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Livro de Fundamentos Metodologia Do Ensino Da Matematica Nas Series Iniciais PDF
Livro de Fundamentos Metodologia Do Ensino Da Matematica Nas Series Iniciais PDF
do Ensino de Matemática
1ª Reimpressão, 2011
Curitiba
2010
1ª Reimpressão, 2011.
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Diretor Executivo Maurício Emerson Nunes
Diretor Acadêmico Osíris Manne Bastos
Coordenadora do Núcleo de Vívian de Camargo Bastos
Educação a Distância
Coordenadora do Curso de Ana Cristina Gipiela Pienta
Pedagogia EaD
Secretária Acadêmica Dirlei Werle Fávaro
Editora fael
Coordenadora Geral Dinamara Pereira Machado
Coordenador Editorial William Marlos da Costa
Edição Alexandre Gomes Popadiuk
Revisão Jaqueline Nascimento
Lisiane Marcele dos Santos
Silvia Milena Bernsdorf
Projeto Gráfico e Capa Denise Pires Pierin
Ilustração da Capa Cristian Crescencio
Diagramação Ana Lúcia Ehler Rodrigues
Ilustrações Ana Lúcia Ehler Rodrigues
Igor Santos
Sandro Niemicz
1 Período após 1945. A Segunda Guerra Mundial ocorreu no período de 1939 a 1945, sendo
considerada uma das maiores catástrofes provocadas pelo ser humano em toda a sua his-
tória. Envolveu 72 nações dos 5 continentes, alguns de forma direta e outros indiretamente,
mas afetou a todos.
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Ensino tradicional de matemática
Pensar sobre o ensino tradicional de matemática é referir-se a uma
prática educacional que perpassa várias décadas e ainda se faz presente
em muitos momentos da prática pedagógica, que, por vezes, mostra-se
disfarçada por discursos ou tendências de novos encaminhamentos. No
entanto, essa forma de conceber o ensino de matemática está fortemen-
te presente até a década de 60 do século XX, quando surgem grandes
discussões em torno do ensino da matemática no país.
Na concepção tradicional do ensino de matemática, evidenciam-se
dois papéis bem distintos no processo de ensinar e aprender:
●● do professor – que ensina, avalia, pergunta, cobra, enfim,
detém o saber, o poder e o controle sobre o que ensina e deve
ser ensinado;
●● do aluno – que aprende, busca o saber que não possui, res-
ponde, reproduz o que o professor ensina, somente é avaliado
(não participa do processo de avaliação), enfim, é um ser pas-
sivo que só recebe o saber. A responsabilidade pela aprendiza-
gem recai toda sobre o aluno.
FAEL
FAEL
Reflita
Reflita
“A matemática precisa ser ensinada como um instrumento para a in-
terpretação do mundo em seus diversos contextos. Isso é formar para
a criticidade, para a indignação, para a cidadania e não para a memori-
zação, para alienação, para a exclusão.” (ROCHA, 2001, p. 30).
FAEL
FAEL
Reflita
Reflita
“Ao passar de uma sociedade rural, onde ‘poucos precisavam conhecer
matemática’, para uma sociedade industrial onde mais gente ‘precisava
aprender matemática’ em razão da necessidade de técnicos especializados,
daí para uma sociedade de informação onde a maioria das pessoas ‘precisa
saber matemática’ e, agora, caminhando para uma sociedade do conheci-
mento que exige de todos ‘saber muita matemática’, é natural que o ho-
mem se tenha interessado em promover mudanças na forma de como se
ensina e como se aprende matemática.” (ONUCHIC, 1999, p. 200).
Faça uma reflexão sobre a afirmação de Onuchic, identificando os di-
ferentes momentos históricos e sociais em que o conhecimento mate-
mático se fez presente, como ele era considerado pelas pessoas e como
se destacou nesses diferentes momentos. Reflita também sobre as
formas como a matemática se faz presente na sociedade atual e a sua
importância no contexto social.
20
Reflita
Reflita
FAEL
Síntese
21
A educação matemática no Brasil mostrou seus primeiros sinais na
década de 50 do século passado, por meio da movimentação dos pro-
fessores e educadores insatisfeitos com o ensino de matemática. Nesse
período, o ensino de matemática era caracterizado pela forma tradicio-
nal, cujo foco era a aprendizagem por repetição mecânica de exercícios
modelos, sem a preocupação com a compreensão e o significado dos
símbolos, propriedades, registros e procedimentos. Professor e aluno
tinham papéis bem distintos e definidos.
No decorrer da década seguinte, foi implantado o Movimento da
Matemática Moderna no Brasil, procurando reformular e modernizar
os currículos escolares, dando ênfase aos aspectos formais da matemá-
tica, apoiado na lógica, na álgebra, na topologia, na ordem, com des-
taque para a teoria dos conjuntos. Houve uma preocupação exagerada
com as abstrações, ocorrendo um excesso de formalização.
Na década de 80, com o declínio da Matemática Moderna, in-
tensificaram-se as discussões em torno do ensino de matemática, e
começam a ganhar força as propostas que enfatizam a educação pela
matemática e não a educação para a matemática. Com isso, a educação
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FAEL
criança que está fazendo um ano de idade: “quantos aninhos você está
fazendo?” e ela imediatamente mostra:
FAEL
Reflita
Reflita
“Compreender é inventar ou reconstruir através da reinvenção, e será
preciso curvar-se ante tais necessidades se o que se pretende, para o fu-
turo, é termos indivíduos capazes de produzir ou de criar, e não apenas
de repetir.” (PIAGET)
FAEL
2 3 4 5 6
8 9 10 11 12
FAEL
Síntese
A aquisição do conhecimento matemático se dá desde o nascimen-
to da criança, inicialmente de forma intuitiva, e se amplia de acordo
com as interferências sociais e culturais presentes no ambiente em que
ela está inserida. Além dessas interferências, a aprendizagem matemática
está relacionada a determinadas fases do desenvolvimento da criança.
De acordo com Piaget, a primeira fase de desenvolvimento da
criança denomina-se sensório-motora; em seguida, ela passa pela fase
pré-operatória e, depois, pela fase das operações concretas até chegar à
fase das abstrações.
Pesquisas recentes mostram que o conhecimento matemático da
criança pode ser ampliado em cada uma das fases do desenvolvimento,
de acordo com as intervenções sociais e culturais do meio.
29
FAEL
Educação Infantil
Para pensar nos objetivos da educação matemática para as crianças
da Educação Infantil é necessário ter presente os aspectos cognitivos
relacionados às fases do desenvolvimento próprio da criança de cada
faixa etária, suas necessidades, prioridades e formas de contato que ela
estabelece com o mundo que a cerca. 33
A criança está inserida em um mundo bastante “matematizado” e
precisa conhecer, desde o seu nascimento, o mundo em que vive para
poder interagir com esse meio social e cultural.
A seguir, você terá os objetivos pensados e organizados nacional-
mente para a Educação Infantil no que se refere ao conhecimento ma-
temático para a formação da criança desta faixa etária.
a) Objetivos da educação matemática para crianças de 0 a 3 anos
FAEL
36
FAEL
38
FAEL
Século um dois três quatro cinco seis sete oito nove zero
VI (indiano) 39
IX (indiano)
X (árabe ocidental)
X (europeu)
XI (árabe oriental)
XII (europeu)
XIII (europeu)
XV (árabe oriental)
XV (europeu)
Reflita
Reflita
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB – n. 9.394,
de 24 de dezembro de 1996, que rege a educação brasileira, afirma no
seu artigo 32 que: “O ensino fundamental terá por objetivo a formação
básica do cidadão, mediante [...] a compreensão do ambiente natural e
social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que
se fundamenta a sociedade”.
