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Disciplina Didatica Univesp
Disciplina Didatica Univesp
Texto:
Didática Geral
Alda Junqueira Marin
Cena 1:
Didática é algo que se tem ou não tem? Sim e Não!
Sim: porque é baseada em conhecimentos adquiridos, conhecimentos
adquiridos enquanto aluno durante o percurso escolar, enquanto formação para
professor. O “ter” significa mais com “modo de ser” do professor.
Não: Mesmo com todos os conhecimentos, podem não ser suficientes para
exercer plenamente a função. Cabendo a Didática fornecer meios para se
alcançar o objetivo.
O professor que possui didática, pode ter vivenciados situações com bons
professores durante sua trajetória enquanto aluno, bem como no seu curso de
formação. Já o professor que não tem didática, pode ter passado a vida escolar
com professores que não o ajudaram tanto a aprender como se portar em sala
de aula e/ou não teve boas aulas de Didática no seu curso.
Cena 2:
Vídeo aula:
Texto:
Vídeo aula:
A relação pedagógica
O que é relação pedagógica? – Campo da ação docente (agir para que
os alunos aprendam)
Relação interpessoal – Interaciona que envolve muitas pessoas:
professor e os alunos
Os alunos entre si
O conhecimento
Relações institucionais da escola – regras propriamente da escola, que
não foram criadas pelos professores nem pelos alunos (funciona com uma
interferência).
Peculiaridades da relação pedagógica
-Temporária – ligada aquele momento da aprendizagem;
-Assimétrica – o professor possui os saberes a serem ensinados;
-Implica em autoridade e disciplina – o professor organiza a sala
-Assumir múltiplas possibilidades ao longo do tempo – organização da
sala
O papel do professor: gestão
Gerir as relações humanas entre alunos; da aprendizagem dos alunos e
da relação dos alunos com o conhecimento
O professor possui ferramentas para ensinar:
Sensibilidade
Afeto
Saber teórico pratico
Habilidade artesanal de reunir diferentes conhecimentos para agir
Planejar
Sala de aula
Criação de vínculos
Texto:
A relação pedagógica
Jaime Cordeiro
Necessário reconhecer antecipadamente que o trabalho pedagógico é
uma atividade interacional ou relacional (se realiza em face de um conjunto de
interações pessoais entre professor e alunos). Mais do que a sala de aula, como
a própria instituição também é marcada pelas relações humanas: relações
hierárquicas e não hierárquicas, políticas, sociais, trabalhistas, intergeracionais
etc.
Um tipo de relação específica que nos interessa é a relação pedagógica
que se trava tendo em vista uma finalidade determinada, ligada a transmissão
ou aquisição de conhecimento e que engloba, portanto, todo o conjunto de
interações entre professor, os alunos e o conhecimento.
Ponto de vista dos alunos
Durante a jornada escolar os alunos não são totalmente livres, eles têm
que enfrentar rotinas, horários e atividades determinadas por outros e realizadas
em espaços previamente determinados.
Outra dimensão relacional vivida pelos alunos se trata das interações com
os adultos que, como professores, administradores ou funcionários da escola,
não tem o mesmo tipo de vínculo afetivo que se constrói na vida familiar.
Assim como a escola é o principal local de encontro das crianças umas
com as outras, se relacionam com mais crianças de mais ou menos a mesma
faixa etária. Em casa, ou ate mesmo fora dela, as crianças costumam ser
subordinadas aos pais e outros adultos e não podem estabelecer relações mais
igualitárias, na escola, no entanto, torna-se possível encontrar colegas da
mesma idade, que partilham entre si um conjunto de referencias geracionais e
culturais comuns.
A escola possui dimensão afetiva e relacional que é percebida pelos
alunos, muitas vezes em diversos momentos, como mais relevante e significativa
do que aquilo que a escola formalmente se propõe a cumprir, em termos do
ensino e da aprendizagem do conjunto de saberes curriculares.
