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Eugénio Tavares

Eugénio de Paula Tavares (Ilha Brava, 18 de outubro de 1867 — Vila


Nova Sintra, 1 de junho de 1930) foi um jornalista, escritor e poeta cabo-
verdiano.
Poucos como ele souberam traduzir as alegrias e desditas dos filhos da sua
então província portuguesa, em crioulo cabo-verdiano.
Biografia
Não tinha títulos escolares de habilitação. Como José Lopes, outro poeta
cabo-Verdiano, era um autodidata. A ambos tocou igualmente a centelha
do génio. Tavares, possuidor de um carácter impoluto, era também um orador fluente de raros
recursos.
A estadia no Mindelo marcou grandemente o jovem bravense. Colocado na Fazenda Pública
do Tarrafal, descobre a Santiago profunda e seu vernáculo. De regresso à Ilha Brava em 1890,
estava um conhecedor da realidade de Cabo Verde.
Feito Recebedor da Fazenda na Brava, desposou D. Guiomar Leça, senhora de muitas virtudes e
companheira fiel para toda a vida. A partir de então devota-se ao seu sonho, assim descrito por João
José Nunes:
“(...) em plena pujança da vida, estuante de entusiasmo, Eugénio vive um sonho febril que
inflama a sua alma môça e absorve todas as faculdades do seu ser moral - A Felicidade e o
Engrandecimento do Povo Caboverdiano, cuja desgraça atroz ele atribui ao desumano
abandono a que fora votado.”
O Governador Serpa Pinto chega à Colónia e acalenta o sonho do Poeta. Acarinha-o e estimula-o
depois de o conhecer. Eugénio corresponde e a sua pena de jornalista exige justiça e moralidade
para Cabo Verde.
Nesta fase, a sua “morna” ganha conteúdo e sonoridade. Os novos temas são: o Amor, a Ilha, o
Mar, a Mulher, o Emigrante, a Partida, a Saudade.
Entre 1890 e 1900, Eugénio Tavares é o “delfim” de Cabo Verde.
Um poema seu, Mal de amor, encontra-se no CD Poesia de Cabo Verde e sete poemas de Sebastião
da Gama, de Afonso Dias.
Em 1929 colaborou em diversos artigos na “Revista de Espiritismo”, órgão da Federação Espírita
Portuguesa. De sua pena saíram vigorosos e destemidos artigos de propaganda neo-espiritualista,
prestando, assim os mais relevantes serviços ao Movimento Espírita português.

Eugénio de Paula Tavares nasceu na Ilha Brava, Cabo Verde, a 18 de Outubro de 1867, filho de
Eugénia Roiz Nozolini Tavares e de Francisco de Paula Tavares.
Eugénio Tavares foi a figura cimeira da vida cultural, política e social de Cabo Verde entre 1890 e
1930. Durante essas 3 décadas, ele dominou em todas as áreas a cultura do seu povo tendo sido o
seu maior interprete até aos nossos dias. A sua vastíssima obra vai da poesia à música, da retórica à
ficção, passando pelos ensaios. Durante a festa da língua portuguesa em Sintra, Corsino Fortes,
poeta e antigo embaixador de Cabo Verde em Portugal, intitula-o de "Camões de Cabo Verde" e
realça Eugénio Tavares de fazedor de opinião numa enorme dimensão de pensador.
Eugénio de Paula Tavares realizou trabalhos em diferentes áreas: a Poesia, as Mornas em Letra e
Música, Prosa e Jornalismo onde se retrata a sua vastíssima colaboração em órgãos de comunicação
social onde se destacam: “A Alvorada”, publicado em 1900, é um dos primeiros jornais em língua
portuguesa publicado por Eugénio Tavares em New Bedford, Estados Unidos da América. Neste
jornal Eugénio revela o seu sonho de autonomia para Cabo Verde, sonho esse que virou realidade
75 anos depois com a declaração da independência para a Nação Cabo-verdiana.
A Voz de Cabo Verde, editada por Eugénio Tavares em 1911 é um órgão de comunicação que viria
trazer a público as intenções da recém-proclamada República Portuguesa, no campo da justiça, da
fraternidade e do progresso.
Neste jornal, encontra-se em qualidade e quantidade a colaboração de Eugénio Tavares, que o
elegeu como Príncipe dos jornalistas Cabo-verdianos de todos os tempos.
Eugénio Tavares, poeta de grande “estirpe emocional”, escreveu tanto em crioulo como em
português. Soube interpretar e sentir o seu povo; cantou a estiagem, a partida dos marinheiros para a
pesca da baleia, o mar que os separava da sua “crecheu”, a saudade, o amor,… Criticou a ordem
vigente nas suas “Cartas Caboverdianas” e condenou a emigração para São Tomé.

Enquadramento sócio-histórico e cultural dos primórdios da literatura cabo-verdiana (séc.


XIX):

