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Manual de Canto

Instituto Cultural GUTO FERNANDES


Série 2013

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CONCEITOS TÉCNICOS INICIAIS

1 Você estava planejando ler este primeiro parágrafo de introdução e pular imediatamente para o pró-
ximo capitulo? Isso seria um erro fatal! Pular etapas não vai fazer de você um músico melhor mais
rapidamente. Só fará você ter que em determinado momento voltar neste ponto e ouvir as instruções escritas
nesta parte por um músico mais experiente, não seria uma perda de tempo não fazer isso agora?
Então a atenção que você deverá dar ao treinamento é o fator determinante para o seu êxito. Acho
que é hora de tomar uma posição.
Você tem em mãos um trabalho feito por mim e extraído de muitos anos de estudo e pesquisa. Honre-
o fazendo o melhor possível. Sua formação profissional como músico é o sucesso desta edição. Este curso,
porém não dispensa as aulas com um instrutor, ao contrário, é o primeiro passo para que você se
conscientize do quão importante é a presença de um profissional para acompanhar seu progresso.
Meu objetivo neste pequeno manual, é que você desenvolva de uma maneira séria, correta e sem
rodeios seu potencial, descobrindo os talentos escondidos ou abafados. Foi desenvolvido para quem quer
aprender ou aperfeiçoar-se como músico cantor. Esta é a sua chance de evoluir e até, quem sabe, impulsionar
sua carreira musical; mas talvez esteja se perguntando sobre sua condição atual:
Eu posso aprender a cantar de verdade e tornar-me um bom músico?
Eu posso melhorar?
Eu tenho automatismos incorretos, como faço para corrigir esse mal?
Quais são os pré-requisitos para que eu me torne um bom cantor?
Tenho vergonha de me apresentar para o público... Isso é sinal que não tenho o talento de cantar?
Em minha carreira de músico, professor e pesquisador, descobri que qualquer um pode aprender a
cantar bem, desde que encare o desafio com seriedade e disciplina. Não basta só comprar um microfone, ir a
uma aula ou baixar estudos e música pela internet. Tem que ter algo mais, um comprometimento consigo
mesmo, ou com algo maior, quem sabe Deus? O importante é definir aonde se quer chegar, e concluir isso
custe o que custar. Sacrifícios serão necessários, eu sacrifiquei vida social muitas vezes pelo estudo da música,
já abri mão de ir a pizzarias e outros gastos que poderia esperar para investir no mais importante pra mim, o
estudo musical que em contrapartida, retribuiu-me com tudo o que sou hoje como músico e adorador.
O estudo da música é um trabalho que requer muita disciplina por parte do aluno, porque o professor
é simplesmente um orientador; não é o professor que fará o aluno ter esse ou aquele talento ou ser um bom
músico. Essa capacidade está na força de vontade de cada um, utilizando a percepção (audição de CDs,
vídeos) e treinamentos diários com a voz, isso sim levará qualquer aluno a melhorar seu potencial e a corrigir
seus problemas técnicos. Devemos ter em mente que o caminho é longo, e que os resultados, principalmente
no início, são pouco visíveis (e audíveis); só com muito esforço e treino conseguiremos quebrar barreiras
como as descritas acima. Devemos ganhar conhecimento da correção do som (ritmo, pegadas etc...)
juntamente com a postura (membros, ombros, costas, etc.). Estando correta a postura, fluirão com facilidade
os exercícios. É muito importante que as pessoas que gostam de música (os amantes musicais) se dediquem
aos estudos ou, no mínimo, ao entendimento do que de fato é música, para que haja um despertar de
consciência musical, afim de que possamos nos aproveitar desta arte como realmente devemos, ou seja,
ouvirmos coisas boas que nos tragam todo o sentimento e ensinamentos que devem.
Ser músico não é ganhar dinheiro fazendo qualquer coisa que se intitule música, mas sim amar a esta
arte e entende-la tendo o compromisso de praticá-la da melhor maneira possível. Estudar música não é uma
tarefa fácil, é preciso que haja amor e dedicação aos estudos. Muitas pessoas se queixam sobre ter que
despender algum tempo para entender como funcionam as coisas dentro da música, mas este é o caminho
para nos tornarmos bons músicos e desenvolvermos de fato todo nosso potencial; cada um em seu ritmo,
mas devemos sim nos dedicar, devemos buscar cada vez mais nos aperfeiçoar, afinal, a emoção que sentimos
quando interpretamos uma obra vale por todo esforço.
Escrevi este manual para ajudar os verdadeiros interessados em seu aprendizado. Ele foi elaborado
como dito anteriormente, através de uma árdua pesquisa e procura trazer numa linguagem clara, fácil e que
obedeça aos padrões do método musical universal. Este curso tem algumas particularidades, como por
exemplo, a nomenclatura de alguns termos que podem se diferenciar de outros métodos. Todavia, o estudante
pode estar assegurado da autenticidade da obra.

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Para aqueles que querem realmente cantar bem, um dos fatores importantes é o estudo com um
profissional da área (professor), e quando digo área, estou me referindo ao estilo de música que se pretende
trabalhar. Acredito que o conhecimento de diversos estilos musicais (rock, reggae, samba, funk, blues, jazz,
música antiga entre outros) é de suma importância para que haja versatilidade em gravações e
acompanhamentos de grupos e cantores (as), e o profissional escolhido deve ser um "expert" no assunto.
Indicações e pesquisa junto a escolas de música, faculdades e amigos que estão no ramo farão com que o
estudante não faça a escolha deste futuro professor errada. Não acredito na pessoa sem percepção musical por
falta de talento; acredito sim na falta de uma educação apropriada desde a infância, na falta de qualidade
musical de grande parte da mídia (tv's e rádios, inclusive mídia cristãs) que bombardeiam nossos ouvidos e
mentes com uma pobreza cultural indescritível, acredito na falta de vontade do futuro músico em estudar e
investir financeiramente nos estudos seja qual for sua renda financeira.
Sim! Você pode ser um bom cantor e até ser referencia musical, mas isso a custa de um preço muito
alto, disciplina! Qualquer um pode! Desde que encare com seriedade e isso seja o que você quer. Porque não é
fácil, mas também não é impossível.

A música é a mais elevada forma de expressão do ser humano, através dela conseguimos transmitir
todo o sentimento que desejamos de forma que todas as pessoas sintam o que sentimos e com certeza vale a
pena todo o esforço para o fazermos bem.
São diversas as razões que levam muitos a tentarem aprender a cantar: Pretensão profissional,
simples prazer, terapia pessoal, para impressionar aos que estão ao seu redor, etc. Não importa o que o
levou ao estudo, mas a profundidade com que se deseja fazê-lo.
Muitos fracassam por não darem seriedade ao treinamento pelo fato de se desejar um resultado
imediato. Para os verdadeiros pretendentes, estão relacionadas abaixo algumas observações fundamentais para
se alcançar o êxito e melhor utilização deste método.
 1ª regra do músico: NUNCA despreze uma música ou um estilo musical, todos são válidos e merecem no
mínimo; respeito. Você não é obrigado a gostar de tudo, porém conhecer.
 Seja positivo: Não importa o que o levou a querer cantar, e sim; que mentalize a idéia que você PODE e
VAI conseguir.
 Não desista ao ver alguém tocando muito: Todos que você vê cantando maravilhosamente passaram pelo
mesmo processo que você, ou seja; tiveram que aprender do zero.
 Não desista por conhecer alguém com mais facilidade que você para desenvolver algum exercício:
Qualquer um pode aprender, embora alguns tenham mais facilidade para assimilar que outros, então, o que
determina o sucesso quase sempre é a FORÇA DE VONTADE de cada um.
 Seja disciplinado e interresado: Leia as lições atenciosamente, mentalize-as e se preciso, releia-as até que
tenha compreendido. Nunca fique chateado se tiver que passar várias vezes a mesma lição ou exercício,
isso só vai ajudar acredite, um exercício só fica bem depois de ser feito pelo menos 50 vezes! Aprenda
então repetindo as técnicas e exercícios pelo menos essa quantidade mesmo que seu instrutor não o peça.
 Vá com calma: Pratique cada exercício e siga as instruções minuciosamente. Cada passo é essencial para o
passo seguinte, assim como numa construção; um tijolo sobre o outro... Não queira sair tocando uma
partitura sem antes estudar bem o que representa cada símbolo.
 Unir sempre a teoria com a prática: A teoria sem a prática de nada vale. Contudo, o conhecimento sobre
a teoria somado à prática eleva sensivelmente a qualidade do músico. Por exemplo: como cantar uma
escala. Trabalhe a técnica correta em cada música, cantando cada nota, separadamente e devagar. Junte as
notas, cantando devagar e treine as partes de união entre elas.
 Priorize fazer o exercício bem tecnicamente: Para cantar bem, é importante começar a aprender com
uma técnica correta. Isso envolverá postura, e, de acordo com a música, respiração, etc. Por exemplo, se você
quer tocar teclados, você deve ter conhecimento de como posicionar suas mãos e pressionar as teclas; se você
quer tocar guitarra, você deve saber como os dedos devem ser posicionados no braço e as maneiras de
pressionar as cordas. No caso do canto é o corpo que deve ser reposicionado.
 Aprenda com quem realmente sabe ensinar não somente aquele músico que canta bem: Você deve ter
um bom professor. Se você começar da maneira correta, não terá que corrigir maus hábitos ou tocar mais
exaustivamente do que o necessário. Além disso, se você já tiver aprendido corretamente um instrumento
musical, você achará mais fácil aprender um segundo, um terceiro e, assim por diante.

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 Confie no método proposto: Não queira saber uma partitura de uma hora pra outra. Aprenda a partir do
método que estamos expondo aqui, pois acaba sendo, inclusive, um treinamento para que você adquira
percepção dos sons. Não desista na primeira tentativa. Às vezes, algo que parece difícil, após algumas horas
de treino fica mais fácil do que podemos imaginar.
 Quanto tempo vai precisar pra aprender de verdade? --- todo aprendiz pergunta isso. --- VOCÊ é quem
estabelecerá conforme seu esforço aliado à sua atenção ao treinamento, Mas não se preocupe com o tempo,
pois ele passará do mesmo jeito. Seja perseverante e saboreie cada passo do curso como um degrau
alcançado.
 E por falar nisso qual a melhor hora de começar? Quanto à melhor hora para começar, da criança à
terceira idade, a música proporcionará inúmeras vantagens: do estímulo à inteligência, criatividade e
realização pessoal no caso de crianças, até o uso da música como terapia nas pessoas da terceira idade.

AVALIAÇÃO: Explicar denovo boa muito boa ótima excelente perfeita

CONSELHOS GERAIS
Agora antes de começarmos, é necessário fixar alguns pontos para seu melhor desempenho:
1. É melhor ter um teclado ou piano, violão ou flauta doce para auxilio melódico (nem que seja
emprestado).
2. Faça tudo com atenção e calma, paciência, constância e disciplina. Não seja ansioso, tentando ir muito
rápido sem compreender direito ou dominar um determinado exercício. Nosso curso é progressivo e depende
muito do domínio da lição atual para se compreender a lição posterior. Retire um tempo determinado cada dia
(mesmo que seja curto), e trate de ser constante. Mais vale meia hora ao dia praticando que só pegar no
caderno no domingo e passar o dia inteiro treinando (será?). O mínimo seria de 15 minutos diários. Você
deverá estar relaxado, atento apenas para o seu estudo, livre de interrupções, numa postura correta e
confortável. Procure um lugar adequado (com conforto, silencio e privacidade). Se não tiver captado uma
instrução, releia tantas vezes for preciso até que fique claro ou tire duvidas com alguém experiente. Deixe de
lado toda preguiça, faça dessas horas uma obrigação, aprenda a sentir falta de praticar. Não se deixe
desanimar, desenvolva seu próprio padrão de estudo, pouco a pouco. Sempre esteja o mais motivado o
possível porque se você não se comprometer consigo mesmo de aprender, estaremos perdendo ambos os
nossos tempos. Então treine que seja pouco, mas todo dia;
3. Faça os exercícios exatamente como é pedido, não dê "jeitinhos" para facilitá-los, somente a prática
constante irá facilitar e tornar menos cansativo qualquer exercício. Você tem que entender que quando se
aprende a cantar, o mais importante é a qualidade do som que produz. Então faça os exercícios com atenção,
evitando cantar de qualquer forma para não adquirir vícios, executando-os sempre na postura correta. Seja
crítico e exigente com você mesmo, só mude para o próximo exercício após dominar o anterior e preste
atenção nos detalhes e nas manias erradas que devem ser tiradas.
4. No principio do aprendizado existe muita dificuldade para se obter um som agradável. Ao fazer os
exercícios com atenção, você está melhorando sua capacidade técnica. Este começo é muito difícil sendo um
grande desafio que você pode vencer se for persistente e programar um horário certo para o treino.
5. METRÔNOMO: Esse deve ser seu companheiro inseparável! Além de medir seu desempenho vai lhe
manter dentro do andamento correto. Com ele você adquirirá confiança e segurança e irá conhecer seus
limites de velocidade e ritmo para então superá-los. (vide figura 2 na galeria de imagens)
6. O tom de discar do seu telefone produz uma vibração de 440 MHz, que corresponde à nota Lá. Portanto,
na falta de um diapasão para afinar a voz, utilize-se do telefone.
7. Lembre-se que embora você sendo cantor, a linha de estudo que se deve seguir é o de música, pois
quando se está num grupo musical onde existem outras pessoas executando música em instrumentos diversos,
por mais que você conheça de canto e as técnicas de cantar bem, será necessário conhecer e conversar numa
linguagem musical, a idéia é fazer música com sua voz. Para tanto devemos considerar o estudo da teoria
musical como algo imprescindível para qualquer músico.

AVALIAÇÃO: Explicar denovo boa muito boa ótima excelente perfeita

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FORMULÁRIO DE AUTOCONHECIMENTO VOCAL


Sobre sua introdução ao canto
 Você sabe tocar algum instrumento? SIM NÃO
 Você é disciplinado? SIM NÃO
 Já fez algum teste audiométrico? SIM NÃO
 Tem certeza que escuta bem dos dois ouvidos? SIM NÃO
 É muito ansioso(a)? SIM NÃO
O numero superior de respostas positivas coloca você em posição adequada para iniciar uma aula de
canto e progredir com sucesso. O capitulo 1 deste manual trata sobre o assunto de disciplina.
Sobre seu desempenho em apresentações
Antes
 Você é um profissional da voz? SIM NÃO
 Tem muita secreção (pigarro) matinal? SIM NÃO
 Sabe quando deve poupar sua voz em situações desfavoráveis? SIM NÃO
 Sabe regular seu microfone na mesa? SIM NÃO
 Faz uso de soluções caseiras para “melhorar” a voz (gengibre, romã)? SIM NÃO
 Sua alimentação é rica em condimentos, gordura e toma muito refrigerante? SIM NÃO
 Toma água e/ou líquidos gelados? SIM NÃO
 Fala muito alto e tem costume de gritar? SIM NÃO
 Respira pela boca? SIM NÃO
 Fuma, bebe? SIM NÃO
 Você sabe o que é higiene vocal? SIM NÃO
 Você cuida da sua saúde vocal? SIM NÃO
 Já foi em um otorrinolaringologista? SIM NÃO
 Seu corpo canta relaxado? SIM NÃO
 Toma muita água durante o dia? SIM NÃO
 Come muita fruta? SIM NÃO
 Come muita verdura? SIM NÃO
 Sempre quando está rouco se automedica? SIM NÃO
 Fica muito nervoso antes de cantar? SIM NÃO
 Tem duvidas de o que fazer com sua voz para preservá-la? SIM NÃO
 Você canta em publico pelo menos uma vez por semana, no mínimo meia hora e faz preparação vocal
antes de cantar? SIM NÃO
Durante
 É tímido e não gosta de fazer solos vocais? SIM NÃO
 Quando canta você consegue perceber todos os momentos da música? SIM NÃO
 Você consegue interpretar uma música quando canta? SIM NÃO
 Você é dinâmico quando está cantando? SIM NÃO
 Quando você canta a banda toca sempre músicas na altura de sua voz? SIM NÃO
 Você consegue cantar sempre afinado(a)? SIM NÃO
 Sua boca realmente abre quando canta? (verifique no espelho)? SIM NÃO
 Repousa a voz após cada apresentação? SIM NÃO
 Entra sempre depois de todos numa música só pra ter certeza de que não vai errar? SIM NÃO
 Apóia o peso em uma das pernas quando canta? SIM NÃO
 Quando canta sentado suas pernas ficam cruzadas? SIM NÃO
 Canta com os braços cruzados para trás? SIM NÃO
 Normalmente se empolga e perde a noção da técnica ao cantar? SIM NÃO
 Normalmente canta com instrumentos mais alto que sua voz? SIM NÃO
Após
 Sua voz ficou rouca após uma apresentação? SIM NÃO
 Sua voz fica rouca após os ensaios? SIM NÃO

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Sobre doenças da voz


 Normalmente fica rouco por mais de duas semanas (disfonia)? SIM NÃO
 Você acha que sua voz é rouca? SIM NÃO
 Alguém já comentou que sua voz é rouca? SIM NÃO
 Você fica por mais de dois dias com a voz rouca? SIM NÃO
 Sente cansaço ao falar? SIM NÃO
 Tem ultimamente tido pouca resistência na fala? SIM NÃO
 Perdeu de algum modo sua eficiência vocal? SIM NÃO
 Durante o canto sua voz quebra ou some? SIM NÃO
 Você tem ou já teve algum problema de voz? SIM NÃO
 Você já teve quadros de afonia? SIM NÃO
 Ultimamente você tem demorado mais tempo para aquecer sua voz? SIM NÃO
 Sua voz é sempre rouca (ofonia)? SIM NÃO
 Você já teve quadros de gagueiras (disfemia)? SIM NÃO
 Sua voz normalmente sai mais pelo nariz do que pela boca? SIM NÃO
 Quando fala ou canta tem costume de trocar fonemas (sons das letras)? SIM NÃO
 Tem se sentido estressado recentemente? SIM NÃO
 Sempre tem laringite, amigdalite, ou outras inflamações na garganta? SIM NÃO
 Tem sinusites ou outras infecções do gênero nas vias aéreas? SIM NÃO
 Você sente na laringe: coceira, ardência, dor, sensação de garganta seca, sensação de queimação, sensação
de aperto ou bola na garganta? SIM NÃO
 Ao final do dia sua voz está mais fraca? SIM NÃO
 Você mudou de naipe recentemente (tom de voz)? SIM NÃO
 Você pigarreia constantemente? SIM NÃO
 Você tem alergias nas vias respiratórias? SIM NÃO
 Tem dificuldades para atingir notas agudas? SIM NÃO
 Você tem resfriados freqüentes? SIM NÃO
 Você tem dificuldades digestivas, azia ou refluxo gastroensofágico? SIM NÃO
Este teste avalia se você precisa procurar um otorrinolaringologista urgente para cuidar dos sintomas
que poderão estar relacionados a problemas vocais. Somente a aula de canto ou acompanhamento
fonoaudiólogo sem diagnostico não resolve o problema e isso leva a sérios danos a sua fala, inclusive a perda
total da fonação se não tratado o problema. O numero maior de respostas positivas em questões que abordam
problemas da saúde vocal define você num grupo de risco de problemas vocais. Um médico neste caso deve
ser procurado. O numero maior de respostas que contrariam uma possível doença vocal não garante você de
estar livre de problemas vocais, pois este questionário não equivale a uma consulta médica.

Sintomas que sugerem falta de TÉCNICA:


 Sente falta de ar para você terminar frases musicais? SIM NÃO
 Tem dificuldades para cantar as notas graves? SIM NÃO
 Desafina ou perde o controle da emissão da voz? SIM NÃO
 Sente dificuldades nas notas suaves (pianíssimo)? SIM NÃO
 Sente dificuldades nas notas fortes (fortíssimo)? SIM NÃO
 Sente que sua voz é fraca ou forte demais? SIM NÃO
 Você canta em diversos naipes? SIM NÃO
 Procura cantar mais forte que os demais? SIM NÃO
 Suas veias do pescoço saltam ao cantar? SIM NÃO
 Você sente dores de cabeça após cantar? SIM NÃO

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A POSTURA DO CANTOR - PREVENTIVA

2 PREVENÇÃO E SAÚDE VOCAL


Desde o início do século passado já existia uma preocupação com a Saúde e Higiene da Voz. O
primeiro livro onde encontramos ouvir falar deste assunto no Brasil foi "Higiene na Arte, Estudo da Voz no
Canto e na Oratória", escrito pelo médico, Francisco Eiras, datado de 1901. A voz deve ser sempre pensada

3
em relação à saúde geral do cantor, em relação ao seu corpo todo, ao seu estado de saúde geral.
Todo o sistema corporal afeta a voz, pois todo o corpo colabora na produção da voz.
As condições ideais para uma boa produção vocal adequada correspondem a um estado de saúde geral
dentro das melhores condições possíveis. Portanto, deve-se pensar não apenas nos aspectos que prejudicam as
pregas vocais, mas sim no trato vocal integrado na saúde geral de cada cantor. Desta forma, podemos pensar

2
que, apesar de as orientações serem gerais, as necessidades, assimilações e repercussões são absolutamente
singulares. Por exemplo: o gelado, geralmente, prejudica a voz, mas a quantidade e a forma deste prejuízo se
manifestam diferentemente em cada pessoa, dependendo do momento e da maneira em que este abuso foi
cometido. As reações do corpo humano são únicas e dependem de cada indivíduo em cada momento.

3 A utilização da voz humana como forma principal ou exclusiva de trabalho categoriza as profissões
em dois grandes grupos: VOCAIS E NÃO-VOCAIS. As áreas da comunicação e artes, em especial os
LOCUTORES, CANTORES e ATORES fazem parte do grupo dos PROFISSIONAIS VOCAIS. Para estes a
voz é seu principal INSTRUMENTO DE TRABALHO, embora nem sempre eles tenham consciência disso. É

2
importante sublinhar que para ser um BOM PROFISSIONAL DESTA ÁREA é fundamental CUIDAR BEM
DA VOZ, mantendo a saúde e estética vocal. Para tanto deve BUSCAR A ORIENTAÇÃO E
ACOMPANHAMENTO VOCAL com profissionais HABILITADOS, pois a manutenção saudável e estética
da voz garante a estes a permanência no mercado de trabalho. Hoje, na era da comunicação, já é mito
afirmarmos que somente os vocalmente "bem-dotados" podem exercer profissões vocais. As práticas
fonoaudiológicas, legalmente reconhecidas na área da saúde, auxiliam no desenvolvimento do potencial vocal
saudável sem recursos medicamentosos ou cirúrgicos. Apesar disso, o desconhecimento da higiene vocal tem
levado muitos a manifestarem doenças laríngeas leves, e as freqüentes repetições destas afecções chegam até
mesmo a agravamentos que culminam em tratamentos cirúrgicos. O alto índice de alterações vocais nos
profissionais da voz tem merecido especial atenção dos fonoaudiólogos, pois a utilização inadequada da voz
resulta em uso abusivo do aparelho fonador. A exposição aos fatores nocivos como falar/cantar
prolongadamente em ambientes ruidosos, sem tratamento acústico apropriado, ou mesmo o inocente hábito de
PIGARREAR BRUSCAMENTE, sempre antes do ato da fala, deixam o falante mais vulnerável. Alguns
profissionais utilizam erradamente como prevenção aos problemas vocais: pastilhas, conhaques, gengibre,
sprays, entre outros. É ainda muito comum encontrarmos locutores, atores e cantores a gastar tempo em
ensaios e preparos de leituras, sem investir igual atenção na forma saudável de apresentá-las. É preciso
conhecer e desenvolver medidas preventivas, mudando pequenos hábitos e comportamentos no nosso
cotidiano, não apenas quando a rouquidão aparece. Pouco se fala sobre qual o momento em que o profissional
da voz deve fazer um exame apurado sobre a sua condição vocal, podendo ter assim uma orientação
profissional sobre o desempenho de sua voz e preparação vocal; melhorando o desempenho vocal do
indivíduo, seja ele professor, locutor de rádio, repórter, ator ou cantor.
Risco da perda da voz
Aprender o caminho certo da impostação vocal sozinho, sem orientação profissional é muito raro. É o
mesmo risco que fazer musculação por conta própria. Lesões, fendas e calos, são comuns, nas pregas vocais
de cantores e atores menos cuidadosos e lembre-se: CANTAR BEM NÃO SIGNIFICA CANTAR DA
FORMA CORRETA. Muitas vezes, bons cantores, artisticamente falando, acabam com um envelhecimento
vocal precoce, por falta de técnica.
Movimento das pregas vocais
Em estado de repouso, as cordas vocais normalmente formam uma abertura no formato parecido com
a letra V para a traquéia, pela qual o ar pode passar livremente. Ao falar e ao engolir, as cordas fecham-se.
Colocando um espelho dentro da boca do paciente, o médico pode observar as cordas vocais e verificar se há
alguma anomalia, como pólipos, nódulos, úlceras de contato e paralisia; tudo o que afeta a voz. As pregas
vocais fazem o movimento abre-fecha, ou seja, quando estamos calados elas estão abertas (momento da
respiração) e quando falamos ou cantamos, elas se fecham (momento da fonação). Infelizmente elas não
fazem somente estes movimentos, mas também se chocam quando são submetidas a abusos vocais como:

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gritos, pigarreios e tosses excessivas; utilização de tons graves ou agudos demais, praticar esportes falando,
competição sonora, etc. Estes choques podem prejudicar demasiadamente as pregas vocais. Além disso,
existem ainda atividades verbais utilizadas por profissionais da voz (professores, atores, cantores, locutores,
advogados, telefonistas, entre outros) que são incompatíveis com a Saúde Vocal, podendo danificar os
delicados tecidos da laringe e produzir um distúrbio vocal decorrente do abuso ou mal uso da voz. É
alarmante o fato de quase não haver, nas universidades, uma preocupação em preparar estes profissionais para
lidar com a voz no seu dia-a-dia, já que ela é parte fundamental como instrumento de trabalho.
Identificando problemas vocais
A voz expressa às condições individuais (físicas ou emocionais) e, se o indivíduo não estiver em
condições saudáveis, à voz deixará transparecer algum problema, ocasionando qualidade vocal disfônica, que
pode vir a comprometer a fala e a comunicação.
Rouquidão - À emissão de uma voz saudável, damos o nome de eufonia. A uma voz doente, ou seja,
com alguma de suas características alterada, damos o nome de disfonia.
Essa pode ser:
Orgânica - alteração da voz causada ou relacionada com algum tipo de condição laríngea ou com
doença viral, genética ou hereditária,
Funcional - alteração da voz resultante de abuso ou mau uso vocal; não apresenta qualquer causa
física ou estrutural
Mista: orgânico-funcional.
Ela não é uma doença, mas o sintoma, uma manifestação de um mau funcionamento de um dos
sistemas ou estruturas que atuam na produção da voz; um distúrbio de comunicação caracterizado pela
dificuldade na emissão vocal, apresentando um impedimento na produção natural da voz. Esse impedimento
pode estar relacionado com a altura, intensidade e/ou a qualidade da voz. Em função da causa, a disfonia no
adulto e na criança pode levar à ausência total de voz (afonia), à rouquidão, a uma altura tonal demasiado
grave ou aguda, a oscilações no som, etc. Pode ainda ser ocasionada por inadaptação vocal, alterações
psicoemocionais (influência de hormônios e de nossas emoções, sendo comum ouvir pessoas que estão muito
tristes ou nervosas ficarem roucas), ou também por falta de higiene vocal, e é mais freqüente em indivíduos
que utilizam a voz diária e abundantemente de uma forma incorreta. Pode e deve ser tratada. Se há disfonia,
então ali há problema.
Disfonia funcional - As alterações de voz mais comumente encontradas nos cantores são chamadas de
disfonias funcionais, que podem ser causadas por uso inadequado dos músculos voluntários da fonação, que
incluem os músculos da laringe, faringe, mandíbula, língua, pescoço e sistema respiratório. O desalinhamento
postural também é um achado clínico freqüente. Algumas disfonias podem ser atribuídas a técnicas vocais
incorretas tais como: coordenação pneumofonoarticulatória pobre, uso excessivo ou inadequado da válvula
laríngea, foco de ressonância inadequado, dificuldades no controle dinâmico de afinação e intensidade. Os
utilizadores profissionais da voz, como todos os falantes, estão sujeitos a sobrecargas ambientais, pessoais e
sociais. Encontram-se diariamente expostos não só a poluições atmosféricas, que resultam em problemas
respiratórios e numa vasta gama de alergias, como também a problemas pessoais, sociais, econômicos, entre
vários. Todos estes condicionalismos tornam os profissionais potenciais “stressados”. O “stress” é causa de
insônias, tensões musculares, respiração toráxico-superior, rigidez mandibular, e conseqüentemente
irritabilidade, insegurança e baixa auto-estima. Estas perturbações influenciam de forma vital o profissional da
voz, já que uma vez perdido o equilíbrio existe perigo eminente de distúrbios vocais. Estes distúrbios, as
disfonias, constituem o problema que mais afeta quem utiliza a voz profissionalmente.
Para evitar estes problemas:
A HIGIENE VOCAL, que passa por uma tomada de consciência em relação a hábitos incorretos
relacionados com a saúde da voz, e pela alteração dos comportamentos que prejudiquem a fonação.
O TREINO DA TÉCNICA VOCAL, nomeadamente a freqüência de aulas que permitam uma
alteração de hábitos posturais, respiratórios e de colocação (entre outros), através da aprendizagem da
utilização correta de todo o aparelho fonador; indispensável para conseguir uma fonação agradável e
plenamente saudável.
AS CONSULTAS AO OTORRINOLARINGOLOGISTA OU AO FONOAUDIÓLOGO, de rotina,
principalmente para os profissionais da voz, chamados grupos de risco. Ou assim que surgirem os primeiros
sintomas de irritações ou de perturbações da fala (como rouquidão, fadiga vocal, dor ao fazer esforço ao nível
da laringe, sensação de corpo estranho na garganta ou falta de ar), antes que seja “tarde demais” para
conseguir tratar. Outros fatores devem ser observados em profissionais da voz com alterações relacionadas ao

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abuso ou mau uso vocal. Algumas alterações na voz falada muitas vezes não ocorrem na voz cantada, ou
ocorrem em menor grau. Como exemplo, uma boa técnica de canto não implicará uma voz falada adequada. O
apoio respiratório pode mostrar-se também deficiente somente na voz falada. Apesar disso, a extensão vocal
não é afetada. A avaliação de profissionais da voz deve ser cuidadosa, levando-se em conta as variáveis entre
a voz falada e cantada. A afonia é uma rouquidão mais grave, que compromete bastante a fala, também
causada por alterações orgânicas. Dentre as mais freqüentemente observadas nestes profissionais,
encontramos as doenças da garganta e da caixa vocal que incluem inflamações e infecções, formações não
cancerosas como pólipos e nódulos nas cordas vocais, úlceras de contacto, cancro, paralisia das cordas vocais
e laringoceles. Existem outros problemas vocais como a disfemia (gagueira), o fanho, a deslalia (troca de
fonemas) e quem sabe até a fonofobia (medo da própria voz). Para esses problemas somente um
fonoaudiólogo pode resolver e o diagnostico através de uma consulta com o otorrino. (vide figura 4 na galeria
de imagens)

AVALIAÇÃO: Explicar denovo boa muito boa ótima excelente perfeita

Higiene
A higiene vocal são normas básicas que auxiliam a preservar a
saúde vocal e a prevenir o aparecimento de alterações e doenças e
devem ser seguidas por todos, particularmente por aqueles que se utilizam
mais da voz ou que apresentam tendência a alterações vocais. Esses são
chamados os profissionais da voz.

