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HISTORICO DE FUNDAÇÃO DA BANDA DE MUSICA SANTA CECÍLIA

Sapé foi um aglomerado humano que surgiu da segunda metade do século XIX sob o impulso do apito
do trem. E foi este instrumento de locomoção, sem sombra de dúvidas, que ocasionou a origem da localidade
e, por conseguinte, ainda se tornou o responsável pelo seu posterior desenvolvimento.

Analisando-se a formação e crescimento de Sapé dentro dessa visão, imperioso se faz afirmar que
nossa terra sempre esteve ligada a arte da música, pois, até o seu surgimento foi embalado por uma
tonalidade representada pelo som das locomotivas que passaram a transitar em seu meio e logo provocaram
a atração de diversas pessoas que passaram a se fixar e concorrer para a construção de uma nova
comunidade.

Banda Santa Cecilia década de 1940-1950, destaque para


a antiga estação ferroviária ao fundo.

Cedo surgiu neste


ambiente a presença de
amantes da música sob a
orientação do mestre
Ludugero Barbosa que
também passou a residir
em Sapé e a desenvolver
sua arte, em consonância
com o elemento precursor
da própria fundação do
então povoado.

A primeira formação
musical da atual Santa
Cecília que se tem notícia,
chamava-se “Pata Choca”,
uma das versões atribuídas a este irreverente apelido trata-se de associar a execução por diversas vezes dos
sons desordenados dos instrumentos tal qual o “grasnar” de uma pata quando se acha choca.

Até o início da década de 1920, Ludugero Barbosa com sua banda representava o único acervo musical
que prendia a atenção das pessoas nas festas realizadas tanto em Sapé, quanto Cruz do Espirito Santo, em
Sobrado ou São José de Cachoeira, hoje denominado distrito de Renascença.

Ao Ser instalado o município de Sapé em 31 de janeiro de 1927, ocasião em que o mestre Ludugero já
não mais existia, remanescentes da antiga pata choca e pessoas da sociedade interessadas, criaram uma
nova banda que passou a ser chamada de “Santa Cecília”, no dia 25 de agosto de 1927 este mesmo pessoal
fundou em Sapé uma escola de música que foi batizada com o merecida e justiça, de ‘Ludugero Barbosa”.

Por um período de tempo a banda funcionava como uma associação de natureza particular e devido
as dificuldades financeiras surgidas, tanto a banda quanto a escola de música no ano de 1934 passaram a
fazer parte do patrimônio da Prefeitura Municipal de Sapé, cujo Prefeito era o senhor Pedro de Oliveira.

Com esta integração logo surge a profissão de músico com salários pagos mensalmente, concorrendo
assim para que a profissão galgasse maior segurança diante das demais classes participantes da sociedade.
MAESTROS

Dos que assumiram esta função, de 1927 até a atualidade deve-se enumerar os seguintes: Maestro
Ferrolho, José Ramos da Justa, José Batista Baltazar, Luiz Gonzaga, José Manoel da Silva, conhecido como “Zé
Nanô”, José Fernandes e José Fernando Rodrigues da Silva, conhecido por Maestro Segundo que permaneceu
na função durante 36 anos (1972-2008), posteriormente a sua aposentadoria lhe sucederam, Maestro
Erivaldo da Silva (2011- 2013), Maestro Lenilson dos Santos Targino (2014-2015), Maestro Pedro Batista de
Andrade (2015-2017) e a partir do final do ano 2017 ocupa sua regência o maestro Alan de Araújo de Brito
permanecendo até a atualidade (2019).

A IMAGEM DE SANTA CECÍLIA

Uma das fases de auge da banda se deu na década de 1950 quando participou de concursos de bandas
no interior do Estado e obteve honroso lugar. Nesta época, mais precisamente em 1952, teve suas bodas de
prata (25 anos) comemoradas com uma festa cujo registro se acha no anais da Câmara Municipal de Sapé,
conforme se pode ver na ata da sessão do legislativo municipal, realizada no dia 01 de julho de 1952, de teor
original seguinte:
{...} Projeto de Lei nº 6. A Câmara Municipal de Sapé, decreta:
Art. 1º - Fica instituída, este ano de 1952, a festa de Santa Cecília
padroeira da música, em regozijo ao 25º aniversario (bodas de prata) da
fundação da Escola de Música Ludugero Barbosa, desta cidade.
Art. 2º - Fica o Poder Executivo autorizado a abrir o credito especial de
cinco mil cruzeiros (Cr$ 5.000,00), destinados as despesas decorrentes da
realização das festividades, mediante uma programação previamente
elaborada. Art. 3º - O poder Executivo deverá em tempo oportuno fazer a
aquisição de uma imagem de Santa Cecilia, de tamanho regular, e expedir
providência para que no dia 22 de Novembro, essa solenidade tenha um
cunho de realce, digno da efeméride. Art. 4º - Revogam-se as disposições
em contrário.
Registro fotográfico da solenidade.

Fonte de pesquisa:
resumo feito a partir do
capitulo “A Santa Cecília” do
livro “O processo histórico de
Sapé “(1757-2012) do autor
Juraci Marques Ferreira,
editora Ideia.

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