Afinal, aqueles que fundaram a Abeda, assim como os que foram se associando à
entidade no decorrer de cinco décadas, tiveram uma participação importante em
momentos marcantes de nosso Brasil: da construção de Brasília, no Planalto Central,
à implantação de uma malha de rodovias que corta o país, a partir da década de
1950; da construção da binacional Itaipu à implantação e expansão de aeroportos
nas capitais e principais cidades brasileiras. O asfalto está sempre presente.
An os
Este livro fala um pouco dessa história, conforme atesta JOSÉ ALBERTO PIÑÓN
NA ESTRADA DO
GONZALEZ, Presidente da Abeda:
ASF
ASFAL
AL
ALTO
TO
“A partir de uma abordagem clara e objetiva, é possível conhecer
a história do asfalto desde seus primórdios — à época, também
apelidado de ‘ouro negro’ — até sua importância nos dias atuais.
Aqui, o asfalto ganha vida! Ele é revelado como o grande protagonista
da alavancagem do industrialismo e urbanismo brasileiros.”
ABEDA:
50 ANOS NA
ESTRADA DO
ASFALTO
Beatriz Cardoso
Adênio de Carvalho Costa
1a Edição
2016
Rio de Janeiro
FICHA CATALOGRÁFICA
Cardoso, Beatriz
ISBN 978-85-69658-01-6
CDD 060:625.85
TRAMA CRIAÇÕES
CONSELHO FISCAL
Leonardo Machado
de Azevedo Vilela
Conselheiro Fiscal
Emam — Emulsões e Transportes Ltda.
Nossa Missão
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
APÊNDICES:
Um resgate revelador
Contar uma grande história é o intuito de todo jornalista, que tem como principal
desafio conquistar e prender a atenção, conquistar a mente e, se possível, o coração
do leitor. Ao realizarmos as primeiras entrevistas com pessoas que, literalmente,
‘construíram’ a indústria brasileira do asfalto, nos vimos na condição de ouvintes
sedentos por mais e mais ‘aventuras’.
Só nos resta agradecer a oportunidade dada pela Abeda e por todos os que
colaboraram com a construção deste livro.
Para nós, foi um prazer contar este ‘capítulo’, que marca os 50 anos da Abeda.
Beatriz Cardoso
Apresentação | 11
12 | Abeda: 50 Anos na Estrada do Asfalto
PREFÁCIO
Os anos de ouro
Prefácio | 13
incentiva o avanço da tecnologia e disseminação do conhecimento por meio da
promoção de palestras e congressos e publica livros e guias técnicos de orientação,
com os quais contribui para a formação de mão de obra especializada, em parceria
com universidades federais e estaduais.
Boa leitura!
Prefácio | 15
16 | Abeda: 50 Anos na Estrada do Asfalto
Introdução
Introdução | 17
“A Abeda é onde os CPFs se confraternizam,
enquanto os CNPJs se digladiam.”
— E as diferenças?
Introdução | 19
Encerrando a conversa, ele disse: — Parabéns. Pena
que muitos não saibam o que vocês fazem.
Uso milenar
A inda que o asfalto, com o nome, conceito, forma e aplicação que co-
nhecemos hoje, seja algo do século passado, o uso desse material vem
de milhares de anos e é citado, inclusive, no Velho Testamento. E sempre cumprindo
papel especial na vida do ser humano, principalmente como ligante e impermeabi-
lizante milenar.
Ele começou a ser utilizado milhares de anos antes de Cristo, sob as mais
diferentes denominações: betume, alcatrão, lama, resina, azeite, nafta, óleo de São
Quirino, nafta da Pérsia, entre outras (Canuto, 2002). Denominações dadas a uma
subst ncia ne ra que a orava do solo e que passaria a ter diferentes usos.
Prólogo | 21
O uso do asfalto teria começado na pré-história, [1] na última fase do período
Paleolítico (‘idade da pedra lascada’) ou, mais, no período Neolítico, quando nossos
antepassados teriam utilizado essa substância para unir as pontas de sílex[2] (rocha
dura, com um corte incisivo quando lascada a varas de pau para fa er lanças e echas.
Pântanos da Mesopotâmia
Existem registros de que há pelo menos 6.500 anos as populações que viviam
nos pântanos da Mesopotâmia (‘terra entre rios’ em grego), na região sul do atual
Iraque e em parte do sudoeste do Irã (antiga Pérsia), descobriram as propriedades de
impermeabilização do betume, “que era agregado às misturas de tijolos e argamas-
sas, para impermeabilizá-los e, assim, proteger suas casas das cheias” (SPE, 2013).
1 A pré-história abrange o período que antecede a invenção da escrita até aproximadamente 3500 a.C. O período
Paleolítico (παλαιός, palaiós=”antigo”, λίθος, lithos=”pedra”, “pedra antiga”) ou Idade da Pedra Lascada, refere-
-se ao período da pré-história em que os antepassados do homem começaram a produzir os primeiros artefatos
em pedra lascada, até cerca de 10000 a.C., quando houve a chamada Revolução Neolítica (que se estende até
4000 a.C.), período no qual o homem passou a cultivar a agricultura, tornando-se não mais dependente apenas
da coleta e da caça e, consequentemente, pôde deixar de ser nômade para se estabelcer em um local.
2 Rocha sedimentar silicatada, constituída de quartzo criptocristalino, muito dura e com densidade elevada. Em
geral compacta, de cor cinzenta, negra e outras, tem fratura conchoidal. Foi muito utilizada pelo homem du-
rante os períodos Paleolítico, Mesolítico/Epipaliolítico e Neolítico para confecção de armas (por exemplo, em
pontas de seta) e utensílios de corte, devido a sua grande dureza e a seu corte incisivo, com as arestas afiadas
produzidas quando fraturada. Foi também muito utilizada para produzir faíscas em antigas armas de fogo (pe-
derneiras). É ainda empregada na construção, sobretudo na Inglaterra.
Um costume que deu origem ao método hoje conhecido mundo afora como
calafetagem — impermeabilização, sobretudo de barcos de madeira, empregada até
a invenção dos modernos cascos de metal e fibra de vidro.
Apogeu da Babilônia
3 Ou Idade Antiga, período demarcado pela invenção da escrita (4000 a.C. a 3500 a.C.) até a queda do Império
Romano do Ocidente (476 d.C.).
Prólogo | 23
trocas comerciais baseada nesse ouro ne ro , com o qual se edificaram cidades
inteiras” (SPE, 2013).
Nessa obra, atribuída ao rei Nabucodonosor II, que governou entre 605 e 562
a.C., o betume provavelmente teria sido utilizado tanto na impermeabilização dos
tanques, onde os jardins eram plantados, como, também, na selagem dos canais de
irrigação para impedir eventuais perdas da água, que era bombeada do rio Eufrates.
A TORRE DE BABEL
Babilônia deriva do termo grego Babylon, forma grega do acádio Babilum, que sig-
nifica “Porta de Deus”. Na Bíblia, a região é chamada Babel. Os Jardins Suspensos
estariam próximos à torre citada no Antigo Testamento (Gênesis 11,1-9), construída
pelos descendentes de Noé, para eternizar seus nomes. A torre era um zigurate,
construção piramidal escalonada com plataformas recuadas e sucessivas, degraus
externos e santuário no topo. A ideia era fazê-la tão alta que alcançasse o céu — tal
soberba teria provocado a ira de Deus que, para castigá-los, confundiu as línguas
ali faladas e os espalhou por toda a Terra. Daí a expressão ‘torre de Babel’ para se
referir à multiplicidade de idiomas. O mito bíblico teria sido inspirado na torre do
templo de Marduk, cujo nome em hebraico é Babel ou Bavel.
Prólogo | 25
Os romanos, que faziam uso bélico do betume, a princípio o batizaram de es-
tercus diaboli ou estercore diaboli (esterco do diabo), por seu mau cheiro (decorrente
da presença de sulfeto de hidrogênio, além de metano e etano).
Lagos de asfalto
É na Idade Moderna, mais de 1.500 anos depois de Cristo, que o uso do as-
falto vai se disseminar com força, com a descoberta dos chamados ‘lagos de piche’.
O primeiro deles, La Brea (breu ou piche, em espanhol), em Trinidad e Tobago, na
América entral, ficou mundialmente conhecido pelo nome em in l s, Pitch La e.
Ainda que não seja um lago, ganhou essa denominação por alcançar cerca de
0 m de profundidade em al uns pontos de seu 0, m2. Suas reservas seriam em
torno de 40 milhões de barris.
Prólogo | 27
natural. A Venezuela tem uma das duas maiores reservas de petróleo do planeta,
ao lado da Arábia Saudita.
DEFININDO TERMOS
Os termos betume, asfalto, alcatrão e piche muitas vezes são usados erronea-
mente de forma intercambiável. Contudo, betume é um termo genérico, designa
uma classe de compostos pesados de hidrocarbonetos escuros encontrados no
alcatrão, no piche e no petróleo. O alcatrão é uma substância escura, pegajosa,
obtida da destilação seca do carvão mineral, para obtenção do coque siderúrgico.
A destilação do alcatrão resulta em vários subprodutos.
Idade Moderna
Obra secular
Mais tarde, esse sistema foi aperfeiçoado. Primeiro, pelo engenheiro e inventor
inglês Richard Edgeworth, que criou o water-bound macadam, utilizando água com
pedra moída (stone dust , técnica descrita por ele em 1 1 em um arti o An Essay
on the Construction of Roads and Carriages) que se tornou um manual prático popular.
Quase um século depois, com o advento dos primeiros veículos a motor, ins-
pirado no que viu ser feito para impermeabilizar os pisos de madeira de hospitais
Prólogo | 29
na Indonésia, o médico suíço Ernest Guglielminetti sugeriu ao príncipe de Mônaco
o uso de uma mistura de alcatrão (tar), areia e pedregulho para impermeabilizar as
ruas do principado, em 1 9 . Sur ia o tar-bound macadam, que em 1902 foi aplicado
pela primeira vez em ruas de Mônaco.