Os alunos não são totalmente livres, existem regras e normas que
devem ser cumpridas;
Interação com os adultos, diferente das relações familiares;
Convívio com outras crianças de mesma faixa etária;
A escola possui dimensão afetiva e relacional (amizades,
inimizades etc) além da transmissão de conjunto de saberes.
O ponto de vista do professor e do trabalho pedagógico
Logo de início o professor repara que o trabalho pedagógico é
essencialmente relacional ou interacional, pois depende do engajamento e
colaboração ativa dos alunos para se efetivar.
A especificidade da relação pedagógica consiste na sua dimensão
cognitiva, mesmo cercada de investimento pessoal do professor e dos alunos, é
marcada pelo objetivo primordial: a transmissão ou aquisição do conhecimento
continua. A relação pedagógica tem uma finalidade específica e definida: se
estrutura para garantir o acesso a um conjunto de saberes. Outro aspecto da
relação pedagógica é que se esgota ao cumprir sua finalidade, tende a se tornar
dispensável (ao contrário de outras relações humanas como amor, amizade, ela
não tem o propósito de perenizar), caso haja sua permanência tende a produzir
ou reforçar os vínculos de dependência. Também é marca necessariamente por
uma desigualdade de posição entre professor e os alunos, isso imprime a relação
uma marca de autoridade e exige a construção ou instituição de uma forma de
disciplina.
Transmissão de conhecimento;
A relação pedagógica tem caráter transitório;
Desigualdade de posição entre professor e aluno – autoridade.
Dimensões da relação pedagógica espaciais
Para a relação pedagógica se efetivar necessita de um espaço físico e
social determinado, que é a sala de aula. Seriação, critérios de seleção, duração
do tempo de aula e métodos de ensino utilizados combinam-se com o arranjo
arquitetônico dos edifícios escolares e regidos por um arranjo espacial interno,
mais ou menos padronizado.
Devido as novas exigências de expansão de ensino no século XIX, passou
a ser necessário abrigar um número de alunos exponencialmente maior do que
nos períodos anteriores, obrigou a reformular o funcionamento do ensino. Assim,
criaram-se dispositivos didáticos como a pedagogia frontal, a aula expositiva, o
ordenamento quadriculado das carteiras escolares, de modo que todos os
alunos se voltassem para a frente da sala, onde se instalam o professor e a
lousa.
Posteriormente no século XX, esse modelo de sala de aula é criticado, um
grupo de educadores chamava a atenção para o papel ativo da criança na
aprendizagem, tais reformulações incidiram no arranjo e ordenamento espacial
da sala de aula.
Seja na perspectiva tradicional ou na perspectiva das pedagogias
renovadas, a importância da dimensão espacial da sala de aula para a definição
do tipo de relação pedagógica que se pretende exercer é reconhecida. A sala
tradicional é organizada com fileiras de carteiras voltadas para o professor, junto
a lousa, há poucos ornamentos, para manter atenção dos alunos, tarefas
realizadas em classe individualmente.
A sala de aula adaptada as pedagogias renovadores não possuem
lugares fixo determinados, os mobiliário deve permitir realizar trabalhos em
grupos, diversos materiais didáticos etc.
Cada um dos modelos de sala de aula induz a tipos diferentes de relação
pedagógica. O que importa é ter em mente que a adoção deste ou daquele
dispositivo depende, em grande medida, dos objetivos que se quer realizar. As
dimensões espaciais não podem ser ignoradas.
Temporais
Mesmo o horário escolar sendo uma determinação de instancias jurídicas,
administrativas e curriculares mais amplas, onde independe do professor e dos
alunos, no entanto essas determinações externas não conseguem controlar
completamente o tempo escolar. Durante a aula o professor estipula o tempo de
duração da atividade, e negociação e resistência por parte dos alunos.
