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Registro de Eoca da Yuca1

REGISTRO DE TEMÁTICA E DINÂMICA HIPÓTESES

Consigna de abertura: //Yuca, eu gostaria


que você me mostrasse o que você sabe fazer,
o que lhe ensinaram e o que você aprendeu
com estes materiais que estão sobre a mesa.//

“Eu sei equilibrar livro na cabeça!” Que significativo!


Fala enquanto deixa a régua em pé.
“Tô fazendo um negócio.” Talvez o material determine a ação?
Destra

Dobra o papel em 4 partes, marca com a


dobra, corta.

“Cadê a mãe da Yuca grande?” Busca vínculos anteriores?


Demorei em entender que se tratava da filha
de uma pessoa que se encontrava na sala de
espera e que tem o mesmo nome de Yuca.

“Ih, não tem durex, eu preciso para fazer o Colar-se? Aproximar-se?


livro.” O sentido da tarefa muda conforme o material?
Ofereço-lhe o durex.
Dobra, dobra, cola durex e faz um avião.

//Você não ia fazer um livro?//


“Eu tô fazendo, é o desenho!” Faz ligações entre o que se diz, o que pretendia fazer e o que
//Ah! O avião é o desenho do livro?// está fazendo, mesmo que intuitivamente?

“Eu tenho outra Simone, ela mora junto com a Tenta fazer relações do novo com o já conhecido?
minha irmã.”

“Eu sei fazer um livro, vai ficar bem bonito!”


Enquanto fala, enrola um pedaço de papel, faz
dele um tubo, um rolo.

1
O que está entre aspas foi dito por Yuca; o que está entre barras foi dito pela psicopedagoga.
“Lá na escola tem esse livro!” Embora centrada na tarefa, faz uma leitura global?
(pega o livro A história do gato e me mostra) Boa capacidade de observação?

Pede ajuda para abrir a cola. Pede ajuda.


“Não tá saindo!”
Mostro-lhe em meu dedo um pingo de cola
que sai.
Ela repete o que vê, coloca um pingo de cola Necessidade de modelo?
no dedo, passa no papel e coloca o material ao Estado de pensamento pré-operatório intuitivo global ou
lado. articulado?

“Vou desenhar!”
“Eu não sei fazer mão, só sei fazer uma asa”
(ri muito)
Analisa seu produto, identifica o que ainda não consegue?
“Pode ser um anjo!”

“O anjo tava na praia, tinha dois sol até! Um


ele fez e o outro já estava” (mostra-me o do
Dois “sóis” representam as duas famílias? Vínculo positivo
lado esq.)
(+) com pai biológico e com as figuras masculinas?
“Esse ele fez” e o do lado direito “Já estava.”

Cola o desenho no livro, pega durex e volta a Colar, colar, colar? Necessidade de raiz? De definição? De
desenhar o mesmo tema: “dois sol e um anjo espaço?
sapeca!” (ri novamente). Busca integrar partes que se encontram soltas em seus
vínculos?

//Esse livro é só feito com lápis ou será


colorido?//
Aceita a intervenção porque quer corresponder à
“Eu vou pintar!” expectativa?

Pega o lápis, não sabe abri-lo, mostro-lhe, Aceita a novidade com facilidade?
pinta o desenho. Ligada na realidade?
“Tava muito quente, ele queimou o rosto.” Noção causa/consequência? (causalidade?)
(pinta com lápis cor-de-rosa)

“Eu vou fazer um coração diferente, ficou Ecro* religioso? A experiência de abandono que não se
tudo verde, porque ele mentiu, eu quero uma efetivou?
Estado de heteronomia moral?
casa que não tem mãe, ele mentiu, porque ele
tem mãe, né? Pronto! Terminei o livro!”

//E o seu livro só tem desenho? Não tem


palavras?//
“Não, não sei escrever!”
//Nem o seu nome? O nome da autora?//
Escreve Yuca.
Escreve seu nome com facilidade.

“Vou fazer um coração”, dobra o papel,


recorta e abre, quando abre constata que não
deu certo.
“Ih! Parece um coelho! E esse um castelo.”
Desenha, cola com durex e diz:
“Olha, o castelinho do coelhinho!”
Assimilação deformante?
O resultado da sua ação determina o significado?
Vocabulário amplo, pronúncia boa, porém com sinais de
trabalho fonoarticulatório.

Modelo de alternativas múltiplas*

Recorta um papel e diz: “O que parece?”


//O muro de uma cidade, o morro, as casas.//
“É isso mesmo que parece!”