Partindo-se do pressuposto de que o ensino da matemática, como parte in-
tegrante do currículo escolar e com carga horária significativa, faz parte de
um dos objetivos expressos na LDB, deve-se refletir sobre as relações entre
o ensino da matemática escolar e esse objetivo do Ensino Fundamental.
Reflita
Reflita
FAEL
41
42
FAEL
Síntese
Estudos recentes sobre o desenvolvimento e as formas como as
crianças aprendem mostram que ela está, desde o nascimento, em con-
tato com um universo do qual os conhecimentos matemáticos são parte
integrante. Por isso a importância de pensar em situações que levem
a criança a interagir com o meio, de forma a construir estruturas que
favorecem a aprendizagem de noções matemáticas desde os seus pri-
meiros contatos com o mundo que a cerca.
Em seguida, desenvolvemos os objetivos gerais propostos para os
anos iniciais do Ensino Fundamental para a educação matemática. Mui-
to mais do que descrever objetivos que favoreçam a mecanização de sím-
bolos, fórmulas e procedimentos de resolução, os objetivos de ensinar e
aprender matemática devem vislumbrar o desenvolvimento do raciocínio
lógico e a capacidade de argumentar, compreender, interpretar, projetar,
de criar e atribuir significados para as mais diversas situações sociais em
que aparecem ideias, raciocínios e conhecimentos matemáticos.
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Educação Infantil
A Educação Infantil deve favorecer a iniciação da criança a ser in-
serida no mundo letrado, de forma a conhecer criticamente a realidade
social, favorecendo a sua independência e autonomia.
Para o desenvolvimento pleno das potencialidades da criança, é
imprescindível o trabalho pedagógico com a matemática, a qual é ne-
cessária tanto para a vida na nossa sociedade como para o desenvol-
vimento do raciocínio lógico e da criatividade. Conforme expressam
Nunes e Bryant (1997, p. 17), “as crianças precisam aprender sobre
matemática a fim de entender o mundo ao seu redor.”
Essa necessidade da matemática para compreender o mundo e in-
teragir com ele pode ser percebida, inicialmente, como algo espontâneo
e natural no cotidiano da criança, por meio das ações que ela desempe-
nha para vencer obstáculos, desafios e dificuldades que enfrenta.
FAEL
FAEL
• Inclusão hierárquica.
• Conservação de quantidades.
• Utilização da contagem oral nas brincadeiras e em situa-
ções nas quais as crianças reconheçam sua necessidade.
• Utilização de noções simples de cálculo mental como fer-
ramenta para resolver problemas.
• Comunicação de quantidades, utilizando a linguagem oral,
a notação numérica e/ou registros não convencionais.
• Identificação da posição de um objeto ou número em
uma série, explicitando a noção de sucessor e antecessor.
• Identificação de números nos diferentes contextos em
que se encontram.
• Comparação de escritas numéricas, identificando algu-
mas regularidades (BRASIL, 1998, p. 219-220).
50
2. Grandezas e medidas
• Exploração de diferentes procedimentos para comparar
grandezas.
• Introdução às noções de medida de comprimento, mas-
sa, capacidade e tempo, pela utilização de unidades não
convencionais e convencionais.
• Marcação do tempo por meio de calendários.
FAEL
3. Espaço e forma
• Explicitação e/ou representação da posição de pessoas e
objetos, utilizando vocabulário pertinente nos jogos, nas 51
brincadeiras e nas diversas situações nas quais as crianças
considerem necessária essa ação.
• Exploração e identificação de propriedades geométricas
de objetos e figuras, relacionadas ao universo da criança.
• Representações bidimensionais e tridimensionais de objetos.
• Identificação de pontos de referências para situar-se e
deslocar-se no espaço.
• Descrição e representação de pequenos percursos e trajetos,
observando pontos de referência (BRASIL, 1998, p. 229).
FAEL
Quadro de conteúdos
Há certo consenso, tanto entre os educadores matemáticos e pe-
dagogos como entre as propostas curriculares nacionais e regionais, em
relação aos conteúdos que compõem a base de estudos de matemática
em cada ano dos anos iniciais do Ensino fundamental.
FAEL
1º ano
Números e Espaço e Grandezas e Tratamento da
operações forma medidas informação
2º ano
Grandezas e Tratamento da
Números e operações Espaço e forma
medidas informação
• Contagem • Noções topo- • Medida de tem- • Uso do número
• Agrupamentos para lógicas: latera- po: construção em diferen-
facilitar a contagem lidade, aberto/ do calendário, tes contextos
• Construção do Sistema fechado, interior/ hora e meia sociais
de Numeração Decimal exterior, longe/ hora • Utilização de
(até a centena – perto, separado/ • Medida de tabelas e gráfi-
podendo ser iniciado o unido, contínuo/ valor: cédulas e cos de barras
trabalho com a unidade descontínuo, moedas • Identificação da
de milhar) alto/baixo, fron- • Medidas de possibilidade
• Pares e ímpares teira comprimento: de um
• Sequência • Representação metro e centí- evento ocorrer
do espaço (ma- metro em: certo,
• Antecessor e sucessor
lhas quadricula- • Medida de provável e
• Composição e decom- das, mapas, ma- massa: grama e impossível
posição quetes e outras) quilograma
• Proporcionalidade com noções de
(relação multiplicativa • Medida de
escala (propor- medidas de
entre duas grandezas, cionalidade)
56 dois números ou duas capacidade:
• Formas tridi- litro e mililitro
medidas) mensionais:
• Noções históricas da esfera, cone,
construção numérica cubo, paralelepí-
(contagem, diferentes pedo, pirâmide e
sistemas de nume- outras
ração, função dos • Obtenção de
números) figuras planas
• Operação de adição por meio das
• Operação de multi- faces das formas
plicação (raciocínios tridimensionais
aditivo, combinatório e • Formas bidimen-
proporcional) sionais: quadra-
• Cálculo mental do, retângulo,
• Dobro círculo, triângulo
• Operação de subtração e outras
(ideia aditiva, subtrati- • Simetria obtida
va e comparativa) por um eixo
• Operação de divisão
(ideia subtrativa e
repartitiva)
• Metade
FAEL
3º ano
Grandezas e Tratamento da
Números e operações Espaço e forma
medidas informação
• História dos nú- • Noções de • Medida de • Tabelas e
meros (contagem, localização de tempo: cons- gráficos de
diferentes sistemas um objeto e trução do ca- barras e
de numeração, fun- orientação no lendário, hora pictogramas
ção dos números) espaço e minutos • Possibilida-
• Sistema de Nume- • Representação • Medida de va- des de um
ração Decimal do espaço lor: cédulas e evento ocorrer
(até milhar) (malhas moedas reais em: certo,
• Antecessor e quadricula- e centavos provável e
sucessor das, mapas, • Medida impossível
• Composição e maquetes e de massa: • Uso da
decomposição outras) com quilograma e calculadora
• Sequência noções de grama (tecnologia)
escala (propor- • Medida de
• Proporcionalidade
cionalidade) capacidade:
(relação multipli-
cativa entre duas • Formas tridi- litro e partes
grandezas, dois mensionais: do litro
números ou duas esfera, cone, • Medida de
cubo, parale- 57
medidas) comprimento:
lepípedo, pirâ- quilômetro,
• Operação de
mide e outras metro e
adição
• Planificação centímetro
• Multiplicação
(raciocínios aditivo, • Formas bidi-
combinatório e mensionais:
proporcional) quadrado,
retângulo, cír-
• Dobro, triplo, etc.