A indústria do petróleo
Junto com o operador de sonda William Andrew Smith, conhecido por “Uncle
Billy”, aplicou um sistema de perfuração com coluna de tubos de diâmetro pequeno
para evitar a invasão da água, que a cética população de Titusville apelidou de a
Loucura de Drake (Drake’s Folly) (SPE, 2013).
Ele mesmo bancou o poço que, no dia de a osto de 1 59, quando a per-
furatriz atingiu um reservatório, começou a produzir 10 barris por dia, que eram
armazenados em barris de uísque e até em banheiras. Nascia a indústria petrolífera.
O QUE É PETRÓLEO?
Prólogo | 31
Os primórdios da
indústria do asfalto
Mas foi a partir das primeiras rodovias, ainda no século XIX — e mais fortemente
com a política do rodoviarismo, amplamente difundida no século XX — que o Brasil
começa a trilhar a via que o levará à criação e consolidação da indústria do asfalto.
A obra, iniciada em 1790 (Mendes, 1994), era necessária em função das pre-
cárias condições do antigo Caminho do Padre José de Anchieta, o que inviabilizava
Aberta em 1554, Caminho do Padre, com 60-70 km, saía de São Vicente e subia
pela serra de Paranapiacaba, a oeste do rio Perequê, até encontrar o rio Grande,
terminando no chamado Porto Geral (colina do Colégio de Piratininga, que deu
origem à cidade de São Paulo).
Por essa picada chegavam à vila os escravos indígenas, que depois transporta-
riam nos ombros os produtos que chegavam pelo porto, em um percurso de três dias.
Sobre as condiç es dessa via, em 15 5, o padre ernão ardim, que acompanhou o
jesuíta Cristóvão de Gouveia, de São Vicente a São Paulo, testemunhou:
Com o aumento do trânsito, essa via passou por melhorias, inclusive no seu
traçado, durante as obras que foram concluídas em 1 . E anhou então o nome de
Estrada da Maioridade, em homenagem à maioridade antecipada do Imperador Dom
Pedro II 1 0 1 9 .[5] Mais tarde, recebeu a designação de Estrada do Vergueiro,
após nova reforma, reali ada entre 1 e1 , sob o comando do omendador
José Pereira de Campos Vergueiro.
Desde então, São Paulo indicava sua vocação para ser a ‘locomotiva’ do país,
somando nada menos que 240 mil habitantes no último censo do século XIX. [6]
5 Dom Pedro II (1825-1891) foi o segundo e último Imperador do Brasil. Tornou-se príncipe regente aos 5 anos
de idade, quando seu pai, Dom Pedro I, abdicou do trono. José Bonifácio de Andrada e Silva foi nomeado seu
tutor e depois foi substituído por Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho. Aos 15 anos (1840) foi
declarado maior e coroado Imperador do Brasil. Foi destituído em 1889. Fonte: Portal e-biografia: https://www.
ebiografia.com/dompedro_ii/
6 Disponível em: http://smdu.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/1900.php
Foto de Revert
Henrique Klumb,
reproduzida
de Álbum da
Estrada União
e Indústria,
oganizado por
Pedro Vásquez,
1997
O início do século XIX (1901) seria marcado pelo maior boom da história do
petróleo, quando um poço alcança a produção de 100 mil barris por dia (bpd) em
Spindletop/EUA. Começa a corrida ao ‘ouro negro’ no Texas, evento que mudaria
completamente essa indústria.
Automóveis na pista
quais começavam a chegar ao país. Já nos Estados Unidos, começava a produção dos
primeiros derivados: 10 mil toneladas de asfalto são produzidas em 1902, a partir
do refino do petróleo extraído na Pensilv nia.
O primeiro automóvel foi trazido ao Brasil pelo aviador Alberto Santos Dumont,
em 1 91, no navio de luxo Portugal, que atracou em Santos. Tratava-se de um Peugeot,
com motor Daimler, movido a gasolina e dois cilindros em V e 3,5 cavalos de potência
máxima. O veículo ficou a maior parte do tempo na ara em da casa da família, em
São Paulo, devido à precariedade das ruas, que demandava obras de engenharia.
O número de carros cresce. São Paulo, que em 1903 tinha quatro veículos
licenciados, somaria carros no ano se uinte, quando o prefeito cria o exame para
motoristas. No Rio, a prefeitura inicia o licenciamento de carros em 1903, realizando,
três anos depois, o primeiro exame de motoristas. No mesmo ano, em São Paulo,
onde havia seis veículos licenciados, é imposto o limite de velocidade: 30 km por hora.
país. [9] Motivada por uma série de fatores, a chamada ‘Grande Reforma Urbana de
190 foi dividida em duas intervenç es urbanísticas distintas, ficando um conjunto
de obras sob a responsabilidade do Governo Federal, e outro atribuído ao Governo
Municipal carioca.
9 Discurso de posse de Rodrigues Alves realizado em 15 de novembro de 1902. In: Anais da Assembleia Legislati-
va do Estado do Rio de Janeiro.
10 O cimento asfáltico natural recebe o símbolo de CAN. Ver: http://iseibfacige.com.br/biblioteca/wp-content/
uploads/2013/05/Materiais-Betuminosos.pdf.
11 O Centenário da Avenida Beira Mar em Botafogo, de autoria do Prof. Milton Teixeira, em: http://amabotafogo.
org.br/historia/centenario.
No mesmo ano, enr ord e o en enheiro arold ills lançam nos Estados
nidos o carro ord modelo T, sem ima inar que além de populari ar definitivamen-
te o automóvel — foram produzidos mais de 17 milhões apenas deste modelo — e
criar as bases da indústria automotiva, estabeleceriam um novo paradigma para a
construção de rodovias.
Outras novas companhias, como a Standard Oil New York (Mobil), a Standard
Oil California (Chevron), a Standard Oil Indiana (Amoco) e a Standard Oil Ohio
(agora parte da BP America), investem no mercado norte-americano. Em 1911, pela
primeira vez na história, as vendas de gasolina para automóveis ultrapassam as de
querosene naquele país.
A Venezuela extrai seu primeiro petróleo em 1912, sob exploração dos in-
gleses. No Brasil, os carros ditam necessidades. O “paulista de Macaé”, Washington
Luís Pereira de Souza, um dos fundadores do Automóvel Clube de São Paulo, no
início da década de 1910, então secretário estadual de São Paulo, percorre as es-
tradas paulistas, traçando os primeiros projetos para a melhoria de suas rodovias e
implantação de um plano rodoviário estadual, considerando a frota de automóveis
em expansão. Obras financiadas pelas exportaç es de café, insumo responsável
pela riqueza galopante do estado. Começava uma ‘mudança’ na visão do governo,
que até então vinha investindo no modal ferroviário.
Nessa mesma década, nos Estados Unidos, William Merriam Burton desen-
volve um dos primeiros processos de craqueamento térmico (1912), operando a
700-750° F (370-400°C) e a uma pressão absoluta de 90 psi (620 kPa). O método
fica conhecido como o processo Burton. Nove anos depois, em 19 1, .P. ubbs,
funcionário da Universal Oil Products Company, estabelece novo processo operando
em 50 0 00 0 , que seria utili ado por muitas refinarias até o início
dos anos 1940, quando o craqueamento catalítico entrou em uso.[12]
12 U.S. Supreme Court Cases & Opinions, v. 322, Universal Oil Products Co. V. Globe Oil & Refining Co., 322 U. S. 471
(1944).
Em seu mandato, que durou até 1924, ele colocou em prática a política de de-
senvolvimento rodoviário debatida nos congressos, dando início a um período intenso
de obras rodoviárias no estado paulista. Durante seu mandato acontece a Semana
de Arte Moderna e a pavimentação da rodovia Caminho do Mar (ambos, em 1922).
No ano de 1926 é criada a Diretoria de Estradas de Rodagem de São Paulo (DER).
inspetores. De acordo com Silva Prego, “até 1924, os únicos estados que possuíam
algumas estradas de rodagem, dignas desse nome, eram São Paulo, Santa Catarina,
Minas Gerais e, de certo modo, Rio de Janeiro”.
Na realidade, esse órgão idealizado por Santos Dumont tem forte atuação
durante as primeiras décadas do século XX em prol do rodoviarismo, promovendo
eventos como os congressos nacionais e internacionais de estradas de rodagem. Em
um desses eventos, realizado em 1926, é aprovado o Primeiro Plano Geral para a
Base da Rede Rodoviária do Brasil, no qual já constava a Rio-Bahia.
Seria a única ligação entre as duas cidades por mais de 20 anos, até a inaugu-
ração, em 1950, da rodovia Presidente utra. Em 5 de a osto de 19 , ashin ton
Luís inaugura a rodovia Rio-Petrópolis, apontada como a primeira rodovia asfaltada
do país, considerada por muitos anos como uma das melhores rodovias da América
do Sul.[14]
14 Ver: http://blogdopetcivil.com/2010/11/23/nova-rodovia-rio-petropolis-e-video-incrivel-sobre-o-
projeto/
A essa malha seria mais tarde interligada a Rio-Bahia, que hoje integra a BR 116,
uma das principais rodovias brasileiras da atualidade — e a maior rodovia totalmente
pavimentada no território nacional; é longitudinal, com início na cidade de Fortaleza
(CE) e término na cidade de Jaguarão (RS), fronteira com o Uruguai.
Os anos 1930 trazem boas surpresas. No Rio, em 1931, após nove anos de
obras, é inaugurada aquela que se tornaria uma das novas maravilhas do mundo:
a estátua do risto Redentor, concebida pelo en enheiro brasileiro eitor da Silva
O DNER
O ano de 1937 seria marcado por dois fatos importantes, que consagrariam
a formação de uma indústria brasileira de asfaltos. Em julho, Vargas promulga a Lei
n. 467, criando o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), subor-
dinado ao Ministério de Viação e Obras Públicas.
