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Prof.

André Freitas
profandrefreitas@hiperfocoeducacional.com
CONCEITOS INCIAIS
A IDEIA DE
LETRAMENTO
NASCE EM 1980
NA INGLATERRA
E NOS EUA,
Alfabetização é um processo de aprendizagem no qual o
indivíduo desenvolve a competência de ler e escrever, ATRAVÉS DE
enquanto que o letramento se ocupa da função social ESTUDOS
dessa leitura e dessa escrita. São processos complexos,
mas que devem caminhar juntos e, talvez esse seja o SOBRE
maior desafio de professores alfabetizadores.
LITERACY
(CULTO).
(SOARES, 2020)
ALFABETIZAÇÃO
Ferreiro e Teberosky, psicolinguistas argentinas, iniciaram em 1974 uma
investigação, partindo da concepção de que a aquisição do conhecimento
se baseia na atividade do sujeito em interação com o objeto de
conhecimento e demonstraram que a criança, já antes de chegar à escola,
tem ideias e faz hipóteses sobre o código escrito, descrevendo os estágios
linguísticos que percorre até a aquisição da leitura e da escrita. CRIANÇA UNIVERSAL

X
COMO ENSINAR COMO APRENDER

FOCO NO PROFESSOR FOCO NO ALUNO

Dessa forma, partem do pressuposto de que todo o conhecimento tem uma gênese e
colocam as seguintes questões:
Quais as formas iniciais do conhecimento da língua?
Quais os processos de conceitualização do sujeito (ideias do sujeito +
realidade do objeto de conhecimento)?
Como a criança chega a ser um leitor, no sentido das formas
terminais de domínio da base alfabética da língua escrita?
A CRIANÇA PASSA POR UMA EVOLUÇÃO REGULAR
Definição entre modo de representação icônico e não icônico
1º PERÍODO
(ou seja, o que é desenho e o que letra).
Construção de formas de definição de eixos qualitativos e
2º PERÍODO
quantitativos (número de letras).

3º PERÍODO Fonetização da escrita (sons).

O QUE ACONTECE NOS 3 PERÍODOS OU COMO A CRIANÇA APRENDE?

O QUE A ESCRITA REPRESENTA?


FÓRMULA
HIPÓTESES

ATIVA COMO A ESCRITA CRIA OS REGISTROS?