culo, triângulo
• Operação de e outras
subtração (ideia
• Simetria
aditiva, subtrativa
e comparativa)
• Operação de divisão
(como ideia subtra-
tiva e repartitiva)
• Metade e terça
parte
• Cálculo mental
• Relações entre as
operações na solu-
ção de diferentes
problemas
4º ano
Tratamento da
Números e operações Espaço e forma Grandezas e medidas
informação
• Aspectos históri- • Localização e • Medida de tempo • Chances e
cos da construção orientação no e suas unidades possibilidades
numérica espaço • Medida de valor de um evento
• Sistema de Nume- • Representação monetário: reais e ocorrer
ração Decimal do espaço em centavos • Estimativas
(até milhares) diferentes tipos • Medida de • Tabelas e
• Antecessor e de malhas, ma- comprimento: gráficos: leitura,
sucessor pas e maquetes, quilômetro, me- construção e
• Composição e com noções de tro, centímetro e análise
decomposição escala (propor- milímetro • Noção de por-
• Sequência cionalidade) • Noções de perí- centagem
• Raciocínio propor- • Formas tridimen- metro e de área • Uso da calcula-
cional sionais: poliedros • Medida de massa: dora (tecnologia)
e corpos quilograma, gra-
• As quatro opera-
redondos ma e tonelada
ções fundamen-
tais, suas ideias • Ângulos: 90º, • Medida de ca-
e propriedades 180º e 360º pacidade: litro e
58 (até a classe dos • Planificação mililitro
milhares) • Formas bidimen- • Cálculo entre as
• Cálculo mental sionais: polígonos diferentes
• Dobro, triplo, quá- e círculos grandezas
druplo, etc. • Ampliação e
• Metade, terça par- redução
te, quarta parte, • Simetrias
etc.
• Relações entre as
operações na solu-
ção de diferentes
problemas
• Números racionais
(representações
fracionária, deci-
mal e percentual)
• Frações de unidade
e de quantidade
• Equivalência de
frações
• Operações com
números decimais
(adição e subtração)
FAEL
5º ano
Grandezas e Tratamento da
Números e operações Espaço e forma
medidas informação
• Sistema de Numeração • Localização de • Medida de • Chances e
Decimal (até milhões) um objeto e comprimento possibilidades
• Antecessor e sucessor orientação no • Cálculo de de um evento
• Composição e espaço perímetro e acontecer
decomposição • Representação de área • Estimativas
• Sequência do espaço em • Medida de • Noções de mé-
• Raciocínio proporcional diferentes ma- massa: quilo- dia aritmética
lhas, mapas e grama, grama e • Pesquisa de
• História da construção
maquetes, com tonelada opinião: amos-
numérica
escala (propor- • Medida de tra, população,
• As quatro operações fun- cionalidade)
damentais, suas ideias, capacidade: tabulação de
• Formas tridi- litro, mililitro dados e
propriedades, nomencla-
mensionais: • Noções de me- análise
tura dos termos, inversas
poliedros e dida de volume: • Tabelas
• Dobro, triplo, quádruplo corpos
e outros metro cúbico • Gráfico de bar-
redondos e decímetro ras, de colunas,
• Metade, terça parte, • Planificação cúbico de segmentos
quarta parte e outros
• Ângulos • Relação entre de reta e de 59
• Cálculo mental
• Formas bidi- dm³ e litro setores
• Relações entre as ope- mensionais: • Medida de • Porcentagem
rações na solução de polígonos e tempo: hora, • Uso da
diferentes problemas círculos minutos, calculadora
• Números racionais (re- • Ampliação e segundos (tecnologia)
presentações fracionária, redução de • Medida de valor
decimal e percentual) figuras monetário:
• Frações de unidade e • Simetrias reais e
de quantidade centavos
• Equivalência de frações • Cálculo entre
• Ideias sobre operações as diferentes
fundamentais com fra- grandezas
ções: adição e subtração,
multiplicação (natural
por fracionário) e divisão
(fração por natural)
• Operações com núme-
ros decimais: adição e
subtração, multiplica-
ção (natural por deci-
mal) e divisão (decimal
por natural)
Reflita
Reflita
Os conteúdos matemáticos fazem parte do trabalho pedagógico desen-
volvido nas escolas. O conhecimento como um todo deve valer a pena
ser aprendido. Veja o que diz Antônio Nóvoa, num dos documentos do
MEC (BRASIL, 2009, p. 6) sobre essa questão:
[...] vale a pena ser ensinado tudo o que une e tudo o que liberta.
Tudo o que une, isto é, tudo o que integra cada indivíduo num
espaço de cultura e de sentidos. Tudo o que liberta, isto é, tudo
o que promove a aquisição de conhecimentos, o despertar do
espírito científico. [...] e tudo o que torna a vida mais decente.
FAEL
Agora responda:
Síntese
O Referencial Curricular Nacional – RCN – (BRASIL, 1998) dá
indicativos dos conteúdos matemáticos que devem ser trabalhados na
Educação Infantil, mostrando a relevância desse trabalho desde os pri-
meiros anos de vida da criança. Os conteúdos desenvolvidos nessa faixa
etária são estruturantes no trabalho com o conhecimento matemático,
favorecendo a construção de estruturas mentais de pensamento e ação
que contribuem diretamente para a formação integral do indivíduo.
Os conteúdos matemáticos que fazem parte do currículo escolar dos
anos iniciais do Ensino Fundamental, normalmente, estão contemplados
em campos da matemática e organizados em quatro blocos, definidos nos
Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) como: números e ope-
rações; espaço e forma; grandezas e medidas; tratamento da informação.
62
FAEL
Modelagem matemática
A modelagem matemática é uma forma de abordagem metodoló-
gica que privilegia o contexto social do indivíduo, ao mesmo tempo em
que procura levantar situações problematizadoras a partir de questiona-
mentos da realidade. É uma forma de criar “um ambiente de aprendi-
zagem no qual os alunos são convidados a indagar e/ou investigar, por
meio da matemática, situações oriundas de outras áreas da realidade”
(BARBOSA, 2001, p. 6) e que, por vezes, inicialmente, nem possui
ligação direta com a matemática.
Essa forma de conduzir o trabalho com a matemática propõe que os
sujeitos (professor e aluno) levantem problematizações que os instiguem
e que tenham significado no contexto real no qual estão inseridos. A par-
tir da proposição de uma problemática, os sujeitos vão se envolver na
formulação de hipóteses e simplificações adequadas na cria-
ção de modelos matemáticos para analisar o problema em
estudo, para ser vista como uma alternativa para inserir apli-
cações matemáticas no currículo escolar sem, no entanto, al-
terar as formalidades inerentes ao ensino (ALMEIDA; DIAS,
2004, p. 22).
FAEL
História da matemática
Nos últimos anos, tem-se discutido muito sobre a importância da
utilização da história da matemática como um recurso pedagógico em
sala de aula.
Os PCN (BRASIL, 1998, p. 42) consideram importante o uso da
história da matemática ao dizer que ela:
pode oferecer uma importante contribuição ao processo de
ensino e aprendizagem dessa área do conhecimento. Ao reve-
lar a matemática como uma criação humana, ao mostrar ne-
cessidades e preocupações de diferentes culturas, em diferen-
tes momentos históricos, ao estabelecer comparações entre os
conceitos e processos matemáticos do passado e do presente, o
professor cria condições para que o aluno desenvolva atitudes
65
e valores mais favoráveis diante do conhecimento.
