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HÁ ESPERANÇA PARA TUA FAMÍLIA

ATOS 16.27-34
INTRODUÇÃO
Se há um lugar onde ocorre as maiores batalhas, as lutas mais renhidas e duras, este lugar se chama “o
seio da família”, e por ser um ambiente difícil, não está sendo incomum as famílias sendo fragmentadas e
dissolvidas, na verdade, essa realidade tem se tornado a regra; a exceção tem sido famílias duradouras. As
estatísticas mostram, que quando a lei do divórcio foi implementada no Brasil, em 1977, um em cada dez
casamentos, terminavam em divórcio; em 2018, segundo dados do IBGE, esse número subiu para um em cada
três casamentos, terminam em divórcio. Mas o ambiente da família não é só o casamento, mas também os
relacionamentos entre pais e filhos; não é incomum vermos notícias de filhos que se voltam contra a integridade
física e moral dos pais; recentemente, saiu na BBC, uma notícia de filhos que continuam morando na casa dos
pais, porque não tem condições de morar em um local próprio, mas que não conseguem mais ter um
relacionamento saudável de pais e filhos; é uma relação muito mais parecida de inquilino x dono do imóvel.
Essas são só algumas situações que foram levantadas para mostrar que se há um ambiente complicado e
que inspira nosso cuidado redobrado, e mais do que isso, que precisa da graça de Deus continuamente, é o
ambiente familiar. E é sobre essa temática que gostaria de pregar nesta noite.

NARRATIVA
Este é um texto muito conhecido, está inserido dentro do contexto da plantação da Igreja na cidade de
Filipos por Paulo e Silas. Lucas relata a plantação da Igreja em Filipos e menciona a conversão de 3 pessoas,
distintas entre si: Lídia, a comerciante de púrpura, rica, estabelecida; a jovem adivinhadora e o carcereiro da
prisão. E os irmãos sabem que Paulo e Silas foram presos por ocasião da conversão da jovem adivinhadora, sendo
ela esperança de lucro para os seus senhores, uma vez liberta do poder das trevas acabou-se então sua fonte de
renda, e por essa ocasião, Paulo e Silas são levados às autoridades, surrados com vara em praça pública e após
isso, foram lançados na prisão, aos cuidados do carcereiro, que os prendeu num tronco, para que, com toda
segurança, permanecessem presos. E diz o texto que Paulo e Silas cantavam louvores em meio àquela prisão, e
de repente houve um terremoto que sacudiu os alicerces da prisão e dessa forma abriram todas as portas das celas
e soltaram as cadeias de todos os presos, e então a narrativa prossegue dentro do texto que acabamos de ler.
Entretanto, nesta noite, eu gostaria de observar esse texto sob a ótica do carcereiro. O dia em que ele
recebeu Paulo e Silas na prisão, os prendeu no tronco e os guardou, foi, sob a perspectiva dele, mais um dia
normal de trabalho, mas aquele terremoto abalou não somente as estruturas da prisão, mas também abalou sua
própria estrutura de vida. Quando as celas são abertas e as algemas são rompidas, houve alegria no coração de
alguns presos certamente, mas para o carcereiro só restou desespero e angústia.
Em algumas ocasiões da vida de nossa família, o que acontece é exatamente o mesmo, o que parecia um
dia normal, um terremoto abala as estruturas de nossa casa, situações que desestabilizam a rotina normal, que tira
do eixo o funcionamento comum, trazendo sobre todos os integrantes da família desespero e angústia; pode ser
um cônjuge que diz que não ama mais o outro e quer a separação; pode ser um desastre financeiro; pode ser uma
briga entre pais e filhos; enfim, qualquer coisa que tire a paz, harmonia rotineira e lance sobre os corações o
desespero, medo e rouba-lhes a paz.
Talvez possa ser essa a sua realidade e a realidade da sua casa, mas o que esse texto nos mostra, é que
mesmo numa situação caótica, em que parece que sua família chegou ao fundo do poço, há esperança para sua
família, e sobre isso, baseado neste texto eu gostaria de destacar, 3 verdades:

1) NÃO TOME DECISÕES PRECIPITADAS (V.27)


