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HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
PETER HÄBERLE
Jacarezinho - 2018
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................2
2 Hermenêutica Constitucional.................................................................................3
2.1 DADOS CATALOGRÁFICOS.................................................................................3
2.2 OBJETIVO DA OBRA............................................................................................3
2.3 RECORTE HISTÓRICO.........................................................................................3
2.4 tese fundamental, estágio do problema.................................................................4
2.4.1 Situação atual da teoria da interpretação constitucional................................4
2.4.2 Novo questionamento e tese..........................................................................4
2.4.3 Esclarecimento da tese e conceito de interpretação......................................5
2.5 OS PARTICIPANTES DO PROCESSO DE INTERPRETAÇÃO
CONSTITUCIONAL.......................................................................................................6
2.5.1 Considerações preliminares sobre o método.................................................6
2.5.2 Catálogo sistemático......................................................................................6
2.5.3 Esclarecimento do catálogo sistemático........................................................7
2.6 APRECIAÇÃO DA ANÁLISE DESENVOLVIDA.....................................................8
2.6.1 Possíveis objeções e críticas..........................................................................8
2.6.2 Legitimação do ponto de vista da toeira do direito, da teoria da norma e da
teoria da interpretação..................................................................................................9
2.6.3 Legitimação decorrente das reflexões teorético-constitucionais..................10
2.6.4 Reflexões sobre a Teoria da Democracia como Legitimação......................10
2.7 CONSEQUÊNCIAS PARA A HERMÊNEUTICA COSNTITUCIONAL JURÍDICA12
2.7.1 Relativização da interpretação jurídica – novo entendimento de suas tarefas
12
2.7.2 Dimensão e Intensidade do controle judicial – Diferenciação em face da
medida de participação...............................................................................................13
2.7.3 Consequências para a conformação e utilização do direito processual
constitucional...............................................................................................................14
2.8 Novas indagações para a teoria constitucional...................................................15
2.8.1 Sobre a existência de diferentes objetivos e utilização de diversos métodos
de interpretação..........................................................................................................15
2.8.2 Funções da teoria constitucional..................................................................15
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................17
REFERÊNCIAS utilizadas para compreensão da obra..............................................18
2
1 INTRODUÇÃO
A leitura da obra de Peter Häberle: “Hermenêutica Constitucional: A
sociedade aberta dos intérpretes da Constituição: contribuição para a interpretação
pluralista e ‘procedimental’ da Constituição”, é de importância ímpar para uma
melhor compreensão do contexto sócioconstitucional que é experimentado pelo
Brasil.
Embora seja uma tese com vários anos de produção, se mantém viva e
atual, fornecendo subsídios para o estudo do Direito Constitucional em cotejo com
os acontecimentos dentro e fora da jurisdição constitucional. Isto é, a reflexão sobre
como se dá a última palavra sobre o sentido da Constituição encontra em Häberle a
exposição da carência de participação da sociedade de uma forma mais efetiva e
produtiva.
Com o intuito de servir ao aporte teórico de uma pesquisa inserida na
temática das Teorias da Justiça: Justiça e Exclusão, que é objeto do Programa de
Mestrado da Universidade Estadual do Norte do Paraná, especialmente na linha de
pesquisa Função Política do Direito, é valiosa a contribuição a respeito da medida de
participação do processo interpretativo da Constituição por tornar visível as camadas
plurais que compõem a sociedade.
Como o tema da pesquisa que se que pretendemos tornar em dissertação é
“Legitimidade das decisões e democracia: A judicialização da política e a politização
da justiça”, a escolha da obra se justifica por trazer conceitos a respeito da teoria da
democracia, da legitimidade democrática, da opinião pública, dos grupos de
interesse e como todas estes podem e devem influenciar na interpretação da
Constituição.
Preferimos aqui uma abordagem mais profunda que um fichamento simples
da obra, para tentar encontrar semelhanças entre a Lei Fundamental da Alemanha e
a Constituição Federal Brasileira, respeitando os recortes geográficos, jurídicos e
temporais, para buscar uma aproximação da teoria com a realidade. Para isso, todas
as referências que não fidelizam com o livro não apresentam indicação autoral de
Häberle e são explicadas em notas específicas. Incialmente são apresentados
dados catalográficos e explicativos da obra, para o desenvolvimento foram
respeitadas as divisões originais do texto e ao final são apresentadas considerações
conclusivas.
3
2 HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
2.1 DADOS CATALOGRÁFICOS
Sobre a Obra
Nome do Autor Peter
Sobrenome do Autor HÄBERLE
Die offene Gesellschafi der Verfassungsinterpreten.
