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Enrolamento de motores
Uma tarefa comum para o eletricista de manutenção industrial é avaliar o estado dos
enrolamentos dos motores e determinar se há condições de uso do enrolamento, ou se
há necessidade de rebobinar o motor.
Para aprender esses conteúdos com mais facilidade, você deverá ter conhecimentos
anteriores sobre eletromagnetismo, corrente alternada trifásica, indutância e potência
em CA.
Esquemas de bobinados
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Máquinas elétricas
Formação de um pólo
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Máquinas elétricas
Polarização
Um motor elétrico tem, no mínimo, um par de pólos: norte e sul. Esse par de pólos é
formado pela ligação de dois grupos de bobinas.
Pólos ativos
Pólos ativos são pólos criados a partir de ligação de grupos de bobinas. Essas ligações
são feitas uma ao contrário da outra. Se houver dois grupos de bobinas, haverá dois
pólos ativos.
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Pólos conseqüentes
Pólos conseqüentes são pólos criados por conseqüência, ou seja, metade do número
de pólos é formado por pólos ativos, e a outra metade aparece em conseqüência da
primeira. A corrente circula nos grupos em um único sentido.
Na figura abaixo, são representados dois grupos de bobinas cuja ligação apresenta
dois pólos ativos e dois pólos que aparecem por conseqüência. Isso dá uma
polarização de quatro pólos.
Nesse tipo de bobinado, o número de grupos de bobinas por pólo e fase é igual à
metade do número de pólos magnéticos do motor. Esses grupos estão ligados de tal
forma que a corrente circula no mesmo sentido em todos os grupos pertencentes à
mesma fase.
Nos centros de cada bobina de uma mesma fase formam-se dois pólos chamados
norte, e nos espaços existentes entre as bobinas criam-se os pólos opostos, chamados
sul.
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As bobinas de todo o motor trifásico são ligadas de modo a formar três enrolamentos
separados, chamados fases.
As três fases têm o mesmo número de bobinas. Isto significa que o número de bobinas
por fase será igual a um terço do número total de bobinas existentes no motor.
Interpretação do esquema
Cada fase é representada por linhas de traços diferentes. Neste caso, o passo da
bobina é 1 a 6. As bobinas são em número de quatro, formando 4 pólos ativos em cada
fase.
A polarização é feita em cada enrolamento ou fase. Cada fase forma quatro pólos; a
corrente circula em sentido contrário ao do grupo anterior.
As conexões de polarização para a fase A são feitas entre os círculos 6 e 12, 7 e 13,
18 e 24; para a fase B, entre os círculos 10 e 16, 11 e 17, 22 e 3; para a fase C, entre
os círculos 14 e 20, 15 e 21, 2 e 8.
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As entradas e saídas dos bobinados correspondentes a cada fase são dadas pelos
círculos 1 e 19, 5 e 23, 9 e 3.
O enrolamento meio-imbricado leva esse nome porque não segue a sucessão exata
das bobinas do enrolamento imbricado.
Esse tipo de enrolamento não é recomendado para motores grandes porque suas
bobinas ficam muito grossas e oferecem perigo de curto-circuito nos cruzamentos.
O enrolamento meio-imbricado é aquele que tem um lado da bobina por ranhura, e seu
número de bobinas é a metade do número de ranhuras existentes, porque cada um
dos lados da bobina ocupa uma ranhura inteira. Em conseqüência, cada bobina ocupa
duas ranhuras.
Nb
Nr
2
12
Nb
2
As bobinas desse rolamento têm a mesma forma e tamanho. Elas são usadas em
estatores ou rotores de ranhuras abertas ou semi-abertas. Veja a figura abaixo.
Execução
Para executar o esquema do enrolamento trifásico de um estator ou de um rotor, é
necessário conhecer os dados descritos a seguir:
1. Passo polar (Yp) - Passo polar é a distância entre dois pólos consecutivos ou a
quantidade de ranhuras ocupada por um pólo. É também a região da influência
magnética do grupo de bobinas.
Onde:
Yp é o passo polar;
Nr é o número de ranhuras do estator;
p é o número de pólos do motor.
A figura abaixo mostra o esquema do passo polar para motor de 2 pólos e motor de 4
pólos.
O passo da bobina pode ser inteiro (Ybi), fracionário (Ybf) ou superior (Ybs).
Observação
Para determinar o passo das bobinas é preciso observar as possibilidades de
bobinagem determinadas pelo tipo de enrolamento. Esse enrolamento pode ser
meio-imbricado, imbricado, em cadeia ou progressivo. Cada um tem características
próprias que determinarão o passo das bobinas.
Observação
Se o motor tiver dois pólos, os graus elétricos coincidirão com graus geométricos,
ou seja:
360º E = 360º geométricos.
5. Graus elétricos por ranhura (GE/r) - É a quantidade de graus elétricos que existe
entre uma ranhura e outra:
GET
GE / r
Nr
6. Passo da fase (Yf) - É a distância entre as fases que deve ser observada para
iniciar cada enrolamento.
24
Yp 12 ranhuras
2
12 12
Bobinas por pólo e por fase = 2
2.3 6
4 48
Ybf . 12 9,6
5 5
O passo das bobinas não poderia ser maior porque as ranhuras seguintes são
ocupadas pelas bobinas do outro pólo.
Ranhuras
o
1 grupo 1-3-10 e 12 5-7-14 e 16 9-11-18-20
o
2 grupo 12-15-22 e 24 14-19-2-4 21-23-6-8
Fases A B C
Nos motores grandes, em lugar de fios, são usadas barras grossas cortadas e enfiadas
nas ranhuras, conformadas de acordo com a posição que devem ocupar. São
posteriormente soldadas, completando as espiras das bobinas.
O passo da bobina é 20, isto é, ranhuras 1 a 21; o passo do grupo é 23 e o passo polar
é 24, encontrado pela seguinte fórmula:
Nr 96
Yp 24
2p 4