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2ª EDIÇÃO
Ficha Técnica
REALIZAÇÃO
Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais - Sinduscon-MG
Rua Marília de Dirceu, 226 - 3º e 4º andares - Lourdes
CEP 30170-090 - Belo Horizonte-MG
Telefone (31) 3253-2666 - Fax (31) 3253-2667
www.sinduscon-mg.org.br
e-mail: sinduscon@sinduscon-mg.org.br
ELABORAÇÃO
Assessoria Econômica
COORDENAÇÃO DO PROJETO
Economista Daniel Ítalo Richard Furletti
Economista Ieda Maria Pereira Vasconcelos
PROJETO GRÁFICO
Interativa Comunicação
REVISÃO
Rosânea de Freitas
S616n
CDU: 338.246.025:69
Presidente
Walter Bernardes de Castro
1º Vice-Presidente
Bruno Rocha Lafetá
Vice-Presidentes
Administrativo-Financeiro: Eduardo Kuperman
Área Imobiliária: Jackson Camara
Comunicação Social: Jorge Luiz Oliveira de Almeida
Materiais, Tecnologia e Meio Ambiente: Eduardo Henrique Moreira
Obras Públicas: Luiz Fernando Pires
Política, Relações Trabalhistas e Recursos Humanos: Ricardo Catão Ribeiro
Diretores
Administrativo-Financeiro: Felipe Filgueiras Valle
Área Imobiliária: Bráulio Franco Garcia
Comunicação Social: Marcelo Magalhães Martins
Incorporação de Terrenos: Felipe Pretti Monte-Mor
Materiais e Tecnologia: Cantídio Alvim Drumond
Meio Ambiente: Geraldo Jardim Linhares Júnior
Obras Industriais: Luiz Alexandre Monteiro Pires
Obras Públicas: João Bosco Varela Cançado
Programas Habitacionais: André de Sousa Lima Campos
Relações Institucionais: Werner Cançado Rohlfs
Coordenador Sindical:
Daniel Ítalo Richard Furletti
Equipe Técnica
Coordenação: Econ. Daniel Ítalo Richard Furletti (Coordenador Sindical)
Elaboração: Econ. Ieda Maria Pereira Vasconcelos (Assessora Econômica)
1 INTRODUÇÃO 15
2 CONCEITO DE NÚMERO-ÍNDICE E TAXA 17
2.1 NÚMEROS-ÍNDICES SIMPLES E PONDERADOS 18
2.2 CONCEITO DE ÍNDICES DE PREÇOS, ÍNDICES DE CUSTOS E ÍNDICES GERAIS DE PREÇOS 20
2.3 PERCENTUAL – MULTIPLICADOR – NÚMERO-ÍNDICE 21
2.4 CÁLCULO DA VARIAÇÃO PERCENTUAL DE UM NÚMERO-ÍNDICE 22
2.5 COMO ACUMULAR TAXAS 26
2.6 COMO ACUMULAR TAXAS NEGATIVAS 28
2.7 MUDANÇA DE BASE DE NÚMERO-ÍNDICE 30
2.8 CÁLCULO PRO RATA TEMPORE 33
2.9 DEFLACIONAMENTO DE SÉRIES MONETÁRIAS 34
2.9.1 TAXA REAL OU TAXA DEFLACIONADA 37
REFERÊNCIAS 40
ANEXOS 41
A - IGP-DI/ FGV 43
B - IGPM/ FGV 44
C - IPA-DI/ FGV 46
D - IPC-DI/ FGV 48
E - INCC-DI/ FGV 50
F - CUB/m² 53
G - CUB MÉDIO BRASIL 59
H - SISTEMA NACIONAL DE PESQUISA DE CUSTOS E ÍNDICES DA CONSTRUÇÃO CIVIL (SINAPI) 62
I - SISTEMA NACIONAL DE ÍNDICES DE PREÇOS AO CONSUMIDOR (SNIPC) 64
J - IPCA/ IPEAD E IPCR/ IPEAD 67
K - QUADRO-RESUMO - CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS ÍNDICES DE PREÇOS E DE CUSTOS 69
Wanderley Ramalho
Coordenador do Setor de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação IPEAD/UFMG
Professor aposentado de Estatística Econômica na UFMG
O Sinduscon-MG sai na frente, mais uma vez, ao criar a cartilha que se tornará uma
ferramenta indispensável para o dia-a-dia das construtoras, no trato de seus negócios
imobiliários. Por sua importância e facilidade de leitura, será também um guia útil
para todas as atividades econômicas.
