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Turismo na Islândia
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2- Introdução
O ato de viajar tornou-se algo cada vez mais acessível a um crescente número de
pessoas, de diferentes origens, com diferentes motivações, que procuram destinos
menos conhecidos, mais ou menos distantes, para viver experiências turísticas,
recreativas, culturalmente enriquecedoras, desfrutando de ambientes únicos, com
paisagens de intensa beleza natural, ou em territórios onde a ocupação e a presença do
Homem são a marca cultural dominante.
O que procura o turista ao escolher determinado local para visitar e o que este
tem para lhe oferecer; de que forma determinado país ou região promove o sector do
turismo e qual o impacto que este tem a nível económico, social e ambiental, para o
local de destino são algumas das interrogações para as quais pretendemos obter resposta
ao longo deste trabalho. Como caso específico escolhemos a Islândia.
Assim sendo, partimos da análise do fenómeno turístico no contexto global e
europeu, afunilamos a análise para o caso islandês, determinando a localização do pais e
as características mais relevantes do mesmo. Posteriormente, analisamos o seu mercado
turístico, nomeadamente o perfil da oferta/procura, os destinos turísticos mais
significativos e os mecanismos de mercado. De forma a perceber melhor os resultados
encontrados, analisamos a política económica do país relativamente ao turismo assim
como também os impactos que o mesmo tem nos cidadãos e no país. Consideramos,
desta forma, responder ao desafio que nos foi lançado na Unidade Curricular de
Economia do Turismo.
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3- Metodologia
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4- O fenómeno turístico
- chegam à União Europeia turistas vindos dos Estados Unidos (2.5%), dos países
asiáticos (2.3%) e da Suíça (1.4%);
- os três principais países da UE para turistas europeus (medidos pelo número de noites
passadas) foram Espanha (20,9%), França e Itália (ambos 11,7%);
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- os europeus gastaram em média 98 euros por noite noutro país da EU. Isso variou de
51 euros na Roménia a 155 euros na Estónia;
- os europeus viajaram de avião para 56,1% de suas viagens fora de país de origem,
enquanto para viagens dentro de próprio país viajaram principalmente de carro e
autocarro (81,6%) ou comboio (13,2%);
- uma em cada quatro viagens pessoais foi feita pelos europeus em julho e agosto,
enquanto março foi o mês em que a maioria das viagens de negócios foi realizada;
- mais de um terço de todas as viagens feitas por europeus eram visitas a amigos e
parentes;
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5- A Islândia: características gerais
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A Islândia tem uma população de quase 350 mil habitantes. A capital, e maior cidade, é
Reiquiavique, cuja área metropolitana abriga cerca de dois terços da população
nacional.
Imagem 1 - Reiquiavique, maior cidade e centro da Grande Reiquiavique, Fonte: (Kangaroo Tours, 2016)
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5.1- O mercado turístico
A Islândia tem 13 034 quilómetros de estradas que unem todo o território. O Anel
Rodoviário é uma via primária que possui 1 337 quilómetros de comprimento e
circunda todo o país, junto ao litoral, ligando todas as principais cidades. O transporte
marítimo de passageiros para o país é feito por meio de uma balsa que sai da Dinamarca
passa pelas Ilhas Feroe e chega a Seyoisfjorour no oeste. Todavia, durante o inverno do
hemisfério norte, entre outubro e abril, este serviço não está disponível. Em relação ao
transporte aéreo, a Islândia possui 99 aeroportos, mas somente seis deles possuem pista
pavimentada. O Aeroporto Internacional de Keflavík, a 48 quilómetros da capital do
país, é o mais movimentado. As companhias aéreas do país oferecem voos regulares
para diversas localidades na Europa e América do Norte.