FASE/NÍVEL DE ESCRITA (FERREIRO E TEBEROSKY)
PRÉ-SILÁBICO SILÁBICO SILÁBICO-ALFABÉTICO ALFABÉTICO
Neste nível, a escrita da criança não Ao escrever, a criança A certeza do nível silábico é A criança agora consegue
C tem correspondência com o som. conta os “pedaços quebrada quando a criança ler e expressar
A Ela registra GARATUJAS, desenhos sonoros” (pauta sonora) compara escritos ou graficamente o que pensa
R sem configuração e, mais tarde, – sílabas da palavras – e percebe que os adultos ou fala. Porém, escreve
desenhos com configuração. Na usa uma letra para não conseguem ler o que foneticamente, ou seja, faz
A sequências, registra símbolos e representar cada sílaba. ela escreve. Ela, então, a relação entre o som e a
C pseudoletras (traçado que reflete As letras podem ou não avança para outra frase, na letra e ainda NÃO consegue
T seu modo particular de escrever: ter valor sonoro qual o valor sonoro torna- escrever ortograficamente.
(bolinhas, risquinhos etc.) convencional. se fundamental, e começa Por isso, são comuns
E misturadas com letras e números. A criança escreve acrescentar letras palavras escritas com
R No final desta fase, começa a somente com vogal, ou principalmente na primeira pequenos “erros”.
Í diferenciar letras de números, somente com sílaba.
desenho ou símbolos e reconhece o consoantes, ou utilizando
S papel das letras na escrita. Percebe vogais e consoantes, mas
T que as letras servem para escrever, sempre um LETRA para
I mas não sabe com isso ocorre. cada sílaba ou frase.
C
EX: A palavra ABACAXI pode ser EX: BONECA EX: A palavra BONECA é Ex: IPOPOTAMO
A escrita assim: AIUNOAXF. Com valor sonoro = bnc escrita assim: BONC e não (HIPOPÓTAMO), KAZA;
S ou oea mais BNC. SORVETI
Sem valor sonoro = fgr
FASE/NÍVEL DE ESCRITA (FERREIRO E TEBEROSKY)
PRÉ-SILÁBICO SILÁBICO SILÁBICO-ALFABÉTICO ALFABÉTICO
Neste nível, a escrita da criança não Ao escrever, a criança A certeza do nível silábico é A criança agora consegue
C tem correspondência com o som. conta os “pedaços quebrada quando a criança ler e expressar
A Ela registra GARATUJAS, desenhos sonoros” (pauta sonora) compara escritos ou graficamente o que pensa
R sem configuração e, mais tarde, – sílabas da palavras – e percebe que os adultos ou fala. Porém, escreve
desenhos com configuração. Na usa uma letra para não conseguem ler o que foneticamente, ou seja, faz
A sequências, registra símbolos e representar cada sílaba. ela escreve. Ela, então, a relação entre o som e a
C pseudoletras (traçado que reflete As letras podem ou não avança para outra frase, na letra e ainda NÃO consegue
T seu modo particular de escrever: ter valor sonoro qual o valor sonoro torna- escrever ortograficamente.
(bolinhas, risquinhos etc.) convencional. se fundamental, e começa Por isso, são comuns
E misturadas com letras e números. A criança escreve acrescentar letras palavras escritas com
R No final desta fase, começa a somente com vogal, ou principalmente na primeira pequenos “erros”.
Í diferenciar letras de números, somente com sílaba.
desenho ou símbolos e reconhece o consoantes, ou utilizando
S papel das letras na escrita. Percebe vogais e consoantes, mas
T que as letras servem para escrever, sempre um LETRA para
I mas não sabe com isso ocorre. cada sílaba ou frase.
C
EX: A palavra ABACAXI pode ser EX: BONECA EX: A palavra BONECA é Ex: IPOPOTAMO
A escrita assim: AIUNOAXF. Com valor sonoro = bnc escrita assim: BONC e não (HIPOPÓTAMO), KAZA;
S ou oea mais BNC. SORVETI
Sem valor sonoro = fgr
SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA AS HIPÓTESES DE ESCRITA
Reconhecer, explorar e manusear as letras do alfabeto em diferentes materiais e contextos; Analisar a quantidade,
variedade, posição de letras, comparando, seriando, classificando palavras; Leitura de texto de memória; Jogo de bingo de
letras; Produção de texto coletivo e o professor como escriba; - Associar palavras escritas a objetos e imagens; A
HIPÓTESE
exploração oral e escrita de textos conhecidos de memória - poemas, trava-línguas, parlendas; - Analisar a distribuição
PRÉ-SILÁBICA espacial dos textos e a orientação das fases (da esquerda para a direita, de cima para baixo, o espaçamento entre as
palavras); Discriminar oralmente as sílabas das palavras, acompanhando-as com palmas, batidas de pé, instrumentos
musicais, etc.
Atividades que reforcem a compreensão da relação grafema-fonema (letra-som) para que entenda a constituição de sílaba
como, por exemplo, alfabetos cantados, de rótulos, atividades com alfabeto vivo, atividades com fichários dos nomes dos
alunos; Explorar o alfabeto em jogos, letras móveis, forcas, bingos, dominós, listas, ditados de letras, e outros; Leitura de
HIPÓTESE
histórias e demais narrativas com posterior reconto oral e escrito; Atividades de escrita espontânea de palavras; As
