claro que a segunda
opção, não é? Porque assim você pode conferir se o preço de cada item está correto, se foi aplicado o desconto
corretamente e se algum item foi indevidamente adicionado à sua conta. Desse jeito, tudo fica muito mais transparente!
Desse jeito, controlar fica muito mais fácil!
Nesse sentido, o princípio do orçamento bruto veda que as despesas ou receitas sejam incluídas no
orçamento nos seus montantes líquidos! Isto é: as despesas e receitas devem ser registradas pelos seus
valores brutos! Por isso o nome: princípio do orçamento bruto!
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Por exemplo: digamos que um ente tenha uma receita arrecadação de tributos prevista de R$ 100.000,00, só que para
arrecadar esse valor, ele precisa gastar R$ 20.000,00. Esse ente não pode simplesmente registrar a receita de R$
80.000,00, que é um valor líquido. Ele tem que registrar a receita de R$ 100.000,00 e a despesa de R$ 20.000,00, em
seus valores brutos.
A União possui competência tributária para instituir os impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) e sobre
produtos industrializados (IPI). No entanto, por força de disposição constitucional, parte do produto da arrecadação desses
impostos serão entregues ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e ao Fundo de Participação
dos Municípios (FPM).
Digamos que R$ 1.000.000,00 seja o total arrecadado e que R$ 490.000,00 seja o montante a ser entregue pela União.
Muito bem. A União não pode simplesmente registrar no seu orçamento: “receitas de IR e IPI, valor R$ 510.000,00”.
Assim tudo fica mais transparente e mais fácil de controlar. Se os registros fossem pelos valores líquidos, você poderia
ser levado a crer que a receita foi só R$ 510.000,00 e que não houve repasse ao FPE e ao FPM.
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer
deduções.
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no
orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva
receber.
Art. 28 – Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas
quaisquer deduções.
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Resumindo: o orçamento não pode fazer deduções e mostrar só o valor líquido. Tem que mostrar o valor
total, o valor bruto!
Observação: no caso de transferências constitucionais ou legais, o ente arrecadador (que irá transferir os recursos) pode
escolher em tratar a transferência como dedução da receita orçamentária ou como despesa orçamentária. Como as
transferências constitucionais ou legais constituem valores que não são passíveis de alocação em despesas pelo ente
público arrecadador, não há desobediência ao princípio do orçamento bruto tratá-las como dedução da receita
orçamentária! Portanto, apesar da disposição da Lei 4.320/64, vale ressaltar que nem todas as transferências são
obrigatoriamente tratadas como despesa do ente arrecadador. É isso que diz o item 3.6.1.2 do MCASP 8ª edição).
Todo o processo do orçamento público está orientado por princípios sobre os quais é correto afirmar que:
As deduções devem ser consideradas apenas para o balanceamento das transferências intragovernamentais por força do
princípio do orçamento bruto.
Comentários:
Nada disso! As deduções não devem ser consideradas para coisa alguma!
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.
A questão estava querendo dizer o seguinte: se o órgão A tem que transferir R$ 100.000,00 para o órgão B e o órgão B tem
que transferir R$ 20.000,00 para A, então vamos logo deduzir e considerar que A só tem que transferir R$ 80.000,00 para
B. Mas, pelo princípio do orçamento bruto, você já sabe que isso não é possível. Nesse exemplo, registra-se R$ 100.000,00
saindo de A e registra-se R$ 20.000,00 saindo de B. Ok? 😉
Gabarito: Errado
Princípio do Orçamento Bruto: todas as receitas e despesas constarão da LOA pelos seus valores totais, vedadas
quaisquer deduções. Registra-se pelos seus valores brutos, e não pelos seus valores líquidos.
“Beleza, professores. Então o orçamento se renova, entendi. E que período de tempo é esse?”
Chamamos esse período de exercício financeiro!
Aqui no Brasil, de acordo com o artigo 34 da Lei 4.320/64, o exercício financeiro coincidirá com o ano
civil, que é o ano normal que nós conhecemos: começando em 1º de janeiro e terminando em 31 de dezembro.
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No entanto, não é assim em todos os países do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, o exercício
financeiro começa em 1º de outubro e termina em 30 de setembro. Na Inglaterra e na Alemanha, o exercício
financeiro vai de 1º de abril a 31 de março.
É por isso que o princípio da anualidade, em seu sentido histórico, está relacionado ao exercício
financeiro, e não ao ano civil.
Preste atenção!
O princípio da anualidade está relacionado ao exercício financeiro, e não ao ano civil.
O que acontece é que, por força da Lei 4.320/64, o exercício financeiro brasileiro coincide com o ano
civil. Mas o princípio da anualidade propriamente dito não está relacionado com o ano civil. É tanto que, se a
Lei 4.320/64 fosse alterada e o novo exercício financeiro do Brasil fosse de 1º de outubro a 30 de setembro (igual
ao dos Estados Unidos), o princípio da anualidade não seria infringido.
“Por que não seria infringido?”
Bom. Você notou algo em comum entre todas essas datas? Todos esses períodos são de 12 meses! De
acordo com o princípio da anualidade (ou periodicidade) o orçamento deve ser elaborado e autorizado para um
determinado período de tempo, que geralmente é de um ano (12 meses). O princípio não fala que o
orçamento deve ser elaborado e autorizado para o ano civil. Portanto, não interessa se aqui no Brasil o exercício
financeiro começasse em outra data (não coincidindo com o ano civil): se o exercício financeiro durasse 12
meses, o princípio da anualidade continuaria sendo respeitado.
Preste atenção!
Para o princípio da anualidade o que importa é a duração do exercício financeiro (que geralmente é
de 12 meses), e não a data de início deste.
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Traduzindo: os créditos adicionais especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do
exercício podem ser reabertos no exercício seguinte pelos seus saldos e viger até o término desse exercício
financeiro.
Por exemplo: em outubro de 2018, foi aberto um crédito especial no valor de R$ 100.000,00, mas até o final de 2018
utilizou-se somente R$ 30.000,00 de sua dotação. Se for preciso, é possível reabrir esses mesmos créditos especiais em
janeiro de 2019 e usá-los até o final de 2019, mas somente no limite de seus saldos, ou seja, somente R$ 70.000,00. Perceba
que o crédito acabou vigendo por mais 12 meses e ele não ficou limitado àquele exercício financeiro, contrariando o
princípio da anualidade, mas essa é exatamente a exceção a esse princípio! Esse crédito especial será incorporado ao
orçamento do exercício financeiro de 2019.
Esquematizando:
Créditos ordinários
Créditos suplementares
Créditos especiais
Créditos extraordinários
setembro-18
Créditos especiais (últimos quatro meses)
Vale destacar que esse nosso princípio da anualidade não tem nada a ver com o princípio da anualidade
tributária, segundo o qual todo ano deveria haver autorização para a arrecadação de tributos. Aqui nós
estamos tratando de Administração Financeira e Orçamentária, ok? 😄
Ah! Esse princípio também é um dos três que estão expressos no artigo 2º da Lei 4.320/64 (unidade,
universalidade e anualidade). Veja você mesmo:
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade
universalidade e anualidade.
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Art. 24 – A Lei de Orçamento conterá a discriminação da Receita e Despesa de forma a evidenciar a política
econômico-financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade,
universalidade, anualidade e exclusividade.
Em decorrência do princípio da anualidade orçamentária, os créditos orçamentários, ordinários ou adicionais abertos para
determinado exercício financeiro possuem vigência restrita ao ano civil, sem qualquer exceção.
Comentários:
Nada disso! Tem exceções sim! Lembre-se que os créditos adicionais especiais e extraordinários cujo ato de autorização
for promulgado nos últimos quatro meses de um exercício, poderão ser reabertos, no exercício subsequente, nos limites
de seus saldos. Nesse caso, eles serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente e, portanto, terão
vigência até o término deste. Você encontra isso na CF/88, art. 167, § 2º.
A questão falou que todos os créditos (ordinários ou adicionais) terão vigência restrita ao ano civil, e nós acabamos de ver
que isso está errado.
Gabarito: Errado
Princípio da Anualidade (ou Periodicidade): o orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado período
de tempo, geralmente de 12 meses, chamado de exercício financeiro. Exceções: créditos especiais e extraordinários
autorizados nos últimos quatro meses do exercício poderão ser reabertos, nos limites de seus saldos, e incorporar-se-ão
ao exercício financeiro subsequente.
Princípio da Legalidade
Primeiramente, lembre-se que (CF/88):
Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
E a Administração Pública não escapa! Cabe a ela fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei
expressamente autorizar. Ou seja: a Administração também está subordinada à lei e ao princípio da legalidade.
Observe (CF/88):
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência (...)
Esses são os princípios básicos da Administração Pública, que formam o famoso mnemônico LIMPE:
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
E, no âmbito orçamentário, não poderia ser diferente: a Administração Pública também está subordinada
às prescrições legais, ou seja, também se subordina aos ditames da lei.
“Por quê?” 🤔
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Porque “todo poder emana do povo” (CF/88, art. 1º, parágrafo único). Porque os recursos são públicos
(do povo) e os governantes são simplesmente os representantes eleitos (pelo povo) para administrá-los.
Assim, o governo não pode realizar o que bem entender com o dinheiro público. Esse dinheiro não é dele.
O dinheiro é da coletividade, de forma que a ninguém é dado o direito de utilizá-lo livremente (alguns autores
afirmam que esse é princípio da indisponibilidade das receitas públicas). Portanto, o governo somente
poderá fazer o que o povo autorizar e do jeito que o povo autorizar.
Sim! As leis representam a vontade do povo, o interesse público. E o Plano Plurianual (PPA), a Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO), a Lei Orçamentária Anual (LOA) e também os créditos adicionais são leis, que
serão apreciadas pelo Congresso Nacional, isto é, os representantes do povo. A CF/88 não nos deixa mentir:
Por exemplo: imagine que você entrega R$ 10,00 a um amigo, dizendo-lhe: “eu lhe autorizo a comprar uma bola de, no
máximo, R$ 10,00 para mim”. Então, ele volta com uma pipa. Opa! Você o autorizou a comprar uma bola, não a comprar
uma pipa. Esses R$ 10,00 são seus, para serem gastos do jeito que você quer, e não do jeito que o seu amigo quer ou do
jeito que o seu amigo imagina que você queira. Portanto, a aquisição da pipa é uma despesa irregular.
Agora imagine que ele volta com uma bola de excelente qualidade e lhe informa: “a bola custou R$ 100,00. Entreguei os
R$ 10,00 que você me deu e você agora está devendo R$ 90,00 à loja”. Que amigo sensacional, hein? 😂 Nesse caso, também
estamos diante de uma despesa irregular. Você o autorizou a gastar, no máximo, R$ 10,00 e ele gastou mais R$ 90,00
seus.
3
O orçamento público brasileiro é autorizativo, mas possui traços de orçamento impositivo (veremos mais sobre isso
em aula oportuna). É como se fosse a Vampira, do X-Men: cabelo todo preto, mas com uma só mexa branca (sim, somos
um pouco nerds!) 😂
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o contrário do orçamento impositivo, no qual há uma imposição ao gestor público, que deve realizar
exatamente aquilo que está no orçamento público.
Continuando o exemplo anterior: seu amigo volta sem a bola e lhe devolve os R$ 10,00, dizendo-lhe: “eu não encontrei
nenhuma bola de, no máximo, R$ 10,00. Aqui está o seu dinheiro de volta”. Tudo bem. Você não impôs ao seu amigo que
comprasse a bola. Você não o deu uma ordem, dizendo: “você tem que comprar uma bola”. Você disse: “eu lhe autorizo a
comprar uma bola”.
Portanto, o povo autoriza a Administração a gastar os seus recursos, desde que ela obedeça a regras
impostas pelo dono dos recursos. Está enxergando o princípio da legalidade aí? 😏
Você emprestaria dinheiro a alguém sem estabelecer regra alguma? Sem data para devolução, sem taxa de
juros, sem consequências em caso da inadimplência? Claro que não! Você tem que se assegurar de que vai receber
esse dinheiro de volta!
A sociedade faz a mesma coisa! É como se ela dissesse para a Administração Pública: “nós estamos
entregando e confiando a administração dos nossos recursos a você, mas, em retorno, nós queremos saúde,
educação segurança... e para garantir que nós vamos ter o nosso retorno, você tem que seguir uma série de
regras, estabelecidas em lei”.
Preste atenção!
No Brasil, o orçamento público é autorizativo e se materializa em leis!
Muito bem. Você percebeu que lá em cima nós só mencionamos as leis de créditos suplementares e
especiais?
É porque temos uma pequena exceção: os créditos extraordinários!
Os créditos extraordinários são autorizados e abertos por Medida Provisória (no âmbito federal e nos
demais entes que possuam Medida Provisória. Nos demais, serão abertos por decreto do Poder Executivo).
Trata-se de despesas imprevisíveis e urgentes! Não há tempo para aprovação legislativa, por mais célere que
seja o processo legislativo. 😬
Por exemplo: em virtude de uma catástrofe natural (uma calamidade pública), o governo precisa alugar equipamentos
para resgatar vítimas ainda com vida. É preciso agir rápido, em poucas horas! Nesse momento, não dá para discutir essa
despesa no Congresso Nacional. O tempo está passando... ⏳ Por isso que, nesse caso, a despesa é feita sem autorização
legislativa prévia. A Administração “poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional” (CF/88, art. 62).
Então, resumindo:
Princípio da Legalidade: cabe à Administração Pública fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente
autorizar. PPA, LDO, LOA e créditos suplementares e especiais são leis. Exceção: créditos extraordinários.
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Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência (...)
“Mas professores... o princípio da publicidade também é um princípio orçamentário ou vocês estão dando aula
de direito administrativo?” 😂
Preste atenção!
A publicidade é necessária para avaliar e controlar as decisões sobre orçamento.
E isso é óbvio! Como você vai avaliar e controlar alguma coisa que você não conhece? Não dá! Você, por
acaso, avalia a comida de um restaurante sem nunca a ter experimentado? 🧐
4
GIACOMONI, James. Orçamento Público, 16ª edição, editora Atlas, 2012.
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(...) era possível resumir os princípios do Animalismo em Sete Mandamentos. Esses Sete Mandamentos, que seriam agora
escritos na parede, constituiriam a lei inalterável pela qual a Granja dos Bichos deveria reger sua vida a partir daquele
instante, para sempre.
(...) Os Mandamentos foram escritos na parede alcatroada em grandes letras brancas que podiam ser lidas a muitos metros
de distância.
OS SETE MANDAMENTOS
(...)
(...)
Foi mais ou menos por essa época que os porcos, de repente, mudaram-se para a casa-grande, onde fixaram residência.
Novamente os bichos julgaram lembrar-se de que havia uma resolução contra isso, aprovada nos primeiros dias (...).
Sansão resolveu o assunto com seu “Napoleão tem sempre razão”, porém Quitéria, que tinha a impressão de lembrar-se
de uma lei específica contra camas, foi até o fundo do celeiro e tentou decifrar os Sete Mandamentos que lá estavam
escritos. Sentindo-se incapaz de ler mais do que algumas letras separadamente, foi chamar Maricota.
— Maricota — pediu ela — leia para mim por favor, o Quarto Mandamento. Não diz qualquer coisa a respeito de nunca
dormir em camas?
Interessante, Quitéria não se recordava dessa menção a lençóis, no Quarto Mandamento. Mas, se estava escrito na
parede, devia haver.
(...)
alguns dias mais tarde, Maricota, lendo os Sete Mandamentos, notou que havia outro mandamento mal recordado pelos
animais.
Todos pensavam que o Quinto Mandamento era “Nenhum animal beberá álcool”, mas haviam esquecido duas palavras.
Na realidade, o Mandamento dizia: “Nenhum animal beberá álcool em excesso.” (grifos nossos).
Você conseguiu captar o que está acontecendo? Não houve publicação alguma das alterações feitas. As
regras eram alteradas “na calada da noite”, sem que ninguém percebesse. Assim, as personagens se
questionavam: “qual é a regra válida? A que está só na minha memória ou a que está escrita?”. E acabavam
confiando na que estava escrita, pois era mais concreta: “deve ser a que está escrita. Afinal, está bem aqui na
minha frente, escrito. Eu devo ter me confundido...”.
É como se o governo somente lhe mostrasse uma folha de papel com o seguinte conteúdo: “crédito
orçamentário para compra de ambulâncias: R$ 1.000.000,00”. Você não recebe uma cópia, não tirou foto, não
“bateu print”. Você não tem nenhum registro disso!
Meses depois você descobre que a Administração gastou R$ 2.000.000,00 e você a questiona: “a dotação
não era de R$ 1.000.000,00?” A Administração, depois do seu questionamento, altera o valor e lhe mostra uma
nova folha, na qual consta o valor de R$ 2.000.000,00. Você pergunta se essa alteração foi feita antes ou depois
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do gasto. Ela diz que foi antes, mas não há nenhum registro disso, não há registro de alteração alguma. Nessa
situação, só lhe resta aceitar: “se está escrito R$ 2.000.000,00 é porque deve ser isso mesmo”.
Percebeu o prejuízo que a falta de publicidade faz para o controle? Percebeu a fragilidade desse controle?
Esse é um dos motivos pelos quais você encontra redações antigas de leis tachadas, seguidas da nova
redação e do ato normativo que a alterou. Todas as alterações devem ser registradas! Por exemplo:
Quer fazer um teste? Digite o número de uma lei no seu browser e a abra o site do Planalto (planalto.gov.br).
“E o princípio da transparência, professores”?
Bom, é um princípio intimamente ligado ao princípio da publicidade, por isso optamos por tratá-los no
mesmo tópico. Segundo esse princípio, as leis orçamentárias devem ser divulgadas de forma clara e precisa,
possibilitando o controle social (feito pelos cidadãos) da Administração Pública.
É possível identificar o princípio da transparência orçamentária na CF/88, especialmente no artigo 165, §
3º, segundo o qual: “o Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre,
relatório resumido da execução orçamentária”. E também na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),
principalmente no Capítulo IX (da transparência, controle e fiscalização).
O princípio da publicidade determina que o conteúdo da lei orçamentária seja divulgado pelos veículos oficiais de
comunicação e divulgação, para efeito de conhecimento público, eficácia e validade de seu teor.
Comentários:
Atenção! Não basta ser divulgado em qualquer lugar: tem que ser em veículos oficiais de comunicação e divulgação. E o
objetivo é que o conteúdo orçamentário seja divulgado justamente para conhecimento público, eficácia e validade de
seu teor.
Gabarito: Certo
Princípio da Publicidade (ou Transparência): o conteúdo orçamentário deve ser divulgado (publicado) em veículos oficiais
de comunicação para conhecimento do público e para a eficácia de sua validade.
No seu sentido histórico, ele afirma que nenhuma parcela da receita geral poderá ser reservada ou
comprometida para atender a certos e determinados gastos. Ele prescreve que todas as receitas do Estado
devem ser recolhidas a um fundo único do tesouro, de onde será retirado o numerário necessário para atender
a quaisquer despesas públicas, indistintamente.
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É como se nós juntássemos tudo dentro do mesmo saco e de lá tirássemos os recursos necessários para
ir pagando as despesas. O contrário disso seria ter várias contas, sendo que cada uma delas teria uma
destinação específica.
“A exigência de que as receitas não sofram vinculações, antes de qualquer coisa, é uma imposição de bom
senso, pois qualquer administrador prefere dispor de recursos não comprometidos para atender às despesas
conforme as necessidades5”.
