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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA


ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

MÓDULO 06 – HIGIENE DO TRABALHO – RISCOS FÍSICOS – ILUMINAÇÃO


RESENHA RESUMO DA NHO-11

DISCENTE: EDUARDO RONDON VILELA

Cuiabá/MT
02/2020
Ministério do Trabalho, FUNDACENTRO - Norma de Higiene Ocupacional
– 11: Procedimento técnico Avaliação dos níveis de iluminamento em ambientes
internos de trabalho, 2018

Em 1980, a FUNDACENTRO publicou uma série de normas voltadas ao


estabelecimento de parâmetros para higiene do trabalho, dentre elas a NHT 10-
I/E – Norma para avaliação ocupacional do nível de iluminamento. Esta é
cancelada e substituída pela NHO-11, que contribui muito mais com as melhorias
da qualidade em ambientes de trabalho. Essa norma tem como objetivo definir
critérios para análise dos níveis de iluminação em ambientes internos, que em
alguns casos podem ser relacionados ao desempenho dos serviços realizados.
A NHO-11 possui referência nas seguintes normas e documentos
técnicos:
 ABNT NBR ISO/CIE 8995-1, de 2013 (Iluminação de ambientes de
trabalho – Parte 1: interior);
 ABNT NBR 5461, de 1991 (Iluminação – Terminologia);
 ABNT NBR 5382, de 1985 (Verificação de iluminância de interiores);
 NHT 10-I/E, de 1986 (Norma para avaliação ocupacional do nível de
iluminamento);
 HSE HSG 38, de 1997 (Lighting at Work).

Algumas definições são muito importantes para o completo entendimento


das indicações da norma, são elas:
 Ângulo de corte: Ângulo entre o plano horizontal da base da luminária e
a inclinação limite sem visualização da(s) lâmpada(s);
 Aparência da cor: Cor da luz emitida, que pode ser descrita pela
temperatura de cor correlata;
 Área adjacente: Área que se encontra logo após o entorno imediato;
 Área da tarefa: Plano onde determinada atividade visual é desenvolvida;
 Área de trabalho: Região em que diversas áreas de tarefa estão
inseridas;
 Entorno imediato: Região de 0,50m de largura no entorno da área de
tarefa visualizada;
 Iluminância: Razão entre o fluxo luminoso incidente e a área de
determinada superfície (lux);
 Índice geral de reprodução de cor: Relação entre a cor real de
determinado objeto e a percebida diante de uma fonte luminosa (0 a 100);
 Luminância: Intensidade luminosa refletida por determinada superfície
(cd/m²)
 Nível de iluminamento mínimo: Iluminância mínima para determinada
área ou tarefa
 Refletância: Razão entre o fluxo luminoso refletido e o fluxo luminoso
incidente;
 Reflexão veladora ou ofuscamento refletido: Alta luminância que
impede a visualização parcial ou completa de determinado objeto;
 Tarefa visual: Todos elementos que são visualizados durante a
realização da tarefa;
 Temperatura de cor correlata: Temperatura de um corpo negro que
emite a mesma cor da iluminação comparada (K).

A norma indica a medição ponto a ponto para identificação do valor de


iluminância e comparação com os valores mínimos apresentados no quadro 01,
conforme o ambiente ou tarefa desenvolvida. Este valor medido não deve ser
inferior a 70% da iluminância média (calculada conforme anexo 01),
independente da recomendação do quadro 01.

Em locais de tarefa continua a iluminância não pode ser inferior a 200 lux
e caso utilize iluminação suplementar a iluminação do entorno imediato deverá
ser conforme tabela 01.

A razão entre o maior valor de iluminância medido na área de tarefa e a


iluminância média do ambiente, assim como a razão entre as áreas de trabalho
adjacentes não devem ser superiores a 5:1. Os valores de iluminância mínima
podem ser fixados nos niveis apresentados na escala do item 5.1 da norma,
aumentando ou diminuindo conforme as dificuldades encontradas em cada caso.
O procedimento avaliatório consiste preliminarmente na analise do
ofuscamento, cintilação, efeito estroboscópico, direcionalidade, sombras
excessivas, aparência da cor e contraste, que podem ser avaliados com o auxilio
dos quadros A2 (anexo 02) e A3 (anexo 03).

Após a analise preliminar, deve-se caracterizar e descrever as áreas de


tarefa, trabalho e adjacentes, identificando tambem os detalhes das luminárias e
lampadas. Para as áreas estudadas deverão ser realizadas as analises, de forma
que a luz externa esteja o mais reduzida possivel e não cause ofuscamento ou
reflexos no ambiente interno. Caso existam serviços noturnos, as análises
tambem deverão ser realizadas neste periodo.

O medidor de iluminância devera possuir especificação técnica para


medição de acordo com o tipo de lampada utilizada e calibração periódica pelo
INMETRO conforme recomendação do fabricante ou possiveis danos nos
medidores.

O procedimento de medição deverá inciar com a estabilização do


aparelho sempre que o mesmo for incializado ou quando houver alteração na
intensidade de iluminação na mudança de um ambiente para outro. Depois de
estabilizado, deve-se posicionar o aparelho no plano da tarefa ou a 0,75m do
piso, coletando ponto a ponto as medidas para posterior analise. Já a iluminância
média, deverá ser calculada conforme indicado no anexo 01.

