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Métodos de Transformação Do Alimento 2 PDF
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Objetivos:
Técnica Dietética
Métodos de transformação dos alimentos
Índice
Introdução............................................................................................................. 03
2. Calor e temperatura........................................................................................... 08
2.1 Corrente de calor........................................................................................ 08
2.2 Mecanismos de transmissão de calor na cocção dos alimentos..................... 09
3. Métodos de cocção........................................................................................... 10
3.1 Calor úmido................................................................................................ 10
3.2 Calor seco.................................................................................................... 12
3.3 Calor misto.................................................................................................. 14
3.4 Auxiliares de métodos de cocção................................................................. 15
3.5 Métodos comtemporâneos de cocção.......................................................... 16
Técnica Dietética
Métodos de transformação dos alimentos
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Introdução
A culinária tem por objetivo modificar os alimentos de modo a torná-los mais apetitosos e de mais
fácil digestão.
A utilização correta dos alimentos é uma ciência, que combinada com a arte promove o equilíbrio
capaz de oferecer alimentação sadia de forma agradável.
O preparo seguro de receitas requer atenção no tocante às condições de higiene, utensílios,
equipamentos e áreas específicas para o desenvolvimento das receitas. A mão de obra empregada
deve ser treinada para o trabalho e isenta de enfermidades.
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• Submergir utensílios e panelas na água, tão pronto termine o seu uso.
• Lavar objetos de vidro, depois talheres, depois a louça e finalmente as panelas, exceto onde
houver distinção em setores.
• Cada objeto deve ter seu lugar próprio para ser colocado depois de desocupado e limpo.
(ORNELAS, 2007)
1.1 Pré-preparo
São as operações preliminares a que se submetem os alimentos antes de sua cocção final ou não,
compreendendo: limpeza, divisão e união.(PHILIPPI, 2003).
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deterioração e antecipa o ato mecânico da mastigação, favorecendo seu aproveitamento.
No aspecto econômico, exige mão-de-obra e/ou utilização de máquina que representa um
determinado custo de operação. (PHILIPPI, 2003).
Métodos:
• Cortar/picar: dividir em pedaços menores.
• Moer: dividir em pequenos pedaços, tornando-o homogêneo, por meio manual ou com
máquinas.
• Triturar: dividir em pedaços muito pequenos, por meio de aparelhos.
Métodos
Separação de líquidos:
• Decantar: descansar para que se separem devido às diferentes densidades. Ex: retirada de
gordura do caldo da carne.
• Centrifugar: separar líquidos de densidades diferentes, com o auxílio de uma centrífuga. Ex:
retirada do creme ou gordura do leite (PHILIPPI, 2003).
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Separação de sólidos:
• Pelar ou descascar: retirar a pele ou casca, utilizando facas. Ex: frutas, tomate, berinjela.
• Peneirar: separar partículas sólidas de diversos tamanhos. Ex: retirar impurezas de farinhas.
• Moer: retirar partes de um alimento; pode ser utilizado um moinho. Ex: separar germes dos
cereais (PHILIPPI, 2003).
Lembre-se
Do ponto de vista econômico, toda
operação representa um aumento
no custo, pelo tempo e trabalho
empregados. Além disso, deve-se
somar a perda do preço das aparas e
perdas, que varia para cada alimento.
Métodos
• Misturar: Unir dois ou mais ingredientes
facilmente misturáveis, empregando-se energia
mecânica. Esta operação exige pouco esforço e
tempo. Ex: salada de frutas
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• Bater: unir dois ou mais ingredientes de difícil mistura, emprega-se movimento mais rápido e
energético, que pode ser feito por batedeira. Ex: manteiga, açúcar e gema de ovo.
• Amassar, sovar: durante o preparo de massas, quando pela adição de água à farinha de trigo,
desenvolve-se o glúten, substância elástica que exige movimentos bruscos para tornar-se
homogênea. Daí usar em operações maiores, equipamentos mecânicos. Ex: massa para pastel
(PHILIPPI, 2003).
Lembre-se
de mudar textura
O cozimento também po
ento de alguns
de alimentos; o amaciam
rná-los mais
cortes de carne pode to
veis, aumentando
apetecíveis, mais agradá
tos.
o suprimento de alimen
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2. Calor e temperatura
Muitos não acham que exista diferença entre calor e temperatura. Mas esses dois termos têm
conceitos inteiramente diferentes e conhecê-los ajudará a compreender os diversos métodos de
cocção (BARHAM, 2002).
Calor é a energia que flui de um corpo quente para um corpo frio. Temperatura é a medida
da forma que o calor fluirá. Quando dois objetos de diferentes temperaturas são colocados em
contato, o calor sempre fluirá do que está com maior temperatura para o que está com menor
temperatura (BARHAM, 2002).