Receber R$ 300,00 em “vale alimentação” (que só podem ser gastos com alimentação), R$ 200,00 em “vale transporte”
(que só podem ser gastos com transporte) e R$ 500,00 sem vinculação?
Se você pensar bem, irá concluir que receber os R$ 1.000,00 sem vinculação é mais vantajoso, pois isso lhe garante mais
liberdade para administrar o seu dinheiro e organizar a sua vida, atingir seus objetivos.
Imagine que você só gaste R$ 200,00 por mês em vale alimentação. Aqueles R$ 100,00 restantes também só poderão ser
gastos com alimentação, enquanto você poderia dar qualquer outra finalidade a esse dinheiro: uma viagem, um novo
celular, um novo par de sapatos, o que você quiser! 😄 É por isso que existe um mercado secundário para vender esse “vale
alimentação”. 😬
Perceba que, nesse segundo caso do exemplo, metade do seu orçamento já está comprometido: você é
obrigado a gastar R$ 500,00 com alimentação e transporte. Não tem jeito! Isso diminui muito a sua margem de
manobra na utilização dos recursos. No dia que você decidir ir ao trabalho de bicicleta, diminuindo os custos
com transporte, para poder comprar uma nova televisão, você verá que seus esforços foram em vão, pois os
recursos continuam lá, “presos”, somente podendo ser gastos com transporte. Então você percebe que está
“amarrado”, que não consegue e não adianta inovar... 😕
Agora imagine se o orçamento público fosse todo comprometido, “engessado”, de forma que o governo
não tivesse liberdade para realizar os programas que acredita trazer mais benefícios para a sociedade? Seria
ruim, não é mesmo? Assim seria bem mais difícil atingir os objetivos.
Por isso, o princípio da não vinculação da receita de impostos tem como finalidade, portanto, aumentar
a flexibilidade na alocação dos recursos. 😉
No entanto, também não seria razoável dar total liberdade ao gestor público, porque existem áreas
extremamente importantes, nas quais todos concordam que obrigatoriamente deve haver investimentos, a
exemplo da saúde e da educação. É por isso que temos exceções a esse princípio, e saúde e educação são duas
delas.
Beleza. Essa é a essência desse princípio. É o princípio em seu sentido histórico. Mas como ele se faz presente
no Brasil? 🧐
5
GIACOMONI, James. Orçamento Público, 16ª edição, editora Atlas, 2012
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No Brasil, o princípio da não afetação (ou não vinculação) de receita de impostos dispõe que nenhuma
receita de impostos poderá ser reservada ou comprometida para atender a gastos específicos e
determinados, ressalvadas algumas importantes exceções (que veremos daqui a pouco).
Esse princípio está na CF/88, portanto possui status constitucional, tamanha é a sua importância. Vejamos
o disposto no artigo 167, IV:
Art. 167. São vedados:
Impostos
Taxas
Tributos Contribuições de
melhoria
Empréstimos
compulsórios
Contribuições
especiais
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Taxa é uma outra espécie de tributo, cuja receita, diferentemente dos impostos, pode ser vinculada para uma despesa
específica.
Portanto, a Administração pode usar o dinheiro arrecadado da taxa de coleta de lixo domiciliar para pagar,
especificamente, os gastos para fazer essa coleta. Mas a Administração não pode reservar o dinheiro arrecadado com o
IPTU, que é um imposto, para pagar determinadas despesas. Esse dinheiro tem que ficar livre para sua alocação racional,
no momento oportuno, conforme as prioridades públicas. É proibido vinculá-lo.
Pode haver vinculação de taxa, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios (pode e deve) e contribuições
especiais (pode e deve), mas não pode haver vinculação de impostos (só nas exceções é que pode). Entendeu agora por
que o nome é princípio da não vinculação da receita de impostos?
Vale lembrar que para os empréstimos compulsórios e contribuições especiais a arrecadação é obrigatoriamente
vinculada, conforme demonstrado abaixo:
Empréstimos compulsórios: a aplicação dos recursos provenientes é (obrigatoriamente) vinculada à despesa que
fundamentou sua instituição (CF/88, art. 148, parágrafo único).
Contribuições especiais:
Contribuições sociais:
Outras contribuições sociais: competência residual da União para instituir novas contribuições sociais
destinadas ao financiamento da seguridade social, ou seja, arrecadação vinculada;
Contribuições sociais gerais: destinadas a outras atuações da União na área social, como o salário
educação (CF, art. 212, § 5º), ou seja, arrecadação vinculada.
Contribuições corporativas: vinculadas para custeio de entidades que fiscalizam as profissões regulamentadas, ou
seja, arrecadação vinculada, por exemplo: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).
CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico): arrecadação vinculada ao setor que se quer
incentivar.
COSIP (Contribuição para o custeio da Iluminação Pública): arrecadação vinculada ao custeio de iluminação
pública.
“Ok, professores. E por que vocês enfatizaram tanto isso? Virou aula de direito tributário agora?”
Enfatizamos isso porque essa é uma pegadinha clássica nas provas de concurso! A questão vai trocar a
palavra “impostos” por “tributos” e ficará errada! 😅
Preste atenção!
O princípio veda a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa.
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Essa repartição está regulamentada nos artigos 157 a 161 da CF/88. Tomemos um exemplo para entender
melhor:
III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos
automotores licenciados em seus territórios;
Isso significa que 50% do IPVA arrecadado pelo Estado será transferido (repartido) aos Municípios. Trata-
se, portanto, de uma despesa de transferência do Estado. Portanto, perceba que essa parcela da receita do
imposto já está reservada, comprometida, vinculada a essa despesa, configurando uma exceção ao princípio
da não vinculação da receita de impostos.
A segunda exceção é a destinação de recursos para a Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE).
Ela está no artigo 212 da CF/88, confira:
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
Portanto:
União 18%
MDE (Ensino)
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A terceira exceção é a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde. Essa nós
encontramos no artigo 198, § 2º, da CF/88:
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior
a 15% (quinze por cento);
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o
art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas
que forem transferidas aos respectivos Municípios;
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere
o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.
Veja a importância que o constituinte deu à saúde e à educação. É tanto que aplicação do mínimo exigido
da receita resultante de impostos nessas áreas é um princípio constitucional sensível e o desrespeito a essa
regra pode resultar na intervenção (federal ou estadual, a depender do caso). Observe:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território
Federal, exceto quando:
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
A quarta exceção diz respeito à destinação de recursos para a realização de atividades da administração
tributária. Essa exceção está relacionada ao seguinte dispositivo constitucional:
Art. 37, XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
Para funcionar, o Estado precisa arrecadar tributos! 💰 Por isso, o constituinte achou interessante
possibilitar a reserva de parte das receitas de impostos para atividades da administração tributária. 😄
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De acordo com a LRF (art. 29, IV), concessão de garantia é um compromisso de adimplência de obrigação
financeira ou contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada.
Assim, se um ente federativo quiser contratar uma ARO, ele poderá oferecer em garantia percentuais de
seus impostos futuros.
Por exemplo: o Estado do Ceará quer contratar uma ARO. Então, a instituição financeira diz: “ok, eu lhe dou esse crédito,
mas o que você me dará como garantia?” O Ceará então oferece: “como garantia, eu lhe darei 1% da arrecadação futura
do IPVA”. É possível fazer isso, porque a prestação de garantia a operações de crédito por Antecipação de Receita
Orçamentária (ARO) é uma exceção ao princípio da não vinculação da receita de impostos.
E a última exceção que trataremos aqui diz respeito à vinculação de impostos estaduais e municipais para
a prestação de garantia ou contragarantia à União e pagamento de débitos para com esta (para com a União).
De acordo com o artigo 40 da LRF, os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas
ou externas, mas garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior
ao da garantia a ser concedida. Pode-se dizer que a contragarantia é executada quando a garantia “falha”. Uma
vez que ocorra a inadimplência quanto pagamento de parcelas oriundas de contratos de operações garantidas
pela União, gerando a obrigação de esta adimplir as parcelas não honradas, haverá a possibilidade de executar
as contragarantias oferecidas pelo ente da Federação, conforme contrato de contragarantia firmado entre o
Ente e a União6.
Muito bem! Então, eis as exceções ao princípio da não vinculação da receita de impostos:
É pra já! 😄
Agora leia novamente o quadro anterior e repare nas marcações que fizemos. Sublinhamos exatamente
as iniciais do mnemônico.
6
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/concessao-de-garantia-pela-uniao
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E para lembrar do RESA GaGa é só você imaginar aquela cantora, Lady Gaga, rezando. 😅🙏
Aqui está ela:
Lady Gaga ajudando alunos a lembrar das exceções ao princípio da não vinculação de receita de impostos.
Como estamos no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, é interessante observar o que a legislação local
fala sobre o tema. Então vamos lá:
Art. 26, § 2º - Não se considerarão, para os fins do disposto no § 1º deste artigo, as operações de crédito
por antecipação da receita e as entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros.
Ou seja: não serão consideradas as receitas extraorçamentárias, temporárias, nas quais a Administração
Pública é um mero depositário de recursos. 😉 E isso faz sentido. Por que iríamos considerá-las se elas não
pertencem de verdade ao ente? 🤔
Art. 8, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em
que ocorrer o ingresso.
Normalmente, as questões vão simplesmente repetir esse parágrafo ou tentar lhe enganar, dizendo que
os recursos legalmente vinculados serão utilizados somente no exercício em que ocorrer o ingresso. Não caia
nessa pegadinha! 😄
E, por último, vale lembrar o que dispõe o art. 218 da nossa querida CF/88:
Art. 218, § 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária
a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
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⚠ Atenção: é facultado somente aos Estados e ao DF. União e municípios não possuem essa faculdade!
Portanto, o Estado do Rio de Janeiro pode fazer isso, mas a União e o município do Rio de Janeiro não podem!
Comentários:
União e municípios estão fora! Somente os Estados e o DF podem vincular parcela de sua receita orçamentária a
entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
Gabarito: Errado
O ciclo orçamentário, constituído por fases, compreende o período de tempo em que se processam as atividades típicas
do Orçamento Público. Com relação à fase de execução orçamentária, nos termos da Lei Complementar no 101/2000 -
LRF, é correto afirmar que os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão utilizados, exclusivamente, para
atender ao objeto de sua vinculação, até o término do exercício em que ocorrer o ingresso.
Comentários:
Art. 8, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para
atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
Gabarito: Errado
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A partir daí, tivemos sucessivas Emendas Constitucionais, prorrogando os efeitos e, às vezes, criando
novas regras para as desvinculações (EC 27/00, EC 42/03, EC 56/07, EC 59/09, EC 68/11).
A mais recente, e vigente, Emenda Constitucional é a EC 93/16, que produziu efeitos a partir de 1º de
janeiro de 2016 e prorrogou a desvinculação até 31 de dezembro de 2023.
Originalmente, na União, liberava-se 20% (vinte por cento) da arrecadação de impostos, contribuições
sociais e Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE). Com a EC 93/16 isso mudou: agora,
até 31/12/2023, são desvinculados, na União, 30% (trinta por cento) da arrecadação relativa a contribuições
sociais, CIDE e taxas (já instituídas ou que vierem a ser criadas até a referida data).
Perceba as diferenças: o percentual aumentou de 20% para 30%, as taxas entraram na lista e os
impostos federais (a exemplo do IR e do IPI) não estão mais nessa lista. Portanto, qual é o percentual de
desvinculação desses impostos federais agora? Zero!
“Quer dizer que os impostos federais não podem mais ser desvinculados, professores?” 🤔
Isso mesmo! Os impostos federais não podem! Mas os impostos estaduais e municipais podem ser
desvinculados! Inclusive, essa é uma novidade: nos Estados, DF e Municípios, ficam desvinculados de órgão,
fundo ou despesa, até 31/12/2023, 30% (trinta por cento) das receitas relativas a impostos, taxas e multas
(contribuições sociais e CIDE não estão nessa lista e as multas entraram para essa lista).
“Ah, professores. Então agora o orçamento ficou mais amarrado? Porque a desvinculação de impostos, que
era de 20%, agora é zero. E a desvinculação de contribuições só aumentou 10%, foi de 20% para 30%...”
Não necessariamente! Nos últimos anos, a receita de contribuições tem superado (e muito) a receita de
impostos. Então veja o que aconteceu: cortaram 20% de um valor pequeno, e aumentaram 10% em um valor
enorme. Entendeu o que fizeram? 🧐
Para concluir, vamos resumir as alterações trazidas pela EC 93/16 numa tabela:
Contribuições
20% 30% - -
sociais
Multas - - - 30%
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Um dos princípios orçamentários comumente apontados pela doutrina e que possui assento na Constituição Federal é o
da não afetação, que traz, entre outras consequências, vedação à vinculação de produto de imposto de competência do
ente federado a órgão, fundo ou despesa.
Comentários:
Sim! O princípio da não afetação veda a vinculação do produto de impostos (não de tributos) a órgão, fundo ou despesa.
Esse princípio é sim comumente apontado pela doutrina e possui assento na CF/88, mais especificamente no artigo 167,
IV.
Gabarito: Certo
Com relação a técnicas e princípios orçamentários, julgue o item seguinte. O princípio da não afetação das receitas veda a
vinculação de tributos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas as exceções estabelecidas pela Constituição Federal de
1988.
Comentários:
Pegadinha clássica! Nós avisamos! E ela continua sendo utilizada. Veja que essa questão é de 2018!
Tributo é gênero. Imposto é uma espécie do gênero tributo. Há 5 (cinco) espécies tributárias: impostos, taxas,
contribuições de melhorias, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
O princípio da não afetação veda a vinculação do produto de impostos (não de todos os tributos) a órgão, fundo ou
despesa. Alguns tributos realmente têm o seu produto vinculado a uma finalidade específica. Por isso a questão ficou
errada. Mas esse princípio realmente tem exceções previstas na CF/88, essa parte da questão está correta.
Portanto, para que a questão ficasse correta bastava trocar a palavra “tributos” por “impostos”.
Gabarito: Errado
Princípio da Não vinculação (Não afetação) da Receita de Impostos: é vedada a vinculação de receita de impostos (não
de todos os tributos) a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas exceções previstas na CF/88.
• Receita: R$ 1.000.000.000,00.
Ok, mas de onde vem toda essa receita? De impostos? Taxas? Contribuições? Serviços? Todos os
anteriores? Quanto de cada?
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• Despesa: R$ 1.000.000.000,00.
Sim, mas o governo vai fazer o que com todo esse dinheiro? Há uma infinidade de coisas para fazer:
remunerar pessoal, construir hospitais e escolas, realizar atividades da administração tributária, pagar dívidas...
Tudo isso tem que ser detalhado!
A título de exemplo, dê uma olhadinha em um dos anexos do orçamento da União do exercício financeiro
de 2018:
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a
despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o
disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.
Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos.
“E pra que fazer isso professores? Pra que fazer essa discriminação, essa especificação? Por que não pode ter
essas dotações globais?”
Lembra daquele exemplo da conta do restaurante? É mais fácil controlar a conta se ela vier toda
detalhada ou se ela informar somente o total? Claro que é se ela vier detalhada!
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Vamos lhe dar outro exemplo: você e seus amigos vão a um barzinho e cada um faz o seu pedido. Um pediu água, outro
pediu refrigerante, outro pediu vodka e o último pediu leite (leite no barzinho? 🤨😂). Obviamente cada bebida tem um
preço diferente. Vocês pedem a conta e ela vem assim:
Quando a conta vem assim, fica difícil controlar. Seria muito mais fácil se as bebidas viessem discriminadas, uma por uma,
com o seu respectivo preço.
No orçamento é do mesmo jeito! É por isso que afirmamos que o princípio da especificação surgiu para
proporcionar maior transparência ao processo orçamentário e facilitar o acompanhamento e controle do
gasto público, evitando a famosa “ação guarda-chuva”, que é genérica e abrange tudo no mundo! 😅
Só para você ver que não estamos falando isso à toa, olha só essa questão:
As finalidades do princípio da discriminação incluem fornecer detalhamento de receitas e despesas e prestar suporte ao
trabalho daqueles que fiscalizam as finanças públicas.
Comentários:
Exatamente! Essa é uma das finalidades do princípio da discriminação. Quando está tudo detalhado, discriminado, é mais
fácil fiscalizar. O detalhamento facilita o trabalho dos parlamentares, dos auditores de controle externo, e da sociedade
também (controle social)!
Gabarito: Certo
Simplificando: não é possível executar esses PET na forma convencional, pois eles são muito grandes e complexos. Por
isso eles precisam de dotações globais.
Essa é a ressalva que está no artigo 5º (transcrito anteriormente), prevista no artigo 20, parágrafo único,
da Lei 4.320/64:
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Art. 20, Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-
se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações
globais, classificadas entre as Despesas de Capital.
Art. 27 – A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender, indiferentemente,
a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros e encargos, transferência ou quaisquer outras
ressalvado o disposto no § 1º do art. 51 deste Código.
Art. 51, § 1º - Os programas especiais de trabalho que, por natureza, não se possam cumprir
subordinadamente às normas gerais de execução da despesa, podendo ser custeados por dotações
globais classificadas entre as Despesas de Capital.
Pois é... 😂 Essa reserva serve para cobrir uma possível perda futura.
Por exemplo: um agricultor sabe que, eventualmente, poderá passar por uma seca (um período de estiagem) e poderá
perder a sua safra. Por isso seria inteligente de sua parte ter uma reserva de contingência.
Muito bem. Não se pode dizer exatamente com que essa reserva de contingência será utilizada e nem
quando ela será utilizada, porque não se sabe o que vai acontecer no futuro.
Resposta: não dá! Como especificar algo que não é passível de especificação? 🧐
Por exemplo: o agricultor não sabe se vai acontecer uma seca, um incêndio ou uma praga. Nem sabe se vai ser em 2019,
2020 ou 2021.
Por isso que a reserva de contingência é uma dotação global para atender a passivos contingentes e
outras despesas imprevistas. É uma dotação genérica, não especificada, sem aplicação definida, a partir da qual
o poder público pode atender a passivos contingentes (a exemplo de pagamentos devidos a execuções
judiciais) ou executar novas dotações, por meio de créditos adicionais.
Vale lembrar que a dotação da reserva de contingência nunca é executada! Ela, no máximo, serve como fonte para
abertura de créditos adicionais. Veja só o que diz o MCASP 8ª edição:
“A classificação da Reserva de Contingência, destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos, bem como
eventos fiscais imprevistos, e da Reserva do Regime Próprio de Previdência Social, quanto à natureza da despesa
orçamentária, serão identificadas com o código “9.9.99.99”, conforme estabelece o parágrafo único do art. 8º da Portaria
Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001. Todavia, não são passíveis de execução, servindo de fonte para abertura de
créditos adicionais, mediante os quais se darão efetivamente a despesa que será classificada nos respectivos grupos.”
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Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos.
Queremos destacar o seguinte: hoje, a LOA não traz mais o detalhamento das despesas em nível de
elemento de despesa, mas sim até a modalidade de aplicação. Essa modificação foi introduzida pela Portaria
STN/SOF 163/01, com o objetivo de proporcionar à Administração Pública maior flexibilidade de ação para a
solução de novo problemas que o governo deve enfrentar.
