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São Carlos RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS – REVISÃO – Aula 03 – Notas de aula

ELEMENTOS DE MÁQUINAS (SEM 0241)

Notas de Aulas v.2015

Aula 03 – Resistência dos Materiais – revisão

Professores: Ernesto Massaroppi Junior


Jonas de Carvalho
Carlos Alberto Fortulan

Elementos de Máquina (SEM 0241) – MASSAROPPI E, LIRANI J, CARVALHO J, FORTULAN CA (2015)


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Aula 03 – Resistência dos materiais - revisão


O estudo e aplicação de MecSol teve início com Galileu (início do sec XVII)
carregamentos de vigas e eixos. Notável progresso foi feito pelos franceses (Saint –
Venant, Poisson, Lamé, Navier, Coulomb e Cauchy) (final do sec. XIX), com os
experimentos denominados Resistência dos Materiais. Posterior avanço derivou na
teoria da elasticidade e teoria da plasticidade.
O equilíbrio de um corpo requer um balanço de forças que evite que o corpo translade ou
tenha aceleração ao longo de um reta ou curva e o balanço de momentos para evitar
que o corpo tenha translação.
ΣF=0  ΣFx=0; ΣFy=0; ΣFz=0
ΣM0=0  ΣMx=0; ΣMy=0; ΣMz=0

O sistema de forças internas necessário para


manter a parte isolada em equilíbrio consiste
de uma força axial, uma de cisalhamento, um
momento fletor e um conjugado (torque)
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3.1- Esforços solicitantes


P2 P3
l1

l3 Pz - Força normal
P1
S

Px , Py - Forças cortantes

Pz
Mfx, Mfy – Momentos de flexão
l2
P4 Px Py Mt – Momento de torção
Mfx Mt

Mfy
Condições de equilíbrio na seção S:
 Px − P3 = 0  M fx + P2 .L 3 + P4 .L 2 = 0
 
 P4 + Py = 0  M fy + P3 .L 1 = 0
 
 Pz − P1 − P2 = 0  M t − P3 .L 3 = 0
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Condições de equilíbrio

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Tipo da Reação Restrição de


Mancal Representação Simb.
no plano no Espaço Liberdade
Transversal 1 2

Articulado 1 1
Livre

1
Rolo 1
(2)
Pendular
ou corda 1 1

Transversal e
2 3
Longitudinal
Bloqueado

Articulado 2 3

Engastado 3 6

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3.2 - Reações vinculares - Diagramas M, N, Q


Determinação estática
Indeterminado (móvel) , hipostático
 Regime elástico Determinado , isostático
Superdeterminado , hiperestático

Sistemas móveis : Não suportam carga (Exceções - corda pendurada);


Sistemas hiperestáticos : Cálculos mais difíceis (Uso de elementos finitos);
Sistemas isostáticos : Normais.

Tensões Principais
Condições ∑ x F = 0
σ 1 , σ 2 , σ 3
de ∑ Fy = 0 Direções Principais
equilíbrio ∑ M = 0
α , β , γ

REAÇÕES DIAGRAMAS σ ,τ
VINCULARES M, N, Q

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P1
A
P2 ∑F x = 0 ⇒ R AX = P2 (1)
3 equações
B ∑F = 0 ⇒ R AY + R BY − P1 = 0 (2)
y
y
3 incógnitas
L1 L2 ∑M = 0 ⇒ R AY L1 − R BY L 2 = 0 (3)
x
RAX
RBX
RAY RBY =0
L1 1 L2
R AY + R AY . − P1 = 0 → R AY = . P1 → R AY = . P1
L2  L  L1 + L 2
 1 + 1 
(2)e(3):  L2 
L 1 L1
R AY . 1 + R BY − P1 = 0 → R BY = . P1 → R BY = . P1
L2  L  L 2 + L1
 1 + 2 
 L1 
Convenção de sinal :
N + tração
+
P2
-
- Compressão

RAY + sentido horário


P1 RBY Q
- sentido anti-horário

+ + tração no lado inferior (desenha-se diagrama do lado


RAYL1=RBYL2 M tracionado)
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l l
P l =1 , P=1000
l
2l
y l
Isostático
x
B
B
P R2X - A =0
A A
R2Y - P - B = 0

R1y
R1x
R2x -R2Y - R2X .2 +P .2
=0
R2y

A + R1X = 0 6 equações e 6 incógnitas

B + R1Y = 0 R2Y = 4000 A=B


3
-R1X .1 + R1Y .1 = 0 R2X = 1000 R1X = R1Y = -1000
3 3
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+A
+ +
- -B = -R2Y + P
-R1Y +
N
- -R2Y

- -
+ -B + +P
- Q
-R1X

-R2X

-B . l
-R1X . l -- -B . l = -( P . l - R2X . 2 l )
+
B.l + -
R2X . l
+
M
-( P . l -R2X . l )
--
-P . l

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3.3- Tensão normal

P P
Estado uniaxial de tensão

P [ N/m2]
σ n = [ MPa ]
P S
σn

Sistema de unidades:
• Cuidado!
• Dê preferência ao S.I. (MKS)
• Pode-se usar unidades de maior sensibilidade para engenharia (Kgf/mm2).

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3.4 - Tensão normal oriunda de momento fletor


R

HIPÓTESES: • Flexão pura (só Momento fletor)


• Seções planas permanecem planas após flexão
• Raio de curvatura R para cada ponto
O
O A

dφ dφ
R R v

dx
LN
A Arco = raio x ângulo Acréscimo em dx
v ε
dx S = R .θ
∆l v .d ϕ
ε = = dx = R . d ϕ LN
l dx
v dϕ
ε = ⇒ mas ε=
1
v ⇒ ε ∝v
R dϕ R σ

1 - LN
Lei de Hooke σ = E ε ⇒ σ = E .v
+
R
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dA • Num elemento de área dF = σ .dA


dM
• Não há força normal na seção
v F = ∫σ . dA = 0
devida à flexão S

E.v
∫ R
.dA = 0 ⇒ ∫ v.dA = 0
S

⇒ LN passa pelo CG na flexão simples L.N.


v
dF = σ . dA e dM = dF . v = v .σ . dA dA
E .v E
M = ∫ v .σ
S
. dA = ∫ v.
S
R
. dA = . ∫ v 2 . dA
R S
123
J

Segundo momento de área ou momento de inércia de área


1 E σ
σ =
R
E .v ⇒ = ⇒ M =σ.
J
⇒ σ = M .
v
R v v J
v max
M
J
M J
σmax σ m ax = com W f =
W f v m ax

Wf = Módulo de resistência à flexão


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Determinação de J de seções

a) Seções simples h h
2 3
y 2
= ∫ y 2 . dS = ∫ b.y = b.
2
J X . dy
S h 3 −
h
L.N −
y 2 2
h
y b.h 3 b 3 .h
x b JX = JY =
12 12
Seções simples
Tabelas de J ´s

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c) Seções compostas
c1) Teorema dos eixos paralelos ou de Steiner
b
x'
x x
J X ′ = J X + y 2 . dS y
a x
c S

No exemplo acima:
2 2
3 1 3 1 h h  3 1 h h 
J x − x = ba .ha . + bb .hb . +  a + b  .bb .hb + bc .hc . +  a + c  .bc .hc
12 12  2 2 12  2 2
OBS: x-x da figura pode não ser L.N. !
c2) Soma de J’s
J X = ∫ y 2 . dS e ∫ f ( x ). dx = ∫ f ( x ). dx + ∫ f ( x ). dx
S S1 ± S 2 S1 S 2

J = ∑ J i
Referidos ao mesmo eixo !

x
h1

b1 1
J = .J πd 4

J perfil I = J total − 2 .
b1 .h1
2
J=
12 128
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3.6- Tensão normal resultante de força normal e momento fletor


P Princípio da superposição:
P • Efeito de carregamento complexo é a soma de efeitos
M=P.l de carregamentos simples.

l • Válido para pequenas deformações em regime
elástico
P P
PX M fx M fy
σ = + .y + .x
C Máxima S JX JY
compressão
Impondo σ = 0 :

- A.x + B . y + C = 0 (Equação da LN)


CG

T LN não passa pelo CG !