- A tradição oral de antigos serões em que os folhetins de rodapé dos periódicos fizeram a delícia
dos nossos antepassados;
- Poesias recitadas em reuniões familiares ou em bailes da chamada “primeira sociedade das ilhas.
Fala-nos o velho “Almanaque Luso-Brasileiro de Lembranças”, repositório de quantos versejadores
e charadistas que matavam os seus ócios na vida acanhada das cidades e vilas do arquipélago;
- Fundação de treze associações recreativas e culturais, só na vila da Praia (mais tarde cidade). E
também nas outras ilhas: Fogo, São Vicente, Sal e São Nicolau.
- A partir de 1860, o estudo em certas escolas cabo-verdianas do Latim, do Francês, do Inglês, da
Filosofia Racional e também de rudimentos de Náutica;
- Estudos no antigo Seminário Liceu de São Nicolau. Após a reorganização de 1862 abrangia(m)
dois cursos: o preparatório e o eclesiástico. A fase complementar do curso preparatório abrangia 16
cadeiras (distribuídas por seis anos): Português, Francês, Inglês, Latim, Música (vocal e
instrumental), entre outras.
- Hábito em algumas ilhas – reuniões familiares em que se recitavam poemas de românticos
portugueses e brasileiros, chegando-se até a musicar uns conhecidos versos do escritor Casimiro de
Abreu.
- Os poetas nasciam em Cabo Verde e escreviam em Cabo Verde como se tivessem nascido ou
escrito noutra parte qualquer. Toda a mundividência caracteristicamente regional se lhes escapava.
Eles foram levados, de acordo com a conjuntura social, histórica e cultural da época, a copiar os
padrões do âmbito em que se moviam.
Eugénio Tavares
Eugénio de Paula Tavares (Ilha Brava, 18 de outubro de 1867 — Vila
Nova Sintra, 1 de junho de 1930) foi um jornalista, escritor e poeta cabo-
verdiano.
Poucos como ele souberam traduzir as alegrias e desditas dos filhos da sua
então província portuguesa, em crioulo cabo-verdiano.
Biografia
Não tinha títulos escolares de habilitação. Como José Lopes, outro poeta
cabo-Verdiano, era um autodidata. A ambos tocou igualmente a centelha
do génio. Tavares, possuidor de um carácter impoluto, era também um
orador fluente de raros recursos.
A estadia no Mindelo marcou grandemente o jovem bravense. Colocado na Fazenda Pública
do Tarrafal, descobre a Santiago profunda e seu vernáculo. De regresso à Ilha Brava em 1890,
estava um conhecedor da realidade de Cabo Verde.
Feito Recebedor da Fazenda na Brava, desposou D. Guiomar Leça, senhora de muitas virtudes e
companheira fiel para toda a vida. A partir de então devota-se ao seu sonho, assim descrito por João
José Nunes:
“(...) em plena pujança da vida, estuante de entusiasmo, Eugénio vive um sonho febril que
inflama a sua alma môça e absorve todas as faculdades do seu ser moral - A Felicidade e o
Engrandecimento do Povo Caboverdiano, cuja desgraça atroz ele atribui ao desumano
abandono a que fora votado.”
O Governador Serpa Pinto chega à Colónia e acalenta o sonho do Poeta. Acarinha-o e estimula-o
depois de o conhecer. Eugénio corresponde e a sua pena de jornalista exige justiça e moralidade
para Cabo Verde.
Nesta fase, a sua “morna” ganha conteúdo e sonoridade. Os novos temas são: o Amor, a Ilha, o
Mar, a Mulher, o Emigrante, a Partida, a Saudade.
Entre 1890 e 1900, Eugénio Tavares é o “delfim” de Cabo Verde.
Um poema seu, Mal de amor, encontra-se no CD Poesia de Cabo Verde e sete poemas de Sebastião
da Gama, de Afonso Dias.
Em 1929 colaborou em diversos artigos na "Revista de Espiritismo", órgão da Federação Espírita
Portuguesa. De sua pena saíram vigorosos e destemidos artigos de propaganda neo-espiritualista,
prestando, assim os mais relevantes serviços ao Movimento Espírita português.

Eugénio de Paula Tavares nasceu na Ilha Brava, Cabo Verde, a 18 de Outubro de 1867, filho de
Eugénia Roiz Nozolini Tavares e de Francisco de Paula Tavares.
Eugénio Tavares foi a figura cimeira da vida cultural, política e social de Cabo Verde entre 1890 e
1930. Durante essas 3 décadas, ele dominou em todas as áreas a cultura do seu povo tendo sido o
seu maior interprete até aos nossos dias. A sua vastíssima obra vai da poesia à música, da retórica à
ficção, passando pelos ensaios. Durante a festa da língua portuguesa em Sintra, Corsino Fortes,
poeta e antigo embaixador de Cabo Verde em Portugal, intitula-o de "Camões de Cabo Verde" e
realça Eugénio Tavares de fazedor de opinião numa enorme dimensão de pensador.
Eugénio de Paula Tavares realizou trabalhos em diferentes áreas: a Poesia, as Mornas em Letra e
Música, Prosa e Jornalismo onde se retrata a sua vastíssima colaboração em órgãos de comunicação
social onde se destacam: “A Alvorada”, publicado em 1900, é um dos primeiros jornais em língua
portuguesa publicado por Eugénio Tavares em New Bedford, Estados Unidos da América. Neste
jornal Eugénio revela o seu sonho de autonomia para Cabo Verde, sonho esse que virou realidade
75 anos depois com a declaração da independência para a Nação Cabo-verdiana.
A Voz de Cabo Verde, editada por Eugénio Tavares em 1911 é um órgão de comunicação que viria
trazer a público as intenções da recém-proclamada República Portuguesa, no campo da justiça, da
fraternidade e do progresso.
Neste jornal, encontra-se em qualidade e quantidade a colaboração de Eugénio Tavares, que o
elegeu como Príncipe dos jornalistas Cabo-verdianos de todos os tempos.
Força de Cretcheu

Ca tem nada nes bida más grande qui amor

Si Deus catem midida, amor inda ê maior

Maior qui mar qui céu

Ma d'entre tudo cretcheu, di meu inda ê maior

Cretcheu más sabi, ê quêl quê di meu

El ê quê tchábi qui t'abrim nha céu

Cretcheu más sabi, ê quêl qui'm crê

Ah s'm pêrdel mort dja bem

Óh força di cretcheu abrim nha asa em flôr

Dixam alcançá céu

Pám ba odjá nos senhor

Pam ba pidil simente d'amor

Cuma es di meu, pam bem dá tudo djenti

Pa tudo bem conchê céu

Eugénio Tavares

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