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Agrupamento de Escolas n.º 1 de Serpa 5.

º TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA


ESCOLA BÁSICA DE PIAS 9.º Ano de Escolaridade

Português
Ano Letivo 2012/2013 | 3 de maio de 2013

9.º B Duração: 85 minutos

Escreve, de forma legível, a numeração dos grupos e dos itens, bem como as respetivas
respostas.
Todas as respostas devem ser registadas na folha de respostas (folha de teste da escola).

Utiliza apenas caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta.

Não é permitido o uso de dicionário.

Não é permitido o uso de corretor. Sempre que precisares de alterar ou de anular uma
resposta, risca, de forma clara, o que pretendes que fique sem efeito.

As respostas ilegíveis ou que não possam ser claramente identificadas são classificadas com
zero pontos.

Para cada item, apresenta apenas uma resposta. Se apresentares mais do que uma resposta a
um mesmo item, só a primeira será classificada.

Para responderes aos itens de ordenação, escreve, na folha de respostas:


 o número do item;
 a sequência de letras que identificam os elementos a ordenar.

Para responderes aos itens de escolha múltipla, escreve, na folha de respostas:


 o número do item;
 a letra que identifica a opção escolhida.

Para responderes aos itens de associação / correspondência, escreve, na folha de respostas:


 o número do item;
 a letra que identifica cada afirmação e o número que identifica o elemento
correspondente.

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GRUPO I
(Leitura)

PARTE A

Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados após o texto.


De seguida, responde aos itens que se lhe seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

[Pero Coelho, a morte de Dona Inês de Castro e a vingança de D. Pedro]

Se fosse necessário tomar as mesmas atitudes que naquela manhã invernosa de 7 de


janeiro de 1355 havia defendido, Pero Coelho fazia-o novamente! Se assim não fosse, o
reino de Portugal ficaria em risco, o débil infante D. Fernando ficaria comprometido, a paz
com Castela desfazer-se-ia! Se aquela Inês, Castro de família, não tivesse os irmãos que lhe
5 deram e estes as ambições que ostentavam, e se D. Pedro I, na altura infante, não se
tivesse logo enamorado e subjugado àquele colo de garça1, com quem gerou três perigosos
bastardos, tudo teria sido bem mais fácil. Todavia, as ações de um homem e a História não
se julgam pelos se. Era imperioso agir e a sua função enquanto Conselheiro de el-rei D.
Afonso IV, […] era das a conhecer os seus receios, no fundo, os de toda a corte, os dos
10 demais fidalgos e dos homens-bons. Era necessário eliminar Inês de Castro a bem da
estabilidade do reino, da paz com Castela que tanto custara a obter e, acima de tudo, da
continuação da linhagem dos Borgonha no trono português2.
Assim pensava para consigo Pero Coelho, cinco anos após o sucedido, nos já cinco dias
que decorriam desde que fora preso pelos homens do rei de Castela e transportado até à
raia3 onde, conjuntamente com Álvaro Gonçalves, seria trocado por D. Pedro Nunes de
15 Gusmão, Mem Rodrigues Tenório, Fernão Gaudiel de Toledo e Fructuoso Sanches
Calderon, fidalgos castelhanos perseguidos por D. Pedro de Castela e outrora abrigados
pelo rei de Portugal. Melhor sorte tivera Diogo Lopes Pacheco que, avisado por um mendigo
enquanto caçava que era procurado por funcionários reais na cidade onde estabelecera
residência, se pôs em fuga, disfarçado de um pobre andrajoso4, indo para o reino de Aragão.
20 Daí, ao que sabia naquele momento, por ouvir alguns rumores entre a criadagem de D.
Pedro que o escoltava, encontrava-se já a salvo no reino de França. Sorte a dele!
Tudo fazia parte do plano de vingança pormenorizadamente urdido por D. Pedro, que,
desde que D. Afonso IV falecera no ano de 1357, movia mundos e fundos para encontrar os
responsáveis pela morte de Inês de Castro, quebrando assim o juramento que havia feito
perante sua mãe, a Rainha D. Beatriz e o Arcebispo de Braga, D. Guilherme, em
25 Canavezes, a 5 de agosto de 1355, aquando da assinatura do tratado que punha fim à
guerra civil travada com o pai.

Ricardo Raimundo, Vidas surpreendentes, mortes insólitas da História de Portugal, Lisboa, A Esfera dos Livros, 2011.
(Texto adaptado)

VOCABULÁRIO E NOTAS:
1
colo de garça: referência aos atributos físicos de D. Inês de Castro, nomeadamente ao pescoço
esbelto.
2
continuação da linhagem dos Borgonha no trono português: continuação da dinastia de Borgonha, a
primeira dinastia, com um herdeiro legítimo – D. Fernando.
3
raia: fronteira entre Castela e Portugal.
4
andrajoso: esfarrapado.

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1. Seleciona, para responderes a cada item (1.1. a 1.5.), a única opção que permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto.
Escreve o número do item e a letra que corresponde à opção escolhida.

1.1. Pela leitura do primeiro parágrafo, pode afirmar-se que Pero Coelho considerou necessário
eliminar D. Inês de Castro devido a todas as razões que se seguem, exceto uma:
(A) o legítimo herdeiro do trono poderia vir a perdê-lo.
(B) o legítimo herdeiro do trono poderia entrar em guerra com os seus «perigosos» irmãos
«bastardos».
(C) o estado de paz com o reino vizinho de Castela poderia terminar.
(D) o Príncipe D. Pedro estava demasiado subordinado aos encantos e influência de D. Inês de
Castro.

1.2. A expressão “colo de garça” (linha 6) contém uma


(A) personificação.
(B) comparação.
(C) metáfora.
(D) hipérbole.

1.3. De acordo com o último parágrafo do texto, D. Pedro quebrou um «juramento» que tinha feito
perante a sua mãe e o Arcebispo de Braga. Ele jurou
(A) esquecer-se do assassinato de D. Inês de Castro.
(B) não perseguir nunca os responsáveis pela morte de D. Inês de Castro.
(C) que até à morte de seu pai não perseguiria os responsáveis pela morte de D. Inês.
(D) cessar as hostilidades com seu pai na guerra civil que com ele travava.

1.4. Pero Coelho revela-se no texto como alguém


(A) que tem orgulho no ato que aconselhou e ajudou a cometer.
(B) que lembra o passado e a posição privilegiada que tinha na corte.
(C) que teme pelo seu futuro, dado ter sido um dos matadores de D. Inês.
(D) que assume os seus atos como deveres inerentes ao cargo que ocupava junto de D. Afonso IV.

1.5. Atenta no segmento textual transcrito e nas palavras destacadas: «Se aquela Inês, Castro de
família, não tivesse os irmãos que lhe deram e estes as ambições que ostentavam» (linhas 4-5). As
palavras destacadas têm como antecedentes, respetivamente:
(A) Inês / irmãos / ambições / irmãos.
(B) irmãos / irmãos / ambições / Inês.
(C) irmãos / Inês / irmãos / ambições.
(D) ambições / Inês / irmãos / irmãos.

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PARTE B

Lê o excerto apresentado de Os Lusíadas, de Luís de Camões. Se necessário, consulta o vocabulário


fornecido.
De seguida, responde, de forma completa e bem estruturada, aos itens apresentados. Salvo indicação em
contrário, utiliza as tuas próprias palavras.

122 De outras belas senhoras e Princesas


Os desejados tálamos1 enjeita, 1
tálamos: leitos conjugais, núpcias.
Que tudo, enfim, tu, puro amor, desprezas
Quando um gesto suave te sujeita.
Vendo estas namoradas estranhezas2, 2
namoradas estranhezas: loucuras da
O velho pai sesudo, que respeita paixão
O murmurar do povo e a fantasia
Do filho, que casar-se não queria,

123 Tirar Inês ao mundo determina,


Por lhe tirar o filho que tem preso,
Crendo c’o sangue só da morte indina
Matar do firme amor o fogo aceso.
Que furor consentiu que a espada fina
Que pôde sustentar o grande peso
Do furor Mauro, fosse alevantada
Contra ũa fraca dama delicada?

124 Traziam-na os horríficos algozes


Ante o Rei, já movido a piedade;
Mas o povo, com falsas e ferozes
Razões, à morte crua o persuade.
Ela, com tristes e piedosas vozes,
Saídas só da mágoa e saudade
Do seu Príncipe e filhos, que deixava,
Que mais que a própria morte a magoava,

125 Pera o céu cristalino alevantando,


Com lágrimas, os olhos piedosos
(Os olhos, porque as mãos lhe estava atando
Um dos duros ministros rigorosos);
[…]
Luís de Camões, Os Lusíadas, edição de A. J. da Costa Pimpão,5.ª ed., Lisboa, MNE – IC, 2003.

2. Identifica o episódio a que pertencem as estâncias transcritas, indicando em que plano narrativo se
insere.

3. Refere o comportamento de D. Pedro constante da estância 122 e explicita o modo como o narrador o
justifica.

4. Perante as «namoradas estranhezas» (est. 122, v. 5), D. Afonso IV toma uma decisão: «Tirar Inês ao
mundo determina» (est. 123, v.1).
Identifica o recurso estilístico utilizado para transmitir essa decisão, justificando a sua utilização.

5. Através da pergunta retórica que conclui a estância 123, o narrador mostra-se indignado.
Explicita os motivos dessa indignação

6. Com base na estância 124, explica a luta interior no espírito do rei.

7. Indica o principal motivo da dor de Inês na situação em que se encontrava.

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PARTE C

8. Lê as estâncias 28 e 30 do Canto IV de Os Lusíadas, a seguir transcritas, e responde, de forma


completa e bem estruturada, ao item 8. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado
a seguir ao texto.

28 Deu sinal a trombeta Castelhana,


Horrendo, fero, ingente e temeroso;
Ouviu-o o monte Artabro1, e Guadiana 1
cabo da Galiza.
Atrás tornou as ondas de medroso.
Ouviu o Douro e a terra Transtagana;
Correu ao mar o Tejo duvidoso;
E as mães que o som terribil escuitaram,
Aos peitos os filhinhos apertaram.

[…]

30 Começa-se a travar a incerta guerra:


De ambas as partes se move a primeira ala;
Uns leva a defensão da própria terra,
Outros a esperança de ganhá-la.
Logo o grande Pereira, em quem se encerra
Todo o valor, primeiro se assinala:
Derriba e encontra2, e a terra, enfim, semeia 2
ataca.
Dos que a tanto desejam, sendo alhea.

Luís de Camões, Os Lusíadas, edição de A. J. da Costa Pimpão,5.ª ed., Lisboa, MNE – IC, 2003.

Escreve um texto expositivo, com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, no qual explicites o
conteúdo das estâncias apresentadas.
O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de
conclusão.
Organiza a informação da forma que considerares mais pertinente, tratando os sete tópicos
apresentados a seguir. Se não mencionares ou se não tratares corretamente os dois primeiros tópicos, a
tua resposta será classificada com zero pontos.

 Identificação do episódio a que pertencem estrofes.


 Indicação do narrador e do narratário das estrofes transcritas.
 Explicitação dos efeitos provocados pelo som da «trombeta Castelhana» (est. 28, v. 1) na natureza e
nos humanos.
 Identificação de dois recursos estilísticos utlizados na estância 28 e justificação da sua utilização.
 Explicitação do significado dos versos 3 e 4 da estância 30.
 Identificação da personagem histórica referida como «Pereira» (est. 30, v. 5).
 Indicação, com base em elementos textuais, de dois traços caracterizadores dessa personagem.

Observações relativas ao item 8:


1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco,
mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como
uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (exemplo: /2013/).

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2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados (um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras),
há que atender ao seguinte: a um texto com extensão inferior a 23 palavras é atribuída a classificação de 0
(zero) pontos; nos outros casos, um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização
parcial (até um ponto) do texto produzido.

GRUPO II
(Funcionamento da Língua)

1. Classifica a forma verbal sublinhada na frase seguinte, indicando tempo, modo e voz.

O povo não perdoou Inês de Castro.

2. As palavras abaixo foram distribuídas pelos grupos A, B, C e D, segundo o seu processo de formação. A
cada grupo corresponde um processo diferente.

GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D


psicologia hospitalizar desfazer abonecar
herbívoro realização compor envelhecer
ortografia calmamente amoral avermelhar
agricultura saltitar infiel amanhecer

Integra, nos grupos A, B, C ou D, cada uma das dez palavras seguintes, de acordo com o respetivo
processo de formação.
Escreve a letra do grupo e as palavras correspondentes.

apodrecer chuviscar ensurdecer morfologia prever


biblioteca crueldade ilegal paredão reconto

Exame nacional de Língua Portuguesa (2009, 2.ª chamada)

3. Qual das frases complexas seguinte contém uma oração subordinada completiva?
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
(A) Esta é a história de Inês de Castro, que foi rainha depois de morta.
(B) O rei queria que o seu filho se casasse com outra mulher.
(C) A compreensão de que Inês precisava não lhe foi concedida.
(D) Este é um acontecimento que revolta o poeta.

4. Transforma cada par de frases simples numa frase complexa, utilizando conjunções e locuções
conjuncionais das subclasses indicadas entre parênteses. Faz as alterações necessárias.

a) Inês preferia o desterro à morte.


Assim poderia cuidar dos seus filhos.
(locução subordinativa causal)

b) Os portugueses chegarão à Índia.


Os portugueses alcançarão o estatuto de heróis.
(conjunção subordinativa condicional)

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5. Lê a frase apresentada.

Inês de Castro foi posta diante do rei pelos algozes.

Reescreve a frase na voz ativa, respeitando, na frase que escreveres, o tempo e o modo.

GRUPO III
(Escrita)

Os textos das partes A e B baseiam-se numa das mais conhecidas histórias de amor de Portugal.
Como D. Pedro desconhecia o julgamento de Inês de Castro, não a pôde salvar e só posteriormente
tomou conhecimento da sua morte.
Escreve um texto narrativo, correto e bem estruturado, com um mínimo de 180 e um máximo de 240
palavras, em que dês conta da reação de D. Pedro, ao inteirar-se do assassinato da sua amada.
Na tua narrativa, deves incluir, pelo menos, um momento de diálogo entre D. Pedro e o seu pai, D.
Afonso IV.

Observações relativas ao Grupo III:


1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco,
mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma
única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (exemplo: /2013/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras –,
há que atender ao seguinte:
-um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até dois pontos);
-um texto com extensão inferior a 60 palavras é classificado com 0 (zero) pontos.

FIM

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