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Números Área Km2
Total 2000 2018 2000 2018
Parques Naturais 3 3 1.870 14.535
Monumentos naturais 31 42 154 121
Reservas naturais 37 41 2.706 2.830
Parques 11 22 392 442
Outros 2 6 7.243 3.033
Total 84 114 12,365 20961
Tabela 2- Espaço das áreas protegidas, entre 2000 e 2016, Fonte: (Statistics Iceland, 2019)
Anos 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total
Chegadas 1,768,008 1,927,807 2,166,227 2,656,942 3,296,505 3,934,112 4,624,295 5,063,723 5,262,263
Total
Estadias 2,999,025 3,248,960 3,751,513 4,546,383 5,489,986 6,469,881 7,808,276 8,375,600 8,548,886
Tabela 3 - Total de chegadas e de estadias, entre 2010 e 2018, Fonte: (Statistics Iceland, 2019)
Todavia, a partir de janeiro de 2019 até ao presente, os dados revelam uma tendência
decrescente fruto, em parte, ao encerramento da WOW Airlines. Desde que a WOW
Airlines fechou, o impacto na economia islandesa foi notório. As estatísticas mais
recentes sobre o número de turistas mostram que os passageiros em trânsito caíram
43%. O turismo islandês sofreu um impacto negativo muito significativo. De acordo
com a Icelandic Tourism Board, no mês de Novembro de 2019, a tendência negativa
têm-se mantido desde Janeiro 2019. Entre os 23,6% de Maio (queda mais alta) e os
1.7% em Março (queda mais baixa), todos os meses de 2019 apresentaram valores
negativos.
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Gráfico 1 – Número de visitantes entre dezembro de 2018 e novembro de 2019, Fonte: (Icelandic Tourist
Board, 2019)
Apesar desta queda, o USA Today destacou que as pesquisas globais sobre a
Gronelândia, nos sites de hotéis, aumentaram 52% em 2018, e para outras áreas também
se verifica um aumento de visitantes norte-americanos (USA Today, 2019).
É sempre difícil definir um destino turístico pois as motivações da sua escolha são
diversas e nela interferem inúmeros fatores. “A decisão de viagem implica sempre a
eleição de um ou mais lugares de visita ou de permanência: o indivíduo, a partir do local
da sua residência, tem como objetivo alcançar um lugar, em regra, pré-determinado,
onde permanecerá até ao seu regresso e/ou vários lugares que vai percorrendo, segundo
um itinerário, permanecendo neles um número variável de dias ou apenas algumas
horas” (Cunha, 2013, p. 180). Todos os locais que o visitante elege são destinos mas
nem todos tem a mesma importância, nem para o visitante nem para o turismo.
As componentes essenciais de um destino turístico são, a saber: os recursos turísticos,
isto é, elementos naturais, culturais, artísticos, históricos ou tecnológicos que geram
atração turística; infraestruturas, fundamentais quer para os turistas, quer para os
residentes; equipamentos, ou seja, facilidades criadas necessárias para acomodar,
manter e ocupar os tempos livres dos turistas; acolhimento e cultura, ou seja,
comportamentos relativamente aos visitantes bem como manifestações culturais;
acessibilidades, formadas pelos meios de transporte externos incluindo os serviços e
tarifas bem como a sua organização. O desenvolvimento equilibrado dos destinos
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implica que todas as suas componentes essenciais estejam aptas a responder às
necessidades dos visitantes e sejam capazes de se adaptar às mudanças dos mercados.
No caso islandês, consideramos que a atração ao património natural, à paisagem, as
comodidades oferecidas e os acessos são determinantes na escolha deste destino.
Para melhor satisfazer as necessidades dos visitantes, no sentido de criar infraestruturas
necessárias assim como a devida divulgação e promoção, o Conselho de Turismo da
Islândia determinou, em 2002, cinco regiões principais, subdivididas em sub-regiões,
com base na sua singularidade relacionada com o património natural, histórico e cultura
local. Assim sendo, o planeamento e organização da visita torna-se mais assertivo.
Imagem 3 - Gaiser no vale Haukadalur. É o mais antigo conhecido, em atividade desde o século XIV,
Fonte: (Kangaroo Tours, 2016)
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Uma das principais atrações é a Lagoa Azul, famosa pelas suas propriedades
terapêuticas.
De acordo com o Trip Advisor, os visitantes procuram a Islândia por causa da natureza
e, como tal, os locais mais procurados são, a saber: a Lagoa Azul, a Lagoa de icebergs e
praia de Jökulsárlón, o Círculo Dourado, Skogafoss, Seljalandsfoss, Godafoss, o Parque
Nacional de Skaftafell, a Praia de areia preta de Reynisfjara, Myvatn, Kirkjufell e
Kirkjufellfoss
Imagem 5 – O que
visitar na Islândia,
Fonte: (Trip Advisor)
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5.1.3- Mecanismos de mercado
Em Portugal, podemos encontrar vários pacotes turísticos para viajar até à Islândia e que
apresentamos na tabela seguinte:
Operador Link
As companhias aéreas que viajam até a Islândia são a Icelandair, a KLM, a AIR France,
a Lufthansa e a Finnair mas não existem voos diretos. Para decidir o alojamento, o
Booking oferece-nos 1630 possibilidades de escolha na categoria hotéis, com descrição
pormenorizada dos mesmos. Em contrapartida, no AIRBNB, apenas nos é indicado a
existência de, e passamos a citar, “mais de 300 ligares para ficar”, implicando depois
uma pesquisa muito afinada para a escolha do alojamento. Outra informação pertinente
pode ser retirada ao constatarmos que, se na Islândia existem 1756 hotéis dos quais
1630 estão indexados ao Booking, isto significa que 92,8% dos alojamentos estão assim
controlados por este operador, facto que tem implicações no momento de organizar a
viagem.
Para melhor preparar a estadia, a Islândia oferece também vários websites institucionais
com informação turística relevante, para que o turista possa planear a permanência no
país e identificar todas as atividades disponíveis e locais a visitar. São eles:
Lista de websites
https://safetravel.is/
www.visiticeland.com
www.visitreykjavik.is
www.visitreykjanes.is
https://www.iceland.is/
https://www.icetourist.is/
https://www.inspiredbyiceland.com/
https://www.northiceland.is/
https://www.south.is/
https://www.west.is/
www.westfjords.is
https://www.east.is/
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6- Política económica para o turismo
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Esquema 1 - Organigrama do Ministério da Indústria e Inovação, Fonte: (Government of Iceland, 2019)
O roteiro para o turismo na Islândia foi publicado no final de 2015, enfatizando os sete
elementos principais a seguir: coordenação, proporcionar uma experiência positiva ao
visitante, dados confiáveis, preservação da natureza, habilidades e qualidade, maior
rentabilidade e uma melhor distribuição de turistas. O objetivo é garantir, por um lado,
que o turismo na Islândia se torne exemplar e, por outro, estabelecer firmemente o país
como um destino atraente e sustentável para os turistas em harmonia com a paisagem e
seu povo (Ministério da Indústria e Inovação, 2015).
A Task Force do Turismo foi estabelecida com base no roteiro, com duração de cinco
anos, do final de 2015 até o final de 2020. O Conselho é formado por ministros das
quatro principais áreas ligadas à indústria do turismo, bem como quatro representantes
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do setor e dois representantes de municípios locais. O objetivo da Task Force do
Turismo é garantir que o período entre 2015-2020 seja usado para realizar as tarefas
necessárias para estabelecer as bases sólidas necessárias na indústria do turismo da
Islândia. A sua função é coordenar medidas e encontrar soluções, em colaboração com
administrações governamentais, municípios, a estrutura de apoio a esse setor em todo o
país, o próprio setor e outras partes interessadas.
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7- Impactos do Turismo
Em função do que foi exposto, e de uma forma sucinta, podemos assumir que o turismo
permite o aumento das oportunidades de comércio para as empresas existentes na região
de destino, bem como favorece o aparecimento de novas empresas, necessárias para
uma resposta eficaz à procura turística. Por outro lado, o sector rural pode também
crescer para dar resposta às necessidades alimentares dos turistas ou do turismo rural.
Outro elemento a ter em conta é o fato da atividade turística favorecer também a criação
de postos de trabalho e o consequente aumento de riqueza da região. E aqui podemos
também acrescentar que o aumento da procura de bens essenciais pelos turistas, para
satisfazer as suas necessidades imediatas, incrementa a economia local. Em último, não
podemos deixar de considerar que as localidades recetoras vão passar a estar muito mais
preocupadas com a preservação e defesa, tanto da sua herança cultural como também
dos seus recursos naturais e culturais, pois são eles os potenciadores de atração turística.