Este é mais um trabalho da nossa Assessoria Econômica, que tem buscado, através
de constantes publicações, abordar os temas técnicos mais demandados por nossas
empresas associadas. Procuramos, assim, estar sempre prontos ao atendimento a eles
em suas mais diversas demandas na referida área.
Roberto Simões
Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-MG
“Os númer o s-í ndi ces são medidas estatísticas usadas para comparar grupos de
variáveis relacionadas entre si e obter um quadro simples e resumido das mudanças
significativas em áreas relacionadas, como preços de matérias-primas, preços de pro-
dutos acabados, volume físico de produção etc. Mediante o emprego de números-índi-
ces é possível estabelecer comparações entre:
a) variações ocorridas ao longo do tempo;
b) diferenças entre lugares;
c) diferenças entre categorias semelhantes, tais como produtos, pessoas, organiza-
ções etc.”
Fonte: FONSECA; MARTINS; TOLEDO, 1988, p. 157.
Todo índice possui como base uma data, que serve de referencial para se medir a
variação no período. Quando se vai construir uma série a partir de um determinado
mês, em um dado ano, é usual a notação que considera o mês/ano-base igual a 100.
Por exemplo: atualmente o Custo Unitário Básico (CUB/m²), calculado e divulgado
pelo Sinduscon-MG, tem como data-base o mês de fevereiro/07 = 100. Esse procedi-
mento é adotado para facilitar e simplificar o tratamento de dados.
“Índices de preços são números que agregam e representam os preços de uma determina-
da cesta de produtos. Sua variação mede, portanto, a variação média dos preços dos produ-
tos da cesta. Podem se referir, por exemplo, a preços ao consumidor, preços ao produtor, cus-
tos de produção ou preços de exportação e importação. Os índices mais difundidos são os
índices de preços ao consumidor, que medem a variação do custo de vida de segmentos da
população (a taxa de inflação ou deflação).”
Fonte: BANCO CENTRAL DO BRASIL, dez. 2004. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br>.
B) ÍNDICES DE CUSTOS
Os índices de custos medem as variações no custo de produção de determinados
setores da economia. Normalmente, são pesquisados os preços dos insumos mais
importantes de cada setor, para elaboração do referido indicador. A vantagem da utili-
zação de um índice setorial é que ele espelha com mais fidelidade o que ocorre no ana-
lisado setor, não levando em conta as variações de preços que não se referem a ele.
Exemplos de índices de custos (particularmente relativos à construção civil): Custo
Unitário Básico (CUB/m²), Índice Nacional de Custo da Construção (INCC/FGV) e
Índice de Custo da Construção/FGV (ICC/FGV).
Para a realização de cálculos diversos com índices e taxas, tais relações são importantes.
Número-índice do mês n
Variação % Mensal = – 1 x 100
Número-índice do mês n – 1
Sendo que:
Aplicando a fórmula:
Número-índice do mês n
Variação % Mensal = – 1 x 100
Número-índice do mês n – 1
Temos:
2.966,51
– 1 x 100 =
2.955,28
(1,0038 – 1) x 100 =
0,38%
Sendo que:
2.831,16
–1 x 100 =
2.731,62
Sendo que:
Temos:
2.906,74
– 1 x 100 =
2.746,37
(1,0584 – 1) x 100 =
(0,0584) x 100 = 5,84%
Exemplo:
Calcular a variação percentual acumulada do Índice de Preços ao Consumidor
Brasil (IPC-Brasil/FGV), no período de agosto/2007 até janeiro/2009, levando-se em
consideração:
Número-índice do IPC-Brasil/FGV de julho/2007 = 296,694 (base ago./1994 = 100)
Número-índice do IPC-Brasil/FGV de janeiro/2009 = 322,906 (base ago./1994 = 100)
Assim,
322,906
–1 x 100 =
296,694
ATENÇÃO: Deve-se, para a realização de cálculos que envolvem períodos mais lon-
gos, especialmente anteriores ao Plano Real (julho/1994), observar se os números-
índices estão todos na mesma base. Caso estejam em bases distintas, o cálculo não
poderá ser efetuado conforme demonstrado anteriormente1.
Out./07 0,30
Nov. 0,38
Dez. 0,74
Jan./08 0,54
Fev. 0,49
Mar. 0,48
Abr. 0,55
Maio 0,79
Jun. 0,74
Jul. 0,53
Ago. 0,28
Set. 0,26
Fonte: IBGE.
Elaboração: Assessoria Econômica/Sinduscon-MG.
Portanto:
Out./07 0,30% = (0,30 dividido por cem) mais 1 = 1,0030
Nov. 0,38% = (0,38 dividido por cem) mais 1 = 1,0038
Dez. 0,74% = (0,74 dividido por cem) mais 1 = 1,0074
Jan./08 0,54% = (0,54 dividido por cem) mais 1 = 1,0054
Fev. 0,49% = (0,49 dividido por cem) mais 1 = 1,0049
Mar. 0,48% = (0,48 dividido por cem) mais 1 = 1,0048
Abr. 0,55% = (0,55 dividido por cem) mais 1 = 1,0055
Maio 0,79% = (0,79 dividido por cem) mais 1 = 1,0079
Jun. 0,74% = (0,74 dividido por cem) mais 1 = 1,0074
Jul. 0,53% = (0,53 dividido por cem) mais 1 = 1,0053
Ago. 0,28% = (0,28 dividido por cem) mais 1 = 1,0028
Set. 0,26% = (0,26 dividido por cem) mais 1 = 1,0026
Ago./08 -0,38
Set. 0,36
Out. 1,09
Nov. 0,07
Dez. -0,44
Jan./09 0,01
Fonte: FGV.
Elaboração: Assessoria Econômica/Sinduscon-MG.
Solução:
Ago./08 -0,32
Set. 0,11
Out. 0,98
Nov. 0,38
Dez. -0,13
Jan./09 -0,44
Fonte: FGV.
Elaboração: Assessoria Econômica/Sinduscon-MG.
Solução:
Todo número-índice possui como base uma data, que serve como “marco” para se
medir a variação no período. Para operarmos com índices de bases diferentes, faz-se
necessário, primeiramente, igualá-los na mesma base.
Solução:
Como dezembro/1993 será igual a 100, verifica-se: o índice-base, que será igual a
100 = 185.985,17 (dezembro/1993).
Portanto, para calcular os demais índices com a nova base, basta fazer uma simples
regra de três.
185.985,17 = 100
9.250,01 = X
9.250,01 x 100
X= =
185.985,17
X = 4,9735
185.985,17 = 100
11.543,09 = X
11.543,09 x 100
X=
185.985,17
X = 6,2065
14.726,67 x 100
X=
185.985,17
X = 7,9182
18.904,63 x 100
X=
185.985,17
X = 10,1646
23.967,29 x 100
X=
185.985,17
X = 12,8867
Solução:
2º) Como a variação do IGP-M/FGV é mensal, deve-se calcular a sua raiz trigésima
para se encontrar o valor correspondente a um dia. Portanto:
Atenção: Destaque-se que a escolha do número de dias a ser aplicado o pro rata será
conforme a necessidade de cada situação específica. Assim, 1,000285 é o multiplicador
para um dia. Se, por exemplo, fosse necessária a utilização para cinco dias:
Se, para um dia, aplica-se 1,000285, então, para cinco dias, bastaria fazer:
2 “Pro rata tempore: expressão em latim que significa ‘proporcionalmente ao tempo’ e é utilizada quando se faz o cálculo dos juros e/ou
da correção monetária de uma dívida paga depois do vencimento.” (SANDRONI, 2002, p. 504).
30
1,0086 =
1
1,0086 30 = 1,000285
x 100 =
(1,000285 –1) X
0,0285%
“Deflacionar: ato de comparar um preço corrente específico com a inflação média exis-
tente numa economia em determinado período, mediante um índice de inflação (IGP –
Índice Geral de Preços, IPC – Índice de Preços ao Consumidor etc.) denominado defla-
tor”. (SANDRONI, 2002, p. 159).
3 “Deflator: índice de correção das flutuações monetárias utilizado para determinar o preço real dos produtos”. (SANDRONI, 2002, p. 159).
4 Utilizou-se o termo inflação, mas o procedimento é o mesmo em caso de deflação. O que se busca é a variação real, excluídos esses
fenômenos monetários.
Solução:
1.950.000,00
– 1 x 100
1.600.000,00
2) Para verificar qual foi o crescimento real, deve-se “descontar” a inflação do período:
112,00
– 1 x 100
100,00
1,2188
– 1 x 100
1,1200
Pode-se responder a essa questão através da aplicação de uma simples regra de três:
R$1.950.000,00 - 112
X - 100
1.950.000,00 x 100
X=
112
X = 1.741.071,43
Portanto:
Variação % Real
Exemplos:
Solução:
Aplicando a fórmula:
Variação % Real
Temos:
A variação % nominal do preço do aço foi de 59,85%.
A variação % do IGP-M/FGV foi de 9,81%.
1,5985
Variação % Real = –1 x 100
1,0981
Solução:
16,80
–1 x 100
8,55
b) Com a variação % nominal do preço do cimento CP-32 II, basta aplicar a fórmu-
la de variação real. Portanto:
Variação % Real
1,9649
– 1 x 100
1,1781
Para uma melhor utilização dos mais variados índices de preços e de custos existen-
tes na economia brasileira, é essencial a compreensão de como eles são calculados,
pois cada um possui característica própria.
A escolha desses três componentes do IGP-DI, bem como a definição dos seus res-
pectivos pesos, possui explicação simples, que satisfaz o propósito do índice de
medir o movimento geral de preços. Justifica-se essa escolha com base no fato de que
os índices escolhidos, além de refletirem a evolução de preços de atividades produti-
vas passíveis de serem sistematicamente pesquisadas, também representam o movi-
mento de operações de comercialização no atacado, no varejo e na construção civil.
Esse indicador, que tem como base metodológica a estrutura do Índice Geral de Preços
– Disponibilidade Interna (IGP-DI), resulta da média ponderada de três índices: o Índi-
ce de Preços por Atacado (IPA-M), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) e o Índi-
ce Nacional de Custo da Construção (INCC-M).
* RESUMO EXTRAÍDO DO TEXTO “IGP-M – METODOLOGIA” – ELABORADO PELA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – 2001 – E DE INFORMAÇÕES
GERAIS OBTIDAS NO WWW.FGV.BR.
O sistema de pesos do IPA-DI adota, como base de cálculo, dados censitários sobre
produção, exportação e importação. Os pesos do IPA-DI são definidos como valores
que expressam a importância relativa de cada um dos 460 produtos componentes da
amostra no total de bens disponíveis na comercialização interna. Na determinação des-
ses pesos, considera-se o valor adicionado (estimativa da soma dos valores efetivamen-
te acrescentados em cada fase do processo produtivo, no cômputo da despesa interna
bruta), da totalidade de produtos agrícolas e industriais produzidos no país, menos a
parcela destinada à exportação mais a de importação.
* RESUMO EXTRAÍDO DO TEXTO “IGP-DI – ÍNDICE GERAL DE PREÇOS – DISPONIBILIDADE INTERNA – METODOLOGIA” – ELABORADO
PELA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – 2008.
A sua pesquisa, realizada ao longo do mês calendário (1º a 30), cobre sete das princi-
pais capitais do país: Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro,
Salvador e São Paulo.
Os bens e serviços que integram a amostra do IPC estão distribuídos em sete grupos
ou classes de despesas:
alimentação;
habitação;
vestuário;
saúde e cuidados pessoais;
educação, leitura e recreação;
transportes;
despesas diversas.
A estrutura de pesos do IPC-BR está baseada nas despesas de consumo obtidas através
de Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF). Com os dados dessa pesquisa, deter-
minam-se os pesos a serem usados no cálculo do índice. Na elaboração desses pesos,
adota-se um procedimento considerado estatisticamente de aplicação comum. Calcula-
se o peso de determinada mercadoria ou serviço “i” no município “k” dividindo-se a
soma das despesas de todos os domicílios familiares “d”, relativas a mercadoria ou ser-
viço “i”, pela despesa total de todos os domicílios “D” no conjunto de mercadorias e ser-
viços desse mesmo município.
Como regra geral, os insumos têm seus preços coletados exatamente da forma como
estão etiquetados nos estabelecimentos. Entretanto, alguns bens e serviços, cujos pre-
ços e tarifas são regulamentados por portarias governamentais, recebem tratamento
especial antes de serem incorporados ao índice. Nesse caso, enquadram-se as tarifas
públicas, os tributos e alguns bens e serviços especiais.
* RESUMO EXTRAÍDO DO TEXTO “IGP-DI – ÍNDICE GERAL DE PREÇOS – DISPONIBILIDADE INTERNA – METODOLOGIA” – ELABORADO
PELA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – 2008.
O INCC, a partir de março/2009, teve a sua abrangência reduzida de 12 para sete capi-
tais, preservando-se, entretanto, sua característica de índice nacional, pois a nova
cobertura equivale a 80% da anterior e a pesquisa continua a ser feita em diferentes
regiões do país.
O quadro a seguir apresenta as capitais onde são realizadas as pesquisas, bem como os
seus novos pesos:
Instalação hidráulica
Instalação elétrica
Serviços
Aluguéis e licenciamento
Serviços pessoais
Mão-de-Obra
Auxiliar
Técnico
Especializado
Fonte: IBRE/FGV – Divisão de Gestão de Dados. Publicado em Índice Nacional da Construção – Segundo Estágios.
* RESUMO EXTRAÍDO DO TEXTO “IGP-DI –ÍNDICE GERAL DE PREÇOS – DISPONIBILIDADE INTERNA – METODOLOGIA” – ELABORADO
PELA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – 2008 – E DA PUBLICAÇÃO “ÍNDICE NACIONAL DE CUSTO DA CONSTRUÇÃO – SEGUNDO ESTÁGIOS”
– DISPONÍVEL EM: <HTTP://WWW.FGV.BR>. ACESSO EM: 23 FEV. 2009.
O Custo Unitário Básico (CUB/m²) teve origem através da Lei Federal nº 4.591, de 16
de dezembro de 1964. Em seu artigo 54, a referida lei determina:
“Art. 54: Os sindicatos estaduais da indústria da construção civil ficam obrigados a divulgar
mensalmente, até o dia 5 de cada mês, os custos unitários de construção a serem adotados
nas respectivas regiões jurisdicionais, calculados com observância dos critérios e normas a que
se refere o inciso I, do artigo anterior.”
Conceito
De acordo com o item 3.9 da Norma Brasileira ABNT NBR 12721:2006, o conceito de
Custo Unitário Básico é o seguinte:
O CUB/m² representa o custo parcial da obra, e não o global, isto é, não leva em conta
os demais custos adicionais. De acordo com a ABNT NBR 12721:2006, item 8.3.5:
“Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que
devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de
acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso particular:
fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; ele-
vador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque,
incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando
não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recrea-
ção (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomí-
nio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas
e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de insta-
lação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador.”
A Evolução Normativa
Desde a sua criação, o CUB/m² já passou por algumas alterações normativas.
ABNT NB-140:1965: Norma original elaborada para atender a Lei 4.591/64 e discipli-
nar as incorporações imobiliárias.
ABNT NBR 12721:2006: A maior revisão da Norma desde a sua criação, com a introdução
de novos projetos-padrão e novo lote básico. Entrou em vigor em 1º de fevereiro de 2007.
A ABNT NBR 12721:2006, em seu item 3.3, define projetos-padrão como: “Projetos sele-
cionados para representar os diferentes tipos de edificações, que são usualmente objeto de
incorporação para construção em condomínio e conjunto de edificações, definidos por suas
características principais:
a) número de pavimentos;
b) número de dependências por unidade;
c) áreas equivalentes à área de custo padrão privativas das unidades autônomas;
d) padrão de acabamento da construção e
e) número total de unidades.”
Projetos-Padrão Residenciais
Padrão Baixo Padrão Normal Padrão Alto
R-1 R-1 R-1
PP-4 PP-4 R-8
R-8 R-8 R-16
PIS R-16
A ABNT NBR 12721:2006 recomenda que a coleta de dados (preços dos insumos) seja com-
posta de, no mínimo, 20 informações, e realizada mensalmente entre o 1º e o 25º dia do mês
de referência do custo. Além disso, deve-se efetuar um tratamento estatístico dos dados, ou
seja, o seu cálculo não pode se resumir apenas na verificação do desempenho médio dos
insumos. Deve-se buscar, para cada insumo, um dado que espelhe com fidelidade a real evo-
lução do seu preço. Só assim é possível a consecução de um CUB mais realista em valor
absoluto. Nesse sentido, torna-se uma importante tarefa o tratamento estatístico dos dados.
A maioria dos Sinduscons tem adotado a mediana, ou até mesmo a média aritmética/geo-
métrica, no cálculo do valor dos insumos. Todos os cálculos para o CUB/m² encontram-se
informatizados, o que reforça ainda mais a confiabilidade dos mesmos.
CUB/m² representativo
Com a entrada em vigor da ABNT NBR 12721:2006, o Sinduscon-MG realizou uma pes-
quisa entre as suas empresas associadas para determinar qual projeto-padrão, na opi-
nião dos construtores associados à entidade, poderia ser escolhido como projeto-padrão
representativo, ou seja, aquele que seria utilizado como referência para explicitar a evo-
lução dos custos. O resultado da pesquisa apontou, então, o projeto-padrão R8-N, que é
uma residência multifamiliar, composta de garagem, pilotis e oito pavimentos-tipo. A
pesquisa foi, portanto, um dos instrumentos utilizados pelos Sinduscons do país para
definir o projeto-padrão representativo. Entretanto, outros instrumentos também
podem ter sido utilizados, como tipos de edificações mais construídas, por exemplo.
NÚMERO-ÍNDICE: UMA VISÃO GERAL | SINDUSCON-MG 57
Lote básico de insumos
MATERIAIS
Chapa compensado plastificado 18 mm 2,20 x 1,10 m
Aço CA-50 ø 10 mm
Concreto fck=25 MPa abatimento 5±1cm,.br. 1 e 2 pré-dosado
Cimento CP-32 II
Areia média
Brita n° 02
Bloco cerâmico para alvenaria de vedação 9 cm x 19 cm x 19 cm
Bloco de concreto sem função estrutural 19 x 19 x 39 cm
Telha fibrocimento ondulada 6 mm 2,44 x 1,10 m
Porta interna semi-oca para pintura 0,60 x 2,10 m
Esquadria de correr tamanho 2,00 x 1,40 m, em 4 folhas (2 de correr), sem básculas, em alumínio anodizado
cor natural, perfis da linha 25
Janela de correr tamanho 1,20 m x 1,20 m em 2 folhas, em perfil de chapa de ferro dobrada n° 20, com
tratamento em fundo anticorrosivo
Fechadura para porta interna, tráfego moderado, tipo IV (55 mm), em ferro, acabamento cromado
Placa cerâmica (azulejo) de dimensão ~30 cm x 40 cm, PEI II, cor clara, imitando pedras naturais
Bancada de pia de mármore branco 2,00 m x 0,60 x 0,02 m
Placa de gesso liso 0,60 x 0,60 m
Vidro liso transparente 4 mm colocado com massa
Tinta látex PVA
Emulsão asfáltica impermeabilizante
Fio de cobre antichama, isolamento 750 V, # 2,5 mm²
Disjuntor tripolar 70 A
Bacia sanitária branca com caixa acoplada
Registro de pressão cromado ø 1/2”
Tubo de ferro galvanizado com costura ø 2 1/2”
Tubo de PVC-R rígido reforçado para esgoto ø 150 mm
MÃO-DE-OBRA
Pedreiro
Servente
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Engenheiro
EQUIPAMENTOS
Locação de betoneira 320 l
Fonte: ABNT NBR 12721:2006.