Etnomatemática
A etnomatemática é considerada um programa de ensino e
aprendizagem da matemática, cujo mentor é o professor Ubiratan
D’Ambrósio, que, na década de 1970, propôs que os sistemas educa-
cionais deveriam dar ênfase às matemáticas produzidas pelas diferentes
culturas e grupos sociais.
Tecnologia
A utilização das tecnologias, sejam elas as calculadoras, os computa-
dores, os vídeos, etc., no âmbito escolar tem favorecido a compreensão e
66 o significado de diversos conteúdos matemáticos, assim como tem am-
pliado as formas e possibilidades de resolução de problemas, proporcio-
nando, também, um leque maior de informações.
Partindo do pressuposto que a escola deve contribuir significativa-
mente para a inserção do indivíduo na sociedade em que vive e sabendo
que vivemos em uma sociedade tecnológica, é imprescindível que os
recursos tecnológicos façam parte do processo de ensinar e aprender
matemática como ferramentas pedagógicas fundamentais no trabalho
em sala de aula.
Os PCN (BRASIL, 1997, p. 46) colocam que o acesso à calcula-
dora, aos computadores e a outros recursos tecnológicos já é realidade
para parte significativa da população, destacando ainda que
Estudos e experiências evidenciam que a calculadora é um
instrumento que pode contribuir para a melhoria do ensi-
no da matemática. A justificativa para essa visão é o fato de
que ela pode ser usada como um instrumento motivador na
realização de tarefas exploratórias e de investigação. Além dis-
so, ela abre novas possibilidades educativas, como a de levar o
aluno a perceber a importância do uso dos meios tecnológi-
cos disponíveis na sociedade contemporânea. A calculadora é
FAEL
Jogos
As brincadeiras e jogos fazem parte do mundo infantil. Portan-
to, a matemática apresentada por meio de atividades lúdicas torna-se
67
envolvente e favorece a construção de significados de conhecimentos
matemáticos próprios do mundo da criança.
A aceitação e utilização de jogos e brincadeiras como uma estraté-
gia no processo de ensinar e aprender matemática têm ganhado força
entre os educadores e pesquisadores matemáticos nesses últimos anos,
por considerarem, em sua grande maioria, uma forma de trabalho pe-
dagógico que estimula o raciocínio e favorece a vivência de conteúdos
matemáticos e a relação com situações do cotidiano.
O jogo como estratégia de ensino e aprendizagem matemática em
sala de aula deve favorecer à criança a construção do conhecimento
científico, propiciando a vivência de situações “reais” ou “imaginárias”,
propondo à criança desafios e instigando-a a buscar soluções para as
situações que se apresentarem durante o jogo ou mesmo nas problema-
tizações que surgirem como consequência do jogo, levando-a a racioci-
nar, trocar ideias e tomar decisões.
Os PCN (BRASIL, 1998, p. 46) destacam o recurso aos jogos
como uma importante ferramenta na proposição e na resolução de
problemas,
FAEL
Materiais manipuláveis
Algumas das possibilidades metodológicas descritas anteriormente
também utilizam materiais manipuláveis, como: jogos, uso da calculado-
ra, entre outros. Porém, neste tópico, queremos destacar outros materiais
pedagógicos manipuláveis que são fortes aliados do professor no desen-
volvimento do trabalho em educação matemática. Aqui vamos apresen-
tar alguns desses materiais; há inúmeros outros que podem contribuir
significativamente para o processo do ensinar e aprender matemática.
Os materiais manipuláveis, ao serem utilizados adequadamente,
podem favorecer a diminuição nos processos puramente mecânicos,
proporcionando ao aluno a oportunidade de construir e vivenciar si-
tuações de raciocínios, observação e construção de procedimentos de
FAEL
Material dourado
71
72
Placa cada placa é composta por 100 unidades:
FAEL
Quadro valor-lugar
C D U M C D U
centena dezena unidade milhar centena dezena unidade
DM UM C D U C D U
FAEL
Mas, além da escola, ele ainda é usado em países como Índia, Chi-
na, Japão e Rússia, nas mãos de pessoas que operam com facilidade e
agilidade esse instrumento.
É um recurso material que favorece a visualização da representação
do Sistema de Numeração Decimal, a base 10 e o valor posicional dos
algarismos, além de ser um instrumento utilizado na resolução das ope-
rações fundamentais, com destaque para a adição e a subtração.
Blocos lógicos
2 espessuras 3 cores
Sólidos geométricos
FAEL
Sólidos geométricos
Corpos redondos
Poliedros (faces planas)
(superfícies arredondadas)
77
Reflita
Reflita
Leia e reflita sobre as quatro afirmações a seguir.
1. As mudanças sociais têm ocorrido numa velocidade nunca imagina-
da há bem pouco tempo. A educação como parte integrante dessa so-
ciedade deve procurar se integrar eficazmente às mudanças de forma
crítica e construtiva.
2. A educação exerce papel fundamental no processo de construção dos
conhecimentos necessários à inserção do indivíduo na sociedade.
3. O professor exerce papel fundamental enquanto orientador, insti-
gador e mediador entre o conhecimento e o aluno.
4. Ao favorecer a manipulação de materiais, a criança agrega novas expe-
riências à sua vida, favorecendo a construção de novas aprendizagens e,
com isso, a construção e assimilação de novos conceitos matemáticos.
Faça uma reflexão sobre cada uma dessas afirmações e relacione-as
com as abordagens metodológicas desenvolvidas no capítulo.
78
A partir das suas reflexões, estabeleça um paralelo entre essas afirma-
ções e as abordagens metodológicas que contribuem na efetivação do
ensino e da aprendizagem matemática no âmbito escolar.
Reflita
Reflita
FAEL
Céu Céu
9 10
8 7 8 9
6 7
4 5 5 6
3 4 79
2 2 3
1 1
b) Regras da brincadeira.
• Cada criança, na sua vez, joga uma pedrinha, iniciando
na casa de número 1, devendo acertá-la dentro da casa.
• Em seguida, pula com um só pé nas casas isoladas e
com dois pés nas casas duplas, evitando a que contém
a pedrinha.
• Chegando ao céu, pisa-se com os dois pés, e retorna da
mesma forma que foi.
• No retorno deve pegar a pedrinha do chão, sem perder o
equilíbrio, nem pisar no traçado e nem fora das figuras,
voltando ao ponto de partida.
Síntese
O conhecimento matemático faz parte da sociedade contemporâ-
nea e a sua aprendizagem é imprescindível na formação da cidadania e
para uma participação efetiva no meio social em que vivemos. Há di-
versas abordagens metodológicas que contribuem para que essa apren-
dizagem se efetive com compreensão e significado para a criança.
FAEL
Operação de classificação
Desde pequena, a criança começa a reconhecer objetos, pessoas
ou seres que ocupam o espaço. Ao reconhecer, por meio do contato, o
mundo ao seu redor, começa a nomear e identificar brinquedos, pessoas,
animais, objetos, entre outros, identificando intuitivamente característi-
cas dos seres e coisas que fazem parte do seu mundo.
Dessa forma, a criança inicia o desenvolvimento da operação men-
tal de classificação, a qual se modifica à medida que ela cresce e sofre as
influências e intervenções do meio social em que vive.
Durante o seu desenvolvimento, a criança percebe e identifica, por
exemplo, que um cachorro é diferente de um pássaro, classificando-os
84 em grupos distintos, pois apresentam características diferentes. Mais
tarde, a criança aprenderá que o cachorro e o pássaro pertencem a um
grupo maior, denominado animais; ou seja, mesmo com características
tão diferentes, eles pertencem ao mesmo grupo – o de animais –, pois
há características comuns entre eles. Essa capacidade de identificar e
incluir em um grupo maior animais, objetos, seres, pessoas, ações que
apresentam determinadas características comuns mostra que a criança
adquiriu a noção de inclusão. A ideia de inclusão é essencial para o
desenvolvimento do pensamento lógico-matemático.