Modalidades diretivas de professores tendem a um aproveitamento intensivo do
tempo. Relações pessoais mais distendidas podem resultar em aproveitamento
menor uniforme, entretanto pode significar aprendizagens mais significativas.
Linguísticas
A relação pedagógica se estabelece essencialmente por meio da
linguagem, tem poderosa influência na aprendizagem dos alunos.
Aos poucos os alunos vão percebendo os modos que o professor se dirige
a eles, seja a classe como um todo, ou individualmente, como o professor vai
demarcando, por meio da entonação e dos modos de dizer, o que é mais ou
menos importante e o que não pode deixar de ser assimilado.
Os modos como os professores mobilizam a linguagem, formulam as
perguntas e operam com o diálogo da sala de aula revelam amplamente tanto
os modos de exercício do poder em classe, quanto as concepções de ensino ali
presentes (se opta por um ensino tradicional ou não).
Pessoais
A dimensão interpessoal está associada a como essa dimensão afeta,
positiva ou negativamente o ensino e a aprendizagem, bem como a
compreensão dos vínculos entre professor e alunos.
As relações interpessoais estabelecidas são assimétricas, na medida em
que a autoridade pedagógica, fundada na proximidade do contato do professor
com os saberes a serem aprendidos e com as formas de torna-los acessíveis
aos alunos. (Ou seja, o professor tem o saber e escolhe o método que quer
ensinar). É preciso haver cautela, a relação pode resultar em vínculos de
dependência, que se pretende abolir no final do processo de aprendizagem, o
professor torna-se desnecessário quando o aluno estiver formado).
Cognitivas
Essa dimensão da relação pedagógica se trata da relação com o
conhecimento, podendo ser representada por uma tríade (professor, aluno e
conhecimento que interagem entre si).
O sociólogo francês Bernard Charlot propõe que se usa a noção de
relação com o saber, para Charlot, apreender as relações com o saber implica
em criar mecanismo que permitam apreender as diversas histórias
singulares dos diversos alunos no sistema escolar, que não podem ser
suficientemente compreendidas pelas teorias sociológicas clássicas. Importa
explicar por que as crianças e jovens vão para a escola, além do fato da
obrigatoriedade, e estando nela, por que ali se estabelecem investimentos muito
desiguais para nela permanecer e tentar aprender os saberes trabalhados.
Estudos têm mostrado o peso da demanda familiar, das representações
imaginarias que associam a escolarização a criação de oportunidades – gera
expectativas de que na escola seja útil para futuramente alcançar o sucesso
profissional. A partir dessas expectativas, os alunos irão traçar caminhos
diferentes e únicos, seja se decepcionado com as expectativas iniciais ou
reforçando-as. Os fatores que costumam ser apontados para a permanência e
sucesso são: empenho pessoal no estudo; influência positiva ou negativa dos
colegas e do ambiente da classe; além de fatores pessoais referente a
preferencia por determinados professores ou matérias do currículo.
Planejamento
- O planejamento é associado a: burocracia, mera formalidade, pouca
criatividade, resistência.
-Planejar é o ato de pensamento sobre a situação didática: o que eu
quero, e o que devo fazer para alcançar esse objetivo, tendo como resultado a
aprendizagem do aluno.
Relembrando:
Objetivos do trabalho docente:
Ambíguos (tanto objetivos em relação ao conhecimento, quanto as
habilidades, e interações sociais);
Gerais e ambiciosos, ensinar e formar uma cidadão;
Heterogênea
Resultado a longo prazo.
Natureza do objeto de trabalho
Humano, pois ensinar não é como fabricar carro;
Motivações individuais e sociais;
O aluno é ativo e capaz de oferecer resistência;
A indeterminação é o fato de não saber os resultados, mas possuir
autodeterminação, saber onde quer chegar; (no entanto pode não
acontecer);
Aspectos da relação professor e ensino:
Multidimensionalidade, avaliar não somente o aluno, mas também
a si mesmo
Colaboração do aluno
Aspectos do produto do ensino:
O ensino é produto intangível, imaterial.