O carcereiro, ao despertar do sono, vendo as portas do cárcere abertas, toma a decisão precipitada de tirar a
própria vida, uma decisão precipitada e imediatista. Esta decisão do carcereiro é motivada pela lei romana de que
cada prisioneiro é responsabilidade pessoal daquele que o está guardando. E uma vez que o prisioneiro escapa da
custódia, o que era responsável deveria cumprir a pena imposta para o infrator. E quando o carcereiro vê que
todas as celas estão abertas ele toma a decisão imediata de tirar a própria vida.
Há um grande perigo que ronda nossas família, que é o perigo de tomarmos decisões importantes de maneira
precipitada e impensadas. Mas nessa atitude do carcereiro nós podemos observar algumas razões para não
tomarmos atitudes precipitadas diante de situações problemáticas e caóticas que porventura assolam nossa
família.
a) Tomar decisões precipitadas nos levam tomar decisões mais “fáceis” e aparentemente mais
“honradas”.
O suicídio naquela ocasião, onde a pena que seria imposta ao carcereiro pela lei romana seria motivo de
vergonha e humilhação para ele, era não somente incentivado, mas também louvado como ato de honra. E muita
das vezes, ao nos depararmos com situações difíceis, com soluções que vão nos demandar cortar na nossa própria
carne, no nosso próprio orgulhos, tomamos decisões precipitadas buscando um caminho mais fácil, um caminho
mais honroso. O casamento não vai bem? O caminho mais fácil? Divórcio. O relacionamento entre os filhos está
difícil? O caminho mais fácil, deixa como está, não vou me envolver, não vou me desgastar. Decisões
precipitadas, sempre nos levam a tomar decisões mais fáceis e mais “honradas”.
b) Decisões precipitadas são tomadas sem levar em consideração toda a realidade
O carcereiro toma a decisão de se matar porque ele supõe que os presos haviam fugido. Não é baseado numa
realidade concreta e verdadeira, mas em apenas um fragmento do fato. As portas das celas estavam abertas, sim,
os presos fugiram? Não!
Decisões precipitadas colocam em risco sua família porque não se analisa a realidade como um todo. O pior
erro de uma família é quando as coisas não são colocadas às claras da maneira que deve ser colocada. Quando
não há um esforço para enxergar a realidade como ela é. Quando não admitimos que da nossa parte há coisas que
precisam ser mudadas e apenas enxergamos os podres que há no outro. Quando só visualizamos o que há de
errado e não levamos em consideração as virtudes preciosas. Quando não expressamos exatamente o que sentimos
e pensamos com relação a tudo. Quando não somos transparentes a ponto de externarmos e compreendermos toda
a realidade nua e crua, podemos tomar decisões precipitadas apenas com parte das informações, e isso, pode ser
perigoso demais.
c) Tomar decisões precipitadas nos levam a perder aquilo que é mais precioso
O carcereiro iria perder aquilo que lhe era mais precioso. Por mais que ele levasse em consideração sua honra e
reputação, o que lhe era mais precioso era a sua vida. Tomar decisões precipitadas no âmbito familiar pode nos
levar a perder o que é mais precioso, a nossa família, a nossa casa.

2) O EVANGELHO DE JESUS É A ESPERANÇA PARA SUA FAMÍLIA (v.30-32)