Na classificação por natureza da despesa, as despesas são detalhadas na seguinte ordem:
1. Categoria Econômica;
2. Grupo de Despesa;
3. Modalidade de aplicação;
4. Elemento de despesa;
5. Detalhamento da despesa.
O que você tem que gravar: na LOA, as despesas devem ser detalhadas até a modalidade de aplicação.
Por último, gostaríamos de acrescentar algo que está na nossa LRF:
Art. 5º, § 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação
ilimitada.
Esse dispositivo representa um reforço do princípio da especificação.
Princípio da especificação (especialização ou discriminação): na LOA, as receitas e despesas devem ser discriminadas
(detalhadas). Exceções: Programas Especiais de Trabalho (PET) e Reserva de Contingência.
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Outros princípios
Princípio da Uniformidade (Consistência)
Segundo o princípio da Uniformidade (Consistência) o orçamento deve manter uma mínima
padronização na apresentação de seu conteúdo, de forma a permitir comparações entre diferentes períodos.
Esse artigo é extraído da Lei 4.320/64, artigo 22, III, e, em outras palavras, determina que o orçamento deve
apresentar e conservar ao longo dos exercícios financeiros uma estrutura que permita comparações entre os
sucessivos mandatos.
Por exemplo: suponha que um usuário deseje fazer uma análise horizontal (tal qual é feita na contabilidade), medindo o
comportamento das receitas ao longo dos anos.
Acontece que, em 2015, a receita de impostos foi apresentada junto com a receita de taxas (“impostos e taxas”). Em 2016,
ela foi apresentada junto com a receita de contribuições sociais (“impostos e contribuições sociais”). Já em 2017, foi
apresentada junto com todas as outras receitas tributárias (“receitas tributárias”). Dessa forma, a comparação entre os
exercícios financeiros ficou prejudicada, impossibilitando, dentre outras, a análise do comportamento da receita de
impostos.
Princípio da Programação
O princípio da programação é um princípio doutrinário, que surgiu a partir da instituição do orçamento-
programa. Ele preceitua que orçamento público deve evidenciar os programas de trabalho, servindo como
instrumento de administração do Governo, facilitando a fiscalização, gerenciamento e planejamento.
No orçamento, todas as despesas são inseridas sob a forma de programa. Cada despesa deve ter um
programa correspondente (estar dentro de um programa).
Princípio do Equilíbrio
De acordo com o princípio do equilíbrio, as despesas não podem ser maiores que as receitas. Esse
princípio tem como finalidade equilibrar as finanças públicas, o orçamento, as receitas e as despesas. Mais
especificamente, o princípio busca garantir que as despesas fixadas não serão maiores que as receitas
previstas, o que significa que o princípio do equilíbrio é (formalmente) atendido na fase de planejamento.
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Preste atenção!
Regra de ouro: OC £ DK
Perceba: ela não proíbe todas as operações de crédito. Ela proíbe aquelas que excedam as despesas de
capital. Por exemplo: se as despesas de capital somam R$ 1.000.000,00, não é possível ter R$ 1.500.000,00 em
operações de crédito. Esses R$ 500.000,00 excedentes estão proibidos!
A mensagem que essa regra passa é que o endividamento só pode ser admitido para a realização de
investimento ou abatimento da dívida. Ou seja, deve-se evitar tomar dinheiro emprestado para gastar com
despesa corrente, mas pode pegar emprestado para cobrir despesa de capital (o déficit aqui é permitido).
É uma regra que busca preservar a saúde financeira do país, evitando que se tome empréstimos para
pagar por despesas correntes.
Por exemplo: tomar empréstimo para comprar um apartamento, um carro, é “normal”. Mas tomar um empréstimo para
pagar despesas corriqueiras (alimentação, aluguel, etc.) não é nada bom! 😬
Mas como toda boa regra, há exceção. Ela fica por conta créditos suplementares ou especiais com
finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.
Explicamos: de que adianta autorizar o orçamento se quando da execução do mesmo ele será todo
alterado à discricionariedade do gestor público? Será que a alteração será compatível com o interesse público?
Portanto, em caso de insuficiência de recursos, o Poder Executivo não pode simplesmente “tirar do
crédito orçamentário A e colocar no crédito orçamentário B” (será que esse é o interesse público?). O Poder
Executivo deverá recorrer à abertura de créditos adicionais ou solicitar ao Poder Legislativo a transposição,
remanejamento ou transferência.
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Princípio da Clareza
Segundo o princípio da clareza, o orçamento público deve ser apresentado em linguagem clara e
compreensível (de fácil entendimento), de forma que as pessoas consigam entendê-lo.
Esse princípio também está muito relacionado ao princípio da transparência, e o motivo é óbvio: de que
adianta publicar o orçamento se ninguém o entender?
Embora seja um princípio de caráter meramente formal, tem uma importante finalidade: facilitar o
controle social.
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Aqui no Brasil, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil, que é o ano normal que nós conhecemos:
começando em 1º de janeiro e terminando em 31 de dezembro. Isso está expresso na Lei 4.320/64, confira:
Gabarito: Certo
De acordo com os princípios que regulam o orçamento público, julgue o item seguinte.
Cada ente da Federação deve possuir apenas um orçamento, estruturado de maneira uniforme.
Comentários:
Sim! Aqui nós temos dois princípios:
1. Princípio da Unidade (Totalidade): o orçamento deve ser uno. Cada ente federativo, em cada
exercício financeiro, deverá ter somente um único orçamento.
2. Princípio da Uniformidade: o orçamento deve manter uma mínima padronização na
apresentação de seu conteúdo, de forma a permitir comparações entre diferentes períodos.
De acordo com os princípios que regulam o orçamento público, julgue o item seguinte.
A lei orçamentária deverá conter todas as receitas e despesas previstas no ano civil.
Comentários:
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Só mais um detalhe: no orçamento, temos a previsão de receitas e fixação de despesas. Repare que a
questão fala em “receitas e despesas previstas”. A diferença é que, quando há uma previsão, não há um teto,
um limite superior. Por exemplo: o orçamento prevê a arrecadação de R$ 1.000.000,00, mas, se arrecadar R$
2.000.000,00, está tudo bem. Nenhum problema aí! Agora, quando a despesa é fixada, aí tem-se um teto. Por
exemplo: se a despesa fixada for de R$ 1.000.000,00, o ente não pode gastar mais do que isso, caso contrário
estará realizando despesas não autorizadas.
A banca a considerou correta. E é um posicionamento que ela já tinha adotado antes, quando questionou
em 2009, na prova da AGU: “O princípio da universalidade estabelece que todas as receitas e despesas devem
estar previstas na LOA”. Questão também foi considerada correta.
Enfim, fizemos essa análise só para você “ficar ligado”, mas não fique procurando pelo em ovo! A lei
orçamentária deverá conter todas as receitas e despesas previstas naquele exercício financeiro e pronto!
Gabarito: Certo
Pense conosco: se o orçamento registrasse as receitas as receitas e despesas pelos valores líquidos, nem
todas as receitas e despesas estariam lá. Por exemplo: registrando as receitas e despesas sem nenhuma
dedução, poderíamos ter o registro de uma receita de R$ 1.000,00 e uma despesa de R$ 200,00. Agora, se
utilizássemos valores líquidos e fizéssemos a dedução, registraríamos somente uma receita de R$ 800,00.
Nesse caso, cadê a despesa de R$ 200,00? Seria como se ela não existisse! O orçamento não informaria a
dedução.
É por isso que esses princípios andam juntos! Eles se complementam! E o princípio do orçamento bruto
constitui um pressuposto básico do princípio da universalidade. 😉
Gabarito: Certo
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Vamos fazer uma comparação com o seu orçamento pessoal. Antes você organizava as suas despesas nas
seguintes categorias: saúde, educação e lazer. Se você adicionar uma nova categoria chamada
“investimentos”, a padronização entre o seu orçamento passado e o orçamento atual será quebrada? Claro que
não!
Gabarito: Certo
Além disso, o legislador foi precavido e a legislação já prevê como deverá se proceder caso o Poder
Executivo não envie o PLOA dentro do prazo ou caso o Poder Legislativo não aprove a lei orçamentária no prazo
determinado (situação da questão).
A cada ano, as Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs) determinam que se o PLOA não for sancionado
pelo Presidente da República até 31 de dezembro daquele ano, parte da programação constante do PLOA
poderá ser executado até o limite de 1/12 do total de cada ação prevista no referido projeto de lei, multiplicado
pelo número de meses decorridos até a sanção da respectiva lei. Por exemplo: se o projeto de lei apresenta
uma despesa fixadas para uma ação no total de R$ 120.000,00, em janeiro do ano seguinte é possível executar
R$ 10.000,00 da referida ação (1/12 de R$ 120.000,00). Se, em fevereiro, o PLOA ainda não tiver sido votado e
aprovado, é possível executar mais 1/12, e aí já teremos 2/12. Se decorridos 6 meses até a sanção da LOA, a
Administração pode executar até 6/12 (metade) do total previsto para aquela ação.
Por sinal, isso aconteceu em 2015. A LOA 2015 foi aprovada com 3 meses de atraso!
Gabarito: Errado
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Operação de transferência de recursos entre entes federativos não fere o princípio do orçamento bruto. Nesse
caso, os recursos deverão ser incluídos como despesa no orçamento do ente que transfere e, como receita, no
orçamento daquele que os receber.
Comentários:
Exatamente! Primeiro, relembremos o princípio do orçamento bruto: receitas e despesas constarão da
LOA pelos seus valores totais, vedadas quaisquer deduções. Elas são registradas pelos seus valores brutos, e
não pelos seus valores líquidos.
• Receita de R$ 20.000,00
• Despesa de R$ 100.000,00
Ceará registra:
• Receita de R$ 100.000,00
• Despesa de R$ 20.000,00
Perceba que no orçamento do ente que transfere, registra-se uma despesa. E no orçamento do ente que
recebe, registra-se uma receita. E todas devem constar no orçamento pelos seus valores totais (R$ 100.000,00
e R$ 20.000,00), não pelos seus valores líquidos, deduzidos (R$ 80.000,00).
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer
deduções.
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no
orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva
receber.
Portanto, essa operação de transferência de recursos entre entes federativos em nada fere o princípio do
orçamento bruto. Receita para quem receber. Despesa para quem transferir. Questão correta!
Gabarito: Certo
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Quem entendeu a diferença entre tributo e impostos matou essa questão rapidinho! 😅
Segundo erro: o princípio da não afetação da receita de impostos, no Brasil, restringe-se às receitas de
impostos. Não abrange a receita de todos tributos. Portanto, a receita de contribuições de melhoria pode sim
(e é) afetada (vinculada) a determinadas e específicas despesas. Portanto, contribuição de melhoria não atende
ao princípio da não afetação da receita pública.
Gabarito: Errado
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De novo, Cespe? 😅
Gabarito: Errado
• Princípio da unidade: cada ente da Federação, em cada exercício financeiro, deverá ter somente
um único orçamento;
• Princípio da universalidade: a LOA de cada ente da Federação deverá conter todas as receitas e
as despesas.
Reparou no destaque?
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Portanto, os princípios da unidade e universalidade são, sim, válidos, ainda que haja orçamentos
diferentes no âmbito de cada ente da Federação (e eles são diferentes e independentes mesmo).
Gabarito: Certo
A respeito das técnicas, dos princípios e do ciclo orçamentários, julgue o item a seguir.
A publicação do orçamento em diário oficial é o ato que garante o cumprimento do princípio orçamentário da
clareza.
Comentários:
Opa! Princípio da publicidade é coisa. Princípio da clareza é outra coisa! 😅 E só porque algo está
publicado não significa que ele seja claro.
Por exemplo: imagine um orçamento divulgado somente com os códigos (números) para representar as
receitas e despesas. A relação do significado desses códigos não foi divulgada. Como você vai descobrir o que
cada receita e despesa significa? Além disso, o legislador utilizou-se do seu melhor “juridiquês” e utilizou uma
linguagem que somente um cidadão altamente qualificado seria capaz de entender. De que adianta publicar o
orçamento assim se somente uma minúscula parcela da população vai entender? Isso não é nada transparente!
É por isso que o princípio da clareza está muito relacionado ao princípio da transparência, e o motivo é
óbvio: de que adianta publicar o orçamento se ninguém o entender?
Dito tudo isso, a publicação do orçamento não garante o cumprimento do princípio orçamentário da
clareza. Portanto, a questão está errada!
Gabarito: Errado
B) da unidade.
C) do orçamento-bruto.
D) da anualidade.
E) da exclusividade.
Comentários:
Questão bem interessante! Vamos analisar as alternativas, por exclusão.
Alternativa “c” está errada. O princípio do orçamento bruto dispõe que todas as receitas e despesas
constarão da LOA pelos seus valores totais, vedadas quaisquer deduções. O enunciado não falou nada sobre
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receitas e despesas sendo apresentadas com deduções, por seus valores líquidos. Portanto, não há infração a
esse princípio.
Alternativa “d” está errada. O princípio da anualidade (periodicidade) preceitua que o orçamento deve ser
elaborado e autorizado para um determinado período de tempo, geralmente de 12 meses, chamado de
exercício financeiro. Não houve qualquer menção, na questão, de que o orçamento não seria para um período
diferente do exercício financeiro. Ressalte-se que a aprovação tardia do orçamento, mesmo depois de iniciado
o exercício financeiro a que ele se refere, não constitui infração ao princípio da anualidade.
Alternativa “e” também está errada. De acordo com o princípio da exclusividade, a LOA não conterá
dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. A questão não falou nada sobre algum
outro dispositivo que estava contido na LOA, portanto não há infração a esse princípio.
Então ficamos entre as alternativas “a” e “b”. É aqui que surge a dúvida.
Por um lado, argumenta-se: “a proposta de lei orçamentária anual continha apenas as receitas e despesas
públicas correntes (deixando de lado as receitas e despesas de capital), e o princípio da universalidade diz que
a LOA deverá conter todas as receitas e as despesas.”
Por outro lado, nota-se que a proposta de lei orçamentária anual veio fragmentada, ou melhor, nota-se
a existência de duas propostas de lei orçamentária anual. Na primeira ocasião, o prefeito encaminhou proposta
de lei orçamentária anual contendo apenas as receitas e despesas públicas correntes. No mês seguinte, ele
encaminharia “o resto”, a segunda proposta de lei orçamentária. Essa é uma flagrante infração ao princípio da
unidade, pois, segundo esse princípio, o orçamento deve ser uno. Cada ente federativo, em cada exercício
financeiro, deverá ter somente um único orçamento. Não são dois: um agora só com as receitas e despesas
correntes e outro no mês seguinte com o restante. É um único orçamento (lembrando que, segundo o princípio
da totalidade, é possível a coexistência de vários orçamentos, desde que sejam posteriormente consolidados
em um único orçamento. Esse princípio não se preocupa com a unidade documental).
A banca adotou esse segundo posicionamento e, apesar dos recursos interpostos, apontou como gabarito
definitivo a alternativa “b”.
Gabarito: B
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O nome do princípio é “princípio da não afetação da receita de impostos”, não “da receita de tributos”.
No Brasil, a aplicação desse princípio restringe-se às receitas de impostos.
Gabarito: Errado
D) da programação.
E) da participação.
Comentários:
Eu mesmo (professor Sérgio) fui pego desprevenido nessa prova (sim, eu fiz essa prova! Esse é o cargo
que ocupo atualmente). Eu ainda não tinha visto uma questão que cobrasse onde os princípios estariam
estabelecidos. É por isso que nós, ao longo da aula, nos preocupamos em dizer onde o princípio está
estabelecido, inclusive se ele tem status constitucional ou não.
Vamos às alternativas:
a) Errada. O princípio da uniformidade é extraído da Lei 4.320/64, artigo 22, III.
b) Correta. O princípio da exclusividade está sim previsto na CF/88, mais especificamente no Art. 165, §
8º.
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c) Errada. O princípio do orçamento bruto, apesar de sua importância, não possui status constitucional.
Está previsto
d) Errada. O princípio da programação é um princípio doutrinário, que surgiu a partir da instituição do
orçamento-programa, portanto, não está expressamente previsto em legislação.
e) Errada. O princípio da participação também é um princípio doutrinário. Aliás, ele é muito pouco
reconhecido: muitos autores sequer o citam.
Agora quem ficou curioso para saber se eu acertei essa questão na prova? 😂 Acertei sim! 😄
Gabarito: B
Gabarito: Certo
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As questões que tratam desse princípio batem muito nessa mesma tecla: múltiplos orçamentos,
orçamentos paralelos, orçamentos especiais...
E agora você já sabe: segundo o princípio da unidade (ou totalidade), o orçamento deve ser uno. O
objetivo é justamente evitar múltiplos orçamentos dentro de um mesmo ente federativo e em um mesmo
exercício financeiro.
Tudo bem. Até aqui, a questão está correta ao afirmar que o princípio da totalidade surgiu em razão da
necessidade de adequação a novas situações, possibilitando a existência de múltiplos orçamentos, desde que
eles sejam posteriormente consolidados.
A questão erra, no entanto, quando afirma que o princípio da totalidade substituiu o princípio da unidade.
Não foi isso que aconteceu. Na verdade, o que aconteceu foi que “a doutrina tratou de reconceituar o princípio
de forma que abrangesse as novas situações”.
Portanto, o princípio da totalidade não substituiu o princípio da unidade. Se retirássemos essa parte da
questão, ela ficaria certa.
Gabarito: Errado
Só que o princípio da exclusividade dispõe que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita e à fixação da despesa. Exceções são feitas para:
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Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para todos
os poderes e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item subsequente.
O princípio da exatidão determina que o orçamento público deva ser apresentado em linguagem compreensível
a todas as pessoas que precisem ou desejem acompanhá-lo.
Comentários:
Princípio da exatidão? Não! A questão trouxe o conceito de princípio da clareza!
O princípio da exatidão, também muito relacionado ao princípio da transparência, determina que as leis
orçamentárias devem ser publicadas e divulgadas de forma precisa, possibilitando o controle social da
Administração Pública (o povo, verdadeiro dono do poder, controlando a gestão pública).
O princípio da clareza dispõe que o orçamento público deve ser apresentado em linguagem clara e
compreensível (de fácil entendimento), de forma que as pessoas consigam entendê-lo.
Gabarito: Errado
Na tramitação da Lei Orçamentária Anual (LOA), um deputado federal apresentou emenda propondo a criação
de uma agência de fomento no Centro-Oeste, com o objetivo de incentivar projetos de desenvolvimento
econômico e social da região por meio da concessão de empréstimos e financiamentos.
Em decorrência de seu objetivo, a emenda proposta pelo parlamentar, nessa situação hipotética, viola o
princípio da
a) discriminação.
b) universalidade.
c) unidade.
d) exclusividade.
Comentários:
Beleza, agora o orçamento pode conter qualquer matéria? Até mesmo a criação de uma agência de
fomento no Centro-Oeste?
É claro que não! Um orçamento é um orçamento! 😁 Um orçamento deve conter somente matéria
orçamentária. E é isso que prega o princípio da exclusividade:
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Esse deputado “espertinho” quis aproveitar a célere tramitação da proposta de lei orçamentária para criar
uma agência de fomento no Centro-Oeste.
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“Ah, professores. Mas era por uma boa causa. Era para incentivar projetos de desenvolvimento econômico e
social da região.”
Mas não interessa se era por uma boa causa. 😅 O princípio da exclusividade tem que ser respeitado.
Gabarito: alternativa “d”.
A respeito do ciclo, do processo e dos princípios do orçamento público, julgue o item subsequente.
