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ÓLEO ISOLANTE

1 - INTRODUÇÃO

Óleos minerais isolantes são determinados tipos de óleos básicos extraídos do petróleo, com
tratamento específico e destinados à utilização em transformadores, chaves elétricas, reatores,
dijuntores, religadores, etc. Num equipamento elétrico, o óleo é usado simultaneamente como
isolante e refrigerante. Para isolar, o óleo deve ser isento de umidade e de contaminantes e para
resfriar deve possuir baixa viscosidade e baixo ponto de fluidez para facilitar sua circulação.

O óleo isolante ideal é aquele que tem baixa viscosidade; alto poder dielétrico e alto ponto de
fulgor; é isento de ácidos, álcalis e enxofre corrosivo; resiste à oxidação e à formação de borras;
tem baixo ponto de fluidez e não ataca os materiais usados na construção de transformadores e
artefatos elétricos; tem baixa perda dielétrica e não contém produtos que possam agredir o homem
ou o meio ambiente.

2 – REFINAÇÃO

Os óleos naftênicos normalmente são usados para a produção de óleos isolantes, embora
atualmente também se utilizem óleos parafínicos. Uma vez selecionada a viscosidade adequada, o
óleo é submetido a um ou uma combinação dos seguintes processos: tratamento a ácido, extração
por solvente ou hidrogenação.

2.1 - Tratamento a ácido

No tratamento ácido, os ácidos são removidos através de neutralização com soda, lavagem com
água e tratamento com argila.

2.2 - Tratamento a extração por solvente

Na extração por solventes, o óleo entra em contato com furfural para a separação dos carbonatos
aromáticos e é tratado com argila.

2.3 - Tratamento a hidrogenação

Na hidrogenção, faz-se a reação com hidrogênio na presença de catalisador seguida de tratamento


com vapor de água e argila.
Dependendo da origem do básico, o óleo isolante poderá ser submetido a um processo de
desparafinação, para adequar seu ponto de fluidez.

3 - PROPRIEDADE FÍSICAS, QUÍMICAS E ELÉTRICAS


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ÓLEO ISOLANTE
3.1 - Propriedades físicas

3.1.1 - Viscosidade: deve ser baixa para circular com facilidade e dissipar adequadamente o calor.

3.1.2 - Ponto de Fulgor: para a segurança dos equipamentos com relação à possibilidade de
incêndios, deve-se assegurar um ponto de fulgor mínimo adequado.

3.1.3 - Ponto de Anilina: indica o poder de solvência do óleo por matérias com as quais entrará em
contato. Um baixo ponto de anilina indica maior solvência do produto, o que não é desejável.

3.1.4 - Tensão Interfacial: indica a existência de substâncias polares dissolvidas no óleo. Estas
substâncias prejudicam as propriedades dielétricas do óleo, além de contribuirem para o seu
envelhecimento. Um alto valor é desejável.

3.1.5 - Cor: o óleo isolante novo costuma ser claro. O escurecimento em serviço indica sua
deterioração.

3.1.6 - Ponto de Fluidez: sendo a temperatura abaixo da qual o óleo deixa de escoar, esta
característica deve ser compatível com a mínima temperatura em que o óleo vai ser utilizado. O
ensaio também ajuda na identificação do tipo de óleo: parafínico ou naftênico.

3.1.7 - Densidade: influi na capacidade de transmissão de calor do óleo. Nos óleos isolantes
encontra-se entre 0,850 e 0,900, estando mais próxima de um dos dois valores segundo sua
predominante composição em hidrocarbonetos (parafínicos ou naftênicos).

3.2 - Propriedades químicas

3.2.1 - Estabilidade à oxidação: é importante para o bom desempenho do óleo e durabilidade do


sistema isolante. A oxidação é decorrente da estocagem do óleo e das próprias condições de
operação dos equipamentos elétricos e se manifesta através de borra e de acidez do óleo. Estes
efeitos indesejáveis podem ser atenuados através da utilização de aditivos anti-oxidantes.

3.2.2 - Acidez e água: devem ser extremamente baixos para evitar a passagem de corrente elétrica,
reduzir a corrosão e aumentar a vida de todo o sistema.

3.2.3 - Compostos de enxofre (sulfatos): devem estar ausentes para evitar que o óleo cause
corrosão ao cobre e à prata existentes nos equipamentos.