* TEXTO EXTRAÍDO DA PUBLICAÇÃO “CUSTO UNITÁRIO BÁSICO (CUB/m²): PRINCIPAIS ASPECTOS” – ELABORADA E EDITADA PELO
SINDUSCON-MG.
n ONDE:
CUB ∑ Pi * Xi Xi representa o valor do CUB padrão de cada Estado no mês de referência.
MÉDIO = i=1
Pi representa a ponderação relativa de cada estado, que foi determinada
BRASIL n
∑
tomando-se como referência as licenças “Habite-se” (área total das
Pi edificações) para os municípios das respectivas capitais e os dados da
i=1 população residente nessas capitais.
Os CUBs de cada estado estão representados pelos das respectivas capitais, a despeito
do fato de existirem CUBs calculados por outras cidades dos estados. Para o cálculo do
CUB médio Brasil é utilizado o CUB representativo adotado por cada estado. O Quadro
a seguir apresenta o projeto representativo de cada estado, já de acordo com a nova
NBR 12721:2006, que entrou em vigor em 1º de fevereiro/2007.
Deve-se esclarecer que, particularmente para os estados do Rio Grande do Sul, Sergipe
e Rondônia, o projeto-padrão representativo foi considerado pelo Banco de Dados -
CBIC como R8-N, única e exclusivamente, para efeito de cálculo do CUB médio Brasil,
uma vez que os referidos estados não tinham definido, no início da vigência da ABNT
NBR 12721:2006, qual seria o seu projeto-padrão representativo.
Deve-se ressaltar que, com a nova ABNT NBR 12721:2006, que entrou em vigor em 1º
de fevereiro de 2007, o CUB médio Brasil também teve seus valores absolutos altera-
dos, a despeito de terem sido mantidas todas as ponderações dos estados. Isso ocorreu
em função da alteração dos projetos-padrão estabelecidos pela nova Norma e que, natu-
ralmente, apresentaram valores absolutos diferentes dos anteriores.
O CUB médio Brasil tem periodicidade mensal e vem sendo regularmente calculado e
publicado desde 1992. As informações dos CUBs estaduais referentes ao mês imedia-
tamente anterior (t - 1) são coletadas junto aos sindicatos informantes, entre os dias 1º
e 8 do mês corrente (t), de modo que o cálculo do CUB médio Brasil possa ser realiza-
do e divulgado até o décimo dia do mês de referência (t).