Máxima LN
tração PZ M fx M fy
σ max − tração = σT = + . yT + . xT
⊕ S JX Jy
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[ N .m ]
C
B
1 3 0
A
M fy M fx

+ 3 0 0
O 2 2 5

Notar que os momentos Mfx e Mfy (como na figura acima) e as tensões normais
devidas a eles estão em planos diferentes, normais entre si (como na figura abaixo).
As tensões normais entretanto tem a mesma direção e portanto podem ser somadas.
A
σN
O
D σFx
B

C σFy

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y
y = mx+ b1 x
b1 y =−
m
y = mx+ b
T
y = mx+ b2

x
b

C ⊕
b2
- LN
P M . y M .x
σ = Z + fx + fy Para σ = 0  Equação da LN
S JX JY
 M fy
M   m = −
JX  . x − PZ . J X  M fx
y = − fy
. y = m .x + b ⇒ 
M JY  S M fx
 fx   b = − PZ .J
 S . M fx

Pontos de tração e compressão máximas:
 1
 y = − .x 2
r2
 m ⇒  1  x 2
= r2
 − .x  + x = r
2 2
1 y =
2
 y2 + x2 = r2  m  1+ 1+ m2
 m
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2
1 M M .r
x = .r = x T ,C = ±
2 2 fy fy
2 2 2
.r 2
 M  M fy +M fx M
2
+M
2

1+ − 
fx fy fx
 M 
 fy 
2
1 M M .r
y = .r = y T ,C = ±
2 2 fx fx
2 2 2
.r 2
 M  M fx +M fy M
2
+M
2

1+ − fy
 fx fy
 M 
 fx 
2 2
M R = M fx +M fy → momento resultante

+ .(M . x ) , temos :
PZ 1
como σ = fx .y + M fy
S J

 
P 1  M .r M .r 
σT = Z + . M fx .
fx
+M fy .
fy

S J  M
2
+M
2
M
2
+M
2
 fx fy fx fy 
r M  P
2 2
P +M 2
σ T = Z + . fx fy  = Z + r .MR
S J  M R

 S J MR
P r P MR
σ T = Z + .M R ou σT = Z +
S J S Wf
J
Wf = módulo de resistência à flexão =
r

PZ MR
para > ⇒ só tração ou só compressão
S Wf
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3.7- Tensão de cisalhamento

a) Cisalhamento puro (“corte”)

Q
Q
Q
τ m =
S

• distribuição de τ não é uniforme sobre a seção transversal


Q
• despreza-se flexão e normal

τm ( adm )
≤ τ adm = 0 .55 a 0 .60 .σ adm ⇒ Fadiga
τm ≤ τ adm = 0 .80 .σ adm
( adm ) ⇒ Estático
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b) Cisalhamento em flexão (efeito Q)


τ dQ
b.1- em uma viga de seção retangular
τ↑


↓ ∫ τ . dS
S
= dQ
dS

Q .M MS = Momento estático
τ
τ = S
b.J da seção
b
h h
2 2 2
yP y
h/2 MS = ∫ y.dS = b.
yP
2 y

h
b 2 2 b. h2   2. y  2 
MS = . y = . 1 −   
2 y 8   h  

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** A tensão de cisalhamento devido a cortante será máxima na linha neutra


(y=0) e nula na fibra externa (y=h/2), o inverso do que é observado nas
tensões normais devido a flexão, raramente um estado de tensão originará
situação de tensão no interior pior que o verificado nas fibras externas.

τ
MS = A - B . y 2 • Quadrática em y
• Depende da forma da seção τ m ax

3 Q   2.y  
2
3 Q 3
τ retang = . .1−    , τ max = . = .τ med
2 b.h   h   2 b.h 2

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b.2- em uma eixo de seção circular

τ . dx . dz = dT X

M X
y1 M X
TX = ∫y J . y . dS =
J
.M S

M X + dX
TX + dX = .M S
J
M X + dX − M
∴ dT X = T X + dX − T X = X
.M S
J
como dM = Q . dx temo s :
Q . dx
τ . dx . dz = dTx = .M S
J
Q
τ . dz = .M S
J
Q 1
τ (y ) = . .M S
J dz
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Q 1 r Q 1 r
τΘ = . .∫ y .dS = . .∫ y .dz .dy
J dz y J dz y

r
Q r Q y2 Q  r2 y2 
τ Θ ( y ) = .∫ y .dr = . = . − 
J y J 2 y
J  2 2 

para seção circular: J =


π .d 4
=
π .r 4
64 2

Q r2   y   4 Q   y  
2 2

τ (y ) = . .1 −    = .1 −   
π .r 4 2   r   3 π .r 2   r  
2
  y 2 
τ y = τ m . .1 −   
  r  