Portanto, de acordo com Piaget (1975), a classificação é uma ope-
ração lógica que consiste na capacidade de separar objetos, pessoas, fa-
tos, ações ou ideias em classes ou grupos, tendo por critério uma ou
várias características comuns.
Outras palavras que são associadas à operação mental de classificar:
●● organizar;
●● juntar;
●● separar;
●● reagrupar.
FAEL
Estabelecendo classificações
a) Classificar os objetos representados a seguir, em dois grupos, de
acordo com a cor.
Suco
de uva
Extrato de 200ml
tomate
250g
alguma face
todas as faces planas
arredondada ou curva
Suco
de uva
200ml
Extrato de
tomate
250g
FAEL
FAEL
89
Operação de seriação
A seriação é a organização de uma sequência lógica, utilizando um
critério que estabelece relações entre os elementos. Por exemplo:
a) Organização das crianças por ordem de idade – da que tem menor
idade à que tem a maior idade.
FAEL
Se T P F, então T F
Por exemplo:
b) Organizar uma sequência de cubos em ordem crescente de tamanho.
Critério: ordem crescente de tamanho dos cubos.
FAEL
Inclusão hierárquica
A inclusão hierárquica é a relação entre dois ou mais termos, em
que um faz parte do outro, estabelecendo rigorosamente uma hierar-
quia, isto é, uma ordem crescente.
Essa relação permite estabelecer a quantificação de um grupo de
objetos. Ao solicitar que uma criança mostre seis objetos, é natural que
ela ordene-os para facilitar a contagem e, depois de ordenado, mostre
que seis objetos são o grupo todo e não somente o sexto objeto. Se a
criança apontar somente para o sexto objeto, isto significa que ela não
percebeu a inclusão dos elementos anteriores na composição da quanti-
dade seis e, portanto, não construiu o significado da quantidade seis.
Veja algumas exemplificações de inclusão hierárquica em quanti-
ficações do cotidiano, identificando a importância da construção dessa
estrutura mental de pensamento e ação no desenvolvimento do racio-
cínio lógico-matemático.
a) Na medida de valor monetário
Se há R$ 5,00, para obter R$ 7,00 é necessário incluir R$ 2,00. 93
R$ 5,00 R$ 2,00
R$ 7,00
b) Na medida de tempo/idade
Para completar 6 anos é necessário ter 5 anos e
incluir mais 1 ano. Vou fazer 6
anos
5 anos 1 ano
6 anos
• 1 •2 •3 •4 •5
FAEL
Conservação de quantidade
É a operação mental que nos permite perceber que uma determina-
da quantidade pode ser representada de diferentes formas e maneiras.
Os exemplos a seguir mostram a importância da construção dessa
estrutura mental de pensamento e ação no desenvolvimento do racio-
cínio lógico-matemático.
a) A disposição dos cubinhos e a mudança nas cores não alteram a
sua quantidade em cada um dos grupos.
96 7
Reflita
Reflita
Leia este pensamento de Piaget.
“É através da atividade concreta que a criança desenvolve a capacidade
lógica; a ação deve anteceder ou acompanhar o raciocínio em todas as
atividades.”
Faça uma reflexão sobre esse pensamento e estabeleça um paralelo
entre ele e as operações mentais estruturantes do pensamento lógi-
co‑matemático.
Reflita
Reflita
FAEL
97
a) Classifique as embalagens vazias em dois grupos, de acordo
com os seguintes critérios:
●● cor (por exemplo: predominância de cores claras X pre-
dominância de cores escuras);
●● tamanho (por exemplo: embalagens maiores X embala-
gens menores);
●● tipo de material usado na confecção da embalagem (por
exemplo: embalagens de papelão X outras);
●● tipo de produto que havia na embalagem (por exemplo:
alimentos X não alimentos; produtos de higiene X ou-
tros; etc.);
●● tipo de medida registrada na embalagem (por exemplo:
medidas de massa X outras medidas).
b) Além dos critérios descritos anteriormente que outros crité-
rios é possível utilizar para classificar essas embalagens em
dois grupos?
Síntese
As operações mentais lógico-matemáticas favorecem o desenvol-
vimento de estruturas que propiciam a construção do conhecimento e
dos saberes matemáticos com compreensão e significado.
As operações mentais de classificação, seriação, inclusão hierárqui-
ca, comparação e conservação de quantidade são necessárias para a for-
mação de certos hábitos de pensamento e ação e no desenvolvimento
do raciocínio lógico-matemático.
FAEL
99
Construção do número
A construção do número é considerada por muitos pesquisadores
em educação matemática como uma das noções mais importantes da
FAEL
104
FAEL
● a conservação de quantidade;
a)
2 + 3
b)
105
1 + 4
c)
1 + 1 + 1 + 1 + 1
● a contextualização.
Tenho 5
figurinhas!
FAEL
a) Princípio decimal
A cada 10 elementos forma-se um grupo, passando-o para a ordem
seguinte à esquerda; quando esta ordem formar 10 grupos (de 10
elementos cada um) forma-se um grupo maior, passando-o para a
ordem seguinte, à esquerda, e assim sucessivamente. Portanto, a
cada grupo de 10, forma-se um grupo na ordem imediatamente
superior (à esquerda, no número). Por isso, dizemos que o Sistema
de Numeração Decimal é de base dez.
Por exemplo:
65 (com 65 unidades é possível compor 6 grupos de 10 (6
10 = 60) e 5 elementos unitários. De acordo com a base dez do
Sistema de Numeração Decimal, a cada 10 unidades, formamos
uma dezena. No número 65 é possível compor 6 grupos de 10 e
restam 5 unidades.
b) Princípio aditivo
Os números naturais têm por base a ideia aditiva. Qualquer nú-
mero pode ser composto ou decomposto por meio da adição de 107
outros números.
Em um sistema de numeração com uma base, a composição
aditiva do número por unidades de valores diferentes é um
conceito fundamental. Sem este entendimento, é difícil para
as crianças aprenderem a ler e escrever números. A composi-
ção aditiva, por sua vez, parece basear-se mais na compreensão
das crianças de adição do que em correspondência termo a
termo (NUNES; BRYANT, 1997, p. 80).
c) Princípio posicional
Como o próprio nome diz, o princípio posicional refere-se à posição
do algarismo no número, ou seja, o valor de um mesmo algarismo
varia de acordo com a posição (ordem) que ele ocupa no número.
De acordo com esse princípio, é possível obter e registrar qualquer
quantidade numérica usando somente dez símbolos: 0, 1, 2, 3, 4,
5, 6, 7, 8 e 9, que são denominados algarismos.
Por exemplo:
Os números 63 e 36 utilizam os mesmos símbolos numéricos (al-
garismos), no entanto, eles representam quantidades diferentes, pois
os algarismos ocupam ordens diferentes em cada um dos números.
nesse número, o 6 representa seis dezenas, porque
6 3 = 60 + 3 ocupa a ordem das dezenas, e o 3 representa três
unidades, porque ocupa a ordem das unidades.
De acordo com a construção histórica dos números, fica evidente que eles
foram criados para atender às necessidades sociais do ser humano. A neces-
sidade de representar a ausência de quantidade surgiu da necessidade da
existência um símbolo para representar a ausência de valor em uma deter-
minada posição (ordem) no número. Por exemplo: na representação de uma
centena e três unidades, como não há dezenas na ordem das dezenas, é ne-
cessário um símbolo para representar a ausência de dezenas nessa ordem.
