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Referência:
MCLUHAN, Marshall; FIORE, Quentin. O meio são as massa-gens. Trad. Ivan Pedro de
Martins. Rio de Janeiro: Record, 1969.
“As sociedades sempre foram moldadas, mais pela natureza dos meios que os homens usam
para comunicar-se que pelo conteúdo da comunicação. [...] é impossível compreender as
transformações sociais e culturais sem o conhecimento de como funcionam os meios”
(MCLUHAN, 1969, p. 36)
Todos os meios agem sobre nós de modo total. Eles são tão penetrantes que suas
consequências pessoais, políticas, econômicas, estéticas, psicológicas, morais,
éticas e sociais não deixam qualquer fração de nos mesmos inatingida, intocada ou
inalterada. O meio é a massa-gem. Toda compreensão das mudanças sociais e
culturais é impossível sem o conhecimento do modo de atuar dos meios como
meio ambiente. (MCLUHAN, 1969, p. 54).
“Os meios, ao alterar o meio ambiente, fazem germinar em nos percepções sensoriais de
agudeza única. O prolongamento de qualquer de nossos sentidos altera nossa maneira de
pensar e de agir – o modo de perceber o mundo” (MCLUHAN, 1969, p. 69).
Quando
Essas
Relações
Se alteram,
Os homens mudam.
(MCLUHAN, 1969, p. 69).
A história ocidental foi modelada durante cerca de três mil anos pela
introdução do alfabeto fonético, um meio que depende somente dos olhos
para levar à compreensão. O alfabeto é um edifício construído com pedaços
fragmentados e partes que não possuem significado semântico em si
mesmos, e que devem ser atados em comum numa linha, como as contas
de um rosário, e em ordem preestabelecida. Seu uso estimulou e encorajou
o hábito de percepção do meio ambiente em termos visuais e espaciais –
particularmente em termos de um espaço e um tempo que são uniformes,
contínuos e interligados. (MCLUHAN, 1969, p. 72).
“Até a invenção da escrita, o homem vivia num espaço acústico: ilimitado, não orientado,
desprovido de horizonte, na obscuridade da mente, do mundo da emoção por intuição
primordial, pelo terror. A palavra é a cartografia social desse pântano”. (MCLUHAN, 1969, p.
76).
“A pena do ganso pôs fim à palestra. Ela aboliu o mistério; produziu a arquitetura e as
cidades; trouxe as estradas, exércitos e a burocracia. Era a metáfora básica com a qual
começava o ciclo da civilização, o passo das trevas para a luz da mente”. (MCLUHAN, 1969,
p. 76).
“O livro impresso muito contribuiu para o novo culto do individualismo. O ponto de vista fixo
e particular tornou-se possível e a capacidade de ler e escrever conferiu o poder de alienar-
se, de não envolver-se” (MCLUHAN, 1969, p. 78).
O ouvido não tem preferência particular por um ‘ponto de vista’. Nós somos
envolvidos pelo som. Este forma uma rede sem costuras em torno de nós [...] Na
podemos fechar a porta aos sons automaticamente. Simplesmente não possuímos
pálpebras auditivas. Enquanto o espaço visual é um continuum organizado de uma
espécie uniformemente interligada, o mundo auditivo é um mundo de relações
simultâneas (MCLUHAN, 1969, p. 139).
Com a televisão ocorre uma extensão do sentido do tato, ativo e exploratório, que
envolve todos os sentidos simultaneamente, em lugar da visão apenas. Você tem
que estar com ela. Mas em todos os fenômenos elétricos, a visão é apenas um
componente de uma complexa inter-relação. E como, na era da informação, quase
todas as transações são conduzidas eletricamente, a tecnologia elétrica significou
para o homem ocidental uma perda considerável do componente visual, em sua
experiência, e um aumento corresponde nas atividades dos outros sentidos. [...]
A notícia de um blecaute elétrico publicada no jornal New YorK Times nos idos de
1965 é reproduzida no livro, que é discutida para abordar a reflexão central da obra: