MÓDULO VI Reencarnação
Conteúdo básico:
■ As qualidades inatas que as pessoas [...] trazem consigo constituem a prova de que já viveram
e realizaram certo progresso. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 3, item 13.
■ O conhecimento do pretérito, através das revelações ou das lembranças, chega sempre que a
criatura se faz credora de um benefício como esse, o qual se faz acompanhar, por sua vez, de
responsabilidades muito grandes no plano do conhecimento [...]. Emmanuel: O consolador,
questão 370.
■ A reencarnação pode ainda ser comprovada por outros meios, tais como: ditados mediúnicos,
fenômenos de quase-morte e de transcomunicação instrumental.
Subsídios:
Provas da Reencarnação
■ Nas ideias inatas O [...] homem traz, «ao renascer», o gérmen das suas imperfeições, dos
defeitos de que se não corrigiu e que se traduzem pelos instintos naturais e pelos pendores para
tal ou tal vício. Ao nascerem, trazem os homens a intuição do que aprenderam antes: São mais
ou menos adiantados, conforme o número de existências que contem, conforme já estejam mais
ou menos afastados do ponto de partida. Dá-se aí exatamente o que se observa numa reunião
de indivíduos de todas as idades, onde cada um terá desenvolvimento proporcionado ao
número de anos que tenha vivido. As existências sucessivas serão, para a vida da alma, o que os
anos são para a do corpo. Reuni, em certo dia, um milheiro de indivíduos de um a oitenta anos;
suponde que um véu encubra todos os dias precedentes ao em que os reunistes e que, em
consequência, acreditais que todos nasceram na mesma ocasião. Perguntareis naturalmente
como é que uns são grandes e outros pequenos, uns velhos e jovens outros, instruídos uns,
outros ainda ignorantes. Se, porém, dissipando-se a nuvem que lhes oculta o passado, vierdes a
saber que todos hão vivido mais ou menos tempo, tudo se vos tornará explicado. Deus, em sua
justiça, não pode ter criado almas desigualmente perfeitas. Com a pluralidade das existências, a
desigualdade que notamos nada mais apresenta em oposição à mais rigorosa equidade: é que
apenas vemos o presente e não o passado. A este raciocínio serve de base algum sistema,
alguma suposição gratuita? Não. Partimos de um fato patente, incontestável: a desigualdade
das aptidões e do desenvolvimento intelectual e moral, e verificamos que nenhuma das teorias
correntes o explica, ao passo que uma outra teoria lhe dá explicação simples, natural e lógica.
Será racional preferir-se as que não explicam àquela que explica? As ideias inatas podem ser
observadas na infância, porém, a rigor, elas são mais facilmente identificadas a partir da
adolescência, período que o [...] Espírito retoma a natureza que lhe é própria e se mostra qual
era. O [...] Espírito reencarnado retoma a herança de si mesmo, na estrutura psicológica do
destino, reavendo o patrimônio das realizações e das dívidas que acumulou, a se lhe regravarem
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MÓDULO VI Reencarnação
que facilidade alguns dentre eles tomam nomes que nunca lhes pertenceram. [...] A identidade
dos Espíritos das personagens antigas é a mais difícil de se conseguir, tornando-se muitas vezes
impossível, pelo que ficamos adstritos a uma apreciação puramente moral. Muito mais fácil de
se comprovar é a identidade, quando se trata de Espíritos contemporâneos, cujos caracteres e
hábitos se conhecem, porque, precisamente, esses hábitos, de que eles ainda não tiveram
tempo de despojar-se, são que os fazem reconhecíveis e desde logo dizemos que isso constitui
um dos sinais mais seguros de identidade. Em relação às revelações mediúnicas de vidas
passadas, destacamos a pergunta número quinze, do item 290 de O Livro dos Médiuns, e as
respectivas respostas que os Espíritos Superiores deram a Allan Kardec: Podem os Espíritos dar-
nos a conhecer as nossas existências passadas? Deus algumas vezes permite que elas vos sejam
reveladas, conforme o objetivo. Se for para vossa edificação e instrução, as revelações serão
verdadeiras e, nesse caso, feitas quase sempre espontaneamente e de modo inteiramente
imprevisto. Ele, porém, não o permite nunca para satisfação de vã curiosidade.
a) Por que é que alguns Espíritos nunca se recusam a fazer esta espécie de revelações? São
Espíritos brincalhões, que se divertem à vossa custa. Em geral, deveis considerar falsas, ou, pelo
menos, suspeitas, todas as revelações desta natureza que não tenham um fim eminentemente
sério e útil. Aos Espíritos zombeteiros apraz lisonjear o amor-próprio, por meio de pretendidas
origens. Há médiuns e crentes que aceitam como boa moeda o que lhes é dito a esse respeito e
que não veem que o estado atual de seus Espíritos em nada justifica a categoria que pretendem
ter ocupado. Vaidadezinha que serve de divertimento aos Espíritos brincalhões, tanto quanto
para os homens [...].