SILÁBICA atividades de cruzadinhas; O trabalho com o nome próprio, nome dos colegas e outras palavras estáveis ainda deve ser
feito, mas os desafios deverão ser maiores e diferentes dos propostos para os alunos do nível pré-silábico; Pesquisa de
palavras no texto.
Proporcionar intensa atividade com letras, sílabas, palavras e textos, explorando semelhanças/diferenças nas sílabas iniciais, finais,
mediais (meio), na composição de novas palavras; Trabalhar com textos explorando a formação das sílabas, da ordem das palavras
nas frases, da organização da escrita, da estruturação do texto; Produzir textos: coletivamente, em grupos, em dupla, sozinho, a
HIPÓTESE partir de imagens, de leituras, de situações, de questionamentos, de necessidades de informar, divulgar, pesquisar, discordar,
SILÁBICO- concordar; divertir, recontar, anunciar, convidar; Montar e explorar bancos de palavras e construir coletivamente as regras
ortográficas regulares; usar jogos de raciocínio para fixação destas regras; - O trabalho com os nomes próprios e palavras estáveis
ALFABÉTICA deve continuar (sobretudo para os silábicos-alfabéticos), mas dessa vez como um suporte de apoio à escrita de novas palavras e de
E reflexão sobre as regularidades da língua portuguesa, como, por exemplo, os nomes Oto e Horácio que começam com o mesmo
som inicial, mas por convenção, são grafados de forma diferente; Reflexões sobre letras que assumem sons diferentes em função
ALFABÉTICA da disposição que ocupam na palavra (como é o caso do S inicial e o do S entre vogais) e sobre a existência de sons que
necessitarão, em algumas situações, de um grupo de letras para representá-lo (como o som do X na palavra CHUVA) precisam ser
realizadas sistematicamente.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA AS HIPÓTESES DE ESCRITA
Reconhecer, explorar e manusear as letras do alfabeto em diferentes materiais e contextos; Analisar a quantidade,
variedade, posição de letras, comparando, seriando, classificando palavras; Leitura de texto de memória; Jogo de bingo de
letras; Produção de texto coletivo e o professor como escriba; - Associar palavras escritas a objetos e imagens; A
HIPÓTESE
exploração oral e escrita de textos conhecidos de memória - poemas, trava-línguas, parlendas; - Analisar a distribuição
PRÉ-SILÁBICA espacial dos textos e a orientação das fases (da esquerda para a direita, de cima para baixo, o espaçamento entre as
palavras); Discriminar oralmente as sílabas das palavras, acompanhando-as com palmas, batidas de pé, instrumentos
musicais, etc.
Atividades que reforcem a compreensão da relação grafema-fonema (letra-som) para que entenda a constituição de sílaba
como, por exemplo, alfabetos cantados, de rótulos, atividades com alfabeto vivo, atividades com fichários dos nomes dos
alunos; Explorar o alfabeto em jogos, letras móveis, forcas, bingos, dominós, listas, ditados de letras, e outros; Leitura de
HIPÓTESE
histórias e demais narrativas com posterior reconto oral e escrito; Atividades de escrita espontânea de palavras; As
SILÁBICA atividades de cruzadinhas; O trabalho com o nome próprio, nome dos colegas e outras palavras estáveis ainda deve ser
feito, mas os desafios deverão ser maiores e diferentes dos propostos para os alunos do nível pré-silábico; Pesquisa de
palavras no texto.
Proporcionar intensa atividade com letras, sílabas, palavras e textos, explorando semelhanças/diferenças nas sílabas iniciais, finais,
mediais (meio), na composição de novas palavras; Trabalhar com textos explorando a formação das sílabas, da ordem das palavras
nas frases, da organização da escrita, da estruturação do texto; Produzir textos: coletivamente, em grupos, em dupla, sozinho, a
HIPÓTESE partir de imagens, de leituras, de situações, de questionamentos, de necessidades de informar, divulgar, pesquisar, discordar,
SILÁBICO- concordar; divertir, recontar, anunciar, convidar; Montar e explorar bancos de palavras e construir coletivamente as regras
ortográficas regulares; usar jogos de raciocínio para fixação destas regras; - O trabalho com os nomes próprios e palavras estáveis
ALFABÉTICA deve continuar (sobretudo para os silábicos-alfabéticos), mas dessa vez como um suporte de apoio à escrita de novas palavras e de
E reflexão sobre as regularidades da língua portuguesa, como, por exemplo, os nomes Oto e Horácio que começam com o mesmo
som inicial, mas por convenção, são grafados de forma diferente; Reflexões sobre letras que assumem sons diferentes em função
ALFABÉTICA da disposição que ocupam na palavra (como é o caso do S inicial e o do S entre vogais) e sobre a existência de sons que
necessitarão, em algumas situações, de um grupo de letras para representá-lo (como o som do X na palavra CHUVA) precisam ser
realizadas sistematicamente.
CLASSIFICAÇÃO DOS NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE ACORDO COM EMÍLIA FERREIRO