Refinaria da Ipiranga
S/A — Companhia
Brasileira de Petróleo,
inaugurada em 1937
15 Ver: http://www.refinariariograndense.com.br/refinaria/Pages/refinaria/historia/historia.aspx.
O mundo estava em guerra desde 1939 e o Brasil, dessa vez, acabaria por ter
uma atuação mais incisiva no con ito mundial que durou até 19 5, após o torpedea-
mento de embarcações brasileiras em 1942. Com a entrada na guerra, aumentou o
bloqueio de envio e recebimento de matéria-prima, impossibilitando a importação
pelo Brasil de petróleo bruto.
Em 19 reali a se, no lube ilitar, uma série de confer ncias que de a raram
um movimento contrário à abertura do mercado petrolífero ao capital estrangeiro
e em favor do monopólio estatal (Sodré, 1965). O general Juarez Távora defendia
uma posição de abertura ao capital estran eiro, enquanto o eneral orta Barbosa,
o monopólio estatal oura, 19 ; ohn, 19 .
REFERÊNCIAS
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datado de 19/09/2002. Disponível em: http://www.igc.usp.br/index.php?id=309. Acesso em agosto de 2016.
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Mascarenhas Neto, José Diogo de. Methodo para construir as estradas em Portugal. Porto: Officina de António
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Matta, Alfredo Eurico Rodrigues (Org.). História em revista: aspectos da Bahia Republicana. Salvador: UCSAL/
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Mendes, Denise. A Calçada do Lorena: o caminho de tropeiros para o comércio do açúcar paulista. Dissertação
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Prego, Atahualpa Schmitz da Silva. A memória da pavimentação no Brasil. Rio de Janeiro: Associação Brasileira
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Sodré, Nelson Werneck. História militar do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965.
SPE. “Petróleo e gás natural”. Society of Petroleum Engineers (SPE). DK Publishing, Inc., 2013.
Toledo, Benedito Lima de. O Real Corpo de Engenheiros na capitania de São Paulo: destacando-se a obra do
brigadeiro João da Costa Ferreira. São Paulo: João Fortes Engenharia, 1981.
A revolução industrial
brasileira
Ainda que sem a aprovação de seu Estatuto do Petróleo, Dutra, com sua pos-
tura desenvolvimentista, acaba por abrir novos caminhos para a industrialização e
para a expansão do rodoviarismo, impulsionada pelo Fundo Rodoviário Nacional
(FRN). De acordo com Prego (2001), o ano de 1950 marca “o início da execução de
pavimentos em escala industrial e da or ani ação de randes firmas construtoras .
A rande epopeia da rodovia Rio Bahia foi o desafio de sua construção, uma
vez que, em seus mais de 1.700 km, ela atravessou de terras férteis às mais inóspitas
paragens, obrigando seus construtores a usar de todos os artifícios para garantir não
apenas a água e alimentação dos operários, mas também os materiais e equipamentos
usados em sua pavimentação (ferramentas e maquinário pesado).
Mas a principal obra de Eurico Gaspar Dutra seria a nova rodovia entre Rio
e São Paulo, as duas maiores cidades brasileiras, [19] interligadas pela via construída
por ashin ton Luís, em 19 . Inau urada por utra em 19 de janeiro de 1951,
com uma pista simples em grande parte do percurso e trechos duplicados apenas
entre São Paulo e Guarulhos e na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, a rodovia
custou mais de 1,3 bilhão de cruzeiros, quantia considerada exorbitante para a época.
Recebeu o nome do presidente que a colocou no mapa.
20 63 anos da Via Dutra. Portal da empresa Solazer Transportes e Turismo Ltda. Ver:
http://solazer.com.br/sem-categoria/via-dutra-completou-63-anos-no-domingo-passado.
21 Os limites de Atterberg, ou limites de consistência, são métodos de avaliação da natureza de solos criado por
Albert Atterberg, engenheiro químico sueco (1846-1932). Ver Portal Geni, em: https://www.geni.com/people/
Albert-Mauritz-Atterberg/6000000010461023024.
Refinaria de Cubatão
Refinaria de Cubatão
— Banco de Imagens
Petrobras
uma rede de distribuição dos produtos da sua coli ada Refinaria Ipiran a, em São
Paulo e no Rio de Janeiro, construiu terminal em Barrinha (SP) — perto de Ribeirão
Preto —, e a Asfaltos California S/A, que já possuía um terminal em Cubatão desde
1953 e um laboratório em São Paulo.
Assim como o Salte, de Dutra (já citado no capítulo anterior), o plano tinha áreas
prioritárias. Na realidade, 31 metas distribuídas em cinco grandes grupos — energia,
transportes, alimentação, indústria de base, educação — além de uma meta-síntese:
a construção de uma nova capital federal, já prevista desde a primeira Constituição
da Rep blica, de 1 91.
23 Contexto histórico das Rodovias Bernardo Sayão (BR-010) e Capitão Pedro Teixeira (BR-316). Ver em http://
adrielsonfurtado.blogspot.com.br/2015/08/contexto-historico-da-abertura-das.html
127 mil toneladas em 1959. Isso se deve ao fato de a pavimentação rodoviária ser
intensificada em todo o país, tanto pelo NER como pelos ór ãos estaduais.
Indústria e estradas
De acordo com Silva Prego (2001), a contribuição inicial deste órgão se deu
por meio de cursos de pavimentação, no Rio de Janeiro, e posteriormente por vários
estados, incluindo a capital federal. “Foi inestimável a atuação do IPR, difundindo o
que de mais avançado acontecia na técnica de pavimentos , afirma Pre o. E aponta
como um marco a aula inaugural do Curso de Técnica de Utilização e Materiais
Betuminosos em Pavimentos Rodoviários, reali ada em 195 pelo en enheiro Re is
Bittencourt, do DNER. Promovido pelo IPR, o curso teve um público de mais de 150
pessoas, inclusive de funcionários da Petrobras e do CNPq (Conselho Nacional de
Pesquisas).
24 Ver em http://ipr.dnit.gov.br/ipr/servicos
Apontado por Silva Prego como um dos maiores especialistas da época, Murilo
Lopes de Souza elaborou o Método de Dimensionamento de Pavimentos Flexíveis 195
19 0 , que seria adotado oficialmente pelo NER e nos departamentos estaduais.
E, por sua qualificação, em 195 foi indicado pela International Road Federation para
estagiar no Bureau of Public Roads dos Estados Unidos, inclusive em departamentos
estaduais norte-americanos, como o do Texas, com dimensões e regiões inóspitas
similares ao Nordeste do Brasil (Prego, 2001).
Arend, M. “50 anos de industrialização do Brasil (1955-2005): uma análise evolucionária”. Tese (Economia).
Faculdades de Ciências Econômicas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.
Couto, Joaquim Miguel. “Entre estatais e transnacionais: o Polo Industrial de Cubatão”. Tese de doutorado,
defendida em janeiro de 2003 no Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp).
Ferreira, M.M.; dias, C.C.M.G. Os anos de JK no acervo da Biblioteca Nacional. In: Pereira, Paulo Roberto (Org.)
Brasiliana da Biblioteca Nacional: guia de fontes sobre o Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
Prego, Atahualpa Schmitz da Silva. A memória da pavimentação no Brasil. Rio de Janeiro: Associação Brasileira
de Pavimentação (ABPv), 2001.
Na estrada
das mudanças
O governo JK deixou como legado não apenas a nova capital, mas uma indústria
automobilística nacional nascente e rodovias emblemáticas, construídas tanto para
interligar Brasília ao resto do país, como para atender à frota crescente de veículos.
“— Sr. Presidente!
— Diga, Paulo!
— O Sr. já ligou Brasília ao Centro-Sul, ao Nordeste e a Belém. Por
que o Sr. não faz o outro braço da cruz, ligando Brasília ao Acre?
— Uai, Paulo! E pode?
— Pode, Sr. Presidente! Mas é negócio pra homem!
— Então vai ser!”
26 Ver: http://rondoniaempauta.com.br/nl/historia/a-abertura-da-br-029-atual-364-artigo-do-historiador-
emmanoel-gomes.
Embora a obra tenha sido feita em menos de um ano, pois foi entregue ainda
em 1960, a via de terra, chamada até de “estrada das onças”, abriu caminho para a
migração. Seu traçado seguiu os caminhos trilhados pelo Marechal Rondon,[27] que
morreu dois anos antes de a nova capital ser inaugurada.
27 Cândido Mariano da Silva, o Marechal Rondon (1865-1958), nasceu em Mimoso, hoje Santo Antônio de Leverger,
Mato Grosso, no dia 5 de maio. Em 1881, foi para a Escola Militar no Rio de Janeiro. Com autorização do Minis-
tério da Guerra, acrescentou o sobrenome Rondon, em homenagem ao tio que lhe criou, Manuel Rodrigues da
Silva Rondon. Ver: http://www.e-biografias.net/marechal_rondon. Acesso em 22/05/2016.
A BR-364 foi uma das últimas obras concluídas por JK. O presidente Juscelino
fora o primeiro presidente civil desde Artur Bernardes, eleito pelo voto direto, ten-
do iniciado e concluído o mandato dentro do prazo determinado pela Constituição
Federal. Ele entregaria a faixa ao seu sucessor, Jânio Quadros, no dia 31 de janeiro
de 1961, cujo destino não foi o mesmo de seu antecessor.
A entrada efetiva em operação não seria inaugurada por Jânio Quadros, pois
este renunciara ao cargo menos de duas semanas antes, passando a presidência a
seu vice, João Goulart.
28 Texto publicado em 27/11/2010 no jornal eletrônico Gente de Opinião do estado de Rondônia, de autoria de Ab-
nael Machado de Lima, professor de História da Amazônia, Universidade Federal do Pará e membro do Instituto
Histórico e Geográfico de Rondônia.
Criação da Opep
Primeiro, com a chamada política do fifty-fifty, por meio da qual passou a haver
uma distribuição igualitária dos resultados auferidos na produção petrolífera entre
as duas partes: os países detentores das reservas e as petroleiras que exploravam
as riquezas locais. A Venezuela foi a primeira a adotar essa política nas concessões
de áreas para exploração, seguida da Arábia Saudita.
