Lisa Genova nasceu a 22 de novembro de 1970 e é formada em Psicologia,
tendo também um doutoramento em Neurociência pela Universidade de Harvard. O livro de que hoje vou falar, o meu nome é alice, foi a sua estreia no mundo romancista. Embora não tenha muitos livros publicados, a sua escrita insere-se na ficção literária. A obra, o meu nome é alice, foi editada em 2009 pela editora lua de papel e divide-se em 25 capítulos. A sua escrita é simples, feita na 3º pessoa, e o narrador é omnisciente, uma vez que sabe tudo o que Alice sente. A ação situa-se sobretudo em Massachussets, nos EUA, entre Setembro de 2003 e setembro de 2005. Este livro retrata a vida de alice, uma mulher com cerca de 50 anos, com 3 filhos, professora de psicologia prestigiadíssima não so na faculdade onde leciona, Harvard, mas também pelo mundo. Alice sempre foi reconhecida pela sua incrível mente, mas um certo dia, numa conferencia, esquece-se de uma palavra. Parece ser algo normal, mas não para Alice, a mulher que nunca se esquecia de nada. Depois disso, pequenos sinais se seguem, sinais que indicam que a vida de Alice está a ruir – alice tem alzheimer. O livro foca-se na vida de alice durante os diferentes estágios da doença, faz-nos acompanhar 2 anos da vida de Alice desde o momento em que se esquece apenas de uma morada até ao momento em que se esquece do nome dos filhos. Alice é, como óbvio, a personagem mais importante, sendo uma mulher inteligente, bastante desportiva e saudável, até descobrir a doença. É também uma mulher forte, que ama os filhos. dá-se também um grande destaque à sua filha lydia, atriz e rebelde, inteligente como a mãe, mas que não lhe falava, pois esta não apoiava a sua decisão de ser não ir para a faculdade. No entanto, com a doença da mae, as duas acabam por se reunir, e apoiar-se mutuamente –alice por causa da doença, lydia por causa da falta de apoio e de emprego no meio artístico. Apesar de haver mais personagens, como o marido de Alice e os seus outros dois filhos, Alice e Lydia são das personagens com maior destaque, pela união que vão voltar a ter após a doença. Apesar do tema principal da história ser a doença de Alzheimer, também aborda questões como a família e a carreira profissional, o que nos leva a sentir ainda mais empatia por Alice: não é só um livro clínico sobre Alzheimer, é uma história de família, algo que pode acontecer com qualquer um de nós ou dos nossos familiares. Esta obra prendeu-me: pela escrita, pela história, pelo suspense. Criamos facilmente uma relação de empatia com Alice e até com a sua família. É um dos livros mais brilhantes que li nos últimos tempos, sendo um dos meus favoritos. Este livro não tem realmente qualquer ponto de contacto com as obras já estudadas: o tempo que os separa é imenso, e o estilo e temas são completamente diferentes. no entanto, para além de ser uma obra incrível, é um livro verdadeiramente assustador. Metemo-nos na pele de alice, é como se a acompanhássemos lado a lado. É assustador o facto de conhecermos uma personagem cheia – cheia de vida, de palavras, de ideais – e que vai perdendo tudo isso, vai perdendo a sua vida, vai deixando de ser a alice que é. É um livro que nos faz pensar na vida – num dia estamos a vivê-la normalmente e, a seguir, a doença suga-nos a vida. Morremos por dentro. No entanto, alice continua alice e este livro mostra-nos como é preciso força de vontade e muito amor para continuar a viver com esta doença. É um livro chocantemente real e que nos faz dar valor à vida e que, apesar da sua grande carga emocional, é um hino para todas as pessoas que sofrem ou possam vir a sofrer alzheimer. Por isso, e pela escrita brilhante que nos faz ainda mais sentir a dor de alice, eu recomendo esta obra a toda a gente.