Calor específico de uma substância é a quantidade de calor necessária para elevar 1°C da
temperatura de um quilograma dessa substância. Os metais tendem a ter calor específico maior
que a água. Por isso, no exemplo citado, o pedaço de metal precisará absorver mais calor que a
tigela com água (desde que os dois tenham mesmo peso). Na prática, o metal levará mais tempo
para chegar à temperatura do forno (BARHAM, 2002).
Curiosidades...
Suponha que você tenha dois objetos diferentes numa mesma
temperatura, digamos 20°C (por exemplo, um pedaço de metal
e uma tigela com água à temperatura ambiente), coloque esses
dois objetos no forno, aquecido a uma temperatura fixa, digamos
50°C. O calor fluirá para os dois objetos e ambos se aquecerão.
Mas a velocidade em que se aquecerão será diferente para cada
um. A quantidade de calor que passará para cada objeto elevar a
temperatura de 20°C para 50°C diferirá para diferentes objetos.
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fluirá do mais quente para o mais frio. A velocidade em que o calor flui é proporcional a diferença
entre as temperaturas do corpo mais quente e do mais frio. É certo que outros fatores afetam a
velocidade em que as temperaturas dos corpos quentes e frios se aproximam. Por exemplo, se o
corpo frio tiver um calor específico alto, isso requererá muito calor para elevar sua temperatura.
Então, esta se elevará muito devagar à proporção que o calor flua para ele (BARHAM, 2002).
A velocidade em que o fluirá através de um corpo é importante. Alguns materiais são bons
isolantes térmicos, resistindo à passagem do calor. Usamos isolantes térmicos para fazer luvas para
forno, que nos permitem segurar objetos quentes (BARHAM, 2002).
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¹ As chapas para grelhar alimentos são
exemplos de recipientes em que a
transferência de calor se faz por condução.
No entanto, os materiais de que são feitos
os utensílios e equipamentos diferem
quanto a maior ou menor condutibilidade.
Os de metais são excelentes condutores
térmicos, dada a grande quantidade
de elétrons livres. Os de vidro, pela
menor quantidade de elétrons livres, não
são bons condutores; o ar e o espaço
entre as moléculas caracterizam baixa
condutibilidade (ARAUJO, 2007).
² Na cocção de alimentos em água fervente,
o calor é transferido primeiro por condução a partir do fundo da panela. Depois, pelas correntes
de convecção. No interior do alimento, a transferência se faz por condução (ARAUJO, 2007).
³ Na (ir)radiação o calor se transfere pelo espaço. Na culinária, a irradiação de calor tem
origem na resistência de torradeiras e grelhas elétricas, dentre outros equipamentos, e nas
brasas dos fogões ou churrasqueiras a carvão e/ou lenha. No caso dos fornos microondas, as
ondas eletromagnéticas produzem calor pela vibração das moléculas de água do alimento.
Após a liberação de calor, este se transmite às diferentes camadas do alimento por condução.
A quantidade de água não distribuída uniformemente no alimento faz com que certas partes
fiquem mais ou menos quentes que outras. Quando há liberação de calor das moléculas de
água, estas tendem a passar do estado líquido ao estado gasoso; o volume de vapor assim
produzido não pode ser contido no alimento e é por isso que certos alimentos explodem
(ARAUJO, 2007).
3.Métodos de cocção
3.1 Calor úmido
Utiliza o meio aquoso em seus diferentes
estados, possuindo ação de hidratar
o alimento e dissolver as substâncias
químicas responsáveis pelos parâmetros
organolépticos, pelos nutrientes e outros
elementos hidrossolúveis que participam
do sabor da preparação (ARAUJO, 2007).
Esse tipo de calor pode ser utilizado
para praticamente todos os alimentos,
variando o tempo e a temperatura de
acordo com a consistência do produto. A quantidade de água deve ser mínima, para evitar perdas
excessivas de substâncias hidrossolúveis (ARAUJO, 2007).
Pelo mesmo motivo, os alimentos devem ser preferencialmente, submetidos à cocção inteiros e
não devem ser deixados submersos em água, por tempo prolongado. Em todos os métodos que
utilizam calor úmido, a troca de energia ocorre por condução, da fonte de calor para a panela, e
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da panela para a água; por convecção, por meio de correntes de calor na água; e novamente por
condução no interior do alimento (ARAUJO, 2007).
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POÊLER – com e sem tampa (calor seco direto) (ARAUJO, 2007)
T/t Indicação Vantagens Desvantagens
T = 140° A 150°C, Todos os tipos Aproveitar o Atingir altas temperaturas,
quando tampado e de de aves e caça próprio suco do por tempo suficiente para
190° a 200° C quando e carnes em alimento. possibilitar a formação de aminas
sem tampa. geral. Opcionalmente, heterocíclicas em alimentos
t = superior a 2 não utilizar protéicos.
minutos. gordura.