29 Portal PetroGasNews: “(...) o cartel das sete irmãs foi formado pelas empresas americanas resultantes da
fragmentação do monopólio da Standard Oil Company, provocada pela lei antitruste de Sherman, nos Estados
Unidos. As quatro empresas americanas (Esso, Texaco, Socony e Socal) resultantes do fim da Standard Oil
juntaram-se à anglo-britânica Shell e à Amoco (atual BP), para controlar o mercado petrolífero e impor baixos
preços aos países produtores, enquanto garantiam altas taxas de lucro. Disponível em: https://petrogasnews.
wordpress.com/2011/06/09/as-7-irmas-do-petroleo. Acesso em 22/05/2016.
Ainda na década de 1960, mais cinco países aderem à Opep: Catar (1961);
Indonésia 19 ; Líbia 19 ; Emirados rabes 19 ; Ar élia 19 9 . Outras naç es
passariam a integrar a organização nas décadas seguintes, quando o petróleo se
consagra como a fonte de energia dominante na matriz energética mundial. Somente
na década de 1970, a Opep conseguiria ditar preços, posição que só vai começar a
se alterar quase 50 anos depois.
Emulsões catiônicas
30 Commodity é qualquer bem em estado bruto, geralmente de origem agropecuária ou de extração mineral ou
vegetal, produzido em larga escala mundial e com características físicas homogêneas, seja qual for sua origem,
quase sempre destinado ao comércio externo.
om uma nica refinaria da Petrobras produ indo asfalto, no início dos anos
1960, os produtos disponíveis para pavimentação rodoviária eram:
Então, o CAP e, em certos casos, o ADP (asfalto diluído de petróleo) eram, e são,
ao mesmo tempo, os principais insumos de uma emulsão e principais concorrentes
no mercado de ligantes. Na época, ao contrário, eram as distribuidoras de asfalto
existentes que viam nas recém-chegadas emulsões catiônicas, livres dos problemas
das aniônicas, uma ameaça aos seus negócios.
Nesta mesma época são contratados pela Betubras, para trabalhar com o Dr.
Vogt, os jovens Eurico Morais e Carlos Augusto Costa, que viriam a fazer sólidas
carreiras no campo das emulsões e da pavimentação asfáltica.
O mercado se diversifica
Pavimentação da BR-116
nas décadas anteriores, era, em quase toda sua extensão, uma estrada de terra, que
se tornava intransitável quando chovia, principalmente em regiões da Zona da Mata
de Minas Gerais. Tanto é assim que caminhões atolados, tráfego interrompido pelas
chuvas são condições que chegam a ser retratadas no romance Jorge, um brasileiro,
de Oswaldo França Jr. (França Jr., 1967).
Monopólio da importação
O ano de 1963 se encerraria com uma decisão do CNP que afetaria o setor: em
reunião extraordinária, realizada no dia 6 de dezembro, por meio da resolução CNP
n. , autori a a Petróleo Brasileiro S A Petrobrás a exercer a atividade de distri-
buição, em grosso, de derivados de petróleo em todo o território nacional, visando
a atingir o monopólio integral do Estado neste setor, conforme a Lei n. 2.004/53”.
32 Segundo presidente militar, tomou posse em 15 de março de 1967. O período de seu governo foi marcado por
forte agitação política, com importantes movimentos populares de oposição, como a Frente Ampla, liderada por
Carlos Lacerda e apoiada por Juscelino Kubitschek e João Goulart.
Produção em expansão
34 Ver: http://www.petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/principais-operacoes/refinarias/refinaria-
alberto-pasqualini-refap.htm
estava o en enheiro José Alberto Pi ón Gon ale , que inte rava o quadro de profis-
sionais da empresa. Com escritório no Centro de Salvador e fábrica na Rodovia BA
522, Km 03, em Candeias, na década de 1970 se consolidaria como uma das grandes
fornecedoras de emulsão asfáltica catiônica para pavimentação de rodovias.
O presidente Médici, na
inauguração da Ponte Rio-
Niterói — Agência Brasil — EBC
Construída em tempo recorde (mil dias), não seria inaugurada por Costa e
Silva, que no início de setembro de 1969 sofre uma trombose, sendo sucedido por
uma Junta Governativa Provisória, a qual, após a morte do presidente, vai empossar
o general Emílio Garrastazu Médici.
Franz, Cristine Maria & Seberino, José Roberto Vieira. “A história do trânsito e sua evolução”. Monografia
apresentada ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu da Aupex, Uniasselvi, Centro Universitário Leonardo da
Vinci, abril/2012.
Lima, Abnael Machado de. Texto publicado pelo professor de História da Amazônia, Universidade Federal do
Pará e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia, em 27/11/2010, no jornal eletrônico Gente
de Opinião, do estado de Rondônia.
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Yergin, D. O petróleo: uma história de ganância, dinheiro e poder. São Paulo: Scritta, 1993.
Expansão do
rodoviarismo
Obras de duplicação
da Avenida Atlântica,
em Copacabana
A praia de Copacabana, com extensão de pouco mais que 4 km, foi alargada
em cerca de 0 m. E a Avenida Atl ntica anhou nova pista e um canteiro central.
Na obra de ampliação foi instalada também um interceptor oceânico da Zona Sul,
que se constituiu, até então, na maior obra de saneamento básico da cidade.
Em busca do ‘Eldorado’
37 Golbery do Couto e Silva, militar e geopolítico, nasceu na cidade gaúcha de Rio Grande, em 21 de agosto de 1911
e faleceu em São Paulo, em 18 de setembro de 1987. General de divisão, aposentado no governo do presidente
João Goulart, tornou-se reconhecido como um dos principais teóricos da doutrina de segurança nacional, ela-
borada nos anos 50 pelos militares brasileiros da Escola Superior de Guerra (ESG), e também um dos criadores
do Serviço Nacional de Informações (SNI).
Estradas da integração
38 Informações coletadas na revista O Empreiteiro, de matéria do livro “100 anos da engenharia brasileira”, publica-
do pela Editora Univers, DNER, revista Dinheiro e nos sites InfoBrasília, Açailândia OnLine e Estradas.
Obra de maior si nificado foi a atual BR 19, rodovia anaus Porto elho
as ltimas capitais brasileiras a serem li adas por terra , com m de extensão.
Inaugurada em meados da década de 1970, sua construção também representou
enorme desafio: além da malária, velha conhecida, o caminho aberto na selva ficava
ala ado durante a época da chuva e faltava pedra a nica pedreira ficava a 0 m
da estrada).
Esses projetos tiveram financiamentos interno e externo, dos quais 60% foram
garantidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Fundo Rodoviário Nacional (FRN) e bancos regionais, e 40%, pelo Banco Mundial.
Estabelecido pela Lei Joppert (1945), o FRN foi, nos anos 1970, um importante
instrumento de sustentação para novos investimentos nas rodovias, garantindo,
assim, a construção, a pavimentação e a conservação da malha rodoviária nacional.
avia, inclusive, estados que davam prefer ncia à Petrobras istribuidora para
a concessão de terrenos, nos quais seriam construídos postos de combustíveis. Esses
movimentos marcavam o caráter nacionalista vivido naquela altura. Tanto que, antes
de cinco anos de sua criação, a empresa assumiria a posição de maior distribuidora
de derivados de petróleo do Brasil, superando inclusive as empresas estrangeiras.
Aprovada em outubro de 1972, a logo passa a ser utilizada por todas as empresas
do Sistema Petrobras. Vigorou durante 22 anos, constando em tanques, navios,
veículos, uniformes, publicações, correspondência — ou seja, em todos os elementos
associados ao dia a dia da Petrobras e suas subsidiárias.
Novas refinarias
Com a inauguração da Replan, que seria por quatro décadas a maior unidade
de refino da estatal em capacidade de produção, a Petrobras desativa a produção de
asfaltos em ubatão. O que levaria a uma alteração eo ráfica das distribuidoras, até
então concentradas no chamado Grande ABC, há pouco mais de 40 km de Cubatão.
O fim do milagre econômico brasileiro seria precedido por uma crise internacional
que ficou conhecida como o primeiro ‘choque do petróleo', em 1973, fruto da pressão
dos membros da Opep para elevar os preços do petróleo do Oriente Médio, que
respondia por 80% e 90% do consumo da Europa e do Japão, respectivamente.
A alta nos preços do petróleo enriqueceu os países árabes, e estes viram a renda
per capita subir para os US$ 5.000 anuais. Qatar, Kuwait, Arábia Saudita, Emirados
Árabes Unidos e Líbia formaram o conjunto de países novos ricos do Oriente Médio
(haveria ainda outras duas crises, em 1978 e 1982, também com forte impacto no
Brasil na década de 1980).
Inauguração da Transamazônica
No dia 30 agosto de 1972 e dois anos depois de iniciada sua abertura, é inau-
gurada a rodovia Transamazônica. Sua construção mobilizou mais de quatro mil
homens para abrir a estrada ‘no meio do nada’.
Planejamento rodoviário
BACIA DE CAMPOS
A Petrobras descobria que o caminho para o petróleo era o mar. Na época da des-
coberta, o desafio era viabilizar a exploração do campo de Garoupa, uma vez que as
técnicas disponíveis para produção eram limitadas para água rasa (50 m). Outras
descobertas na bacia fluminense acabariam por criar as condições econômicas
necessárias para viabilizar essa produção: Namorado (1975) e Enchova (1976).
Empreendedores
Em meados de 1973, o engenheiro civil José Alberto Piñón Gonzalez, que tra-
balhava na Betumat, é incentivado pela empresa a adquirir uma carreta para fazer o
transporte de asfaltos matérias primas , do terminal adre de eus, da Refinaria de
A jovem indústria do
Fac-símile da revista O Empreiteiro asfalto no Brasil, que na dé-
cada de 1960 se reunira para
formar a Abeda, mostraria
sua capacidade empreendedora inclusive no mercado externo. Em 1974, a Betubras
Pavimentação e Revestimentos, pioneira na produção local de emulsões asfálticas
cati nicas, vence a primeira concorr ncia internacional para fornecimento de . 05
toneladas de asfalto para a Bolívia.