3.2.4 - Tendência à evolução de gases: esta característica mede a tendência de um óleo


desprender ou absorver gases (normalmente o hidrogênio), sob determinadas condições.

Um valor positivo indica desprendimento de gases, enquanto que, um valor negativo significa
absorção de gases, importante para a operação segura do equipamento.

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ÓLEO ISOLANTE
3.3 - Propriedades elétricas

3.3.1 - Rigidez dielétrica: é a capacidade do óleo de resistir à passagem da corrente elétrica.


Quanto mais puro estiver o óleo, maior a rigidez dielétrica. Umidade, particulas sólidas e gases
dissolvidos prejudicam a capacidade isolante do óleo.

A rigidez dielétrica é fortemente afetada quando o óleo possui íons e partículas sólidas
higroscópicas. Neste caso é preciso tratar o óleo com aquecimento e filtragem.

3.3.2 - Fator de potência: é uma indicação das perdas dielétricas no óleo. O óleo será melhor,
quanto menores forem estas perdas. A condução de corrente nos óleos pode ser causada por
elétrons livres resultantes da ação do campo eletromagnético sobre as moléculas ou por partículas
carregadas.

O fator de potência mede a contaminação do óleo por água e contaminantes sólidos ou solúveis.

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ÓLEO ISOLANTE
ÓLEO MINERAL ISOLANTE TIPO A

PORTARIA N° 46, DE 02/12/94


REGULAMENTO TÉCNICO Nº 03/94
ENSAIOS UNIDADE MÍN MÁX MÉTODO
(1) (1)
Cloretos - Ausente NBR 5779
Densidade a 20/4º C 0,861 0,900 NBR 7148
Viscosidade (7) mm2/s ABNT MB-293
20 ºC (cSt) - 25,0
40 ºC - 11,0
100 ºC - 3,0
Ponto de fulgor ºC 140 - ABNT MB-50
Ponto de fluidez (3) ºC - 39 ABNT MB-820
Índice de neutralização (IAT) mg - 0,03 ABNT MB-101
KOH/g
Tensão interfacial a 25 ºC mN/m 40 - NBR 6234
Teor de carbono aromático % Anotar ASTM D 2140
Cor - - 1,0 ABNT MB-351
Teor de água (8) mg/kg - 35 NBR 10710
Sulfatos - Ausente NBR 5779
Ponto de anilina ºC 63 84 ABNT MB-299
Tendência a evolução de microL/mi Negativa ASTM D 2300
gases (5) n Método B
Rigidez dielétrica (4) kv
Eletrodo de disco 30 - NBR 6869
ou
Eletrodo VDE 42 - NBR 10859
Rigidez dielétrica a impulso kv 145 - ASTM D 3300
(eletrodos agulha/esfera)
Fator de perdas dielétricas a % NBR 12133
25 ºC - 0,05
90 ºC - 0,40
100 ºC (2) - 0,50
Estabilidade à oxidação NBR 10504
Índice de neutralizacão (IAT) mg - 0,40
Borra KOH/g - 0,10
Fator de perdas dielétricas a % massa - 20
90 ºC %
Teor de PCB mg/kg Não detectável ASTM D 4059
Enxofre corrosivo - Não corrosivo ABNT MB-899
Aparência - (9) Visual
Teor de inibidor de oxidação % massa - 0,08 NBR 12134
DBPC/DBP (6)

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ÓLEO ISOLANTE

OBSERVAÇÕES
(1) Os valores estipulados são absolutos segundo a Norma ASTM E 29 e não estão sujeitos
à correção pela tolerância dos métodos de ensaio.
(2) Esta especificação requer que o óleo isolante atenda ao limite de fator de perdas
dielétricas a 25 ºC e a 100 ºC ou a 90 ºC.
(3) Este valor é exigido por tratar-se de óleo isolante de origem naftênica. No entanto,
considerando-se as condições climáticas do Brasil outros valores poderão ser aceitos
quando se tratar de aplicação do produto no país.
(4) Esta especificação requer que o produto seja aprovado em um ou outro ensaio e não nos
dois. Em caso de dúvida, esta deverá ser dirimida através do ensaio de eletrodo de disco.
(5) Enquanto não se dispuser, no País, de instrumentação necessária ao controle e
acompanhamento desse ensaio, a aceitação do limite estabelecido está condicionada à
informação do fabricante de que o produto foi obtido do mesmo petróleo e sob o mesmo
processamento de que resultaram os valores anteriores dentro desta especificação. A
PETROBRAS informará aos usuários, o fabricante e a marca do produto, a cada importação
que fizer.
(6) A comercialização do produto poderá ser feita com base no laudo de qualidade garantido
pelo supridor estrangeiro.
(7) O ensaio de viscosidade será realizado em duas temperaturas dentre as três citadas.
(8) Estes ítens não se aplicam a produtos transportados em navios ou caminhões-tanques,
ou estocados em tanque, em que possa ocorrer absorção de umidade. Neste caso, deverá
ser processado tratamento físico adequado para que estabeleça os valores especificados no
presente Regulamento Técnico.
(9) O óleo deve ser claro, limpo e isento de material em suspensão.