Em última instância, para o Estado, o aumento do turismo significa o aumento de
receitas, fruto do pagamento de impostos e, como tal, o Estado tem motivos para
promover esta atividade. Face ao exposto, é de salientar que “o turismo é um sistema
que recebe inputs do contexto económico, social, político, cultural e ambiental em que
se insere, proporcionando, ao mesmo tempo, muitos outputs para esse contexto,
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podendo contribuir desta forma para o desenvolvimento de mutas regiões” (Eusébio &
Carneiro, 2012, p. 66).
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Os 25 países mais dependentes do turismo
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Ranking Países % de PIB
1 Maldivas 38.92
2 Ilhas Virgens da Bretanha 32.96
3 Macau 28.05
4 Aruba 27.64
5 Seicheles 25.74
6 Baamas 19.23
7 Vanuatu 18.16
8 Cabo Verde 17.66
9 Santa Lucia 15.61
10 Belize 14.95
11 Fiji 14.09
12 Malta 14.08
13 Camboja 13.72
14 Barbados 13.13
15 Antiga e Barbuda 13.09
16 Dominica 12.33
17 Montenegro 11.67
18 Croácia 11
19 São Tomé e Príncipe 10.63
20 Jamaica 10.48
21 Tailândia 9.82
22 Geórgia 9.36
23 Filipinas 8.7
24 Kiribati 8.66
25 Islândia 8.63
Tabela 6 – Lista dos 25 países em que impacto do turismo no PIB é maior, Fonte: (QUARTZ Daily, 2019)
Todavia, podemos também perceber a que o turismo tem sofrido uma queda, ao
compararmos o número de trabalhadores entre Fevereiro de 2018 e Fevereiro de 2019.
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Assim sendo, de acordo com a tabela seguinte, o número de trabalhadores nesta área
desceu.
Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas 502 3,500 3,400 -100 -1.8
Comércio grossista, exceto veículos automotores e motocicletas 986 8,700 8,800 100 1.4
Comércio retalhista, exceto de veículos automotores e 864 15,000 14,900 -100 -0.8
motocicletas
Administração pública, segurança social obrigatória e educação 594 41,100 42,200 1,100 2.7
Tabela 7 - Número de empregadores e trabalhadores em diversas atividades, Fonte: (Statistic Iceland, 2019)
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Gráfico 4 – Número de empregados no setor do turismo entre 2008 e 2029, Fonte: (Statistics Iceland, 2019).
O gráfico acima mostra-nos a tendência decrescente entre 2018 e 2019 no que concerne
ao número de empregados no setor do turismo.
Gráfico 5 – Evolução do valor das receitas provenientes do turismo internacional na Islândia, (World Bank Group, 2019)
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Sabemos que o turismo “interfere com o desenvolvimento equilibrado e harmonioso das
cidades e territórios” (Condesso, 2014, p. 607). Senão vejamos, o desenvolvimento da
atividade turística de uma região pode ter impactos negativos noutras atividades que
utilizavam recursos que passam agora a ser canalizados, quase em exclusivo, para o
turismo. A poluição, a destruição de ecossistemas e os congestionamentos do excesso
de pessoas, e de trânsito, podem por em causa o meio ambiente. A sazonalidade dos
postos de trabalho é também um fator negativo assim como a precariedade dos salários
numa situação oposta aos preços dos bens e produtos que têm tendência a aumentar
(Eusébio & Carneiro, 2012). Pode até ocorrer a perda de identidade da região pela
padronização do produto turístico ou mesmo até pela aculturação realizada de forma
descontrolada. Por último, a atividade turística pode levar ao aumento da despesa
pública pela necessidade de manutenção de infraestruturas de transporte e segurança e
ainda, já vamos ouvindo falar na atualidade, dos fenómenos de massificação turística,
ou seja, a capacidade total de turistas é atingida ou mesmo ultrapassada, com
consequências preocupantes para os residentes e para a paisagem.
Espera-se que o número de turistas que atravessam as fronteiras chegue a 1,8 mil
milhões por ano até 2030, de acordo com as últimas previsões da OMT. Isso acontecerá
ao lado de mais 15,6 mil milhões de chegadas de turistas domésticos. Esse crescimento
trará muitas oportunidades, incluindo desenvolvimento socioeconómico e criação de
emprego. Ao mesmo tempo, no entanto, as emissões de gases de efeito estufa ligadas ao
transporte relacionado ao turismo também estão aumentando, desafiando a ambição do
setor de turismo de cumprir as metas do Acordo de Paris. (UNWTO, 2019)
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de todos os problemas que daí advém, a Islândia está a perder aquilo que é recurso
turístico, facto que a longo prazo pode ser bastante preocupante. (Young & Miller-
Medzon, 2019).