Fatos que levariam os acionistas a venderem a empresa, após quase oito anos
de atividades. O engenheiro José Alberto Piñón, que havia ocupado várias funções
gerenciais naquela organização, decide adquirir a empresa, em sociedade com o irmão.
O Dr. Jean Claude Vogt deixa a Betubras e passa a ser consultor atuando,
principalmente, junto às novas distribuidoras.
É criada, com base em Curitiba (PR), a Bosca Asfaltos (do grupo CR Almeida),
que hoje integra o Grupo Pater, juntamente com a CBB Asfaltos e TB Transportes.
Eder Vianna, que junto com Hélio Luco havia criado a Transportadora Agaé,
compra a Betunel, do Banco Português do Brasil, e passa a ter operação inte-
grada de fabricação e distribuição de asfaltos.
Diretoria da Betunel inaugurando uma nova fábrica, com Eder Vianna ao centro
Vias da aprendizagem
“O pavimento mais nobre que temos e que é usado nas principais rodovias
brasileiras”, lembra Ronaldo Aspesi, atuante na Gafor, empresa associada a Abeda,
com sede em São Paulo e com fábrica de emulsões em Brasília. Além da Gafor, várias
outras distribuidoras participaram do fornecimento de ligantes asfálticos à obra,
entre elas a Betubras, com fábrica e terminal rodoviário em Anápolis (GO).
O problema era a logística, uma vez que o asfalto era transportado em car-
retas que tinham de ser rebocadas nos trechos onde havia elevações, na rodovia
Belém Brasília situação ainda mais difícil quando chovia, pois a estrada ficava
intransitável para as pesadas carretas.
A construtora recorreu mais uma vez à inventiva da Cibec, que teve de reestudar a
solução, uma vez que eram muitas toneladas do produto e não dava para colocar
em grandes pilhas, pois os sacos se rompiam com o peso dos demais. Foi quando
decidiram colocar os sacos em contêineres de madeira, de uma tonelada e meia cada.
Na década de 1970 ocorreria a polêmica (prolongada até hoje) fusão dos estados
da Guanabara e do Rio de Janeiro. A Guanabara foi o único caso no Brasil de uma
cidade-estado, como uma forma de compensação à perda do status de capital
federal do município do Rio de Janeiro. A fusão, em pauta há décadas, foi reforçada
pela inauguração da Ponte Rio-Niterói, interligando o estado da Guanabara ao do Rio.
Em 1975, com o agravamento da crise econômica, o país abriu suas portas para
a entrada de multinacionais na exploração de petróleo, visando a atração de aporte
financeiro si nificativo para o Brasil. Apesar de conceder às empresas estran eiras
o direito de atuar em , das bacias sedimentares do país, deixando apenas o
restante nas mãos da Petrobras, os contratos de risco não atraíram o capital que
prometiam. O primeiro contrato de risco para exploração de petróleo, com a British
Petroleum, seria assinado somente em 1977.
O objetivo inicial do governo estadual era ter um órgão que se dedicasse aos
estudos de implantação, projeto e construção de uma nova ligação entre São Paulo e
a Baixada Santista, tendo em vista que a Via Anchieta e a Rodovia Caminho do Mar,
ambas sob controle operacional da Dersa, estavam em vias de saturação.
46 Ver: http://danilotlamonato.jusbrasil.com.br/artigos/120002732/pro-alcool-de-sua-criacao-aos-dias-
atuais. Acesso em agosto de 2016.
47 Disponível em: http://www.dersa.sp.gov.br/Empresa/Empresa.aspx?id=1. Acesso em agosto de 2016.
A obra foi dividida em etapas: primeiro, abriu-se uma estrada de serviço para
dar acesso à serra; depois, construída uma estrada de 39 km de extensão, em con-
creto e asfalto, com 300 m de pontes metálicas. Com a previsão de duas pistas —
uma ascendente e outra descendente, que só seria construída mais de duas décadas
depois — o projeto foi considerado revolucionário na época. A primeira pista (Norte)
é composta predominantemente de viadutos e túneis (11) cortando a Serra do Mar.
Uma vez concluída e testada com sucesso a rodovia Imigrantes, o governo pau-
lista decidiu aproveitar a experiência acumulada na construção de uma nova ligação
entre São Paulo e Campinas. A ideia era ter uma rodovia com os mesmos parâmetros
Rede ampliada
Uma das rodovias mais importantes foi a BR-101, na qual foram executadas
obras estratégicas tanto para o desenvolvimento econômico do país, como do ponto
de vista de segurança nacional do governo militar.
Uma delas foi o sinuoso trecho da Rio-Santos, apto a atender outro grande
projeto nacional iniciado nesta década: a entral Nuclear Almirante lvaro Alberto,
em Angra dos Reis, a cerca de 150 km do Rio de Janeiro.
Já no trecho da BR-101 que atravessa o Espírito Santo até a divisa com a Bahia,
num total de 5 , m, a pavimentação se fe necessária principalmente para servir
à indústria emergente na região. Tanto a de minério, que passou a processar e escoar
a produção principalmente para o mercado externo por meio de portos capixabas
(Vitória, Tubarão, Ubu) no sul do estado, como a de celulose, situada ao norte.
Com o boom rodoviário, que abrangia, além do Sudeste, quase todo o país
e a insuficiente estrutura do NER para projetar e fiscali ar tantas obras, sur i-
ram in meras empresas de consultoria. Entre elas a opavel, umberto Santana,
Consepro, Then da Barros, Astep, Proenge, Engesolo, Enecon e várias outras não
menos importantes, além de consultores independentes. Foi intenso e proveitoso
o contato entre os en enheiros das distribuidoras e os das consultoras na definição
dos mais adequados e da correta aplicação dos ligantes disponíveis.
Mais abrangentes eram os cursos promovidos pelo IBP e pela ABPv — esta
revitalizada pelo engenheiro Mário Kabalem — e ministrados por experientes enge-
nheiros de ór ãos p blicos, entre os quais destacam se Saul Birman, élio arah, Jor e
Salathé, entre outros. Envolviam assuntos relativos a todo o processo construtivo,
suprindo em grande parte a carência de pessoal especializado na pavimentação,
desde engenheiros e encarregados a laboratoristas.
Foi na década de 1960 que surgiu, nos Estados Unidos, uma técnica destinada a
atenuar os efeitos deste desgaste superficial nas camadas subjacentes, propor-
cionando uma sobrevida de dois anos a toda a estrutura do pavimento.
A técnica chamada slurry seal (lama selante, em tradução livre), no Brasil, ficou
conhecida como ‘lama asfáltica’. Consistia na aplicação de uma camada de 5 mm
de espessura de uma mistura, com a consistência de lama, composta de pó de
pedra, cimento ou cal, água e de uma especial, e nova, emulsão asfáltica. A fabri-
cação da mistura e sua aplicação era feita por um caminhão-usina diretamente no
trecho a ser recuperado, de forma simples, rápida e econômica. Em pouco tempo,
tornou-se um sucesso mundial.
Contudo, foi no início da década de 1970 que a lama asfáltica ganhou força no
Brasil, graças sobretudo à atuação de dois engenheiros. Um deles, Nei Monte,
após carreira na Chevron, criou a Imperpavi e realizou várias e importantes obras
de lama asfáltica para o Dersa, no estado de São Paulo. O outro, Felipe Neri Costa
Felipe Pereira iria também promover outra inovação tecnológica, quando pediu a
Betubras para desenvolver uma emulsão para pré-misturado a frio de cura super
rápida, usando um solvente especial, para ser utilizada no recapeamento de cen-
tenas de quilômetros de trechos da BR-116, a icônica Rio-Bahia.
Itaipu
I ENCONTRO DE ASFALTO
Em dezembro de 1976, entre os dias 8 e 10, realiza-se no Rio de Janeiro, com apoio
do IBP e da Abeda, o I Encontro de Asfalto no Brasil. Na programação, apresentações
de trabalhos realizados por alguns dos principais quadros técnicos da indústria
de asfalto no Brasil:
TratamentoSuperficialcomcapaselanteduplaemlamaasfáltica — Ronaldo
Aspesi — Gafor.
ControledeQualidadedasmisturasasfálticaspelaporcentagemdevazios
— Dauro José Buzzati — DER-MG.
49 Idem.
ProjetodeGreidedeRegularizaçãocommínimoconsumodemisturabe-
tuminosa — Lino Sérgio do Lago Fantuzzi, Otávio Roberto Martins de Souza,
Luiz Alberto Shimidt — Proenge.
O engenheiro Ronaldo Aspesi, então da Gafor, foi designado pela empreiteira para
conduzir toda a parte da pavimentação, na qual seria utilizado o pré-misturado
a frio na camada intermediária (binder), e CBUQ ou pré-misturado a quente, na
camada final, mais adequada para rolamento dos aviões.
50 Valéry René Marie Georges Giscard d’Estaing é um político francês de centro-direita que exerceu o cargo de
presidente da República Francesa de 1974 a 1981. Nasceu em 2 de fevereiro de 1926 (90 anos), Coblença, Ale-
manha.
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Skidmore, Thomas. Brasil: de Castelo a Tancredo. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
51 Denominação atribuída a uma série de monarcas iranianos que antecederam a revolução islâmica de 1979, cuja
origem remonta à dinastia Aquemênida. [Eventualmente este título também foi aplicado a soberanos de outros
reinos do Oriente muçulmano.]
Uma indústria
de mão dupla
A omissão Executiva do evento era inte rada por élio arah ER RJ , João
Kojin (Abeda), José de Alencar Nunes de Almeida (Comissão do Asfalto do IBP),
Sérgio Then de Barros (Associação Brasileira de Pavimentação), Saul Birman (DNER),
José Ricardo de Oliveira Tomé e Roberto Mesquita Lage (Petrobras Distribuidora e
Petróleo Brasileiro S/A), e Francisco Avelino dos Santos Filho (IBP). Também partici-
pavam da executiva Alfredo Pinilla, Marcelo Alvarez e Jorge Agnusdei, da Comissão
Permanente de Asfalto da Argentina.
52 Market share significa ‘participação de mercado’, em português; é a fatia ou cota de mercado que uma empresa
tem no seu segmento ou no segmento de um produto. O market share serve para avaliar a força e as dificuldades
de uma empresa, além da aceitação de seus produtos.