Antes do conhecimento sobre as pesquisas de Ferreiro, as formas de


escrita diferentes da convencional eram classificadas como erradas, isto
é, o aluno havia cometido um erro na tentativa de escrever. As
pesquisas da autora trouxeram outra visão a esse “erro”, mostrando
que, na verdade, as escritas que eram consideradas “erradas” são parte
do processo de aprender a escrever “certo”. (VALLE, 2013, p. 45)
COMO CAI NA PROVA?
1.(FACET – 2020 – PREFEITURA DE CAPIM – PROFESSOR A) “A alfabetização não é
um estado a qual se chega, mas um processo cujo início é na maioria dos casos
anterior a escola e que não termina ao finalizar a escola primária” (FERREIRO
1999, p.47).
Nesta perspectiva, assinale a alternativa que NÃO corresponde ao processo de
alfabetização:
a) A alfabetização é a aquisição do código da escrita e da leitura.
b) O processo de alfabetização acontece a partir das práticas sociais de leitura e
escrita.
c) A alfabetização é um componente do letramento.
d) A alfabetização não é um processo baseado em perceber e memorizar.
e) O processo de alfabetização acontece de forma contínua, e se desenvolve
simultaneamente dentro e fora da sala de aula, em processo interativo, que
acontece desde os primeiros contatos da criança com a escrita.
2. (FACET – 2020 – PREFEITURA DE CAPIM – PROFESSOR A) De
acordo com a pesquisa de Emília Ferreiro podemos identificar os
níveis de evolução da escrita como:
a) Pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.
b) Pré-silábico, pós-silábico, silábico-alfabético e alfabético.
c) Monossilábico, pré-silábico, silábico e alfabético.
d) Pré-silábico, monossilábico, silábico-alfabético e alfabético.
e) Pré-silábico, silábico, monossilábico e alfabético.
3. (FACET – 2016 – PREFEITURA DE SANTA RITA – PROFESSOR BÁSICO I) Com o
objetivo de investigar as concepções dos alunos sobre a língua escrita, a
alfabetizadora solicitou que eles escrevessem a palavra SAPO:

As escritas dessas crianças são, respectivamente:


a) silábica, alfabética, pré-silábica, silábico-alfabética.
b) alfabética, pré-silábica, silábica, silábico-alfabética.
c) silábico-alfabética, silábica, alfabética, pré-silábica.
d) silábico-alfabética, pré-silábica, alfabética, silábica.
e) pré-silábica, silábica, alfabética, silábico-alfabética.
4. (FACET – 2018 – PREFEITURA DE PEDRAS DE FOGO – PROFESSOR A) De acordo
com a hipótese da psicogênese da língua escrita de Emília Ferreiro e Ana
Teberosky, a criança levanta hipóteses sobre a escrita. Com isso, a alfabetização
é vista como um processo, no qual a criança vai gradativamente estabelecendo
hipóteses mais elaboradas. No começo do ano letivo do 1º ano do ensino
fundamental, é comum ainda terem muitas crianças no nível pré-silábico. Nas
alternativas abaixo estão estratégias eficientes para o aluno sair da hipótese pré-
silábica, exceto:
a) Segmentação de pequenos textos.
b) Leitura de texto de memória.
c) Jogo do bingo das letras.
d) Produção de texto coletivo e o professor como escriba.
e) Exercícios de identificação do som inicial e do som final.
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
É PRECISO DE UM MÉTODO SIM
PARA ALFABETIZAR?

É NECESSÁRIO BUSCAR CONCEPÇÕES


ADEQUADAS DE ESCRITA E APRENDIZAGEM!