O que é bom para a sua saúde vocal:


1. Ao levantar, gargarejar com água morna, mas não quente, faça isso sem usar nenhum produto.
2. Tomar mel com própolis diariamente é bom, sendo uma colherinha de sopa de manhã e à noite; e quando
estiver com tosse, tomar xarope natural de mel; então: pastilhas, sprays ou medicamentos, só indicados por
médicos evitando a automedicação e soluções caseiras (gengibre, romã, etc.);
3. Tome bastante água durante o dia, mínimo 2 litros, ou 7 a 8 copos de água por dia;
4. Uma dieta alimentar rica em vitaminas principalmente A e C;
5. Procurar atendimento especializado se usar a voz na profissão;
6. Repouso da voz, após cada "apresentação" pública;
7. Ao cantar usar roupas leves e evitar refrigerantes, gorduras e condimentos;
8. Manter a melhor postura da cabeça e do corpo durante a aula, a fala ou o canto.

O que é mau para a sua saúde vocal:


1. Tomar água gelada, ou outro líquido; 8. Respirar pela boca.
2. Tossir ou pigarrear excessivamente; 9. Ambientes com muita poeira, mofo, cheiros
3. Falar em ambientes ruidosos ou abertos; fortes, especialmente se você for alérgico.
4. Cantar: sem ouvir sua própria voz: gritando, forçando 10. Falar excessivamente durante quadros gripais
a garganta; ou gritar quando gripado. ou crises alérgicas;
5. Alimentar-se antes de cantar – Um limite de 3 horas. 11. Praticar exercícios físicos falando;
6. Mudanças bruscas de temperatura. 12. Fumo, álcool, drogas e poluição
7. Cantar com o ventilador direcionando o vento em 13. Utilizar tom grave ou agudo demais
você.
Algumas formas de abuso vocal:

 Fumar ou falar muito em ambientes de fumantes;


 Falar muito após ingerir grandes quantidades de aspirinas, calmantes ou diuréticos;
 Cantar inadequada ou abusivamente ou, ainda, participar de corais e cantar em vários estilos musicais sem
acompanhamento profissional.
 Rouquidão, e veias dilatadas no pescoço, podem indicar uso incorreto da voz.

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Série 2013 13
EXPLICAÇÃO DETALHADA
O GARGAREJO MATINAL
Faz parte da higiene bucal, ajuda a limpar a garganta das secreções noturnas que se depositam
justamente na laringe (região onde se situa as pregas vocais) pesando as pregas e criando assim uma voz rouca
e grave típica de quem acorda. Faça usando sempre água na temperatura ambiente, no inicio para algumas
pessoas esse ato é um pouco incomodo, mas com o passar do tempo você verá que esse esforço valerá a pena.
Quanto tempo gargarejar? Comece logo após a escovação e faça-o até sentir sua garganta limpa.
Cuidado para não irritá-la com exageros.
O MEL COM PRÓPOLIS
Pode ser ingerido junto ou separado, mas aconselho que se adquira mel através de fontes seguras (ele
tem que ser verdadeiramente natural) e o própolis aconselho usá-lo, pois ele é um antibiótico natural,
aumentará sua resistência e dificilmente você gripará e para quem canta isso é muito bom. Mas tem uma
contra-indicação: além de pessoas que são alérgicas ao própolis ou derivados do mel e neste caso não se deve
usá-lo, não deve ser usado quando sua voz estiver rouca ou sua garganta com algum problema porque ele
como a romã, o aipo, o gengibre são produtos que na garganta anestesiam a dor. Então se sua laringe estiver
com algum problema ele aliviará a dor lhe dando condições de usá-la, mas, porém MACHUCADA, o que não
é bom. Então não faça uso dele ou dos outros produtos acima citados (até do chazinho de romã) nestas
condições, pois para um cantor isso não resolverá o problema. Lembre-se você não deve cantar se sua
garganta não estive boa, em hipótese alguma. Lembrando sempre que não podem tomar mel: crianças de até
um ano, pessoas que sofreram cirurgias no intestino e tem sua flora intestinal temporariamente desregulada.
O xarope natural é o que mais recomendo, pois tem menos química e isso para o organismo é muito
bom. Não use nunca em sua garganta o vinagre, pois sua acidez danifica as pregas vocais.
Água
È o melhor amigo da voz, hidrata e lubrifica os tecidos da prega vocal, melhorando sua vibração e
flexibilidade e ajuda a limpar a secreção; faz tão bem para o organismo que é formado em sua maior parte
(70%) por liquido. Inclusive se você passa muito tempo em ambientes refrigerados (ar condicionado) deve
aumentar a ingestão de água.
Vitaminas A e C
A VITAMINA A entre outras coisas protege de infecções o que no caso evita o muco, além de servir
para a formação e manutenção dos tecidos do aparelho respiratório e digestivo: folhas verde-escuras, cenoura,
tomate, abóbora, caju, manga, mamão, ovos, fígado, leite integral, margarina.
A VITAMINA C ataca vírus e bactérias; protege a pele e o coração; auxilia no processo de
cicatrização: limão, laranja, tangerina, abacaxi, caju, lima, manga, morango, acerola, kiwi, mamão, goiaba,
pimentão, tomate, repolho, folhas verde-escuras (salsa, couve, espinafre, etc.) uma dica: a vitamina C só é
aproveitada quando as frutas e hortaliças são consumidas frescas e cruas.
Atendimento especializado
O médico otorrinolaringologista é quem pode diagnosticar possíveis problemas no aparelho fonador.
Nunca use automedicação ou soluções caseiras, pois pode agravar seu problema vocal (isso se você faz uso
profissional da voz é claro). A partir de seu diagnóstico se necessário, o fonoaudiólogo, que trabalha
juntamente com o otorrinolaringologista, fará a correção de possíveis problemas através de exercícios.
Rouquidão provocada por gripe ou resfriado pode ser tratada por um médico clínico geral ou pediatra. No
entanto, se ela durar mais de duas semanas ou se não tiver uma causa evidente, deverá ser avaliada pelo
otorrino. O cuidado e melhora da voz que não apresenta problemas pode ser acompanhada pelo professor de
canto ou fonoaudiólogo. (vide figura 5 na galeria de imagens)
Repouso da voz, após cada "apresentação" pública;
A voz deve ser poupada sempre que muito usada. Descanse a voz por 15 a 30 minutos. As cordas
vocais são músculos e, como tais, também sofrem fadiga.
Água gelada
Deve ser evitada sempre. Resseca as pregas vocais expondo sua laringe a resfriados, choques térmicos
etc... Além disso, outros líquidos gelados devem ser também rigorosamente evitados como a água. Na
realidade os extremos causam secreção que em certos casos é uma reação de proteção do organismo. Muito
quente ou muito gelado podem provocar a secreção, mas é muito mais comum conseguirmos engolir o gelado
do que o quente que ao queimar a boca é cuspido. O profissional da voz pode tomar sorvete e comer

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Série 2013 14
chocolate. Quando ingerir gelados, ou quentes escaldantes vá com calma, sem exageros. Amorteça a
temperatura do alimento na boca antes de engolir. Evite também sorvetes principalmente fora do verão,
picolés a base de água é um veneno para a voz e o “geladinho” nem pensar. Derivados lácteos, como yogurte
e chocolate estimulam muitas secreções digestivas, e devem ser evitados nos períodos de uso profissional da
voz.
Tossir, engolir seco
È um ato espontâneo que temos quando sentimos o pigarro (secreção nas pregas vocais). Você deve se
policiar sempre, no começo é mais difícil, mas depois você se acostuma em não raspar a garganta. Ao
contrario você deve sempre beber um pouco d´agua. Normalmente isso resolve, mas se não, gargareje!
Gritar
Suas pregas vocais são altamente danificadas quando se grita. Procure falar com um som confortável,
evite conversar com alguém a distancia, chegue perto para não forçar sua voz e não fale também com a TV ou
som muito alto, pois o organismo irá compensar o volume aumentando assim sua voz! Em ambiente que o
som esteja muito alto como igrejas, shows, etc, fale mais com gestos que com sua voz, tenha misericórdia
dela. Você só tem essa! Mais isso não é tudo, saiba que é pior cantar gritado do que gritar. Não cante músicas
que você não alcança o tom confortavelmente. Evite cantar em playbacks cujos cantores têm um tom de voz
mais alto ou baixo que o seu. Cante com músicos experientes ou que estejam estudando e peça-os para
transportar as músicas em seus devidos tons, tons esses que são melhores para a sua voz.
Sobre se alimentar
Tem algumas teorias que cantar bem alimentado é o ideal. Bem não é isso que nosso organismo nos
comprova. Vamos a uma explicação bem lógica. Quando comemos, naturalmente sujamos todo o aparelho
bocal, secretamos, desenvolvemos sucos gástricos e isso tudo já era motivo para sabermos que não seria ideal
cantar após se alimentar, mas vamos mais à frente. Após comermos, eu não recomendo gargarejar, pois ele
estimula os músculos do estomago e você poderia sentir um pouco de náuseas e até poderia acontecer um
acidente constrangedor. Isso significa que você não conseguiria limpar através do gargarejo suas pregas
vocais. Ainda a outro problema: os gases. Ao comer naturalmente engolimos muito ar que vai para o
estomago e ali misturado com os gases liberados na digestão ficam comprimindo o diafragma (músculo
situado entre o estomago e pulmão). Essa pressão irá trazer, dependendo da quantidade de gás, um incomodo
que ao cantar irá aumentar, pois enquanto o estomago pressiona o diafragma para cima com seus gases, o
pulmão irá pressioná-lo para baixo. Você já sentiu aquela fincadinha que dá quanto estamos com gás preso?
Pois é! O tempo de digestão geralmente ocorre entre 2 horas e 3 horas por isso indico que você se alimente
para cantar antes deste tempo. Caso você tenha fome, se alimente com frutas que são leves e tem o tempo de
digestão menor e também produz menos gás.
O ventilador
Não só ele como ar-condicionado e a maioria da medicação antialérgica ressecam as pregas vocais.
Não cante com seu vento ligado com o vento direcionado a você e caso isso seja impossível não cante ou beba
muita água (mais do que já deveria tomar) o que não resolverá muito, mas ajudará.
Respirar pela boca
Assim, armazenamos pouco ar nos pulmões, por incrível que pareça o nariz pode conduzir muito mais
ar que a boca, e o melhor: puro, aquecido e filtrado para o pulmão.
Faça um teste: Puxe durante 10 segundos o ar pela boca. Beba água, pois você com certeza sentirá essa
necessidade. Agora faça o mesmo pelo nariz, mas aumente para 20 segundos. Viu! Só o fato de você não
precisar beber água, ou seja, isso não interferir em sua garganta mostra que a opção primeira está errada.
Muco
A presença de refluxo gastroesofágico é altamente irritante às pregas vocais: é decorrente de
disfunções estomacais, responsáveis pela liberação de ácido péptico, que em algumas situações pode banhar
as pregas vocais, agredindo-as. A maior preocupação do cantor deve ser com o muco na laringe. Ele deve ser
eliminado sempre que sentida, não pelo método usual (pigarrear), mas com gargarejos. O melhor é evitá-lo,
nunca ingerindo alimentos que possam causá-lo em você. Para isso policie sua laringe (garganta), observando
o que causa o (muco). Uso de roupas pesadas, condimentos e refrigerantes entre outros podem causá-lo, o
ideal não é parar de comer isso ou aquilo, como muitos profissionais (será?) sugerem. O certo é evitar o
consumo destes alimentos perto de usar a voz profissionalmente, isso porque só quem pode suspender ou
alterar sua dieta alimentar e um especialista, que irá compensar a falta de alguns alimentos no cardápio com
outros de mesmo valor nutricional. Então essa estória de “não pode comer chocolate, leite e derivados,

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Nível básico

refrigerante, biscoitos etc...” e meio equivocada. Não podemos negar que esses alimentos produzem alguma
secreção durante o processo de digestão (que se inicia na mastigação). O melhor mesmo é evitá-los antes de
cantar, mas falar em excluí-los? Por favor! A não ser, claro, aqueles que são inúteis a nutrição como balas,
gomas de mascar entre outros. Aproveitando quero ressaltar que nosso maior inimigo é muco na laringe. Pode
ser causada ainda por inúmeros fatores desde nervosismo até por problemas hormonais; então devemos tomar
cuidado com isso. Observe a causa. Pode variar de uma pessoa para outra; entramos ai numa questão de que
mesmo que a maioria reaja igual a determinados alimentos podemos ter exceções a regras e se você for uma
dela deverá descobrir. Se você estiver com muita secreção então procure um medico, mas nunca elimine
produtos que tenha uma importância alimentar em sua vida sem substituí-los por outros que compensem e
equilibre seu sistema. Um bom endocrinologista pode lhe auxiliar nisto. Vá com calma e lembre: EVITE A
SECREÇÃO.
Observações:
Conhaque e balas não melhoram a voz. Evite o apoio de “produtos milagrosos” na hora de usar a voz
profissionalmente. Cantar, ou falar bem, depende de conhecimento e treinamento constante.
PROBLEMAS MAIS COMUNS
Pólipos nas cordas vocais
São formações não cancerosas que se desenvolvem devido ao USO EXCESSIVO DA VOZ, a reações
alérgicas crônicas que afetam a laringe ou a uma inalação crônica de irritantes, como as emanações
industriais ou o fumo do cigarro. Os sintomas incluem rouquidão crônica e uma voz entrecortada.
O diagnóstico é estabelecido examinando as cordas vocais com um espelho.
Extirpa-se o pólipo para devolver à pessoa a sua voz normal. A seguir identifica-se a origem do
problema, que deve ser tratado para evitar a recorrência dos pólipos. Se a causa for o uso excessivo da voz,
pode ser necessário começar uma terapia específica para tal. (vide figura 8 na galeria de imagens)
Nódulos nas cordas vocais
São formações não cancerosas, semelhantes a cicatrizes, localizadas nas cordas vocais, parecidas com
os pólipos das cordas vocais, mas mais consistentes que não desaparecem com o repouso da voz. Os nódulos
das cordas vocais são causados por um abuso crônico da voz, como os alaridos e os gritos repetidos ou o
CANTO ENÉRGICO. Os sintomas são rouquidão e voz entrecortada. Os nódulos nas cordas vocais das
crianças costumam desaparecer apenas com uma terapia da voz. Nos adultos, os nódulos extraem-se
cirurgicamente. A única forma de se evitar que se formem novos nódulos é NÃO ABUSAR DA VOZ. Os
nódulos resultam de: fatores anatômicos predisponentes (fendas triangulares), personalidade (ansiedade,
agressividade, perfeccionismo) e do COMPORTAMENTO VOCAL INADEQUADO (uso excessivo e abusivo
da voz). O tratamento dos nódulos é fonoterápico. (vide figura 8 – galeria de imagens)
AVALIAÇÃO: Explicar denovo boa muito boa ótima excelente perfeita
TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO VOCAL
Um grande número de músculos interage quando falamos ou cantamos. É preciso que eles tenham
sidos preparados para um funcionamento extenso. Por esta razão faça os exercícios de relaxamento muscular.
Não desconsidere essa prática sob pena de provocar tensão muscular e limitar seu rendimento.
Temos que sempre ter em mente que quando cantamos estamos utilizando um instrumento musical
um pouco mais complexo que os demais: nosso corpo. Você nunca obterá grandes resultados se desconsiderar
este fato, pois o mecanismo do ato de cantar está intimamente ligado a diversas partes do corpo, e uma
desarmonia em alguma dessas partes prejudica consideravelmente seu rendimento como um todo. Preste
atenção no dia-a-dia e veja que nossa voz não mantém uma constância, ela se altera de acordo com situações e
circunstâncias que vivemos principalmente relacionadas às emoções. Portanto as considerações feitas a
respeito da parte física do nosso corpo são também reflexo de uma tentativa de harmonizar as emoções e
ansiedades que sentimos, fruto de uma rotina estressante, carregada de responsabilidades, compromissos e
obrigações. Para ter uma voz treinada é importante fazer diariamente os exercícios e técnicas no mínimo 15
minutos. Mude progressivamente suas atitudes erradas com relação à saúde vocal, sem desanimar com
fracassos iniciais, não parando quando não conseguir.
O relaxamento deve acontecer antes dos ensaios.
O aquecimento pode ser conciliado com a afinação e regulagem dos instrumentos, geralmente feito
nos ensaios. Leve nos ensaios a cópia das músicas que forem cantar para utilizar as técnicas devidas, fazendo
anotações nas cópias das letras sobre as técnicas que você deverá utilizar nelas.
Use roupas leves e folgadas para não dificultar os movimentos.

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Relaxamento
PARTE TEÓRICA
Cantar sempre bem relaxado é uma forma de estimular a circulação do corpo distribuindo e
normalizando seu fluxo, para que ao aquecer, a circulação possa trabalhar melhor no aparelho respiratório.
Isso também ajuda a diminuir a tensão ou nervosismo que alteram o comportamento fisiológico liberando a
adrenalina no organismo, afetando diretamente na respiração. Essas tensões vão se acumulando no nosso
corpo, em muitas pessoas nos ombros e pescoço. Ainda o chamado espaço de ressonância, formado pela
cavidade torácica, faringe, boca e fossas nasais devem estar completamente relaxado e aquecido. O som está
relacionado com o estado de saúde: quando o corpo relaxa, se dilata o espaço respiratório e a coluna de ar
pode circular sem dificuldade, o que produz um som pleno, cálido e grave. Por isso diante do medo, da
repugnância ou do ódio, ao contrário, se estreita o espaço de ressonância e as cordas vocais se esticam,
resultando, conseqüentemente, em um som característico pouco profundo, rouco e agudo. Temos, então, duas
opções: liberar essas tensões através de exercícios de relaxamento ou deixá-las se acumularem nos músculos.
É importante lembrar que não cantamos apenas com a voz; cantamos também com nosso corpo. A melhor
maneira para relaxar a voz, é relaxar o corpo.
OBSERVAÇÕES:
• Use o bom senso! Mova-se com cuidado e devagar em cada exercício, vá no seu próprio ritmo;
• Não force nem se machuque tentando relaxar. Se você tem algum problema nas costas ou qualquer
outro problema de saúde, consulte o médico antes de praticar qualquer tipo de exercício físico.
Parte prática 1
1. Alongamento: de pé, levante os dois braços e vá se esticando suavemente para cima como se quisesse
alcançar uma corda que está um pouco acima de sua cabeça. Mantenha os pés bem fixos no chão. 1 a 3X
2. Relaxamento: movimente os braços e as pernas livres e suavemente para ativar melhor a circulação
sangüínea e aquecer a musculação (dê chutes curtos no vento e simule natação, por exemplo). De 3 a 5X
3. Respiração: Trabalhe sua respiração e aproveite para entrar em estado de concentração máxima. Procure
sentir o ar entrando e se espalhando em seu corpo através do sangue. Trabalhe os impulsos cerebrais para
as partes do seu corpo (com leves movimentos dos dedos das mãos e pés). De 2 a 3X
4. Acorde o diafragma: Inspire e expire rapidamente dando sopapos no diafragma como se estivéssemos
bombardeando o abdome. De 1 a 2 X
Parte prática 1
Exercícios da pratica 2 no final do manual.
Aquecimento
Depois de estarmos relaxados, temos sempre que aquecer a voz antes de um ensaio ou apresentação.
Essa preparação se assemelha a um atleta que se prepara aquecendo o corpo antes de uma corrida; quem canta
deve se preparar aquecendo sua voz antes de cantar. É uma prática saudável e recomendada por
fonoaudiólogos para profissionais da voz, pessoas que utilizam a voz como ferramenta para o trabalho -
atores, professores, cantores, locutores, advogados, oradores, apresentadores, dubladores, operadores de
telemarketing, ambulantes, políticos, fonoaudiólogos e muitas outras categorias que se enquadram neste perfil
de profissional. Ele promove a saúde vocal e a potencialização das características da voz, atendendo a uma
demanda vocal que pode provocar sintomas desagradáveis como rouquidão, cansaço e fadiga (vocal e, com as
recidivas, corporal). O profissional da voz que está sempre rouco fica cansado fisicamente durante o trabalho
com uso da voz. Ele necessita de conhecimento e treinamento sobre o uso mais adequado da sua voz como
medida profiláxica. A voz é produzida na laringe, nas pregas vocais (que correspondem a dois pares de
músculos, o tíreo-aritenóideo, de cada lado). Quando inspiramos, armazenamos uma quantidade de ar nos
pulmões. Durante a fala, esse ar é expirado, passando pelas pregas vocais e, devido a mudanças de padrões da
musculatura, gerados pelo cérebro, provoca mudanças de pressão abaixo das pregas vocais. Essa pressão faz
com que as pregas vocais vibrem durante a passagem do ar. Esse mecanismo se assemelha a um balão
(bexiga) quando abrimos sua boca para a passagem do ar com um ruído intenso. O mesmo acontece com a
voz. A vibração das pregas vocais quando da passagem do ar expiratório gera um som conhecido por nós
como voz. Todo este aparato pode, muito freqüentemente, provocar tensões e maus padrões na musculatura e
demais estruturas envolvidas na produção da voz (fonação). Alguns destes padrões nocivos podem levar a

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patologias vocais funcionais ou orgânicas. O aquecimento vocal é um meio para nos prevenirmos desses
males, pois, além de potencializar nossa capacidade de projetar a voz, equilibrando a emissão e dando
resistência vocal a pessoas que falam por um longo período de tempo, ainda nos despertam para o auto-
cuidado com a voz e a propriocepção, que é o sentido de percebermos nosso corpo (no caso, o que está
envolvido na fonação)
Não ignore a boa postura e também esteja bem hidratado (com água natural).
Parte prática 3
Para Faringe:
1. Moído: feche a boca e comece soando um som assim: “hummmmm” igual a uma vaca preguiçosa. Note
que o som (grave) fica armazenado na faringe (cavidade no começo da garganta). Inicie com um tempo
de 10 segundos para o som, pare, respire fundo e recomece aumentando o tempo de execução do som.
2. Staccato: vamos repetir o exercício anterior em staccato (som cortado em seqüências rápidas e fortes).
“Hum... hum... hum... hum”. Use o diafragma para impulsionar o som.
3. Pianinho: é semelhante ao staccato, mas com uma diferença; soando baixinho.
Para o nariz e máscara facial:
4. Fonfom: o mesmo exercício acima, desta vez, trazendo o som para o nariz.
5. Tape uma das narinas e inspire. Retenha o ar por 3 segundos e solte-o pela outra narina;
Para o aparelho respiratório:
6. Retenha o ar em seus pulmões cerca de 5 segundos e solte o ar com o som de “S” e “Z” bem lento.
7. Agora trabalhe nos moldes acima um “psiu” com o som de “ssssssss”. 10 vezes normal e 10 em staccato.
8.
9. Execute agora “zzzzzzzzzz”. 10 vezes normal e 10 em staccato.
10. Agora para relaxar, produza o som “fffffff” semelhante a um pneu vazando ar. Em seguida, uma chuva;
“xxxxxxxx” e finalmente, uma metralhadora; “rrrrrrr”. Para este último, coloque e tremule a língua no
céu da boca. 5 vezes cada.
11. Coloque um papel na parede e prenda-o somente com seu sopro. Aumente a distancia.
Mordente
12. Trenzinho caipira: Imitando um trem, emitir as consoantes S-CH-X, usando o diafragma;
Para o véu palatal:
1. Bocejar.
2. Dizer lentamente: Gong, gong, gong, gong.
3. Emitir e alternar a vogal oral com som nasal: Ã-É, Ê-Ó, Õ-I, Î-U, Û.
Para a língua:
1. Por a língua para fora e recolhê-la rapidamente.
2. Arquear a língua até encostar a ponta no véu do palato e logo após arquear a língua para baixo.
Para os lábios
1. Esticar fortemente para frente os lábios unindo as comissuras.
2. Repuxar para os cantos as comissuras (direita e depois esquerda) voltar para a posição natural.
3. Dizer muitas vezes: U-i, U-i, U-i.
4. Comprimir fortemente os lábios dizendo: P-P-P, primeiro sem som, depois: PA-PE-PI-PO-PU.
Para as cordas vocais
1. Emita o som TRRRRRRRRR e logo após BRRRRRR por cerca de dois minutos. (tonificar a voz)
2. Repita por dois minutos, o som MINIMININIMINIMINIMINIMINIMINI (dar potencia a voz)
3. Repita as silabas: SI-FU-XI-PA e pratique os sons nasais,
4. Repedindo as vogais abertas e anasaladas: A-AN, E-EIN, I-IN; faça isso por dois minutos.
5. Inspire (armazenando o ar na região abdominal) até que o diafragma esteja completamente dilatado. Agora
solte o ar aos pouco utilizando o som: PRRRRRRRRRRR... (Observe que neste exercício que a língua
deve vibrar bastante!!! Caso a sua língua não vibre e você esteja forçando para emitir este som, PARE!
Pois estará fazendo da forma errada. Mas se você conseguiu emitir o som com a vibração constante da
língua, repita este exercício pelo menos durante 10 minutos todos os dias ou quando for cantar em uma
apresentação ou videokê ou ainda ensaiar com sua banda por muito tempo, )
6. Depois de já haver treinado bastante e já estar emitindo os sons TRRRR... e PRRRR... sem falhas ou
interrupções, vamos repetir o exercício anterior com uma diferença: no final de cada som iremos
acrescentar as vogais A, E, I, O, U. Repita os exercícios SEMPRE no seu tom natural.

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Se você não conseguiu fazer estes exercícios até acabar o ar armazenado, ou seja, você começou bem, mas
no meio do exercício o som falhou, Pare! Respire fundo por 3 vezes, relaxe um pouco e só então recomece. É
muito comum, no início, não conseguirmos emitir estes sons até o final, pois trata-se de sons que nós não
estamos habituados a produzir, mas com o treino diário, fica cada vez mais fácil, acreditem!!!
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POSTURA DO CANTOR - PSICOLÓGICA
CONCEPÇÃO
Concepção musical é entender de música muito antes de cantar, é estar antenado nas coisas
concernentes a música mesmo sem utilizar a maior parte delas, é o músico ter entendimento, ser esclarecido,
lúcido e atualizado no que diz respeito a música em si. Isso requer estudo, leitura de revistas especializadas,
troca de idéias com outros músicos de preferência mais experientes. Nesta parte daremos um pouco de
atenção na sua formação como músico em sua mente, antes mesmo de você se tornar um músico prático, para
que fique claro que o músico não é o que ele canta mais sim o que ele sabe.
A consciência de ser cantor
A personalidade versus o canto
Existe uma forte ligação entre a técnica vocal em si e a personalidade do cantor. Paralelamente a
evolução do som vocal, provoca um crescimento que deverá terminar fortalecendo o artista no que se refere a
sua presença de palco e de alguma forma se completará na sua preparação. Muitos de vocês nunca
imaginaram a intima relação entre o trabalho de impostação da voz com o desenvolvimento geral da
personalidade, no entanto sendo a disciplina e a concentração os pilares deste trabalho. Não é à toa que se
ouve dizer que “o homem canta com a alma”. A concentração é uma espécie de veneração, uma expressão
sentimental. O avanço dia a dia nas técnicas ajuda fortemente ir criando uma “consciência de ser cantor”. Está
claro que o passar de um estágio a outro não é imediato, nem remotamente fácil. Contudo com trabalho
dedicado diário vocal, pode-se observar uma minuciosa evolução no funcionamento interior. O esforço
necessário para o controle e modificação das funções básicas musculares e orgânicas, faz da emissão da voz se
assemelhar a tarefa do escultor trabalhando nos detalhes sutis de uma obra. Esta introspecção resultará,
portanto na mudança, mesmo que mínima, da personalidade. O resultado será ao mesmo tempo uma nova e
mais profunda relação do cantor com sua voz e simultaneamente uma consciência maior de todos os processos
corporais e emocionais que provoca o êxito artístico.
As crises
Evidentemente, a evolução da voz não será notória na voz cantada, sendo que paulatinamente, se irá
estendendo a fala até haver uma emissão homogênea em ambos os casos. Durante o processo, minha
experiência dita que é inevitável a aparição de periódicas crises tanto do som como da própria aplicação do
trabalho. São momentos em que o aluno se sente desanimado, sente-se achando que não vai conseguir; esta é
a prova mais difícil, tanto para a solidez do professor e sua didática quanto para a relação dele com aluno. A
superação, de cada crise faz o próprio crescimento, e o poder disto está nas mãos do cantor, sua mente e
sensibilidade atuando como um todo até chegar à condição de verdadeiro artista.
Ir além
Para quem deseja uma voz fora do comum, tem que dedicar-se no trabalho vocal com muita
disciplina e concentração. O difícil é não cair na tentação de associar o cantar com querer mostrar a voz. Na
realidade, olhando deste ponto de vista da comunicação com o publico como o enriquecimento interior do
cantor (fenômenos que estão muito relacionados entre si), a voz deve procurar converte-se no “canal
transmissor da emoção”. Isto se observa claramente nos gêneros que se apóiam fundamentalmente no
emocional (como o rock e o blues), porém é extensivo a todos os outros, em menos ou mais medida.
Ir muito além...
Por outro lado não convém misturar o trabalho técnico com a expressão, sem dominar a técnica
plenamente. Até que a voz não se sinta controlada por um “controle remoto” e a emissão se realizar sem
absolutamente nenhum esforço, não é conveniente trabalhar a expressão. É comum ver aqueles que iniciam a
pratica pela expressão: construir um trabalho vocal pelas firulas e efeitos representa um risco terrível para a
saúde das cordas vocais, podendo danificá-las irremediavelmente. Ao mesmo tempo, se esses arranjos não
correspondem aos impulsos verdadeiros do interior do cantor, serão percebidos somente como um som, uma
mera cópia, imitação de outro artista. E quanto ao registro (um aspecto inseparável da voz e personalidade do
cantor), deve ser tomado com muita seriedade. Independentemente das condições naturais e do alcance que a
voz tenha dos graves (sons grossos-baixos) aos agudos (sons finos-altos), existe uma zona desta extensão

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dentro da qual a voz permitirá realmente transmitir todos os incrementos que a percepção do cantor mandar
(registro médio). Esta zona, o registro natural do cantor, será a que deverá ser mais usada por ser a mais
segura para a saúde, a que menos cansa a voz e é ainda a que a voz se emite o som com maior solidez. É
ONDE USAMOS A VOZ NATURAL. O cantor que consegue cantar CONFORTÁVEL DURANTE MAIOR
PARTE DO TEMPO, pode-se dizer que está CANTANDO PROFISSIONALMENTE. Uma música colocada
em uma tonalidade ligeiramente superior a conveniente, ou abaixo dela, pode não atrapalhar tanto a voz
quando num trabalho esporádico amador; porém o que pode acontecer quando se refere a um trabalho
profissional cuja repetição até a perfeição acontece? A resposta é que o esforço se multiplica e, é potencial e
lógico o desgaste que sofrerá o corpo. Não é raro que quando se descobre o problema já é tarde demais para
remediar as lesões nas pregas vocais. O resultado disso é que cantores perderão sua voz, e no final todos
sairão prejudicados.
Se um cantor se nega em entoar uma música numa tonalidade que ele acredita ser desagradável para
sua voz, cabe ao músico instrumentista “tirar” a música na altura confortável para ele! Pense comigo, o
chamado tom original da música é dito assim (e falo isso como produtor musical) por causa do tom que foi
gravado. Mas muitas vezes em meu estúdio, a canção original foi apresentada para mim em uma tonalidade
diferente da que gravamos, o tom original era um (o do compositor), e decidi modificar a tonalidade da
música por causa do cantor, para um tom que combinasse melhor com sua voz. Então cada tom gravado, tem a
tonalidade boa para AQUELE cantor que está executando aquela música NAQUELA gravação, o que você
pode notar que muitos cantores gravam as mesmas músicas, mas em tons diferentes. É bom pensar nisto e
parar de dizer que a música fica bonita no tom original, porque bem tocada qualquer música pode ser bonita
em qualquer tom.
AVALIAÇÃO: Explicar denovo boa muito boa ótima excelente perfeita
TEORIA MUSICAL
Teoria musical ou Teoria da Música é o nome dado a qualquer sistema ou conjunto de sistemas
destinado analisar, classificar, compor, compreender e se comunicar a respeito da música. Uma definição
sintética seria: a descrição, em palavras, de elementos musicais e a relação entre a simbologia da música e sua
performance prática. Por extenso, teoria musical pode ser considerada qualquer enunciado, crença, ou
concepção de música. A teoria musical tem um funcionamento ambíguo, tanto descritivo como perceptivo.
Tenta-se com isso definir a prática e, posteriormente, a influência. Normalmente segue-se o padrão de
intencionar reduzir a prática de compor e atuar em regras e/ou idéias. Assim como em qualquer área do
conhecimento, a teoria musical possui várias escolas, que podem possuir conceitos divergentes. A própria
divisão da teoria em áreas de estudo não é consenso, mas de forma geral, qualquer escola possui ao menos:
Análise musical, estética musical e notação musical.
Os sons podem ser divididos em duas categorias:
􀂄 Sons tonantes: são sons com variação de tonalidade entre grave e agudo, como os produzidos por
instrumentos musicais.
􀂄 Sons não tonantes: são sons que não tem essa variação e produzem sons simples como qualquer
barulho.
OBSERVAÇÕES; a) Embora seja considerado um instrumento musical, a bateria e os instrumentos
de percussão não produzem tonalidade. Eles são usados para dar ritmo à música. b) A voz humana é
considerada o instrumento mais complexo, pelo fato de produzir sons tonantes ou não.
Notas musicais
São sons tonantes organizados por uma escala bem conhecida de todos; DÓ, RÉ, MÍ, FÁ, SOL, LÁ e SÍ. Estas
são as famosas notas musicais básicas. Executar uma música é, portanto, selecionar estas notas numa melodia.
Para simplificar a nomenclatura, representamos estas notas por letras. Veja abaixo:
LÁ SI DÓ RÉ MI FÁ SOL
A B C D E F G
Análise musical
A análise musical é uma abordagem tanto analítica como pratica da música em si. Consiste em analisar
suas formas tanto harmônicas, melódicas e estruturas musicais e também as formas musicais. Neste período
vamos aprender a analisar a música através de sua divisão composicional. Mas antes vamos definir o que é
música.
Música é a arte de combinar os sons de maneira agradável aos ouvidos.