Título da Obra Ein Beitrag zur pluralistischen und "prozessualen“
Verfassungs interpretation
Hermenêutica Constitucional
A sociedade aberta dos intérpretes da Constituição:
Título Traduzido
contribuição para a interpretação pluralista e
"procedimental" da Constituição
Tradutor Gilmar Ferreira Mendes
nº da Edição 1
Cidade Porto Alegre
Nome da Editora Sergio Antonio Fabris Editor
Ano 1997
interpretação, é possível alcançar conceitos e ideias que não são percebidas por
uma jurisdição constitucional que se internaliza nas Cortes.
3
No Brasil, seriam essencialmente, os legitimados dos incisos art. 103 da CF/88.
10
democrática. O referencial monárquico de povo que visa sua diminuição precisa ser
compreendido a partir da liberdade do cidadão e do pluralismo (HÄBERLE, 1997, p.
39). A legitimação democrática se dá com uma desvinculação do pensamento linear
e eruptivo da democracia tradicional, possibilitando aos cidadãos a interpretação das
normas constitucionais:
raciocínio do item (i), pala leis polêmicas (reforma do Código Penal, ensino superior,
aborto), todavia, a Corte deveria levar em conta a peculiar legitimação democrática
que as orna, decorrente da participação de inúmeros segmentos no processo
democrático de interpretação constitucional e para as leis menos polêmicas (normas
técnicas) não seria necessário um controle tão rigoroso.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma compreensão da obra exige um conhecimento prévio da teoria
constitucional, especialmente das ideias de Lassale, Loewenstein, Hesse e Schmitt,
para contextualizar a leitura e ter um suporte de entendimento de vários conceitos
que são dispostos pelo autor. Consignando a ideia de que a Constituição é um
documento político e que possui uma consciência que não pode sofrer erosão, não é
uma simples folha de papel, mas tem a capacidade de impor tarefas a todos, a ideia
de interpretação aberta consegue uma maior fluência.
A partir da tese dos intérpretes da Constituição da sociedade aberta, é
possível perceber que a interpretação não é uma atividade estática e estatal. A
hermenêutica constitucional não é restrita às Cortes e juízes constitucionais,
conceito aplicável no Brasil em qualquer grau de jurisdição graças ao sistema
híbrido de controle constitucional pela via concreta, difusa ou incidental e pela via
abstrata, direta e concentrada.
As possibilidades de interpretação se espalham para fora da jurisdição e
cotidianamente se aperfeiçoam no espaço público e na realidade. Não só juízes e
membros do STF são intérpretes, mas todos são potencialmente intérpretes da
Constituição direta ou indiretamente.
O tempo da interpretação não é mensurável, pode-se dizer que a
hermenêutica constitucional é intertemporal e dinâmica, se produzindo em fatos e
decisões, daí a importância de reconhecer nos legisladores, servidores públicos,
grupos de interesse, cidadãos, partidos políticos, enfim num rol sem número definido
de pessoas ou categorias, a legitimidade para interpretar.
Nos direitos fundamentais, principalmente, a participação aberta é plural é
uma condição para determinação do sentido e do alcance das expressões da
Constituição e um reconhecimento positivo pela jurisdição constitucional é um vetor
de validade da palavra final emanada da Corte.
Embora Häberle seja categórico com relação à concepção de povo – que
muitas vezes toma uma forma diminutiva de sua importância – é necessário tecer
uma crítica suave com relação à ideia de democracia do cidadão, pois nem todos os
potenciais intérpretes são cidadãos em sentido estrito, por exemplo apátridas,
menores, presos com direitos políticos suspensos, precisam ter a voz ouvida e no
mínimo ter representatividade na busca por uma boa interpretação constitucional.
É óbvio que a sistemática da obra não permite uma leitura restritiva da ideia
de cidadão, mas é necessário o esclarecimento para que não se contamine a ideia
do autor com um pensamento predominantemente categorizado e fechado em um
numerus clausus de intérpretes.
Por fim, medidas como audiências públicas no STF, a roupagem do amici
curiae trazida pelo novo CPC, plenários virtuais, e-cidadão e principalmente a
aplicação do princípio da transparência em todas as funções do Estado dão um tom
de validade e necessidade na aplicação da tese de Häberle para uma sociedade
aberta.
Entre tantos avanços e retrocessos é somente a partir de um diálogo entre
todos é que o processo de interpretação constitucional firma sua validade e se
afeiçoa com a justiça.
18
ALARCÓN, Pietro de Jesús Lora. Ciência política, estado e direito público. 2ª Ed.
São Paulo: Editora Verbatim, 2014.