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PADRES AGOSTINHOS
2690-395 Santa Iria de Azóia DIÁLOGO COM A BÍBLIA
QUESTÕES
- Por que é importante a fé na ressurreição e na vida eterna?
- De que vale o compromisso com o mundo se ele há de passar?
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Teologia das Cartas aos Tessalonicenses: o valor do Trabalho
São Paulo dedica o capítulo da Primeira carta aos Tessalonicenses a desenvolver a vida
em comunidade. Desta primeira carta, nós vamos salientar 1Ts 4,9-12. Nesta passagem,
são Paulo louva os macedónios pelo seu acolhimento e hospitalidade. Mas exorta a
crescerem em três aspectos: a viverem pacificamente, a se ocuparem dos seus próprios
assuntos e a trabalharem com as próprias mãos.
A «vida pacífica» era a expressão comum da época para se referir a uma visa retirada
da política, que na altura costumava incluir intrigas, etc.
O pedido de se ocuparem dos seus próprios assuntos, vinha dado pelo facto de
haverem pessoas a quererem assumir tarefas comunitárias próprias dos dirigentes da
comunidade, ou se dedicarem a desrespeitar aos próprios dirigentes. Mais à frente, em
1Ts 5,12-22, são Paulo enumera uma grande quantidade de aspectos que são da
responsabilidade da comunidade toda e não apenas dos dirigentes.
A assunção responsável destas tarefas e o respeito pelos dirigentes são a melhor carta
de recomendação que os cristãos podem apresentar aos seus concidadãos.
Finalmente, o assunto do trabalho com as próprias mãos, tem a ver com alguns que
estavam ociosos à espera da vinda do Messias. Numa comunidade de pequenos artesãos,
o trabalho era eminentemente manual, daí a recomendação de trabalharem com as suas
mãos, e não só com o louvor e a ociosidade. Quando são Paulo escreve, este problema
não parece estar estendido de maneira grave, por isso apenas merece pela parte de São
Paulo uma menção muito breve.
Ora bem, neste aspecto do trabalho, a situação reflectida na segunda carta aos
Tessalonicenses tem traços de gravidade. A palavra grega usada pelo autor tem mais a ver
com indisciplina, desordem, evasão das próprias responsabilidades.
O problema está relacionado com o direito que tinham os evangelizadores e os
dirigentes da comunidade de não trabalhar para terem uma dedicação maior a esta. Este
costume assumido dos chefes das sinagogas, nem sempre foi usado por são Paulo. Em
1Cor 9,1-15, Paulo faz uma demorada justificação de porque não usou esse direito
quando foi a Corinto. Em Tessalónica também trabalho desde o início, pois era uma
comunidade pobre.
Às tantas, parece que havia muitos aspirantes a dirigentes da comunidade para assim
não trabalharem e serem mantidos pela comunidade. A exortação feita em 2Ts 3,12 tem
a ver com isto: «Quem não quiser trabalhar, também não queira comer.» No caso de uma
comunidade pobre, o direito dos evangelizadores tornava-se complicado. Mas quando a
direcção da comunidade não era procurada pelo seu trabalho e serviço e sim pelos seus
direitos, então se estava a virar a vida comunitária de pernas para o ar.
Esta conduta atentava contra os valores da comunidade cristã, por isso em 2 Ts 3,6 se
indica que os irmãos hão-de fazer com que o que age de essa tal maneira se sinta
envergonhado e desista da sua atitude.
O trabalho, pois, é sempre necessário e faz parte da vida comunitária porque faz parte
da vida pessoal dos membros da comunidade. Daí o seu valor.
—3—
QUESTÕES
- Que valor têm o nosso trabalho e as coisas que fazemos se no fim nada levamos
connosco e o nosso mundo terá um final?
- O costume que tinham -e têm- muitos missionários e pastores de trabalhar dedicados
apenas à pastoral, pode ser considerado um abuso?
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