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Série 2013 20
A música é uma linguagem universal, tendo participado da história da humanidade desde as primeiras
civilizações. Conforme dados antropológicos, as primeiras músicas seriam usadas em rituais, como:
nascimento, casamento, morte, recuperação de doenças e fertilidade. Com o desenvolvimento das sociedades,
a música também passou a ser utilizada em louvor a líderes, como a executada nas procissões reais do antigo
Egito e na Suméria.
Na Grécia Clássica o ensino da música era obrigatório, e há indícios de que já havia orquestras
naquela época. Pitágoras de Samos, filósofo grego da Antigüidade, ensinava como determinados acordes
musicais e certas melodias criavam reações definidas no organismo humano. Pitágoras demonstrou que a
seqüência correta de sons, se tocada musicalmente num instrumento, pode mudar padrões de comportamento e
acelerar o processo de cura.
Atualmente existem diversas definições para música. Mas, de um modo geral, ela é considerada
ciência e arte, na medida em que as relações entre os elementos musicais são relações matemáticas e físicas; a
arte manifesta-se pela escolha dos arranjos e combinações.
De um modo geral. Ao ouvirmos uma música iremos perceber certas características, que
denominamos de divisão da música.
MELODIA HARMONIA RITMO
É a arte de combinar os sons É a arte de combinar os sons É a arte de combinar o
sucessivos, ou seja, um após o outro. simultâneos, ou seja, todos ao mesmo valor das notas e das
tempo. pausas.
PAUSAS é o espaço silencioso da música
Melodia – analise: Cada som então que eu ouvir tocado em sucessão, individualmente organizado
através do tempo será considerado uma melodia. A forma como ela é padronizada é chamada de escalas.
Podemos tocar escalas prontas ou criar uma sucessão original de sons. Quase sempre esbarramos em escalas já
feita e registrada por outros, mas de uma forma um pouco diferente. Isso é uma composição melódica. As
canções, frases (melodias curtas), são ouvidas pela voz humana ou instrumentos de características melódicas
como saxofone etc. toda vez que escuto uma música, a idéia principal, ou seja, a música cantada ou solada é a
melodia.
Harmonia – analise: Por sua vez, cada som que eu ouvir tocado em conjunto a outro, ao mesmo
tempo, organizado através do tempo e dos intervalos musicais (distancia entre os sons, por exemplo a
distancia da nota Dó para a nota Ré temos um intervalo, da nota Dó para a nota Mi, dois intervalos porque
andamos duas notas) chamaremos de harmonia. A harmonia dará a sustentação musical para o ouvinte
apreciar a melodia. Pode ser executada sem a melodia principal, mas não com freqüência. Para o cantor,
quando solista, executar uma obra (melodia), usamos outros instrumentos para fazer a harmonia ou arranjos
complementares. Numa orquestra, vários instrumentos se unem misturando seus sons em harmonia para
execução de uma obra. Num barzinho ou igreja, usamos um só instrumento harmônico que será capaz de
satisfazer plenamente a base para o acompanhamento vocal e ou instrumental. É o caso do violão, guitarra,
teclado que são instrumentos de capacidade harmônica notável. Sozinhos eles fazem toda harmonia
necessária, e ainda podem ter complementar instrumentos para marcação de ritmo e arranjos.
Ritmo – analise: Quanto ao ritmo, é importante lembrar que as duas características musicais –
melodia e harmonia não funcionam sem um padrão ritmo, ou seja, se você toca uma nota sem ter uma pausa e
posteriormente outra nota, ela ficará intermitente. Soará sem nunca se findar, já que não existe pausa, isso
também funcionará na harmonia. Então o ritmo é mais do que uma característica, mas a própria estrutura
fundamental da música. E através do ritmo (notas e pausas) que organizaremos os sons. Ao analisar a estrutura
rítmica, você notará que numa composição as pausas (espaço silencioso) são mais importantes do que os sons,
ou no mínimo tão importante quanto.
Estética musical
É a qualidade e o estudo da beleza e do prazer da música. A música tem a capacidade de afetar nossas
emoções, intelecto e nossa psicologia. As letras podem aliviar nossa solidão ou estimular nossas paixões.
Desse modo, a música é uma poderosa forma de arte cujo apelo estético está altamente relacionado com a
cultura na qual é executada. Quando uma determinada música está composta (melodia) e harmonizada (base),
determinar sua estrutura rítmica (se já não foi feita) será o próximo passo. Quando o compositor tem uma
tendência de estilo (sambista, jazzista) dificilmente ele ira compor fora de seu padrão musical o que deixa
mais fácil estruturar a composição. Uma vez seja de um compositor eclético ( que tem vários gêneros ou

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nenhum definido) desenhar a “roupagem” da música é a tarefa de um arranjador ou produtor musical. Essa
roupagem funciona exatamente com sua roupa. Você é o mesmo, mas dependendo da roupa será identificado
com um estilo de visual (formal, esporte, a rigor, gala etc...). do mesmo jeito que você pode usar vários estilos
e existem profissionais que lhe ajudaram a se vestir corretamente dentro de cada visual, na música uma obra
pode ser executada esteticamente em vários estilo, sendo o produtor musical o músico responsável em adequar
melhor a roupa sem misturar (já pensou vestir um traje a rigor e colocar um boné?). Da mesma forma muitos
músicos pagam mico, sem experiência ou conhecimento musical próprio para isso fazem uma roupagem de
uma música em jazz, mas com componentes do funk. A fusão pode ser boa e para isso surgiram as fusions
(fusão de ritmos propositais), mas lembre-se isso é proposital, se a banda é purista de um estilo é melhor
contratar um produtor qualificado. Todo o olhar sobre os arranjos e seu estudo nos possibilita ver a estética
musical, lembrando que um músico não precisa gostar de tudo porem conhecer. Para o segundo período
(volume II) iremos nos aprofundar mais nos gêneros musicais e estilos.
Notação musical
É a escrita dos sons no papel e à sua leitura dá-se o nome de leitura musical. São apresentados por
meio de símbolos, compreendendo as cifras, as pautas, as claves, tablaturas e a forma como escrevemos as
diversas figuras, etc. A linguagem musical é a arte de escrever e interpretar as notas musicais e suas variadas
formas. Usamos a notação para transcrever uma música para o papel, de uma forma que possamos lê-la em
qualquer parte do mundo. Neste período veremos a tablatura de canto, uma linguagem exclusiva deste
método.
TABLATURA
Não existia até então um método substituto a pauta musical para se ler música. Então comecei a ver
que em minhas aulas faltava a ferramenta capaz de ser intermediário na leitura de solos (melodias) à
partitura. Então DESENVOLVI uma TABLATURA PARA CANTO QUE É TOTALMENTE INÉDITO NA
LINGUAGEM MUSICAL MUNDIAL. O método que você irá aprender agora é criado por mim. Tenho por
certo pela sua grande capacidade de substituir a partitura no que se refere a leitura da altura da nota (assim
como a tablatura para instrumentos de cordas) essa nova notação musical criada por mim Guto Fernandes
em abril de 2009, será muito utilizada pela comunidade musical em geral.
AVALIAÇÃO: Explicar denovo boa muito boa ótima excelente perfeita
POSTURA DO CANTOR – O CORPO E O CANTO
Se alguém lhe perguntar com que você canta, certamente você dirá que é com a boca – e talvez nem
responda a uma questão tão insana. Mas de fato a indagação é pertinente, pois, não cantamos apenas com a
boca, porém com todo o corpo e a mente. Isso quer dizer que precisamos de uma boa condição física e muita
concentração. Geralmente, quando falamos em postura, logo nos vem à mente aquela imagem de um soldado
totalmente rígido. Ter uma boa postura na hora de cantar é essencial para se ter uma boa produção vocal. Mas
isso não tem nada a ver com rigidez. Na verdade, a boa postura vai nos auxiliar na hora da respiração,
portanto, devemos fazer com que a postura não seja uma barreira na hora da respiração. O bom estado do
corpo é imprescindível para uma performance satisfatória. Não apenas da garganta, mas o corpo como um
todo. A postura do cantor deve ser ereta, ou seja, seu corpo inteiro deve descansar em cima de sua estrutura
óssea, a coluna ereta é uma exigência elementar. Os ombros ligeiramente para trás com o externo para cima,
fazendo também uma pequena curvatura nas costas e obtendo assim a maior capacidade torácica possível.
Distribuindo o peso do nosso corpo entre os dois pés com as pernas ligeiramente separadas, sem
deixar que os calcanhares se toquem, observando em seguida um encaixe perfeito da cintura pélvica (quadril),
em equilíbrio com os ombros. Mantenha ainda os joelhos levemente flexionados. Manter um ângulo de 90
graus para o queixo. Braços caídos relaxadamente podendo assim nos aproximar de uma figura em equilíbrio.
Ao sentar, não encostar as costas no apoio e não cruzar as pernas se for cantar. A boa postura consiste então
em alinhar todo o corpo, o qual determina o equilíbrio e a distribuição do peso corporal. Esse posicionamento
correto do corpo faz com que as tensões musculares sejam transferidas para zonas aptas a receber sobrecargas
e não se instalem em zonas delicadas como a faringe, laringe, mandíbula e zona cervical. Precisamos sentir
segurança, apoio, do nosso próprio corpo. Como exemplo de má postura, temos um cantor ligeiramente
corcunda, com o tórax relaxado e caído acintosamente para frente. À primeira vista parece-nos que está
relaxadíssimo, mas com essa postura o cantor vai sentir dores musculares ao fim de pouco tempo e “encravar”
toda a tensão na chamada de tônus na zona laríngea; também não está em posição de fazer uma boa ventilação
respiratória. De uma forma equilibrada e sã, favorecerá também a expansão da caixa toráxica para boa

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ventilação, promovendo um sentimento de autoconfiança. Este alinhamento corporal deve ser estável, mas não
estático, dinâmico e não fixo, de forma a dar ao cantor sensações de tonicidade e não de tortura.
O PESCOÇO
A postura do pescoço está determinada pelos pés, joelhos, eixo corporal e pelo equilíbrio da cintura
com os ombros. O pescoço necessita estar alinhado com a coluna, sem estar caído para frente e muito menos
para trás, mas sim perfeitamente equilibrado dentro do eixo corporal. Se o pescoço estiver alongado para
cima, o trato laríngeo também estará alongado, passando a trabalhar em condições precárias; se estiver
enterrado no peito, igualmente o trato vocal se vê aprisionado e sem possibilidade de realizar seus
movimentos específicos.
AVALIAÇÃO: Explicar denovo boa muito boa ótima excelente perfeita
Parte prática 4
Separe agora umas seis músicas que você acha que cai bem com sua voz (tonalidade, timbre) e cante
as músicas do repertório com a postura correta. Se possível cante-as com o playback não original (a não ser
que seja num tom que você cante confortável), mas adaptado para sua voz – caso você não tenha procure-nos
que faremos pra você em nosso estúdio contato@icgf.com.br, aplicando a postura correta:
 Coluna: ereta / Peso distribuído
 Ombros: ligeiramente pra trás com o externo pra cima (observe a curvatura das costas)
 Pés: ligeiramente separadas (os calcanhares não devem se tocar)
 Queixo: angulo de 90 graus
 Braços caídos
AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO

AFINAÇÃO
No nível básico iremos trabalhar tudo sobre afinação, pois esta, junta com a respiração é a base do
canto. Neste tópico você verá tudo que precisa saber para cantar afinado e o sucesso deste tema depende muito
de concentração e disciplina.
AFINANDO A VOZ
3 PARTE TEÓRICA
Desafinado está um instrumento ou uma voz que não se encontra dentro da tonalidade certa. Podemos
definir então que cantar afinado é reproduzir a mesma freqüência (nota) que foi proposta numa melodia,
seja ela cantada ou tocada. Existem pessoas que não conseguem encontrar esse tom com facilidade. Posso

4
dizer que existem três classes de pessoas que cantam desafinados.
1. Quem canta músicas sem noção da altura musical. Ou seja, não canta percebendo as escalas das
notas; canta sem entoar as notas certas, mas isso sem perceber que está desafinado. Isso é falta de percepção
musical.

3
2. Quem tem noção da altura musical, mas não consegue afinar, pois não consegue emitir as notas certas.
Essas pessoas não conseguem afinar o tempo todo, mas tem certa percepção. Para isso um trabalho exaustivo
de musicalização resolve.
3. Quem tem dificuldades de emitir alguns tons: agudos ou graves. Essas pessoas têm dificuldade em
atingir algumas notas numa composição, isso é um erro muito comum e não está associado a não ter
percepção musical, mas a não saber cantar dentro do seu naipe certo de voz.
Ainda podemos citar alguns aspectos relevantes quando temos o costume de desafinar ao cantar solo.
a) Nervosismo: Por isso aprendemos técnicas de relaxamento.
b) Insegurança: O ensaio exaustivo até a perfeição é a principal arma contra a insegurança.
c) Falta de classificação de voz: Geralmente desafinamos em determinado tom, quando cantamos fora da
nossa extensão vocal. Procure então cantar dentro do limite da sua voz e ao emitir tons agudos, fique mais
atento, posicionando-se sempre com o corpo como lhe foi ensinado. Tente nunca cantar na mesma altura que
seu companheiro, procurando cantar no seu naipe de voz.
d) Timidez – realizaremos várias dinâmicas para facilitar o processo de desinibição do cantor.
Algumas pessoas, quando estão interessadas em fazer aulas de canto, geralmente perguntam se é
possível que alguém que seja desafinado aprenda a cantar. Isso porque existem muitas pessoas que tem

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(aparentemente) mais facilidade que outros, o que as pessoas não sabem é que muitos destes talentos foram
envolvidos com o contato musical muito cedo, logo sua percepção musical passou por um processo de
desenvolvimento ainda prematuro o que lhes dão certa vantagem. Imagine um filho de um violonista, ou
mesmo uma filha de um pastor de uma igreja evangélica. Ambos foram submetidos muito jovens ao contato
com a música, e quem sabe ainda no ventre da mamãe deles. Esse contato foi crucial para a aptidão ser
desenvolvida, a percepção das notas, e quem sabe o ouvido absoluto. Seja como for, um menino que nasceu
em uma fazenda, ou roça e de quando em vez ouvia uma moda de viola, fica muito atrás dos primeiros
exemplos aqui citados. Isso interfere terminantemente no que diz respeito à afinação e até a desenvoltura visto
que muitos garotos e garotas de igreja evangélica ainda em tenra idade começam a cantar no altar. Mesmo
assim se essas pessoas passarem a vida toda sem nenhum estímulo musical, elas nunca saberão que possuem
uma boa percepção musical. Por isso, eu creio que a principal arma para aprender cantar afinado é aprender a
ouvir. A maior parte daquelas pessoas que se dizem desafinadas, tem dificuldade em ouvir a si mesmas e
ouvir os outros. É muito importante ter consciência do que se está ouvindo, aprender a identificar o som que
está ouvindo; por exemplo: este determinado som é agudo ou grave? É um som de longa ou curta duração?
Comece a ouvir aquelas músicas que você já conhece e gosta. Ouça também músicas novas, novos estilos,
ritmos, instrumentos diferentes, etc. Ouça bastante música. Perceba as variações das vozes e tente atribuir a
qual delas sua voz mais se identifica. Não a que você acha mais bonita, mas a que você consegue cantar
confortavelmente. Quando for numa loja de cd's, não vá direto naquilo que você já conhece; procure aquelas
seções que você nunca entrou por achar que "não é o seu estilo". Se você ouviu algo diferente e não gostou,
ouça mais uma vez para ter certeza de que não gostou mesmo; sempre há algo para se aprender. A partir de
agora corrija sempre a impostação da sua voz, prestando bem atenção nela.
Então vamos definir como cantar afinado:
Quando você ouve uma música pela primeira vez, você guarda em sua memória fotográfica a melodia
da música. Ela fica registrada em sua mente como uma música fica armazenada no computador, então toda
vez que você quer cantar aquela música ou você ouve ela cantada por outros, sua memória acompanha a
melodia e se alguma coisa está diferente do que foi memorizada, sua percepção musical acusa a desafinação.
Um erro fatal para iniciantes e até amadores é ir tentando cantar uma música sem antes memorizar sua
melodia. Isso acontece muito! Pessoas tentam aprender a música cantando, um erro que pode custar muitos
inconvenientes, como por exemplo, você não entender direito a melodia e assim semitonar ou desafinar em
alguma parte sem perceber, porque cantou um tom diferente do que a melodia realmente pedia.
Existem três princípios que ensino para meus alunos nunca desafinarem em momento algum:
1º - Nunca cante uma música sem conhecer sua melodia, para isso ao querer ensaiar uma música,
ouça-a bastante, até ela “tocar” em sua mente como se você tivesse gravado ela ali, isso irá ajudar você a
memorizar a melodia e caso cante em playback, por exemplo, outros arranjos serão também memorizados.
2º - Cantarole a música sem conjugar os vocábulos, por exemplo, cante assim hum, hum... com isso
você estará cantando somente a melodia da música. Lembre-se que a música é somente a melodia e não a
letra. Letra é a poesia da música, isso se pode ver que a música “parabéns pra você” é cantada em vários
idiomas com letras diferentes, mas com a mesma melodia. Assim que você estiver cantarolando corretamente
a melodia, você estará seguro de não desafinar. Preste bem atenção em sua voz e na do cantor para ver se você
está cantando igual a ele o tempo todo.
3º - Coloque a letra da música, e verifique se todas as notas estão confortáveis ao cantá-las junto com
as palavras. Veja se você alcança todas as palavras cantadas junto com a melodia sem forçar, pois isso pode
também levá-lo a desafinar. E caso isso aconteça considere o fato de procurar outra música para cantar ou
então peça a um músico experiente para tocar pra você essa música em uma tonalidade adequada pra sua voz.
Pois bem, existem exercícios que pode levar você a afinar sua voz: são os famosos solfejos. Solfejo é
um exercício onde cantamos a nota chamando-a pelo nome. Isso nos auxilia tanto em afinação, quanto em
percepção das alturas. Preste atenção que cada nota está em posição sonora diferente da outra. Uma sobe,
outra desce como degraus. Isso vai lhe dar aos poucos segurança e depois de ajustar isso ficará muito fácil
cantar fazendo as chamadas segunda voz. E sobre segunda voz quero dar uma consideração:
Muitos músicos com pouco conhecimento, mas muita curiosidade ficam tentando fazer uma segunda
voz e acaba desafinando muito, transformando uma música bonita em algo meio assustador. Para isso é
preciso ter bastante segurança. Para cantar em dueto, tanto quem harmoniza a melodia quanto quem segura
tem que ter firmeza na voz. Se você tem segurança em segunda voz, mas canta com uma pessoa novata e
insegura, fazer segunda voz, a meu ver, e tentar se mostrar. O mais importante, para o músico deverá ser o
cantar a música da melhor maneira para o ouvinte escutar e isso inclui cantar essa música se necessário, bem

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simples. Firulas, harmonizações devem ser feitas por cantores experientes e treinados, seguros e convictos do
que fazer, quando fazer e principalmente ONDE fazer. Ficar tentando imitar cantores que já gravaram e fazem
sucesso é muitas vezes um erro, pois principalmente em gravações – e digo isso como produtor – são usados
recursos de edição que ao vivo e impossível um cantor reproduzir. Ainda há os que firulam muito em uma
música fazendo “voltinhas” com a voz e isso pode ser bonito em um clipe, um programa de televisão, mas
imagina isso em um culto numa igreja! Não sou contra arranjos, mas prefiro tudo bem equilibrado.
Para os solfejos a seguir usamos dois tipos de notação: tablatura e partitura.
A mais popular e de fácil compreensão é a tablatura que veremos todas as suas simbologias no
segundo período.
AVALIAÇÃO: Explicar denovo boa muito boa ótima excelente perfeita

Parte prática 6
Vamos fazer os solfejos no caderno prático que podem resolver todos os casos de desafinação, se
levados a sério.
TÉCNICAS VOCAIS
A técnica vocal consiste num enumerado de exercícios, recolocação postural, e várias dinâmicas

4 que auxiliam no trato vocal e a aperfeiçoa com a repetição exaustiva. Então vamos descobrir as mais
básicas – e lembre-se BÁSICO NÃO SIGNIFICA SIMPLES, MAS PRIMORDIAL – para
melhorar a desenvoltura da voz cantada. O canto é composto: Percepção, Respiração, Articulação,
Interpretação. Através destas quatro atividades poderemos então aos poucos “descobrir” e, gradativamente,
adquirir conhecimentos úteis à sua formação musical.
UTILIZANDO MELHOR O CORPO NO CANTO
Nosso instrumento musical
A relação entre o canto e o corpo é muito íntima, pois sem o nosso corpo como poderíamos emitir
sons. Deve o cantor desenvolver um senso de consciência do seu corpo e estar totalmente alerta
fisicamente. Iremos para isso lhes apresentar o que de mais importante nele você deveria saber.
O sistema respiratório
Para entender bem o funcionamento sonoro de cada instrumento é importante analisamos sua
formação, características e seu recurso sonoro para podermos assim utilizamos o melhor que o instrumento
pode nos oferecer, enriquecendo as notas que provavelmente sairão mais bonitas com uso correto do
instrumento. Da mesma forma deveremos estudar sobre o que gera o som em nosso organismo considerando-o
neste momento como um instrumento musical e assim poderemos tirar o que há de melhor em nós e
enriquecer melhor nossa técnica vocal.
O corpo possui duas portas para a entrada do ar: o nariz e a boca.
O aparelho respiratório constitui dos seguintes órgãos:
O nariz (01)
Ele tem a função de nutrir o organismo com o ar através da respiração. Respirar por ele tem muitas
vantagens: o ar sofre uma preparação até chegar aos pulmões: os pelinhos do nariz filtram poeira e bactérias,
os inúmeros vasos sangüíneos da mucosa nasal aquecem o ar e o muco nasal o hidrata. A passagem de ar pela
boca é evidencialmente incorreta prejudicando muito seu volume no pulmão visto que pela boca retemos
menos ar e ao mesmo tempo secamos muito nossa garganta.
Então NUNCA RESPIRE PELA BOCA DURANTE O CANTO.
Parte prática 7
Faça os solfejos respirando a cada nota, utilizando somente a respiração nasal.
A Faringe (02)
Começando imediatamente após a boca e indo até o esôfago e laringe, sendo um canal comum ao
aparelho digestivo e ao aparelho respiratório. É o ponto de encontro entre estes dois aparelhos formando uma
cavidade que será um dos importantíssimos ressonantes vocais. Nesta região devemos aprender a concentrar
certos tipos de sons e ainda evitar alguns outros. O som oral será definitivamente produzido a partir desta
localização. O seu tamanho pode ser encurtado pela elevação da laringe e pela ação dos músculos do palato
mole, que podem proporcionar a junção das ressonâncias da naso e da oro-faringe, ou, pelo contrário, eliminar
uma delas. O seu tamanho pode ser aumentado pelo abaixamento da laringe e pela ação dos lábios. O seu

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diâmetro pode ser estreitado pela ação dos músculos constritores faríngeos. Sendo um ressonador pode ver a
sua ação limitada quando da existência de hipertrofia das amígdalas palatinas, linguais e faríngeas, tecidos
moles que absorvem as ressonâncias em vez de amplificá-las.
Parte prática 8
Aplique nos solfejos o som oral. Lembre-se do mordente! É o mesmo exercício só que em solfejo.
AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO
A traquéia (04)
É um tubo cartilaginoso que leva o ar até o pulmão. Saber dilatá-la ao cantar poderá propiciar um
enorme alivio nas pregas vocais e região da laringe, onde normalmente colocamos força excessiva para
sustentar certas notas erroneamente.
A laringe (03)
É a matéria-prima para a comunicação são os sons ainda não constituídos, produzido quando o ar
dos pulmões a atravessa. Ela não é apenas a válvula para a respiração pulmonar, mas também um órgão de
fonação das pessoas. Todos podemos tocar na laringe!
A tireóide, uma de suas cartilagens, forma o pomo-de-adão com sua borda angulosa e proeminente.
Sua contribuição está na musculatura que a envolve, possibilitando através da passagem de ar a fonação. Usá-
la corretamente seria não usá-la, ou seja, quanto menos força eu colocar em sua utilização mais segura será
minha fonação. As pregas vocais deverão ter um comportamento quase que automático. Isso significa que
cantores que mostram suas veias ou a jugular ao cantar estão exagerando na força e abusando da caixa vocal
com serio risco de dano vocal eminente. A posição da laringe no pescoço é responsável pelo colorido do som
produzido.
No bel canto, com a laringe baixa, temos um som mais límpido e alegre, enquanto no canto dramático, com
laringe alta, o som é escuro, mas cheio de nuances. Então EXECUTE CADA NOTA SEM FORÇAR A
REGIÃO DA LARINGE. A força deve ser empregada na região do diafragma.
(Vide figura 10 e 11 da galeria de imagens).
Parte prática 9
Repita as práticas anteriores, mas agora preocupe-se também em não forçar a garganta.
Principalmente nos agudos, onde temos o costume de por mais força que o necessário.
AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO
Caixa torácica
Na caixa torácica (região das costelas) teremos o trabalho de ventilação de corpo. Sua expansão será o
apoio de sucção do ar para nosso organismo pelas vias aéreas vistas acima. O modo como expandimos o tórax
dirá qual tipo de respiração usamos. A intercostal ou, diafragmática, está segunda será mais abdominal do que
torácica, mas com apoio imprescindível de toda musculatura torácica, Ela também servirá como caixa de
ressonância (voz do peito), um apoio muito comum usado por cantores técnicos, principalmente eruditos
(líricos). Nela ainda encontramos o principal órgão respiratório e o músculo que faz além de outras funções o
processo valvular respiratório. Expandir bem o tórax não é a forma mais correta de se respirar no canto, se o
resultante desta expansão é o trabalho acentuado na região cervical, omoplata e lombar.
O diafragma (07)
É o principal responsável pela respiração (também é auxiliado pelos músculos intercostais e outros
músculos acessórios); Serve de apoio ao pulmão e ficando abaixo dele como uma válvula para controle do ar
que entra e sai dos pulmões; para uma correta impostação do som, é necessário imaginarmos que estamos
enchendo o estomago de ar ao mesmo tempo em que inspiramos (endurecer o diafragma), tentando imaginar
que estamos apoiando todo aquele ar numa plataforma (diafragma); seus movimentos podem ser sentidos na a
tosse, espirros, parto e defecação.
(vide figura 12 e 13 da galeria de imagens).
Parte prática 10
VAMOS CANTAR UTILIZANDO A RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA. A barriga sobe ao
respirar e desce quando emitimos o som. Faça isso nos solfejos e sempre que cantar.

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RESPIRAÇÃO

5 No nível básico iremos trabalhar tudo sobre respiração, pois esse é um dos pontos fundamentais para
o sucesso de sua carreira. Dedique-se o máximo em desenvolver uma respiração correta, sem forçar.
DESENVOLVENDO A RESPIRAÇÃO
PARTE TEÓRICA

7 O ar entra em nosso organismo pelo aparelho respiratório sempre que respiramos. Para uma boa
performance sonora é necessário submeter conscientemente a respiração à nossa vontade de acordo com as
técnicas devidas.
A respiração natural (automática) tem sempre dois momentos:
1 – Inspiração, em que o cérebro envia ordem para o diafragma contrair alargando a caixa torácica.

6
2 – Expiração, em que o diafragma relaxa, subindo, e as paredes do tórax voltam a contrair-se provocando a
saída do ar para o exterior.
Na respiração ao serviço do discurso cantado existem três momentos:
1 – No primeiro momento, o ar entra pelo nariz, segue pela faringe, laringe, traquéia, brônquios, bronquíolos,

7
pulmões, chegando à base destes últimos. O diafragma é na sua contração deslocado para baixo, permitindo
que o ar chegue à base dos pulmões. Em seguida, os músculos intercostais expandem-se lateralmente. Durante
a inspiração o cantor experimentou sensações sinestésicas nas zonas lombar, pélvica, intercostal e external.
Completada a inspiração deve existir uma sensação de plenitude e bem-estar, enquanto o abdômen dilatou,

6
bem como a zona das últimas costelas. Não importando a quantidade de ar que se tenha inspirado, uma grande
quantidade de ar traria tensões e bloqueios. Não convém que a entrada do ar se tenha realizado com ruído, já
que esta situação, para além de inestética, acarreta irritação da mucosa do nariz e da faringe, para além de que
o excesso de ar na expiração, ao passar na mucosa, volta a irritá-la e lhe tira capacidades vibráteis; importa
sim que a inspiração tenha ocorrido de forma suave e plena, e que o ar tenha atingido não só a zona

8
abdominal, mas também a torácica. Por que tanto ênfase aos músculos intercostais e tão pouco ao diafragma,
músculo fundamental no processo respiratório? É que o diafragma não atua sob a nossa vontade, nem o
podemos sentir. O que sentimos é na realidade a distensão dos músculos abdominais provocada pela
deslocação visceral durante a respiração profunda. A importância dos intercostais é que estes atuam sob a

9
nossa vontade, são controláveis.
2 – Num segundo momento não há ar a entrar nem a sair e todos os elementos estabilizam.
3 – O terceiro momento é a expiração, e é aqui que reside o controle, que consiste em evitar que o ar saia em
lufadas descoordenadas, descontínuas, e se gaste rapidamente. Controla-se o ar pensando (enviando estímulos)
e desencadeando um estado energético eficiente, que guarde os intercostais numa posição de alargamento,
para que se consiga uma redução da pressão sub-glótica. Ao fim de certo tempo, os intercostais diminuem a
sua ação, ativando-se então os músculos abdominais oblíquos, transversais e retos. Este processo acontece de
forma contínua, garantindo assim que apenas o ar necessário passe na glote, levando as vibrações de partícula
em partícula até a boca, para que seja possível executar-se um perfeito “legato” sem solavancos. Esta forma de
controlar a expiração nunca deve assumir tensão muscular, que implicaria bloqueios e rigidez indesejáveis.
Durante a fonação o mecanismo respiratório tem de estar disponível para proceder às alterações das forças
aero-dinâmicas, necessárias aos diversos níveis de intensidade e à variedade articulatória de consoantes e
vogais. Lembremos que inspirar demasiado implica perda de mobilidade do diafragma, e, conseqüentemente,
menos firmeza do esfíncter glótico. Para cantar a inspiração deve ser comedida e cômoda, de forma a manter a
flexibilidade do diafragma e a tonicidade do esfíncter glótico. Ao fim de uns anos de prática, esta atitude faz
parte da “postura vocal” assimilada, e o cantor deixa de se preocupar com ela. Nem sempre é possível fazer
inspirações profundas, lentas, e com o ar entrando pelo nariz. Muitas vezes precisamos inspirar pouco,
rapidamente, devendo neste caso evitar tensões e pressas, programando antecipadamente estas situações.
Há muita discussão sobre o tipo adequado de respiração para a fonação e canto, porém devemos
observar se a respiração efetuada pelo cantor é a adequada para o canto. Existem três tipos básicos de
respiração que são: SUPERIOR, MISTO e INFERIOR. No canto encontram-se vários casos de respiração
inferior e mista, ou seja, o cantor, no ato do canto recorre instintivamente a um tipo de respiração de forma
que a pressão subglótica se torne mais longa, forte e estável.
Algumas leis do corpo a não violar: A inspiração deve acontecer onde exista maior capacidade e
controle:
zona abdominal;

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elasticidade dos músculos intervenientes;


ausência de bloqueios, por excesso de quantidade de ar inspirado;
controle da saída do ar feito pelos músculos intercostais;
ação preponderante dos músculos abdominais nos sons de maior intensidade;
ataque suave das vogais.
e inspirações silenciosas (entrada gradual do ar).
A respiração está extremamente ligada ao ato de cantar, e para uma boa projeção da voz no canto, é
necessário obter o controle da respiração, Não basta encher os pulmões de ar para cantar. Temos que saber
controlar a saída do ar para aprender a respirar corretamente. Saber respirar é um grande passo para cantar
bem. Algumas vezes, encontramos certa dificuldade para respirar enquanto cantamos (uma música muito
rápida, por exemplo), pois temos pouco tempo para respirar. Portanto, temos que desenvolver a capacidade de
respirar em um curto espaço de tempo. Quando cantamos, nosso objetivo deve ser o de manter o diafragma
em baixo, pois isso nos auxiliará no controle da saída de ar. É importante que saibamos usar corretamente o
diafragma durante a respiração para não sobrecarregarmos as cordas vocais. A inspiração deverá ser sempre
nasal.
AVALIAÇÃO: Explicar denovo boa muito boa ótima excelente perfeita
Parte prática 11
Vide figura 15 na galeria de imagens.
Parte prática 12
a) Em pé, coloque as mãos no ventre, abaixo do umbigo;
Inspire pelo nariz (sem fazer barulho) durante 20 segundos bem devagar enchendo por completo
seu pulmão (este tempo pode ser aumentado de acordo com o êxito).
Expire sem pressa todo o ar.
b) Repita a respiração mas agora inspire sem levantar os ombros; imagine que apenas a base do
pulmão está sendo inflada;
Pausa;
Expire em sopros curtos, mas com o som de "ts", como se fosse uma bombinha de encher pneu de
bicicleta. ( ts, ts, ts, ts, ...) Controle o movimento do diafragma . Se você estiver trabalhando com o diafragma,
você notará uma pequena saliência no abdômen (a barriga "enche" de ar).
c) Inspire; Pausa;
Retorne a respiração e comece expirando com um sopro e transforme em "s". Tente fazer com que a
metade do ar que você inspirou saia através do sopro e a outra metade saia em "s".
Em casa repita este exercício por 15 vezes (três seqüências de cinco) em frente a um espelho (de
preferência vertical) para que você possa corrigir a postura e observar os ombros e peito (que não deverão se
movimentar). Para realizarmos uma respiração correta, devemos estar numa postura adequada, pois a postura
e a respiração andam juntas. Caso você não consiga respirar pelo nariz, sugiro que procure imediatamente um
médico especialista.
AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO
Parte prática 13
Vamos marcar no repertorio os pontos de respiração com uma vírgula suspensa exemplo:
ENCHER OS PULMÕES
ANTES DE CANTAR

Parabéns pra você ´ nesta data querida ´ muitas felicidades muitos anos de vida.
a) Cante seguindo os quatro processos (prática 14). Se for difícil assimilar treine primeiro um de
cada vez e vá acrescentando os outros.
b) Antes de cantar você precisa encher bastante o pulmão e não “esbanjar” o ar nas primeiras frases
da música. Deixe o ar sair naturalmente com a canção segurando um pouquinho mais do que
soltando.
Para perceber que você não está respirando errado, observe seus ombros. Eles não podem subir no ato
de respirar, mas devem manter-se relaxados e imóveis. A pressão do ar deve manter-se sub-glótica, ou seja,
na região da traquéia. Nunca deixe o ar pressionar sua laringe (garganta). Isso pode ser notado em algumas
pessoas na dilatação das veias situadas no pescoço.
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Parte prática 14
Vamos trabalhar o controle do ar em quatro processos técnicos:
1º Encher bem os pulmões antes de iniciar uma música e depois regular esse ar dentro dele, não
esbanjando o ar.
2º Respire sempre pelo nariz, sem fazer barulho exagerado.
3º Apoiar o ar que entra no organismo no diafragma (respiração diafragmática) e não nas costas
(respiração intercostal).
4º Fazer pressão subglótica, não permitido que o ar saia em excesso durante o canto.
AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO
Parte prática 15
Vamos então cantar as músicas do nosso repertorio procurando utilizar a respiração diafragmática e
sempre respirando pelo nariz sem fazer barulho exagerado: USE O DIAFRAGMA

Parabéns pra você ´ nesta data querida ´ muitas felicidades muitos anos de vida.
AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO

O APARELHO VOCAL

6 A voz humana é produzida pela vibração do ar expiratório (que é expulso dos pulmões pelo
diafragma) e que passa pelas cordas vocais (por nosso comando neural, por meio de ajustes
musculares, faz pressões de diferentes graus na região abaixo das pregas vocais, fazendo-as vibrarem). Vai
sendo modificada e os sons vão sendo articulados (vogais e consoantes) modificados principalmente pela
boca, lábios, língua, e ainda pelo nariz – sim, pelo nariz! Fazem a onda sonora que vai atingir a cóclea do

6
ouvinte. Aí é que a voz é ouvida. Esse mecanismo se assemelha ao balão, quando o esvaziamos apertando sua
"boca", provocando um ruído agudo, fruto da vibração da borracha. Ela é uma característica humana
intimamente relacionada com a necessidade do homem de se agrupar e se comunicar. É também produto da
nossa evolução, um trabalho em conjunto do sistema nervoso, respiratório e digestivo, e de músculos,

5
ligamentos e ossos, harmoniosamente atuando para que se possa obter uma emissão eficiente. É importante
sabermos que as pregas vocais (ou cordas vocais), que são dois pares de músculos que, primordialmente, não
foram feitos para o uso da voz. Esta foi uma função na qual a laringe (local onde se encontram as pregas
vocais) se especializou. Mas estes músculos foram desenvolvidos, em primeiro lugar para as funções de

7
respiração, alimentação e esfincteriana.
As pregas vocais
Situadas no interior da laringe, se constituem em um tecido esticado com duas pregas. O ar da
respiração passa sempre pela glote, pela laringe e as pregas vocais. Estando relaxadas, não produzem qualquer
som, pois o ar passa entre elas sem vibrar. Para isso, a fenda permanece aberta em forma de v; no entanto,

4
para a formação dos sons, este espaço se estreita e comprime o ar expirado. Desta forma, as cordas vocais
vibram e o som é produzido. O tom dos sons depende de inúmeros fatores. O tom agudo é conseguido
mediante a tensão das pregas vocais, como acontece com a corda de um violão. Quanto mais curtas e
esticadas estiverem, mais rápidas e breves serão as vibrações, o que origina um tom mais agudo. As pregas

3
longas e frouxas proporcionam vibrações longas e lentas e, portanto, os tons graves. A intensidade do som
depende da pressão com que o ar é liberado para o exterior através da glote. Ela será mais alta ou mais baixa
de acordo com a pressão do ar. O tom e a intensidade do som podem variar voluntariamente. O que não se
pode modificar é o timbre próprio de cada pessoa, pois está definido pela intensidade, pelo comprimento e
pela qualidade vibratória das pregas vocais. As mulheres têm pregas vocais de 1,5 a 1,8cm de comprimento,
que oscilam umas 250 vezes por segundo. Nos homens, medem cerca de 2 cm e vibram 100 vezes menos; por
isso, o seu tom é mais grave. Para que os sons produzidos mediante o ar e as pregas vocais possam se
converter em linguagem inteligível, são necessários lábios, dentes, língua e palato, que formarão uma
sonoridade diferenciada em sílabas e palavras. Com exercícios apropriados, praticados sob a supervisão de um
foniatra, as pessoas cuja laringe tenha sido extirpada podem aprender a falar de novo, por meio de um
aparelho que, aplicado à abertura da traquéia, eleva, quando necessário, o tom da voz, tornando-a facilmente
audível. (vide figura 17 – galeria de imagens)

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Parte prática 16
Lábios
A musculatura do lábio é indispensável para a fala ou canto. Junto com a língua, os dentes e a
faringe, os lábios produzem, com a passagem do ar através das cordas vocais na laringe, os tons que
configuram vocábulos inteligíveis. Por exemplo, para pronunciar o b, o m, e o p, a intervenção dos lábios é
imprescindível.
Então ABRA BEM A BOCA (OVAL) AO EMITIR AS NOTAS.
Parte prática 17
Língua
É o órgão principal para uma perfeita articulação. A língua deverá ficar livre, se movimentando
entre a arcada dentária inferior e o véu palatino (céu da boca). Obs.: a dicção é importantíssima; somente
alguém compreenderá o que estamos cantando, se tivermos uma boa dicção vocal.
Então VAMOS CANTAR COM A LÍNGUA COLADA NO CHÃO DA BOCA. E DEPOIS FAZER
OS EXERCÍCIOS DE DICÇÃO.

DICÇÃO

7 É a maneira correta de articularmos e pronunciarmos o som. Quem não tem boa dicção,
automaticamente fala cerrado, até mesmo anasalado. Muitas vezes ouvimos alguém cantar
pronunciando assim: nós (nóis), voz (voiz), Jesus (Jesuis) etc., devemos observar o texto da música que
iremos cantar e aplicarmos um estudo sobre a dicção das palavras contidas nele.
A dicção é fundamental no canto e na oratória. A clareza é o instrumento de comunicação do cantor.

5 Para melhorar a dicção procure pronunciar bem as últimas sílabas das palavras: exagerando a
pronúncia no exercício, chegaremos depois ao equilíbrio. Exercite o pronunciar corretamente as vogais finais
das palavras.
Parte prática 18 –a
6 Pronuncie o som MMMMMMM até fazer vibrar a região dos lábios, acrescentando depois as vogais
a, e, i, o, u.

Para falarmos devidamente articulado é necessário observamos o seguinte:


 A língua deverá ficar livre, se movimentando entre a arcada dentária inferior e o véu palatino (céu da
boca). Um exercício que o ajudará a aplicar a articulação da língua corretamente é pronunciar o alfabeto
todo, procurando observar as articulações.
 as pronuncias do “R” de duas formas:
a). comumente usado como: ex. rato.
b). com sotaque russo: ex. rrrrato
 Inventar nomes de objetos, pessoas que exigem articulação, ai vai uma lista de exercícios de
articulação e dicção, faça estes exercícios pronunciando com clareza e exercitando bem os órgãos
fonoarticulatórios, depois, aplique-os nos exercícios anteriores de articulação, misturando a letra com as
notas para desenvolver bem sua articulação no canto.
Cada texto deve ser lido calmamente. Primeiro é preciso dizer corretamente aquilo que se lê. Num
segundo momento, depois de já se ler o texto com alguma segurança, deve-se tentar dar a entoação e o ritmo
que parecerem mais adequados para cada texto.
18 - b
1. (D) Dia dez de dezembro.
2. (C) Cristo, cruz e calvário.
3. (R) Amor, amor é amarrar.
4. (D) O diálogo do dia-a-dia. (FONÉTICA FECHADA - DI)
5. (R) Ria a Rita risadas ridículas.
6. (Q) Queres querida queijo curado.
7. (R) Rita ruaceira rumou para o rio.
8. (T) Um Tigre, dois Tigres, três Tigres.
9. (R) O rato roeu a roupa do rei de Roma.
10. (S) As suas saias cinzentas são sedosas.

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Série 2013 30
11. (P) O pintinho perdeu-se da pata patética.
12. (A) A arapuca do Aristeu ardeu na fogueira.
13. (M) O mafioso mordia-se de medo da máfia.
14. (T) O tiro certeiro acertou o cretino na certa.
15. (M) Mamava na mamãe a maninha magrinha.
16. (T) Três pratos de trigo para três tigres tristes.
17. (R) Assaltante, armou armadilha arquitetônica.
18. (G) O gato gatuno ganancioso grunhiu gracioso.
19. (M) Maria mantinha menina magrinha na mata cativa.
20. (M) Mordida e mórbida até a morte, mostrou-se Mara.
21. (O) O horário do horóscopo de hoje mudou de horário.
22. (R) O responsável pelo réu Raul rompeu o rigor da regra.
23. (T) Um tigre, dois tigres, três tigres, tire o trigo dos três tigres.
24. (R) O rato roeu a rolha da garrafa do Rei e da Rainha da Rússia.
25. (R) O original nunca se desoriginou e nem nunca se desoriginalizará.
AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO
18 - c
Vamos agora aplicar o tempo do metronomo nas frases passadas (acima) para aprendermos a
desenvolver a dinâmica ritmica. os pontos marcados são o ponto forte da frase e devem ser colocados no
primeirotempo do compasso.

18 - d
1. Essa pessoa assobia enquanto amassa, e assa a massa e faz paçoca.
2. O crime cometido por critério, como crítica cretino aumentou a crise.
3. Uma goiaba verdolenga quem desverdolengá-la um bom desverdolengador será.
4. Embaixo da pia tem um pinto que pia, quanto mais a pia pinga mais o pinto pia!
5. Debaixo daquela pipa tem um pinto, pia o pinto, pinga a pipa, a pipa pinga, o pinto pia.
6. Porco crespo tôco preto, pau preto, pão preto, onde digo digo, não digo digo, digo Diogo.
7. Sofia você sabia que o sábio não sabia que a sabiá não sabia que o saibá sabia a assobiar?
8. O menino deu trigo ao tigre, e o tigre comeu todo o trigo. Trazei três pratos de trigo para três tigres.
9. Sou um original que não se deseroginalisará, nem quando todos os originais estiverem desoriginalizados.
10. Em cima da sebe densa, papa a Pêga a fava seca. Porque papa a Pêga a fava e não papa a fava a Pêga?
11. Debaixo da Pipa está uma Pita. A Pipa pinga e a Pita pia. Pia a Pita pinga a pipa. Pinga a Pipa pia a Pita.
12. Sabendo o que sei e sabendo o que sabes e o que não sabes e o que não sabemos ambos, saberemos se
somos sábios ou simplesmente sabedores.
13. Um ninho de mafagafo com cinco mafagafinhos quem desmafagar o ninho do mafagafo, bom
desmafagafador será.
14. O desinquivincavacador das caravelarias desinquivincavacaria as cavidades que deveriam ser
desinquivincavacadas.
15. Num ninho de mafagafos, cinco mafagafinhos há! Quem os desmafagafizá-los, um bom desmafagafizador
será.
16. Se o Arcebispo de Constantinopla se quisesse desconstantinoplizar, só se desconstantinoplizaria se
Constantinolpla se desconstantinoplizasse.
17. A sábia não sabia que o sábio sabia que o sabiá sabia que o sábio não sabia que o sabiá não sabia que a
sábia não sabia que o sabiá sabia assobiar.
18. Achei um ninho de Mafalagrifa com cinco Mafalagrifofinhos. Quando a Mafalagrifa veio já os cinco
Mafalagrifofinhos tinham feito uma Mafalagrifofada.
19. O tempo perguntou pro tempo qual é o tempo que o tempo tem. O tempo respondeu pro tempo que não
tem tempo pra dizer pro tempo que o tempo do tempo é o tempo que o tempo tem.
20. Disseram que na minha rua tem paralelepípedo feito de paralelogramos. Seis paralelogramos tem um
paralelepípedo. Mil paralelepípedos têm uma paralelepipedovia. Uma paralelepipedovia tem mil
paralelogramos. Então uma paralelepipedovia é uma paralelogramolândia?

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Série 2013

21. Uma velha Firinfinfelha de marincuntelha com sua filha Firinfinfilha de maracutilha. Foram ao circo
Firinfinfirco de marincuncirco. A filha Finrinfinfilha de marincuntilha gostou do palhaço Finrifinfaço de
marincuntaço./ Mas a velha Finrinfinfelha de marincuntelha deu um fiasco Firinfinfasco de maricuntaço
pegando na filha Firinfinfilha de marincuntilha, quebrou-lhe o braço Firinfinfanço de marincuntaço.
22. Perlustrando patética petição produzida pela postulante, prevemos possibilidade para pervencê-la
porquanto perecem pressupostos primários permissíveis para propugnar pelo presente pleito, pois
prejulgamos pugna pretárita perfeitíssima.
23. Não confunda ornitorrinco com otorrinolaringologista, ornitorrinco com ornitologista, ornitologista com
otorrinolaringologista, porque ornitorrinco é ornitorrinco, ornitologista é ornitologista, e
otorrinolaringologista é otorrinolaringologista.
24. Qual é o doce que é mais doce que o doce de batata doce? Respondi que o doce que é mais doce que o
doce de batata doce é o doce que é feito com o doce do doce de batata doce.

A letra vesus a melodia


Uma música está sendo referida como tal a partir do momento em que a combinação melodia e ritmo
e até mesmo harmonia são executados. A letra não faz parte integral da canção, mas sim é a expressão verbal
desta. Uma mesma melodia pode ser cantanda em vários idiomas com letras diferentes (vide parabéns pra
você), e pode até ser alterada como versão utilizando somente sua forma melódica.

Versificação e seus elementos


Ritmo
O ritmo do poema é a sucessão de sons fortes (sílabas tônicas) e sons fracos (sílabas átonas), repetidas
com intervalos regulares ou variados que dão musicalidade (melodia) ao poema.
No poema, as pausas existem não necessariamente através de sinais de pontuação, mas as palavras provocam
a melodia e, o ritmo é determinado por elas e pela sequência de sons.
A distribuição das sílabas átonas e tônicas e o tamanho do verso determinam o seu ritmo. E para medi-lo é
necessário observar a quantidade e a intensidade das sílabas.
Metrificação
A metrificação é o estudo da medida dos versos, geralmente em poemas. Fazer a contagem das sílabas
poéticas ou sílabas dos versos chama-se escansão. As sílabas dos versos são sonoras e sua contagem é feita de
maneira auditiva, diferente, portanto, da contagem gramatical que considera o número de sílabas gráficas.
Sílabas gramaticais
"Ah!/Quem/ há/ de/ ex/pri/mir/, al/ma/ im/po/nen/te/ e/ es/cra/va" (Olavo Bilac) - 17 sílabas gramaticais.
Sílabas poéticas
"Ah!/ Quem/ há d/e ex/pri/mir/,al/ma im/po/nen/te /e es/cra/va" (Olavo Bilac) - 13 sílabas poéticas.

Na contagem de sílabas poéticas, as palavras estão ligadas umas às outras mais intimamente, é o que
confere ao texto o ritmo e a melodia próprios dos versos.
 O encontro entre duas vogais iguais é chamado de crase.
 O encontro entre duas vogais diferentes é chamado de elisão.
 As sílabas são contadas até a última sílaba tônica do verso.
A métrica
Paralelamente ao ritmo em um poema, encontramos a métrica. Alguns confundem os dois fundamentos em
um único, ou seja, a métrica. Porém acima da métrica está o ritmo. Um poema de versos livres não obedece a
métrica. Mas, para que seja agradável, deve ter em sua construção um ritmo, que pode ser constante e de fácil
percepção, ou apenas inserido nos versos, para enfatizar a poesia. Ao contrário, um verso que obedece
metricamente ao número de sílabas esperado nem sempre soa agradável, em função da posição das sílabas
tônicas.
Na maioria dos poemas metrificados, os versos variam de 4 a 12 sílabas. Todos têm suas denominações.
Alguns deles têm denominação própria.
Nomenclatura:
4 sílabas: tetrassílabo;
5 sílabas: pentassílabo - redondilha menor;
6 sílabas: hexassílabo;

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Série 2013 32
7 sílabas: heptassílabo - redondilha maior ou - simplesmente - redondilha;
8 sílabas: octossílabo;
9 sílabas: eneassílabo;
10 sílabas: decassílabo; de acordo com o ritmo, pode ser chamado: verso heróico: tônicas nas posições 6 e 10,
podendo ter subtônicas na posisção 2 e/ou 4; verso sáfico: tônicas nas posições 4, 8 e 10; gaita galega: tônicas
nas posições 4, 7 e 10; martelo agalopado: tônicas nas posições 3, 6 e 10; pentâmetro iámbico: tônicas em
todas as sílabas pares;
11 sílabas: hendecassílabo; com tônicas nas posições 2, 5, 8 e 11, é chamado de galope à beira-mar;
12 sílabas: dodecassílabo; se tem tônica nas posições 6 e 12 e apresenta cesura na sexta sílaba, é chamado
de alexandrino.
Acima de 12 sílabas, o verso é chamado de bárbaro.

Métrica e ritmo
A união da métrica com o ritmo apresenta formas características já difundidas e que têm denominação própria.

O verso decassílabo que tem a tonicidade na sexta e na décima sílabas chama-se versoheróico. Ele geralmente
apresenta outra sílaba tônica, a segunda ou quarta
Ex:
Parei na contramão, não me dei conta;
andei de madrugada, andei no escuro,
ainda não sei bem o que procuro,
ainda não sei mesmo se isso é bom.
(“Angústia” – Paulo Camelo)

Chamam-se versos sáficos os decassílabos com tônica na quarta, oitava e décima sílabas.
Ex:
E o nosso mundo se transforma em mero
amontoado de desilusões,
de habeas-corpus, alvarás, prisões
e não prisões, sambas-canções, boleros,
...
(“Omissão” – Paulo Camelo)

Uma forma que mistura heróico e sáfico é o pentâmetro iâmbico. Ele apresenta alternadamente uma sílaba
breve e uma longa, fazendo marcação na segunda, quarta, sexta, oitava e décima sílabas.

Há uma variação de verso heróico, utilizada comumente pelos cantadores nordestinos, que se chama martelo
agalopado. Tem a marcação tônica na terceira, sexta e décima sílabas.
Ex:
Madrugada, inda noite, a Estrela Dalva
a brilhar como sol no firmamento...
Eu parei no portão por um momento
e voltei caminhar sem mais ressalva.
A saudade cravou-me o seu punhal,
vacilei, mas voltei a retomar
a dorida jornada para o mar
sem vontade, talvez, de completá-la.
Eu deixei minha rede lá na sala
e parti com vontade de voltar.
(“Velha rede” – Paulo Camelo)

Os hendecassílabos (versos com 11 sílabas) mais usuais são formados por um iambo e três anapestos
(marcação tônica nas sílabas 2, 5, 8 e 11) e têm a denominação de “galope à beira-mar”, quando são utilizados
em poemas de mesmo nome, que sempre formam a rima e terminam com “galope à beira do mar” ou alguma

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variação desta expressão.


Ex:
Cantor das coivaras queimando o horizonte,
das brancas raízes expostas à lua,
da pedra alvejada, da laje tão nua
guardando o silêncio da noite no monte.
Cantor do lamento da água da fonte
que desce ao açude e lá fica a teimar
com o sol e com o vento, até se finar
no último adejo da asa sedenta,
que busca salvar-se da morte e inventa
cantigas de adeuses na beira do mar.
(“Galope à beira-mar” – Luciano Maia)

Os versos dodecassílabos que têm uma cesura na sexta sílaba, separando-os em duas partes iguais, ou
hemistíquios, chamam-se versos alexandrinos.
Ex:
Os cometas de lava, a cortar a tormenta;
antemanhãs de sombra antecipando o Agora:
em presságios de fuga, a tudo se acrescenta
esse magoado olhar de quem se vai embora.
(“Imagens do adeus a Brasília” – Waldemar Lopes)

É bom lembrar que nem todo verso dodecassílabo é alexandrino. Para isso há a necessidade da sexta sílaba
tônica.
Alguns dodecassílabos, no entanto, têm sílabas tônicas nas posições 4, 8 e 12. São, obviamente,
dodecassílabos, mas não são alexandrinos.
Ex:
De manhãzinha, quando eu sigo pela estrada,
minha boiada pra invernada eu vou levar.
São dez cabeças, muito pouco, é quase nada,
mas não há outras mais bonitas no lugar.
("Boiadeiro", Armando Cavalcanti - Klécius Caldas)

Prevalência do ritmo
A métrica é utilizada na construção poética tendo-se sempre por meta e fim o ritmo. Muitos, por conta disso,
dão valor ortodoxo à métrica. No que não estão errados. Porém há casos em que o ritmo sobrepuja a métrica.
Quando o ritmo do conjunto se impõe sobre o ritmo individual do verso, encontramos a sílaba átona de
paroxítono final se unindo à vogal da primeira sílaba do verso seguinte, compondo um todo e não partes
individualizadas do todo.
Poemas cantados (como o martelo agalopado) carecem muito mais desse ritmo holístico, para que o cantador
não quebre, ao fim de cada verso - ou de um ou outro verso – o ritmo cadenciado e forte do martelo. Nada
impede, no entanto, que se persiga este conjunto rítmico em todo o poema. Há que se entender, também, que o
ritmo deve permitir a inspiração entre a pronúncia de algumas sílabas, para que o declamador do poema não se
precipite ou perca a respiração, prejudicando, a apresentação.
Em alguns poemas podemos encontrar – vez ou outra – um verso com uma sílaba a menos ou a mais. Produto
da ação descuidada ou proposital do poeta, esse verso muitas vezes está ali cumprindo um papel de manter o
ritmo do conjunto. Visto isoladamente, notamos sua suposta anomalia. Porém, no conjunto, ele passa
despercebido aos olhos menos aguçados, e é realçado aos de um cultor do ritmo.
Ex:
Estava à toa na vida,
o meu amor me chamou
pra ver a banda passar
cantando coisas de amor.
A minha gente sofrida

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despediu-se da dor
pra ver a banda passar
cantando coisas de amor.
(“A banda” – Chico Buarque de Hollanda)

Exemplo forte de prevalência do ritmo sobre a métrica é o poema ritmado denominado Rap, onde a métrica
não tem nenhuma importância. Apenas o ritmo. O Rap, apesar de ser declamado, comporta-se como se fosse
musicado. É, talvez, o exemplo mais marcante da ascendência da música sobre o poema.
Ex:
Deixe que digam,
que pensem, que falem,
deixe isso pra lá,
vem pra cá, que é que tem?
Eu não estou fazendo nada,
você também...
Faz mal bater um papo
assim gostoso com alguém?
(“Deixe isso pra lá” –Alberto Paz e Edson Menezes)

A exemplo do rap, outros poemas se regem simplesmente pelo ritmo, e a métrica é mero acidente. Incluem-se
nesse caso os poemas de verso livre e outros em que há um ritmo predominantemente forte, como nos versos
anapésticos.
Ex:
Canoro canário, a cantar saltitante
em brilhante gaiola, pareces feliz,
mas diz o teu canto, enquanto saltitas
e evitas mostrar neste pranto cantante,

que o teu sibilar não é canto de paz,


é bem mais canto triste, de perda, de dor,
é amor que se esvai em total desespero
por ver o teu mundo da grade pra trás.
(“Canto de dor” – Paulo Camelo)

Encadeamento
Quando o verso não finaliza justamente com um segmento sintático, ocorre o encadeamento, que é a
continuação do sentido de um verso no verso seguinte.
Verso
O verso é cada "linha" do poema. Os versos são classificados de acordo com o número de sílabas
poéticas que possuem:
 Verso monossílabo: 1 sílaba poética.
 Verso dissílabo: 2 sílabas poéticas.
 Verso trissílabo: 3 sílabas poéticas.
 Verso tetrassílabo: 4 sílabas poéticas.
 Verso pentassílabo ou redondilha menor: 5 sílabas poéticas.
 Verso hexassílabo ou heroico quebrado: 6 sílabas poéticas.
 Verso heptassílabo ou redondilha maior: 7 sílabas poéticas.
 Verso octossílabo: 8 sílabas poéticas.
 Verso eneassílabo: 9 sílabas poéticas.
 Verso decassílabo ou heroico: 10 sílabas poéticas.
 Verso hendecassílabo: 11 sílabas poéticas.
 Verso dodecassílabo ou alexandrino: 12 sílabas poéticas.
 Verso bárbaro: 13 ou mais silabas poéticas.

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Forma
O estudo da forma identifica a disposição dos versos ao longo do poema e como tal estabelece a
natureza e o tom do mesmo.

O pé é a unidade rítmica do poema.


Antigamente, o poeta recitava seus poemas acompanhado de lira ou marcando o ritmo com o pé, de onde lhe
veio o nome.

Pés básicos
Os tipos básicos de pé, mais freqüentes, são:
 Troqueu ou Coreu: pé formado por uma sílaba longa (tônica) e uma breve (átona): porta;
 Jambo ou Iambo: pé formado por uma sílaba átona e uma tônica: portão;
 Dátilo: pé formado por uma sílaba tônica e duas átonas: pétala;
 Anapesto: pé formado por duas sílabas átonas e uma tônica: coração.

Pés compostos
A partir dos pés básicos, são construídos e conhecidos os pés compostos, ou metros, que são
elementos estruturais criados pela junção de mais de um pé ou formações complexas.
São eles:
 Espondeu:
É um Pé de Verso, ou Metro, com quatro tempos (pé quaternário), que tem o primeiro deles fraco,
seguido de dois fortes, seguidos de outro fraco – uma sílaba átona, seguida de duas tônicas, seguidas
de outra átona. Normalmente, na poesia latina, esse pé surge mais com o nome de Efeito Espondaico,
como resultante da soma de dois outros pés em sequência, que juntem duas sílabas
tônicas em tempos imediatos. Exemplos:
Mas eis / que che ga-a / Ro da / Vi va – > jambo-anapesto-coreu-coreu.

O verso acima é um exemplo do Efeito Espondaico.

So nhei tu do-o / que an / tes não / vi vi /


Por que nun ca / eu de / ci di / mu dar /

á estes dois abaixo iniciam com o pé Espondeu seguido de 3 Jambos.

 Molosso: três sílabas longas;


 Dispondeu: quatro sílabas longas (dois espondeus);
 Díbraco ou Pirríquio: formado por duas sílabas breves;
 Tríbraco: três sílabas breves;
 Proceleusmático: quatro sílabas breves;
 Báquio: uma sílaba breve e duas longas;
 Antibáquio ou Palimbáquio: duas sílabas longas e uma breve;
 Jônico duas sílabas longas e duas breves;
 Anfímacro ou Crético: uma sílaba breve entre duas longas;
 Anfíbraco: formado por uma sílaba longa entre duas breves;
 Coriambo: metro formado pela junção de um Coreu (ou Troqueu) e um Iambo;
 Antispasto: formado pela junção de um Iambo e um Troqueu;
 Dócmio: junção de um Iambo e um Crético;
 Hipodócmio: junção de um Troqueu e um Crético;
 Peônio: formado por uma sílaba longa e três breves, podendo a sílaba longa aparecer em qualquer das
4 posições, sendo chamado de Peônio de primeira, segunda, terceira ou quarta;

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 Epitrito: formado por uma sílaba breve e três longas, podendo a sílaba breve aparecer em qualquer das
4 posições, a exemplo do Peônio.
[editar]Redondilha
O Heptassílabo, ou Redondilha maior, apresenta sílabas tônicas em posições variadas. Assim, essas sílabas
tônicas podem aparecer com o seguinte arranjo:
2, 4, 7;
2, 5, 7;
3, 5, 7;
4, 7;
3, 7.
A primeira e a sexta sílabas devem sempre ser breves ou átonas, para que o ritmo seja agradável. A tonicidade
caindo em uma dessas posições modifica o ritmo, formando o que se denomina "verso de pé quebrado".
[editar]Decassílabo
Heróico
Apresenta obrigatoriamente sílabas tônicas nas posições 6 e 10. Uma outra sílaba tônica (ou mais de uma)
pode aparecer na posição 2 ou 4.
Sáfico
Apresenta sílabas tônicas obrigatoriamente nas posições 4, 8 e 10.
Obs.
Os poemas com versos decassílabos em muitas ocasiões misturam os ritmos heróico e sáficos em uma mesma
estrofe. Longe de quebrar esse ritmo, a sua composição assim mista se complementa.
Ex:
"Feixes de prata sobre a minha fronte,
Calças de chumbo pesam-me nos passos,
Olhando os campos, vejo os vultos baços,
Cuja paisagem perco no horizonte.
(“Meu tempo” – Carlos Severiano Cavalcanti)
Pentâmetro iâmbico
Apresenta tonicidade em todas as sílabas pares, ou seja, é a junção de cinco iambos. Na prática, é a mistura do
ritmo sáfico com o heróico.
Martelo agalopado
É uma variação do verso heróico. Caracteriza-se por apresentar sílabas tônicas nas posições 3, 6 e 10, ritmo
em galope, característico dos versos compostos por anapestos.
É composto por dois anapestos e um peônio de quarta, ou por dois anapestos e dois iambos. Neste caso,
apresenta também tônica na posição 8.
Gaita galega
Também chamada Moinheira[2], é o decassílabo que apresenta sílabas tônicas nas posições 4, 7 e 10.
De rara apresentação nos poemas latinos, aparece, no entanto, algumas vezes em letras de música.
Ex:
"Deixa a cidade, formosa morena,
linda pequena, e volta ao sertão,
beber da água da fonte que canta,
que se levanta no meio do chão."
("Chuá-chuá" - Pedro de Sá Pereira e Ary Machado)
Hendecassílabo
O verso hendecassílabo tem esquema rítmico quase uniforme. Sua forma mais utilizada (entre os cantadores
do Nordeste do Brasil), é o Galope à beira-mar. Caracteriza-se por apresentar as sílabas tônicas nas posições
2, 5, 8 e 11. É formado por um iambo e 3 anapestos.
Dodecassílabo
Nos versos dodecassílabos sobressaem-se dois ritmos:
Trímetro peônico
Caracteriza-se por apresentar sílabas tônicas nas posições 4, 8 e 12, numa junção de 3 peônios de quarta.
Ex:
"De manhãzinha, quando eu sigo pela estrada,

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minha boiada pra invernada eu vou levar.


São dez cabeças, muito pouco, é quase nada,
mas não tem outras mais bonitas no lugar."
(“Boiadeiro” – Armando Cavalcanti – Klécius Caldas)
Alexandrino
Utilizado por sonetistas, que lhe dão preferência depois dos decassílabos.
Caracteriza-se por apresentar uma divisão ao meio, a cesura, mostrando dois hemistíquios, ou seja, o verso
dodecassílabo pode ser dividido em dois hexassílabos. Tem sílabas tônicas nas posições 6 e 12,
obrigatoriamente.
Cada hemistíquio, por sua parte, pode apresentar tônicas nas posições 3 e 6, ou 4 e 6, ou 2 e 6, ou ainda 2, 4 e
6. A interação rítmica entre os dois hemistíquios é que vai dar maior ou menor beleza ao alexandrino. Ex:
"Vento vai... vento vem... sou escravo do vento,
ansioso que sou pr’encontrar meu amor.
Corro solto e veloz, onde esteja, onde for,
à procura de quem me emprestou sentimento
...
("Ao açoite do vento" - Paulo Camelo)
[editar]Prevalência do ritmo

A métrica é utilizada na construção poética tendo-se sempre por meta e fim o ritmo.
Muitos, por conta disso, dão valor ortodoxo à métrica. No que não estão errados, se puderem considerar
formas métricas menos regulares como portadoras de métrica, pelo simples fato de possuírem ritmo. Há casos
em que o ritmo sobrepuja a métrica.
Quando o ritmo do conjunto se impõe sobre o ritmo individual do verso, podemos encontrar poemas com
métrica variada, onde a sílaba átona de paroxítono final pode se unir à vogal da primeira sílaba do verso
seguinte, compondo um todo e não partes individualizadas do todo.
Poemas cantados (como o martelo agalopado) carecem muito mais desse ritmo holístico, para que o cantador
não quebre, ao fim de cada verso - ou de um ou outro verso – o ritmo cadenciado e forte do martelo.
Há que se entender, também, que o ritmo deve permitir a inspiração entre a pronúncia de algumas sílabas, para
que o declamador do poema não se precipite ou perca a respiração, prejudicando a apresentação.
O poeta norte-americano Allen Ginsberg cria o conceito de "fôlego", retirado de suas leituras dos versículos
bíblicos, que como bem demonstra o poeta, linguista e tradutor da Bíblia Henri Meschonnic, determinada seu
ritmo pela respiração. por outro lado, poemas de Ginsberg como Howl (Uivo), são formados por "versos"
intermináveis, que mais se assemelham na página à parágrafos, num ritmo alucinante, onde poderíamos perder
facilmente o fôlego, caso não encontremos o ponto exato de inspirar na tentiva de nos atermos à noção de
verso em uma leitura em voz alta.
Em alguns poemas podemos encontrar – vez ou outra – um verso com uma sílaba a menos ou a mais. Produto
da ação descuidada ou proposital do poeta, esse verso muitas vezes está ali cumprindo um papel de manter o
ritmo do conjunto. Visto isoladamente, notamos sua suposta anomalia. Porém, no conjunto, ele passa
despercebido aos olhos menos aguçados, e é realçado aos de um cultor do ritmo.
Exemplo
"Estava à toa na vida,
o meu amor me chamou
pra ver a banda passar
cantando coisas de amor.
A minha gente sofrida
despediu-se da dor
pra ver a banda passar
cantando coisas de amor."
(“A banda” – Chico Buarque de Hollanda)
Neste exemplo, um poema em redondilhas, encontramos o sexto verso com apenas 6 sílabas métricas. No
entanto, seu declamar (e seu cantar) demonstra ser ritmicamente uma redondilha, com a utilização da sílaba
átona restante do verso anterior.
Casos há, ainda, em que uma sílaba átona de um verso suprassilábico toma seu lugar como sílaba átona
restante do verso anterior. Esta sílaba, conhecida como anacrusa, ao ser colocada em sua posição na

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declamação ou no canto, restabelece a métrica rítmica.

Exemplo
"Eu vou mostrar pra vocês
como se dança o baião
e quem quiser aprender
é favor prestar atenção."
(“Baião” – Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)
[editar]Rap
Exemplo forte de prevalência do ritmo sobre a métrica é o poema ritmado denominado Rap, onde a métrica
não tem nenhuma importância. Apenas o ritmo. Apesar de ser declamado, o Rap comporta-se como se fosse
musicado, marcado por uma percussão. É, talvez, o exemplo mais marcante da ascendência da música sobre o
poema, embora não exista diferença, a princípio, entre a origem do conceito de "pés" e a idéia da fala estar
acompanhada por qualquer outra marcação rítmica.
Também se aproximam desta maneira de produzir ritmo o blues e muitos tipos de "repentes" brasileiros.
A poesia de Walt Whitman também demonstra, como na Ode triunfal de Fernando Pessoa, de estilo
semelhante à poesia do norte-americano a inexistência da métrica.
O que ocorre nestes poemas, é que há uma prevalência de ritmos naturais da fala sobre os ritmos mais
musicais ou metrificados, enquanto em outras obras poéticas é possível uma mescla de todos estes tipos de
ritmos.
Exemplo do RAP
"Deixe que digam,
que pensem, que falem,
deixe isso pra lá,
vem pra cá, que é que tem?
Eu não estou fazendo nada,
você também...
Faz mal bater um papo
assim gostoso com alguém?"
(“Deixe isso pra lá” – Alberto Paz e Edson Menezes)
Verso anapéstico
O verso anapéstico é o verso ritmado apenas por anapestos, embora a métrica nem sempre se apresente assim.
Nesses casos, podemos encontrar no poema sílabas mudas, silêncios ou pausas, como os há na música, que
mantêm o ritmo de anapesto em todo o poema. Encontramos, também, a transposição de sílabas átonas para o
verso imediatamente anterior ou posterior, para a manutenção do ritmo.
Poemas assim ritmados apresentam misturas de métricas, como hendecassílabos e dodecassílabos
alexandrinos, em uma mesma estrofe e em seu todo.

Sistemas de versificação
Greco-Latina
O verso Greco-Latino é formado por pés em que se alternam sílabas longas e breves podendo o pé
ser Troqueu, Dátilo ou Peônio dependendo de sua composição.

Neo-Latina
Nas línguas neo-latinas a contagem dos versos não se dá pelo número de pés, mas sim pelo número de
sílabas fonéticas.

Portuguesa
Na língua portuguesa o sistema versificatório conta as sílabas poéticas até a última tônica.

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Vamos agora utilizar os sofejos para sonorizar as frases de dicção seguindo o exemplo abaixo:
a) Separe em escansão as frases de dicção
Vamos a um exemplo
Di-a dez de de-zem-bro. Quantas silabas? 7. Faça isso com outras frases.

b) Coloque o primeiro solfejo na primeira frase e faça nesta ordem as outras frases, sonorizando
cada uma delas.
Exemplo:
Di- a dez de de- zem- bro
Ré ---------X-----------X------------------------------------------------------
Dó X--------------X------------X---X----X-------------------------------------

Neste caso pegamos a ultima nota e repetimos as silabas no ultimo tom fazendo assim um
tipod e portamento vocal.

Tônicas da composição

O primeiro passo é escrever uma música qualquer em um papel. Agora ache o ponto mais forte das
frases.

Exemplo: Parabéns pra você nesta da-ta querida muitas fe-licida-des muitos a-nos de vida

Nesta hora algum espertinho vai falar assim isso é o ponto forte, ponto fraco da música! Mais tarde
entenderemos melhor, mas vamos chamá-lo por agora de ponto musical. Achando-o na composição iremos,
nas partes negritadas, colocar a maior acentuação que dispomos.

c) Ache o ponto tonico das frases

Vibrato Vocal
A técnica denominada vibrato (expressão de origem italiana, literalmente traduzida como vibrado)
consiste na oscilação de uma nota através da vibração do diafragma. A voz humana tem um vibrato natural.
Este vibrato está frequentemente ausente em cantores não treinados - aparecendo só durante o treino - mas é
natural no sentido em que ele emerge sem ser ensinado explicitamente e não é causado pela variação
deliberada do passo e também no sentido em que cantar sem o vibrato natural é relativamente cansativo para a
voz (causando rouquidão). Um vocalista treinado pode deliberadamente alterar ou suprimir o vibrato natural
para razões artísticas.

d) Coloque vibrado no final de cada frase montada

AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO

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Série 2013 40
COORDENAÇÃO RÍTMICA
Ritmo é a combinação de valores dos tempos das notas e pausas, que é o que define não somente o

8 tempo de execução numa composição, mas também outros fatores como até o estilo em que se
apresenta o cantor. Quanto ao ritmo, é importante lembrar que as duas características musicais –
melodia e harmonia não funcionam sem um padrão ritmo, ou seja, se você entoa uma nota sem ter uma pausa
e posteriormente outra nota, ela ficará intermitente. Soará sem nunca se findar, já que não existe pausa. Então

7
o ritmo é mais do que uma característica, mas a própria estrutura fundamental da música. É através do ritmo
(notas e pausas) que organizaremos os sons. Ao analisar a estrutura rítmica, você notará que numa
composição as pausas (espaço silencioso) são mais importantes do que os sons, ou no mínimo tão importante
quanto.

5 Para treinar a coordenação rítmica, ou seja, como conseguimos identificar os tempos de notas,
faremos exercícios que nos darão base para tal utilizando os batidos e os estalos dos dedos. Na música sempre
existirá tempos mais fortes e fracos que outros. Essa dinâmica irá definir o tempo de uma composição em
relação ao compasso, ou seja, se o tempo forte bate, e depois bate um tempo fraco e posteriormente bate um
tempo forte teremos então um compasso de 2 tempos forte, fraco. Veja abaixo:

6
O Compasso
Definição
A Música é toda dividida em compassos, possui um determinado numero de tempos. É uma seqüência de
tempos ordenados de diversas durações.
Usamos o metrônomo para medir o compasso.
O tempo
São movimentos que fixam a duração absoluta dos valores, podem ser acentuações fortes ou fracas.

Classificação dos compassos


Quanto ao numero de tempos:
COMPASSO ABRANGE PROPORÇÃO RITMOS
Binário 2 tempos 1º tempo forte Country
2º tempo fraco Marcha, Baião
Ternário 3 tempos 1º tempo forte Valsa, etc.

Quaternário 4 tempo 1º tempo forte Rock, Soul,pop


2º tempo fraco etc.
3º tempo ½ forte
4º tempo fraco

Percepção musical para Ritmo


Quando você estiver no 2º período aprenderá mais detalhamentos e com toda a técnica suficiente,
noções sobre ritmo e suas intermináveis variações. No momento somente através da observação e percepção
você poderá reproduzir vários ritmos sem se preocupar com toda instrução técnica que esse tema envolve.
Observe o que o seu instrutor irá lhe mostrar, e se concentre o máximo em fazer – igual - ao que foi passado.
Com um pouco de paciência você conseguirá logo, logo interpretar vários ritmos com sua voz.

Parte prática 20 - a
Exemplo com palmas e estralos: nomenclatura - Palmas= P (tempo forte), estralos com as duas mãos= S
(tempo ½ forte), estralos com uma mão= E (tempo fraco)

a) Binário 1 2 b) Ternário 1 2 3
P E P E E

b) Quaternário 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 5 6 7 8
P E S E P E E P P S P P E P P S P P

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Parte prática 20 - b
Transforme as batidas em palavras:

Vogal U para forte, vogal A para meio forte, vogal I para fraco.
Vamos montar frases com isso.

Parte prática 20 - c
Vamos colocar agora notas dentro dos compassos utilizando os solfejos 3 no final do manual.

9 DESENVOLTURA MELÓDICA
Toda matéria que você estudou até aqui serviu para lhe dar base musical para cantar as músicas que
você gosta. Mas o seu conhecimento musical hoje vai muito além. Convivendo com os solfejos apresentados
neste manual você descobriu que existem diferentes alturas de acordo com a nota emitida e que isso interfere
quando cantamos ou solamos um instrumento. Essa percepção musical adquirida será maior com o tempo e
esse capitulo não será desenvolvido em pouco tempo. Dedique–se o máximo em aprender como se faz e a
partir daí com o decorrer do segundo período você será capaz de arranjar qualquer música sozinho.
Percepção Musical para solos Melódicos - Os solos são trechos musicais executados por uma só voz
ou um só instrumento. No caso do canto esse somente será melódico; quando instrumental, poderá ser
executada de acordo com o instrumento – duas ou mais notas ao mesmo tempo tornando-se então harmônico.
Para que isso ocorra com a voz deve-se então ter mais de uma pessoa cantando ao mesmo tempo e em notação
diferente.
O Solo é uma seqüência de notas que reproduz a parte expressa da música. A parte expressa é a parte
cantada da música. Mesmo em uma música instrumental -- sem voz --, a melodia se destaca por ser a essência
musical. Imagine qualquer música e repare que a voz faz variação de tonalidade; baixo e alto, fino e grosso. É
a relação grave-agudo. Geralmente, cada sílaba cantada é uma nota e quando alteramos a voz, estaremos
alterando a nota. Como já dissemos, a variação da voz também altera a nota. Analisando esse verso
abaixo exemplificado (Parabéns pra você), notamos que as duas primeiras sílabas PA e RA permaneceram na
mesma altura, o que implica que são duas notas iguais. A seguinte, (BENS), sofre uma alteração para mais
alta (aguda), logo a nota também sobe. Desse modo, as notas sobem e descem conforme a voz. Esse é o
sentido da música; a variação de tonalidades pela relação grave-agudo. O ouvido deve ser bem treinado para
diferenciar as notas. Só não confunda volume com tonalidade. O primeiro diz respeito à potência do som,
independente da tonalidade ser grave ou aguda. O primeiro passo para se executar o solo de uma música e
saber com toda certeza a escala melódica do instrumento, pois e nela que as melodias serão executadas.
O segundo passo e conhecer a melodia que irá solar isso se dará com bastante treino e o meio mais
fácil de fazê-lo e pela partitura que indica onde ficaram as notas de acordo com melodia. Veja o gráfico da
voz:

Ai vão as listas de escalas:

TOM GRAU 1 2 3 4 5 6 7 8
A B C# D E F# G# A
A
F#m F# G# A B C# D E F#
B B C# D# E F# G# A# B
G#m G# A# B C# D# E F# G#
C C D E F G A B C
Am A B C D E F G C

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Instituto Cultural GUTO FERNANDES
Série 2013 42
D D E F# G A B C# D
Bm B C# D E F# G A B
E E F# G# A B C# D# E
C#m C# D# E F# G# A B C#
F F G A Bb C D E F
Dm D E F G A Bb C D
G G A B C D E F# G
Em E F# G A B C D E
A# A# C D D# F G A A#
Gm G# A A# C D D# F G#
C# C# D# F F# G# A# C C#
A#m A# C C# D# F F# G# A
D# D# F G G# A# C D D#
Cm C D D# F G G# A# C
F# F# G# A# B C# D# F F#
D#m D# F F# G# A$ B C# D#
G# G# A# C C# D# F G G#
Fm F G G# A# C C# D# F
E muito comum também cantar a melodia de música sem a letra (vocalizando) para introduzi-las ou como
arranjos entre as variações do coro. De qualquer modo, os arranjos vocais (firulas) são próprios para pessoas
de bastantes criatividades e com um sentido musical bem apurado será mais fácil elaborar vários tipos e
também interpretar os já existentes; mas com bastante estudo e esforço mesmo não sendo tão criativo você
pode conseguir arranjar o que quiser bastando apenas não subestimar seu potencial.

Prática melódica 21
Para esses exercícios use o solfejo 4
a. Para iniciar então vamos pegar um solo e descobrir a escala dele na tablatura.
b. Agora vamos cantar suas notas de maneira diferente sem, no entanto sair da escala diatônica do solo.
c. Agora aumente uma vogal em uma parte da música e coloque outro tom pra arranjar a frase.

AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO

DESENVOLVENDO UMA MELODIA


Desenvolver uma melodia musical é como vimos ordenar sons sucessivamente combinados, um após
outro, utilizados em solos ou seqüências melódicas. Lembre-se que a própria voz humana ou os sons emitidos
por alguns animais pode ser considerado como um instrumento melódico, desde que este esteja produzindo
um som musical. Para definir a passagem de um ambiente musical para outro, podemos usar escalas de notas
combinadas mudando, portanto, mas não como regra a melodia. Vamos treinar a melodização primeiro na
mesma altura e depois seqüencialmente em escalas (alturas diferentes).
Então treine o máximo observando a postura correta antes de começar.
Usando dois recursos que aprendemos aqui – tablatura e escala diatônica – iremos descobrir a melodia
através da percepção musical ensinada no capítulo anterior.
Lembre-se que todo solo deve estar ligado a uma escala musical e a maioria a diatônica aprendida
aqui. Por essa razão vamos tomá-la como base de estudo e em outros módulos descobrirmos sobre as demais.
Você gostaria de colocar um solo qualquer em uma tablatura? Pois bem escreva numa tablatura todas
as notas possíveis de qualquer escala e tente cantando as notas da escala descobrir pela percepção (toque num
piano e sinta se a nota emite o mesmo som que você está imaginando que seja a música desejada) e vá
escrevendo em outra tablatura a melodia somente com as notas da composição.

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Prática melódica 22
a)
E|-------------------------------------------------------------------------------
D|-------------------------------------------------------------------------------
C|------------------------------------------------------------------------------
B|------------------------------------------------------------------------------
A|------------------------------------------------------------------------------
G|------------------------------------------------------------------------------
F|------------------------------------------------------------------------------
E|------------------------------------------------------------------------------
D|------------------------------------------------------------------------------
C|------------------------------------------------------------------------------
B|------------------------------------------------------------------------------
A|------------------------------------------------------------------------------
G|------------------------------------------------------------------------------
F|------------------------------------------------------------------------------
E|------------------------------------------------------------------------------
D|------------------------------------------------------------------------------
C|------------------------------------------------------------------------------
B|------------------------------------------------------------------------------
A|------------------------------------------------------------------------------

b)
E|-------------------------------------------------------------------------------
D|-------------------------------------------------------------------------------
C|------------------------------------------------------------------------------
B|------------------------------------------------------------------------------
A|------------------------------------------------------------------------------
G|------------------------------------------------------------------------------
F|------------------------------------------------------------------------------
E|------------------------------------------------------------------------------
D|------------------------------------------------------------------------------
C|------------------------------------------------------------------------------
B|------------------------------------------------------------------------------
A|------------------------------------------------------------------------------
G|------------------------------------------------------------------------------
F|------------------------------------------------------------------------------
E|------------------------------------------------------------------------------
D|------------------------------------------------------------------------------
C|------------------------------------------------------------------------------
B|------------------------------------------------------------------------------
A|------------------------------------------------------------------------------

A) AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO


B) AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO
c)
D|-------------------------------------------------------------------------------
C|------------------------------------------------------------------------------
B|------------------------------------------------------------------------------
A|------------------------------------------------------------------------------
G|------------------------------------------------------------------------------
F|------------------------------------------------------------------------------
E|------------------------------------------------------------------------------
D|------------------------------------------------------------------------------
C|------------------------------------------------------------------------------
B|------------------------------------------------------------------------------
A|------------------------------------------------------------------------------
G|------------------------------------------------------------------------------
F|------------------------------------------------------------------------------
E|------------------------------------------------------------------------------

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d)
D|-------------------------------------------------------------------------------
C|------------------------------------------------------------------------------
B|------------------------------------------------------------------------------
A|------------------------------------------------------------------------------
G|------------------------------------------------------------------------------
F|------------------------------------------------------------------------------
E|------------------------------------------------------------------------------
D|------------------------------------------------------------------------------
C|------------------------------------------------------------------------------
B|------------------------------------------------------------------------------
A|------------------------------------------------------------------------------
G|------------------------------------------------------------------------------
F|------------------------------------------------------------------------------
E|------------------------------------------------------------------------------
D|------------------------------------------------------------------------------
C|------------------------------------------------------------------------------
B|------------------------------------------------------------------------------
A|------------------------------------------------------------------------------
e)
C|------------------------------------------------------------------------------
B|------------------------------------------------------------------------------
A|------------------------------------------------------------------------------
G|------------------------------------------------------------------------------
F|------------------------------------------------------------------------------
E|------------------------------------------------------------------------------
D|------------------------------------------------------------------------------
C|------------------------------------------------------------------------------
B|------------------------------------------------------------------------------
A|------------------------------------------------------------------------------
G|------------------------------------------------------------------------------
F|------------------------------------------------------------------------------
E|------------------------------------------------------------------------------
D|------------------------------------------------------------------------------
C|------------------------------------------------------------------------------
B|------------------------------------------------------------------------------
A|------------------------------------------------------------------------------

C) AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO


D) AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO
E) AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO
DESENVOLTURA HARMÔNICA

12 Percepção para Dobras simples


Quando cantamos uma música em que não conseguimos alcançar todos os tons ali propostos,
usaremos a harmonização da notas. Neste caso você irá fazer uma voz secundária e alguém terá que fazer a
voz principal e dizemos que eles formam uma harmonia simples daquela determinada música. Essa harmonia

87
é muito utilizada em estilos mais simples, pois é muito intuitivo, country, sertanejos e pentecostais.
Chamamos de acompanhamento o fundo musical que envolve a melodia. Os instrumentos irão formar os
acordes que fazem esse acompanhamento. Podemos dizer que a melodia é a parte cantada e o
acompanhamento o resto do som de uma música. Estudaremos sobre isso:

65 Alguns acordes têm uma relação de proximidade com outros dentro de uma seqüência de acordes, e
isto ocorre por causa dos valores de tonalidades que cada um tem. A compreensão desses valores determina a
posição de cada acorde dentro da música. Dentro da formação dos acordes as notas também trabalham com
valores que são a aproximação máxima afinada entre eles. Ao copiarmos isso para a voz iremos formar
acordes (conjunto de notas tocadas simultaneamente) com as vozes. Os valores mais comuns --- os mais

51
usados --- são denominados pelos seus valores numa escala de acordes chamada de tríades, que aprenderemos
já.

9
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Tonalidade

C C E G

G G B D

D D F# A

A A C# E

E E G# B

F F A C

De um modo prático podemos usar somente a configuração de duas notas da formação da tríade,
sendo a primeira a nota da voz principal e a outra a mais próxima em relação a terça. Observe que o intervalo
da tríade é de terças, ou seja, cada nota tem uma distancia de 3 notas. Exemplo de C a E são Dó Ré Mi. Neste
caso se a voz principal for a nota C usaremos o E e não o Sol pelo intervalo (distancia) de terça.

Prática harmônica 23
Faça os exercícios de solfejo 1, 2, 3 e 4 usando a distancia de terças primeiramente segurando a voz
principal (você vai necessitar que seu instrutor faça a segunda voz) e depois troque com ele e execute a
segunda voz.
Nota treinar a primeira voz com alguém dobrando é muito importante, pois no critério de afinação
esse ponto é imprescindível. Muito mais importante é saber segurar a primeira do que fazer as segunda
inseguro.

a) Solfejos 1 dobrando
b) Solfejos 2 dobrando
c) Solfejos 3 dobrando
d) Solfejos 4 dobrando

13 DESENVOLTURA RÍTMICA

A música na verdade não é exata, mas no critério de ritmo ela varia em tempo, meio tempo, um quarto de
tempo e assim por diante. E mesmo assim as notas não tocam exatamente no tempo “quadrado”, mas pode

87
tocar no tempo e no 1/8 do tempo. Isso complica um pouco na analise, mas na execução não há nenhum
problema. Na verdade fazemos isso instintivamente, mas quando se trata de analisar e escrever fica um pouco
complicado, mas temos que aprender a localizar esses tempos, pois se precisarmos escrever ou ler uma música
escrita para execução esse aprendizado é totalmente imprescindível.