QUADRO I
SINDUSCONs ESTADUAIS PA RTI C I PAÇÃO R E L ATI VA
SINDUSCON BAHIA 5,4549
SINDUSCON CEARÁ 3,3455
SINDUSCON DISTRITO FEDERAL 5,5426
SINDUSCON ESPÍRITO SANTO 0,9668
SINDUSCON GOIÁS 3,7331
SINDUSCON MATO GROSSO 2,0378
SINDUSCON MATO GROSSO SUL 3,0031
SINDUSCON MINAS GERAIS 6,5100
SINDUSCON PARÁ 0,8791
SINDUSCON JOÃO PESSOA - PB 1,4549
SINDUSCON PARANÁ 6,9763
SINDUSCON PERNAMBUCO 1,9903
SINDUSCON RIO DE JANEIRO 5,4616
SINDUSCON RIO GRANDE DO SUL 6,3787
SINDUSCON GRANDE FLORIANÓPOLIS - SC 2,0378
SINDUSCON SÃO PAULO 25,3184
SINDUSCON RONDÔNIA 2,0378
SINDUSCON AMAZONAS 2,0515
SINDUSCON MARANHÃO 2,0378
SINDUSCON ALAGOAS 1,8991
SINDUSCON SERGIPE 1,4493
TOTAL 90,5664
Fonte: Banco de Dados-CBIC.
QUADRO II
CUB BRASIL 90,5664
CENTRO-OESTE 14,3166
NORDESTE 17,6318
NORTE 4,9684
SUDESTE 38,2568
SUL 15,3928
Fonte: Banco de Dados-CBIC.
* TEXTO: “CUB MÉDIO BRASIL” – ELABORADO PELO BANCO DE DADOS DA CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO – CBIC.
* TEXTO ELABORADO PELO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE) ESPECIALMENTE PARA PUBLICAÇÃO
NESTA CARTILHA. O SINDUSCON-MG AGRADECE A COLABORAÇÃO.
Para cálculo dos índices de preços, são coletadas informações em nove regiões metro-
politanas – Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém,
Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. Cada índi-
ce regional é calculado individualmente e, agregados através da média aritmética pon-
derada, resultando nos chamados “índices nacionais”.
grupos;
subgrupos;
itens;
subitens.
Os níveis de divulgação são dados através dos índices gerais, por grupos, subgrupos,
itens e subitens, para as regiões pesquisadas, além do índice nacional. Estes resultados
estão disponíveis na internet, no seguinte endereço: www.ibge.gov.br.
O IPCA, calculado pelo IBGE desde 1980, tem como objetivo medir as variações de
preços referentes ao consumo pessoal.
Com base no mês de janeiro de 2009, a distribuição percentual dos grupos de despe-
sas para o índice nacional é a seguinte:
O INPC, calculado pelo IBGE desde 1979, tem como objetivo medir as variações de
preços referentes às famílias assalariadas de baixo rendimento.
Atualmente, com base no mês de janeiro de 2009, a distribuição percentual dos gru-
pos de despesas para o índice nacional é a seguinte:
TEXTO ELABORADO PELO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE) ESPECIALMENTE PARA PUBLICAÇÃO
NESTA CARTILHA. O SINDUSCON-MG AGRADECE A COLABORAÇÃO.
* ADAPTADO DO TEXTO “ÍNDICES DE PREÇOS” – ELABORADO PELA FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS,
ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS (IPEAD/UFMG). DISPONÍVEL EM: <HTTP://WWW.IPEAD.FACE.UFMG.BR>.
IPC-FIPE O IPC-FIPE é um indicador tradicional da evolução do custo de vida das Município de São Paulo De 1º a 30 do mês Até o dia 10 do mês
FIPE (Índice de Preços ao 1 a 20 SM de referência. seguinte ao de 1939
Consumidor) famílias paulistanas e um dos mais antigos do Brasil.
referência.**
IPCA
(Índice de Preços 1 a 40 SM
Tem por objetivo captar as varições simultâneas de preços de vários produ- Até o dia 10 do mês
ao Consumidor Amplo) De 1º a 30 do mês
IPEAD tos (bens e serviços) que integram o dispêndio final do consumidor entre Município de Belo Horizonte seguinte ao de 1992
de referência.
IPCR duas épocas distintas. referência.
(Índice de Preços 1 a 6 SM
ao Consumidor Restrito)
Presidente
Roberto Simões
Diretor Superintendente
Afonso Maria Rocha
Diretor de Operações
Matheus Cotta de Carvalho
Diretor Técnico
Luiz Márcio Haddad Pereira Santos