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Pedro Farhat
- Método:
1) O primeiro “momento” do método da filosofia constitui-se como um conceito ainda
pouco claro, em que nada está explicitado, nem sua definição, nem suas origens.
Trata-se de uma fase “embrionária”, em que ainda não estão explícitas as
características do sistema da ciência ou da metafísica, no caso.
2) O segundo momento é a decomposição dos conceitos. Kant parece indicar, no
entanto, que é impossível decompor os conceitos até atingirmos uma completude
das definições em conceitos a priori.
3) Isolar os elementos de cada conceito para estudá-los separadamente
(pressuposição - indicar filiação ao Caimi, 2012 (“Aplicação da Doutrina do Método
no exame crítico da razão”) e texto de Kant Investigação da clareza dos princípios da
teologia natural e da moralidade 1762/4)
4) Usar os conhecimentos obtidos até aquele momento como se fossem os axiomas da
matemática (pressuposição)
5) Estabelecer sínteses parciais dentro de certos conceitos (diferença entre filosofia e
matemática - esta última demanda definições claras e distintas, enquanto a filosofia
apenas parciais e infinitamente discutíveis - citar B 757)
6) Por último, a regra de que não se começa por uma definição em filosofia, mas
apenas chegamos ao final com alguma definição (O trecho completo, citado
parcialmente por Caimi é o que se segue:
“[...] que na filosofia não se deve imitar a matemática, antepondo as definições, a não ser
talvez como um mero experimento. Pois, uma vez que elas são aí decomposições de
conceitos dados, estes conceitos é que vêm antes, ainda que de maneira confusa, e a
exposição incompleta antecede a completa, de tal modo que podemos, a partir de algumas
características obtidas em uma decomposição ainda incompleta, inferir muitas outras antes
de ter chegado à exposição completa, i.e. à definição; na filosofia, em suma, a definição,
como distinção precisa, deve antes concluir o trabalho do que iniciá-lo (B 758-9, em
negrito o trecho citado por Caimi).
A questão que se coloca aqui, tratada por Caimi na seção III do seu artigo, é a
aplicação desse método na própria CRP, o que envolve, portanto, a própria questão de se a
CRP faz parte ou não do sistema da razão pura. Novamente: como é possível a CRP como
parte do próprio sistema da razão pura ou da filosofia transcendental?
Caimi atinge este ponto defendendo o método da Crítica como o exposto na DM:
Primeiro partimos do conceito confuso de razão especulativa tendo como objetivo a sua
definição, leia-se: