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RESUMO

O presente artigo faz uma análise geoambiental do rio Igaraçu, localizado na região do meio norte,
litoral do estado do Piauí, teve como objetivo investigar e caracterizar os aspectos geoambientais que fazem
este ambiente ser potencial para atividades extrativistas como a pesca, a cata de caranguejo, como também,
um corredor fluvial para locomoção de ribeirinhos. O estudo abordou a importância do rio Igaraçu para as
cidades de Parnaíba e Luís Correia, as quais têm um papel significante nas atividades econômicas da região.
Para delineamento do estudo, foram identificadas as práticas sociais no rio, (aspecto social/histórico), os
impactos ambientais (aspecto físico e do estudo da paisagem) e a atividade turística (aspecto
socioeconômico). A metodologia foi definida por: levantamento bibliográfico, cartográfico e questionário de
observação de campo; definição de amostragem das áreas de estudos que foram divididas em transectos que
ajudaram a identificar os elementos e as associações entre o geossistema, o território e a paisagem, registros
fotográficos, e elaboração de mapas georreferenciados. Os resultados da investigação caracterizaram e
identificaram as intempéries e potencialidades existentes nas práticas cotidianas do rio Igaraçu, tais como: a
fragilidade natural, o desmatamento, o assoreamento, o despejo de efluentes e, principalmente, a presença de
resíduos sólidos. O rio oferece potencial para a geração de empregos (pesca, transporte fluvial e turismo de
contemplação), no entanto, necessita de preservação, de planos de ações e projetos sustentáveis para atenuar
os impactos existentes e salvaguardar o manancial para as gerações futuras.

Palavras-chave: Igaraçu; geossistema, preservação; potencialidades.

ABSTRACT

This article presents a geoenvironmental analysis of the Igaraçu River, which is located in the middle
north region on the coast of the state of Piauí, and aimed to investigate and typify the geoenvironmental
aspects that make this environment a potential place for extractive activities, such as fishing, crab harvesting,
as well as a river corridor for the locomotion of riparians. The study addressed the importance of the Igaraçu
River for the cities of Parnaíba and Luís Correia, which play a significant role in the economic activities of
the region. To design the study, the social practices (social/historical aspect), the environmental impacts
(physical aspect and landscape study), and the tourist activity (socioeconomic aspect) were identified in the
river. The methodology was defined by: bibliographic and cartographic surveys, a field observation
questionnaire, the definition of sampling of the areas of study that were divided into transects to help identify
the elements and associations between the geosystem, the territory and the landscape, photographic records,
and the elaboration of georeferenced maps. The results of the investigation typified and identified the
weather and potentialities existing in the daily practices of the Igaraçu River, such as: the natural fragility,
deforestation, settlement, effluent dumping and, mainly, the presence of solid waste. The river offers
potential for the generation of jobs (fishing, river transport, and tourism contemplation); however, it needs
preservation, action plans, and sustainable projects to mitigate existing impacts and safeguard the spring for
future generations.

Keywords: Igaraçu; geosystem, preservation; potentialities.