O resultado mais expressivo desses contatos foi o acordo firmado em 1986 entre
a Asffrio, do Grupo Ipiranga, e a Probisa, o qual estabelecia, por cinco anos, a pro-
dução no Brasil, pela Asffrio, das emulsões catiônicas de ruptura controlada, e sua
aplicação pela Probicon, sociedade entre a Probisa e a empreiteira brasileira Tercon,
o que significou a entrada do Brasil na era dos microrrevestimentos a frio, uma
grande evolução tecnológica com relação às lamas asfálticas da década anterior.
Também, em meados desta década, Eder Gomes Vianna e José Alberto Piñón,
juntamente com o engenheiro Ronaldo Aspesi, assumem uma nova empreitada:
adquirem as instalações da fábrica de asfalto da Gafor em Brasília (existente
ainda), que passaria a se chamar Centro-Oeste Asfaltos — depois seria criada a
transportadora, com o mesmo nome.
Nos anos 1980 surgem novas empresas associadas à Abeda. Em 1981, Hélio Luco sai da
Agaé, da qual era sócio de Eder Vianna, para criar a Asfalto Continental, em São Paulo.
No final da década nasce uma nova Asfaltos California, criada por Altair Mendes. O
empresário decidiu colocar em sua empresa o mesmo nome da antiga subsidiária
da Chevron, onde ele havia trabalhado.
Nas décadas seguintes eles somariam 11 BECs: 1o BEC — Caicó (RN); 2o BEC
— Teresina (PI); 3o BEC — Picos (PI); 4o BEC — Barreiras (BA); 5o BEC — Porto Velho
(RO); 6o BEC — Boa Vista — (RR); 7o BE Rio Branco A ; o BEC — Santarém (PA);
9o BEC — Cuiabá (MT); 10o BEC — Lages (SC); 11o BEC — Araguari (MG).
Engenharia militar
1980
Pavimentação BR 364 (Não — Estudos/projetos da variante
com CBUQ Porto Velho ouve de Samuel — Cons. Rod. BR 364
Ariquemes Asfalto) Pvh/Sena Mad.
—
1981
Pavimentação BR 364 13,20 4.224 Estudos/projetos v. Samuel
com CBUQ Porto Velho — Cons. Rod. BR 364 Pvh/
Ariquemes Ariquemes
Itapuã
1982
Pavimentação BR 364 — — Implantação da Var. de Samuel
com CBUQ Porto Velho — Cons. Rod. BR 364 e BR 425
Ariquemes
(Var. Samuel)
1983
Pavimentação BR 364 25,90 19. 91 Cons. Rod. BR 364 e BR 425 —
com CBUQ Porto Velho Proj. Assent. Urupá
Ariquemes e Machadinho (Incra)
(Var. Samuel)
1984
Pavimentação BR 364 40,00 30.720 Cons. Rod. BR 364 e BR 425 —
com CBUQ Porto Velho Proj. Assent. Urupá
Ariquemes e Machadinho (Incra)
(Var. Samuel)
1985
Conservação BR 364 — — Cons. Rod. BR 364 Pvh/RB e
Rodoviária Porto Velho BR 425 Abunã/G. Mirim-RO
Rio Branco
e BR 425
1986
Implantação BR 364 33,00 . Projeto de assentamento Pedro
Rodoviária Porto Velho Peixoto e Rio Juma (Incra)
Abunã
1987
Implantação BR 364 1,50 0 Cons. Rod. BR 364 e BR 425 —
Rodoviária Porto Velho Proj. Assent. Rio Juma (Incra)
Abunã
1988
Pavimentação Porto Velho 15,00 10.0 0 Cons. Rod. BR 364 e BR 425 —
de ruas (RO) Proj. Assent. Rio Juma (Incra)
1989
Conservação BR 425 — — Aeroporto de Porto Velho
Rodoviária Abunã (Drenagem da pista de pouso)
G. Mirim
1990
Pavimentação BR 364 , 16.915 Projeto de assentamento
com CBUQ Porto Velho Cujubim (Incra)
Nova Vida
e BR 425
Distribuidor nacional
assim como o transporte marítimo por dutos de petróleo e seus derivados. A Lei n.
2.004/53 permanece como o instrumento de regulação do setor e a Petrobras se
consolida como única executora do monopólio da União.
58 A consistência dos CAPs é definida então pela penetração (0,1 mm), ou pela viscosidade absoluta (em poise).
O ensaio de penetração é feito pelo penetrômetro, onde uma agulha padrão de 10 gf é deixada penetrar numa
amostra de CAP a 25°C durante 5 segundos, obtendo-se a chamada penetração normal.
59 Em 1979, o petróleo importado supera US$ 20, imediatamente após a explosão da Revolução Iraniana, o que
provoca a segunda crise. Em 1982, mediante acordo do Brasil com o governo iraquiano que assegurava parte
das importações de petróleo, o país forneceria, entre outros produtos industrializados, armamentos e automó-
veis ao país árabe — e este não supriu a necessidade total de petróleo naquele ano.
Mudança da
sede da Abeda
60 A dosagem Marshall equivale a maior > d — densidade aparente, % Vv — porcentagem de vazios etc.
Manual de Pré-Misturados a Frio, prof. Humberto Santana — Comissão do Asfalto/IBP, 1993.
61 Emprego de Asfaltos de Baixa Penetração na Pavimentação Urbana da Cidade do Rio de Janeiro — Jorge Eduardo
Salathé — 1o. Seminário Especial sobre Asfalto, cidade de Fortaleza (CE), maio de 1984.
Geração de conhecimento
63 CBUQ — Concreto Asfáltico ou Concreto Betuminoso Usinado a Quente. É o produto resultante da mistura a
quente, em usina apropriada, do agregado mineral graduado, material de enchimento e cimento asfáltico, espa-
lhado e compactado a quente de acordo com as exigências estabelecidas.
Asfalto e ensino
Para se ter uma ideia, em dez anos, a Interbras exportou 3,1 bilhões de dólares
em produtos derivados de petróleo (incluindo petroquímicos) para 26 países afri-
canos, com destaque para os mercados do Zaire, Argélia, Congo, Nigéria e Angola.
Nos anos de 1982 e 1983, Confins receberia os 190 aviões que não puderam
aterrissar no Aeroporto da Pampulha (os passageiros desembarcam no terminal
de cargas, já pronto, pois o de passageiros somente ficaria concluído em janeiro
de 1984 — ainda com metade de sua capacidade operacional).
Encruzilhadas político-econômicas
64 Renato Cancian, em Comissão Justiça e Paz de São Paulo: gênese e atuação política, 1972-1985. Disponível
em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-jose-sarney-1985-1990-nova-
constituicao-e-crise-economica.html.
65 Ver: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-geisel-1974-1979-distensao-
oposicoes-e-crise-economica.htm.
66 Anuário do Ministério dos Transportes — DNER/Dnit — 1970 a 1981.
Por muitos anos, o Brasil conviveria com altas taxas de in ação, ampliando os
já graves problemas de distribuição de renda, ao mesmo tempo que a dívida externa
brasileira atingia índices estratosféricos. O que intimidou a entrada de investimentos
no país.
Nesta ‘década perdida’, vários fatores levariam o país a ser colocado em posi-
ção privilegiada em comparação a outros, graças às suas características regionais,
eo ráficas, comerciais e de recursos extrativistas e ener éticos.
REFERÊNCIAS
Instituto Brasileiro do Petróleo. As emulsões asfálticas e suas aplicações rodoviárias. Trad. Saul Birman. Rio
de Janeiro: IBP, 1983.
Salathé, Jorge Eduardo. Emprego de asfaltos de baixa penetração na pavimentação urbana da cidade do Rio de
Janeiro. Trabalho apresentado no 1o Seminário Especial sobre Asfalto, Fortaleza (CE), maio de 1984.
Grandes
transformações
Dessa maneira, o estado brasileiro entrava nos anos 1990 buscando adotar
medidas que ajudassem a sair da crise e, por conseguinte, inserir o país nos eixos da
modernidade , in uenciado, sobretudo, pelos ventos do liberalismo econ mico que
sopravam após a queda do muro de Berlim 19 9 e o desmantelamento da nião
Soviética (1992).
Em outubro de 1990, o grupo que controla a Bosca, em Curitiba (PR), cria a CBB,
com foco nos segmentos de construção civil e pavimentação rodoviária. Vinícius
Cagliari é nomeado diretor técnico da empresa, que incorporaria todas as atividades
da Bosca — e esta continuaria a existir como razão social.
Em 1993, inicia sua carreira na Betunel o engenheiro Mauricio Dias de Souza, que
viria a ter papel relevante no avanço tecnológico da empresa.
Congresso internacional
Programa de concessões
A ind stria da construção rodoviária não ficou imune à nova tend ncia admi-
nistrativa. Diante do objetivo governamental de atrair capital privado para projetos
de concessão de rodovias, muitas oportunidades surgiram, não sem antes superar
alguns obstáculos.
Foi somente na segunda metade da década que se deu o primeiro passo com
a aprovação da Lei n. 9.277 de 1996.[68] Publicada em 10 de maio de 1996, a norma
autoriza a União a delegar aos municípios, estados da Federação e ao Distrito Federal
a administração e exploração de rodovias e portos federais.
68 Ver: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9277.htm.
69 Idem.
Aceleração do programa
Boom paulista
A única concessão feita pelo DER-SP é para a Vianorte, que receberia um total
de 237 km de trechos de rodovias estaduais e anéis viários na região de Ribeirão
Preto, um dos mais importantes polos sucroalcoleiros do país.
Nos meses de maio e julho de 199 , o overno de São Paulo daria mais cinco
concessões envolvendo trechos de rodovias que integram a malha paulista. Na região
interiorana de São Paulo, foram feitas três concessões: de 442 km para a Triângulo
do Sol Autoestradas; 1 m para a entrovias Sistemas Rodoviários S A; e 1
km para a Autovias.