NÃO É UM PROCESSO DE MERA COFIFICAÇÃO


INVERSÃO DA A ESCRITA COMO UM CÓDIGO DE TRANSCRIÇÃO
ESCRITA Aprender a escrever = técnica
É UM PROCESSO HISTÓRICO DE CONSTRUÇÃO DE UM
SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO
A ESCRITA É UM SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO
Aprender a escrever é aprender a natureza desse sistema
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO: um conjunto de procedimentos que, fundamentados em
teorias e princípios, orientam a aprendizagem inicial da leitura e da escrita, no que se
refere à faceta linguística dessa aprendizagem. (SOARES, 2021, p. 330)
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
• MÉTODO SINTÉTICO (FÔNICO, SILÁBICO, FONÉTICO)
É um método de alfabetização que primeiro ensina os sons de cada letra e
então constrói a mistura destes sons em conjunto para alcançar a pronúncia
completa da palavra. Permitindo dessa forma que se consiga ler toda e qualquer
palavra.
• MÉTODO ANÁLITICO (GLOBAL)
Também conhecido como “método olhar-e-dizer”, defende que a leitura é um ato
global e audiovisual. Partindo deste princípio, os seguidores do método começam
a trabalhar a partir de unidades completas de linguagem para depois dividi-las
em partes menores
MÉTODO ANÁLITICO-SINTÉTICO (MISTO)

SINTÉTICO ANÁLITICO
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO E SUAS SUBDIVISÕES OU ESTRATÉGIAS

SINTÉTICO/PARTES ANALÍTICO/TODO
Método Alfabético/Soletração: este é o método Palavração: este método é muito simples, pois ele explora palavras
mais comum, onde a criança aprende primeiro os comuns e busca fazer com que a criança reconheça o som dessas palavras.
nomes das letras do alfabeto para, em um segundo
momento, fazer as combinações silábicas e montar
as palavras.

Silábico: neste método a criança aprende as famílias Sentenciação: parte de um aprendizado que se inicia por frases inteiras,
de sílabas antes de compreender as palavras. explorando a memorização.

Fônico: no método fônico, a criança aprende O método de conto/global: é uma ampliação do método de sentenciação.
associando sons e palavras. São ensinadas as vogais, O aluno parte de pequenas histórias para chegar às palavras, sílabas e com
depois as consoantes e, então, sílabas e palavras. estas sílabas formar novas palavras, ou seja, é um método global onde as
palavras são trabalhadas dentro de um contexto.