O tratamento dado aos recursos destinados à educação e à saúde constitui uma exceção ao princípio
orçamentário da não vinculação.
Comentários:
As exceções ao princípio da não afetação da receita de impostos são muito importantes! Elas despencam
em prova. Está aí um exemplo.
Felizmente, a Lady Gaga está aqui rezando para lhe ajudar: RESA GaGa.
Por isso, o tratamento dado aos recursos destinados à educação e à saúde realmente constitui uma
exceção ao princípio orçamentário da não vinculação da receita de impostos.
Gabarito: Certo
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A problema vem agora: a expressão “as receitas públicas não podem estar vinculadas a qualquer tipo de
despesa pública” permite duas interpretações:
1. As receitas públicas só se vinculam a alguns tipos de despesas públicas. Nesse caso a questão
estaria correta, porque, “apesar de o princípio da não afetação proibir as vinculações das receitas
de impostos às despesas, a CF vincula algumas dessas receitas a determinadas despesas” (essa
foi uma questão considerada correta pelo Cespe no concurso da FUB, em 2013).
2. As receitas públicas não se vinculam a nenhum tipo de despesa pública. Nesse caso a questão
estaria incorreta, pois há exceções que permitem a vinculação.
Apesar dos recursos, o Cespe manteve o gabarito como “certo”.
Gabarito: Certo
Dado o princípio da universalidade, o orçamento deve conter todas as receitas e despesas da União, de qualquer
natureza, procedência ou destino, incluída a dos fundos dos empréstimos e dos subsídios. Tal princípio é de
grande importância para o direito financeiro e se concretiza na norma do art. 165, § 5.º, da CF e em diversas
constituições modernas. A respeito do orçamento público na CF e dos princípios orçamentários vigentes no
ordenamento jurídico brasileiro, julgue o item que se segue.
De acordo com o entendimento do STF, a destinação de determinado percentual da receita de ICMS ao
financiamento de programa habitacional ofende a vedação constitucional de vincular receita de impostos a
órgão, fundo ou despesa.
Comentários:
O princípio da não vinculação da receita de impostos, estabelecido no artigo 167, IV, da CF/88, veda a
vinculação de receita de impostos (não de todos os tributos) a órgão, fundo ou despesa, salvo algumas
exceções.
Ora, a questão pergunta se a destinação de determinado percentual da receita, ou seja, a vinculação
de parte da receita de ICMS (que é um imposto 😅) a uma despesa específica ofende o princípio da não
vinculação da receita de impostos. E a resposta é sim! Ofende! Porque está ocorrendo a vinculação de um
imposto a uma despesa que não se encaixa nas exceções previstas na CF/88 (RESA GaGa). O financiamento
de programa habitacional não é uma das exceções.
Gabarito: Certo
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Durante a aula, alertamos para a diferença entre o sentido histórico e o sentido do princípio da anualidade
adotado no Brasil. O princípio da anualidade, em seu sentido histórico, está relacionado ao exercício
financeiro, e não ao ano civil. Já no Brasil, por conta do artigo 34 da Lei 4.320/64, o exercício financeiro
brasileiro coincidirá com o ano civil.
Agora, diga-nos: onde é que a questão falou algo sobre o Brasil?
Em lugar nenhum! Isso porque a questão estava perguntando sobre o sentido histórico! E, no sentido
histórico do princípio, o exercício financeiro não precisa coincidir com o ano civil (lembra que em vários outros
países o exercício financeiro não coincide com o ano civil?). Por isso a questão ficou errada! “Choveram”
recursos para cima do Cespe, mas a banca manteve o seu gabarito.
Lição: fique atento(a) às diferenças entre o sentido histórico e o sentido adotado no Brasil. O Cespe está
gostando de cobrar isso e é por essa razão que enfatizamos isso no nosso curso!
Gabarito: Errado
O princípio da universalidade (globalização) exige que a LOA de cada ente federativo deverá conter todas
as receitas e as despesas de todos os Poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas
pelo poder público. A palavra-chave aqui é “todas” e “todos”.
Gabarito: Certo
I Os princípios orçamentários visam estabelecer regras básicas que norteiem os processos de elaboração,
execução e controle do orçamento público.
II Os princípios orçamentários são válidos para todos os poderes e para todos os entes federativos.
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III O orçamento deve ser preferencialmente uno, o que não impede que cada ente governamental elabore mais
de um orçamento.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e II estão certos.
Comentários:
Vamos analisar item por item:
I. Certo. Os princípios orçamentários estabelecem linhas norteadoras para a elaboração, execução
e controle do orçamento público. Como uma bússola, eles guiam e norteiam esses processos. 😄
Sabe de onde o Cespe tirou isso? Do MCASP! Veja como os textos se parecem:
“Os Princípios Orçamentários visam estabelecer diretrizes norteadoras básicas, a fim de conferir
racionalidade, eficiência e transparência para os processos de elaboração, execução e controle do
orçamento público.”
II. Certo. Os princípios orçamentários são válidos para todos os poderes e para todos os entes!
E, de novo, sabe de onde o Cespe tirou isso? Você acertou: do MCASP! De novo! Este trecho vem logo em
seguida do trecho apresentado no item anterior:
“Válidos para os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos – União,
estados, Distrito Federal e municípios – são estabelecidos e disciplinados por normas constitucionais,
infraconstitucionais e pela doutrina.”
III. Errado. Preferencialmente? Mais de um orçamento? Nada disso! É justamente isso que o
princípio da unidade (totalidade) busca evitar: orçamentos paralelos. Esse princípio prega que
o orçamento deve ser uno, ou seja, para cada ente da Federação, em cada exercício financeiro,
deve existir somente um orçamento.
Gabarito: C
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O parágrafo único do artigo 20 da Lei n.º 4.320/1964, conforme o qual “os programas especiais de trabalho que,
por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa,
poderão ser custeados por dotações globais, classificadas entre as despesas de capital”, constitui uma exceção
ao princípio da
a) exclusividade.
b) universalidade.
c) unidade.
d) periodicidade.
e) especificação.
Comentários:
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Os valores estabelecidos para a efetivação das despesas autorizadas deverão ser proporcionais aos valores
previstos para a arrecadação das receitas. Essa afirmativa faz referência ao princípio orçamentário do(a)
a) equilíbrio.
b) exclusividade.
c) orçamento bruto.
d) proibição e estorno.
e) programação.
Comentários:
Valores das despesas autorizadas proporcionais aos valores das receitas previstas, ou seja, equilíbrio entre
receitas previstas e despesas fixadas.
Qual princípio é esse? O princípio do equilíbrio! Sua finalidade é equilibrar as finanças públicas, o
orçamento, as receitas e as despesas.
Vale destacar que o princípio da programação preceitua que orçamento público deve evidenciar os
programas de trabalho, servindo como instrumento de administração do Governo, facilitando a fiscalização,
gerenciamento e planejamento.
Gabarito: A
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da exclusividade. Os créditos suplementares e especiais são autorizados por lei, afinal o orçamento público
tem que ser uma lei (princípio da legalidade). Exceção se faz aos créditos extraordinários, os quais são
autorizados e abertos por Medida Provisória (no âmbito federal e nos demais entes que possuam Medida
Provisória. Nos demais, serão abertos por decreto do Poder Executivo).
b) Errado. Na verdade, a divisão do orçamento em orçamento fiscal (OF), de investimentos (OI) e da
seguridade social (OSS) não constitui transgressão ao princípio da unidade (totalidade). É possível a
coexistência de vários orçamentos, desde que sejam posteriormente consolidados em um único orçamento.
c) Errado. Uma das exceções ao princípio da exclusividade é a autorização para contratação de operações
de crédito, ainda que por antecipação de receita orçamentária (ARO).
d) Errado. Os créditos extraordinários são autorizados e abertos por Medida Provisória. Observe o
disposto no artigo 62, da CF/82:
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias,
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.
e) Certo. A banca simplesmente listou vários princípios que vimos ao longo da aula.
Gabarito: E
A vinculação legal entre recurso e objeto é restrita ao exercício de ingresso do recurso, sendo desfeita no
exercício subsequente.
Comentários:
A resposta para essa questão está na LRF, observe:
Art. 8, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em
que ocorrer o ingresso.
Quer dizer: vinculou? Está vinculado! Mesmo que vire o ano! Portanto, a vinculação legal entre recurso e
objeto não é restrita ao exercício de ingresso do recurso, e não é desfeita no exercício subsequente.
Gabarito: Errado
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A questão diz que não há ressalvas de repartição do produto da arrecadação de impostos. Pegamos o
Cespe na mentira! 😄
Gabarito: Errado
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III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
Resumindo: OC £ DK
Já deu para perceber que a questão estava falando do princípio do equilíbrio e não do princípio da
legalidade, não é mesmo? O restante da questão está todo correto. É só substituir a palavra “legalidade” por
“equilíbrio” que a questão ficaria correta.
Atenção às ressalvas: créditos suplementares ou especiais (extraordinários não) com finalidade precisa
(não genérica), aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta (não é maioria simples ou maioria
relativa).
Gabarito: Errado
Sim! É isso mesmo. A regra do princípio da não afetação da receita de impostos é: a vinculação de receita
de impostos a órgão, fundo ou despesa é vedada! Mas existem ressalvas (exceções) previstas na própria
CF/88. Nesses casos, há vinculação sim de parte da receita de impostos para atender a determinadas despesas.
Na Lei Orçamentária Anual, a autorização, para a abertura de créditos suplementares é exceção ao princípio
orçamentário da não afetação de receita.
Comentários:
Agora o Cespe tenta fazer uma salada mista, um grande “mistureba”, das exceções. 😅
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Perceba que a autorização para a abertura de créditos suplementares não é exceção a esse princípio. Na
verdade, ela é exceção ao princípio da exclusividade, segundo o qual o orçamento não conterá dispositivo
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, mas não somente isso. Duas exceções são feitas. São
elas:
Gabarito: Errado
Lembre daquele exemplo em que você e seus amigos foram ao barzinho e seu amigo pediu leite. É mais
fácil fiscalizar a conta se ela agrupar tudo em um bloco só (chamado “bebidas”) ou se ela discriminar os itens,
um por um? Se discriminar, é claro! E no orçamento público é do mesmo jeito: receitas e despesas
discriminadas (detalhadas) facilitam a fiscalização parlamentar (e o controle social também).
Gabarito: Errado
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Assinale a opção correta com relação aos princípios orçamentários. Nesse sentido, considere que a sigla LOA,
sempre que utilizada, se refere a lei orçamentária anual.
a) O princípio da unidade prevê que a LOA deverá conter os valores brutos de todas as receitas e todas as
despesas.
b) O princípio da universalidade garante que a LOA deverá ser única no âmbito de atuação de cada ente
federativo.
c) O princípio da uniformidade prevê que a LOA apresente e conserve uma estrutura que permita a comparação
ao longo dos diversos exercícios e mandatos.
d) Consta no princípio da legalidade que a vigência da LOA deve ser limitada a um ano-calendário, iniciando-se
em 1.º de janeiro e terminando em 31 de dezembro.
e) De acordo com o princípio da anualidade, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa,
senão em virtude de lei.
Comentários:
Vamos às alternativas:
a) Errado. Esse é o princípio do orçamento bruto. O princípio da unidade prevê que o orçamento seja
uno. Cada ente federativo, em cada exercício financeiro, deverá ter somente um único orçamento.
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Por isso, ele requer que o orçamento mantenha uma mínima padronização na apresentação de seu
conteúdo e conserve, ao longo dos exercícios financeiros, uma estrutura que permita comparações entre os
sucessivos mandatos.
Gabarito: Certo
Comentários:
É isso mesmo! De acordo com o princípio da não afetação (não vinculação) da receita de impostos (o
nome já diz tudo...): é vedada a vinculação de receita de impostos (não de todos os tributos) a órgão, fundo
ou despesa, ressalvadas exceções previstas na CF/88.
Gabarito: Certo
O princípio da não afetação da receita veda a vinculação de receita de impostos, taxas e contribuições a
despesas, fundos ou órgãos.
Comentários:
Mais uma vez... viu como o Cespe gosta desse princípio?
De acordo com a CF/88, existem 5 (cinco) espécies de tributos (“teoria pentapartida”) e os impostos são
somente uma das espécies de tributos. Tributo é mais abrangente, é gênero. Imposto é uma espécie do
gênero tributo.
Muito bem, como o próprio Cespe já disse: “a abrangência do princípio orçamentário da não vinculação
de receitas restringe-se às receitas de impostos” ou “o princípio orçamentário da não afetação (...), no Brasil, é
aplicável somente às receitas de impostos (...)”.
Portanto, produto da arrecadação dos impostos não pode ser vinculada (salvo as exceções
constitucionais), mas o produto da arrecadação das demais espécies tributárias (como as taxas e
contribuições) pode sim ser vinculado, ao contrário do que afirma a questão.
Gabarito: Errado
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Art. 8, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em
que ocorrer o ingresso.
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Lista de questões
1. CESPE – MPE-PI – Analista Ministerial – 2018
De acordo com os princípios que regulam o orçamento público, julgue o item seguinte.
De acordo com os princípios que regulam o orçamento público, julgue o item seguinte.
Cada ente da Federação deve possuir apenas um orçamento, estruturado de maneira uniforme.
Quando o Poder Legislativo local não consegue apreciar, discutir, votar e aprovar a lei orçamentária no prazo
determinado — dezembro de todo ano —, o ente federativo inicia o exercício financeiro seguinte em
descumprimento ao princípio da anualidade.
Operação de transferência de recursos entre entes federativos não fere o princípio do orçamento bruto. Nesse
caso, os recursos deverão ser incluídos como despesa no orçamento do ente que transfere e, como receita, no
orçamento daquele que os receber.
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O empréstimo compulsório, criado para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública,
de guerra externa ou iminente, é um imposto que atende ao princípio da não afetação da receita pública.
A respeito das técnicas, dos princípios e do ciclo orçamentários, julgue o item a seguir.
A publicação do orçamento em diário oficial é o ato que garante o cumprimento do princípio orçamentário da
clareza.
A) da universalidade.
B) da unidade.
C) do orçamento-bruto.
D) da anualidade.
E) da exclusividade.
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O princípio da não afetação das receitas veda a vinculação de tributos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas
as exceções estabelecidas pela Constituição Federal de 1988.
B) da exclusividade.
C) do orçamento bruto.
D) da programação.
E) da participação.
Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para todos
os poderes e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item subsequente.
O princípio da totalidade surgiu em razão da necessidade de se reformular o princípio da unidade, o qual
substituiu, tornando possível a elaboração de múltiplos orçamentos, que devem ser consolidados para a
apreciação legislativa.
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Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para todos
os poderes e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item subsequente.
O princípio da exatidão determina que o orçamento público deva ser apresentado em linguagem compreensível
a todas as pessoas que precisem ou desejem acompanhá-lo.
Na tramitação da Lei Orçamentária Anual (LOA), um deputado federal apresentou emenda propondo a criação
de uma agência de fomento no Centro-Oeste, com o objetivo de incentivar projetos de desenvolvimento
econômico e social da região por meio da concessão de empréstimos e financiamentos.
Em decorrência de seu objetivo, a emenda proposta pelo parlamentar, nessa situação hipotética, viola o
princípio da
a) discriminação.
b) universalidade.
c) unidade.
d) exclusividade.
A respeito do ciclo, do processo e dos princípios do orçamento público, julgue o item subsequente.
O tratamento dado aos recursos destinados à educação e à saúde constitui uma exceção ao princípio
orçamentário da não vinculação.
Dado o princípio da universalidade, o orçamento deve conter todas as receitas e despesas da União, de qualquer
natureza, procedência ou destino, incluída a dos fundos dos empréstimos e dos subsídios. Tal princípio é de
grande importância para o direito financeiro e se concretiza na norma do art. 165, § 5.º, da CF e em diversas
constituições modernas. A respeito do orçamento público na CF e dos princípios orçamentários vigentes no
ordenamento jurídico brasileiro, julgue o item que se segue.
De acordo com o entendimento do STF, a destinação de determinado percentual da receita de ICMS ao
financiamento de programa habitacional ofende a vedação constitucional de vincular receita de impostos a
órgão, fundo ou despesa.
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I Os princípios orçamentários visam estabelecer regras básicas que norteiem os processos de elaboração,
execução e controle do orçamento público.
II Os princípios orçamentários são válidos para todos os poderes e para todos os entes federativos.
III O orçamento deve ser preferencialmente uno, o que não impede que cada ente governamental elabore mais
de um orçamento.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
O parágrafo único do artigo 20 da Lei n.º 4.320/1964, conforme o qual “os programas especiais de trabalho que,
por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa,
poderão ser custeados por dotações globais, classificadas entre as despesas de capital”, constitui uma exceção
ao princípio da
a) exclusividade.
b) universalidade.
c) unidade.
d) periodicidade.
e) especificação.
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d) Auxiliar o controle parlamentar no que se refere às ações do executivo constitui uma das funções dos
princípios orçamentários, motivo pelo qual esses princípios são tratados como mandamentos, sem admissão
de ressalvas.
e) Conforme o princípio da anualidade, as previsões de receitas e de despesas se referem sempre a um período
limitado de tempo, denominado exercício financeiro. Se os parlamentares não aprovam o orçamento no prazo
determinado, o orçamento do exercício seguinte se inicia descumprindo o referido princípio.
Os valores estabelecidos para a efetivação das despesas autorizadas deverão ser proporcionais aos valores
previstos para a arrecadação das receitas. Essa afirmativa faz referência ao princípio orçamentário do(a)
a) equilíbrio.
b) exclusividade.
c) orçamento bruto.
d) proibição e estorno.
e) programação.
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d) Os orçamentos e créditos adicionais somente poderão ser aprovados por lei formal, sendo vedada a edição
de medida provisória que verse sobre matéria orçamentária.
e) O orçamento deve atender a determinados princípios, entre os quais os da unidade, da universalidade, da
anualidade, da proibição de estorno, da não afetação de receita e da exclusividade de matéria orçamentária.
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Assinale a opção correta com relação aos princípios orçamentários. Nesse sentido, considere que a sigla LOA,
sempre que utilizada, se refere a lei orçamentária anual.
a) O princípio da unidade prevê que a LOA deverá conter os valores brutos de todas as receitas e todas as
despesas.
b) O princípio da universalidade garante que a LOA deverá ser única no âmbito de atuação de cada ente
federativo.
c) O princípio da uniformidade prevê que a LOA apresente e conserve uma estrutura que permita a comparação
ao longo dos diversos exercícios e mandatos.
d) Consta no princípio da legalidade que a vigência da LOA deve ser limitada a um ano-calendário, iniciando-se
em 1.º de janeiro e terminando em 31 de dezembro.
e) De acordo com o princípio da anualidade, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa,
senão em virtude de lei.
No que se refere à atuação do Estado nas finanças públicas e ao orçamento público, julgue o item que se segue.
A abrangência do princípio orçamentário da não vinculação de receitas restringe-se às receitas de impostos.
O princípio da não afetação da receita veda a vinculação de receita de impostos, taxas e contribuições a
despesas, fundos ou órgãos.
Julgue o próximo item de acordo com o disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal, quanto à utilização de
recursos legalmente vinculados.