Permanece no já conhecido – recorte com uma intenção que


se modifica a partir do produto encontrado.

“Sabe que estou fazendo balé?” Fez outra relação aparentemente sem ligação?
Percebe o sentido de suas associações?

Pega outro papel, diz que fará um coração. Que interessante. Precisa de uma simetria que ainda não
De novo, não consegue e diz: consegue realizar.
“É um coração/coelhinho.” Busca pontos comuns nas partes.
Coloca olhos, nariz...

//O que você sabe fazer com o que tem nesta


caixa?//
Abre a caixa e diz: “Letras!”
Retira algumas e começa a enfileirá-las:
MPMOV
Pede para que eu leia. Leio e ela ri muito.
MOJSE Conhece as letras do alfabeto, ainda não faz a relação entre
Repete a conduta anterior. Pergunto-lhe: //M som e letra em alguns casos.
com O faz o quê?//
“MO”
Termino a leitura, novamente ri muito.

D XX R M (com o D e o R invertidos) Nível silábico/alfabético? Ou apenas automatização?


//Separe nessas caixas o que serve e o que não Essas inversões são próprias do estado atual ou há algo
serve para ler// perceptivo?
+ 5 (invertido) entre outros e lê:
XeG

V e o 3 – diz que ambos são números. Ri


muito.
O riso intenso é uma conduta defensiva?
Não diferencia letras de números? Ou é algo perceptivo?

“Vou escrever o meu nome.”


“O Y, o U, o C, o A.”
YUCA

Logo abaixo coloca:


Y B G (B e G invertidos)
N O 7 M (N invertido e o 7 deitado) Tentativas aleatórias, mas com controle de quantidade.
JQDIMIASI
“É assim que é o meu nome inteiro!”

Pega o livro. A tarefa anterior potencializa suas possibilidades. Arrisca-


“Eu sei ler! O gato começa com a letra G.” se.
Na capa interna do livro há imagens com
rótulos. Faz a leitura das imagens:

A palavra é a etiqueta do desenho.


“Era um dia o gato estava muito subindo na Texto objetivo tem relação com as imagens, mas o texto
cadeira, foi retinho pegar a comida do gato, o subjetivo tem relação com a história dela?
ratinho, ele que pegou mais comida do gato,
ele ficou muito guloso, e ficou doente porque
tá sem comida.
Tá uma carta! Obrigado por sua comida! A
menina pegou ele...”

//O que serve para ler aqui?//


Indico as palavras em uma das páginas.
Aponta para as letras.
//Por quê?//
“Porque tá no meio da página.”
//Onde está escrito GATO?//
Rapidamente aponta corretamente. Hipótese ligada à localização da palavra na folha e não à
//Onde começa? Onde termina?// palavra e às letras propriamente ditas?
//Com que letra começa//
“Com G.”
//Com que letra termina?//
“Com O.”
“Olha! GA TO termina com i!” – fala dando
ênfase aos sons. Com mediação faz avanços? Levanta hipóteses?

Continua “contando” a história. Não para de


falar.
Ligou o “fofone” e/ou não “temedo”.
Quando fala rapidamente comete aglomerações?
Indico o final da sessão, acata com
tranquilidade. Atende aos limites verbais?
Quadro Auxiliar: primeiro sistema de hipóteses

Etapas do Processo
Primeiro sistema de hipóteses
Dimensões

Pré-operatório global indo para o articulado?


COGNITIVA Intuitiva?
Necessidade de modelo?

Material determina a ação?


Faz ligações entre o discurso e a ação?
Boa capacidade de observação?
Atenção descentrada?
Necessidade de modelo? Aprendizagem por imitação?
Analisa o próprio produto?
Escreve o próprio nome?
FUNCIONAL Conhece o alfabeto, mas não faz relação entre som e letra?
Algumas inversões – algo perceptivo?
Tentativas aleatórias de escrita e leitura com controle de quantidade?
Pré-silábica?
A palavra é a etiqueta do desenho?
Assimilação deformante?
Vocabulário amplo?
Pronúncia sem falhas com sinais de trabalho fonoarticulatório?

Busca de equilíbrio?
Busca de vínculos anteriores?
Vínculo positivo com figuras masculinas?
Vínculo dissociado?
Vínculo simbiótico representado pela
AFETIVA
necessidade de colagem?
Aceita a novidade com facilidade?
Permanece no já conhecido?
Deseja corresponder à expectativa?
O êxito a potencializa para seguir adiante?

Necessidade de definição de seu espaço?


SOCIAL Ecro religioso?
Com mediação, avança na aprendizagem?

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