Depende do professor
Planejamento tem tudo a ver com criatividade, e estratégia, tática de
ensinar contra as interferências, a favor do ensino e da realização profissional.
Vídeo aula:
Vídeo aula:
Caminhos e descaminhos da avaliação educacional
- Avaliação: emissão de um juízo julgamento baseado em um critério, para
tanto é preciso informações sejam coletadas. Aprovado e reprovado,
tradição mais forte. Romão cita que a escola faz anamnese, ao duvidar, o
professor faz exame clínico, aplica prova, se houve ainda duvida, o
professor faz exame laboratorial, segunda chamada, exame de final de
ano, etc. Se o aluno não aprendeu, ele é reprovado. Diferentemente do
tratamento medico, nós condenamos o aluno a morte.
- Escola como mecanismo de ascensão social, e como não é para todos,
a escola cumpre esse papel de selecionar os melhores. Dimensão
politica, organiza a vida em sociedade, não totalmente. No entanto não é
tarefa da escola tal seleção (exclusão).
- Avaliações externas (pessoas, instituições que estão fora da escola) x
internas (professor como sujeito que controla tais avaliações)
Texto:
A necessidade e os bons usos da avaliação
O aluno já sabe sobre o conteúdo novo, mediante os conhecimentos
prévios, que serão base para uma reconstrução. Conhecer tais ideias e
representações se constitui como devida importância, pois permite na
construção de uma situação na qual o aluno terá de usar o que já sabe
para aprender o que ainda não sabe.
A necessidade de avaliar no inicio do processo é característica da relação
entre ensino e aprendizagem vistos numa ótica construtivista. (constitui
toda a bagagem de saberes que o aluno possui, oriundos de diferentes
fontes e que são pertinentes para a nova aprendizagem proposta).
Tendo mapeados o conhecimento prévio dos alunos, nessa espécie de
avaliação inicial, e posto em prática o que foi planejado para fazer com
que os alunos avancem, é então demandado um novo tipo de instrumento
para verificar como estão progredindo – avaliação de percurso – formativa
ou processual- feita durante o processo de aprendizagem.
É necessário compreender a diferença entre situações de aprendizagem
x situações de avaliação. É importante essa distinção, pois quando não
há clareza, o professor acaba propondo atividade formatada como de
avaliação pensando que está ensinando.
Situação de aprendizagem : circulação de informação (a cola é livre e bem
vinda)
Situação de avaliação: Individual, sem consulta.
A avaliação de aprendizagem é também avaliação do trabalhod o
professor
Necessidade de espaço coletivos de discussão do trabalho
pedagógico na escola e aimportancia da pratica de observação de aula
pelo coordenador ou orientador pedagógico – ou mesmo por um colega
que ajude a olhar de fora. Porque o professor está quase sempre tão
envolvido que, as vezes, não lhe é possível enxergar o que salta aos olhos
de um observador externo.
Se a maioria da classe vai bem e alguns não, estes devem receber ajuda
pedagógica
A escola precisa criar formas de apoio a aprendizagem (sistema de apoio
para que esses alunos nãos e percam pelo caminho). Possibilidades:
-Atividades diferenciadas durante a aula
-trabalho conjunto desses alunos com colegas que possam ajuda-lo a
avançar;
-Intervenções pontuais que o professor pode propor;
-Encaminhamento de alunos a espaços escolares alternativos
-Pode fazer o mais achar conveniente o que não pode é abandonar o
aluno, e deixa-lo criando mais dificuldades, pois isso impede que a escola
cumpra o seu papel de ensinar.
É importante explicitar as bases do contrato didático que rege esse
trabalho, a fim de que todos os alunos saibam exatamente qual é a sua
finalidade e compreendam que não se destina aos menos inteligentes.