ASSAR OU RÔTIR – sem tampa (calor seco indireto) (ARAUJO, 2007)
T/t Indicação Vantagens Desvantagens
T = varia de acordo Carnes Usar gordura, Aconselhável apenas para cortes
com o tamanho e a vermelhas, opcionalmente. mais macios.
composição (textura) brancas, aves, Manter seco o Formar aminas heterocíclicas em
do alimento submetido peixes e caças. alimento. alimentos protréicos.
ao processo Vegetais, Concentrar Concentrar o valor nutricional
t = varia em função principalmente sabores. e aumentar o valor calórico da
do tamanho da peça. tubérculos e preparação.
frutas.
GRELHAR – (calor seco direto) (ARAUJO, 2007)
T/t Indicação Vantagens Desvantagens
T = 220° a 250°C Carnes tenras, Permitir o preparo Formar aminas
(inicialmente com aves, peixes, sem utilização heterocíclicas em
temperaturas de 180° crustáceos e de gordura, em alimentos protéicos.
C a 190 °C, indo até o vegetais mais excesso. Método inviável para
ponto desejado, variando tenros, pães Minimizar as perdas cortes cárneos com
conforme o tamanho do chatos, crepes, de nutrientes pelo grande quantidade de
alimento) panquecas. fechamento dos tecido conectivo e para
t =poucos minutos. poros. alimentos menos tenros.
Rapidez no
preparo.
SALTEAR – sem tampa (calor seco direto) (ARAUJO, 2007)
T/t Indicação Vantagens Desvantagens
T = acima de 100° Vegetais pré- Rapidez, evitando Possuir uso restrito.
C. cozidos ou perdas nutricionais. Comprometer a aparência
t = poucos branqueados. Utilizar pouca quando são usados cortes
minutos. gordura. irregulares ou tempos longos de
cocção.
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FRITAR – (calor seco indireto) (ARAUJO, 2007)
T/t Indicação Vantagens Desvantagens
T = 150°C a 190°C Vegetais cozidos Pode ser utilizado no Formar aminas
(dependendo do e crus, carnes, preparo de vários tipos heterocíclicas em
alimento). aves, pescados, de alimentos alimentos protéicos
Massas cruas: 170° C – ovos e frutas. Proporcionar sabor, Utilizar muita gordura
175°C. textura, crocância Formar acroleína¹.
Massas cozidas: 180°C e aroma bastante (¹ Acroleína – substância
– 185°C. agradável. liberada após cocção
Batatas: 150°C até excessiva de óleos.)
190°C.
t =variável para cada
alimento.
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As desvantagens atribuídas ao forno são referentes ao aquecimento não uniforme, porque
ingredientes e utensílios, superfícies de contato e o tamanho do alimento interferem na
penetração das ondas (ARAUJO, 2007).
A limitação se estende ao uso de carnes vermelhas, principalmente as ricas em tecido conectivo.
O tempo e a temperatura empregados não são suficientes para a transformação do colágeno em
gelatina e não há reação de Maillard, o que resulta em uma carne sensorialmente inadequada
(ARAUJO, 2007).
FORNO COMBINADO
Prepara alimentos em curto espaço de tempo. Utiliza dois tipos de calor: seco e úmido, que
podem ser combinados. Indicado para qualquer tipo de alimento, doces ou salgados. Suas
vantagens são a economia de espaço e de tempo no preparo dos alimentos, além do menor
número de funcionários para execução das tarefas. Como desvantagem, o custo elevado. É
possível encontrar equipamentos com até seis tipos de programas de cocção (ARAUJO, 2007).
INDUÇÃO
É um processo de geração de calor e troca
de calor, mas no equipamento não existe
uma fonte de calor propriamente dita. É
um fogão que apresenta uma superfície de
cerâmica superpolida. No lugar das chamas
convencionais, existe um indutor de campo
magnético que quando ligado gera um campo
magnético oscilante. O fogão não aquece
apenas a panela fica aquecida. Dentre algumas
vantagens destacam-se o aquecimento eficiente,
a rapidez da cocção e a economia de energia,
além de não aquecer a área de trabalho e a
cozinha.
A quantidade de calor dependerá da condutividade elétrica do material, da permeabilidade
e da forma do recipiente, assim como de sua colocação no campo magnético. O indutor só
aquece metais e por isso apresenta menor risco de acidentes (ARAUJO, 2007).
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COCÇÃO A VÁCUO (SOUS VIDE)
Leituras recomendadas
ARAUJO W.M.C ET AL.. ORNELAS, L.H.
Alquimia dos Alimentos. Técnica Dietética. Seleção e preparo
Brasília: Senac, 2007. dos alimentos.
8 ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
BARHAM, P.
Ciência da Culinária. PHILIPPI, S. T.
São Paulo: Roca, 2002. Nutrição e Técnica Dietética.
São Paulo: Manole, 2003.
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