65 Nota de meio tempo são localizadas assim 1 e 2 e 3 e 4 e


P S P S P S P S

51
Prática Vocal 24
Vamos exercitar isso no solfejo 5

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CADERNO
DE SOLFEJOS
GUTO
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SOLFEJO 1
CANTANDO AS SETE NOTAS
Vamos aplicar na voz as sete notas musicas só pra sabermos o que é subir e descer os tons. Lembre-se
que é como subir e descer degraus. Tente acertar as notas acompanhando um instrumento, é bom ouvir
bastante os sons e tentar memorizá-los bem as subidas e descidas. Isso garante um domínio vocal imenso,
vamos lá:
Nestes exercícios vamos prestar atenção na afinação:
2 Tons
Ré ---------X-----------X------------------------------------------------------
Dó X--------------X------------X-----------------------------------------------
3 Tons
Mi -------------X--------------------------------------------------------------
Ré -------X----------X---------------------------------------------------------
Dó X-----------------------X---------------------------------------------------
Nestes exercícios vamos prestar atenção na finalização da notas e na maneira como cantamos cada
tom além claro da afinação:

5 Tons
Sol -----------------X----------------------------------------------------------
Fá ------------X---------------------------------------------------------------
Mi --------X-------------------------------------------------------------------
Ré ----X-----------------------------------------------------------------------
Dó X---------------------------------------------------------------------------
Nestes exercícios vamos prestar atenção nas notas agudas que devem ser executadas mais ao fundo da
garganta e sem forçá-la, continue observando a finalização da notas e na maneira como cantamos cada tom
além claro da afinação e ABRA BEM A BOCA:
6 Tons
Lá ------------------------X-----REGIÃO AGUDA---------------------------------
Sol ------------------X--------------------------------------------------------
Fá -------------X-------------------------------------------------------------
Mi --------X------------------------------------------------------------------
Ré ----X----------------------------------------------------------------------
Dó X--------------------------------------------------------------------------

8 Tons
OITAVA AGUDA
Dó -------------x---x-----------------------------------------------------x---
Si -------------x-----x------------------------------------------x-------x-----
Lá ----------x--------x-------------------------------x-------x---x---x-------
Sol --------x-----------x----------------------x-----x---x---x-------x---------
Fá -------x--------------x-----------x-------x---x--x------x-------------------
Mi ----x-----------------x-------x----x---x------x----------------------------
Ré --x--------------------x---x---------x-------------------------------------
Dó x---------------x--------x-------------------------------------------------
OITAVA GRAVE

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SOLFEJO 2
SALTANDO ENTRE AS SETE NOTAS
Vamos aplicar na voz as sete notas musicais só que agora, iremos fazer mais ou menos como é numa
musica, que nem sempre seguem uma rotina (dó, ré, mi..). VAMOS LÁ:
3 Tons
Mi -------------X----------------------------------------------------------
Ré ------------------------------------------------------------------------
Dó X-----------------------X-----------------------------------------------
5 Tons
Sol -------------------------X----------------------------------------------
Fá ------------------------------------------------------------------------
Mi -------------X-----------------------X----------------------------------
Ré ------------------------------------------------------------------------
Dó X-------------------------------------------------X---------------------
6 Tons
Lá -----------------|----------------|---------X--------|--------------X---
Sol -----------------|----------------|------X-----------|-X----------------
Fá -----------------|--X-------------|------------------|------------------
Mi --------X--------|------X---------|------------------|----X-------------
Ré -------------X---|---------X------|------------------|------------------
Dó X----------------|--------------X-|---------------X--|--------X---------
8 Tons
Dó X--------------------|--------------------|--------X--X-----------------
Si ---------------------|--------------------|-------X--X--X---------------
Lá ---------------------|-------X-X----------|-X-X-X---------X-------------
Sol -----------X---------|-----X--------------|-----------------X-X---------
Fá ---------------------|-----------X--------|---------------------X-------
Mi --------X----X--X--X-|-------------X------|-----------------------X-X---
Ré ---------------------|---------------X-X-X|---------------------------X-
Dó -----X—--------------|X--X----------------|----------------------------X

SOLFEJO 3
Compasso Binário
1) 2)

T 1 2 T 1 2
Ré -------x-|
4x
Mi -------x-|
Dó X--------| Ré ---------| 4x
Dó X--------|

3) 4)
T 1 2 T 1 2
Fá -------x-| Sol -------x-|
Mi ---------| 4x Fá ---------|
Ré ---------| Mi ---------| 4x
Dó X--------| Ré ---------|
Dó X--------|

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5) 7)
T 1 2 T 1 2
Lá -------x-| Dó -------x-|
Sol ---------| Si ---------|
Fá ---------| 4x Lá ---------|
Mi ---------| Sol ---------| 4x
Ré ---------| Fá ---------|
Dó X--------| Mi ---------|
Ré ---------|
6) Dó X--------|
T 1 2
Si -------x-|
Lá ---------|
Sol ---------|
4x
Fá ---------|
Mi ---------|
Ré ---------|
Dó X--------|

Compasso Ternário

1) T 1 2 3
T 1 2 3 Ré ---x-----| 4x
Ré ---------| 4x Dó X------x-|
Dó X------x-|
T 1 2 3
T 1 2 3 Ré X---x----| 4x
Ré -------x-| 4x Dó -------x-|
Dó X--------|
T 1 2 3
T 1 2 3 Ré X--------| 4x
Ré ---x---x-| 4x Dó ----x---x-|
Dó X--------|
T 1 2 3
T 1 2 3 Ré X------x--| 4x
Ré -------x-| 4x Dó ----x-----|
Dó X--x-----|

2)
T 1 2 3
Mi -------x-| T 1 2 3
Ré ---------| 4x Mi ---x-----|
Dó X--------| Ré ---------| 4x
Dó X--------|
T 1 2 3
Mi ---x---x-|
Ré ---------| 4x
Dó X--------|

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Série 2012

T 1 2 3 T 1 2 3
Mi -------x-| Mi ---x-----|
Ré ---------| 4x Ré ---------| 4x
Dó X--x-----| Dó X------x-|

3)
T 1 2 3 T 1 2 3
Sol -------x-| Sol -------x-|
Fá ---------| Fá ----x-----|
Mi ---------| 4x Mi X--------| 4x
Ré ---------| Ré ---------|
Dó X--------| Dó ---------|

T 1 2 3 T 1 2 3
Sol -------x-| Sol ----x----|
Fá ---------| Fá --------x|
Mi ---x-----| 4x Mi X--------| 4x
Ré ---------| Ré ---------|
Dó X--------| Dó ---------|

T 1 2 3 T 1 2 3
Sol ---x-----| Sol -------x-|
Fá ---------| Fá ----x-----|
Mi X--------| 4x Mi ---------| 4x
Ré ---------| Ré ---------|
Dó -------x-| Dó X--------|

T 1 2 3
Sol X---x----| T 1 2 3
Fá ---------| Sol ----x----|
Mi ---------| 4x Fá --------x|
Ré ---------| Mi ---------| 4x
Dó -------x-| Ré ---------|
Dó X--------|

5)
T 1 2 3 T 1 2 3
Lá -------x-| Lá -------x-|
Sol ---------| Sol ---------|
Fá ---------| 4x Fá ---x-----| 4x
Mi ---------| Mi ---------|
Ré ---------| Ré ---------|
Dó X--------| Dó X--------|

T 1 2 3
Lá -------x--|
Sol ----------|
Fá ----x-----|
Mi ----------| 4x
Ré X---------|

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Série 2013 52
6)
T 1 2 3 T 1 2 3
Si -------x-| Si x---x----|
Lá ---------| Lá ---------|
Sol ---------| Sol -------x-|
4x 4x
Fá ---------| Fá ---------|
Mi ---------| Mi ---------|
Ré ---------| Ré ---------|
Dó X--------| Dó ---------|

T 1 2 3 T 1 2 3
Si -------x-| Si X---x----|
Lá ---------| Lá ---------|
Sol ---x-----| Sol ---------|
4x 4x
Fá ---------| Fá ---------|
Mi ---------| Mi -------x-|
Ré ---------| Ré ---------|
Dó X--------| Dó ---------|

T 1 2 3 T 1 2 3
Si ----x----| Si x---x----|
Lá ---------| Lá ---------|
Sol x--------| Sol ---------|
4x 4x
Fá ---------| Fá ---------|
Mi -------x-| Mi ---------|
Ré ---------| Ré ---------|
Dó ---------| Dó -------x-|

T 1 2 3 T 1 2 3
Si -------x-| Si ----x----|
Lá ----x----| Lá ---------|
Sol x--------| Sol ---------|
4x 4x
Fá ---------| Fá ---------|
Mi ---------| Mi x--------|
T 1 2 3
Ré ---------|
Si ----x----|
Dó -------x-|
Lá -------x-|
Sol X--------| T 1 2 3
4x Si -------x-|
Fá ---------|
Lá ----x----|
Mi ---------|
Sol ---------|
Ré ---------| 4x
Fá ---------|
Dó ---------|
Mi ---------|
T 1 2 3 Ré ---------|
Si ----x----| Dó X--------|
Lá ---------|
Sol -------x-|
4x
Fá ---------|
Mi x--------|

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T 1 2 3
Si -------x--|
Lá ----------|
Sol ---x------|
4x
Fá ----------|
Mi X---------|
Ré ----------|
Dó ----------|

Compasso Quaternário

2 Tons
Ritornelo – Retorna ao começo

T 1 2 3 4

Ré -------X--|--------X----
4x
Dó X---------|---X---------

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Ré ----------|--------X---- Ré -------X---|----------
4x 4x
Dó X------X--|---X---------- Dó X----------|----X----X---

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Ré -----------|-X-------- Ré X----------|--------------
4x 4x
Dó X------X---|--------X-- Dó -------X---|----X----X--------
T 1 2 3 4
T 1 2 3 4
Ré X----------|---------X------
4x
Ré -----------|----X----X-- Dó -------X---|----X------------
4x
Dó X------X---|-----------

3 Tons
T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Mi ----------|-X----X--- Mi -------X--|-X--------
Ré -------X--|--------- 4x Ré ----------|------X--- 4x
Dó X---------|--------- Dó X---------|---------

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Mi -------X--|-X----X--- Mi -------X--|------X---
Ré ----------|--------- 4x Ré ----------|-X-------- 4x
Dó X---------|--------- Dó X---------|---------

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Série 2013 54
T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Mi ----------|------X--- Mi X---------|---------
Ré -------X--|-X-------- 4x Ré ----------|-X----X-- 4x
Dó X---------|---------- Dó ------X---|---------

T 1 2 3 4
T 1 2 3 4
Mi ----------|-X-----X---
Ré -------X--|--------- 4x Mi X---------|------X--
Dó X---------|---------- Ré ----------|-X------- 4x
Dó ------X---|---------
T 1 2 3 4

Mi ------X---|-X----X--- T 1 2 3 4
Ré ----------|--------- 4x
Dó X---------|---------- Mi X---------|-X----X--
Ré ----------|--------- 4x
Dó ------X---|---------
T 1 2 3 4

Mi X--------|------------- T 1 2 3 4
Ré ------X--|-X----------- 4x
Dó ---------|------X------- Mi X-----X--|-X--------
T 1 2 3 4 Ré ---------|----------- 4x
Dó ---------|-------X---
Mi X--------|-------------
Ré ------X--|------------ 4x
Dó ---------|-X-----X-------

T 1 2 3 4

Mi X---------|----------
Ré ----------|-------X- 4x
Dó ------X---|-X-------

5 Tons

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Sol -------|--X-----| Sol -------|------X-|


Fá -------|--------| Fá -------|--------|
Mi -----X-|------X-| 2x Mi -----X-|-X------| 2x
Ré -------|--------| Ré -------|--------|
Dó -X-----|--------| Dó -X-----|--------|

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T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Sol -----X-|------X-| Sol -------|-X----X-|


Fá -------|--------| Fá -------|--------|
Mi -------|-X------| 2x Mi -----X-|--------| 2x
Ré -------|--------| Ré -------|--------|
Dó X------|--------| Dó X------|--------|

T 1 2 3 4
T 1 2 3 4
Sol X------|-X----X-|
Fá -------|--------| Sol -----X-|-X---X--|
Mi -----X-|--------| 2x Fá -------|--------|
Ré -------|--------| Mi -------|--------| 2x
Dó -------|--------| Ré -------|--------|
Dó X------|--------|
T 1 2 3 4
T 1 2 3 4
Sol X----X-|------X-|
Fá -------|--------| Sol -----X-|-X------|
Mi -------|-X------| 2x Fá -------|--------|
Ré -------|--------| Mi -------|------X-| 2x
Dó -------|--------| Ré -------|--------|
Dó X------|--------|
T 1 2 3 4
T 1 2 3 4
Sol X----X-|-X------|
Fá -------|--------| Sol -----X-|-----X--|
Mi -------|------X-| 2x Fá -------|--------|
Ré -------|--------| Mi -------|X-------| 2x
Dó -------|--------| Ré -------|--------|
Dó X------|--------|

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4
Sol -------|-----X--| Sol -----X-|--------|
Fá -------|--------| Fá -------|--------|
Mi X---X--|-X------| 2x Mi X------|-X----X-| 2x
Ré -------|--------| Ré -------|--------|
Dó -------|--------| Dó -------|--------|

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4
Sol -------|-X------| Sol -----X-|-X------|
Fá -------|--------| Fá -------|--------|
Mi X----X-|------X-| 2x Mi X------|-----X--| 2x
Ré -------|--------| Ré -------|--------|
Dó -------|--------| Dó -------|--------|

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T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Sol -----X-|-X---X--| Sol X----X-|-X------|


Fá -------|--------| Fá -------|--------|
Mi X------|--------| 2x Mi -------|--------| 2x
Ré -------|--------| Ré -------|------X-|
Dó -------|--------| Dó -------|--------|

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Sol -------|-X------| Sol -------|-X----X-|


Fá -------|--------| Fá -------|--------|
Mi -------|--------| 2x Mi -------|--------| 2x
Ré -----X-|------X-| Ré -----X-|--------|
Dó X------|--------| Dó X------|--------|

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Sol -------|------X-| Sol -----X-|-X------|


Fá -------|--------| Fá -------|--------|
Mi -------|--------| 2x Mi -------|--------| 2x
Ré -----X-|-X------| Ré -------|------X-|
Dó -X-----|--------| Dó X------|--------|

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Sol -----X-|------X-| Sol -----X-|-----X--|


Fá -------|--------| Fá -------|--------|
Mi -------|--------| 2x Mi -------|--------| 2x
Ré -------|-X------| Ré -------|X-------|
Dó X------|--------| Dó X------|--------|

T 1 2 3 4
T 1 2 3 4
Sol X------|-X----X-|
Fá -------|--------| Sol -------|-X------|
Mi -------|--------| 2x Fá -------|--------|
Ré -----X-|--------| Mi -------|--------| 2x
Dó -------|--------| Ré -----X-|------X-|
Dó X------|--------|
T 1 2 3 4
T 1 2 3 4
Sol X----X-|------X-|
Fá -------|--------| Sol -------|-X------|
Mi -------|--------| 2x Fá -----x-|------x-|
Ré -------|-X------| Mi -------|--------| 2x
Dó -------|--------| Ré -------|--------|
Dó X------|--------|

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Professor GUTO FERNANDES
Série 2012

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Sol -------|------X-| Sol -----X-|-X------|


Fá -----x-|-x------| Fá -------|------x-|
Mi -------|--------| 2x Mi -------|--------| 2x
Ré -------|--------| Ré -------|--------|
Dó -X-----|--------| Dó X------|--------|

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Sol -----X-|------X-| Sol -----X-|-----X--|


Fá -------|-x------| Fá -------|x-------|
Mi -------|--------| 2x Mi -------|--------| 2x
Ré -------|--------| Ré -------|--------|
Dó X------|--------| Dó X------|--------|

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Sol X------|-X----X-| Sol -------|-X------|


Fá -----x-|--------| Fá -----x-|------x-|
Mi -------|--------| 2x Mi -------|--------| 2x
Ré -------|--------| Ré -------|--------|
Dó -------|--------| Dó X------|--------|

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Sol X----X-|------X-| Sol -------|-----x--|


Fá -------|-x-------| Fá -------|--------|
Mi -------|--------| 2x Mi -------|-x------| 2x
Ré -------|--------| Ré -----x-|--------|
Dó -------|--------| Dó X------|--------|

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Sol X----X-|-X------| Sol -------|-----x--|


Fá -------|------x-| Fá -------|-x------|
Mi -------|--------| 2x Mi -------|--------| 2x
Ré -------|--------| Ré -----x-|--------|
Dó -------|--------| Dó X------|--------|

T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Sol -------|-X----X-| Sol -------|-----x--|


Fá -----x-|--------| Fá -------|-x------|
Mi -------|--------| 2x Mi -----x-|--------| 2x
Ré -------|--------| Ré -------|--------|
Dó X------|--------| Dó X------|--------|

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Instituto Cultural GUTO FERNANDES
Série 2013 58
T 1 2 3 4 T 1 2 3 4

Sol X------|--------| Sol X------|--------|


Fá -----x-|--------| Fá -------|--------|
Mi -------|-x------| 2x Mi -----x-|--------| 2x
Ré -------|--------| Ré -------|-x------|
Dó -------|-----x--| Dó -------|-----x--|

T 1 2 3 4

Sol X------|--------|
Fá -----x-|--------|
Mi -------|--------| 2x
Ré -------|-x------|
Dó -------|-----x--|

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Série 2012

SOLFEJO 4
PARABÉNS PRA VOCÊ... SOLFEJANDO NUM TOM CONFORTÁVEL
1ª PARTE
Ré --------------------------------------------que---------------------------
Dó ------------------vo----------------------------ri-da---------------------
Si ---------------------cê-------------------------------------------------
Lá -------béns--------------------------da-----------------------------------
Sol Pa-ra-------pra-------------nes-ta----ta--------------------------------
Fá ------------------------------------------------------------------------

2ª PARTE
Sol ---------fe--------------------------------------------------------------
Fá ------------------------------------mui-tos---------------------------
Mi mui-tas---li-------------------------------a----------------------------
Ré ---------------------------------------------------de--------------------
Dó ---------------ci-----------------------------nos----vi-da-----------
Si ------------------da----------------------------------------------------
Lá ---------------------des----------------------------------------------

Ré --------------------------------------------------------------------------
Dó --------------------------------------------------------------------------
Si ------------------------------------------------------------------------
Lá --------------------------------------------------------------------------
Sol ------------------------------------------------------------------------
Fá ------------------------------------------------------------------------

2ª PARTE
Sol -------------------------------------------------------------------------
Fá ----------------------------------------------------------------------
Mi ------------------------------------------------------------------------
Ré -------------------------------------------------------------------------
Dó ---------------------------------------------------------------------
Si ------------------------------------------------------------------------
Lá ----------------------------------------------------------------------

Ré --------------------------------------------------------------------------
Dó --------------------------------------------------------------------------
Si ------------------------------------------------------------------------
Lá --------------------------------------------------------------------------
Sol ------------------------------------------------------------------------
Fá ------------------------------------------------------------------------

2ª PARTE
Sol -------------------------------------------------------------------------
Fá ----------------------------------------------------------------------
Mi ------------------------------------------------------------------------
Ré -------------------------------------------------------------------------
Dó ---------------------------------------------------------------------
Si ------------------------------------------------------------------------
Lá ----------------------------------------------------------------------

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Série 2013 60

SOLFEJO 5
"CHAMADA A COBRAR 5 TONS

Sol---------x|-----------|
Fá ----x-----|-x---------|
Mi ------x---|x----------|
Ré -x---x----|-----------|
Dó x---------|-----------|
T 1e2e3e4e 1e2e3e4e

EU SOU BRASILEIRO, COM MUITO ORGULHO, COM MUITO AMOR... 5 TONS

Sol-------------|x---------|-------------
Fá ------------x-|---------x|--------------
Mi –x--------x--x|-------x--|--------x-----
Ré --------------|---x--x-x-|------x-----x-
Dó --------------|----------|-x---x-x------
T 1 e 2 e 3 e 4 e 1e2e3e4e1e2e3e4e1e2e3e4e

NATAL 5 TONS
2x
Sol ----|-x------|-------|-------x
Fá ----|--------|xxx----|--------
Mi xxx-|x---x---|----xxx|--x-x---
Ré ----|---x----|-------|-x-x-x--
Dó ----|--x-----|-------|--------

POLEGARES 6 TONS
2x 2x
Lá ----|---------|-x------|-------------
Sol ----|--x----x-|x-x-----|-------------
Fá ----|-x----x--|---x----|-------------
Mi --x-|x---xx---|----x---|-------------
Ré -x--|---------|--------|x-x-----x-x--
Dó x--x|---------|------x-|----x-------x

CAI CAI BALÃO


------| |-----------|---------------------
Lá ------| |-x---------|-------------x-------
Sol xx----| |x--x-------|-----------x--x------
Fá ---x--|2x |----x------|--x--x--x-------x----
Mi ----x-| |------x----|-x--x--x---------x---
Ré ------| |-------x---|x--x--x------------x-
Dó ------| |-----------|--------------------x
ATIREI O PAU NO GATO
--------------|----------------|------------------|-----------------
Dó --------------|----------------|------------------|--------------x-x
Si --------------|----------------|-----------x------|-----------------
Lá --------------|-x--------------|----x-x-x---x-----|-----------------
Sol x-------x--x-x|--x------x------|-------------x—x-x|---x---x---------
Fá ---x---x------|---x-x-x--x-----|------------------|--x---x-x--------
Mi ----x-x-------|-----------x-x-x|------------------|-x---x---x-------
Ré -----x--------|----------------|------------------|----------x------
Dó --------------|----------------|-x-x--------------|-----------x—----

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Professor GUTO FERNANDES
Série 2012

NINAR
2x 2x
Dó ------|--x--------|------|--------x
Si ------|----x------|------|--x---x--
Lá ------|-----x-x---|------|---x-----
Sol --x---|-x-------x-|------|----x----
Fá -x----|-----------|--x---|-x-------
Mi x---x-|x----------|-x----|---------
Ré ------|-----------|x---x-|x--------
Dó ------|-----------|------|---------

MÚSICA DA FAZENDA
2x
Mi ---------|-xx-----|------------|---------|-------------------------
Ré ---------|---xx---|------------|---------|-------------------------
Dó --xxx----|-----x--|------------|---------|-----------------------
Si ---------|--------|-frase 1 e 2|--frase 2|------------------------
Lá ------xx-|--------|------------|---------|----------------------
Sol xx---x--x|--------|------------|---------|---------------------------
Fá ---------|--------|------------|---------|-------------------------

AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO

OLIMPÍADAS
Dó ----|--------|-----|-----|--------|-----------|x------------|-----
Si ----|--------|-----|-----|--------|-----------|-x--x--------|-----
Lá ---x|--------|---x-|-----|---x----|-----------|--x-----x----|-----
Sol--x-|x-------|--x--|x----|--x-x---|-----------|---x--x----x-|-----
Fá -x--|--------|-x---|-----|-x-------|----x------|----------x--|-x---
Mi ----|---x----|-----|-----|------x-|---x-x-----|-------------|x-x--
Ré ----|--------|-----|-----|--------|-----------|-------------|-----
Dó x---|--------|x----|-----|x-------|------xx---|-------------|---xx

PERPÉTUA
Si ----------|-----------|------------|-------------------------------
Lá ----------|----x------|------------|----------------------------
Sol xx-----x--|--xx-x-----|------------|-----------------------------
Fá -----x--x-|------x----|--------x---|-----------------------------
Mi ---xx-x---|-------x-x-|-------x-x--|---xxxx------------------
Ré ----------|--------x--|------x---x-|-------x--x--------------
Dó ----------|----------x|----xx------|--------x--x-------------
Si ----------|-----------|-----------x|---------x-------------
Lá ----------|-----------|------------|-------------------------------
Sol ----------|-----------|---x--------|---------------------------------

ESCRAVOS DE JÓ...
Mi --------|----------|---------|----x-x-----|--------------|
Ré --------|----------|---------|-------x----|--------------|
Dó ---x----|----------|---------|---x----x---|-------------x|
Si -----x--|----------|---------|------------|------------x-|
Lá ------x-|-x---x----|---------|------------|-x---x---x-x--|
Sol -xx----x|---x--x---|---x--x--|x-x---------|x-x-x-x-x-x---|
Fá --------|-------x--|---------|------------|--------------|
Sol --------|---------x|----x--x-|-x----------|---x---x------|

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Série 2013 62
"NOITE FELIZ"
2X 2X
Fá ------|------|------|------------|---x---------|-------------
Mi ------|------|------|------------|----------x--|-------------
Ré ------|x-x---|------|------------|x-x-x--------|----------
Dó ------|------|x-x---|---x--------|-------x-----|x--------
Si ------|---x--|------|----x-------|------x------|--------
Lá -x----|------|------|x-x--x-x----|-------------|------------
Sol x-x---|------|---x--|------x-x---|-------------|-x--x------
Fá ------|------|------|------------|-------------|-----x---
Mi ---x--|------|------|---------x--|-------------|--x—-----
Ré ------|------|------|------------|-------------|-------x----
Dó ------|------|------|------------|-------------|---------x---
PICA PAU
2X
Si --------|-----------|--------
Lá --------|-----------|-------------------------
Sol ---x----|x---x------|-----------------------
Fá --------|---x-x-----|------------------
Mi --x--x--|--x----x-x-|----------------------
Ré --------|-----------|------------------------
Dó -x------|----------x|----------------
Si --------|-----------|------------------
Lá --------|-----------|---------------------------
Sol x-------|-----------|--------------------------
AVALIAÇÃO: FAZ FAZ BEM ÓTIMO SEM OLHAR AUTOMÁTICO

Danoninho (Dingle)
Mi x--------|------|------|-------|------|------|------|--------------------
Ré -x-------|------|------|-------|------|------|------|-----------------
Dó ---x-----|------|------|-------|------|------|----x-|-x------------
Si ----x----|------|------|-------|--x---|----x-|xx-x--|-------------
Lá ------x--|--x---|------|-----x-|xx-x--|--x---|--x---|--------------
Sol -------x-|xx-x--|--x---|---x---|----x-|xx-x--|------|x-------------
Fá ---------|----x-|xx-x--|--x----|------|------|------|----------------------
Mi ---------|------|----x-|xx-----|------|------|------|---------------------
Ré ---------|------|------|-------|------|------|------|--------------------
Dó ---------|------|------|-------|------|------|------|---------------------

Oh Susana
Si ----------------|-----------------|----------------|----------------------
Lá ------x---------|-------x---------|-------xx-x-----|------x---------------
Sol----xx-x--------|-----xx-x--------|-----------x----|----xx-x--------------
Fá ----------------|-----------------|---x-x----------|-----------------------
Mi ---x----x--xx---|----x----x--xx---|-------------x--|---x----x--xx-------
Ré --x-------x--x-x|---x-------x--xx-|---------------x|--x-------x--xx--------
Dó -x-------x----x-|--x-------x-----x|--------------x-|-x-------x-----x----
Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo (MOVIMENTO 4) timbre nº_______________

Lá ------------| |-----------|--xx----------|-----------|--------------------
Sol ------------| |-------x---|-x--x---------|------x----|----------------
Fá ------------| |------x----|-----x--------|---x-------|-----------------
Mi -x--x-------| |----x-----x|-------x------|--x-x----x-|-x----------------
Ré ------x-----| |---x-------|--------x-----|xx---x-----|--x-x-------
Dó -------x----|2x|-xx--------|--------------|-----------|---x-x-x--------
Si ------------| |-----------|--------------|-----------|------x---------
Lá ------------| |-----------|--------------|-----------|-------------------
Sol x---------x-| |x----------|--------------|-----------|x-----------------
Fá ------------| |-----------|--------------|-----------|--------------------

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Professor GUTO FERNANDES
Série 2012

Resumo final
Chegamos ao fim de uma etapa e espero que você não tenha pulado o parágrafo de introdução, e que
você, como futuro músico, possa ter aprendido bastante coisa com esse rico material apresentado aqui. Lógico
que eu aconselho a cada pessoa a não parar por aí. Este método é apenas base para o aprimoramento de seus
estudos. Não ache que a partir dele você já é um cantor excepcional. Com ele você vai ter um embasamento
muito bom, principalmente para aqueles que desconheciam a arte cantar. Para os que já cantam serviu de
complementação dos estudos. Adquira se puder o volume 2 e 3 e o método profissional também.
Abaixo, vou enumerar as dúvidas mais pedidas e cobradas pelos alunos do meu Instituto Cultural e
convido vocês a nos visitar em breve. Preste atenção, pois dentre essas dúvidas, muitas são informações
importantíssimas que lhe servirão para que você não cometa erros ou desista de tocar seu instrumento.
1) Quanto tempo se leva para aprender a cantar bonito? O tempo é um fator muito relativo, derivado de
circunstancias criadas pelos próprios alunos (tempo de estudo, etc..) mas a maioria dos alunos do ICGF
aprende com 3 meses a cantar afinado e no final de um ano já cantam com perfeição, mas isso com uma
cobrança excessiva dos instrutores, pois não aceito alunos indisciplinado. O fato é que os primeiros 2 meses
são os mais difíceis. Isto leva a grande maioria a desistir, pois desestimula a pessoa que acha que não
conseguirá nunca cantar. Mas lembre-se que para conseguirmos alguma coisa na vida temos que lutar e passar
por cima de obstáculos, alguns muito difíceis mesmo. É necessário treinar bastante. É importante dizer que
você deve praticar de forma correta para não adquirir vícios. Com a prática e o tempo as coisas vão se
tornando mais fáceis. Hoje executo canto com facilidade (até acho simples) o que alguns anos atrás não
conseguia. É importante treinar todos os dias nem que seja pelo menos uns 20 minutos.
2) O Tom de uma música está diferente da original. Por isso está errada? Claro que não! Essa é uma das
dúvidas que muitos alunos abordam. É bom deixar bem claro que o fato de uma música ser em C e você ter
encontrado ela em G não quer dizer que está errada. A partir do momento que a melodia, harmonia serem
idênticas e os acordes usados na música sem o tom original forem acordes perfeitamente substituíveis e o
outro sentido terem a mesma representação, a música é considerada certa. Hoje em dia, muitos músicos têm
uma voz mais aguda, ou fina e isso faz com que não seja possível cantar uma canção naquele determinado
acorde. É nessa hora que é preciso saber usar o a transferência de acordes, conhecimento essencial para
colocar uma música em outro tom, mas com o mesmo sentido harmônico.
3) Com este manual e com mais algum livro eu posso aprender a tocar sem precisar da ajuda de um
professor? Bom, gostaria de deixar bem claro que este manual é apenas um estudo teórico e prático para
ajudar no aprendizado do canto. Isso não quer dizer que você com esse material vai se tornar craque musical.
Eu aconselho a sempre buscar uma pessoa para que você possa se aprofundar mais e pegar mais bagagem.
Portanto, treine bastante como uma pessoa responsável e ao mesmo tempo estude muito! Boa sorte!