Experimentação infantil: A partir de vivências, erros e descobertas, a


aprendizagem se torna mais consistente e significativa para a vida das
crianças. Assim, elas adquirem não apenas conteúdos teóricos, mas
também desenvolvem importantes habilidades e competências
socioemocionais que contribuem para a sua formação integral.
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
MÉTODO CONSTRUTIVISTA
É importante entender que ele não é um método, como o fônico ou o
silábico, e sim uma filosofia sobre o processo de ensino-aprendizagem.
Seus principais pilares são:
•valorizar os conhecimentos que os alunos já têm
•sempre considerar o universo sociocultural em que estão inseridos
•fazer avaliações constantes sobre o processo de aprendizagem, de forma flexível
•propiciar contextos de interação
•colocar o professor como mediador, que faz intervenções no processo de
descoberta das crianças
Ao contrário do que aponta o senso comum, o construtivismo
não prega que o mero contato com os textos faça com que os
alunos aprendam a ler. “Não existe esse espontaneísmo. O
que se prega é que, em contato com o objeto e com a
intervenção do professor, as crianças vivam o processo de
aprendizagem.
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
MÉTODO SOCIOLINGUÍSTICO
A alfabetização sociolinguística demonstra que o Método Paulo Freire está fundamentado na sociolinguística
com suas técnicas de desenvolvimento da competência fonológica no conhecimento das correspondências
grafo-fonêmicas, para o domínio da leitura e da escrita e de seus usos sociais, e para subsidiar a transformação
da consciência ingênua do alfabetizando em consciência crítica. ( MENDONÇA & MENDONÇA, 2010)
LEITURA DE MUNDO
1º PASSO - codificação: (conceito próprio de Paulo Freire). Representação de um aspecto da realidade expresso
pela palavra geradora, por meio da oralidade, desenho, dramatização, mímica, música e de outros códigos que o
alfabetizando já domina.
2º PASSO - descodificação: (conceito próprio de Paulo Freire). Releitura da realidade expressa na palavra
geradora para superar as formas ingênuas de compreender o mundo, através da discussão crítica e do subsídio
do conhecimento universal acumulado (ciência, arte, cultura).
3º PASSO - análise e síntese: Análise e síntese da palavra geradora, objetivando levar o aprendiz à descoberta
de que a palavra escrita representa a palavra falada, através da divisão da palavra em sílabas e apresentação de
suas famílias silábicas na ficha de descoberta e, a seguir, junção das sílabas para formar novas palavras, levando
o alfabetizando a entender o processo de composição e os significados das palavras, por meio da leitura e da
escrita.
4º fixação da leitura e escrita: Este passo faz a revisão da análise das sílabas da palavra e apresentação de suas
famílias silábicas para, através da ficha de descoberta, formar novas palavras com significado e para composição
de frases e textos, com leitura e escrita significativas.
MENDONÇA, O. S.; MENDONÇA, O. C. Alfabetização linguística e letramento: práticas socioconstrutivistas. São Paulo: Impressão Editora, 2010.
COMO CAI NA PROVA?
5. (FACET - PREFEITURA DE SOBRADO – PEDAGOGO)No que se refere aos métodos de alfabetização, enumere a segunda
coluna de acordo com a primeira.
1 - Método Alfabético
2 - Método Fônico
3 - Método Global
4 - Método Sociolinguístico
(____) Caracteriza-se pelo ensino do som e da forma das vogais, seguidas pelas consoantes. A letra (grafema) é aprendida
como um som (fonema) que, ao se associar a outros fonemas, pode formar sílabas e palavras. Existe uma sequência de sons
que devem ser ensinados, dos mais simples aos mais complexos.
(___) Os adeptos desse método começam a trabalhar a partir de unidades completas que possuem significado e sentido
para as crianças para depois segmentá-las em partes menores. Pode ser subdividido nos três seguintes métodos:
palavração; sentenciação; e método dos contos e da experiência Infantil.
(___) Tem como princípio de que a leitura deve partir da decoração oral das letras do alfabeto, seguida de todas as suas
associações silábicas e depois as palavras. A partir daí, a criança começa a ler sentenças curtas e vai evoluindo até conhecer
histórias.
(___) Caracteriza-se pela extração e o exame de uma palavra geradora do universo vocabular dos aprendizes, conforme
critérios de produtividade temática, fonêmica e teor de motivação e conscientização, para que dessa forma se possa
levantar os elementos existenciais nela contidos e, a seguir, através da decomposição das sílabas e pela sua combinação,
gerar outras palavras.
Marque a alternativa correta:
a) 1, 4, 2, 3 b) 1, 3, 2, 4 c) 2, 4, 1, 3 d) 2, 3, 1, 4 e) 3, 4, 2, 1
6. (FACET – 2018 – PREFEITURA DE PEDRAS DE FOGO – PROFESSOR A) São diversos os
métodos de alfabetização e cada um compreende a apropriação do sistema de escrita
alfabética por processos diferentes. Relacione o método e sua forma de organização da
aprendizagem do sistema de escrita alfabética:
1. Método Fônico
2. Método da Palavração
3. Método da Soletração
(___) As letras, seus fonemas e grafemas; as sílabas; as palavras; as sentenças; os textos.
(___) O alfabeto, suas letras, nomes e formas; as sílabas; as palavras; as sentenças; os textos.
(___) As palavras; as sílabas; as letras; as sentenças; o texto.
Marque a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) 1, 2, 3.
b) 3, 2, 1.
c) 1, 3, 2.
d) 3, 1, 2.
e) 2, 1, 3.
7. (FACET – 2016 – PREFEITURA DE SANTA RITA – PROFESSOR BÁSICO I) Uma alfabetizadora realizou com cada um
dos seus alunos, individualmente, a situação-tarefa abaixo descrita.
Situação-tarefa:
Perguntou oralmente à criança pedindo justificativa.
• Qual a palavra maior “boi” ou “aranha”?
• Qual a palavra maior “trem” ou “telefone”?
• Diga palavras grandes.
• Diga palavras pequenas.
• Se você fosse escrever as palavras “bolsa” e “bolsinha”, qual ia ficar maior?
• Diga uma palavra parecida com a palavra MAMÃO.
• As palavras BOLA e CÍRCULO são parecidas?
• Qual a palavra que é parecida com a palavra DENTE: é BOCA ou PENTE?
Ao realizar essa atividade a alfabetizadora tinha como objetivo:
a) Verificar se a criança faz a distinção entre desenhar e escrever (representação iônica e não-iônica,
respectivamente).
b) Verificar se a criança já desenvolveu a percepção auditiva e se é capaz de lê as palavras com fluência.
c) Verificar se a criança é capaz de fazer a discriminação visual.
d) Investigar se a criança é capaz de realizar diferenças interfigurais e que critérios utiliza para afirmar que uma
série gráfica é ou não interpretável.
e) Verificar se a criança já ingressou no período de fonetização da escrita, se já considera as propriedades sonoras
do significante ou se atenta apenas para o significado da palavra
LETRAMENTO
INVENÇÃO DA LÍNGUA ESCRITA