Os recursos legalmente vinculados a uma finalidade específica devem ser utilizados exclusivamente para
atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
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Gabarito
1. Certo 15. Errado 29. C
2. Certo 16. B 30. A
3. Certo 17. Certo 31. E
4. Certo 18. Errado 32. Errado
5. Certo 19. Errado 33. Errado
6. Errado 20. Errado 34. Errado
7. Certo 21. D 35. Certo
8. Errado 22. Certo 36. Errado
9. Errado 23. Certo 37. Errado
10. Errado 24. Certo 38. C
11. Certo 25. Errado 39. Certo
12. Errado 26. Certo 40. Certo
13. B 27. C 41. Errado
14. Errado 28. E 42. Certo
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Resumo direcionado
Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para
todos os poderes e todos os níveis de governo”.
Unidade (Totalidade) O orçamento deve ser uno. Cada ente federativo, em cada exercício financeiro,
deverá ter somente um único orçamento.
Universalidade A LOA de cada ente federativo deverá conter todas as receitas e as despesas.
(Globalização)
Orçamento bruto Todas as receitas e despesas constarão da LOA pelos seus valores totais, vedadas
quaisquer deduções. Registra-se pelos seus valores brutos, e não pelos seus valores
líquidos.
Legalidade Cabe à Administração Pública fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei
expressamente autorizar. PPA, LDO, LOA e créditos suplementares e especiais são
leis. Exceção: créditos extraordinários.
Não vinculação (Não É vedada a vinculação de receita de impostos (não de todos os tributos) a órgão,
afetação) da Receita de fundo ou despesa, ressalvadas exceções previstas na CF/88.
Impostos
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Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso
em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro
subsequente.
Créditos ordinários
Créditos suplementares
Créditos especiais
Créditos extraordinários
setembro-18
Créditos especiais (últimos quatro meses)
O orçamento público brasileiro é autorizativo, mas possui traços de orçamento impositivo. Lembre-se da
Vampira do X-Men!
Exceções ao princípio da Não vinculação (Não afetação) da Receita de Impostos: RESA GaGa
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DRU (Desvinculação de Receitas da União): EC 93/16 prorrogou o prazo para desvinculação até 31/12/2023
e trouxe novidades:
Contribuições
20% 30% - -
sociais
Multas - - - 30%
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Prof. Arthur Lima
Nome do curso Aula 00
Aula 00 - Introdução à
Administração Financeira e
Orçamentária
AFO p/ TCE-RJ
Prof. Sérgio Machado
Prof. Marcel
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Sumário
INTRODUÇÃO À AFO .............................................................................................................................. 6
GABARITO ............................................................................................................................................ 57
Olá! 😃
Para quem não me conhece ainda, aqui vai uma breve apresentação: tenho três graduações
(Administração, Comércio Exterior e Administração Internacional) e uma pós-graduação. Atualmente sou
Auditor de Contas Públicas do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB). Também fui aprovado para
os cargos de Agente de Fiscalização e Agente de Fiscalização – Administração no TCE-SP, auditor júnior da
Transpetro, AJAA do TRT-7, técnico e AJAA do TRF 5.
E aqui é o professor Marcel Guimarães.
Sou Consultor Legislativo do Senado Federal, na Área de Assessoramento em Orçamentos.
Anteriormente, ocupei os cargos de Auditor Federal de Controle Externo do TCU (2009 a 2014), de Analista de
Finanças e Controle da CGU (2008 a 2009) e de Engenheiro Civil dos Correios – ECT (2001 a 2008). Sou graduado
em Engenharia Civil pela Unicamp e em Matemática pelo Centro Universitário Claretiano. Também sou pós-
graduado em Administração Financeira pela FGV e em Desenvolvimento de Sistemas Orientados a Objeto pela
UnB. Além do Senado Federal, TCU, CGU e ECT, também fui aprovado nos concursos do MPU, IPEA, TJDFT,
MPOG, Anatel, Inmetro, INSS, Infraero e, em 2014, para Consultor de Orçamentos da Câmara dos Deputados.
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Muito bem...
Este sou eu, o professor Sérgio:
E eu estou nas redes sociais. Vocês podem conversar comigo pelo meu Instagram. Lá vocês podem
refrescar a vista, vendo várias outras fotos desse cara bonito, sarado... 😂 Brincadeira, pessoal! Lá eu
compartilho dicas, conteúdos e muitas outras coisas legais. 😃 Falem comigo lá!
ProfSergioMachado (https://www.instagram.com/profsergiomachado)
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Também estou nas redes sociais. Vocês podem me acompanhar no Instagram. Lá vocês não irão ver
ninguém sarado, mas eu costumo postar fotos das comidas que eu faço (lasanha, picanha, strogonoff,
hambúrguer de fraldinha, brigadeiro e outras coisas bem úteis kkkkkkk). De vez em quando, também
compartilho alguma coisa séria sobre concurso hahahaha.
Prof.MarcelGuimaraes (https://www.instagram.com/prof.marcelguimaraes)
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Aproveite e sorria também enquanto você pensa em tudo isso. E fique de cabeça erguida! Não baixe a
cabeça!
Tome o seu momento. Isso é fundamental para você. São minutos que podem te ganhar anos!
Pronto! Agora tem mais uma coisa: nunca pense ou diga que odeia uma matéria, que não gosta de estudar
determinada matéria. Por mais que você odeie de verdade, a partir de hoje não pense e não diga mais isso.
Nós somos o que nós comunicamos. Se você comunica que tal matéria é chata e difícil, adivinha o que
vai acontecer... 🤨
Um pensamento repetido várias vezes vira uma crença. E você sabe o quanto é difícil desfazer uma
crença...
Pessoal, isso é sério! Nós não estaríamos falando isso pra você (“gastando o seu tempo”) se isso não fosse
crucial para sua aprovação. 😳
Então, aqui só tem pensamento positivo! Queremos ver você sorrindo enquanto estuda. Quando você
sorri fazendo algo, seu cérebro entende que aquilo é bom pra você e isso facilita o aprendizado e a
memorização. 😃
Portanto, pense e repita pra si mesmo ou pra quem você quiser: “eu adoro AFO!”
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Nessa aula, nós vamos fazer um tour pelos principais pontos da nossa matéria, como se fosse um voo de
avião, no qual nós vamos apontando para você o que é mais importante e o que você precisa saber antes de
estudar os demais assuntos da nossa matéria, antes de “entrar nessa floresta”.
Muitos alunos entram logo de cara na floresta e saem tentando adivinhar o caminho, na base da tentativa
e erro. Muitas vezes eles se perdem e têm que voltar para onde começaram, para ver o que foi que deu errado.
Isso é um desperdício enorme de tempo e esforço!
Mas você é diferenciado! Você não vai fazer isso! Você vai ter um mapa e vai fazer um reconhecimento
do terreno antes de entrar na floresta!
Fechou?
Então vamos começar!
Introdução à AFO
Antes de começar a estudar uma matéria, é bom saber o que ela estuda. 😏
Fique atento
Administração Financeira e Orçamentária é o estudo das finanças e do orçamento público
Bom... nós administramos tudo que é importante para nós, em busca de algum objetivo. Você
administra o seu dinheiro para se sustentar no mês, não é mesmo? Você administra os seus estudos para ser
aprovado num concurso público, não é mesmo? Então, é para isso que serve a administração: atingir objetivos.
Ela utiliza a racionalidade para gerenciar os recursos, permitindo o alcance de objetivos.
Por exemplo: se você doar dinheiro para uma instituição de proteção e resgate de animais, você gostaria de saber se esse
dinheiro realmente está sendo aplicado na proteção e resgate de animais? Ou você não gostaria de saber e não se importa
se os dirigentes da instituição usarem o seu dinheiro para viajar para a Europa a lazer? 🤔
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No entanto, não é só o nosso dinheiro que está em jogo: é o futuro de uma nação e a vida de milhões de
pessoas, porque se os recursos não forem bem aplicados, muitos poderão encontrar-se desamparados, sem
dinheiro, sem saúde, sem educação, sem futuro. Seria o verdadeiro caos! Tudo porque o planejamento foi falho
e os recursos não foram bem administrados... 😳
O bem-estar da sociedade, desenvolvimento econômico, vida digna para todos, dentre outros. Nós, aqui
no Brasil, podemos até dizer que nossos objetivos são aqueles estampados no artigo 3º da Constituição Federal
de 1988 (CF/88):
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação.
Veja como tudo está interligado! 😃 Direito Constitucional e AFO. E é para ser assim mesmo! Afinal, o
direito é uno. 😄
Ah, falando nisso, temos também o Direito Financeiro. Esse é um ramo do direito público que disciplina
a Atividade Financeira do Estado (AFE), por isso ele abrange tudo relacionado a receitas públicas, despesas
públicas, crédito público e orçamento público.
As mais relevantes fontes de receitas públicas são os tributos, estudados no Direito Tributário: um ramo
específico, que conquistou sua autonomia em relação ao Direito Financeiro (ainda lembrando que o direito é uno,
ok?). E o Direito Financeiro, visto sob o prisma administrativo, trata da Administração Financeira
Orçamentária, justamente a nossa matéria.
Quem resume tudo isso muito bem é o Manual Técnico de Orçamento (MTO) 2019:
O Direito Financeiro tem por objeto a disciplina jurídica de toda a atividade financeira do Estado e
abrange receitas, despesas e créditos públicos. O Direito Tributário tem por objeto específico a
disciplina jurídica de uma das origens da receita pública: o tributo.
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“Ok. Mas de onde a AFO vai tirar essas informações? Quais são as fontes da AFO, do Direito Financeiro?” 🤨
Em primeiro lugar, temos como fonte a Constituição Federal de 1988 (CF/88), especialmente em seus
artigos 163 a 169, reunidos no Capítulo II (das finanças públicas) do Título VI (da tributação e do orçamento).
Veja só a importância que a nossa Constituição deu para as finanças públicas! 🧐
A CF/88 é classificada como uma fonte formal. Fontes formais são o direito positivado, ou seja, são
basicamente as regras escritas. Já as fontes materiais são atos que exprimem fatos. Podemos ainda classificar
as fontes formais em fontes primárias (as mais importantes) e em fontes secundárias (menos importantes).
Enfim, falamos tudo isso só para lhe dizer que as fontes primárias (principais) do Direito Financeiro são:
Vale destacar aqui duas importantes leis para o nosso estudo: a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e
a Lei 4.320/64.
Essa última, apesar da sua data de publicação (17 de março de 1964) ainda está em pleno vigor! Ela
dispõe sobre normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Vale ressaltar que ela, originalmente, é uma lei
ordinária, ou seja, passou pelo rito de aprovação próprio das leis ordinárias, mas com o advento das
Constituições de 1967 e 1988, ganhou status de lei complementar.
Já a LRF estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá
outras providências. Ela fala de planejamento, receita pública, despesa pública, transparência e outras coisas
mais. Veremos alguns pontos dela durante o curso, mas teremos aulas específicas para nos aprofundar nessa
importante lei.
Fique atento
A LRF e a Lei 4.320/64 são fontes importantíssimas para o Direito Financeiro
Ah! Também não nos esqueçamos da doutrina. Muitas vezes temos que recorrer à doutrina para estudar,
explicar, algum fenômeno do Direito Financeiro.
“Beleza, professores! Já falamos do objeto, dos objetivos, das fontes… mas se um ente federativo quiser fazer
um lei sobre Direito Financeiro, ele pode? E sobre orçamento público?” 🤔
Muito bem. Em outras palavras, você está perguntando: de quem é a competência para legislar sobre
Direito Financeiro? E para legislar sobre Orçamento?
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II – orçamento; (...)
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas
gerais.
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar
dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe
for contrário.
Não sei vocês, mas nós gostamos do mnemônico:
Tri Fi Pen Ec Ur O
Tem gente que gosta do PUFETO (Penitenciário, Urbanístico, Financeiro, Econômico, Tributário e
Orçamento). Escolha o que você achar melhor!
PUFETO
“E esses parágrafos aí, professores?” 🤨
Funciona assim:
Quem faz as normas gerais é a União. Os Estados podem fazer normas suplementares.
Mas e se a União não tiver feito normas gerais? Aí cada Estado pode fazer suas próprias normas gerais. 😃
Ah, mas depois a União fez uma lei de normas gerais. Beleza. Se tiver dispositivos na lei estadual que
sejam conflitantes com os dispositivos da lei federal, aqueles (os da lei estadual) terão sua eficácia suspensa.
Pronto! É isso!
E pra você que vai fazer prova para o Estado do Rio de Janeiro, observe esse dispositivo da Lei estadual
287/79, que aprova o código de administração financeira e contabilidade pública do estado do rio de janeiro e
dá outras providências:
Art. 3º - As normas e princípios deste Código, para os efeitos da Administração Financeira, consubstanciam
as normas gerais de Direito Financeiro, estabelecidas pela União, e as especiais, supletivas e
complementares, referentes ao Estado do Rio de Janeiro.
Entendeu? Consubstanciar significa unir em uma única substância, reunir, consolidar, concentrar. Esse
dispositivo simplesmente nos diz que essa Lei reúne normas gerais estabelecidas pela União e normas
especiais, supletivas e complementares referentes ao Estado do Rio de Janeiro.
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Ah! Só mais um detalhe: você quer ver como compete ao Estado do Rio de Janeiro, concorrentemente
com a União, legislar sobre Tri Fi Pen Ec Ur O? 😄 Então observe a própria Constituição do Estado do Rio de
Janeiro (CE-RJ):
Art. 74. Compete ao Estado, concorrentemente com a União, legislar sobre:
a) da despesa feita pela administração pública, sendo que a receita arrecadada fica a cargo do direito tributário.
b) da receita, da despesa e do orçamento público e privado.
c) de regulamentar a instituição de tributos.
d) do orçamento, do crédito, da receita e da despesa no âmbito da administração pública.
e) tão-somente da receita e da despesa públicas.
Comentários:
Você vai ver: nossa praxe é comentar todas as alternativas. Vamos lá!
a) Errada. O Direito Financeiro cuida de despesas e receitas também! O Direito Tributário só vai cuidar de um tipo de
receita: o tributo.
b) Errada. Orçamento privado? O Estado agora vai fazer o orçamento da sua casa? De empresas privadas? Negativo. O
Direito Financeiro vai cuidar é o orçamento público.
d) Correta. Veja o que diz o Manual Técnico de Orçamento (MTO) 2018: “O Direito Financeiro tem por objeto a disciplina
jurídica de toda a atividade financeira do Estado e abrange receitas, despesas e créditos públicos. O Direito Tributário
tem por objeto específico a disciplina jurídica de uma das origens da receita pública: o tributo”. Lembrando que a Atividade
Financeira do Estado (AFE) também abrange o orçamento público, por isso a questão está mesmo correta.
Gabarito: D
CESPE – Procurador – PD-DF - 2013
A respeito das normas que regem o direito financeiro e orçamentário, julgue os itens a seguir. Diferentemente da Lei n.º
4.320/1964, que tem hoje status de lei complementar, a LRF procura estabelecer normas gerais sobre orçamento e
balanços.
Comentários:
Opa! A LRF também é lei complementar. Ela estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade
na gestão fiscal e dá outras providências. Quem procura estabelecer normas gerais sobre orçamento e balanços é a
própria Lei n.º 4.320/1964, citada no início da questão. Por isso que a questão ficou errada!
Só mais uma coisa: hoje a Lei n.º 4.320/1964, de fato, tem status de lei complementar. Essa parte da questão está correta!
Gabarito: Errado
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Por isso, agora vamos lhe apresentar um conceito mais formal de AFO: é a disciplina que estuda a
Atividade Financeira do Estado (AFE).
É como o Estado obtém, cria, administra e despende recursos públicos para atender as necessidades
públicas e a prover os serviços tipicamente estatais. Seu objetivo é proporcionar recursos econômicos para o
custeio da manutenção e funcionamento do Estado.
Perceba, então, que Atividade Financeira do Estado é puramente instrumental, isto é, ela é um
instrumento que ajuda o Estado atingir a sua finalidade. Arrecadar recursos, por exemplo, não é o fim, mas
somente o meio para alcançar o fim.
Exemplo: de que adianta o Município de Fortaleza só arrecadar R$ 1.000.000,00? Só arrecadar e nada mais.
Não! 😐 O dinheiro só ficou guardado lá. Então, só arrecadar não adianta de nada. Só arrecadar não é o fim!
Porém, a arrecadação desses recursos certamente é necessária para melhorar a saúde, a educação e a segurança, não é
mesmo? Por isso, podemos dizer que essa arrecadação é um meio (um instrumento) para alcançar o fim.
A finalidade do Estado é o bem comum da coletividade. Por isso, a principal finalidade da Atividade
Financeira do Estado, tendo em vista a sua instrumentalidade, é a promoção do desenvolvimento econômico
e social e a consecução do bem comum.
Muito bem.
Então, repetindo (agora nas palavras do mestre Aliomar Baleeiro): a Atividade Financeira do Estado
“consiste em obter, criar, gerir e despender o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado
assumiu ou cometeu àqueloutras pessoas de direito público”.
Portanto, faz parte da Atividade Financeira do Estado tudo que diz respeito a:
1. receita pública;
2. despesa pública;
3. crédito público; e
4. orçamento público.
Parece complicado, mas não é! Dá para fazer uma comparação entre o Estado e a sua própria casa! 🏡
Veja só:
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Receita pública
Na sua casa, você (ou alguém da sua casa) ganha dinheiro de alguma ou diversas formas.
No Estado, a arrecadação de recursos também é feita de diversas formas, sendo a principal delas a
arrecadação de tributos. É aqui que o Estado obtém recursos.
Em sentido amplo, receitas públicas são ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado, ou seja,
entrou dinheiro, é receita.
Só que nem todo ingresso de recursos pertence ao Estado (está à disponibilidade do Estado). Alguns
recursos entram somente em caráter temporário e não integram a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Por exemplo: às vezes, uma empresa contratada precisa prestar uma garantia para a Administração Pública. Ela pode fazer
isso por meio de um depósito em caução. O dinheiro fica lá na conta da Administração, mas não é dela! Ao final do
contrato, se ele for executado como contratado, o dinheiro será devolvido ao contratado.
Veja que o não é uma receeeeeita que aumenta o patrimônio do Estado! 😜 O Estado não pode usar esse
dinheiro que não é dele! Nesse caso, o Estado é um mero depositário desses recursos!
Chamamos esse tipo de ingresso de ingresso extraorçamentário (ou receita extraorçamentária).
Simples! Serão receitas orçamentárias. Essas sim são disponibilidades de recursos financeiros. Elas
ingressam durante o exercício e constituem elemento novo para o patrimônio público (aumentam o
patrimônio ⬆💰). O Estado pode, de fato, usar esse dinheiro para executar políticas públicas e que mais for
preciso para atender às necessidades públicas. Essa é a receita pública em sentido estrito.
Ingressos extraorçamentários
Ingressos
receita pública em sentido amplo
Receita orçamentária
receita pública em sentido estrito
Despesa pública
Na sua casa, você tem que gastar recursos para sobreviver e para satisfazer suas necessidades e desejos.
O Estado também tem que gastar recursos para cumprir os seus fins, por exemplo: fornecendo saúde,
segurança, educação e toda uma estrutura que permita a vida em sociedade. É aqui que o Estado despende os
recursos.
A despesa pública é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos para o funcionamento e
manutenção dos serviços públicos prestados à sociedade. Em outras palavras: é a aplicação de recursos
públicos para realizar as finalidades do Estado.
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Na receita pública, nós temos receitas extraorçamentárias e receitas orçamentárias. Na despesa pública,
é a mesma coisa: temos despesas extraorçamentárias e despesas orçamentárias.