Seu humilde professor


Guto Fernandes

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Manual de Canto
Instituto Cultural GUTO FERNANDES
Série 2013 64
GLOSSÁRIO
# = Símbolo de sustenido.
A
A: Letra que, no sistema alfabético (países anglo-saxônicos), designa a nota chamada Lá no sistema silábico de Guido
d'Arezzo. Na Época Medieval, a letra A já designava a nota Lá. A letra A pode também ser a abreviatura de "alto" (Cf.
SATB).
A battuta: "com o compasso", é uma indicação que aparece após uma passagem (cadência, por exemplo) tocada
livremente, "ad libitum".
A capella: Locução que designava inicialmente composições polifónicas como "na capella", em ritmo binário "alla
breve". A partir do século XIX, passou a designar a música vocal sem acompanhamento instrumental.
ABA: forma músical estruturada em três secções ou partes, sendo a terceira uma repetição com variações da primeira, em
contraste com a secção B.
Abendmusik(alem.): Traduzido literalmente, significa "Música da Tarde", designando concertos de música sacra na
MarienKirche de Lübeck. Esta instituição teve um grande impulso com Buxtehude, no terceiro quartel do século XVII.
Abertura: peça instrumental que pode ou não introduzir uma obra de grande desenvolvimento, como uma ópera, cantata
ou oratório.
Abreviatura: conjunto de letras que simplifica a escrita nas partituras, cada vez mais complexas a partir do século XVII.
Podem ser indicações de intensidade, como p de piano, indicações de movimentos regulares, como glissandi,
substituições de acordes, no caso do baixo cifrado.
Accelerando (ital.): Literalmente, significa "acelerando", apressar gradualmente o andamento de uma peça.
Accentus (lat.): canto do celebrante que preside na Liturgia Romana, ao qual o coro ou os solistas respondem em
uníssono (concentus).
Acciacatura (ital. acciacare): ornamento melódico utilizado na literatura para cravo e instrumentos de tecla, em que uma
nota, uma segunda menor inferior à principal, é atacada ao mesmo tempo, mantendo-se depois apenas a principal.
Acento: sinal em forma de ângulo que na posição vertical (v) significa aumento súbito da intensidade da nota, enquanto
na posição horizontal (>) significa ataque forte seguido de diminuição súbita da intensidade. Na posição inversa (<)
significa ataque suave seguido de aumento súbito da intensidade.
Acidente: Sinal de notação que indica alteração de uma nota, estranha à tonalidade indicada pela armação da clave. O
bemol baixa meio tom, o sustenido sobe meio tom e o bequadro anula o efeito do sustenido ou bemol.
Acompanhamento: conjunto de elementos vocais e instrumentais que estão subordinados à parte principal e a realçam,
pelo seu poder expressivo, caráter rítmico e riqueza harmônica.
Acoplamento: dispositivo que, no órgão de tubos ou no cravo, permite associar as sonoridades diferentes de dois
teclados.
Acorde: grupo de três ou mais sons simultâneos identificáveis como um conjunto (dó mi sol, por exemplo, com duas
terceiras sobrepostas).
Acústica: capítulo da Física e da Música que estuda os fenómenos sonoros, a sua natureza, produção e propagação.
Ad libitum (lat.): como "a piacere", "senza tempo", "a capriccio", significa "à vontade", livremente, conferindo ao
intérprete certa liberdade no andamento de uma passagem ou cadência.
Adagietto (ital.): diminutivo de "adagio", designa um andamento um pouco menos lento e um caráter mais ligeiro que o
"adagio".
Adagio (ital.): literalmente "à vontade", designa um andamento lento de caráter sério, 100-126 batimentos por minuto.
Na sinfonia, o "adagio" é, muitas vezes, o segundo andamento.
Aerofone: tipo de instrumento, como a flauta, o acordeão ou a trompete, cujo som é produzido pela vibração de uma
coluna de ar dentro de um tubo. A classificação dos instrumentos feita por Hornbostel e C. Sachs distingue, além dos
aerofones, os membranofones, cordofones e idiofones.
Affetto (ital.): afeto, palavra usada por G. Caccini e outros compositores do Barroco para significar um estado de alma e
ornamentos vocais inspirados em afectos do texto poético.
Affetuoso (ital.): termo usado essencialmente no Barroco para exprimir um sentimento terno.
Agnus Dei (lat.): "Cordeiro de Deus", designa a tripla invocação feita na missa, com base na metáfora usada por João
Baptista, no Evangelho segundo São João, e Apocalipse, para designar Jesus.
Agógica: conjunto de pequenas flutuações na execução de uma obra musical ao nível do andamento, permitindo certa
liberdade de expressão e interpretação.
Agregado sonoro(cluster, em inglês): grupo de notas com pequenos intervalos entre elas, tocadas ao mesmo tempo, não
identificável com os acordes da harmonia clássica.
Agudo: som de altura elevada, som "fininho", com elevado número de vibrações por segundo.
Aleatória (música): expressão que, no século XX, em obras de Boulez, Berio e Stochausen, por exemplo, apresenta certo
grau de indeterminação que pode afetar vários parâmetros da estrutura global de uma obra.

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Manual de Canto
Professor GUTO FERNANDES
Série 2013

Aleluia (hebr.): literalmente a palavra significa "louvai a Deus". É uma expressão e canto de louvor que aparece em
alguns salmos e é utilizada nas celebrações eucarísticas ao longo do ano litúrgico, exceto na Quaresma (em que a
aclamação ao Evangelho tem outra expressão menos festiva, como "Louvor a Vós, Rei da Eterna Glória").
Alemanda: canção e dança de origem germânica, de andamento moderado, em compasso quaternário 4/4, que passou a
ser utilizada em França a partir do séc. XVI nas suítes instrumentais.
Al fine (ital.): expressão que indica que, após a repetição da primeira parte de uma peça, se deve prosseguir "até ao fim".
Alla (ital.): palavra italiana que significa "à maneira de", como no "Rondó alla turca" de W. A. Mozart.
Alla breve (ital.): "À breve".
Alla marcia (ital.): locução italiana que significa "com caráter de marcha".
Allargando (ital.): alargando, retardando progressivamente o andamento.
Allegretto (ital.): diminutivo de allegro, indica um andamento mais lento que o allegro e pode ser acompanhado de
adjectivo, "giocoso", por exemplo.
Allegro (ital.): Termo que significa inicialmente caráter "alegre" e designa um andamento rápido, entre 120-168
semínimas por minuto.
All'ottava (ital.): "à oitava", é um procedimento que permite escrever notas acima ou abaixo da pauta sem recorrer a
muitas linhas suplementares.
Al segno (ital.): a expressão significa "ao sinal", indicando que uma parte da peça deve ser repetida a partir do sinal S e
não desde o princípio.
Alteração: modificação da altura de uma nota em relação ao seu estado natural, através de bemol, duplo bemol,
sustenido, duplo sustenido, ou bequadro.
Alternância: execução da música repartida por solista e grupo, ou dois grupos, ou dois solistas, presente tanto na música
tradicional como na música erudita, sacra ou profana.
Alto: a mais grave das vozes femininas. As solistas aparecem mais freqüentemente designadas por contralto.
Altura: qualidade dos sons que os torna mais graves ou mais agudos e que tem a ver com a freqüência mais ou menos
elevada, com o número maior ou menor de vibrações por segundo.
Âmbito: intervalo entre a nota mais grave e a nota mais aguda de uma partitura, obra vocal ou instrumento.
Ambrosiano: canto eclesiástico atribuído a Santo Ambrósio, bispo de Milão (340-397).
Amen (hebr.): usada muitas vezes por Jesus, a palavra significa "em verdade", ou "assim seja". Na liturgia, dita ou
cantada, a palavra significa adesão ao que foi dito antes.
Anacrusa: nota ou grupo de notas não acentuadas que começam um trecho musical antes do primeiro tempo forte.
Análise: estudo da forma, estrutura, tonalidade, ritmo, harmonia, melodia, orquestração, temática, intensidade, dinâmica
e outros parâmetros de uma obra musical.
Andamento: grau de velocidade ou movimento, mais lento ou mais rápido, de uma música.
Andante (ital.): palavra que apareceu em finais do séc. XVII e significa "andando". Designou um andamento moderado,
entre o adagio e o allegro; com o romantismo, aproximou-se do adagio. A sua velocidade está entre 76-108 semínimas
por minuto.
Andantino (ital.): diminutivo de andante, designa um movimento um pouco mais rápido que o andante.
Animato (ital.): andamento animado. Exemplo: andante animato.
Antecipação: técnica de composição que consiste na escrita de uma nota estranha à harmonia que pertence já ao acorde
seguinte.
Antífona (gr.): elemento muito antigo da liturgia católica que se canta normalmente no princípio e no fim de um salmo
ou cântico bíblico.
Antifonário: em sentido estrito, o livro que continha as antífonas para a Missa e o Ofício Divino, na liturgia católica.
A piacere (ital.): sinónimo de "ad libitum", "à vontade", livremente no que se refere ao tempo e ao uso do rubato pelo
intérprete.
Apassionato (ital.): indicação essencialmente romântica que aparece na partitura a prescrever um estilo ardoroso e
apaixonado.
Appoggiatura (ital.): nota (longa ou breve) estranha à harmonia do acorde, dissonante, que resolve por tom ou meio tom
ascendente ou descendente.
Ar: elemento gasoso que, no canto, faz vibrar as cordas vocais e vibra quando o executante ou um mecanismo faz com
que ele entre num tubo.
Arco: parte de madeira e pelo de crina de cavalo com que normalmente os violinistas, violistas e violoncelistas
friccionam as cordas do instrumento. Na partitura, a palavra indica ao violinista que deve retomar o arco, após um
"pizzicato".
Argumento: resumo da intriga de uma ópera ou obra dramática.
Ária: melodia cantável, ou trecho incluído numa ópera, por exemplo, cantado a solo com acompanhamento instrumental.
Na música instrumental, francesa, sobretudo, designa uma peça com caráter melódico.
Armação da clave: número de sustenidos ou bemóis que, colocados no princípio da pauta, imediatamente a seguir à
clave, afectam todas as notas respectivas. A ordem dos sustenidos é "fá dó sol ré lá mi si" e a dos bemóis é "si mi lá ré sol
dó fá". Se existe apenas um sustenido, na linha do Fá, por exemplo, todas as notas Fá são Fá #, a não ser que, entretanto,

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apareça indicação contrária (bequadro). No fundo, as alterações constitutivas fazem com que se mantenha a seqüência de
tons e meios tons que existe na escala de Dó maior, qualquer que seja a nota em que se comece.
Arpejo: execução sucessiva das notas de um acorde, da nota mais grave para a mais aguda, podendo também suceder o
inverso.
Arranjo: transcrição de uma peça para um instrumento ou instrumentos diferentes daqueles para que foi composta, ou
redução de uma obra orquestral para um instrumento.
Ars Antiqua (lat.): música que vai desde as origens da polifonia, de finais do séc. IX até ao primeiro quartel do séc. XIV.
Ars Nova (lat.): estilo polifônico na França do século XIV, com novas formas musicais como o motete a três e quatro
vozes, novas temáticas musicais, ritmo e contraponto mais livres.
Articulação: execução clara do fraseado, interpretação desligada das notas de uma peça instrumental.
Assai (ital.): ligada a uma indicação de andamento, significa "bastante". "Allegro assai" significa tempo bastante rápido.
Ataque: fase inicial da produção de um som por um instrumento. Pode também significar o início, a primeira ou as
primeiras notas de uma peça musical.
A tempo (ital.): locução sinônima de "tempo primo", que devolve uma peça ao andamento inicial, após uma parte em que
aconteceu uma aceleração ou retardamento.
Atonal: música sem um centro tonal ou nota que atraia as outras ou tenha preponderância sobre elas.
Atonalidade: característica da música em que não são aplicadas as funções e leis tonais em que repousa a música
ocidental desde o Barroco.
Audição: conjunto de processos que vão desde a percepção pelo ouvido humano ao reconhecimento dos sons pela
consciência.
Aumentação: Prolongação da duração de uma nota, através de um ponto, por exemplo. Processo da composição que
consiste em acrescentar proporcionalmente valor às notas.
Aumentado: intervalo (ou acorde) meio tom maior do que o intervalo normal. Dó-Fá, por exemplo, é uma quarta justa;
Dó-Fá# é uma quarta aumentada.
Ave Maria (lat.): a mais conhecida de todas as orações do culto católico à Virgem, cujas palavras se baseiam no
Evangelho de São Lucas, na Anunciação do Anjo e Visitação de Isabel à sua prima Maria. Numerosos compositores
musicaram esta oração, desde a Renascença à atualidade. A "Ave Maria" de Franz Schubert é a adaptação latina,
apócrifa, de uma poesia alemã sobre a qual o compositor escreveu. Num processo questionável, Gounod acrescentou uma
melodia ao primeiro prelúdio do "Cravo bem temperado", de Johann Sebastian Bach. A "Ave Maria" de Verdi é uma
oração de Desdémona, da ópera "Otelo".

B
B: nome da nota "si" nos países anglo-saxônicos. Nos países de língua alemã, a letra B designa o si bemol enquanto que
o si (natural) é representado pela letra H.
Badinerie: sinónimo de bagatela, designa uma peça músical dos séc. XVII e XVIII, com um matiz certa ingenuidade e
simplicidade. Ficou célebre da "badienrie" da Suite nº 2 em Si menor de Johann Sebastian Bach.
Bagatela (ital. bagatella): palavra que designa uma peça musical viva, ligeira e breve. A mais conhecida é provavelmente
a "Bagatela em lá menor 'Para Elisa'", de L. v. Beethoven.
Bailado: espetáculo coreográfico com origem na corte francesa durante o século XVI.
Baixo cifrado: escrita musical abreviada dos acordes por meio de cifras, a partir do baixo. Faz parte do ensino acadêmico
da Harmonia e esteve particularmente em voga durante o século XVII e XVIII.
Balada: Uma das formas da poesia lírica medieval, em forma estrófica, inicialmente monódica e depois polifônica;
canção sentimental em andamento lento, na Pop, Rock, Jazz.
Ballata (ital.): forma musical em forma estrófica destinada ao canto e à dança, muito difundida na Itália, entre os séc.
XIII-XV. Antes de ser destronada pela "frottola", foi cultivada por compositores célebres como Landini, Ciconia e
Dufay.
Banda de música: conjunto instrumental constituído basicamente por sopros (metais e madeiras) e percussão.
Barcarola: geralmente em compasso 6/8, (semínima colcheia semínima colcheia) é uma canção inspirada na ondulação
do mar, inicialmente canção dos gondoleiros de Veneza. Esta forma musical foi usada por vários compositores europeus,
designadamente Mendelssohn e Offenbach.
Bardo: designação de poetas e cantores celtas da Inglaterra antiga, que se faziam acompanhar de um instrumento
tradicional chamado "crwth".
Barítono: a voz masculina intermédia entre o baixo, a mais grave e o tenor, a voz mais aguda. No Jazz, barítono sem mais
designa o saxofone barítono.
Barra: linha vertical que, dividindo os compassos se chama simples, podendo, além disso, ser dupla ou final.
Barroco: estilo muito ornamentado nascido em Itália com a monodia acompanhada e a invenção do baixo contínuo. Neste
período de um século e meio (1600-1750, sensivelmente), entre a Renascença e o Classicismo, surgem a ópera, a cantata,
o oratório e desenvolvem-se a sonata, o concerto e a música para teclado, especialmente para órgão. A utilização do
baixo contínuo e a teoria dos afetos caracterizam este período da História da Música. Entre os grandes compositores deste

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período contam-se Giovanni Gabrieli, Claudio Monteverdi, Antonio Vivaldi, Domenico Scarlatti, Johann Sebastian
Bach, George Frederick Haendel.
Batalha: composição vocal ou organística de caráter bastante descritivo muito em voga no século XVI. Ficou célebre a
"Batalha de Marignan", de Jannequin).
Bel canto (ital.): ópera; maneira de cantar e estilo de composição entre o séc. XVII até às primeiras décadas do séc. XIX,
na Itália.
Bemol: sinal usado na notação musical para baixar meio tom, sem que ela mude de nome. O duplo bemol baixa dois
meios tons.
Benedicamus Domino (lat.): fórmula dialogada utilizada na liturgia como cláusula da Liturgia das Horas ou a própria
Missa.
Benedicite (lat.): antiga oração de bênção da refeição nos mosteiros e nos lares cristãos.
Benedictus (lat.): segunda parte do "Sanctus", na Missa. Na Liturgia, quando se fala hoje em "Benedictus" refere-se o
canto Bíblico retirado do Evangelho de São Lucas 1, 68, que começa com as palavras "Benedictus Dominus Israel"
("Bendito o Senhor, Deus de Israel") e é cantado na Liturgia das Horas, na oração matinal de Laudes. Este é, com o
"Magnificat" (cantado ou rezado à tarde, na oração de Vésperas) e o "Nunc dimittis" (na oração de completas, antes de
deitar), um dos cânticos maiores da Igreja Católica Romana.
Bequadro: sinal gráfico usado na notação musical para anular o efeito das alterações anteriores.
Binário: compasso ou ritmo de dois tempos, sendo forte o primeiro tempo e fraco o segundo. Os compassos simples são
constituídos por tempos divisíveis por dois (divisão binária).
Bis (lat.): no fim de um refrão, por exemplo, significa que se canta "duas vezes". No fim de um concerto, o público pede
a repetição de uma peça ou a execução de um número extra programa.
Bitonalidade: base de composição de uma peça musical em que estão presentes duas tonalidades em simultâneo.
Bizantino (canto): canto tradicional da Igreja ortodoxa cujas origens remontam ao canto hebraico e a tradições musicais
sírias e arménias.
Blues (ingl.): música lenta e triste dos negros americanos, sobre poesia popular, que fundiu as influências das músicas
europeias e africanas.
Bolero: dança espanhola, particularmente andaluza, conhecida desde finais do séc. XVIII, em compasso ternário e
andamento moderado. Tornou-se também popular na América Latina e mesmo em Paris, no século XIX, sendo
especialmente conhecida na música erudita pela obra homônima de Ravel.
Bombarda: instrumento de sopro em madeira, de palheta dupla, da família do oboé, usado especialmente entre os séculos
XV-XVII; registo do órgão.
Bumbo: membranofone, o maior dos tambores.
Bourdon: um dos registros de base do órgão de tubos, tanto na pedaleira como nos outros teclados.
Bourrée (fr.): antiga e animada dança francesa em compasso binário ou ternário, ainda hoje praticada em certas regiões
de França (Berry).
Breve: unidade fundamental de duração na métrica antiga, valendo duas semibreves, que se manteve nos solfejos até
meados do século XX.
BWV: abreviatura de Bach-Werke-Verzeichnis, no catálogo usado para designar as obras de Johann Sebastian Bach,
segundo a organização de Wolfgang Schmieders.

C
C: designação alfabética da nota Dó usada nos países de língua inglesa e alemã.
Caccia (ital.): forma vocal utilizada na Itália por Landini e outros compositores da Ars Nova, sobretudo no século XIV.
"Da caccia", indicação que podemos encontrar em cantatas de Johann Sebastian Bach, por exemplo, precisa o caráter de
certos instrumentos do Barroco.
Cadência: fórmula da harmonia tradicional que conclui uma frase ou uma obra.
Caixa de ressonância: corpo de um instrumento cuja cavidade amplifica a vibração das cordas.
Calando (ital.): diminuição da intensidade retardando o andamento.
Canção de embalar: canção popular em andamento lento e melodia docemente balançada para adormecer as crianças.
Cânone: forma musical baseada na imitação - uma melodia é executada em duas ou mais partes diferentes, repetindo-se
indefinidamente.
Cantata: obra para coro e/ou vozes solistas, com acompanhamento instrumental.
Cantus firmus (lat.): melodia de um canto religioso ou profano, tomado como base de uma obra contrapontística.
Cantus firmus (lat.): melodia de um canto religioso ou profano, tomado como base de uma obra contrapontística.
Canzona (ital.): canção polifônica renascentista ou obra instrumental composta no mesmo estilo.
Cifra: símbolo usado na música para designar um acorde e a sua composição.
Clave: símbolo colocado logo no princípio da pauta ou pentagrama para indicar o nome das notas musicais. Há três
claves: Sol, Fá e Dó, em diferentes linhas da pauta.
Cláusula: cadência na música medieval.
Coda: termo italiano que significa cauda, isto é, fim de um trecho musical, de um andamento de uma sonata ou sinfonia.

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Col legno (ital.): locução italiana que significa "com a madeira" em vez de tocar com o arco da forma normal (indicação
para os instrumentistas de arco).
Coloratura: significando inicialmente cor ou colorido, a palavra italiana passou a designar as obras vocais extremamente
ornamentadas em registro agudo que exigem do intérprete grande virtuosidade.
Compasso: divisão métrica de um texto musical, em que há uma regularidade de tempos fortes e fracos.
Concerto: obra para um ou mais instrumentos e orquestra.
Concerto grosso: concerto barroco em que a um pequeno grupo solista (concertino) se contrapõe o orquestral ("ripieno").
Conductus (lat.): forma medieval em que uma voz realizava um contraponto incipiente sobre um canto dado, chamado
"cantus firmus".
Consonância: combinação de sons simultâneos que produzem uma sensação de equilíbrio ou repouso.
Contralto: a voz feminina mais grave.
Contraponto: música em com várias vozes independentes e autônomas.
Cordofone: instrumento com cordas sejam elas percutidas, como o caso do piano, friccionadas com um arco, como ou
violino, ou dedilhadas, como a guitarra portuguesa.
Coro: grupo de cantores que executam em conjunto obras de música profana ou sacra, a uma ou várias vozes diferentes,
masculinas, femininas ou mistas, juvenis ou adultas.
Corpo: a caixa de ressonância de um instrumento musical.
Cromática: escala em que os doze sons se sucedem sempre por meios tons, por movimento ascendente ou descendente.
Courante (fr.): dança aristocrática francesa, em compasso ternário, inserida na suite clássica.
Crescendo (ital.): aumento progressivo da intensidade de uma parte da música.

D
D: designação da nota Ré no sistema alfabético.
Da capo (ital.): voltar ao princípio do trecho musical. Aparece muitas vezes abreviada pelas letras D. C.
Dedilhação: utilização dos dedos na execução de um instrumento musical, ou a indicação numérica de como os dedos se
devem posicionar no teclado.
Diapasão: embora haja o diapasão de sopro (que dá as doze notas da escala cromática e se chama, por isso, diapasão
cromático) o diapasão de percussão é um objeto de metal em forma de garfo, sensivelmente, que dá apenas a nota Lá.
Batendo-se contra uma uma superfície dura, dá as 440 vibrações por segundo.
Diatónico: que procede por intervalos de tom e meio tom.
Dies Irae (lat.): "Dia de Ira", é a parte da Missa de Requiem (dos Defuntos) que se refere ao Juízo Final.
Diminuendo (ital.): termo italiano que significa diminuição gradual da intensidade do som.
Dinâmica: conjunto de variações na intensidade de uma peça musical, crescendo ou diminuindo.
Dissonância: combinação de sons cujo efeito provoca uma sensação de instabilidade.
Dó: primeira nota da escala diatônica de Dó, correspondente à letra C do sistema alfabético.
Dodecafonismo: sistema de composição baseado nas doze notas da escala cromática. No que diz respeita à melodia,
harmonia e contraponto, rejeita as bases admitidas pelo sistema tonal, como a preponderância de determinados graus
sobre outros (como a tônica, dominante, subdominante, sensível).
Doxologia: forma laudatória utilizada na liturgia no fim de um salmo, hino ou outra oração. O canto dos salmos e
cânticos da Liturgia das Horas é concluído com "Gloria Patri...", ou "Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo".
Duração: valor de uma figura musical cuja execução é mais ou menos longa.

E
E: designação da nota Mi no sistema alfabético.
Ensemble: pequeno agrupamento de intérpretes que pode englobar instrumentistas e cantores.
Escala: série de sons que serve de base a uma composição musical e que dá a uma peça o seu estilo de música ligeira,
cigana, chinesa ou jazz, por exemplo.
Etnomusicologia: ramo da musicologia que estuda cientificamente as músicas do mundo tanto do passado como do
presente, com especial ênfase para as influências culturais e raciais.
Exposição: primeira parte de uma peça em forma de sonata, em que os temas principais são apresentados.

F
F: designação da nota Fá no sistema alfabético.
Fado: Canção urbana originária de Lisboa, cantada de forma diferente em Coimbra e no Porto, com acompanhamento da
guitarra portuguesa, é um símbolo internacionalmente reconhecido de Portugal.
Fandango: dança popular espanhola, andaluza, especialmente, em compasso ternário 3/4 ou 3/8, acompanhada por
guitarra e castanholas. Importada, provavelmente, da América Latina, era muito divulgada já no século XVII. Embora lhe
esteja subjacente a temática amorosa, nesta dança homem e mulher não se tocam. Em Portugal, o fandango enraizou-se
especialmente no Ribatejo, onde é executada por dois homens e acompanhada de concertina, harmônica e outros

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instrumentos nos ranchos folclóricos. Nicolai Rimsky-Korsakov introduziu esta dança no seu "Capricho Espanhol", o que
aconteceu também com obras orquestrais de outros compositores (Albéniz, Falla, Graandos, Soler, Bocherini).
Fantasia: peça musical que, composta a partir de melodias conhecidas e trechos de ópera, revela a técnica do compositor
e o virtuosismo do intérprete.
Falsa relação: designa, na harmonia, o fazer-se ouvir, simultânea ou consecutivamente, dois sons considerados
incompatíveis, especialmente o trítono (intervalo de 3 tons, entre Fá e Si natural).
Fermata: antigo nome do ponto de órgão como sinal de paragem.
Ficta (música, ital.): prática medieval e renascentista que consistia em omitir na escrita musical alterações que deviam ser
feitas na execução.
Figuras: símbolos que indicam a duração dos sons (semibreve, mínima, semínima, colcheia, semicolcheia, fusa e
semifusa, que vão desde os 4 tempos até 1/16 tempo).
Finale (ital.): último andamento de uma obra em vários andamentos.
Forte: qualidade dos sons executados com intensidade elevada, isto é, dos sons que têm grande amplitude de onda
sonora.
Forte-piano (ital.): expressão que aparece abreviada na partitura (fp) e significa ataque forte de uma nota, seguido de uma
execução em piano.
Fortissimo (ital.): abrevidada na partitura em ff, é uma das expressões de intensidade do som.
Fox-trot: Dança norte-americana que surgiu por volta de 1910; música sincopada, em andamento moderado, em
compasso 4/4, e marcha moderada.
Frase: pequena secção coerente de uma música, comparável a uma oração na linguagem falada.
Fuga: obra contrapontística em três ou mais partes com a mesma importância, que entram sucessivamente, imitando a
outra.
Funaná: gênero musical tocado pelas mulheres da Ilha de Santiago, Cabo Verde.

G
G: designação da nota Sol na Idade Média e no sistema alfabético hoje usado nos países de língua inglesa ou alemã. Foi
inicialmente o símbolo da clave de sol que, através de várias transformações, chegou à atual configuração.
Galharda: dança de corte, em andamento vivo, compasso ternário, muito em voga no séc. XVI, que entrou nas suites
instrumentais dos séc. XVI-XVII.
Galope: dança rápida originária da Europa central, em compasso binário, cujo ritmo evoca o galope de um cavalo; figura
pontuada seguida da figura que vale metade daquela.
Gavota: dança muito graciosa e delicada, nascida no século XVI, nos Alpes Franceses, em compasso binário, andamento
moderado e ritmo anacrúsico. Na música "erudita", podemos encontrar esta dança em L. Marchand, os Couperin, Lully).
Giga: dança bastante movimentada em compasso 6/8 ou 12/8 que teve origem na Inglaterra entre as gentes do mar.
Glissando (ital.): passagem de uma nota a outra através de um portamento.
Gloria (lat.): Primeiro nome de várias peças latinas (Glória ao Pai, Glória a Deus nas alturas...)
Graduale (lat.): Parte do Ordinário (conjunto de cantos váriáveis de missa para missa), normalmente em estilo
melismático, cantada entre a Epístola e o Evangelho. A palavra "Graduale" designa também o livro que inicialmente
continha estes cânticos. O cântico ou salmo é atualmente cantado de modo responsorial, com uma parte cantada pelo
salmista e um refrão entoado por toda a assembleia.
Grave: som de altura reduzida, de baixa frequência que, por analogia, popularmente se diz "grosso" (que alguém tem uma
"voz grossa").
Gregoriano: canto coral monofónico sacro, "a capella", que a tradição da Igreja Católica associou ao Papa Gregório I.
Gymel (ingl.): tipo rudimentar de polifonia a duas partes paralelas, muito utilizado no século XV, na Inglaterra. As partes
evoluem em intervalos de terceira ou sexta.

H
H: Nos países de língua alemã, a letra H designa o Si natural, enquanto o B designa o si bemol, His, o Si sustenido e hisis
o Si duplo sustenido.
Habanera: dança de origem provavelmente afro-cubana, de Habana, em compasso 2/4. O seu ritmo é basicamente
constituído por uma colcheia pontuada seguida de semicolcheia e duas colcheias. A habanera foi trazida para Espanha na
segunda metade do século XIX. Uma dessas danças foi utilizada por Georges Bizet na ópera "Carmen", em 1875. A
habanera inspirou outros compositores, tanto em Espanha como em França (Isaac Albéniz, Manuel de Falla, Camille
Saint-Saëns, Georges Bizet, Emmanuel Chabrier, Claude Debussy).
Handel-Werke-Verzeichnis (alem.): catálogo que identifica as obras de Georg Frederic Handel. Cada obra aparece
identificada pela abreviatura HWV seguida de um número.
Harmonia: ciência dos acordes com a sua sonoridade global e encadeamentos.
Harmônico (intervalo): intervalo em que os sons são apresentados ao mesmo tempo, escritos na vertical.
Harmônicos: sons que acompanham a emissão de um som fundamental, formando uma série de harmônicos superiores
naturais.

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Série 2013 70
Hebraica (música): conjunto de práticas vocais e instrumentais dos antigos hebreus que assumiram grande importância no
templo de Jerusalém, transmitidas oralmente e testemunhadas por muitos exemplos da Sagrada Escritura.
Heptatónica (grec.): literalmente "sete tons", no sentido de "sete sons", escala de sete sons.
Hertz: sinônimo de "ciclos por segundo", é a unidade de medida da freqüência dos sons. O nome homenageia o físico
alemão Heinrich Hertz (1857-1894).
Heterofonia: na etnomúsicologia designa a prática de executar em várias partes a mesma melodia, com variantes e
ornamentos que não estão presentes em outras partes.
Hinário: recolha de hinos e, por extensão, de cânticos cristãos. Com a imprensa, os hinários deixaram de ser conjuntos
isolados, estando hoje os hinos colocados nos ofícios próprios, juntamente com outros cânticos.
Hino: poema estrófico a Deus, Cristo, aos santos, que termina muitas com uma doxologia à Santíssima Trindade (Pai,
Filho e Espírito Santo). A palavra pode designar também a música identificativa de uma congregação, associação,
movimento religioso, região, país.
Homofonia (gr.): literalmente significa "vozes semelhantes", designando música em uníssono (ao contrário de
heterofonia), ou música em que as partes se movimentam juntas, nota contra nota (homorritmia).
Homorritmia (gr.): concordância de uma nota, em termos de ritmo, com as notas das outras partes, executadas em
simultâneo. Enquanto a polirritmia, que surge com o motete, desenvolve o Contraponto, a homorritmia, que nasce do
"conductus" do séc. XIII está na base da Harmonia.
Hoqueto: processo rítmico que consiste em repartir as notas de uma linha melódica entre as vozes ou instrumentos de
uma composição. Esta técnica apareceu no século XIII e foi muito utilizada no século XIV, na Ars Nova.
Horas (Liturgia das): Ofício litúrgico católico que consiste na recitação e canto de salmos e cânticos bíblicos enquadrados
por antífonas, e escuta de leituras da Bíblia e da Tradição da Igreja.
Hossana (hebr.): aclamação que se mantém em vários momentos da Liturgia católica, designadamente o "Sanctus", ou
"Santo", na Missa.
Humoresque: a palavra designa uma peça instrumental que apareceu no século XIX, com sentido humorístico
("humour"), ou como expressão de um estado de alma (do francês "humeur").