A quinta concessão foi dada à Ecovias, que passaria a administrar vias his-
tóricas, tanto para a indústria do asfalto, como para o rodoviarismo. Ela assume
um total de 177 km que abrange as rodovias Anchieta (SP-150) e Imigrantes (SP-
160), as interligações no Planalto Paulista e na Baixada Santista, além das rodovias
Cônego Domênico Rangoni (antiga Piaçaguera-Guarujá) e Padre Manoel da Nóbrega
(Cubatão-Praia Grande).
O estudo levou dois anos para ser concluído, com a colaboração das autorida-
des governamentais. Na época, a população metropolitana do Rio de Janeiro era de
5,5 milhões de pessoas e o projeto pretendia estruturar a cidade para o ano 2000,
quando, segundo levantamentos, a população teria quase triplicado.
A Linha Lilás faz a ligação do bairro de Laranjeiras com o de Santo Cristo (na
zona portuária). Inicialmente essa linha ligaria o bairro de Botafogo ao Viaduto do
Gasômetro, na mesma área portuária, sem interrupções, como sinais de trânsito em
seu traçado. Porém, por uma série de problemas, a obra acabou por ligar Botafogo
ao Santo Cristo, com algumas interrupções.[70]
70 Uma dessas interrupções seria o Viaduto 31 de Março, com rampas que acessam a Avenida Presidente Vargas e
o trecho final até o Largo de Santo Cristo. Criada pelo governo Lacerda e suas linhas policrômicas, na realidade
a Linha Lilás era um prolongamento de um sistema viário, que já era um conjunto de emendas e adaptações que
vinham desde 1928/29 e o Plano Agache. Agache criou muitas das importantes vias da cidade — uma delas, o
túnel Catumbi-Laranjeiras.
Também conhecida como Lei das Licitações, esse marco regulatório estabelecia
nova concepção de tratamento e contratos entre entidades públicas e privadas. O
que serviu como aparato legal para que a Abeda recorresse à Justiça defendendo
um pleito mais transparente para o fornecimento de material asfáltico a projetos de
rodovias e estradas geridos pelos órgãos governamentais.
Vitória da Abeda
O século 21 se iniciaria já com uma nova postura por parte de todos os agentes.
Estava restabelecida a competição: não haveria mais compra de asfaltos sem licitação.
No final do ano de 1995, a Chevron do Brasil Ltda. comunica à Abeda sua saída
do mercado local de asfaltos, com a formalização da venda de suas unidades
industriais para a Petrobras Distribuidora e solicita desligamento da Associação.
O fato também teve influência relevante na decisão das duas principais transporta-
doras que operavam para a Chevron, a B. Greca (Amadeu Greca) e a Ceam (Adriano
Massari) de criarem suas distribuidoras visando a oportunidade de assumir o
expressivo volume de vendas de ligantes asfálticos que a Chevron ainda mantinha.
O primeiro passo é dado pela B. Greca, no Paraná, pois a empresa inicia suas
atividades como distribuidora de asfaltos quase de imediato, valendo-se de sua
capacidade de transporte, com frota própria, aliada à sua estrutura organizacional e
técnica. Em 1995, sua sede de Araucária (PR) ganha a primeira fábrica de emulsões.
Nos anos seguintes constrói a segunda fábrica, em Guarulhos (SP), além de abrir
Fim do monopólio
EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
Asfalto polímero
O Brasil começou a adotar essas novas tecnologias a partir dos anos 1990, em
rodovias concessionadas. A pioneira na introdução dessa tecnologia foi a Ipiranga
A Ipiranga Asfalto foi logo seguida pela Probitec, que lançou os asfaltos mo-
dificados por polímeros na re ião do Rio de Janeiro, com duas obras emblemáticas:
o autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, repavimentado para atender as exi-
gências da corrida de Fórmula 1 — por ironia a última nele realizada —, e a primeira
PA camada porosa de atrito com asfalto modificado com polímero SBS aplicada
no Aeroporto Santos Dumont, destinada a evitar riscos de aquaplanagem nas ope-
rações de pouso, ainda mais tendo em vista sua utilização pelos Boeing 737.
A primeira obra de reciclagem com emulsão asfáltica foi feita em 1991, na BR-
393, no trecho Três Rios-Além Paraíba. Para a obra foi desenvolvida, pela Probitec,
a emulsão catiônica para reciclagem PR-7C, com destacado apoio e incentivo dos
engenheiros Salomão Pinto e Dilma Guarçoni, ambos do IPR e Francisco Guerreiro,
consultor do órgão. Mais tarde, este mesmo grupo participaria da reciclagem de
vários trechos do pavimento da Rio-Juiz de Fora (BR-040) e da pista antiga da Via
Lagos (RJ-124), ambas já sob o regime de concessão.
Reciclagem a quente
Asfalto borracha
inclusive sua queima a céu aberto. Com isso, surge a necessidade de se redirecionar
a destinação de pneus usados.
Após intensas pesquisas por uma tecnologia ímpar, o ano de 2001 marca o
pioneirismo na utili ação do A B asfalto modificado por borracha . A primeira
aplicação, uma camada de cerca de 3 cm de espessura, ocorre em 17 de agosto, no
m 19 da BR 11 , sob concessão da nivias, no trecho entre Guaíba e amaquã RS .
REFERÊNCIAS
Malta, Ana. Justiça suspende compra irregular de asfalto. Estado de Minas, Belo Horizonte, 04/08/1998, p.12.
Pinheiro, Armando Castelar. “Privatização no Brasil: Por quê? Até onde? Até quando?”. In: Giambiagi, Fabio &
Moreira, Maurício Mesquita (Orgs.) Rio de Janeiro: BNDES, 1999
A indústria do asfalto
entra no século XXI
Uma terceira concessão do governo paulista, para a Rodovias das Colinas S/A
AB olinas , por anos, soma 0 m de trechos das rodovias SP 0 5, SP 0
(Rodovia Castello Branco), SP-300 (Marechal Rondon) e a rodovia de interligação
SPI 10 00 Rodovia En enheiro erculano Godo .
DISSEMINANDO CONHECIMENTO
A primeira etapa desse projeto implicou o envio de uma mala direta para os 5.557
municípios (hoje, somam 5.570) de um CD/vídeo sobre o uso das emulsões asfál-
ticas e suas aplicações como uma alternativa eficiente e com custos compatíveis
com os orçamentos da maioria dos municípios do país.
Em uma segunda etapa desse projeto pioneiro, bancado integralmente pela Abeda
e associadas, foi enviado o Manual Básico de Emulsões Asfálticas para todas as
prefeituras que deram retorno. O manual foi elaborado pelos engenheiros Rafael
M. Martins de Reis, Eurico Moraes, Fernando Camacho e João Vergilio Merighi.
Parceria estratégica
Até a criação da joint venture, quatro anos depois, houve uma série de encontros
e troca de experiências, incluindo treinamentos de técnicos da Betunel nos Estados
nidos. m processo que foi condu ido por lávio ianna, filho de Eder ianna,
egresso na Betunel em janeiro de 1996.
Na época em que foi criada a joint venture, ood S ain afirmou à imprensa que
as atividades da och aterials na época detentora de 0 do mercado de insumos
asfálticos dos Estados nidos no Brasil ficavam restritas à parceria com a Betunel
e que não havia planos de um voo solo. Na realidade, o grupo americano buscava a
expansão internacional apostando nos países do chamado Bric, que incluía Brasil,
Rússia, Índia e China, nos quais adquiriu ativos ou se associou a empresas locais.
Laboratório de Asfalto
Sem esquecer alguns órgãos públicos que, além de manterem seus quadros
técnicos mais experientes, buscaram atrair novos engenheiros, enquanto as con-
cessionárias, por vocação empresarial, investiam no seu quadro de engenheiros e
técnicos e, ainda, em modernos laboratórios e até mesmo Centros de Pesquisas e
Inovação, como forma de aumentar a efici ncia do processo construtivo e maximi ar
a relação custo-benefício.
Asfalto na Universidade
http://www.proasfalto.com.br/07_download.htm
Multiplicando competências e
garantindo a qualidade do material de
referência e de suporte às aulas sobre
pavimentação asfáltica, o Proasfalto
contribuirá para a formação e qualifi-
cação de novos engenheiros e de seu
desempenho profissional na reali ação
das obras viárias essenciais para o país.
O livro, que já teve quatro edições de cinco mil exemplares cada e tem down-
load disponibilizado pelo site da Abeda, tem o objetivo de servir de apoio didático
na formação de engenheiros civis que, no futuro, atuarão na execução de projetos
e obras de pavimentação asfáltica. Para produzir a obra, a Abeda e suas parceiras
convidam alguns dos principais expoentes da engenharia brasileira na área de asfalto
na academia: os professores Liedi Bariani Bernucci (Universidade de São Paulo), Laura
Maria Goretti da Motta (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Jorge Augusto
Pereira Ceratti (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e Jorge Barbosa Soares
(Universidade Federal do Ceará).
76 Camacho, Bruno Sanna. Parcerias público-privadas. Conceito, princípios e situações práticas. Disponível em:
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI62352,41046-parcerias+publicoprivadas+Conceito+
principios+e+situacoes+praticas. Acesso em agosto de 2016.
77 Camacho, op. cit.
Antes do encerramento dessa década, ainda seriam firmadas mais duas con-
cessões, desta vez na região Nordeste: uma por parte do governo baiano, outra, pela
União. A Concessionária Bahia Norte S/A recebe do governo estadual um total de
122 km de rodovias estaduais (BA-093, BA-512, BA-521, BA-524, BA-526, BA-535),
na região metropolitana de Salvador, incluindo o acesso ao porto de Aratu, que dá
A DESCOBERTA DO PRÉ-SAL
O ano de 00 seria marcado por dois fatos que se re etiriam na década se-
uinte. O primeiro é o Plano de Aceleração do rescimento PA , lançado em
janeiro daquele ano pelo governo federal. Com previsão de investimentos da ordem
de R$ 503,9 milhões até 2010, o plano visa estimular o crescimento da economia bra-
sileira, por meio da alocação de recursos da União e dos setores privados e públicos
(Petrobras, por exemplo) em obras de infraestrutura que abrangem desde rodovias
a portos, aeroportos, redes de esgoto, geração de energia, hidrovias, ferrovias etc.