Os próprios islandeses, ao serem inquiridos, consideram que o turismo tem
consequências positivas mas também negativas. Se, por um lado, lhes permite
beneficiar dos lucros provenientes da atividade turística e os obriga a estar mais
conscientes relativamente às questões ambientais, por outro, percebem que o turismo
tem impactos muito significativos na paisagem e que devem ser bem avaliados e para os
quais é necessário tomar medidas preventivas. A redução do número de entradas em
certos lugares pode ser uma delas.
Gráfico 6- Aspetos apontados pelos islandeses sobre o impacto do turismo, Fonte: (Sigurðardóttir, 2019)
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Ainda falta conhecimento e, em certas áreas, os moradores estão prestes a ficar sem
paciência” (Sigurðardóttir, 2019).
A Associação Islandesa de Busca e Resgate, ICE-SAR, acredita que o comportamento
dos visitantes estrangeiros mudou pois o número de acidentes envolvendo turistas
diminuiu, com exceção de 2018. Mas a Islândia deve continuar a desenvolver
infraestruturas para controlar para onde vão os visitantes.
Como parte do esforço para ensinar os turistas a serem mais responsáveis, a agência de
turismo Inspired by Iceland publicou um vídeo mostrando como tirar selfies, o qual já
teve mais de meio milhão de visualizações. As autoridades de turismo estão a trabalhar
no sentido de fortalecer os regulamentos sobre como proteger e controlar o tráfego em
várias áreas e como aplicar multas se as regras forem violadas. Também a polícia pode
agora exigir uma indenização por danos resultantes de atividades ambientais ilegais
(Sigurðardóttir, 2019).
Guðmundur Ingi Guðbrandsson, Ministro do Meio Ambiente, considera que a Islândia
está no caminho do controle do impacto do turismo na natureza, investindo na
visualização de pontos, banheiros e escadas, a fim de controlar o tráfego e a maneira
como os visitantes interagem com a natureza. Ao mesmo tempo, o país está a organizar
uma estratégia de coexistência entre turismo e natureza, sem que esta seja prejudicada.
Considera-se também que o número de visitantes em determinadas áreas deve ser
limitado. A questão climática é extremamente importante para a Islândia e para o
mundo, assim como a atividade turística, pelo que é urgente encontrar soluções
conciliadoras. O mesmo ministro acredita que o número de visitantes pode diminuir
mas, todavia, os turistas permanecerão por períodos mais longos. Em paralelo, muitas
companhias aéreas também estão tentando solucionar os problemas do CO2. Não
podemos esquecer que o tráfego aéreo é a única forma de ligar o continente com a
Islândia. Existe já uma política governamental para as questões climáticas: os
funcionários públicos são incentivados a usar as videoconferências para reduzir o
número de voos para os mesmos, até que a indústria aeronáutica comece a usar
combustíveis mais ecológicos.
Será necessário consciencializar ainda mais a população local sobre os impactos dos
seus comportamentos para com a natureza para que a Islândia fortaleça a sua posição
como destino turístico. É necessário aproveitar este período de diminuição da procura
turística para se pensar na sustentabilidade, na reciclagem de resíduos e no uso de
energia renovável por parte da indústria turística.
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8- Conclusão
O turismo é, cada vez mais, uma atividade fundamental para a maioria dos países,
proporcionando benefícios muito significativos para a economia de cada um deles e
para o desenvolvimento em geral.
Percebemos, ao longo deste trabalho, o impacto que o turismo tem na Islândia, assim
como também a forma como o poder político instituído olha para o sector. Percebemos
também que a paisagem é o recurso por excelência que os islandeses têm para oferecer e
que já se verificam alterações na mesma, facto que está a gerar uma onda de
preocupação mas também uma ação preventiva, levando a que se diminuam o número
de entradas autorizadas, em certos lugares, por exemplo.
27
9- Bibliografia
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