Então, o número fica assim representado: 1 0 3.
FAEL
Representações numéricas
O ábaco, o material dourado e o quadro valor-lugar são materiais
manipuláveis construídos com determinadas características que procu-
ram viabilizar o trabalho com o Sistema de Numeração Decimal.
Carvalho (1991, p. 107), ao destacar a importância do uso de ma-
teriais manipuláveis adequados para o trabalho com conteúdos mate-
máticos, afirma que “na manipulação do material didático a ênfase não
está sobre objetos e sim sobre as operações que com eles se realizam”.
109
Dessa forma, utilizamos materiais manipuláveis para compreen-
der os princípios que regem o Sistema de Numeração Decimal (SND),
favorecendo a construção de significados das propriedades e estruturas
matemáticas presentes no SND.
Acompanhe algumas representações numéricas:
a) Representação do número 1 207 no quadro valor-lugar.
UM C D U
milhar centena dezena unidade
1 2 0 7
DM UM C D U
FAEL
Geometria
O espaço em que vivemos é composto por inúmeras formas geomé-
tricas. Estudar e compreender as propriedades das formas favorece o de-
senvolvimento do pensamento geométrico, permite interpretar, descrever,
analisar e representar de maneira organizada o mundo em que vivemos.
As atividades de geometria desenvolvem também o sentido espa-
cial, a melhor ocupação do espaço, a observação, a análise e o pensa-
mento lógico.
Mas o que é geometria?
No sentido etimológico, temos que:
FAEL
As formas geométricas
As formas geométricas podem ser organizadas em dois grandes
grupos.
a) Formas geométricas tridimensionais
As formas tridimensionais possuem três dimensões: largura, compri-
mento e altura, isto é, são todas as formas geométricas que ocupam
um lugar no espaço e são denominadas sólidos geométricos.
O esquema a seguir mostra os sólidos geométricos mais comuns:
Sólidos geométricos
FAEL
Figuras planas
115
Quadriláteros
Paralelogramos Trapézios
Retângulos Paralelogramo
Quadrados Losango
Reflita
Reflita
O trabalho com noções geométricas contribui com a
aprendizagem de números e medidas, pois estimula
o aluno a observar, perceber semelhanças e diferen-
ças, identificar regularidades, etc. [...] É fundamental
que o estudo do espaço e forma sejam explorados
[sic] a partir dos objetos do mundo físico, de obras
de arte, pinturas, desenhos, esculturas e artesanatos,
de modo que permita ao aluno estabelecer conexões
entre a matemática e outras áreas do conhecimento
(BRASIL, 1998, p. 51).
FAEL
DM UM C D U DM UM C D U DM UM C D U
2 + 6 → 8
117
Atenção! Quando acumular 10 peças (pontos) na haste das
unidades, o participante deve retirar estas 10 peças e trocá-las
por 1 peça, que deverá ser colocada na haste das dezenas, pois
10 unidades valem 1 dezena (nunca 10 na mesma haste).
2 dezenas e 5 unidades
20 + 5
25
FAEL
Quadro-valor-lugar
C D U
centena dezena unidade
2 dezenas e 5 unidades
20 + 5
25
Ábaco
119
DM UM C D U
2 dezenas e 5 unidades
20 + 5
25
Síntese
Vivemos em uma sociedade repleta de formas e números. Estudar,
compreender e utilizar adequadamente esses conhecimentos para a re-
solução de problemas da vida cotidiana é indispensável para a prática
consciente da cidadania.
O pensamento quantitativo, as relações e os significados envolvi-
dos na construção do número devem ser desenvolvidos desde cedo nas
crianças, favorecendo a vivência de situações que as levem a construir
e incorporar tal conhecimento. A construção do número vai se conso-
lidando à medida que a criança desenvolve a contagem sequencial, a
relação da representação quantitativa de objetos com a representação
simbólica do número, atribui significado e contextualiza o número em
situações concretas.
O Sistema de Numeração Decimal (SND) possui três princípios
básicos: decimal (base dez – agrupamentos de 10), aditivo (composição
120 aditiva do número por meio de potências de 10, ou mesmo por outros
números), e posicional (o algarismo assume o valor da posição que ocu-
pa no número). Por isso, com 10 símbolos numéricos, denominados
algarismos, é possível pensar em qualquer quantidade numérica.
Por fim, destacamos algumas ideias geométricas e sua importância
no desenvolvimento cognitivo da criança. A geometria tem como prin-
cipais objetivos desenvolver o olhar e o pensar geométrico por meio das
formas que ocupam o espaço em que vivemos, sejam elas tridimensio-
nais ou bidimensionais. Destaca-se, também, a importância do estudo
das propriedades, relações e tudo o que envolve o espaço e as formas
contidas nele.
FAEL
Operação de adição
A operação de adição está associada às ideias de juntar, reunir,
acrescentar. Essas ideias intuitivas que a criança leva para a escola cons-
tituem o ponto de partida para o aprendizado formal da adição.
Historicamente, o ser humano começou a contar de um em um,
depois percebeu que a contagem em pequenos grupos facilitava a ob-
tenção de um todo e, assim, aprendeu a reunir quantidades.
Como se pode perceber, adicionar está relacionado ao processo de
contar. A contagem numérica traz em si a ideia de adição.
Por exemplo:
a) 28 vinte e oito 10 + 10 + 8
b) 147 100 + 40 + 7
c) 2 1 + 1; 3 2 + 1; 4 3 + 1; e assim sucessivamente.
Alguns pesquisadores matemáticos diferenciam duas ideias presen-
tes nas problematizações que envolvem a operação de adição, a saber:
FAEL
a) Ideia de juntar
Por exemplo:
Sandro e Jane gostam de brincar de bolinha de gude. Sandro tem 28
bolinhas de gude e Jane tem 23. Quantas bolinhas de gude os dois têm
juntos?
Para resolver essa situação, juntamos as duas quantidades respei-
tando as ordens numéricas, ou seja, unidade com unidade, dezena
com dezena; sempre que ultrapassar 10 em uma ordem, formamos
grupos de 10 exatos, reagrupando-os na ordem imediatamente à
esquerda (superior). Assim:
D U
2 8 quantidade de Sandro
+
2 3 quantidade de Jane
5 1 quantidade que os dois têm juntos
Ao juntar as duas quantidades, temos 51 bolinhas de gude.
123
b) Ideia de acrescentar
Por exemplo:
Sandro e Jane gostam de brincar de bolinha de gude. Sandro tem 28
bolinhas de gude e, ao jogar com Jane, ganhou 18 bolinhas de gude.
Quantas bolinhas de gude Sandro tem agora?
Para resolver essa situação, acrescentamos a quantidade que San-
dro ganhou à quantidade que ele já tinha. Assim:
D U
2 8 quantidade de Sandro
+
1 8 quantidade que Sandro ganhou a mais
4 6 quantidade que Sandro tem agora
Ao acrescentar uma nova quantidade à quantidade que já havia,
tem-se um novo valor.
Observe que a diferenciação entre essas duas ideias é tão sutil que
muitos educadores matemáticos não fazem distinção entre elas. O
importante é compreender o significado da adição, suas proprieda-
des e a sua aplicação na resolução de problemas.
100 + 40 + 8 300 + 60 + 7
124
100 + 40 + 8
+
300 + 60 + 7
400 + 100 + 15
Reagrupando as ordens, temos:
400 + 100 + 10 + 5
500 + 10 + 5 = 515
Marcos tem, agora, R$ 515,00.