Demandas Invenção da Usos da escrita


culturais e sociais escrita

“Essa representação por setas visualiza um LETRAMENTO


processo sequencial: demandas sociais e culturais Demandas sociais e culturais
levaram à invenção da escrita como meio para da escrita
responder a essas demandas. Ao longo do tempo,
sociedades foram se tornando grafocêntrica – LETRAMENTO
Ler e escrever textos
centradas na escrita. Assim, já não se trata de um
processo sequencial: é preciso aprender
simultaneamente a responder às demandas sociais
de uso da escrita e , para isso, aprender a ALFABETIZAÇÃO
tecnologia – uma representação não em setas
sucessivas, mas em camadas sobrepostas”.

SOARES, MAGDA. Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e a escrever. 2021, p. 26)
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: diferenças e aproximações

ALFABETIZAÇÃO LETRAMENTO
Processo de apropriação da “tecnologia da Capacidades de uso da escrita para inserir-se nas práticas
escrita”, isto é, do conjunto de técnicas, sociais e pessoais que envolvem a língua escrita, o implica
procedimentos, habilidades, necessárias para habilidades várias, tais como: capacidades de ler ou escrever
a prática da leitura e da escrita: domínio do para atingir diferentes objetivos – para informar ou informar-
sistema de representação alfabética e da se, para interagir com os outros, para imergir no imaginário,
normas ortográficas; habilidades motoras de no estético, para ampliar o conhecimento, para seduzir ou
uso de instrumentos de escrita; aquisição de induzir, para divertir-se, para orientar-se, para da apoio a
modos de ler – aprendizagem de uma certa memória etc; habilidade de interpretar e produzir diferentes
postura corporal, adequada para escrever ou tipos e gêneros de textos; habilidade de orientar-se pelas
para ler; habilidade de ler e escrever, convenções de leitura que marcam o texto ou lançar mão
seguindo convenções da escrita; organização dessas convenções, ao escrever; atitudes e inserção efetiva no
espacial. mundo da escrita.

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: são processos cognitivos e linguísticos distintos, portanto, a aprendizagem e o ensino
de um e de outro é de natureza essencialmente diferente; entretanto, as ciências em que se baseiam esses processos e a
pedagogia por elas sugeridas evidenciam que são processos simultâneos e interdependentes. A alfabetização – aquisição
da tecnologia da escrita – não precede nem é pré-requisito para o letramento, ao contrário, a criança aprende a ler e
escrever envolvendo-se em atividades de letramento, insto é, de leitura e produção de textos, de práticas sociais de
leitura e de escrita.
SOARES, MAGDA. Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e a escrever. 2021, p. 27)
LETRAMENTO: prática social da leitura e da escrita
MAGDA SOARES aponta que LITERATE é, pois, o adjetivo que caracteriza a
pessoa que domina a leitura e a escrita. LITERACY designa o estado ou
condição daquele que é LITERATE, daquele que não só sabe ler, escrever, mas
também faz uso competente e frequente da leitura e escrita. (2003, p.36)