Vamos explicar por meio de uma questão:
Considere a situação hipotética: “A empresa vencedora da modalidade concorrência de um processo de licitação teve que
efetuar um depósito caução na ordem de R$ 500 mil reais como garantia do cumprimento do objeto do contrato.” A
devolução desse dispêndio pelo cofre público deverá ser tratada como um(a)
a) receita orçamentária.
b) despesa orçamentária.
d) despesa extraorçamentária.
Comentários:
Primeiro, queremos destacar que a “ordem natural das coisas” é que uma receita orçamentária (RO) é prevista no
orçamento e, em contrapartida, temos uma despesa orçamentária (DO) fixada no orçamento. Em outras palavras: entrou
como receita orçamentária, vai sair como despesa orçamentária. Podemos resumir isso assim: RO ➡ DO.
Muito bem! A questão cita justamente o exemplo que utilizamos antes: depósito em caução como garantia do
cumprimento do objeto do contrato. Então já sabemos que essa é uma receita extraorçamentária (REO).
Beleza. Agora vamos matar a questão: regra geral, se entrou como receita extraorçamentária, vai sair como despesa
extraorçamentária (DEO). A contrapartida (devolução) de uma receita extraorçamentária, é uma despesa
extraorçamentária. Nós resumimos isso assim: REO ➡ DEO.
Pense bem: essa receita extraorçamentária não estava prevista no orçamento, afinal ela só entrou temporariamente.
Quando ela sair, por que agora, “magicamente”, ela deveria entrar no orçamento? Não tem motivo. Essa despesa também
não está no orçamento. É uma despesa extraorçamentária.
Agora tem um detalhe: se o contratado não cumprir o contrato, a Administração Pública vai executar aquela garantia (vai
ficar com aquele valor da caução para ela). Portanto, o que antes era um ingresso de caráter temporário vai passar a
incorporar o patrimônio do ente, ou seja, vai virar receita orçamentária.
É por isso que dissemos que “regra geral, se entrou como receita extraorçamentária, vai sair como despesa
extraorçamentária”: porque é possível entrar como receita extraorçamentária, transformar-se em receita orçamentária
e depois sair normalmente como uma despesa orçamentária. Resumimos assim: REO ➡ RO ➡ DO
RO ➡ DO
REO ➡ DEO
REO ➡ RO ➡ DO
A questão não falou que a Administração executou a garantia. Ela simplesmente devolveu a caução. Portanto, entrou
como receita extraorçamentária e vai sair como despesa extraorçamentária.
Gabarito: D
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Crédito público
Na sua casa, você nem sempre tem os recursos disponíveis, naquele momento, para atender às suas
necessidades e desejos imediatos.
Por exemplo: você quer comprar um carro novo, mas não consegue pagá-lo à vista. O que você pode fazer? Uma opção é
obter crédito. Você recebe o carro na hora, mas se compromete a pagar por ele em parcelas, e com juros. Isso é, em
essência, um empréstimo, um financiamento.
O Estado também nem sempre dispõe de recursos para uma obra ou um serviço que precisam ser feitos
naquele momento. Então, o que fazer?
Do mesmo jeito que uma pessoa física, o Estado também pode obter crédito (se endividar), só que por
meio de operações de crédito. É aqui que o Estado cria recursos.
Operações de crédito são compromissos financeiros assumidos. Elas geram um passivo, aumentam o
endividamento, a dívida pública.
Um exemplo interessante de operação de crédito é a emissão de títulos públicos. Você compra um título,
entregando dinheiro para o Estado, que se compromete a lhe devolver esse dinheiro com juros daqui a alguns
anos. Em essência, o que está acontecendo é que você está emprestando dinheiro para o Estado, não é mesmo?
Orçamento público
Na sua casa, o ideal é que seja feito um planejamento, ou melhor, um orçamento, para garantir que o
dinheiro que você ganha seja suficiente para pagar pelo que é necessário e pelo o que você deseja comprar.
Caso contrário, você corre o risco de terminar o mês sem dinheiro para pagar pela sua própria alimentação! 😬
No Estado acontece a mesma coisa: é preciso planejar, gerenciar, os recursos para que as necessidades
e desejos da sociedade sejam atendidos (sempre lembrando que existe uma priorização, já que os recursos são
finitos, e os desejos são infinitos). Portanto, é aqui que o Estado administra (gere) recursos.
Além disso, você, cidadão, não vai investir o seu dinheiro num Estado que não lhe apresenta um plano
de aplicação, não é mesmo? Já que você está entregando o seu dinheiro, você quer saber exatamente o que
será feito com ele, não quer? E mais: você espera um retorno. Um retorno que possua um valor maior do que
a quantia que você entregou, caso contrário você não vai mais querer entregar seu dinheiro, concorda?
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Então, aqui vai uma definição de orçamento público dada pelo grande mestre Aliomar Baleeiro:
É o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo,
a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados
pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei.
Receita
pública
(obter)
Orçamento Despesa
público
(administrar)
AFE pública
(despender)
Crédito
público
(criar)
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A atividade financeira do Estado, caracterizada pela presença constante de uma pessoa jurídica de direito público, tem
como principal finalidade a arrecadação de recursos.
Comentários:
Sim: a atividade financeira do Estado é caracterizada pela presença constante de uma pessoa jurídica de direito público.
Sempre haverá a presença de pelo menos uma pessoa jurídica de direito público.
No entanto, não podemos dizer que a arrecadação de recursos é a principal finalidade da Atividade Financeira do Estado.
A arrecadação de recursos é somente um mecanismo para que o Estado atenda as necessidades públicas. Em outras
palavras: a arrecadação de recursos é somente um meio. O fim (a finalidade) é a promoção do desenvolvimento
econômico e social e a consecução do bem comum.
Gabarito: Errado
A atividade financeira do Estado, em sua maior parte, compreende o desenvolvimento das atividades políticas, sociais,
econômicas e administrativas, que constituem sua finalidade precípua.
Comentários:
Essa questão está aqui só para provar o que acabamos de dizer: a principal finalidade, isto é, a finalidade precípua da
Atividade Financeira do Estado é a promoção do desenvolvimento econômico e social e a consecução do bem comum.
Está bem parecido com o que afirmou a questão, não é mesmo? “Desenvolvimento das atividades políticas, sociais,
econômicas e administrativas”.
Gabarito: Certo
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
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Isso significa que quem vai elaborar, propor, o orçamento é o Poder Executivo.
“Propor para quem?”
Para quem lhe conferiu o poder de governar: o povo!
O povo, então, vai discutir, fazer alterações e aprovar essa proposta. E ainda vai controlar a execução
dessa proposta, para garantir que o Poder Executivo está fazendo tudo certinho, conforme o planejamento
proposto.
Só que tem um detalhe: “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente” (CF/88, art. 1º, parágrafo único). Nesse caso, quem vai fazer tudo isso (discutir, aprovar,
controlar) são os representantes do povo: o Poder Legislativo.
Então ficamos assim:
1. O Poder Executivo elabora a proposta orçamentária;
2. O Poder Legislativo discute, emenda (se for o caso), vota e aprova a proposta, que se materializa
em leis orçamentárias;
3. O Poder Executivo executa o orçamento;
4. O Poder Legislativo controla a execução do orçamento.
Isso é o que chamamos de tipo de orçamento misto, ok? Tem também o orçamento executivo (no qual o
Poder Executivo faz tudo) e o orçamento legislativo (no qual o Poder Legislativo faz quase tudo. Só a execução
que fica a cargo do Poder Executivo).
•Legislativo •Executivo
Controle Elaboração
Discussão e
Execução
votação
•Executivo •Legislativo
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“Programas?” 🤔
Sim! Programas! É assim que as ações do governo são organizadas: dentro de vários programas. Por
exemplo: o governo quer construir um novo hospital 🏥. Essa ação (construir o hospital) tem que estar dentro
de algum programa (digamos que esteja no programa intitulado “Brasil com mais saúde”).
Agora vamos ver o que a CF/88 fala sobre o PPA. Isso aqui é importante e cai muito em prova. Então preste
atenção! Lá vai:
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
Está vendo essas marcações? É interessante que você saiba bem direitinho essas partes. Só com isso você
já vai acertar muitas questões!
Percebeu as marcações? 😂
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Beleza. Então para memorizar o PPA, lembre-se do Dom. Aqui está ele:
O Dom não vai deixar você errar na prova. Olha para a cara dele...
Agora vamos explicar: o PPA estabelecerá diretrizes, objetivos e metas (DOM) para as despesas de capital
(DK) e outras delas decorrentes (ODD) e para os programas de duração continuada (PDC). Tudo isso de forma
regionalizada (não centralizada, ok?), ou seja, não serão as mesmas DOM para o Brasil todo, como se fosse
um bolo só. Cada região tem suas peculiaridades! Essas regiões podem ser as cinco macrorregiões (norte,
nordeste, centro-oeste, sudeste e sul), estados, municípios, biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata
Atlântica, Pantanal e Pampa) ou outros critérios especiais.
“Beleza. Mas ‘despesas de capital’, professores? Como assim?”
Sim. Despesas de capital: trata-se de uma classificação da despesa pública. Veremos mais detalhes sobre
isso em momento oportuno, mas por enquanto você pode pensar em despesas de capital como se fossem
investimentos (por exemplo: a construção de um hospital ou de uma escola). Se não for despesa de capital,
será despesa corrente. Despesas correntes são mais corriqueiras, do “dia-a-dia” (por exemplo: despesas com
pessoal).
“E o PPA só se preocupa com despesas de capital?”
Não! O PPA também se preocupa com outras despesas decorrentes dessas despesas de capital (ODD –
Outras Delas Decorrentes). Por exemplo: a despesa decorrente da construção de um hospital é a contratação
de pessoal necessário ao seu funcionamento. Ninguém cria um hospital para ficar vazio, sem ninguém
trabalhando, certo?
Além disso, o PPA também se preocupa com programas de duração continuada (PDC), que são aqueles
com duração superior a um exercício financeiro. São as ações permanentes do governo, a exemplo da
prestação de serviços públicos de saúde, educação e programas sociais.
Então repare o seguinte: o PPA não está preocupado com picuinhas, com pequenas despesas, com
besteiras... ele só quer saber de grandes investimentos, programas de duração continuada, investimentos cuja
execução ultrapasse um exercício financeiro (CF/88, art. 167, § 1º), e afins. Afinal, ele é o nosso planejamento
de médio prazo. Esse é o seu papel!
Agora os mais observadores vão dizer:
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“Esperem aí, professores. Eu vi ali que era ‘da administração pública federal’. E os outros entes? Os estados
e os municípios?” 🧐
Ah, muito bem observado! PPA não é só para a União. Todos os entes (União, Estados e Municípios) têm
o seu próprio PPA, a sua própria LDO e a sua própria LOA. Até mesmo aquela cidadezinha lá no “cafundó do
Judas” tem o seu orçamento! 😅
E para provar que isso é verdade, dê uma olhadinha no que diz a Constituição do Estado do Rio de Janeiro
(CE-RJ)
Art. 209, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública estadual para as despesas de capital e outras delas decorrentes
e para as relativas aos programas de duração continuada.
É praticamente igual ao disposto na CF/88, não é mesmo? 😄 O que muda é somente a menção à
Administração Pública estadual.
A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da
administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de
duração continuada.
Comentários:
Vamos colocar aqui o dispositivo constitucional e você nos diz se o examinador mudou alguma palavra:
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de
duração continuada.
O examinador não mudou nadinha! Foi um “copia e cola” descarado! Viu como é importante conhecer a literalidade da
norma?
Gabarito: Certo
A respeito do plano plurianual (PPA), da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e da lei orçamentária anual (LOA), julgue o
item que se segue.
O PPA estabelece não só as despesas de capital, mas também outras despesas delas decorrentes.
Comentários:
Corretíssimo! O PPA estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas (DOM) para as despesas de
capital (DK) e outras delas decorrentes (ODD) e para as relativas aos programas de duração continuada (PDC).
Gabarito: Certo
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Vamos continuar, porque tem mais coisas interessantes para falar da LDO.
A LDO será elaborada para o exercício financeiro subsequente, isto é, todo ano teremos uma nova
LDO: LDO 2018, LDO 2019, LDO 2020... E essas LDOs traçarão metas e prioridades para aquele exercício
específico. É diferente do PPA, que é uma peça orçamentária com alto grau de abstração e tem vigência de 4
(quatro) anos.
Por isso que a LDO é considerada uma norma que busca dar concretude ao PPA. É como se a LDO fizesse
o seguinte:
“o PPA estabeleceu diretrizes, objetivos e metas (DOM) para saúde, educação, segurança e saneamento
básico. Beleza. Mas quais são as nossas prioridades para o próximo ano? Saúde e educação? Ok, então
vamos traçar metas para a saúde e educação baseadas nas diretrizes, objetivos e metas estabelecidos
lá no PPA”.
E a Lei Orçamentária Anual (LOA), por sua vez, será elaborada com base nas metas e prioridades
estabelecidas na LDO. É por isso que a LDO deve ser aprovada antes da elaboração da LOA.
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Pense conosco: se a LOA é elaborada em consonância com a LDO, a LDO tem que estar pronta antes da elaboração da
LOA, concorda?
Portanto, já que a vigência da LOA é de 1 (um) exercício financeiro, a vigência da LDO é superior a um
exercício financeiro, abrangendo o período de tempo entre a sua aprovação e o final do exercício seguinte (isso
vai dar aproximadamente 1 ano e meio).
Você está percebendo que uma peça orçamentária orienta a elaboração da outra? É isso mesmo que
acontece. Observe:
É por isso que dizem que a LDO faz o meio de campo entre o PPA e a LOA. O PPA é mais abrangente,
mais abstrato, representa o planejamento estratégico. A LOA é bem concreta e representa o planejamento
operacional. Uma é 8 e a outra é 80! Imagina um time de futebol só com zagueiros e atacantes: uns só sabem
defender e outros só sabem atacar, mas ninguém sabe fazer esses dois grupos se comunicarem! Precisávamos
de algum instrumento que fizesse a comunicação entre esses dois instrumentos, e foi assim que surgiu a LDO.
Ela faz o planejamento tático!
Esses esquemas vão te ajudar a entender isso melhor:
PPA
LDO
LOA
•4 anos
•Planejamento estratégico
PPA
•1 ano e meio
•Planejamento tático
LDO
•1 ano
•Planejamento operacional
LOA
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Ressalte-se também que a LDO não fará alterações na legislação tributária, ela simplesmente irá dispor
sobre essas alterações. Fique atento às pegadinhas!
Além disso, a LDO também estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento. São instituições que buscam financiar capital fixo e capital de giro para empreendimentos previstos
em programas de desenvolvimento. Vai ficar mais fácil quando dermos um exemplo: BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social).
Essas instituições aplicam recursos públicos. E é a LDO que vai orientar essa aplicação, pois é ela quem
estabelece a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
“Professores, e no Rio de Janeiro, que onde eu vou fazer prova, como é a LDO?” 🤔
Também é praticamente igual ao que está na CF/88. Aliás, toda a seção II (dos orçamentos) do capítulo II
(das finanças públicas) da Constituição do Estado do Rio de Janeiro (CE-RJ) é bem parecida com
Sobre Administração Financeira e Orçamentária é correto afirmar que a Lei Orçamentária Anual (LOA) é o elo entre o
Plano Plurianual (PPA) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Comentários:
É a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que é o elo entre o Plano Plurianual (PPA) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Veja que a banca só trocou a posição da LDO e da LOA na frase.
Gabarito: Errado
À luz dos dispositivos constitucionais que regem a elaboração da proposta orçamentária bem como das normas gerais de
direito financeiro, julgue o item que se segue.
A lei de diretrizes orçamentárias, instrumento de planejamento da atividade financeira para o exercício financeiro
subsequente, objetiva dispor sobre as alterações na legislação tributária e estabelecer a política de aplicação das agências
financeiras oficiais de fomento.
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Comentários:
Art. 165, § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual,
disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras
oficiais de fomento.
Relembrando que a LDO não fará alterações na legislação tributária, ela simplesmente irá dispor sobre essas alterações,
ok?
E é a LDO mesmo que estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
Gabarito: Certo
Com fundamento na disciplina que regula o direito financeiro e nas normas sobre orçamento constantes na CF, julgue o
item a seguir.
Na LDO será estabelecida a política de aplicação a ser executada pelas agências oficiais de fomento.
Comentários:
A gente avisou que isso despenca em prova, não avisou? A questão é praticamente a mesma!
A resposta está no finalzinho do parágrafo 2º do artigo 165 da CF/88: a LDO “estabelecerá a política de aplicação das
agências financeiras oficiais de fomento”.
Gabarito: Certo
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Despesa
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos
termos da lei.
Art. 209, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos
termos da lei.
Ao dizer que a LOA “não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa”, a CF/88
confirma aquilo que dissemos antes: em regra, na LOA você só encontrará previsão de receitas e fixação de
despesas.
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Porém, ao dizer “não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita”, a CF/88 nos mostra as exceções à
regra. Quer dizer, além da previsão de receitas e fixação de despesas, também poderão estar na LOA:
Por exemplo: se a despesa autorizada é R$ 10,00, e foram gastos R$ 12,00, esses R$ 2,00 excedentes são despesas não
autorizadas.
Agora vamos ver o que mais a nossa querida CF/88 fala a respeito da LOA:
É como se a LOA fosse divida em três: o Orçamento Fiscal (OF), o Orçamento de Investimento (OI) e o
Orçamento da Seguridade Social (OSS). Mas atenção: não são três LOAs, três orçamentos. É uma LOA, um
orçamento só!
Fique atento
A LOA compreende o OF, o OI e o OSS, mas ela é uma só!
Com base nas disposições legais sobre o orçamento público e as classificações orçamentárias, julgue o item o que se segue.
A lei orçamentária anual é composta dos orçamentos: fiscal, seguridade social e investimento das estatais.
Comentários:
É isso mesmo! A LOA é uma só, e compreende (de acordo com o artigo 165, § 5º da CF/88) os orçamentos: fiscal, seguridade
social e investimento das estatais.
Gabarito: Certo
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Muito bem, agora que já vimos todas as três peças orçamentárias, pega esse esquema:
DOM (diretrizes,
PPA
objetivos e metas)
MP (metas e
Leis Orçamentárias LDO
prioridades)
OF
LOA OI
OSS
E para fechar esse assunto, vamos falar um pouco sobre ciclo orçamentário.
Por exemplo: o mandato do atual chefe do Poder Executivo, Erick, começou em 2015 e vai terminar no final de 2018
(1/1/2015 até 31/12/2018), mas o PPA elaborado pelo Erick só vai começar em 2016 e terminar no final de 2019 (1/1/2016
até 31/12/2019). Por isso o nome dele será PPA 2016-2019. O próximo chefe do Poder Executivo, Arthur, começará seu
mandato em 2019, ano em que executará o PPA 2016-2019, elaborado por Erick, e irá elaborar o seu próprio PPA (PPA
2020-2023), a viger de 1/1/2020 até 31/12/2023. Sendo que o mandato de Arthur termina em 2022 (foi de 1/1/2019 até
31/12/2022), então o último ano do PPA 2020-2023 será executado pelo próximo chefe do Poder Executivo: Ronaldo. E
assim em diante...
Em outras palavras: o chefe do Poder Executivo já vai “pegar o bonde andando”. Só na próxima “estação”
(segundo ano de mandato) é que ele poderá direcionar o bonde.