Operação de subtração
A operação de subtração é menos intuitiva para a criança do que
a adição. De acordo com Piaget, isso ocorre porque é mais natural o
sujeito se voltar para ações, percepções e cognição que apontam para
aspectos positivos, do que aspectos com ideias negativas.
FAEL
D U
8 3 Bia tinha
–
2 7 Bia perdeu: tirar
5 6 Bia tem agora
Bia tem 56 figurinhas.
60 + 3 = 63 20 + 9 = 29
FAEL
Operação de multiplicação
A operação de multiplicação nos leva a pensar na ideia de adição
de parcelas iguais. De acordo com Vergnaud (2009, p. 183), ao ensinar
a multiplicação, utilizando-se de materiais concretos, introduzimos,
obrigatoriamente, “a multiplicação como adição reiterada de uma mes-
ma quantidade e, em consequência, a fazer do multiplicando uma me-
dida, e do multiplicador um simples operador sem dimensões físicas”.
Exemplificando:
Suponha que, ao lançar um dado 5 vezes, coincidentemente, caia sem-
pre a mesma quantidade de pontos.
FAEL
BERMUDAS
Camisetas
BERMUDAS
3 × 6 = 18 6 × 3 = 18
FAEL
Operação de divisão
A palavra dividir, na língua materna, nem sempre significa divisão
em partes iguais.
Por exemplo:
O presidente do clube falou sobre as novas regras, o que dividiu a
opinião dos seus associados.
Observe que o termo dividir, nessa frase, não significa, necessaria- 131
mente, que a divisão de opinião entre os sócios do clube foi feita em
partes iguais.
A operação matemática de divisão, por sua vez, supõe a ação de
separar, repartir, um certo número em subgrupos com a mesma quanti-
dade de elementos, ou mesmo um inteiro em partes iguais.
De acordo com Vergnaud (2009, p. 190), “a divisão é uma opera-
ção complexa. Há para isso várias razões: algumas são de ordem con-
ceitual, outras são ligadas à complexidade das regras operatórias impli-
cadas pela divisão”.
Ao trabalhar com a operação de divisão, na prática pedagógica, é
fundamental proporcionar à criança a vivência de diversas situações que
envolvem ideias de repartir e distribuir, sejam elas em partes iguais ou
não. Isso favorece o que Saiz (2001, p. 182) afirma ao dizer que “temos
que permitir que as crianças comprovem seus próprios procedimentos,
suas próprias soluções, antes de conhecer os algoritmos tradicionais”.
A operação de divisão envolve duas ideias distintas.
a) Ideia repartitiva ou distributiva: essa ideia aparece em situações
problemas em que o todo deve ser distribuído em partes iguais.
Por exemplo:
Célia tem 12 bombons e vai repartir igualmente entre ela e suas 3
melhores amigas. Quantos bombons cada uma vai receber?
A ideia é repartir os 12 bombons em 4 partes iguais.
1+1+1=3
1+1+1=3
12 12 : 4 = 3
1+1+1=3
1+1+1=3
Cada uma recebeu 3 bombons.
b) Ideia subtrativa ou de medida: essa ideia está presente em situa-
ções-problema que querem saber quantas vezes um número cabe
em outro.
Por exemplo:
O professor de educação física quer formar grupos com 6 alunos para
um torneio de jogos na escola. Quantos grupos de alunos ele vai formar
132 com os 72 alunos das turmas de 5º ano?
Nessa situação, a ideia consiste em verificar quantas vezes é pos-
sível formar grupos de 6 com a quantidade 72. Ou seja, quantas
vezes o 6 cabe no 72. A ideia da divisão é a de sucessivas subtrações
(ideia de medida):
72 – 6 = 66
66 – 6 = 60
60 – 6 = 54
54 – 6 = 48
48 – 6 = 42
42 – 6 = 36
36 – 6 = 30 72 : 6 = 12
30 – 6 = 24
24 – 6 = 18
18 – 6 = 12
12 – 6 = 6
6–6=0
FAEL
D U
2 5 3
–
2 4 DU
0 1 0 8
25 3 25 3
– 3 1 + 1 + 1 +1 + 1 + 1 + 1 + 1 = 8 – 15 5 + 1 + 2 = 8
22 10
– 3 – 3
19 7
– 3 – 6
16 1
– 3 R1 = 8 flores em cada
13 vaso e sobrou 1 flor; ou
– 3 R2 = 8 flores em 2 vasos
10 e 9 flores em um vaso.
– 3
7
– 3
4
– 3
134 1
R1 = 8 flores em cada vaso e sobrou 1 flor; ou
R2 = 8 flores em 2 vasos e 9 flores em
um vaso.
25 3 25 3
– 3 1+2+2+2+1=8 – 12 4 + 4 = 8
22 13
– 6 – 12
10 1
– 6 R1 = 8 flores em cada
4 vaso e sobrou 1 flor; ou
– 3 R2 = 8 flores em 2 vasos
1 e 9 flores em um vaso.
R1 = 8 flores em cada vaso e so-
brou 1 flor; ou
R2 = 8 flores em 2 vasos e 9 flo-
res em um vaso.
FAEL
Reflita
Reflita
De acordo com Lins e Gimenez, (1997, p. 83) a escola é cobrada social-
mente e culturalmente para que a criança domine determinados cálcu-
los em determinadas idades, como o domínio da tabuada no 3º ano do
Ensino Fundamental. “Parece-nos que se esquecem de que o objetivo
maior é que, ao finalizar a formação básica, o aluno tenha um domínio
de cálculo aproximado, de modo que possa estimar quocientes aproxi-
mados, resultados de operações em geral, e saiba quando aplicar uma
operação a uma situação dada.”
Partindo-se do pressuposto que a criança deve compreender os signi- 135
ficados de cada uma das operações fundamentais, resolvê-las correta-
mente e aplicá-las adequadamente nas situações problemas do cotidia-
no, faça uma reflexão sobre esse posicionamento dos autores acima e
estabeleça um paralelo entre ele e o desenvolvimento do trabalho pe-
dagógico da escola em relação às operações fundamentais.
Reflita
Reflita
FAEL
Síntese 137
138
FAEL
O que é um problema?
A resolução de problemas nem sempre é direta e óbvia. A dificul-
dade encontrada pelas crianças está na própria natureza da resolução de
problemas como metodologia de trabalho pedagógico, como é apon-
tada por Medeiros (2001, p. 33), dizendo que o problema “precisa ser
desafiador para o aluno, não podendo ser resolvido por meio de proce-
dimentos padronizados. O meio, aqui, significa as condições didáticas
140 da resolução”. De acordo com Ribeiro (1992), um problema só passa
a existir quando surge uma situação que requer solução e que o indiví-
duo, ao tentar resolver, fica pelo menos temporariamente frustrado na
busca dessa solução.
A resolução de problemas, em geral, exige criatividade para
analisar, sintetizar e avaliar as situações, enquanto que a re-
solução de exercícios requer somente aplicação rotineira de
fatos e de procedimentos aprendidos previamente. Portanto, a
resolução de exercícios é rápida e certa, porém a resolução de
problemas é difícil e imprecisa, fazendo com que o sucesso não
possa ser garantido (RIBEIRO, 1992, p. 14).