“[...] O LETRAMENTO pode ser interpretado como


decorrência da necessidade de configurar e nomear
comportamentos e práticas sociais na área de leitura e da
escrita que ultrapassem o domínio do sistema alfabético e
ortográfico, nível de aprendizagem da língua escrita
perseguido tradicionalmente, pelo processo de
alfabetização. [...] Sendo assim, LETRAMENTO é entendido
como o desenvolvimento de comportamentos e habilidades
de uso competente da leitura e da escrita em práticas
sociais. (SOARES, 2020. p. 63-64)
COMO CAI NA PROVA?
8. (FACET – 2020 – PREFEITURA DE CAPIM – PROFESSOR A) O que NÃO é
correto afirmar sobre o letramento:
a) O letramento difere da alfabetização, que é o processo formal de
ensinar a ler e a escrever.
b) O letramento pode levar a mudanças políticas, sociais, econômicas e
cognitivas a partir da inserção dos indivíduos nas sociedades tecnológicas.
c) Letramento não é apenas aprender a ler e escrever, mas também
entender o que se ler e escreve, conectando-se ao contexto social e a sua
experiência diária.
d) O letramento é o processo de aprendizagem onde se desenvolve a
habilidade de ler e escrever.
e) O letramento desenvolve o uso competente da leitura e da escrita nas
práticas sociais.
9. (FACET – 2016 – PREFEITURA DE SOBRADO – PROFESSOR A) O termo LETRAMENTO surgiu nos anos
80. Mary Kato e Ângela Kleimen são duas autoras que utilizaram o termo nessa década. A partir da
década de 90 a discussão do uso do termo LETRAMENTO
extrapola o âmbito acadêmico e torna-se mais usual entre os educadores. SOARES, Magda(1998), é
uma das responsáveis pela conceituação e difusão da expressão LETRAMENTO.
Segundo Magda Soares:
I. Alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever. Que aprendeu o código escrito –
decifrando-o e escrevendo algumas palavras: “aprender a ler e escrever significa adquirir uma
tecnologia, a de codificar a língua escrita e de decodificar a língua escrita”.
II. Alfabetizado é o sujeito que percorreu todos os níveis de evolução da escrita e chega ao nível
alfabético, sendo capaz de ler e escrever qualquer palavra. A alfabetização envolve um processo
muito mais amplo que o mero domínio do código e não seria necessário utilizar-se o termo
letramento.
III. Letramento é o estado ou condição que adquire um indivíduo ou um grupo social como
consequência de ter-se apropriado da escrita e passar a fazer uso dela.
IV. Letrado é o indivíduo que usa socialmente a leitura e a escrita, que pratica a leitura e a escrita, que
responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita.
V. Letrar é mais que alfabetizar.
Está INCORRETO apenas o que se afirma em:
a) I b) II c) III d) IV e) V
10. (FACET – 2016 – PREFEITURA DE MARCAÇÃO – PROFESSOR A) Em relação a
Alfabetização e letramento analise as opções e marque a correta.
I. Tendo em vista a independência e a interdependência entre alfabetização e letramento
(processos paralelos, simultâneos ou não, mas que indiscutivelmente não se
complementam), alguns autores contestam a distinção de ambos os conceitos, defendendo
um único e indissociável processo de aprendizagem (excluindo a compreensão do sistema e
sua possibilidade de uso).
II. O processo de alfabetização incorpora a experiência do letramento e este não passa de
uma redundância em função de como o ensino da língua escrita já é concebido.
III. Os estudos sobre o letramento reconfiguraram a conotação política de uma conquista – a
alfabetização - que não necessariamente se coloca a serviço da libertação humana.
IV. Letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para
atingir diferentes objetivos.
a) Somente I e II estão erradas
b) Somente II, III e IV estão corretas
c) Somente I e III estão corretas
d) Somente I e IV estão erradas
e) Todas estão erradas

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