“E para que serve isso, professores? É só para complicar a nossa vida, não é?”
Não! Nesse caso, não! 😂 Isso serve para dar continuidade à execução do planejamento, dos programas
governamentais, e para tentar amenizar uma mudança brusca das ações governamentais.
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Fonte: http://educacaofiscal.prefeitura.sp.gov.br/jovens/conheca-a-educacao-fiscal/orcamento-publico/
Imagine que nós nos candidatamos à presidência da República. Ganhamos a eleição. No primeiro ano de mandato, ainda
estamos executando o PPA anterior, enquanto elaboramos o nosso próprio PPA. No segundo, terceiro e último ano de
mandato, executaremos o nosso próprio PPA e deixaremos o último ano desse PPA para ser executado pelo próximo
Presidente, beleza?
Note que todo ano tem LDO e LOA, afinal elas têm, respectivamente, vigência de 1 (um) ano e meio
(aproximadamente) e de 1 (um) ano, está lembrando disso?
Beleza. Agora imagine esse esquema se repetindo várias vezes e você entenderá o ciclo orçamentário
brasileiro. Pronto! É isso!
Com duração de quatro anos, a vigência do PPA coincidirá com os quatro anos do mandato do presidente da República
eleito.
Comentários:
A vigência do PPA ter a mesma duração do mandato do presidente da República (4 anos), mas não coincide com este,
porque o primeiro ano de vigência de um PPA só irá se iniciar no segundo ano de mandato e terminará no final do primeiro
ano do mandato subsequente.
Portanto, corrigindo a questão: a vigência do PPA não coincidirá com os quatro anos do mandato do presidente da
República eleito
Gabarito: Errado
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Imagine que você ganhe um novo cartão de crédito, mas esse cartão de crédito é diferente dos outros. Além de um limite
geral, ele tem um limite para cada tipo de despesa que você irá fazer. Por exemplo: ele só te deixa gastar, por mês, R$
500,00 com supermercado, R$ 300,00 com combustíveis (postos de gasolina) e R$ 200,00 com academia.
Nessa analogia, “supermercado”, “combustíveis” e “academia” são os créditos orçamentários. E R$ 500,00, R$ 300,00 e
R$ 200,00 são suas respectivas dotações.
Portanto, créditos orçamentários são classificações, contas, que especificam as ações e operações
autorizadas pela lei orçamentária. Já as dotações são os montantes de recursos financeiros com que conta o
crédito orçamentário.
Como dizem os mestres Teixera Machado e Heraldo Reis: “o crédito orçamentário seria o portador de
uma dotação e esta o limite de recurso financeiro autorizado”. É como se o crédito orçamentário fosse uma
gaveta e a dotação é o limite de dinheiro que pode estar dentro daquela gaveta.
1
GIACOMONI, James. Orçamento público, 16ª edição, p. 303.
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Muita gente usa as expressões “crédito orçamentário” e “dotação” como se elas significassem a mesma
coisa, mas você já deve ter percebido que elas não são sinônimas! O correto é dizer: ”o crédito orçamentário
X possui uma dotação de Y reais” ou “o saldo da dotação do crédito orçamentário X é de Y reais”.
Beleza. Agora que você entendeu melhor esses conceitos, vamos lhe contar um “segredo”: planejamento é
fundamental, mas nem sempre a execução sai do jeito que foi planejado! 🧐
Não se iluda: ninguém tem bola de cristal, ninguém pode prever o futuro. Mesmo com um planejamento
excelente, as circunstâncias, o cenário, as prioridades podem mudar a qualquer momento, especialmente nesse
mundo globalizado e informatizado em que vivemos.
Então, diga-nos: se, no seu orçamento, você tivesse planejado gastar R$ 500,00 mensais em compras no
supermercado, mas os preços dos produtos dispararam ou você simplesmente planejou errado, e agora você
não consegue comprar nem mais o suficiente para sobreviver durante o mês: o que você vai fazer? Morrer de
fome ou revisar o seu planejamento, ajustando esse valor?
Trazendo para a realidade do orçamento público: mesmo que a LOA esteja “linda”, com seus créditos
orçamentários iniciais cuidadosamente dotados, pode ocorrer a necessidade de realização de novas despesas
que não foram computadas ou que foram insuficientemente dotadas. Ou ainda podemos nos deparar com uma
situação imprevisível e urgente, a exemplo de uma guerra ou uma calamidade pública.
É por isso que os créditos orçamentários iniciais podem sofrer alterações. E é para que isso que os
créditos adicionais existem: para atender à essa necessidade e para conferir flexibilidade ao orçamento (e ao
gestor público).
Os créditos adicionais são assim chamados, porque eles não vêm junto com a LOA, como é o caso dos
créditos orçamentários iniciais. Eles são adicionados posteriormente! Entendeu o nome agora? Créditos
adicionais! 😏
E para confirmar que o que nós estamos falando tem fundamento, olha só o que diz a Lei 4.320/64:
Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas
na Lei de Orçamento.
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Por exemplo: você decide morar sozinho(a) e, no seu orçamento, você planejou gastar R$ 50,00, por mês, em compras no
supermercado. Chegando lá, você viu que não é bem assim! 😆 O buraco é mais embaixo! Você vai precisar desembolsar
uns R$ 300,00 de supermercado. Veja que esse crédito orçamentário (“supermercado”) já existe no seu orçamento, você
só precisa reforçar a dotação dele (aumentar de R$ 50,00 para R$ 300,00). Esses são os créditos adicionais suplementares.
Ah! Aqui vale lembrar uma característica da Lei Orçamentária Anual (LOA). Você lembra que a LOA “não
conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa”?
Lembra também que existem duas exceções à essa regra?
Pois é, a primeira exceção é justamente a autorização para abertura de créditos suplementares (CF/88,
art. 165, § 8º). Veja que a exceção é somente para créditos suplementares! Somente os créditos suplementares
podem vir junto com a LOA. Os créditos especiais e extraordinários não podem!
Fique atento
A autorização para abertura de créditos suplementares pode vir junto com a LOA.
Muito bem! Caso a despesa que precise ser realizada não está computada na LOA, podemos abrir
créditos adicionais especiais.
Por exemplo: no começo do ano você elaborou o seu orçamento. Como você estuda e trabalha muito, não reservou nada
para gastos com academia, em outras palavras, para o crédito orçamentário “academia”. Lá pelo meio do ano, você
percebe a importância de fazer exercícios físicos e se matricula em um Cross Fit, tendo que desembolsar R$ 250,00 mensais
para pagar a mensalidade 😄. Percebeu que essa despesa não estava prevista no seu orçamento, e agora precisa estar
lá? Esses são os créditos adicionais especiais.
E caso estivermos diante de uma situação que demande a realização de despesas urgentes e
imprevisíveis, é possível abrir créditos adicionais extraordinários.
Por exemplo: aconteceu um desastre. Fortes ventos e chuvas causaram enchentes, deixando milhares de pessoas
desabrigadas e em risco de vida. É uma calamidade pública. Estamos diante de despesas imprevisíveis e urgentes. Nesse
caso, poderão ser abertos créditos adicionais extraordinários, e eles podem tanto reforçar uma dotação já existente (como
se fosse um crédito suplementar) ou criar novas dotações (como se fosse um crédito especial), porque a imprevisibilidade
é isso: você não sabe do que irá precisar...
II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;
Beleza. Agora também não vá achando que para abrir um crédito adicional é só dar uma “canetada” e
pronto. Imagina se fosse assim... o orçamento público é todo cuidadosamente planejado, discutido e aprovado
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pelo povo. Aí vem a Administração Pública e com algumas “canetadas” reconfigura todo o orçamento inicial.
De que adiantou o povo aprovar o orçamento? De nada! 😕
É por isso que para abrir créditos adicionais suplementares e especiais é preciso ter autorização
legislativa! É preciso ter uma lei! E é também é preciso indicar de onde vem o dinheiro para pagar por essas
despesas, isto é, é preciso indicar a fonte dos recursos. Veja só (Lei 4.320/64):
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
Sim! Depois de autorizados por uma lei, os créditos suplementares e especiais são abertos por decreto
executivo. Veja: primeiro nós temos que ter essa lei autorizativa, depois é que o crédito por ser aberto por
decreto. Ora, se o orçamento inicial é aprovado por lei, a sua mudança também tem que ser por meio de lei,
não é? 😌
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos
disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
Em outras palavras: para a abertura de créditos suplementares e especiais, é preciso ter recursos
disponíveis, indicando a sua fonte, e é preciso oferecer uma justificativa. É como se a Administração dissesse:
“está sobrando dinheiro ali, e nós gostaríamos e usá-lo para abrir créditos suplementares/especiais, porque...
(justificativa)”.
Beleza, mas faltou uma coisa aí, não foi? Não citamos os créditos extraordinários, percebeu? 😏
Isso porque os créditos extraordinários independem de autorização legislativa para que sejam abertos.
Estamos diante de uma situação calamitosa, urgente, os créditos precisam ser abertos agora! Não há tempo
para aprovação legislativa!
A coisa é tão séria, que os créditos extraordinários não precisam nem indicar a fonte dos recursos e são
autorizados e abertos por Medida Provisória (no âmbito federal e nos demais entes que possuam Medida
Provisória. Nos demais, serão abertos por decreto do Poder Executivo. Destacamos que o Rio de Janeiro não
possui Medida Provisória).
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e
urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto
no art. 62 (artigo que fala sobre as Medidas Provisórias).
Detalhe é que quando a Constituição fala “como as decorrentes de (...)”, ela está dando exemplos! Trata-
se, portanto, de um rol exemplificativo (e não taxativo). Em outras palavras: não é somente em de guerra,
comoção interna ou calamidade pública. Pode haver outras situações (diferentes dessas anteriormente
citadas) nas quais seja necessário realizar despesas imprevisíveis e urgentes.
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Além disso, assim que os créditos extraordinários forem abertos, o Poder Executivo dará imediato
conhecimento ao Poder Legislativo (Lei 4.320/64, art. 44).
Beleza! Então ficamos assim:
Já vêm consignados
Iniciais
na LOA
Créditos
Orçamentários
Reforço de dotação já
Suplementares existente
Despesas para as
Adicionais Especiais quais não haja
dotação orçamentária
Despesas urgentes e
Extraordinários imprevisíveis
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Na execução do orçamento, as dotações inicialmente aprovadas na LOA podem revelar-se insuficientes para a realização
dos programas de trabalho, caso em que poderá haver a abertura de créditos especiais destinados à conclusão dos
programas, após autorização legislativa.
Comentários:
Você verá que a grande maioria das questões sobre créditos adicionais vão lhe confundir, trocando (ou não) os nomes dos
créditos adicionais. Essa questão é um bom exemplo do que você vai encontrar por aí.
Se as dotações inicialmente aprovadas na LOA se revelarem insuficientes para a realização dos programas de trabalho,
será necessário fazer um reforço da dotação. E qual é o crédito adicional cuja finalidade é reforçar uma dotação
orçamentária já prevista no orçamento? O crédito adicional suplementar!
A questão falou “créditos especiais”, por isso está errada! Para que ela ficasse correta, bastava trocar a palavra “especiais”
por “suplementares”. Só isso! Você verá que muitas questões sobre esse assunto são assim!
Ah! No final, a questão afirma “após autorização legislativa”. Isso está correto tanto para os créditos suplementares
quanto para os especiais: ambos necessitam de autorização legislativa e são posteriormente abertos por decreto do
Poder Executivo, ok? 😉
Gabarito: Errado
Com relação aos créditos adicionais tratados na Lei nº 4.320/1964, considere: créditos extraordinários serão abertos por
lei específica e autorizados por decreto.
Comentários:
Ê, ê! O que foi que a gente acabou de falar? As questões vão fazer aquela famosa “salada mista”, trocando os conceitos e
características dos créditos suplementares, especiais e extraordinários. Se você aprender isso direitinho, não erra mais
questão sobre esse assunto!
Os créditos extraordinários são autorizados e abertos por Medida Provisória (no âmbito federal e nos demais entes que
possuam Medida Provisória. Nos demais, serão abertos por decreto do Poder Executivo).
Temos certeza que o examinador tentou lhe confundir com os créditos especiais (é o que eles mais gostam de fazer, porque
ambos começam com a letra “e” e o início da pronúncia é parecido). Os créditos especiais, sim, serão abertos por lei
específica e autorizados por decreto. Veja que a questão ainda trocou de lugar as palavras “abertos” e “autorizados”. O
certo é: autorizado por lei e aberto por decreto (não aberto por lei e autorizado por decreto, entendeu o que o
examinador fez aí?).
Portanto, a questão ficou errada. Para ficar certa era só trocar a palavra “extraordinários” por “especiais” (ou deixar
“extraordinários” e afirmar que serão autorizados e abertos por Medida Provisória).
Gabarito: Errado
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Você acreditaria se nós lhe disséssemos que essa questão é uma cópia do Manual Técnico de Orçamento
(MTO) 2019? 😅
E isso é verdade. O orçamento é importante não só para o setor público, mas também para o setor
privado (na sua casa também pode haver um orçamento, não é mesmo?). E esse orçamento (seja público ou
privado) terá o que todo orçamento tem: previsão de receitas e fixação das despesas. E ele também não será
eterno. Ele só serve para um determinado período de tempo: o exercício financeiro.
Gabarito: Certo
Temos que reconhecer... a pegadinha foi boa. O erro veio logo no início da questão, trecho em que
muitas vezes o aluno não presta tanta atenção.
Onde foi que nós falamos que o Direito Financeiro disciplina o Sistema Financeiro Nacional? Em canto
nenhum! Quem disciplina o Sistema Financeiro Nacional é o Direito Econômico.
Para lhe situar melhor, na CF/88 você encontra o Direito Financeiro no Título VI (da tributação e do
orçamento), mais especificamente no Capítulo II (das finanças públicas), que compreende os artigos 163 a 169.
Já o Direito Econômico vem logo em seguida, no Título VII (da ordem econômica e financeira), mais
especificamente no Capítulo I (dos princípios gerais da atividade econômica), que compreende os artigos 170 a
181.
De maneira bem simples: o Direito Econômico está muito mais preocupado com a economia do país,
com o desenvolvimento econômico, com a produção e circulação de produtos e serviços. E o Direito Financeiro
você já sabe: é um ramo do direito público que estuda a Atividade Financeira do Estado (AFE), a qual envolve:
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• Receitas públicas;
• Despesas públicas;
• Crédito público; e
• Orçamento público.
Gabarito: Errado
Quem vai dispor sobre moeda é o glorioso Congresso Nacional, de acordo com o artigo 48 da nossa
Constituição, confira:
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre: (...)
Além disso, não é qualquer banco que pode emitir moeda. É só o Banco Central (Bacen):
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.
b) Errada. Mais uma questão que pode ser respondida com o texto constitucional. Vimos isso no decorrer
da aula e quem já estudou Direito Constitucional já deve ter visto isso.
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De quem é a competência para legislar sobre direito financeiro? O artigo 24 da CF/88 responde:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
II - orçamento;
Gostamos de resumir assim: Tri Fi Pen Ec Ur O. Tem gente que gosta do PUFETO. De qualquer forma, o
que interessa é que você lembre que o Direito Financeiro é de competência concorrente.
Sendo assim, os estados da Federação têm sim competência para legislar sobre direito financeiro.
c) Correta. Nós acabamos de ver que a competência para legislar sobre Direito Financeiro é concorrente,
por força do artigo 24 da CF/88. Agora veja o que diz o § 1º desse mesmo artigo:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
e) Errada. Outra pegadinha que as bancas adoram é trocar “lei complementar” por “lei ordinária”. Cabe à
lei complementar (e não à lei ordinária) dispor sobre finanças públicas e fiscalização financeira da
administração direta e indireta. Veja só:
I - finanças públicas;
A lei que “estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá
outras providências” é a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), uma lei complementar de 2001.
Gabarito: C
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A Lei n.º 4.320/1964, apesar de ser lei ordinária, foi recepcionada pela CF com status de lei complementar, só
podendo, hoje, ser alterada por lei dessa estatura.
Comentários
Exatamente! A Lei 4.320/64 é uma das principais fontes do Direito Financeiro. Originalmente, ela é uma
lei ordinária, ou seja, passou pelo rito de aprovação próprio das leis ordinárias, mas com o advento das
Constituições de 1967 e 1988, ela ganhou status de lei complementar.
Se essa lei, hoje, tem status de lei complementar, então ela só pode ser alterada por outra lei
complementar, pois elas têm um procedimento de aprovação mais dificultoso e as leis ordinárias não podem
tratar de tema reservado às leis complementares (se o fizer, estaremos diante de um caso de
inconstitucionalidade formal).
Gabarito: Certo
Com relação ao orçamento público no Brasil, julgue o próximo item, considerando o que está estabelecido na
Constituição Federal de 1988 (CF).
As diretrizes orçamentárias são estabelecidas por leis de iniciativa do Poder Executivo.
Comentários
Leis de iniciativa do Poder Executivo? Com certeza!
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Aqui no Brasil, as peças orçamentárias são leis e nós adotamos o orçamento misto, no qual cabe ao Poder
Executivo elaborar a proposta orçamentária. Por isso que a iniciativa das leis orçamentárias (incluindo a Lei de
Diretrizes Orçamentárias – LDO, abordada na questão) é do Poder Executivo.
Para não dizer que estamos inventando tudo isso, confira o texto da CF/88:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
Gabarito: Certo
O exercício financeiro é o período de tempo ao qual se referem a previsão das receitas e a fixação das
despesas registradas na LOA. É também o período durante o qual se executa o orçamento. É o período
temporal em que ocorrem as operações contábeis e financeiras dos entes públicos.
Em seguida, a questão nos diz que o exercício financeiro não coincide com o ano civil. Pois bem, observe
o disposto na Lei 4.320/64:
Ah! Agora matamos a questão, não é mesmo? O exercício financeiro coincide sim com o ano civil, por isso
a questão ficou errada!
Só lembrando que o ano civil é o “ano normal”, o que nós conhecemos: começa em 1º de janeiro e
termina em 31 de dezembro. Veja que o ano civil compreende o período de 12 meses. E, segundo o princípio
da anualidade ou periodicidade, o orçamento deve referir-se a um período de tempo, geralmente de 12 meses.
Gabarito: Errado
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Ao aprovar a LOA, o Poder Legislativo autoriza que o Poder Executivo aplique os recursos financeiros em gastos
necessários à manutenção dos serviços públicos ao longo do exercício financeiro, o qual não coincide com o
ano civil.
Comentários
Sim, adotamos um tipo de orçamento chamado orçamento misto, no qual o Poder Executivo elabora a
proposta orçamentária e o Poder Legislativo discute, emenda (se for o caso), vota e aprova a proposta, que se
materializa na Lei Orçamentária Anual (LOA). Ao aprovar a LOA, o Poder Legislativo realmente está
autorizando o Poder Executivo a executar aquilo que ele propôs e que foi aprovado pelo povo, aplicando os
recursos financeiros em gastos necessários à manutenção dos serviços públicos ao longo do exercício
financeiro.
Portanto, a questão começou bem, mas deu uma derrapada no final. Ela ficou errada quando disse que o
exercício financeiro não coincidia com o ano civil.
Gabarito: Errado
A respeito do plano plurianual (PPA), da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e da lei orçamentária anual (LOA),
julgue o item que se segue.