4 Q
τmax =
3 π . r2

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Observações:

1. τ não é distribuído uniformemente e depende da forma da seção

l
2. Para > 5 ,( l = vão) τmax é 2% a 5% de σflexão
h

l
desprezível ! Se < 3 a teoria apresentada não vale !
h

3. Em alguns casos somente se preocupa com τ na flexão.


Ex: colagem, rebites

4. Se a seção não é simétrica em relação a Py ,Q não se aplica no C.G. mas no


centro de torção T da seção.
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3.8- Tensão de cisalhamento devido ao Momento Torçor


Mt τ = G .γ
E
G =
2 . (1 + υ )
M t J
γ τ max = ; W t = t

W t y max

• Distribuição de τ não é linear em geral


• empenamento (warp) em seções não-circulares
Momento de Inércia de Torção (Polar) : JT ou JZ
y dS
= ∫r = x + y O ≡
2 2 2 2
J p ds mas r quando CG
s
r
= ∫r dS = ∫ x 2 . dS + ∫ J P = JY + J X
2
J p y 2 . dS ⇒
O x

No caso do círculo :
J P = ∫
S
r 2 . dS com dS = 2 π . r . dr
π .d
d 4
r4 2
J =
J P = 2 π . ∫ r 2 . r . dr = 2 π . ⇒ P
S
4 0
32
⇒ π .d 4
Como J P = J X + J Y
e J X = JY J círculo =
64
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a) Seções circulares
• Distribuição linear
τ π.d4 π.d3
τ
Jt = Jp = JX + JY = , Wt =
32 16
ymax = r
b.h3 h.b3 h b
Jt = + ymax = ou
12 12 2 2
b) Seções retangulares
η. τ max
τ max • Nas faces: parábolas p/ h < 3b
parábola achatada p/ h > 3b

Mt
face maior τ max = , W t = η 2 .b 2 .h
Wt
J t = η 3 .b 3 .h
face menor τ max menor = η 1 .τ max
η 1 , η 2 , η 3 → tabelados (Ex tab. 3.1 Nieman)

•no inferior : não-linear


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c) Seções compostas
τ τ Mt
τ max .bmax
l1 ,b1 Jt
τ
l2 ,b2
τ
1 3
3
( 3
)
J t ≅ . b1 .l1 + b2 .l2 + ......
l3 ,b3
J
Wt = t
bmax
d) Tubos de paredes finas
• Distribuição cte ao longo da espessura
Mt
Esqueleto τ max =
2. Sµ . smin
τ

Si
Sµ = área interna do esqueleto
ui
smin = espessura mínima

4. Sµ2
Jt = ; Wt = 2. Sµ. smin
µi

si
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Convenção de Sinal Tanto o plano de saída (direita) como


o de entrada (esquerda) giram no
sentido horário (olhando de frente
A
B para plano), portanto, momento torçor
y
positivo.
x

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Ângulo de torção

M t .l0 θ , ângulo de torção em radianos


θ= J t , segundo momento polar de área
G.J t G, módulo de rigidez

Potência (P) = Quantidade de energia / Unidade de tempo (P=Mt/ω ; P=F.υ)

(W ) P 1HP = 746,6 W
Mt = N
2π (rad ) M t = 7130
ϖ (rad / s ) 1rpm =
60 ( s ) n
onde : M t = momento torçor em N .m
N
M t = 9450 , onde : M t = momento torçor em N .m N = potência em HP
n
N = potência em KW n = rotação em rpm
n = rotação em rpm

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3.9- Tensão equivalente e tensão admissível

σ X ,σ Y ,σ Z
Peça
cálculos τ XY , τ XZ , τ YZ
real

Modelo matemático
critério de
resistência
Tensão equivalente : σeq
Tensão ideal : σi
σ I , σ II , σ III
Tensão de confronto : σv τ =0

Se σeq ≤ σadm a peça não romperá !