Piauí. O estudo se objetivou, em caracterizar e


1. Introdução investigar as intempéries e potencialidades
existentes através da análise geoambiental, como
Os recursos hídricos, mais precisamente também, identificar os aspectos paisagísticos, as
os rios e afluentes, são os principais elementos os impactos naturais e antrópicos decorridos dos
substanciais para o deslocamento entre regiões, múltiplos usos da água da água no rio Igaraçu.
subsídio de cadeias econômicas e estruturas O Igaraçu é um divisor geográfico entre
socioculturais, além de manter o equilíbrio os municípios de Parnaíba e Luís Correia, ambos
ambiental, em diferentes ecossistemas. Este artigo na região litorânea do estado do Piauí, que foi
apresenta um estudo geoambiental do Rio Igaraçu, influenciado e moldado pela sua trajetória com
afluente do rio Parnaíba, localizado no estado do base na história da formação das cidades de
Parnaíba e Luís Correia. Este rio contribui até econômico, além de, promover a preservação do
hoje no desenvolvimento socioeconômico destas território e o equilíbrio das relações
cidades. Um dos processos históricos observados socioambientais.
se concentrou na importância portuária que o rio A compreensão do estudo também levou a
teve e tem atualmente, para a atividade da pesca e busca pela interpretação das possíveis políticas
outros produtos regionais, importantes no sustento públicas existente para o Igaraçu, no qual são
das populações ribeirinhas. fundamentais para ordenamento das atividades
O levantamento de dados e a observação antrópicas realizadas, assim como pelos arranjos
desenvolvida ao longo da pesquisa, apontou que o das ações de impactos sobre o rio, uma vez que os
uso territorial de apropriação do rio, apresenta recursos hídricos presentes representam um
áreas de fragilidades, que podem acarretar potencial para a região e as cidades que
impactos, alterando a paisagem e a cobertura intercedem por ele.
natural do território. Desta forma, a utilização de
mapas georreferenciados fundamentaram a 2. O rio Igaraçu e sua dimensão
pesquisa e os trajetos no qual o rio intercede, sociocultural.
assim como, a utilização de tecnologias
(softwares), e plataformas em websites, para a O rio Igaraçu se apresenta como um canal
aproximação dos aspectos geográficos e tributário ao leste do Rio Parnaíba, no qual
territoriais. margeia entre os territórios dos municípios de
As análises da pesquisa propuseram-se o Parnaíba e Luís Correia, no Piauí, percorrendo
método de divisão em transectos para divisão das 12,5km de extensão (Cavalcanti, 2007), com cerca
áreas de estudo, apresentando suas características. de 339 km da capital Teresina, com diferença de
Assim, foi proposto dividir o rio Igaraçu em três altura de pontos de terreno entre 0 a 100m (Sousa,
transectos, no qual percorreu-se dentro do rio e 2015). Conhecido na região por ser tributário do
suas margens, tendo como primeira intersecção, a rio Parnaíba, este se desenvolveu de forma
sua formação ao limite do começo do perímetro tangível e de ascensão a economia na região,
urbano; a segunda do perímetro urbano, até o transformando-se em porto, durante os anos de
aeroporto da cidade de Parnaíba; e a terceira da colônia e Primeira República (Vieira, 2010).
cidade de Luís Correia ao desembocadura do rio. O afluente é meandrante, no qual possui
(Mapa 1) leitos abandonados e em outras interseções diques
semicirculares, (Cristofoletti, 1980). Sua
Mapa 1: Transectos do percurso de estudo morfologia faz deste o rio, o primeiro braço da
no Rio Igaraçu. região deltaica, conhecido como Delta do
Parnaíba, em que destaca paisagens únicas e
atrativas, preservando uma biodiversidade ímpar e
típica de um região fluvio-marinha (Assis, 2016;
Sousa, 2015; Cavalcanti, 2007). Sua vegetação em
seu entorno, não possui uma única categoria,
apresentando particularidades dos biomas da
caatinga, cerrado, e mata atlântica (Santos e Assis,
2019; Andrade et al., 2012).
Ao longo dos séculos da formação das
cidades de seu entorno, é apresentado com a
nomeação de Igaraçu, de origem tupi, que
significa “canoa grande” (Rebelo, 19 -- apud.
Vieira, 2010), logo que o rio foi utilizado
Fonte: Elaborado pelo autor (2019) principalmente para o deslocamento para outras
regiões e estados, e fora do país, através de sua
A pesquisa identificou que, o rio desembocadura no oceano, no qual favoreceu o
apresenta formas cabíveis de relacionar o homem progresso das navegações. Além disso, o afluente
à natureza, este se torna importante para o possui riquezas naturais, direcionados a pesca e
segmento do turismo, por apresentar agricultura, além de margear os elementos do
potencialidades de forma enriquecedora às extrativismo vegetal, os quais impulsionaram as
cidades ribeirinhas (Parnaíba e Luiz Correia), formações urbanísticas (Santos e Assis, 2019),
como uma foram de ampliar e contribuir com a além de implementar nos ciclos econômicos da
participação do turismo no desenvolvimento região (Araújo, J. e Araújo, H., 2018).
A cidade de Parnaíba, foi através dos Isso porque cada indivíduo possui percepções
resquícios e documentos, que registram sua diferenciadas ao estabelecer alguma relação com o
formação, como importante território, que rio. Assis (2016) e Diegues, (2000), demonstrou
utilizou-se do Igaraçu, pois através da ferrovia que estabelece um modelo sistemático, em que o
facilitou o fluxo econômico da região durante a ser humano impõe uma visão sobre os elementos a
produção de charqueadas, onde o porto serviu sua volta, em que a paisagem é a principal
como meio de localização para a exportação até a representação desta, através de mosaicos são uma
Europa, durante o século XVIII, logo as primeiras proposta de participação antrópica ao meio
povoações iniciaram suas instalações próximas ao ambiente.
rio Igaraçu, e o sistema ferroviário, com o avanço O Igaraçu dispõe de paisagens
do padrão comercial da século XX na cidade, com relacionados a região deltaica, no entanto, sua
o ciclo extrativista vegetal (Tourinho, 2013; aproximação com as ações antrópicas é mais
Vieira, 2010). coerente e visível, em relação aos outros
Conforme a necessidade habitacional das afluentes, além de notórios nas ações que
populações ribeirinhas ao rio, o progresso de impactam nos processos naturais do rio. A cidade
desenvolvimento, promoveu a procura por de Luís Correia, por estar mais próxima ao mar,
espaços que atribuam aspectos de melhoria as fomentou seus espaços urbanos diretamente com o
suas vidas sociais e culturais (Gandarra, 2008; território da orla marítima, no qual promoveu uma
Bermúdez e Caldas, 2017), neste caso interação mais próxima a desembocadura,
relacionando com os mecanismos naturais, como sujeitando-se na criação de um cais, onde se
forma de extrativista ou de expansão territorial. resguarda a atividade pesqueira, além do acesso as
De acordo com o Almanack de Parnaíba águas marítimas. No caso de Parnaíba, usufruiu de
(1925), a cidade de Parnaíba, por exemplo, desde quase toda a espacialidade do rio, em que fica
sua fundação fomentou-se sua urbanização claro, pela formação histórico-cultural da cidade,
próximo ao rio, sendo boa parte dos ciclos em que resguarda boa parte da origem de sua
econômicos da região o extrativismo vegetal, formação.
principalmente derivado da carnaúba (Copernicia Apesar destas cidades partilharem o
prunifera [(Mill.) H.E. Moore]), como palhas e litoral, Parnaíba sempre se destacou por
fibras, amêndoas do babaçu (Attalea speciosa implementar portos de atracação, onde grandes
[Mart. ex Spreng]), folhas de jaborandi embarcações sempre utilizavam a cidade como
(Pilocarpus jaborandi [Holmes]), nozes de tucum área portuária, escoando ou exportando os
(Bactris setosa [Mart.]), algodão (Gossypium [L.]) produtos da região e para fora do país (Vieira,
e castanhas de caju (Anacardium occidentale 2010). A utilização de ramais como o espaço
[L.]), utilizados na exportação para outros estados portuário e ferroviário, foi estabelecido de forma
do Brasil e fora do país (Santos e Assis, 2019; solidificada, por um período de ascensão, no qual
Vianna, 2019; Araújo, J. e Araújo, H., 2018; contribuiu na formação progressiva da cidade.
Alvarenga, 2017; Andrade et al., 2012) A construção de portos e ferrovias,
A formação de cidades, próximas as tornaram-se elementos para o desenvolvimento da
margens de águas fluviais, incrementam no região, estabelecendo padrões de crescimento
surgimento da organização social, cultural e exponencial. De acordo com Calvino (2003),
econômico, no qual desempenha como agente esses elementos demonstram um resguardo na
inicial da configuração sociocultural dos memória pessoal, em que os indivíduos que vivem
moradores próximos (Jesus et al., 2018; Barbosa, nestes ambientes, estabelecem imagens que
Lopes e Junior, 2016; Gandarra, 2008). As relacionam a uma construção social do lugar
populações tendem a favorecer-se das águas como (Tourinho, 2013; Silva e Morais, 2018).
intermediação de suas tradições e rotinas pessoais, Assis (2016) descreve que, a comunidades
como apropriação de um elemento natural, de uso locais participam da atividades rotineiras, em que
direto ou indireto, como subsídio para suas estes estão integralmente relacionadas a
perspectivas socioculturais. conservação dos saberes culturais, fomentadas
Diegues (2000) discorre que, esses pela realização de costumes tradicionais, como a
aspectos criam modelos de interação e relações pesca da ictiofauna, da cata de crustáceos e
mútuas entre comunidades e o ambiente natural. O mariscos, do extrativismo vegetal, além da
rio cria várias camadas de interação participação de artesão locais, em usufruem dos
socioambiental, em que as ações antrópicas recursos obtidos do rio e suas margens (Diegues,
podem ser aceleradas ou não, mas em ambas, são 2000).
estabelecidos parâmetros de convivências únicas.
A construção da cidade, a partir da necessário; de infraestrutura elétrica e hidráulica
proximidade do rio, estabelece uma construção que motivassem investimentos no terceiro setor;
social daqueles que vivenciam o lugar, no qual de homens com disposição a empreendimentos
estão influenciadas pelo território que habitam e maiores que os realizados para o desenvolvimento
os elementos encontrados nele (Jesus et al., 2018). do comércio, enfim, necessitava de uma
Apesar dos anos, as águas do afluente ainda infraestrutura que o Estado e a sociedade
constroem laços de origem e pertencimento, em piauiense não foram capazes de oferecer.
que os moradores participam de alguma forma do Outro destaque, é mencionado por Araújo
seu ciclo natural, mesmo não compreendendo que e Araújo (2018), em que o mercado internacional
o rio, se insere como recurso em potencial, para o desde a década de 30, já não atendia aos preços
desenvolvimento de atividades e construções dos produtos derivados do extrativismo vegetal,
sociais. isso porque durante os anos das guerras mundiais,
A localização geográfica do rio favorece e a procura por novas fontes de produção, como o
as relações entre homem e natureza, em que a petróleo e a borracha, fizeram que a busca pelos
população estabeleceu próximo as suas margens, produtos da carnaúba tornassem seu valor em
como forma de pertencimento sociocultural, no baixa, já que o extrativismo vegetal, requer uma
qual Calvino (2003), relaciona isso como uma demanda de mão-de-obra elevada, além dos
forma de pertencimento, diferenciado por cada processos de extração complexos.
indivíduo, em seus olhares sobre lugar se Todos esses processos levaram a
sobrepõe à outros, ou seja, sua visão sobre o lugar estagnação das atividades sobre o Igaraçu, em que
é único e individualizado. os vestígios desses acontecimentos estão intactos
somente nos casarões e relatos históricos deixados
Assim as suas vidas se pelos descendentes dessas épocas, sobre o
renovam de mudança em mudança, através desenvolvimento da cidade, próxima ao rio. As
de cidades que pela exposição ou pela águas do Igaraçu tornaram testemunha do
pendência ou pelos cursos de água ou pelos progresso dessas cidades, uma vez que em grande
ventos apresentam-se com alguma maioria, sua importância como recurso hídrico e
diferença entre si. Uma vez que sua sua contribuição geopolítica da região.
sociedade é organizada sem grandes Mesmo atribuindo um esquecimento de
diferenças de riquezas ou de autoridades, as sua importância para o desenvolvimento
passagens de função para a outra ocorrem econômico, as populações residentes apresentam
quase sem atritos; a variedade é assegurada outros olhares, sobre a relação que o rio possui
pelas múltiplas incumbências, tantas que no sobre a cidade e região. Isso porque mesmo por
espaço de uma vida, raramente retornam suas águas não possuírem os mesmos significados
para um trabalho que já lhes pertenceu. que tiveram em outros eras (Calvino, 2003), sua
Deste modo a cidade repete uma vida fluidez pelos trajetos que faz entorno das cidades,
idêntica deslocando-se para cima e para apresentam novos significados, uns ausentes pela
baixo em seu tabuleiro vazio. Os habitantes falta da percepção, outros demonstram olhares de
voltam a recitar as mesmas cenas com pertencimento.
autores diferentes, contam as mesmas A história do Igaraçu e a vivência dos
anedotas com diferentes combinações de moradores é existente, pela compreensão do fato
palavras; escancaram as bocas com bocejos delas conviverem dia após dia, onde suas visões e
iguais (Calvino, 2003, p.28) sentimentos próximo a ele, estabelecendo novos
preceitos, além da lucidez de sua importância. No
O Igaraçu através dos séculos demonstrou entanto, ressalva-se que essas visões fazem parte
ser o recurso natural, capaz de transformar a de uma minoria, enquanto os demais não
paisagem em que juntamente com as ações compreendem a dimensão potencial que o rio
antrópicas, no começo da apropriação dos possui.
recursos hídricos, corroborou para a formação das
cidades que o beira. Alvarenga (2017, p.195), 3. A natureza e a fragilidade do
afirma que: Parnaíba necessitava de mais do que Igaraçu.
os sonhos dos seus munícipios para crescer e Os recursos hídricos estabelecem a
desenvolver-se. Necessitava de um porto marítimo interação antrópica com a natureza, uma que as
que não veio; de rodovias que a integrasse a águas podem fornecer uma variação distributiva
outros municípios e Estados da federação que de elementos potenciais. A atribuição das águas
nunca foram construídas em conformidade com o fluviais estabelece parâmetros de envolvimento
entre o ser humano e a natureza, como barganha oferece os resquícios históricos portuários, além
de manutenção dos ciclos naturais e o de outros conjuntos arquitetônicos preservados,
desenvolvimento das sociedades. desde a época das primeiras aglomerações
A utilização dos recursos hídricos próxima ao rio.
promove a realização de atividades de cunho As águas do rio, ofertam as
subsidiárias, em que o homem usufrui de um comunidades locais a atribuição da ictiofauna e
elemento natural, como ferramenta para as suas de crustáceos (carcinicultura, e cata de
ações de necessidades (Bermúdez, Caldas, 2017; caranguejo), além de mariscos (sp. Bivalves).
Barbosa, Lopes, Junior, 2016). Seja para o Essas comunidades segundo Diegues (2000)
deslocamento, para a irrigação, para processos usufruem da biodiversidade como forma de
industriais, ou necessidades fisiológicas, o ser sustento, no qual são descritas como indivíduos
humano participa de forma ativa na utilização conhecedores da biodiversidade e ecossistemas
dos recursos hídricos (figura 1). Um rio por presentes, no qual estabelecem uma apropriação
exemplo, pode impulsionar a criação de vários cultural, além de identidade da região, no qual o
espaços de apropriação das águas, com rio é o agente elementar dessa formação.
atividades diferenciadas. O rio Igaraçu promove A utilização das águas do rio, é feita
a interação do homem, em diferentes aspectos para o consumo direto ou captação para higiene
antrópicos, em que suas águas é o principal pessoal e atividades afins. Lima (2014) relata
fomentar dessas atividades. que muitos moradores obtêm água para o
consumo diretamente do Igaraçu (figura 2), sem
Figura 1. Atividades antrópicas realizadas no nenhum tratamento prévio para consumo, o qual
Igaraçu. 1A – Atividade de lazer; 1B – Pesca utilizam recipientes ou caixas de
Artesanal; 1C – Utilização das águas para armazenamento. O mesmo acontece em relação
lavagem e afins; 1D – Atividades econômicas a utilização da água em suas respectivas
(Restaurante); 1E – Embarcações para atividades (figura 3)
navegações; 1F – Morador local preparando
embarcação para cata de crustáceos. Figura 2. Captação da água do Rio Igaraçu.
1A 1B 1C
8%

26%
66%
1D 1A
1A Obtenção de água Rio Poço
Compra de água

Fonte: Lima (2014)


Fonte: Registros Fotográficos (Mariana
Oliveira de Moraes, 2019) Figura 3. Utilização da água nas residências.

As atividades realizadas pelas


7%
populações próximas estão correlacionadas a
utilização das margens e das águas através de
atividades como irrigação, abastecimento
humano e animal, navegação, turismo e lazer.
No entanto, essas abordagens se encontram de
forma específica em pontos estratégicos ao Utilização da93%
água do rio
longo do percurso do rio. Isto porque, as áreas Beber, cozinhar e outros afins
que apropriam do rio possuem configurações Somente cozinhar
paisagísticas e territoriais diferenciadas. Fonte: Lima (2014)
Em relação as potencialidades dentro da
região deltaica, estabelece o turismo, como De acordo com os relatórios anuais do
fomentador de sua utilização como ANA (2018) as populações residentes desses
deslocamento entre suas águas e margens. A territórios tendem a compartilhar e retirar os
região litorânea do estado piauiense, no qual recursos hídricos para seus subsídios, mas não
destaca a cidade de Parnaíba, como corredor tendo retorno significativo de retorno aos
turística entre o delta e as praias. A cidade ainda elementos naturais. Desta forma, a utilização das
águas se torna escassa em várias regiões do país, físicos naturais e da morfologia, para que se
no qual promove desequilíbrios ecológicos e defina a capacidade da força mecânica de suas
socioambientais (Bermúdez e Caldas, 2017). águas. Desta forma, os processos como
Essa utilização dos recursos hídricos eleva a assoreamento, são provocados pelo acúmulo de
vulnerabilidade dos recursos hídricos, resíduos dentro do rio e por bancos de areias ou
recorrentes da busca desenfreada e não- formações rochosas, conforme a passagem do
organizada. tempo e os processos geológicos de uma região
Alguns pontos de acesso ao rio, possuem (Lollo, 2016; Cristofolleti, 1980). Isso poderá
intempéries ocasionadas pela apropriação do acarretar impactos no fluxo das águas do rio,
espaço de forma errônea, e sem fiscalização dos influenciando por vezes na largura ou
órgãos ambientais, uma vez que o território já fechamento da sua foz.
apresenta falhas naturais, ocasionadas por Os estudos e dados obtido por Sousa
processos físicos e biológicos (Oliveira, 2014). (2015), demonstraram que a região da Planície
“Com a urbanização e a impermeabilização de Flúvio-marinha, a qual está localizado o Igaraçu,
pequenas bacias contribuintes, as vazões nos apresentou uma grande vulnerabilidade de
cursos d’água aumentaram. A urbanização impacto dos ecossistemas, principalmente ligada
desenfreada vem ocupando áreas naturais de a vegetação de manguezais, campos de dunas e
alagamento e atingindo diretamente as funções zonas de praias. Isso porque, esses territórios
naturais dos cursos d’água e assim prejudicando apresentam em sua pedologia e sua morfologia
as próprias populações”. (Selles, 2001) uma fragilidade, no qual sempre estão em
O Igaraçu por é um rio meândrico, constantes mudanças (Figura 5 – A, B, C).
localizado em um região deltaica, em que Contudo, as ações antrópicas tendem a acelerar
estabelece a existência de águas que promovem os processos de configuração do território,
uma conjuntura de aspectos morfológicos, os incluindo projetos eólicos que estão dentro da
quais realizam sua configuração de forma, área de influência do rio Igaraçu (5D).
estrutura, composição e gênese (Cristofoletti,
1980), que promove fenômeno naturais, como a Figura 5. Vulnerabilidade do solo no
estabilidade dos leitos e disposição de leito do Rio Igaraçu.
sedimentos. 5A 5B
O deslocamento das águas interage com
as margens, em que age como mecanismo
erosivo natural e de forma controlada. No
entanto as ações antrópicas tendem a acelerar os
processos naturais, assim como desconfigurar
5A 5D
seus aspectos paisagísticos (Bermúdez e Caldas,
2017). De acordo com Vieira (2010) o rio
sempre apresentou problemas de navegabilidade,
já que os primeiros registros relatam em alguns
pontos o difícil acesso das embarcações em
prosseguir seus percursos, geralmente associada Fonte: Registros Fotográficos (Mariana
a estiagem (Figura 4). Oliveira de Moraes, 2019)
Figura 4. Visibilidade de acúmulo de
sedimentos na foz do Igaraçu, no período Neste sentido, no processo histórico da
estiagem. dinâmica do rio ainda é presente pelo
assoreamento quando ocorrido no período de
estiagem, se observava que muitas embarcações
Praia Pedra do Sal
Parnaíba encalhavam prejudicando a transportação e
Rio Igaraçu várias negociações comerciais, durante as
décadas de XIX e XX, quando os espaços
portuários eram usados largamente. O afluente
Parnaíba ainda apresenta rochas submersas, como forma
Luís Correia
dos processos de mecanização do fluxo gasto
Fonte: Google Earth (2019) entre a carga de sedimentos dissolvida e a
abrasão das águas (Cristofolleti, 1980),
A transposição de sedimentos do rio chamadas de zonas de turbulência (Leinz,
acontece naturalmente, mas dependerá de fatores Amaral, 1989). Sua morfologia como meandro
(figura 5), enfatiza a mudança erosiva do rio, no
qual ocasiona leitos largos, sazonais e
permeáveis (figura 5 – A, B, C), e outros com
disposição sedimentar em forma de paredões e
impermeáveis (figura 5 – D, E, F).