O PPA estabelece não só as despesas de capital, mas também outras despesas delas decorrentes.
Comentários
Está lembrando do DOM? O DOM não vai deixar você errar na prova! 😏
O PPA estabelecerá diretrizes, objetivos e metas (DOM) para as despesas de capital (DK) e outras delas
decorrentes (ODD) e para os programas de duração continuada (PDC). Tudo isso de forma regionalizada.
Confirme isso no dispositivo constitucional:
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
Portanto, veja que o PPA não trata somente das despesas de capital (DK), mas também outras despesas
delas decorrentes (ODD). Questão correta!
Gabarito: Certo
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Mais uma vez: o DOM! O DOM não vai deixar você errar na prova! 😏
O PPA estabelecerá, de forma regionalizada, diretrizes, objetivos e metas (DOM), enquanto que a LDO
estabelecerá metas e prioridades (MP).
O PPA tem vigência de 4 (quatro) anos, iniciando-se somente no segundo ano do mandato do Chefe do
Poder Executivo e terminado no final do primeiro exercício financeiro do mandato subsequente. Já a LDO tem
vigência superior a um exercício financeiro, abrangendo o período de tempo entre a sua aprovação e o final do
exercício seguinte (isso vai dar aproximadamente 1 ano e meio).
Agora, olhe de novo para a questão. Ela está dizendo que ambos, PPA e LDO, estabelecerão prioridades
para um período de quatro anos. Há dois erros aqui:
1. Quem estabelece prioridades é a LDO. O PPA estabelece diretrizes, objetivos e metas (DOM);
2. Somente o PPA abrange um período de quatro anos. A LDO tem vigência de aproximadamente
1 ano e meio.
Gabarito: Errado
Comentários
O PPA é norma bem abrangente, abstrata, com vigência de 4 (quatro) anos, e representa o nosso
planejamento estratégico. Já a LOA é bem concreta, possui vigência de 1 (um) exercício financeiro e representa
o nosso planejamento operacional. Uma é 8 e a outra é 80! Imagina um time de futebol só com zagueiros e
atacantes: uns só sabem defender e outros só sabem atacar, mas ninguém sabe fazer esses dois grupos se
comunicarem! Precisávamos de algum instrumento que fizesse a comunicação entre esses dois instrumentos,
e foi por isso que surgiu a LDO. A LDO é o elo entre o PPA e a LOA. É a LDO que faz o meio de campo entre as
outras duas peças orçamentárias.
Resumindo:
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Portanto, está certo dizer que a LDO auxilia na coerência entre o PPA e a LOA.
Beleza! E a LDO orienta a elaboração da LOA?
Gabarito: Certo
Excelente questão!
Para resolvê-la, temos que lembrar que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é o elo entre o Plano
Plurianual (PPA) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). É a LDO quem faz esse meio de campo! A LDO deve ser
elaborada em harmonia com o PPA (pois esse é o nosso instrumento de planejamento estratégico) e orientará
a elaboração da LOA (como reza o artigo 165, § 2º, da CF/88).
Temos que lembrar, também, do conteúdo do PPA. É aqui que entra o DOM! 😏 O PPA estabelecerá, de
forma regionalizada, diretrizes, objetivos e metas (DOM) da Administração Pública. Portanto, está certa a
última parte da questão (“diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública, estabelecidas no plano
plurianual”).
Depois de ler tudo isso, responda: a LDO busca sintonizar a LOA com o PPA?
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Comentários
Sim! É isso mesmo. De acordo com o artigo 165, § 2º, da CF/88, a LDO “disporá sobre as alterações na
legislação tributária”. Lembre-se: a LDO não irá fazer e nem aprovar alterações na legislação tributária.
Simplesmente irá dispor sobre essas alterações.
Gabarito: Certo
Por exemplo: a LDO não diz: “a alíquota do imposto X passa de 5% para 7%”. Ela diz: “a alíquota do imposto X passou de
5% para 7%”. A LDO não está alterando a alíquota, só está dispondo sobre essa alteração.
Portanto, a LDO pode dispor sobre as alterações na legislação tributária, mas não pode conter
dispositivos que instituam, suprimam, reduzam ou ampliem alíquotas de tributos. Por isso, questão errada!
Gabarito: Errado
§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as
seguintes normas:
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;
Então, realmente, a vigência do PPA, que é de 4 (quatro) anos, inicia-se somente no segundo ano do
mandato do Chefe do Poder Executivo e termina só no final do primeiro exercício financeiro do mandato
subsequente.
Gabarito: Certo
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O chefe do Poder Executivo exercerá seu primeiro ano de mandato executando programas e ações de governo
de seu antecessor, visto que o PPA a que ele se reporta foi desenvolvido pela equipe do gestor governamental
anterior.
Comentários
A vigência do PPA, que é de 4 (quatro) anos, iniciar-se-á somente no segundo ano do mandato do Chefe
do Poder Executivo e terminará no final do primeiro exercício financeiro do mandato subsequente.
Isso significa que no primeiro ano de mandato, o chefe do Executivo irá elaborar o seu PPA, mas estará
executando o PPA do mandato passado (executando programas e ações de governo de seu antecessor, como
bem disse a questão). No segundo, terceiro e último ano de seu mandato, esse chefe executará o seu PPA,
mas o próximo chefe do Executivo é quem irá executar o último ano desse PPA.
Gabarito: Certo
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A lei que tem por objetivos orientar a elaboração do orçamento, dispor sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento denomina-se
a) Lei n.º 4.320/1964, que estatui normas gerais de direito financeiro.
b) plano plurianual.
c) lei orçamentária anual.
d) lei de diretrizes orçamentárias.
e) Lei de Responsabilidade Fiscal.
Comentários
Opa! A questão aborda justamente o parágrafo da Constituição que fala sobre a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO). Confira conosco no replay:
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
c) Errada. Também não são objetivos da Lei Orçamentária Anual (LOA). A LOA, basicamente, conterá a
previsão de receitas e fixação das despesas. É o nosso orçamento propriamente dito.
d) Correta. É a LDO mesmo!
e) Errada. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) “estabelece normas de finanças públicas voltadas para
a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências”. Esse é o seu objetivo.
Gabarito: D
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À luz dos dispositivos constitucionais que regem a elaboração da proposta orçamentária bem como das normas
gerais de direito financeiro, julgue o item que se segue.
A lei de diretrizes orçamentárias, instrumento de planejamento da atividade financeira para o exercício
financeiro subsequente, objetiva dispor sobre as alterações na legislação tributária e estabelecer a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
Comentários
Vamos por partes.
A LDO é um instrumento de planejamento da atividade financeira para o exercício financeiro
subsequente? SIM!
A LDO objetiva dispor sobre as alterações na legislação tributária? SIM!
A LDO objetiva estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento? SIM
também!
Tudo isso está na CF/88:
20. CESPE – Prefeitura de São Paulo - Assistente de Gestão de Políticas Públicas - 2016
A LDO compreenderá o orçamento fiscal referente aos poderes do município, seus fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta.
Comentários
Ah! Como as bancas adoram fazer confusão entre as características do PPA, LDO e LOA...
Ainda bem que você já está sendo vacinado! Você não erra mais essas questões.
A LDO não compreenderá o orçamento fiscal. A Lei Orçamentária Anual (LOA) é quem compreenderá
(CF/88, art. 165, § 5º):
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público.
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É como se a LOA fosse divida em três: o Orçamento Fiscal (OF), o Orçamento de Investimento (OI) e o
Orçamento da Seguridade Social (OSS). Mas atenção: não são três LOAs, não são três orçamentos. Temos só
uma LOA, só um orçamento.
Note que o texto constitucional fala dos “Poderes da União”. No âmbito dos municípios (e repare que
essa questão é de um concurso de âmbito municipal), fala-se nos “Poderes do município”. Lembre-se que os
Estados e Municípios também possuem as suas próprias PPAs, LDOs e LOAs.
Portanto, a questão ficou errada. Para ficar correta, bastava trocar “LDO” por “LOA”.
Gabarito: Errado
21. CESPE – Prefeitura de São Paulo - Assistente de Gestão de Políticas Públicas - 2016
O PPA, que disporá sobre as metas e prioridades da administração pública municipal para os exercícios
financeiros subsequentes e para os programas de duração continuada, será editado por meio de decreto do
Poder Executivo, na forma do que estabelecer a LDO.
Comentários
Mais uma vez a banca utiliza a pegadinha de trocar as características das peças orçamentárias. Aqui a
banca fez uma confusão danada!
Lembre-se aqui do DOM. O DOM não te deixa errar na prova! 😏
O PPA estabelecerá, de forma regionalizada, diretrizes, objetivos e metas (DOM) da Administração
Pública para um período de 4 (quatro) anos. O PPA abrange despesas de capital (DK), outras delas decorrentes
(ODD) e despesas relativas aos programas de duração continuada (PDC).
Além disso, o PPA é uma lei! Uma lei ordinária! Portanto, o PPA não será editado por meio de decreto do
Poder Executivo, como diz a questão. Muito menos será “na forma que estabelecer a LDO”, porque além do
PPA ser mais abrangente que a LDO, esta última não possui essa função.
A LDO, por sua vez, é quem estabelece metas e prioridades (MP) da Administração Pública para o
exercício subsequente! Mas só para o subsequente, não para os subsequentes, como afirma a questão.
Confira os dispositivos constitucionais mais uma vez:
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes
e para as relativas aos programas de duração continuada.
Gabarito: Errado
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22. CESPE – Prefeitura de São Paulo - Assistente de Gestão de Políticas Públicas - 2016
A LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, devendo ser incluído nessa
proibição qualquer dispositivo referente a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação
de operações de crédito por antecipação de receita.
Comentários
A LOA, em regra, não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa.
São duas exceções. Duas coisas que não estão incluídas nessa proibição de não conter dispositivo
estranho à previsão de receita e à fixação da despesa:
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Perceba que a questão falou “devendo ser incluído nessa proibição”, quando, na verdade, o correto é dizer
que não se incluem nessa proibição. Por isso, a questão ficou errada.
Gabarito: Errado
Gabarito: Certo
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24. CESPE – TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Área Administrativa - Estatística – 2016
Para reformar, em 2009, um estádio de futebol situado em Belém – PA, o governo estadual contratou uma
empresa que estimou o orçamento para a execução das obras em R$ 18 milhões.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Caso os recursos para a execução da reforma tivessem ultrapassado o orçamento inicial previsto na LOA,
poderiam ter sido abertos créditos suplementares para a conclusão da obra.
Comentários
Sabe aquela reforma que você planejou fazer com um orçamento de X reais, mas, no final das contas,
acabou gastando 2X reais? Foi isso que aconteceu aqui nessa questão...
A questão versa sobre créditos adicionais, instrumentos utilizados para alterar o orçamento público,
tendo em vista que ninguém tem bola de cristal, certo? 😁
• no mês de setembro de 2015, foi aberto outro crédito adicional, no valor de R$ 100 mil, destinado a
reforço de dotação orçamentária já existente, relativa à construção de um hospital municipal, também
para a utilização de recursos por excesso de arrecadação.
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Comentários
Normalmente, as questões sobre créditos adicionais vão tentar lhe confundir, misturando (ou não) os
conceitos e características dos créditos suplementares, especiais e extraordinários.
Vamos levar você pelo processo mental de resolução dessa questão.
A primeira pergunta que você tem que fazer é: já havia crédito orçamentário na LOA? Se sim, estamos
diante de créditos suplementares, porque eles são destinados a reforço de dotação orçamentária. Senão,
estamos diante de crédito especiais ou extraordinários.
O enunciado nos disse que “foi aberto outro crédito adicional, no valor de R$ 100 mil, destinado a reforço
de dotação orçamentária já existente”. Pronto! Já sabemos que se trata de créditos adicionais suplementares
e já matamos a questão.
Só para gravar, dê mais uma olhadinha na Lei 4.320/64:
II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;
Gabarito: Certo
Antes de começar a nossa análise da questão, vamos logo dar uma olhada no artigo 167, § 3º, da CF/88:
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e
urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto
no art. 62 (artigo que fala sobre as Medidas Provisórias).
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“Esperem aí, professores! Vocês falaram ‘fortes chuvas e ventanias que causem danos a casas e aparelhos
públicos’ do mesmo jeito que está na questão?”
É isso mesmo! A questão foi ainda mais explícita, dizendo que houve a caracterização de calamidade
pública, e que não havia, na LOA, dotação orçamentária específica para a sua recuperação.
Agora matamos a questão! Situação de calamidade pública, despesas urgentes e imprevisíveis, não havia
dotação orçamentária... só podemos estar falando dos créditos adicionais extraordinários! Por isso, o governo
deverá mesmo utilizar-se da abertura de crédito extraordinário para efetuar o reparo das casas.
Gabarito: Certo
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Você pode usar essa tabelinha para marcar o seu gabarito e as questões que errou ou ficou em dúvida. 😉
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Lista de questões
1. CESPE –MPE-PI – Técnico Ministerial – 2018
Julgue o item seguinte, relativo ao orçamento público.
O orçamento, importante instrumento de planejamento de qualquer entidade pública ou privada, representa
o fluxo previsto de ingressos financeiros e a aplicação desses recursos em determinado período de tempo.
O orçamento público constitui um poderoso instrumento de controle dos recursos financeiros gerados pela
sociedade. A respeito desse tema, julgue o item que se segue, com base na doutrina e nas disposições legais
sobre orçamento e finanças públicas.
A Constituição Federal de 1988 atribuiu ao Poder Executivo a competência para a elaboração da proposta
orçamentária e ao Poder Legislativo a competência para a sua aprovação.
Com relação ao orçamento público no Brasil, julgue o próximo item, considerando o que está estabelecido na
Constituição Federal de 1988 (CF).
As diretrizes orçamentárias são estabelecidas por leis de iniciativa do Poder Executivo.
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Acerca do ciclo orçamentário, julgue o item a seguir, considerando que as siglas PPA, LDO e LOA, sempre que
usadas, correspondem, respectivamente, ao plano plurianual, à lei de diretrizes orçamentárias e à lei
orçamentária anual.
Para efeitos da LOA, o exercício financeiro tem início com a aprovação da lei, não coincidindo este com o ano
civil.
A respeito do plano plurianual (PPA), da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e da lei orçamentária anual (LOA),
julgue o item que se segue.
O PPA estabelece não só as despesas de capital, mas também outras despesas delas decorrentes.
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O chefe do Poder Executivo exercerá seu primeiro ano de mandato executando programas e ações de governo
de seu antecessor, visto que o PPA a que ele se reporta foi desenvolvido pela equipe do gestor governamental
anterior.
A lei que tem por objetivos orientar a elaboração do orçamento, dispor sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento denomina-se
a) Lei n.º 4.320/1964, que estatui normas gerais de direito financeiro.
b) plano plurianual.
c) lei orçamentária anual.
d) lei de diretrizes orçamentárias.
À luz dos dispositivos constitucionais que regem a elaboração da proposta orçamentária bem como das normas
gerais de direito financeiro, julgue o item que se segue.
A lei de diretrizes orçamentárias, instrumento de planejamento da atividade financeira para o exercício
financeiro subsequente, objetiva dispor sobre as alterações na legislação tributária e estabelecer a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
20. CESPE – Prefeitura de São Paulo - Assistente de Gestão de Políticas Públicas - 2016
A LDO compreenderá o orçamento fiscal referente aos poderes do município, seus fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta.
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21. CESPE – Prefeitura de São Paulo - Assistente de Gestão de Políticas Públicas - 2016
O PPA, que disporá sobre as metas e prioridades da administração pública municipal para os exercícios
financeiros subsequentes e para os programas de duração continuada, será editado por meio de decreto do
Poder Executivo, na forma do que estabelecer a LDO.
22. CESPE – Prefeitura de São Paulo - Assistente de Gestão de Políticas Públicas - 2016
A LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, devendo ser incluído nessa
proibição qualquer dispositivo referente a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação
de operações de crédito por antecipação de receita.
24. CESPE – TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Área Administrativa - Estatística – 2016
Para reformar, em 2009, um estádio de futebol situado em Belém – PA, o governo estadual contratou uma
empresa que estimou o orçamento para a execução das obras em R$ 18 milhões.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Caso os recursos para a execução da reforma tivessem ultrapassado o orçamento inicial previsto na LOA,
poderiam ter sido abertos créditos suplementares para a conclusão da obra.
• no mês de setembro de 2015, foi aberto outro crédito adicional, no valor de R$ 100 mil, destinado a
reforço de dotação orçamentária já existente, relativa à construção de um hospital municipal, também
para a utilização de recursos por excesso de arrecadação.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item subsecutivo.
Nos termos da legislação vigente, o crédito adicional relativo à construção do hospital municipal classifica-se
na modalidade de crédito suplementar.
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Gabarito
1. Certo 10. Errado 19. Certo
2. Errado 11. Certo 20. Errado
3. C 12. Certo 21. Errado
4. Certo 13. Certo 22. Errado
5. Certo 14. Errado 23. Certo
6. Certo 15. Certo 24. Certo
7. Errado 16. Certo 25. Certo
8. Errado 17. Certo 26. Certo
9. Certo 18. D
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Resumo direcionado
• Introdução à AFO
Administração Financeira e Orçamentária (AFO) é o estudo das finanças e do orçamento público.
Direito Financeiro é um ramo do direito público que disciplina a Atividade Financeira do Estado (AFE).
Fontes da AFO e do Direito Financeiro:
• Constituição Federal (CF/88);
• Leis (Lei 4.320/64, Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, etc.)
• Doutrina
Competência para legislar sobre Direito Financeiro é concorrente!
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II – orçamento; (...)
Tri Fi Pen Ec Ur O
PUFETO
• Atividade Financeira do Estado (AFE)
Receita
pública
(obter)
Orçamento Despesa
público AFE pública
(administrar) (despender)
Crédito
público
(criar)
Receitas extraorçamentárias: entram somente em caráter temporário e não integram a Lei Orçamentária
Anual (LOA).
Despesas extraorçamentárias: contrapartida (devolução) de uma receita extraorçamentária.
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É o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo,
a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela
política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei.
•4 anos
•Planejamento estratégico
PPA
•1 ano e meio
•Planejamento tático
LDO
•1 ano
•Planejamento operacional
LOA
o Orçamento misto:
•Legislativo •Executivo
Controle Elaboração
Discussão
Execução
e votação
•Executivo •Legislativo
o PPA
O PPA estabelecerá diretrizes, objetivos e metas (DOM) para as despesas de capital (DK) e outras delas
decorrentes (ODD) e para os programas de duração continuada (PDC). Tudo isso de forma regionalizada
Art. 165, § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
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o LDO
A LDO estabelecerá metas e prioridades (MP), enquanto que o PPA estabelecerá diretrizes, objetivos e
metas (DOM).
• DOM (diretrizes,
PPA
objetivos e metas)
• MP (metas e
LDO
prioridades)
o LOA
É o orçamento público propriamente dito.
Em regra, só contém previsão de receitas e fixação de despesas.
Exceções:
• Autorização para abertura de créditos adicionais suplementares (só os suplementares);
• Autorização para contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita
orçamentária (ARO);
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Dividida em três (Orçamento Fiscal – OF, Orçamento de Investimento – OI, Orçamento da Seguridades
Social – OSS), mas é uma LOA só!
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DOM (diretrizes,
PPA
objetivos e metas)
MP (metas e
Leis Orçamentárias LDO
prioridades)
OF
LOA OI
OSS
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