O carcereiro, que agora está diante de Paulo e Silas por causa da intervenção do Ap. Paulo, que bradou: “Não
te faças nenhum mal, que todos aqui estamos! (v.27)”, impactado pela cantoria e pelas orações que Paulo e Silas
entoavam na prisão durante aquela noite, mas também impactado pelo fato de que eles poderiam muito bem terem
saídos da prisão, investido contra o próprio carcereiro pela liberdade própria, clama agora pela sua própria
salvação: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo? (v.30).” E a resposta foi clara e enfática, sem titubear:
“Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa; E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa.
(v.31-32).
No momento mais escuro e sombrio da vida daquele carcereiro, onde a sua própria vida havia sido colocado
em xeque e nada valia mais naquele momento caótico; surge a luz da salvação pela verdade do evangelho de
Cristo. O que trouxe renovo e vida, luz e esperança para aquele carcereiro foi o fato de que foi-lhe apresentado
Jesus Cristo como único Senhor e Salvador de sua vida, não somente da vida dele, mas também de todos da sua
casa, de toda a sua família.
Há uma mensagem significativa aqui para nós, somente o evangelho de Jesus pode nos trazer esperança, e nós
precisamos dele não somente para o âmbito da salvação pessoal, mas o evangelho penetra e é aplicável em todas
as esferas da nossa vida e também de nossa família.
Certa ocasião, uma mulher chegou até o seu pastor e lhe disse: Pastor, eu estou prestes a me separar do meu
marido! E o pastor ficou assustado, pois era uma família referência em sua Igreja. E ele perguntou: Minha filha,
o que aconteceu? E a resposta da mulher foi clara: Pastor, não quero mais este casamento! E o Pastor lhe
respondeu: Minha filha, então está fácil de resolver, o mesmo poder Espírito de Deus que nos atrai para Deus
pode também fazer com que você queira seu casamento de novo! E a mulher assustada, lhe respondeu: Não Pastor,
eu estou dizendo que o sentimento morreu! E o Pastor responde novamente: Então está fácil! O mesmo poder que
ressuscitou a Jesus dentre os mortos pode fazer novamente ressuscitar o sentimento no seu coração! E a mulher
já com a paciência esgotada diz de maneira brava: Pastor, o Sr. Não está entendendo, eu estou dizendo que acabou,
não existe nada! E o Pastor responde: Minha filha, então está fácil, o mesmo Deus que criou todas as coisas do
nada com o poder de sua palavra também pode criar novamente aquilo que deixou de existir no seu coração pelo
seu marido! E ele pediu para ela adiar o divórcio por uma semana e que eles iriam orar ali naquele momento. Na
outra semana a mulher voltou radiante, testemunhando, o poder do evangelho de Deus, que restaurou, que
ressuscitou, que recriou, para a glória de Deus, aquele casamento que estava no buraco.
Queridos o evangelho de Jesus é a esperança para a nossa casa. Nossa casa, nossa família, seu casamento, seu
relacionamento com seus familiares, com seus filhos, podem estar enfrentando lutas seríssimas, houve um
terremoto que desestabilizou e que fez todo seu alicerce desmoronar e você chegou no fundo do poço, seu
casamento chegou no fundo do poço, o relacionamento com seus filhos e familiares chegou ao fundo do poço,
sua casa como um todo não há perspectiva de melhora, a única solução rápida e aparente e terminar com tudo,
não se desespere, não tome decisões precipitadas, porque quando estamos no fundo do poço, o único lugar que
podemos olhar é para cima! E talvez você chegou aqui hoje com isso na mente, o que preciso fazer para ser salvo,
para minha família ser salva, creia em Jesus como único Senhor e Salvador de sua vida e da vida de sua família.

3) SUA FAMÍLIA PODE SER LOCAL DE CURA E ALEGRIA (v.33-34)


O que mais me deixa emocionado neste texto, é a resposta imediata do carcereiro e de sua família ao evangelho
de Jesus. Não foi esperado o sol raiar, o dia amanhecer, uma ocasião mais específica e forma, foi naquela noite
mesmo, o mesmo carcereiro que havia fechado as algemas nos pés de Paulo e Silas, é o que agora está lavando
as feridas, os vergões, e que está oferecendo uma mesa com grande alegria. O detrator que agora cura as feridas
e o que cerceava a liberdade, agora criando uma ocasião de celebração.
Quando Deus age no seio da família, por meio da Palavra e do Espírito Santo, ele traz também arrependimento
e mudança de postura e comportamento. O carcereiro que é instrumento de prisão, é agora o instrumento de cura.
O carcereiro que foi o instrumento de cerceamento da liberdade, é o promotor da celebração.
O evangelho de Jesus, que é a esperança de nossa família, produz em nós frutos dignos de arrependimento. É
necessário revermos nossas práticas anteriores, detectar quais foram destrutivas para nosso casamento, nosso
relacionamento com filhos, nossa harmonia do lar; colocarmos em cheque diante da Palavra de Deus, e pela graça
de Deus, através do Santo Espírito de Deus sermos os instrumentos de Deus para cura e para a alegria de nossa
família.
O que possibilitou o Ap. Paulo e Silas de estarem ali com aquele carcereiro e toda sua família sem qualquer
tipo de mágoa e rancor, é o entendimento correto de Paulo, de que uma vez que agora eles creram e foram
batizados, Paulo, Silas, o carcereiro e toda sua família, agora fazem parte da mesma família, a família de Deus. E
o segundo ponto, é que embora não esteja explícito no texto, mas a atitude mostra de forma implícita, a prática
do perdão. Perdão pode ser resumido pela seguinte frase: perdoar não é esquecer, mas ter a consciência de que o
que me foi feito não mais surtem danos em mim.
É necessário primordialmente, para que sua família possa ser um ambiente de cura e alegria, ser também o
palco do perdão sendo ministrado de maneira abundante.
APLICAÇÕES PRÁTICAS:
 Não tome decisões importantes, significativas, de maneira precipitada. Você pode estar optando pelo
caminho mais curto, rápido, fácil, menos doloroso, mas o mais prejudicial.
 Sua família é o que você tem mais de precioso e valioso
 O evangelho de Jesus é a esperança para sua casa.
 Perdoe, peça perdão e crie um ambiente de cura e alegria no seu lar.

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