Figura 5. Geomorfologia de canal de rio


meandrante, Rio Igaraçu.
Fonte: Elaborado por Santos (2019)

O afluente apresenta em vários pontos de


inserção de ações interdependentes, onde o
homem apropria-se da natureza, como recurso
para seus interesses socioculturais, sendo o rio
uma fonte esgotável e que desde o século XIX,
A AC
têm sido utilizados como fator de abastecimento
A A B para os indivíduos que residem na região. O
estudo de Oliveira (2014; Bermúdez e Caldas,
2017), apresenta de forma detalhada as ações
A
D AE AF
A físico-química das águas do Igaraçu, como
improprias para o abastecimento, uma vez que
apresenta aspectos nocivos em relação ao
tratamento e retorno positivo ao uso.
. Fonte: Elaborado por Santos (2019) Assim, também ocorre os processos de
apropriação territorial (Lollo, 2016), como forma
Bermúdez e Caldas (2017; Lollo, 2016) de exploração das margens do rio, promovendo o
explana que a expansão urbana próxima a um descarrilamento de sedimentos dentro do rio, uma
recurso hídrico, tende a integrar na participação vez que a sociedade promove a aceleração dos
de acúmulo de matérias (resíduos sólidos e processos naturais. Vale destacar que a utilização
sedimentos, etc.), promovendo o barramento do dos recursos hídricos de forma desordenada, é um
ciclo natural das águas, além de afetarem os processo de gestão pública em conjunto com a
ecossistemas. Desta forma, os resíduos sociedade, no qual esta última deve ter um papel
produzidos na parte urbanizada, projeta no atuante, na promoção da educação ambiental e
descarrilamento dejetos dentro das águas, regularização dos comportamentos socioculturais,
geralmente associadas aos mecanismos físicos como forma de conservação dos recursos naturais.
naturais (vento, chuva, animais). As ações (Barbosa, Lopes e Junior, 2016)
antrópicas, tendem a acelerar nos processos de Por mais que o rio possua um destaque
obstrução do rio, ou afetar diretamente nos em relação a atratividades e ofertar uma
processos naturais de seu percurso. biodiversidade local, como subsídio para as
Outro fator que contribuiu ao longo dos comunidades através da pesca artesanal, ainda
anos nas intempéries, são o desmatamento da apresenta contextos socioculturais e históricos,
mata ciliar (Bermúdez e Caldas, 2017; Vieira, provenientes da relação com o rio, mas que em
2010; Selles, 2001), uma vez que esta assegura a dias atuais, tem sido apresentado ações de
estabilidade do risco de erosões e enchentes impactos socioambientais.
(Oliveira, 2014). Essas ações ocorreram devida a
necessidade das populações, ao estabelecerem o 4. Material e Métodos
alargamento do rio, a construção de moradias
próximas ao rio, criação de portos e aeroportos Para tornar flexível as análises da
(mapa 2). pesquisa de forma, dividiu-se o território em
transectos (Roos, 2010), no qual destacou-se os
Mapa 2. Áreas afetas pelas ações parâmetros que ocorrem em intersecções do rio
antrópicas. Igaraçu. Assim progrediu-se com a observação
dos elementos encontrados na dimensão fluvial,
partindo de 3 pontos significativos da paisagem de
entorno do rio sendo elas: (I) o advento ou
formação inicial do rio; (II) a espacialidade
urbana desenvolvida, da cidade de Parnaíba; e através de transectos para identificação e análise
(III) pela sua desembocadura no município de geoambiental dos elementos físicos da paisagem.
Luís Correia. Esta pesquisa se baseou também, na busca
A proposta de análise por transectos por dados, relativos à temática, no entanto, os
buscou identificar as configurações atuais, as dados coletados foram voltados para o trabalho de
quais o rio é o agente da mudança socioambiental, campo, coleta de matérias referenciadas, registros
sendo realizado tanto em períodos de estiagem e fotográficos, além de vivenciar a realidade das
chuvosos. Com isso elaborou buscar a presença práticas cotidianas através do regime hídrico do
destes dos elementos que estão ligados rio. De acordo com Gil (2002), a pesquisa parte da
diretamente ao rio. Desta forma, juntamente com problemática que se insere sobre a situação do rio,
as análises de observação, criou-se um formulário constando as intemperes e pontos positivos em
(figura 6), como forma de demarcar os pontos, relação a sua configuração, explorando o espaço
dentro dos transectos, e quais são presentes dentro geográfico que se encontra o rio. Logo após as
desses conjuntos. coletas dos dados, releva-se a análise e
interpretação dos dados, juntamente com o porte
Figura 6. Formulário de análise dos teórico, que serviram como base para o estudo.
elementos em campo.
5. Resultados e Discussão
Impactos ambientais presentes no afluente:
O rio Igaraçu, por mais que tenha como
Desmatacamento ( ) foco em sua dimensão espacial, além de suas
Assoreamento ( ) potencialidades e intempéries, denotou uma
Queimadas ( )
Ersoão fluivla ( ) inexistência em relação a trabalhos acadêmicos ou
Resíduos sólidos ( ) científicos sobre tal. Por mais que existam
Esgotos ( ) pesquisa sobre a região deltaica, os estudos
tornam-se propriamente realizados em uma
Atividades Socioeconômicas dimensão totalitária, sem pontos específicos.
Desta forma, obteve-se resultados sobre
Extrativismo animal (pesca artesanal, carcinicultura, ineficiência exploratória da potencialidade que o
outros) ( )
Extrativismo vegetal ( ) Rio Igaraçu oferece, em comparação de séculos
Agricultura ( ) passados, onde foram o rio foi o principal meio de
Pecuária ( ) desenvolvimento da região.
Turismo e Lazer ( )
Processos de industrialização ( ) As potencialidades encontradas que o rio
oferece podem fomentar um turismo não
fundamentado, uma vez que o verdadeiro turismo
Fonte: Assis (2019) é realizado nos outros rios que formam o delta. A
cidade de Parnaíba possui área próximas ao rio,
Três etapas, como delineiam a precisão da especificamente no centro-histórico a formação do