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ÓLEO ISOLANTE

ÓLEO MINERAL ISOLANTE TIPO B


RESOLUÇÃO Nº 09/88 de 01/11/88
REGULAMENTO TÉCNICO Nº 06/79-Rev. 2
ENSAIOS UNIDADE MÍN MÁX MÉTODO
Densidade a 20/4º C - 0,860 NBR-7148
Viscosidade cinemática a cSt ABNT-MB-293
20 ºC - 25,0
40 ºC (1) - 12,0
100 ºC - 3,0
Ponto de fulgor ºC 140 - ABNT-MB-50
Ponto de fluidez ºC - -12 ABNT-MB-820
Índice de neutralização (IAT) mg - 0,03 ABNT-MB-101
KOH/g
Tensão interfacial a 25 ºC mN/m 40 - NBR-6234
Cor ASTM - - 1,0 ABNT-MB-351
Teor de água (2) mg/kg - 35 NBR-5755
Carbono aromático % 7,0 - ASTM D 2140
Ponto de anilina ºC 85 91 ABNT-MB-299
Índice de refração a 20 ºC - 1,469 1,478 NBR-5778
Rigidez dielétrica (2) (3) kv
Eletrodo de disco 30 - NBR-6869
ou
Eletrodo VDE 42 - IEC-156
Fator de perdas dielétricas a % ASTM D 924 ou
25 ºC - 0,05 IEC-247
90 ºC - 0,40
100 ºC (4) - 0,50
Estabilidade à oxidação IEC-74
Índice de neutralizacão (IAT) mg - 0,40
Borra KOH/g - 0,10
Fator de perdas dielétricas a % massa - 20
90 ºC (5) %
Enxofre total % massa - 0,30 ASTM D 1552
Enxofre corrosivo - (6) ABNT-MB-899
Aspecto - (7) Visual
Teor de inibidor de oxidação % massa (8) ASTM D 2668
DBPC/DBP

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ÓLEO ISOLANTE

OBSERVAÇÕES
(1) O ensaio de viscosidade será realizado em duas temperaturas dentre as três citadas.
(2) Estes ítens não se aplicam a produtos transportados em navios ou caminhões-tanques,
ou estocados em tanque, em que possa ocorrer absorção de umidade. Neste caso, deverá
ser processado tratamento físico adequado para que estabeleça os valores especificados
no presente Regulamento Técnico.
(3) Esta especificação requer que o produto seja aprovado em um ou outro ensaio e não
nos dois. Em caso de dúvida, esta deverá ser dirimida através do ensaio de eletrodo de
disco.
(4) Esta especificação requer que o óleo isolante atenda ao limite de fator de perdas
dielétricas a 90 ºC pelo método IEC-247 ou a 100ºC pelo método ASTM D 924. Esta
especificação não exige que o óleo isolante atenda aos limites medidos por ambos os
métodos. Em caso de dúvida, esta deverá ser dirimida através do ensaio de fator de
perdas dielétricas a 100 ºC.
(5) O ensaio do fator de perdas dialétricas a 90 ºC, de óleo oxidado pelo método IEC-74,
será realizado conforme método IEC-247 e após a preparação desse óleo feita de acordo
com o ítem 10.4.1 do método IEC-813.
(6) Não corrosivo.
(7) O óleo deve ser claro, límpido, isento de material em suspensão ou sedimentado.
(8) Não detectável.
Nota: Os recipientes destinados ao fornecimento do óleo mineral isolante devem ser
limpos e isentos de matérias estranhas. O revestimento interno deve ser constituído de
resina epoxi, convenientemente curada, ou material equivalente em desempenho.

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