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3.9.1- Estado de tensões


a) Estado simples de tensões
F F
F

τα σα
A α
Fcosα
Fsenα
F
F F 
Tensão normal : σα = . cos 2 α = .(1 + cos (2 .α ))  Equações
A 2.A
 paramétricas
Tensão tangencial : τ =
F
. sen α . cos α =
F
. sen (2 .α ) 
α
A 2.A  do círculo
Círculo de Mohr
τ Direção do plano
onde atuam σα e τα
τα

α
σ
σα

σI

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b) Estado duplo de tensões


dA
y σy σα τα
τyx
x σx
τxy α τxy
σx σx
τxy dAcos α τxy dAsin α
σy
τyx
σy σ +σY σ −σ X
Equilíbrio σα = X
+ Y . cos( 2 .α ) + τ . sen ( 2 .α )
de τ xy = τ yx = τ 2 2
σ −σY
forças τα = X
. sen ( 2 .α ) − τ . cos( 2 .α )
2
σ x +σ y
τ 2
2 σ x −σ y 
  + τ 2 = τ max
 2 
σ II
τ xy = τ Direção do plano onde atua σx
45 °
α 2α
σ
− τ yx = τ Direção do plano onde atua σy
σy σ x −σ y
Círculo de Mohr
σI
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c) Estado triplo de tensões


σ τ I

σ II σ II σ I σ
σ II

σ III
σ III σ II σ
σ I

σ III
σ III σ I σ
σ
τ
III

σ σ
II I σ III σ II σ I
σ
σ +σ  σ −σ 
2
σ = X Y
± X Y
+τ2
• Tensões principais I, II
2  2 

 σ −σ 2

•Tensão tangencial máxima τ m ax =

X
2
Y

+τ2

2.τ
•Ângulo dos planos principais ta n ( 2 . α ) =
σ X −σ Y

σ σ + σ II σ I − σ II
= I + . cos( 2 . α )
•Tensões em um ângulo qualquer  X , Y
2 2

τ = σ I − σ II . sen( 2 . α )
 2
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3.9.2. Círculos de Mohr para casos particulares de solicitações


τ
• Barra tracionada 45o
τ max

F τ max F 45o
σ σ σI σ
I I

τ
• Pressão hidrostática
σ
biaxial
II

σ σ
I I

σ = σ
σ
I II
σ II

• Eixo solicitado à torção τ


σ I σ II
τ = τ max
T τ T
45o 45o σ II σI
σ σ
σ
II I

• Eixo solicitado à flexo-torção σ I, II = ±τ = ±τ max

2 2
σb σ  σ 
σ I,II = ±  b  + τ 2 ; τ max =  b  + τ 2
2  2   2 

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3.9.3. Critérios de resistência


Um componente mecânico, associado em conjunto a outros componentes, tem seu
comportamento não tão bem delimitado e podem apresentar falha. São aplicados
Critérios de Resistências que se utilizam de conceitos de segurança para o
dimensionamento de componentes.

Resistência de uma peça Resistência da peça


mecânica (projeto) fabricada
 material;  quantidade do lote;
 tratamento térmico;  variações no processo;
 processamento.  acabamento superficial;
 esforços na conformação;
 combinações com outros
Utiliza-se de dados de corpos
no conjunto.
de prova  mesmas Falha
condições de carregamento,
fabricação, acabamento.  quebra;
 deformação permanente;

A falha depende de:


 tipo de tensão (tração, compressão, cisalhamento);
 tipo de carregamento (estático, dinâmico).
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QUAL TENSÃO CAUSOU A FALHA??


Pelo círculo de Mohr, para tração pura aplicada lentamente, também há a existência de
uma tensão
F de cisalhamento, cujo valor máximo é a metade da tensão normal.
τ
τ13

σx
σ2 σ
σ3 σ1

Pelo círculo de Mohr, para torção pura aplicada lentamente, também há a presença de
tensão normal cujo valor máximo é igual a tensão de cisalhamento.
τ

τxy

σ
σ3 σ2 σ1

τxy

Em geral materiais dúcteis submetidos a carregamentos estáticos são limitados pelas


suas tensões de cisalhamento, enquanto que os materiais frágeis pela tensão
normal. Lembre que τadm ~0,8 σadm.
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Acima: Ferro fundido cinzento,


Abaixo: liga de alumínio 2024-T351
a) Descrição alternativa das tensões para
um eixo em torção, b) amostra de pedra
c)Torção em materiais de baixa
arenosa após ensaio de torção
resistência ao cisalhamento, quebra
perpendicular ao eixo.