b) Assim como não podemos conhecer a nossa individualidade anterior, segue-se que também
nada podemos saber do gênero de existência que tivemos, da posição social que ocupamos, das
virtudes e dos defeitos que em nós predominaram? Não, isso pode ser revelado, porque dessas
revelações podeis tirar proveito para vos melhorardes. Aliás, estudando o vosso presente,
podeis vós mesmos deduzir o vosso passado. Para Emmanuel, os [...] Espíritos que se revelam,
através das organizações mediúnicas, devem ser identificados por suas ideias e pela essência
espiritual de suas palavras. Determinados médiuns, com tarefa especializada, podem ser
auxiliares preciosos à identificação pessoal, seja no fenômeno literário, nas equações da ciência,
ou satisfazendo a certos requisitos da investigação; todavia, essa não é a regra geral,
salientando-se que as entidades espirituais, muitas vezes, não encontram senão um material
deficiente que as obriga tão-só ao indispensável, no que se refere à comunicação. Devemos
entender, contudo, que a linguagem do Espírito é universal, pelos fios invisíveis do pensamento,
o que, aliás, não invalida a necessidade de um estudo atento acerca de todas as ideias lançadas
nas mensagens medianímicas, guardando-se muito cuidado no capítulo dos nomes ilustres que
porventura as subscrevam. Nas manifestações de toda natureza, porém, o crente ou o estudioso
do problema da identificação não pode dispensar aquele sentido espiritual de observação que
lhe falará sempre no imo da consciência.
Anexo
Provas da reencarnação
1) «Qual a origem das faculdades extraordinárias dos indivíduos que, sem estudo prévio,
parecem ter a intuição de certos conhecimentos, o das línguas, do cálculo, etc?» — «Lembrança
do passado; progresso anterior da alma, mas de que ela não tem consciência.» Allan Kardec: O
livro dos espíritos, questão 219.
2) «Podemos ter algumas revelações a respeito de nossas vidas anteriores?» — «Nem sempre.
Contudo, muitos sabem o que foram e o que faziam. Se se lhes permitisse dizê-lo abertamente,
extraordinárias revelações fariam sobre o passado.» Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão
395.
3) «Os [...] Espíritos não nos trazem um ato de notoriedade e sabe-se com que facilidade alguns
dentre eles tomam nomes que nunca lhes pertenceram. [...] A identidade dos Espíritos das
personagens antigas é a mais difícil de se conseguir, tornando-se muitas vezes impossível, pelo
que ficamos adstritos a uma apreciação puramente moral. [...] Muito mais fácil de se comprovar
é a identidade, quando se trata de Espíritos contemporâneos, cujos caracteres e hábitos se
conhecem, porque, precisamente, esses hábitos, de que eles ainda não tiveram tempo de
despojar-se, são que os fazem reconhecíveis e desde logo dizemos que isso constitui um dos
sinais mais seguros de identidade.» Allan Kardec: O livro dos médiuns, cap. 24, itens 255 e 257.
4) Os Espíritos podem comunicar-se por diversas «[...] maneiras: por meio de gravadores, de
fitas magnéticas, por telefone (secretária eletrônica), por computador e, também, por via
mediúnica.» Hernani Guimarães de Andrade: A transcomunicação através dos tempos. São
Paulo: FÉ, 1997. Cap. II.
5) No auxílio a Espíritos presos a ideias fixas, os benfeitores espirituais podem atuar no centro
da memória desses infelizes sofredores. Por meio da movimentação fluídica e indução verbal, é
possível fazê-los recordar traumas. No livro Entre a Terra e o Céu, o Espírito André Luiz nos traz
um exemplo: «Ante a surpresa que se estampou no semblante da interpelada, a orientadora,
num gesto que nos era conhecido, nas operações magnéticas de Clarêncio, acariciou-lhe a
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fronte, de leve, e repetiu: — Lembre-se! lembre-se!... Bafejada pelo poder de Irmã Clara, em
determinados centros da memória, Antonina fez-se pálida e exclamou, controlando a própria
emoção: — Sim, sou eu a cantora! Revejo, dentro de mim, os quadros que se foram!... Os
conflitos no Paraguai!... Uma chácara em Luque!... a família ao abandono!... José Esteves, hoje
Mário...» Francisco Cândido Xavier: Entre a terra e o céu. Rio de Janeiro: FEB, 2005, cap. 39.