metodologia, descrita pela : (I) revisão lazer urbano, munindo paisagens do ambiente
bibliográfica e documental, compilação de dados natural e o urbano, aproximando de uma ligação
e informações sobre o rio Igaraçu e sua situação entre as atividades antrópicas e a natureza. A
na região, a partir do embasamento teórico e cidade de Luís ao aproximar do litoral, oferece um
conceitual; (II) etapa foi feito um levantamento outro aspecto paisagístico, além de poder
das potencialidades naturais existentes, como fomentar a atividade pesqueira. A percepção da
também, a forma de ocupação no entorno do rio. população nestas duas cidades, divergem em
Para esta coleta de informações elaborou-se um relação a apropriação do território em torno do
formulário de observação como técnica de coleta rio, no qual deixa a desejar o entendimento sobre
de dados; (III) Nesta etapa foram feitos registros recursos hídricos da região, e a importância das
fotográficos que foi realizado concomitantemente ações antrópicas, junto ao rio, como meio de
com a observação local. Para delineamento do conservação dos elementos que o rio possui.
estudo utilizou-se mapas georreferenciados, Em relação as formas de atividades
usando imagens através do Software QGIS 3.8 antrópicas, o lazer realizado próximo ao rio, pela
Las, para auxiliar nas demarcações e dimensões dimensão urbana de Parnaíba, possui aspectos
territoriais, juntamente com o auxílio de advindos da apropriação territorial, desde os
plataformas como o Google Eath e do IBGE primórdios das primeiras comunidades (Tourinho,
(2010), como também o método de estudos 2013; Vieira, 2010) , onde o rio percorre próximo
ao lado de bairros com grandes fluxos de pessoas área concentra as agências turísticas, restaurantes,
que realizam alguma forma de lazer (mapa 3 - pousadas, e outros equipamentos turísticos, como
3A,3B, 3C, 3D, 3E), em que denota-se a forma de apropriação do fluxo de pessoas
aproximação da natureza-homem. contínuo. Vale destacar, como esta área foi o
O comportamento habitual dos cidadãos, primeiro espaço a ser povoado, a estrutura atual, é
está fortemente ligado as práticas cotidianas decorrente das primeiras formações
destas, na cidade e região. Assim, atividades são socioeconômicos em torno do rio, como Viera
recorrentes em locais que remontam contextos (2010; Araújo, Araújo, 2018), descreve em seus
históricos (Gandarra, 2008; Bermúdez, Caldas, estudos.
2017), ao compreender elementos Com as características atuais as cidades
preestabelecidos pela posição do homem próxima apresentam paisagens naturais (4A, 4B, 4C), em
o rio, no estabelece suas atividades (3F, 3G), além remontam os aspectos históricos, ambientais e
da prática de atividades socioambientais (Diegues, cultuais, em que os elementos encontrados nessas
2000). Com a visão educadora é possível áreas estabelecem a formação sociocultural da
reconhecer que a região urbana de Parnaíba, pode- população (Jesus, et al., 2018; Barbosa, Lopes e
se implementar o foco em apresentar o Junior, 2016; Gandarra, 2008), onde o Igaraçu
ecossistema da região como atração turística, e os proveu o desenvolvimento dos indivíduos que
monumentos históricos do antigo porto (3H). asseguraram suas atividades, junto aos recursos
hídricos do rio. No entanto, é transpassado que a
Mapa 3. Áreas de Recreação e lazer a população residente atual deixar a mercê o
margem do Igaraçu: 3A – Margem do rio utilizado descontrole do uso dos recursos hídricos (ANA,
para a pesca; 3B, 3C – Área conhecida como 2018). Assim como também é de comunhão a
Beira Rio, onde localiza-se áreas de recreação de falta de implementação pela gestão pública,
lazer; 3D – Píer para embarcações: 3E – Margem denotando pouco interesse pelo rio. As próprias
do rio utilizada para a lazer; 3F, 3G – Área de agências turísticas, encontradas na área próxima
recreação de lazer; 3H – Monumentos históricos ao rio, não oferecem uma atividade, juntamente ao
do Porto das Barcas rio Igaraçu, fomentando como produto turístico, a
não ser por agendamento improvisado de passeio
dentro do rio (4F)
O centro histórico da cidade de Parnaíba,
por ter uma relação mais direta com o rio, guarda
riquíssimos vestígios históricos que remontam
desde o século XVIII (4D), como embarcações
que se encontram submersas no rio, e arquitetura
ainda presente desde a formação da cidade, pelos
primeiros colonos. Em relação ao próprio turismo,
apesar de ser trabalhado tanto no delta, como nas
regiões praianas, e a foz do rio (4E) ainda não é
desenvolvido o suficiente, no qual deixa a desejar,
em relação a outros produtos turísticos.
É condicionante ressaltar que o
ecoturismo é uma forte tendência de ser atribuída
3A 3B 3C 3D ao rio, já que este segue rumo a foz, que faz parte
da região da Área Proteção Ambiental do Delta do
Parnaíba, que anualmente atribui vários turistas
3E 3F 3F 3F em busca o contato mais próximo com a natureza
e ofertar atrativos diferenciados, que divergem do
turismo de sol e mar, tradicional da região. Mas
como Assis (2016) relata, as segmentações não
Fonte: Elaborado por Santos (2019) desenvolvem a participação das comunidades de
forma ativa, mas podem ser vistas durante a
Percebe-se que a região com realização das atividades dos ribeirinhos na região
desenvolvimento do lazer se encontra na parte do deltaica.
centro-histórica da cidade, onde a formatação e
arquitetura, remontam espaços que fundamentam Mapa 4. Áreas paisagísticas e turísticas:
a prática de atividades de lazer. Além disto, essa 4A – carnaubeiras na margem do rio; 4B –
vegetação de manguezal; 4C – trecho de igarapé; Mapa 5. Utilização do rio para plantio. 5A
4D, 4E – centro histórico ao anoitecer; 4F – – Plantio de bananeiras próximas ao leito do rio;
passeio realizado sobre catamarã, no rio Igaraçu. 5B – Ribeirinho manejando corte de coco; 5C –
Plantio de Melancias em terreno próximo ao leito.

