A compaixãopode vir apego, como filho, que frequentemente está o amor dos pais pelo associadoàs própriasnecessidades emocionais, não sendo, portanto, compaixão. Da uma manifestação plena de mesma maneira, no casa. mento, o amor entre marido e mulher — sobretudo no começo, quando não se conhece em profundidade o temperamentodo outro — se parece mais com apego do que com amor verdadei- ro. Nossodesejo pode ser tão forte que a pessoa a quem somos apegadosparece boa, mesmo que ela seja na realidade muito negativa.Nós temos, de resto, tendência a exagerar qualidades de pouco valor. Também, quando a atitude de um varia, o outro frequentementefica desamparado e sua atitude muda como consequência.Trata-sede um sinal de que o amor era motivado maispor uma necessidadepessoal do que por uma preocupação autêntica com o ser amado. A verdadeira compaixão não é ape- nas uma resposta emocional, é um compromisso firme e racio- nal. O resultado é que uma atitude de compaixão autêntica não varia,nem mesmo diante do comportamento negativo do outro. Seguramente,não é nem um pouco fácil desenvolveressa forma de compaixão. Antes de mais nada, convém compreender que os outros são seres humanos como nós. Eles aspiram à feli- cidadee não querem sofrer. Quando admitimos a igualdadede todos os seres em seu desejo de felicidade e seu direito de obtê- Ia, sentimosespontaneamenteuma empatia que nos aproxima deles. Habituando nosso espírito a um altruísmo universal, expe- rimentaremosum sentimento de responsabilidade em relação aos outros e um desejo de os ajudá-los eficazmente a superar sofrimentos.Um desejo como esse não é seletivo, aplicando-se