Fonte: POPOV EP. Introdução à mecânica dos sólidos. Fonte: Dowling NE. Mechanical Behavior of
Trad. AMORELLI MOC. Ed. Edgard Blücher, 1978. Materials. 3ª ed Ed. Pearson Prentice Hall.2007.
p.156.

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a) Máxima tensão normal


σ II

KZ
Kd KZ
σ I
σ V = σ I ≤ K Z ou D
Kd
|Kd| >KZ

b) Máxima tensão tangencial (Tresca)

σ II τ
KZ σ III = 0
σ V = σ I ≤ K Z ou D
KZ < |Kd| σ II σI σ
KZ τ
Kd σ I

Kd σ V = ± (σ I + σ II )≤ K
σ II σI σ

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b) Máxima tensão tangencial (Tresca), explicada pelo círculo


de Mohr. C
σ2 B

σ1
D

τmax

σ1
σ2 σ1 σ3 σ2 σ3 σ2 σ2D σ1D
σ1
σ1D= −σ2D=1/2σ1

A B C D

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c) Máxima energia de distorção (von Mises)


A energia total de deformação em uma peça carregada consiste em duas componentes:
uma devido ao carregamento hidrostático que muda seu volume; e outra devido a
distorção que muda sua forma.
A tensão de cisalhamento presente deve-se a parcela da energia de distorção.
 K . 2
Elipse inclinada à 45o com semi-eixos 
 K . 2 / 3

σV =
1
. (σ I − σ II ) + (σ II − σ III ) + (σ III − σ I )
2 2 2 Estado triplo
2 de tensões σ II
Tensão de
cisalhamento
K
Tensão
σV = σI −σI.σII +σ
2 2 Estado duplo normal
15% (dif.)
II
de tensões K
K σ I

73% (dif.)
Energia de K
distorção
15% (dif.)

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3.9.4. Casos estáticos


a) Tensão equivalente
Critério + usado p/ aço energia de distorção (von Mises)
σ x
σ y tensões principais
σ1 ,σ 2 ,σ 3
σe =
1
2
[
. (σ1 −σ2 ) +(σ2 −σ3 ) +(σ3 −σ1)
2 2 2
]
σ z

σ
b) N ( coef. = adm
σ
de segurança)
equivalent e

3.9.5. Casos de solicitação dinâmica (fadiga)


a) Tensão equivalente Critério leva em conta a fadiga do material

σ e = (σ max .β Kf ) 2
+ H 2
. (τ max .β Kt )2

β K s = coef. de entalhe
σ lim . fadiga
H =
τ lim . fadiga

b) Tensão admissível σ adm → teoria de fadiga


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3.9.6- Seleção para o critério de resistência

Fonte: SHIGLEY JE, Projeto de engenharia mecânica, Ed. Bookman, 7ed, 2005
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3.9.7. Aplicação dos critérios de resistência


• Eixo submetido à flexo-torção σx =σf
τ
Mf dA σ σ
Mf f f

Mt Mt dA σy =0

• Círculo de Mohr
τ τ max 2
σ σ f 
σ I, II = f
±   +τ 2

2  2 
45° α
τ xy = τ
2α 2
σ σ f 
σ τ max =   +τ 2

τ yx = τ f
 2 

Critério de Resistência Tensão de Confronto (σv)


2
σ σ f 
Máx. tensão normal σV =σI = f
+   + τ 2

2  2 
Máx. tensão tangencial σV = σ 2
f + 4 .τ 2

Máx. energia de distorção σV = σ 2


f + 3 .τ 2

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3.10. Referências
• Dowling NE. Mechanical Behavior of Materials. 3ª ed Ed. Pearson Prentice Hall.2007.
• Niemann G. Elementos de Máquinas, vol. I, Editora Edgard Blucher, 1991.
• Popov EP. Introdução à mecânica dos sólidos. Trad. Amorelli, M.O.C. Ed. Edgard
Blücher, 1978.
• ShigleyJE, Mitchell LD. Projeto de Engenharia Mecânica, 7th ed., Bookman, Porto
Alegre 2005.

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