Para atrair o capital privado, o governo anuncia uma série de incentivos, entre
os quais a desoneração tributária para alguns setores, medidas na área ambiental
para dinami ar o marco re ulatório, estímulo ao financiamento e crédito, medidas de
lon o pra o na área fiscal. Em fevereiro de 009, o overno federal faria um aporte
de 142 bilhões de reais para as obras do PAC, com o objetivo de gerar mais empregos
no país, diminuindo o impacto, na economia brasileira, da crise mundial de 00 .
Sediada em São Paulo (SP), a Stratura dispõe de sete fábricas e cinco termi-
nais operacionais, localizadas estrategicamente, de norte ao sul do país. Dentro
das instalações da fábrica de Paulínia, está localizado o Laboratório de Soluções de
Engenharia, com infraestrutura adequada para dar suporte às atividades de pesquisa
de novas tecnologias, em estreito alinhamento com a Petrobras Distribuidora, além
de assistência técnica e treinamentos oferecidos aos clientes, passando a atender de
forma diferenciada os mais altos padrões exigidos pelo setor rodoviário.[81]
asfalto, das quais oito com fábricas de asfaltos modificados e emuls es, estrate i-
camente localizadas no território nacional.
Instituto Pavimentar
Asfalto em debate
Por meio da associada Greca, em 2011 o asfalto borracha chega a uma das
maiores hidrelétricas do mundo, a usina binacional de Itaipu, com 20 unidades
geradoras e 14.000 MW de potência instalada. Responsável pelo fornecimento
de 15 da ener ia consumida no Brasil e 5 do consumo para uaio, ela somaria
mais de , bilh es de h produ idos desde o início de sua operação até o final
do ano de 2015.
O ano de 2011 se encerra com mais um evento importante para o setor: a 16ª
edição do Congresso Ibero-Latino-Americano de Asfalto (Cila), que se realiza entre
os dias 20 a 25 de novembro, no Rio de Janeiro (RJ), com o patrocínio diamante da
Abeda, marcando 30 anos da realização do primeiro evento. Com quase 240 tra-
balhos técnicos inscritos, o 16o Cila teria em sua programação nove palestras e um
painel sobre o panorama das atualidades da pavimentação asfáltica.
O 1 o Cila, realizado em
Bariloche, na Argentina, em 2015,
já foi organizado por Felipe Nougues
e Celso Ramos.
Infraestrutura olímpica
O ano de 2012 marca a conclusão das primeiras obras previstas para dar
suporte aos grandes eventos esportivos que o país abrigaria nos anos seguintes,
principalmente no Rio de Janeiro, cidade que abrigaria as Olimpíadas. Para a Copa
do Mundo, a maior parte das obras de infraestrutura havia sido licitada, restando
apenas as lentas obras de reforma dos estádios.
O último projeto nessa área de mobilidade foi o Veículo Leve Sobre Trilhos
(VLT), que teria a primeira das seis linhas inaugurada em meados de 2016. O moder-
no transporte integrará diversos modais na região, como BRT, trens, ônibus, metrô,
barcas e o teleférico da Providência, com 30 km de extensão.
Mais concessões
Sul 576.773,4 .1 .9
Além da reduzida extensão da malha rodoviária para a área que possui, o Brasil
não se encontra em posição satisfatória no ranking de competitividade global do
Fórum Econômico Mundial. Segundo o relatório divulgado em setembro de 2015,
a qualidade das rodovias brasileiras encontra-se na 121ª posição dos 140 países
analisados, atrás de países como Chile (35ª), Uruguai (95ª), Argentina (108ª), Bolívia
(109ª), Peru (111ª), todos situados na América do Sul.
É o que garantem vários dos entrevistados, que deram uma valiosa contri-
buição para o resgate da evolução dessa indústria e da trajetória das distribuidoras
em mais de 50 anos. O caminho pela frente é amplo e extenso, asseguram, pois é
enorme o potencial desse mercado: o Brasil demanda mais e mais estradas, em todas
as regiões, nos mais longínquos rincões.
Mais ainda, como nos ‘conta’ a história relatada até aqui: serão essenciais
lideranças que continuem a defender os interesses das associadas da Abeda, rumo
aos 100 anos.
ENGENHARIA
Apêndices | 249
14) Betubras Pavimentações e Revestimentos S/A
Apêndices | 251
48) M.M. Moreira Indústria, Comércio e Transportes Ltda.
1966
02/05/1966 Presidente Antônio Luiz Lanari Brasnel Indústria
do Val e Comércio S/A
1967
16/03/1967 Presidente Antônio Luiz Lanari Brasnel Indústria
do Val e Comércio S/A
Apêndices | 253
DATA CARGO NOME EMPRESA
1968
0 19 Presidente Edgar Gebara Asfaltos Chevron S/A
1970
17/03/1970 Presidente Antônio Luiz Lanari Brasnel Indústria
do Val e Comércio S/A
1971
15/04/1971 Presidente Edgar Gebara Asfaltos Chevron S/A
1972
29/03/1972 Presidente Edgar Gebara Asfaltos Chevron S/A
Apêndices | 255
DATA CARGO NOME EMPRESA
1973
0 0 19 Presidente Edgar Gebara Asfaltos Chevron S/A
1974
0 0 19 Presidente Edgar Gebara Asfaltos Chevron S/A
1975
14/03/1975 Presidente Edgar Gebara Asfaltos Chevron S/A
1976
30/04/1976 Presidente Edgar Gebara Asfaltos Chevron S/A
Apêndices | 257
DATA CARGO NOME EMPRESA
1977
0 19 Presidente Edgar Gebara Asfaltos Chevron S/A
1978
0 19 Presidente Edgar Gebara Asfaltos Chevron S/A
1979
17/04/1979 Presidente João Kojin Betubras Pavimentações
e Revestimentos Ltda.
1980
5 0 19 0 Presidente João Kojin Asffrio Asfalto Frio
Ipiranga S/A
Apêndices | 259
DATA CARGO NOME EMPRESA
1981
0 19 1 Presidente João Kojin Asffrio Asfalto Frio
Ipiranga S/A
1982
0 19 Presidente João Kojin Asffrio Asfalto Frio
Ipiranga S/A
1983
0 19 Presidente João Kojin Asffrio Asfalto Frio
Ipiranga S/A
1984
0 19 Presidente Alonso Fernandes Chevron do Brasil Ltda.
Apêndices | 261
DATA CARGO NOME EMPRESA
1985
9 0 19 5 Presidente Aloysio Campos Cibec Cia. Industrial
de Castro de Betumes e Emulsões
do Ceará
1987
9 0 19 Presidente Eder Gomes Vianna Betunel S/A Indústria
e Comércio
1989
0 19 9 Presidente Eder Gomes Vianna Betunel S/A Indústria
e Comércio
1991
25/04/1991 Presidente João Kojin Asffrio Asfalto Frio
Ipiranga S/A
Apêndices | 263
DATA CARGO NOME EMPRESA
1993
15/04/1993 Presidente Aloysio Campos Cibec Cia. Brasileira
de Castro de Emulsões Catiônicas
1995
06/04/1995 Presidente Eder Gomes Vianna Betunel S/A Indústria
e Comércio
1997
10/04/1997 Presidente Eder Gomes Vianna Betunel Indústria
e Comércio Ltda.
1998
5 0 199 Presidente Antônio Alberto Feamig Fábrica de Emulsões
Canabrava Asfálticas de Minas Gerais
Apêndices | 265
DATA CARGO NOME EMPRESA
2001
19/04/2001 Presidente Wellington Stilac Leal Ipiranga Asfaltos S/A
Sandim
2004
10/02/2004 Presidente Amadeu Clóvis Greca B. Greca & Cia. Ltda.
2006
25/05/2006 Presidente Paulo Brandi Sastre Ipiranga Asfaltos Ltda.
2006
01/12/2006 Diretor Presidente Paulo Brandi Sastre Ipiranga Asfaltos S/A
Apêndices | 267
DATA CARGO NOME EMPRESA
2007
0 00 Diretor Presidente Eder Gomes Vianna Betunel Indústria
e Comércio Ltda.
2008
0 00 Diretor Presidente Eder Gomes Vianna Centro-Oeste Asfaltos Ltda.
2010
30/03/2010 Diretor Presidente Eder Gomes Vianna Centro-Oeste Asfaltos Ltda.
2012
15/03/2012 Diretor Presidente Carlos Guilherme Compasa do Brasil Distrib.
Ceschin Gomes do Rego de Deriv. de Petróleo Ltda.
Apêndices | 269
DATA CARGO NOME EMPRESA
2014
27/03/2014 Diretor Presidente Carlos Guilherme Compasa do Brasil Distrib.
Ceschin Gomes do Rego de Deriv. de Petróleo Ltda.
2015
1 0 015 Conselheiro José Alberto Piñón Brasquímica Produtos
Presidente Gonzalez Asfálticos Ltda
Afinal, aqueles que fundaram a Abeda, assim como os que foram se associando à
entidade no decorrer de cinco décadas, tiveram uma participação importante em
momentos marcantes de nosso Brasil: da construção de Brasília, no Planalto Central,
à implantação de uma malha de rodovias que corta o país, a partir da década de
1950; da construção da binacional Itaipu à implantação e expansão de aeroportos
nas capitais e principais cidades brasileiras. O asfalto está sempre presente.
An os
Este livro fala um pouco dessa história, conforme atesta JOSÉ ALBERTO PIÑÓN
NA ESTRADA DO
GONZALEZ, Presidente da Abeda:
ASF
ASFAL
AL
ALTO
TO
“A partir de uma abordagem clara e objetiva, é possível conhecer
a história do asfalto desde seus primórdios — à época, também
apelidado de ‘ouro negro’ — até sua importância nos dias atuais.
Aqui, o asfalto ganha vida! Ele é revelado como o grande protagonista
da alavancagem do industrialismo e urbanismo brasileiros.”