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RESUMO - EIXO TEMÁTICO 3 – A VIA CRÍTICA DO PATRIMÔNIO:

TRAJETÓRIAS E PERSPECTIVAS

A RECOMENDAÇÃO DE PARIS DE 1972 SOB A PERSPECTIVA DA


PAISAGEM

Aline Eyng Savi (arquiteta.alinesavi@gmail.com)

Juliana Da Costa Aguiar (julliana_aguiar@hotmail.com)

A região sul de Santa Catarina é conhecida por suas belezas naturais. Nesse
contexto encontra-se a Bacia do Rio Araranguá, que é um dos pontos
considerados críticos no Estado em relação à disponibilidade hídrica e à
qualidade das águas, sendo que 2/3 dos seus rios encontram-se poluídos. Na
perspectiva de contribuir para o processo de conservação patrimonial, o artigo
traz a discussão acerca dos valores da natureza no âmbito da abordagem da
conservação integrada do patrimônio natural e cultural, em destaque a Carta de
Recomendação de Paris de 1972 como instrumento de preservação. A Carta
definiu que o patrimônio natural é formado por monumentos naturais
constituídos por formações físicas e biológicas, formações geológicas e
fisiográficas, além de sítios naturais. Nele a proteção ao ambiente, o respeito à
diversidade cultural e às populações tradicionais são objeto de atenção
especial. Considerando o estudo de caso, o rio Araranguá (principal da bacia)
no passado tinha duas lindas cores: azul e verde, mas agora tem variações de
tonalidades em consequência da poluição pelo carvão mineral, lixo e esgoto. O
prejuízo ao município de Araranguá não é só ambiental, mas social e
econômico, alterando aspectos culturais pois famílias tinham na pesca uma
atividade cotidiana. Por esses motivos a Carta de Recomendação Paris de
1972, se adotada no Rio Araranguá reforçaria a obrigação do poder público de
identificar, proteger, conservar, valorizar e transmitir às futuras gerações o
patrimônio cultural e natural. Para a valorização do rio, poderiam ser aplicados
projetos de conservação e recuperação ambiental que interfiram na
regularidade da mata ciliar, fixação da barra do Rio Araranguá como forma de
regulação das enchentes, contratação de profissionais capacitados para a
execução e fiscalização de projetos que possam vir a prevenir possíveis danos
e realocar moradores que residem próximos as margens do rio. Com base no
Artigo 5º da Carta, para a proteção do patrimônio natural dever-se-á adotar
uma política geral que visa dar ao patrimônio cultural e natural uma função na
vida da coletividade e a integrar a proteção desse patrimônio nos programas de
planejamento geral, com isso se o Estado se despusesse na criação de
programas para a recuperação do Rio Araranguá, funções poderiam ser
agregadas a ele como a pesca e esportes náuticos para ressignificar o
patrimônio cultural. Araranguá cresceu e se desenvolveu com a ajuda do rio
por embarcações médias e grandes que faziam o trajeto pelo mesmo com o
objetivo de levar as mercadorias para a cidade. Com o passar dos anos o Rio
Araranguá foi esquecido fazendo com que suas potencialidades virassem
deficiências e para reverter esse processo, ações de valorização devem ser
estudadas para evidenciar sua paisagem natural da cidade de Araranguá.

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