O anexo 01 estabelece os metodos para determinação da iluminancia


média de ambientes internos retangulares, em que os resultados podem ser
influenciados por fatores como: refletâncias, tipo de lâmpada e sua vida útil,
tensão de operação e instrumentação utilizada. As medições com o equipamento
deverão ser feitas a uma distancia de 0,75m do piso.

Existem 6 situações previstas para a distribuição das lampadas nas áreas


internas e para cada situação existe um metodo de calculo da iluminância média:

 Situação 01: Ambiente retangular com lâmpadas simetricamente


espaçadas. O procedimento de medição utiliza como base a figura A1, o
cálculo deverá será realizado com a média das medições (R, Q, T e P)
para posterior utilização da fórmula disponibilizada para o caso 01.
 r1 a r8 (R) – pontos centrais
 q1 a q4 (Q) – pontos centrais, superior e inferior
 t1 a t4 (T) – pontos centrais, esquerdo e direito
 p1 e p2 (P) – ponto superior esquerdo e ponto inferior direito

 Situação 02: Ambiente retangular com luminária central. O procedimento


de medição utiliza como base a figura A2, o cálculo deverá será realizado
com a média das medições (P).
 p1 a p4 (P) – ponto superiores e inferiores, esquerdo e direito

 Situação 03: Ambiente retangular com linha única de luminárias. O


procedimento de medição utiliza como base a figura A3, o cálculo deverá
será realizado com a média das medições (P e Q) para posterior utilização
da fórmula disponibilizada para o caso 03.
 q1 a q4 (Q) – pontos centrais, superior e inferior
 p1 e p2 (P) – ponto inferior esquerdo e ponto superior direito

 Situação 04: Ambiente retangular com duas ou mais fileiras de


luminárias. O procedimento de medição utiliza como base a figura A4, o
cálculo deverá será realizado com a média das medições (R, Q, T e P)
para posterior utilização da fórmula disponibilizada para o caso 04.
 r1 a r8 (R) – pontos centrais
 q1 e q2 (Q) – pontos centrais, superior e inferior
 t1 a t4 (T) – pontos centrais, esquerdo e direito
 p1 e p2 (P) – ponto superior esquerdo e ponto inferior direito

 Situação 05: Ambiente retangular com uma linha contínua de luminárias.


O procedimento de medição utiliza como base a figura A5, o cálculo
deverá será realizado com a média das medições (Q e P) para posterior
utilização da fórmula disponibilizada para o caso 05.
 q1 a q6 (Q) – pontos centrais, superior e inferior
 p1 e p2 (P) – ponto superior esquerdo e ponto inferior direito
 Situação 06: Ambiente retangular com teto luminoso. O procedimento de
medição utiliza como base a figura A6, o cálculo deverá será realizado
com a média das medições (R, P, Q e T) para posterior utilização da
fórmula disponibilizada para o caso 06.
 r1 a r4 (R) – pontos centrais
 p1 e p2 (P) – ponto superior esquerdo e ponto inferior direito
 q1 e q2 (Q) – pontos centrais, superior e inferior (60cm da parede)
 t1 a t4 (T) – pontos centrais, esquerdo e direito (60cm da parede)

No anexo 02 são detalhados alguns aspectos para a analise preliminar,


como:
 Cintilação: variações de brilho aparente ou cor, podendo ser
ocasionadas por variações na tensão elétrica;
 Efeito estroboscópico: variação na compreensão do movimento de
determinado objeto devido a presença de uma fonte de luz pulsante;
 Tipos de lâmpada: interfere na sensação, conforte e aparencia de cor;
 Ofuscamento: desconforto ou redução da capacidade de distinguir
detalhes dos objetos, devido a uma grande variação na intensidade
luminosa incidente sobre o observador
 Zonas de transição entre ambientes internos e externos: zona
equipada com iluminação especifica para suavização do desconforto na
variação da intensidade luminosa entre os ambientes internos e externos;
 Aparência da cor: classificação em tres grupos: quente (indução ao
relaxamento - abaixo de 3.300K), intermediária (não influencia as cores -
de 3.300K a 5.300K) e fria (aumento da atenção e atividade - acima de
5.300K), conforme a temperatura de cor correlata.

No anexo 04, foi apresentado um exemplo para melhor compreensão do


modelo de analise das condições de iluminamento nos ambientes internos.
Dessa forma, foi apresentada uma sala de reunião, com seis luminaria no teto
organizados em duas fileiras e espaçados simetricamente. O objetivo é calcular
a iluminancia média, aferir a iluminância nas áreas de trabalho, relacionar as
medições com os parametros da norma e verificar os aspectos da analise
preliminar.
Conforme disposição das luminarias, o exemplo indentifica-se mais com
a situação 01 - ambiente retangular com lâmpadas simetricamente espaçadas,
então foi prosseguido com a medição de todos os pontos e cálculo conforme
fórmula especifica para este caso. Encontrando então uma iluminância média de
494,20 lux, logo as medições nas áreas de trabalho não poderão ser inferiores a
346,00 lux (70% da IM).

Com as medições nas áreas de tarefa realizadas, o valor máximo


encontrado foi 700 lux, indicando que a iluminância média não pode ser inferior
a 140 lux (um quinto do maior valor medido).

De acordo com conferência dos aspectos pertinentes a avaliação


preliminar e da verificação conforme quadro A3 do anexo 03, não foram
identificadas quaisquer inconformidades. As lâmpadas foram caracterizadas
com temperatura de cor 6.400K (fria) e índice de reprodução de cor superior a
80, adequado as tarefas.

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