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ATÉ O MEU ÚLTIMO SUSPIRO

EU PRATICAREIA COMPAIXÃO

O que entendemos por compaixão?

misturada com desejo e


A compaixãopode vir apego, como
filho, que frequentemente está
o amor dos pais pelo associadoàs
própriasnecessidades emocionais, não sendo, portanto,
compaixão. Da uma
manifestação plena de mesma maneira, no
casa.
mento, o amor entre marido e mulher — sobretudo no
começo,
quando não se conhece em profundidade o temperamentodo
outro — se parece mais com apego do que com amor verdadei-
ro. Nossodesejo pode ser tão forte que a pessoa a quem somos
apegadosparece boa, mesmo que ela seja na realidade muito
negativa.Nós temos, de resto, tendência a exagerar qualidades
de pouco valor. Também, quando a atitude de um varia, o outro
frequentementefica desamparado e sua atitude muda como
consequência.Trata-sede um sinal de que o amor era motivado
maispor uma necessidadepessoal do que por uma preocupação
autêntica com o ser amado. A verdadeira compaixão não é ape-
nas uma resposta emocional, é um compromisso firme e racio-
nal. O resultado é que uma atitude de compaixão autêntica não
varia,nem mesmo diante do comportamento negativo do outro.
Seguramente,não é nem um pouco fácil desenvolveressa
forma de compaixão. Antes de mais nada, convém compreender
que os outros são seres humanos como nós. Eles aspiram à feli-
cidadee não querem sofrer. Quando admitimos a igualdadede
todos os seres em seu desejo de felicidade e seu direito de obtê-
Ia, sentimosespontaneamenteuma empatia que nos aproxima
deles. Habituando nosso espírito a um altruísmo universal, expe-
rimentaremosum sentimento de responsabilidade em relação
aos outros e um desejo de os
ajudá-los eficazmente a superar
sofrimentos.Um desejo como esse não é seletivo, aplicando-se

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