I
Idiofone: instrumento de percussão, em que uma parte bate na outra, sem ajuda de membrana, cordas ou tubos.
Infra-som: vibração sonora inaudível, de freqüência inferior a 15 ciclos por segundo.
Impressionismo: tendência musical que surgiu em França, no início do Século XX. Paralelamente à pintura de Monet,
Manet, Sisley (nos anos 1860/1870), é aplicada a certas obras de Debussy e Ravel.
Improvisação: criação de uma música no momento, designadamente no Jazz e no Órgão de Tubos.
Incipit (lat.): terceira pessoa do singular do verbo latino que significa "começar". Designa as primeiras notas de um
trecho musical.
Indefinida: instrumentos em que não é possível dar alturas ou notas determinadas.
Intensidade: qualidade do som que se prende com a energia utilizada pelo executante e a amplitude da vibração sonora,
com sons mais fortes ou mais fracos.
Intermezzo (ital.): peça que assumiu diversos papéis na evolução dos gêneros líricos. No século XVI, era um espetáculo
completo, com dança, canto e música instrumental. No século XVII, estava inserido nas festas palacianas e, nos teatros,
teve também a função de distrair o público nas mudanças de cena.
Interlúdio: intermezzo, pequena peça instrumental entre duas cenas ou atos de uma ópera, preenchendo o vazio gerado
pelo fechar do pano. São célebres os interlúdios de "Pelléas et Melisande", de Claude Debussy.
Interpretação: execução de uma partitura numa realização sonora fiel; desempenho de um músico ou um agrupamento.
Intervalo: distância entre duas notas musicais no que se refere à altura.
Introdução: secção inicial de uma peça que não começa diretamente pelo tema.
Introito (lat.): primeiro canto da missa católica, do próprio, na liturgia anterior ao II Concílio Vaticano; cântico de
entrada. Entoado enquanto o padre entra e se dirige ao altar, o cântico de entrada dá aos fiéis o sentido litúrgico da
celebração.
Invenção: peças musicais que correspondem a uma especial intenção do compositor. Ficaram célebres as invenções para
cravo de Johann Sebastian Bach a duas e três vozes.
Ite Missa est: Fórmula pela qual na missa em latim se despediam os fiéis ("Ide, a missa acabou").

J
Jazz: Música afro-americana nascida no século XX em comunidades negras dos Estados Unidos da América, baseada na
improvisação e num especial tratamento do ritmo (swing). O Jazz teve desde o início a influência das culturas europeias e
africanas.
Jota: dança tradicional espanhola de origem aragonesa, em compasso ternário, que inspirou vários compositores
(Granados, Albéniz, Falla, Glink, Lizst, Chabrier).

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Jubilus (lat.): palavra que evoca a alegria (júbilo) comentada por Santo Agostinho nas "Enarrationes super salmos",
consiste em vocalisos que ornamentam a sílaba final da aclamação "Alleluia".

K
Kantorei (alem.): nome dado nos séc. XVI e XVII a um coro pertencente a uma igreja, corte de um rei ou príncipe.
Kyriale (gr.): livro litúrgico com as melodias do Comum ou Ordinário da Missa, cujo primeiro canto é o "Kyrie".
Kyrie eleyson (gr.): Primeiras palavras da tripla invocação que dá início ao Ordinário da Missa, aparecendo assim em
primeiro lugar nas missas polifônicas ou corais que não incluem o Próprio, mas apenas as partes comuns. Com a reforma
litúrgica do Concílio Vaticano II, canta-se geralmente em português: "Senhor, tende piedade de nós".

L
Lá: sexto grau da escala diatônica de Dó, designado pela letra A nos países anglo-saxônicos; nota dada pelo diapasão.
Lamentações: Música baeada no "Livro das Lamentações" de Jeremias, utilizado na Liturgia Católica da Semana anterior
à Páscoa, chamada Semana Santa. Entre os séculos XV-XVIII, numerosos compositores escreveram "Lamentações", "a
capella" e com acompanhamento de órgão e outros instrumentos (Thomas Tallis, Orlando di Lasso, Tomás Luís de
Victoria, Palestrina, Marc-Antoine Charpentier, François Ciuperin, Igor Stravinsky).
Larghetto (ital.): diminutivo italiano que designa um andamento lento, menos lento que o largo, de caráter lento e solene,
entre 69-100 batimentos por minuto.
Largo (ital.): termo italiano que indica um andamento muito lento, o mais lento de todos, entre 40-69 batimentos por
minuto.
Lauda: termo que significa "canto de louvor". Canção religiosa escrita em língua vernácula, teve um papel importante na
Itália pré-renascentista, antecedendo, pelo seu caráter polifônico, a "frottola".
Laudes: oração matinal da "Liturgia das Horas" forma, com as orações de Vésperas e Completas, a parte mais importante
do Ofício Divino. Antigamente, as laudes rezavam-se ou cantavam-se ao amanhecer, enquanto as matinas, "Ofício das
trevas", se cantavam ainda de noite.
Legato (ital.): modo de executar uma música vocal ou instrumental em que as notas estão o mais possível ligadas entre si,
sem qualquer interrupção.
Lento (ital.): andamento semelhante ao "largo", mas sem ter necessariamente aquele caráter grave.
Leitmotiv (alem.): palavra usada especialmente para a obra de Wagner, que significa "motivo condutor", tema.
Lento (ital.): andamento lento.
Libreto (ital.): diminutivo de "libro", passou a designar texto de uma ópera, oratório ou outra obra de características
operáticas.
Lição: tradução inexacta de "lectio", leitura de textos do Antigo Testamento, dos Padres da Igreja e de Santos, colocada
nas horas canónicas. Em França, Lambert, Charpentier, F. Couperin, Delalande compuseram para as "Leituras de trevas".
Lied (alem.): palavra alemã que, remontando à Idade Média, designa uma forma músical característicmente alemã
constiuída por um texto poético cantado, com acompanhamento de piano. Entre os compositores de "lieder" encontram-
se Schubert, Beethoven, Schumann, Brahms, Wolf, Mahler, Richard Strauss.
Ligadura: linha curva que junta duas notas da mesma altura somando-lhes a duração (ligadura de prolongação) ou várias
notas de alturas diferentes para sugerir que não se devem destacar mas ligar (ligadura de expressão).
Linha suplementar: linha que, em caso de necessidade, se acrescenta por cima (suplementar superior) ou por baixo da
pauta (suplementar inferior), permitindo escrever notas num âmbito mais alargado.
Litania (gr.): oração dialogada, rezada ou cantada, constituída por uma série mais ou menos longa de invocações com
respostas curtas.
Liturgia (gr.): conjunto de celebrações públicas da Igreja, que pode ter ou não canto e acompanhamento instrumental.
Loco (ital.): "no lugar", significa que, depois de uma passagem executada "à oitava", se regressa à tessitura normal.
Luthier (fr.): designando inicialmente um fabricante de alaúdes, com o seu declínio, passou a designar o construtor de
violinos e outros instrumentos da família.

M
Madrigal: peça de caráter contrapontístico e vocal sobre um texto profano, cultivada na Europa entre os séc. XV-XVII.
Maestoso (ital.): indicação de "majestoso", de caráter solene, mas não necessariamente lento. Um andamento pode ser
"allegro maestoso".
Maestro (ital.): diretor de um coro ou de uma orquestra, que é também, por vezes, na música barroca, um dos
instrumentistas.
Magnificat (lat.): primeira palavra (verbo na terceira pessoa do singular) do cântico evangélico atribuído por São Lucas a
Maria: "Magnificat anima mea Dominum". Estas palavras de louvor aparecem no contexto da Visita que Maria faz à sua
prima Isabel após a Anunciação. É rezado ou cantado na oração litúrgica de Vésperas (ao fim da tarde). Johann Sebastian
Bach e K. Penderecki, entre muitos outros, compuseram sobre o "Magnificat".
Manual: teclado de um órgão tocado com as mãos, ao contrário da pedaleira, que é um teclado adaptado e tocado com os
pés.

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Manúbrio: puxador existente na consola de um órgão de tubos histórico, que serve para ligar ou desligar os registros, na
medida em que se puxa ou empurra.
Marcato (ital.): modo de tocar martelando um pouco as notas.
Marcha: peça musical com grande regularidade rítmica, em compasso binário. Originariamente servia para o
acompanhamento de uma procissão ou exército. Há várias tipos de marcha: marcha turca, marcha fúnebre, marcha
nupcial, encontrando-se exemplares em Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Méhul.
Marcha harmónica: modulante ou não, consiste num encadeamento de acordes.
Mazurka: dança polaca em compasso 3/4 ou 3/8, coreograficamente complexa, originária da província de Mazuria. Mais
aristocrática do que a polka, afirmou-se como forma musical no século XIX através de Frédéric Chopin e outros
compositores românticos.
Mediante: terceiro grau da escala nos sistemas tonal ou modal. A palavra "Mediante" significa o grau que está a meio
caminho entre a tônica e a dominante.
Meio soprano: voz feminina intermédia.
Melisma (gr.): "cantar sem palavras", significa um grupo maior ou menor de notas musicais sobre uma mesma sílaba
com uma função ornamental ou jubilatória. Diversamente do vocalizo, tem um caráter ocasional, uma dimensão restrita
(e não inclui a noção de virtuosismo). é a técnica de alterar a nota de uma sílaba da frase enquanto está sendo cantada, ou
seja, aquelas pessoas que fazem várias “voltinhas” harmônicas, brincando com as notas. A música neste estilo é
denominada música melismática, que é diferente da música silábica onde é emitido o som da nota cantada e seco, uma
sílaba representa uma única nota.
Melismático: estilo de canto gregoriano em que, a uma sílaba, correspondem várias notas.
Melodia: sucessão mais ou menos cantável de notas de altura diferente.
Melódico (intervalo): intervalo horizontal, isto é, em que uma nota é tocada ou cantada a seguir a uma outra, seja ela
igual, mais aguda ou mais grave.
Melos (gr.): parte de uma frase musical, canto ritmo, melodia cantada.
Metrónomo: aparelho mecânico (ou digital) criado por Winkel e patenteado por Maelzel para regular o andamento da
execução musical. O metrônomo dá ao compositor a possibilidade de escrever o andamento exato que pretende para a sua
obra.
Mezza voce (ital.): "A meia voz", expressão que tanto pode dar para o canto como para a execução instrumental.
Mezzo-forte (ital.): expressão italiana que significa uma intensidade média do som.
Mezzo-soprano (ital.): mezo-soprano, categoria musical feminina, entre o contralto e o soprano).
Mi: terceira nota da escala diatônica de Dó, correspondente à letra E nos países anglo-saxônicos.
Minueto: dança rústica francesa em compasso ternário usada especialmente nos séc. XVII e XVIII.
Miserere (lat.): palavra que significa "Tende compaixão" e dá início aos salmos 50, 54 e 55. Aparece muitas vezes nos
textos litúrgicos católicos.
Missa: Celebração principal do culto católico, é constituído por duas partes essenciais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia
eucarística.
Moderato (ital.): andamento moderado, entre 108-120 batimentos por minuto.
Modo: nome para cada uma das formas de organizar os sons da escala.
Modulação: mudança de tonalidade.
Monorritmia: existência de um só ritmo numa peça, tocado por uma ou várias pessoas.
Morna: gênero musical cabo-verdiano
Motivo: pequena célula rítmico-melódica que está na origem da frase musical e que pode surgir com sons de alturas
diferentes.
Música de câmara: música destinada a uma pequena sala de concertos, geralmente composta para um reduzido grupo de
instrumentos ou vozes.

N
Neoclássico: termo aplicado a alguns compositores do século XX que usaram formas e processos composicionais da
música do Período Clássico.
Neumas: sinais da notação medieval eclesiástica colocados sobre as sílabas para representar subida ou descida da
melodia.
Neumático: estilo de canto gregoriano em que a cada sílaba correspondem sensivelmente duas a quatro notas.
Nocturno: pequena peça para piano em um andamento, com caráter lírico e poético. John Field, Chopin e Francis
Poulenc, entre outros, compuseram noturno.
Notação: conjunto de sinais convencionais utilizados para representar graficamente a duração, altura, ritmo e outros
aspectos de uma obra musical.

O
Ofertório: canto da missa católica cantado durante a apresentação das oferendas, a seguir ao Credo (e à chamada Oração
dos fiéis).

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Oitava: grau número 8 da escala; som resultante de multiplicar por dois a freqüência de um som (oitava ascendente) ou
de reduzi-la para metade (oitava descendente).
Ópera: obra musical composta sobre um argumento, cantada com acompanhamento instrumental e encenada à
semelhança do teatro.
Opus (lat.): termo latino que significa obra ou trabalho. A partir do século XVII, seguida de um número, serve para
estabelecer a ordem de classificação das obras de um compositor.
Oratório: obra musical religiosa ou profana, para coros e orquestra, por vezes com solistas, com proporções e estilo
comparável à ópera. Nasceu em meados do século XVI na Congregação do Oratório de São Filipe de Neri, com caráter
religioso, em vista da Reforma da Igreja Católica.
Organum (lat.): forma polifônica primitiva medieval. Na sua forma mais rudimentar consiste em dobrar uma melodia
com a sua quarta ou quinta.
Ornamentação: inserção de uma ou mais notas decorativas numa melodia principal.
Orquestra: conjunto de instrumentos musicais agrupados em seções homogêneas, por famílias de instrumentos, com
predominância das cordas.
Ostinato (ital.): conjunto de notas que se repetem com insistência num trecho musical.

P
Pantonalidade: termo que designa uma organização harmônica e melódica que, não sendo propriamente atonal, evolui do
sistema tonal e se alarga através da assunção de influências diversas.
Partitura: representação gráfica do conjunto dos sons e silêncios de uma obra, partes instrumentais ou vocais de um
trecho musical em que as diversas partes simultâneas aparecem sobrepostas.
Pasodoble (esp.): dança espanhola em compasso 2/4 e em tempo allegro moderato, quase sempre em modo menor.
Pausa: silêncio que pode durar mais ou menos tempo e é representado por um símbolo numa partitura.
Pauta: pentagrama, isto é, conjunto de cinco linhas paralelas e eqüidistantes com quatro espaços entre elas onde se
escrevem os sinais musicais.
Pavana: dança de corte da Renascença (séc. XVI), em andamento lento e estilo solene, em compasso 2/4.
Pedilhação: utilização dos pés na execução do órgão com pedaleira, ou a indicação numérica de como os pés devem
evoluir na pedaleira.
Pentagrama: sinônimo de pauta musical, conjunto de cinco linhas paralelas e eqüidistantes onde se escrevem as figuras
musicais.
Pentatónico: sistema que utiliza cinco sons da escala diatônica (dó ré mi sol lá, por exemplo).
Percussão: efeito de percutir; produção de sons e de música através de batimento ou entrechoque.
Perfil sonoro: tempo de vida de um som, desde que é atacado até que se extingue (ataque, corpo, queda).
Piano: antes de significar o conhecido instrumento musical de corda e tecla, já este termo italiano significava um som ou
um conjunto de sons tocados com pouca de intensidade.
Pizzicato (ital.): indicação, nos instrumentos de arco, de que o intérprete deve tocar as cordas com os dedos e não com o
arco.
Plectro: pequena peça utilizada para tocar certos de corda como a cítara, a lira e a balalaika.
Poema Sinfônico: obra orquestral sem forma concreta, de caráter programático e rapsódico.
Polifonia: execução simultânea de várias notas e melodias.
Politonalidade: coexistência de várias tonalidades na mesma obra (freqüente em Darius Milhaud).
Polirritmia: existência mais do que um ritmo diferente, tocados ao mesmo tempo.
Ponto de aumento: ponto que, colocado imediatamente a seguir a uma figura musical, lhe aumenta a duração em metade
do seu valor.
Portamento: termo italiano que significa passagem gradual de uma nota a outra, que pode ser intencional ou acontecer
por falta de conhecimentos em muitos coros e cantores amadores.
Prelúdio: introdução musical a uma ópera, ou pequena peça independente, sem forma pre-estabelecida, como os
"Prelúdios e fugas" de J. S. Bach, ou os "Prelúdios" de Chopin.
Prestissimo (ital.): andamento ainda mais rápido que o presto, entre 200-208 semínimas por minuto.
Presto (ital.): palavra italiana que significa andamento muito rápido, entre 168-200 semínimas por minuto.
Pulsação: marcação regular de uma música ou canção que pode não se ouvir mas se sente por trás do ritmo.

Q
Quadrivium (lat.): nome que Boécio deu ao conjunto das ciências dos números (Aritmética, Música, Geometria e
Astronomia), na obra "De Arithmetica".
Quaternário: compasso ou ritmo de quatro tempos.
Quinta: grau número 5 de uma escala diatônica, ou o intervalo entre uma nota e outra nota cinco graus acima ou abaixo.
Quinteto: composição para cinco partes, ou agrupamento de cinco músicos.

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R
Rapsódia: composição com caráter de fantasia sobre temas pre-existentes, em geral populares. Na História da Música,
destacam-se as rapsódias de Liszt, Lalo e Rachmaninov).
Ré: segunda nota da escala diatônica de dó, designada por D nos países anglossaxónicos.
Recital: concerto dado por um só intérprete ou um grupo reduzido.
Recitativo: parte de uma obra que valoriza especialmente o texto e que, nas óperas e oratórios, antecede uma ária; nome
de um dos teclados do órgão.
Renascimento: palavra que designa a época da História, das Artes e da Música, entre a Idade Média e antes do Barroco,
sensivelmente entre 1430-1600 d. C. É um período em que se evolui dos modos eclesiásticos para o sistema tonal e a
polifonia atinge um lugar destacado. Alguns dos instrumentos mais utilizados são o alaúde, a harpa, o virginal, o órgão
(de tubos), a flauta doce, o oboé e o cromorne. Entre os compositores da Época devem referir-se Giovanni Pierluigi da
Palestrina, Orlando di Lassus, William Byrd, Orlando Gibbons, Tomás Luis de Victoria.
Requiem (lat.): Missa dos Defuntos. Palavra tirada do canto inicial: "Requiem aeternam dona eis, Domine", que significa
"Dá-lhes, Senhor, o eterno descanso".
Ricercare (ital.): palavra italiana que designava no séc. XVI e XVII uma forma instrumental com caráter de
improvisação.
Ritardando (ital.): termo italiano que significa diminuição gradual do andamento.
Ritmo: componente fundamental da música, tem a ver com a organização dos sons e dos silêncios e respectiva duração.
Roda: círculo que se forma para certas canções infantis, podendo também verificar-se em danças espanholas.
Rondó: canção medieval francesa com refrão.
Rumba: dança popular cubana de origem negra, com caráter sincopado, que usa como acompanhamento instrumentos de
percussão, essencialmente.
RV: letras seguidas de um número que designam as obras de Antonio Vivaldi, segundo o catálogo de Peter Ryom's,
"Ryom Verzeichnis".

S
Saibara: género músical desenvolvido na corte do Japão durante doze séculos.
Salmo: poema cantado retirado do "Livro dos Salmos", do Antigo Testamento (parte da Bíblia anterior a Cristo). Os
salmos são utilizados na Liturgia Católica, tanto na Missa e nos sacramentos em geral, e foram musicados por numerosos
compositores.
Saltarello (ital.): antiga dança italiana de caráter saltitante e andamento rápido em compasso 6/8.
Samba: dança de origem venezuelana em compasso 2/4 e ritmo sincopado, que se tornaria especialmente famosa no
Brasil, associada ao Carnaval.
Sanctus (lat.): parte invariável da missa, particularmente solene, de louvor a Deus ("Santo, santo, santo, Senhor Deus do
universo").
Schola Cantorum (lat.): locução latina, ligada à Igreja Católica, que significa "grupo de cantores". Vincent d'Indy fundou
em Paris, em 1896, uma escola de música que adaptou o nome de "Schola Cantorum".
Segunda: relação de um grau da escala com o grau anterior ou seguinte, podendo ser de um tom ou meio tom.
Seguidilla (esp.): canção e dança tradicional de Espanha, em ritmo vivo e compasso 3/4 e 3/8.
Sensível: sétimo grau da escala diatônica, com intervalo de meio tom relativamente à tônica, para a qual tem tendência a
resolver.
Serenata: peça instrumental sem forma determinada. É célebre a "Pequena Serenata Noturna" de Mozart.
Septeto: formação ou obra para sete instrumentos ou vozes.
Sétima: som que na escala diatônica ocupa o 7º grau ascendente. É sétima também o intervalo entre as duas notas.
Sexta: som que numa escala diatônica é o sexto a contar da tônica (Dó-lá); intervalo que daí resulta.
Sexteto: agrupamento de seis vozes ou instrumentos, ou obra escrita a seis partes.
Sforzando (ital.): aumento da força dinâmica.
Silábico: estilo de canto gregoriano em que a cada sílaba corresponde uma nota.
Síncopa: forma rítmica em que o acento do tempo forte é deslocado para o tempo fraco, ou a parte fraca do tempo.
Sinfonia: obra orquestral de grandes dimensões, em vários andamentos, em geral.
Sinfonietta (ital.): diminutivo que pode designar uma pequena orquestra ou uma pequena sinfonia.
Solo: secção de um trecho musical executado por um só intérprete (solista).
Sonata: obra instrumental em 3 ou quatro andamentos para um ou mais intérpretes.
Sonatina: sonata de pequenas dimensões.
Soprano: a mais aguda das vozes femininas.
Staccato (ital.): execução de uma música em que cada nota aparece um pouco destacada da nota seguinte.
Suite: peça instrumental em vários andamentos.
Sustenido: sinal da notação musical que modifica uma nota em meio tom ascendente. O duplo sustenido sobe dois meios
tons.

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T
Tantum ergo (lat.): hino católico em latim cantado na bênção do Santíssimo Sacramento.
Tarantela: dança rápida em compasso 6/8 rápido e com mudanças entre tonalidade maior e menor.
Te Deum (lat.): hino católico latino de louvor a Deus, cantado especialmente em ocasiões solenes.
Tiento (esp.): termo utilizado no século XVI para designar uma obra instrumental com caráter bastante improvisativo,
designadamente ao órgão.
Tenor: a voz mais aguda das vozes masculinas.
Terceira: intervalo entre uma nota (primeira) e a nota que se segue à nota seguinte, inferior ou superior.
Tercina: célula rítmica que subdivide em três um tempo que normalmente se divide em duas partes iguais.
Ternário: compasso ou ritmo de três tempos.
Tessitura: parte da escala sonora de um instrumento ou voz, indicando as oitavas e fragmentos de oitava que o
instrumento ou voz compreende.
Tetracorde: quatro notas, havendo entre cada uma delas e a superior, um tom, exceto entre o terceiro e o quatro graus,
que se encontram à distância de meio tom.
Textura: termo que, por analogia, significa a quantidade de sons e timbres utilizados em determinada peça musical.
Timbre: cor ou característica do som que permite distinguir um instrumento ou uma voz, mesmo quando dão notas da
mesma altura, deve-se à forma como o som é produzido.
Tocata: composição instrumental livre, de caráter brilhante e vivo, normalmente para órgão ou cravo.
Tom: intervalo de segunda maior. A palavra pode significar também tonalidade.
Tônica: a nota fundamental de uma escala diatônica, ou o centro que polariza a tonalidade no regime harmônico
diatônico.
Trio: composição escrita a três partes ou para três instrumentos. A mesma palavra pode designar a parte central do
minueto, e um conjunto de três instrumentos.
Trítono: intervalo de três tons, que corresponde a uma quarta aumentada. Pela dificuldade de entoação, era chamado na
Época Medieval "Diabolus in Música".
Trovador: poeta músico medieval existente em vários países da Europa com nomes e características diferentes.
Tuna: agrupamento vocal e instrumental de músicos amadores, em geral estudantes.
Tutti (ital.): secção executada por todos os músicos.

U
Uníssono: posição de duas ou mais notas na mesma altura.
Ut (lat.): Nome antigo da nota Dó, manteve-se até ao séc. XVII. No séc. XI, na Itália, a partir do conhecido hino a São
João Baptista "Ut queant laxis / Resonare fibris / Mira gestuorum / Famuli tuorum / Solve polluti / Labii reatum / Sancte
Iohannes" (Para que os teus servos possam exaltar a plenos pulmões as maravilhas dos teus milagres, perdoa a falta dos
lábios impuros, São João!), Guido de Arezzo achou que podia ensinar os alunos a memorizar a altura dos sons, tendo
assim nascido o sistema silábico.

V
Valsa: dança em compasso ternário muito popular entre as danças de salão vienenses do século XIX, em grande parte
pelo contributo dos compositores da família Strauss. É uma das poucas danças ocidentais que conjugaram música erudita
e o gosto popular.
Variação: forma musical em que um tema é transformado através de vários recursos próprios da composição. Até se
tornar uma forma complexa, partiu de um princípio muito simples e comum, o de acrescentar a uma composição novos
elementos musicais e ornamentos.
Verismo: palavra que designa uma corrente literária italiana e, por extensão, diversas óperas de finais do século XIX e
princípios do séc. XX. Entre os compositores de óperas veristas, com o seu realismo trágico, destacam-se Mascagni e
Leoncavallo.
Versículo: parte de um cântico litúrgico entoado por um solista, a que o coro ou a assembléia responde com um
"responsório" ou aclamação.
Vésperas: oração católica da Liturgia das Horas, feita ao final da tarde por padres e religiosos, sobretudo, e cantadas nas
festividades mais solenes, muitas vezes com acompanhamento instrumental. A partir do século XIX, tornou-se muito raro
entre os compositores eruditos a composição de música para a Liturgia das Horas, designadamente, a oração da tarde.
Vibrato: ligeira ondulação provocada num som com uma finalidade expressiva, no canto ou em instrumentos de sopro.
Villanella (ital.): canção popular a três e quatro vozes, com origem napolitana, popular na Itália do século XVI.
Villancico (esp.): tipo de canto religioso espanhol conhecido desde finais do séc. XVI, com raízes na música profana
(danças populares), na tradição religiosa (Natal).
Vivace (ital.): palavra que sugere vivacidade andamento.
Vocaliso: execução vocal sem palavras, ou sobre uma sílaba. Exercício técnico em que um fragmento melódico é
repetido em diferentes alturas para aquecimento das cordas vocais ou outros objetivos específicos.

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Voz: instrumento musical privilegiado e universal pode executar música a solo ou em grupo, com acompanhamento de
um instrumento ou de uma orquestra.

W
Work-song (ingl.): tipo de canto que serve para sustentar o trabalho ou torná-lo menos árduo, é, por vezes,
acompanhado pela própria ferramenta de trabalho.

Y
Yodel: modo de cantar característico dos Alpes suiços e do Tirol, sobretudo por homens.

X
Xilofone - Som de madeira. Instrumento de percussão que consiste em barras de madeira afinadas de acordo com uma
escala, dispostas como num teclado de piano e percutidas com pequenos martelos de superfície dura ou mole seguros
pelas mãos. O âmbito é de 4 oitavas começando no Dó central. Originalmente encontrado em África e nas orquestras de
Java no século XIV. É mencionado pela primeira vez na Europa 1511, vindo a ser designado por Strohfield (rabeca de
palha) visto as barras estarem assentes sobre palha. É usado pela primeira vez numa orquestra em 1874 por Saint-Saëns
na sua Dança Macabra, por o seu timbre se prestar particularmente à imitação do ruído de esqueletos em movimento.
Desde então tem sido um elemento constante nas secções de percussão, utilizado por muitos dos compositores do século
XX, como Mahler na 6ª Sinfonia, Piccini em Madame Butterfly, Strauss em Salomé, Walton em Belshazzar's Feast,
Stravinski, Vaughan Williams.

Z
Zarzuela: representação cênica típica de Espanha, com partes faladas e outras cantadas.
Zingaresca: peça musical ao estilo cigano.
Zortzico: dança popular basca em compasso 5/8, em ritmo vivo.

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Anotações
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Parte prática 2 - Relaxamento
Nota: Se houver risadas não se preocupe e ria a vontade.

Preparação:
1. Relaxe os ombros e solte os braços: Inspire e expire lentamente (20 vezes seguidas).

Rosto e pescoço:
1. Movimento do pescoço (10 x intercaladas). Incline-o totalmente para a esquerda, depois para trás,
após para direita e em fim para frente; (relaxa a traquéia e laringe):

2. Agora, deite a cabeça no ombro esquerdo e com a mão esquerda, segure a cabeça nessa posição
durante quinze segundos. Faça o mesmo para o lado direito; (relaxa os ombros e pescoço)

3. Abaixe a cabeça, encostando o queixo no peito; cruze as mãos e coloque na parte de trás da cabeça.
Fique assim por quinze segundos, desta forma, (alonga os músculos do pescoço e da nuca).

4. Tente encostar os ombros nas pontas das orelhas; fique assim por quinze segundos e depois relaxe.
Repita três vezes esse exercício. (relaxa os músculos do ombro)

5. Massageie o pescoço, sempre com movimentos descendentes. (relaxa a traquéia e laringe)

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Mãos atrás da cabeça (movimentos para os lados) (relaxa boa parte do tronco)

Máscara facial:
1. Abra a boca diversas vezes (20 x seguidas). (Estimula os lábios)
2. Faça exercícios giratórios com a língua: (Estimula os lábios, língua e palatos)
a) Coloque-a de fora e movimente-a diversas vezes em círculos (Como a lamber os lábios).

b) Faça o mesmo por dentro, com a boca fechada.

3. Iniciando uma massagem pela testa com as pontas dos dedos (patas de aranha);

4. Na testa com movimentos ascendentes.

5. Em redor dos olhos partindo por cima das sobrancelhas e voltando para o alto do nariz.

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Na face e maxilares, em movimentos circulares e ao redor da boca, subindo em direção ao nariz.

Membros:
1. Esticar os braços e espreguiçar bocejando com a vogal Aaaaaaaaaaaaaaaa

Muitos alunos me perguntam se podem fazer o relaxamento em casa e quando e o aquecimento antes
de cantar no local da apresentação. Isso seria inútil. Deve-se levar em conta que um exercício completa o
outro, e que deve-se fazer o relaxamento e logo após o aquecimento minutos antes da apresentação.

AVALIAÇÃO: Explicar denovo boa muito boa ótima excelente perfeita

Galeria de imagens
Figura 1 Figura 2
Metrônomo analógico Metrônomo Digital

Figura 3
Exame na pregas vocais Resultado do exame

Pregas vocais normais Pólipos Nódulos

Úlcera de contato Paralisia unilateral Paralisia bilateral

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Manual de Canto
Professor GUTO FERNANDES
Série 2013

Exame nas pregas vocais

Figura 4 Figura 5 Figura 6

Pregas vocais

Figura 7 – prega vocal com Pólipo. Figura 8 – prega vocal com Nódulo

Figura 9 – o Corpo

Figura 10 Figura 11 Figura 12

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Instituto Cultural GUTO FERNANDES
Série 2013 84

Figura 13 Figura 14

Pregas vocais em repouso Pregas vocais em ação

Figura 15

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