4A 4B 4C
5A 5B 5C
4D 4E 4E 4F
Fonte: Elaborado por Santos (2019)

A importância do rio para pesca, ou seja,


Fonte: Elaborado por Santos (2019) o extrativismo animal, tanto em Parnaíba de forma
lazer ou artesanal (6A, 6B), realizada pelos
Os ribeirinhos ainda promovem a ribeirinhos, quanto em Luís Correia realizada em
realização de suas atividades econômicas de grandes embarcações (6C), onde Luís Correia se
suporte para as suas necessidades naturais destaca pela localização sua portuária (6D, 6E),
(DIEGUES, 2000), como agricultura (5A), sendo próxima a foz. Atividade pesqueira, é uma
evidenciado durante a visita em campo atividade de subsistências, sem participação dos
principalmente das áreas urbanas menos ciclos econômicos, uma vez que não existe uma
desenvolvidas (5B), onde ainda perpetua a exploração organizada e de forma controlada. Isso
utilização de irrigação das águas do afluente. No porque o abastecimento, da atividade pesqueira,
entanto, vale ressaltar uma ampliação de estudos geralmente é realizado em criadouros particulares.
acerca da forma que é feita os processos de Contundo, ação das comunidades ainda
captação da água do rio, uma vez que pode levar a permeia, através desta atividade, como resguardo
processos de acúmulo de sedimentos (Sousa, e sinônimo de patrimônio cultural (Diegues,
2015; Cristofolleti, 1980), quando tragado de 2000), ainda vivo na região, mas tendencioso ao
forma errada. O rio possui seu fluxo natural, no esquecimento, já que o potencial, é somente visto
entanto, o seu desajuste pode promover processos nas outras regiões deltaicas, onde a atividade
erosivos, além da desconfiguração atual do rio pesqueira é trabalhada de forma estruturada
(Lollo, 2016; Leinz e Amaral,1989) (Assis, 2016), e o litoral do município de Luís
Mesmo assim, as águas do afluente são Correia.
utilizadas, o qual torna-se essencial para Vale destacar que a prática de cata de
atividades relacionadas ao campo (5C), apesar que caranguejo e mariscos, também é fortemente
o estudo de Sousa (2015), apresentar a pedologia explorado em outras regiões do delta, com a
da área flúvio-marinha, como imprópria para o finalidade de venda, ao mercado local, e venda
plantio, neste tipo de terreno, o qual se encontra turística. Mesmo ocorrendo a mesma diversidade
os solos formadores de alagadiços e mangues, de animais no rio Igaraçu, sua exploração é
promovendo de um solo próximo ao rio, rico em realizada de forma simples, pelas populações
detritos e matérias orgânicos, e de atividade ribeirinhas. Dentre os relatos, entre os encontros
biológica (Sousa, Valladares e Espíndola, 2016). realizados durante a visita em campo, pescadores
desconhecem que o Igaraçu é um dos braços do
Delta do Parnaíba.
Mapa 6. Atividade Pesqueira no Igaraçu: retorna com a ação das ondas marítimas,
6A – Catadores de carcinicultura; 6B – Ribeirinho desconfigurando a paisagem natural litorânea.
demonstrando captura; 6C – Saída do porto de As erosões são frutos ao longo das
Luís Correia, para o oceano; 6D, 6E – Píer do margens, também é ocasionada pelas forte
porto. apropriação territorial (Bermúdez e Caldas 2017;
Lollo, 2016) próxima ao leito do rio (7H, 7I),
onde a exploração imobiliária, está se tornando
expressiva em conjunto com expansão urbana,
visível quando observado pelos mapas
georreferenciados ou satélite (Google Earth,
2019). As erosões também são ocasionadas pela
atividade agropecuária, realizada de forma errônea
(7J).
A essa expansão urbana desordenada
analisada, é a partir da apropriação do terreno
próxima ao rio, no qual afeta diretamente a
vegetação de mata ciliar, e seguindo por afetar
cadeias e ecossistemas da biodiversidade local,
além de atribuir força para erosões, e promover
maiores riscos assoreamento ao rio. O mesmo
poderá ocorrer, com inundações durante o período
6A 6B 6C chuvoso, uma vez que a mata original, fornecesse
como barreira, para o avanço das águas, durante
esse período.

6D 6E Mapa 7. Intempéries Naturais e Expansão


Imobiliária

Fonte: Elaborado por Santos (2019)

A disponibilidade da biodiversidade
aquática por exemplo, estará acessível conforme a
qualidade do rio esteja aprimorada, desprovida de
qualquer tipo de poluição direta, como os
efluentes. Nos levantamentos demonstraram que o
rio é receptor do descarte do lixo urbano, pelo
escoamento de detritos (7A, 7B, 7C, 7D) vindo de
fábricas e tubulações jogados no rio (Oliveira,
2014). Durante o percurso ainda é possível
visualizar os destaques de erosões (7E, 7F) 7A 7B 7C 7D 7D
ocasionadas pela vazão dos rios, principalmente
durante a estação chuvosa, além de alagamentos
na região mais urbana da cidade de Parnaíba, 7E 7F
7F 7G 7H 7H
causando transtornos à população, pelo mesmo
tratar o rio como despejo do lixo produzido.
A concentração de dejetos e efluentes é 7J
7I7I
notável principalmente na região mais urbana e
desenvolvida, onde o descarte de lixo, não é
totalmente funcional, além de que a percepção da
educação ambiental, parece ser pouca visível. Na Fonte: Elaborado por Santos (2019)
cidade de Luís Correia, este cenário acontece
próximo a foz, e na região de praia (7G), onde o A vegetação das margens por exemplo,
rio arrasta todas a impureza, levando ao mar, está sendo visualmente degrada, pelas ações
afetando a biodiversidade marinha, e depois antrópicas, ocasionadas pela exploração
imobiliária, na qual oferece riscos a mata ciliar r r
(Cavalcanti, 2007). A configuração atual do rio i i
em comparação com as descrições dos arquivos s o
obtidos para este estudo, sugere que o homem já m
alterou bastante a paisagem em relação aos o u
séculos passados. Não somente a cobertura t
vegetal, mas a paisagem visual em que o rio se i
encontra, além dos processos físico-químicos, e l
infraestrutura como a construção de um aeroporto i
e vias de acesso ao longo do rio. z
Dentro desta pesquisa, tentou-se achar a
registros que comprovasse o relato das d
comunidades, o qual dizem que o rio, passou por o
abertura de alargamento em seus leitos. No
entanto, não houve êxito em achar tais arquivos p
que evidenciasse tais afirmações. No entanto, seja e
possível o ocorrido, mediante a pesquisa de Vieira l
(2010), o qual corrobora em afirmar que o rio ao a
longo dos séculos, passou por modificações em
relação as problemáticas de estiagem e p
assoreamento. o
Em relação a situação da pesquisa sobre o ap
rio, e os resultados obtidos promoveu-se a nu
elaboração de quadro explicativo, o qual denota os sl
dados obtidos acerca do estudo, e dos pontos ea
fixados durante a visita a campo: cç

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m As ações antrópicas ocorridas ao longo do