FAEL
Princípios e objetivos
Ao destacar a resolução de problemas como foco de trabalho com
o conhecimento matemático, os PCN (BRASIL, 1997, p. 43-44) indi-
cam alguns princípios fundamentais, a saber:
a) o ponto de partida da atividade matemática deve ser o problema e
não as definições e os conceitos;
b) o problema deve ir além da simples aplicação mecânica do co-
nhecimento matemático, deve propor ao aluno pensar produtiva-
mente, favorecendo o desenvolvimento do raciocínio e dos saberes
matemáticos;
c) a resolução de problemas deve favorecer as aproximações sucessivas
de conceitos e conteúdos, ampliando-os de acordo com a evolução
na aplicação de novos problemas;
d) o aluno não constrói um conceito em resposta a um problema,
mas constrói um campo de conceitos que tomam sentido em um
campo de conceitos;
FAEL
FAEL
20 15 10 5
146
FAEL
148
FAEL
1 7 8 12
–
1 2 CDU
0 5 8 0 1 4
–
4 8
1 0
Portanto, ela usou 15 caixas para guardar todos os ovos.
Observação: 14 caixas estão completas com 12 ovos em cada uma,
e uma caixa está com 10 ovos; com isso, foram usadas 15 caixas
para colocar todos os ovos.
FAEL
Resolvendo:
Os números pares formados por um só algarismo são: 0, 2, 4, 6, 8
O maior número par de um só algarismo é o 8.
Se o número for o 6, então o seu antecessor par é o 4.
Calculando a média aritmética entre 8 e 4 temos:
8 + 4 = 12 12 : 2 = 6
Então, o dia é 6.
O mês corresponde ao número que representa meia dezena, ou
seja, 5.
Portanto, o Dia Nacional da Matemática é 6 de maio.
Essas são algumas possibilidades de dinamizar o trabalho pedagógico
de resolução de problemas em sala de aula, objetivando o desenvolvimento
do raciocínio lógico-matemático, a autonomia de pensamento e ação, a
ampliação do conhecimento matemático, a descoberta de novas formas de
resolver problemas, o desenvolvimento da criatividade, entre outros.
Reflita
Reflita
152
De acordo com Dante (1998, p. 11),
um dos principais objetivos do ensino da matemática é fa-
zer o aluno pensar produtivamente e, para isso, nada melhor
que apresentar-lhe situações-problema que o envolvam, o
desafiem e o motivem a querer resolvê-las. Essa é uma das
razões pela qual a resolução de problemas tem sido reconhe-
cida no mundo todo como uma das metas fundamentais da
matemática no Ensino Fundamental.
Detergente 153
Leiteo Café Óleo
500ml
1 litr
500g
900ml
Açúcar
5kg
R$ 2,98
R$ 3,78
R$ 0,98
Extrato de
tomate Sabonete Margarina
90g
250g
500g
R$ 5,45
Macarrão
Sabão em pó Suco
1kg
Maionese de uva
500g 200ml
500g
Síntese
A resolução de problemas como forma de encaminhar o trabalho
pedagógico com o conhecimento matemático tem ganhado força nas
últimas décadas, tanto no aspecto da aplicação de conceitos e conteú-
dos, quanto na resolução de problemas como forma de aprender novos
conteúdos e conceitos matemáticos.
Muitos educadores matemáticos defendem a ideia de que um pro-
blema só existe se ele apresenta uma situação que requer solução, dei-
xando o indivíduo, mesmo que por um pequeno período de tempo,
pensativo e desafiado a buscar a solução.
A resolução de problemas promove o desenvolvimento da criati-
vidade, autonomia de pensamento e ação, raciocínio lógico, análise,
FAEL
155
O que é avaliar?
Muito se fala em avaliação no âmbito escolar. Ela está presente cons-
tantemente na prática pedagógica; no entanto, a clareza do significado e das
suas implicações, na perspectiva da educação matemática, nem sempre está
evidenciada entre os sujeitos que fazem parte do processo educacional.
A avaliação é um elemento da prática educativa que deve estar em
função da formação do sujeito. Na perspectiva da educação matemáti-
ca, a avaliação deve subsidiar a prática pedagógica, de forma a redirecio-
nar o trabalho com o ensinar e o aprender matemática.
O processo avaliativo possui características de um processo
de investigação, de pesquisa, que visa às transformações e que
leva às classificações. A avaliação só tem sentido se tiver como
ponto de partida e ponto de chegada o processo pedagógico
para que sejam estabelecidas estratégias de enfrentamento da
situação de sucesso ou fracasso (SILVA, 2003, p. 47).
A avaliação, segundo Luckesi (2003, p. 27), é “um ato subsidiário da
prática pedagógica, com vistas à obtenção de resultados os mais satisfató-
158 rios possíveis diante do caminho de desenvolvimento de cada educando”.
A avaliação pressupõe objetivos claros e bem definidos em busca
de metas que atendam à qualidade que todos os sujeitos envolvidos no
processo almejam, ou seja, a busca constante da formação do indiví-
duo. Por isso, ao avaliar, todos assumem responsabilidades de possí-
veis mudanças, casos os resultados não sejam satisfatórios, em todos
os segmentos envolvidos no processo educacional: alunos, professores,
gestores, instrumentos e métodos utilizados no processo do ensinar e
do aprender, conteúdos, conceitos e saberes presentes no ato de ensinar.
Tudo deve ser revisto e repensado a cada momento do processo.
Diante disso, cabe destacar a fala de Luckesi (1999, p. 118), que
diz: “enquanto o planejamento é o ato pelo qual decidimos o que cons-
truir, a avaliação é o ato crítico que nos subsidia na verificação de como
estamos construindo o nosso projeto”.
FAEL
FAEL
FAEL
Reflita
Reflita
Refletir sobre o erro do aluno é uma das atribuições do professor na
prática pedagógica em educação matemática. Cury (2007, p. 80) des-
taca “a ideia de que o erro se constitui como um conhecimento é um
saber que o aluno possui, construído de alguma forma, e é necessário
elaborar intervenções didáticas que desestabilizem as certezas, levan-
do o estudante a um questionamento sobre as suas respostas”.
Partindo do pressuposto de que a criança deve compreender os signifi-
cados de cada conceito e/ou conteúdo matemático trabalhado, e que as
pessoas aprendem de maneiras diversas e em tempos diferentes, faça
uma reflexão sobre esse pensamento de Cury e estabeleça um paralelo
entre ele e a prática pedagógica da escola em relação a possíveis estra- 163
tégias de trabalho com o erro do aluno em matemática.
Reflita
Reflita
Síntese
A avaliação é um elemento inerente à prática pedagógica, que deve
ser realizada com cuidado e coerência, envolvendo todos os sujeitos en-
volvidos no processo educacional, assim como os recursos e estratégias
utilizados ao ensinar e aprender matemática.
FAEL
FAEL
FAEL
do Ensino de Matemática
Pensar na formação do pedagogo é pensar na complexi-
dade de sua atuação e no desenvolvimento de competên-
cias para o melhor desempenho profissional.
Na competência do profissional pedagogo está inserida
a educação matemática, que se manifesta por meio do
domínio do conteúdo matemático a ser desenvolvido na
prática escolar da Educação Infantil e dos anos iniciais
do Ensino Fundamental, pela clareza dos objetivos que
devem ser atingidos e pelo domínio dos recursos e meios
de comunicação que devem ser usados para mediar esse
ensino e a aprendizagem dos alunos. Manifesta-se, ainda,
pelo domínio da articulação do conhecimento matemático
com os outros elementos que fazem parte da formação
dos alunos na escola e pela percepção e reflexão sobre as
complexas relações entre a matemática do âmbito esco
lar e suas implicações para a sociedade, na qual estão
inseridos os educandos.
Há diversas formas, meios e modalidades para desen-
volver e se apropriar desses elementos que compõem a
competência do futuro profissional pedagogo em educa-
ção matemática. Neste livro, destacamos a modalidade
de Educação a Distância como uma real possibilidade de
desenvolvimento do conhecimento matemático com quali-
dade e de modo significativo, promovendo a construção e
a apropriação desses saberes.