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a rio, são passadas despercebidas pelos habitantes
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r de região, isso porque não existe uma visão
c
g fiscalizadora sobre essas zonas. O próprio
t
e ICMBio e secretarias da prefeitura, desconhecem
o
m ou possuem registros da utilização dos recursos
hídricos do rio. A marginalização que o Igaraçu
d sofre, é decorrente da apropriação territorial por
o interesse pessoais e não de forma pública. É
visível que muitos estabelecimentos estão
r próximos aos rios, e a visibilidade não é muito
i boa, de quem visita pela primeira vez.
o Insegurança, poluição paisagística,
. alagamentos nos períodos chuvosos, mau cheiro
A de lixo, estruturas defasadas, dentre outros
n problemáticas são possíveis de serem vistas. Em
i relação aos impactos ambientais, este estudo pode
m relatar as variadas formas, que o rio vem sofrendo
a atualmente. O quadro acima, são somente alguns
i pontos analisados durante a visita sobre o
s afluente. É possível obter mais elementos
construtivos do estudo, como os impactos
p ocasionados pela devastação das matas ciliares e
7
a pela forma que o assoreamento do rio está
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s progredindo.
t O desconforto que os ribeirinhos vêm
-
a sofrendo pelas ações, são também ocasionadas por
n suas próprias ações desorganizadas, e pela falta de
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d preparo, através de um má educação ambiental,
°
o empregada, visto que o poder público, não toma
medidas cabíveis, em relação qualidade sanitária,
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p além dos despejo de detritos diretamente no rio. O
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r próprio consumo da água do rio, pode trazer
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ó consigo o acesso a doenças venéreas, além da
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x propagação de transmissores.
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m 6. Conclusão
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O estudo sobre o rio Igaraçu, impacta na
o
a afirmação de que as ações antrópicas sobre o rio,
o são empregadas desde séculos passados, e ao
longo dessas eras, ainda se desconhece a própria
l importância que o rio oferece sobre a região. Sua
e capacidade de suporte é provida de intempéries
i naturais, como o assoreamento e as erosões
t recorrentes. O homem retira seus extratos, mas
o não retorna suas perspectivas de consumo, como
manutenção e conservação das águas.
As características turísticas e Almanack da Parnahyba., 1925. Parnaíba, Editado
paisagísticas, são não elaboradas de forma pela Mercearia Bembem de B. S. Lima & C.a, ano
positivas, mesmo a região pertencendo a um polo 2.
turístico na região litorânea, o qual o rio faz parte
do início do delta. As paisagens presentes resistem Alvarenga, A. V. M., 2017. Parnaíba
ao tempo e ao abandono. As ações públicas e a Historiografada: da cidade projetada à cidade
falta de conscientização pela população, sujeita o habitada. Vozes, Pretérito & Devir. Ano 4, Vol. 7,
Igaraçu a permanecer visível para poucos. Nº 1.
Possivelmente as próximas gerações já não irão
possuir o mesmo deslumbre que o rio atualmente ANA. Agência Nacional de Águas (Brasil).
possui. Pois os mesmos aspectos dos primeiros Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil
povoamentos eram únicos, as atividades 2018: informe anual. 2018/ Agência Nacional de
antrópicas impulsionaram na mudança Águas. Brasília.
paisagística. Andrade, I. M de.; Silva, M. F. S. S.; Mayo, S. J.;
A identidade cultural desses habitantes Silva, A. G. da S.; Silva; A. P. M. da.; Braz, G. S.;
está acentuada na ocorrência de utilização do rio, Nascimento, H. C. E.; Melo, L. M. de B. M.;
através dos anos, o qual encontrou no espaço Costa, M. da C. A. da C.; Nascimento, M. G. P.;
territorial do rio, seus interesses e explorações Reis, R. B. dos.; Santos, R. L. dos., 2012. In.:
sobre a natureza. No entanto o próprio homem Guzzi, A. Biodiversidade do Delta do Parnaíba:
gera impactos negativos, favorecendo a realização litoral piauiense. EDUFPI, Parnaíba, Piauí. 466p.
de desorganizações territoriais. Onde os
ribeirinhos tomaram um rumo distanciado da ANA. Agência Nacional de Águas. 2018.
região urbana, em que preserva seus costumes, em Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil.
continua apropriação de atividades ligadas ao rio. Relatório Pleno. Brasília. 177p. Disponível em:
A falta de acessibilidade aos dados dos http://www.snirh.gov.br/portal/snirh/centrais-de-
órgãos públicos e as políticas públicas para o conteudos/conjuntura-dos-recursos-hidricos
estudo das características do rio Igaraçu, Acesso em: 11 dezembro de 2019.
demonstra a total ineficiência destes com
relevância para o primeiro. A responsabilidade Araújo, J. B. de.; Araújo, H. C. M. de., 2018. A
acerca da utilização do rio, é dos indivíduos que Casa Inglesa e venda da cera de carnaúba. In.:
habitam a região e devem juntamente com o poder Oliveira, L. S.; Lucas, J. O.; Damasceno, D. R.
público, cativar em ações de manutenção e Parnaíba, sob múltiplos olhares: pesquisa e
conservação, como o direcionamento da educação desafios historiográficos contemporâneos.
ambiental. Parnaíba. Sieart, 274p.
O Igaraçu possibilita e poderá promover
formas alternativas de trabalhar mutualmente Assis, E. G. S., 2016. O papel da sociedade na
atividades antrópicas de forma segura, sobre o gestão social da água na APA Delta do Parnaíba.
manuseio do rio, de forma igualitária e In: Assis, E. G. A. (Org.). Meio Ambiente,
responsável, mediante as ações de estudos acerca Comunidades e Turismo. EDUFPI: SIEART,
de tal, assim como a exploração dos recursos de Parnaíba, Piauí, p. 87-117
forma controlada. O rio apresenta uma gama de
potencialidades para a região, o qual pode Barbosa, F. D.; Lopes, M. C.; Junior, S. C., 2016.
alavancar os setores econômico das cidades, mas Análise de instrumento de participação social na
caberá que as ações tomadas em conjuntos entre o gestão dos recursos hídricos. In.: Gestão e
setor público, sociedade e organizações, adiantem qualidade dos recursos hídricos: conceitos e
a promoção viável o quanto antes, pois o rio não experiências e bacias hidrográficas. Américo-
espera, ele fui continuamente seu fluxo. Pinheiro, J. H. P.; Mirante, M. H. P.; Benini, S.
M. Tupã. ANAP. 95p.
7. Agradecimentos
Agradecemos a Universidade do Delta do Bermudez, O. B.; Caldas, E. Z., 2017. El papel del
Parnaíba pelo apoio com barcos e ao condutor Sr. água en una estructura ecológica de carácter
Raimundinho que auxiliou na pesquisa de campo. urbano regional. In.: Água, recurso hídrico: bem
social transformado em mercadoria. Chávez, E.
8. Referências S.; Di Mauro, C. A.; Moretti, E. C. Tupã. ANAP -
Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista.
260p.
Américo-Pinheiro, J.H. P.; Mirante, M. H. P.;
Calvino, Í., 2003. As Cidades Invisíveis. Benini, S. M. Tupã. ANAP. 95p.
Tradução: Diogo Mainardi. Rio de Janeiro. 160p.
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das Unidades Paisagísticas Costeiras do Estado contaminação ambiental ao longo do Rio
do Piauí: potencialidades e limitações antropo- Igaraçu, Piauí. Tese de Pós-Graduação em
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