Você está na página 1de 51

Unidade IV

Unidade IV
7 EXPLOSÃO

Explosão é um processo caracterizado por súbito aumento de volume e grande liberação de energia,
geralmente acompanhado por altas temperaturas e produção de gases. Uma explosão provoca ondas de
pressão ao redor do local onde ocorre.

São classificadas em:

• subsônica – deflagração (inferior à velocidade do som neste material);

• supersônica – detonação, ondas de choque (superior à velocidade do som neste material).

A detonação é um tipo de explosão em que a transformação química ocorre muito rapidamente,


sendo que a velocidade de expansão dos gases é muito superior à velocidade do som naquele ambiente
(da ordem de Km/s). Já a deflagração é um tipo de explosão em que a transformação química é bem
mais lenta, sendo que a velocidade de expansão dos gases é, no máximo, a velocidade do som naquele
ambiente. Nesse caso, pode se originar a combustão.

A detonação é caracterizada por apresentar picos de pressão elevada em um período extremamente


curto, enquanto a deflagração comporta-se de maneira oposta.

A sobrepressão gerada a partir de uma explosão pode atingir valores elevados, provocando danos
destrutivos a edificações e pessoas. A sobrepressão é normalmente expressa em bar, e a tabela a seguir
apresenta alguns valores característicos de danos às estruturas:

Tabela 31 – Valores de sobrepressão característicos de danos às estruturas

Sobrepressão (bar) Danos às estruturas


0,3 Catastróficos
0,1 Graves
0,03 100% de ruptura de vidros
0,01 10% de ruptura de vidros

Entende-se por danos catastróficos às estruturas aqueles em que ocorre o seu colapso, deixando o
local sem condições de uso. Danos graves não comprometem a estrutura como um todo, ou seja, é a
ocorrência de uma rachadura, queda de telhado, porta danificada (arrancada) etc.

148
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

É importante notar que o valor de 0,3 bar representa 3 metros de coluna d’água, que é um valor
que normalmente não provoca “danos” às pessoas. Isto significa que as pessoas são mais resistentes à
sobrepressão do que as estruturas, uma vez que o homem não é uma estrutura rígida, permitindo, dessa
forma, que o impacto seja absorvido pelo organismo.

O dano mais comum provocado por uma explosão ao homem é a ruptura de tímpano, que ocorre a
valores acima de 0,4 bar de sobrepressão.

Por ser a explosão um fenômeno extremamente rápido e incontrolável, as medidas a serem


desencadeadas durante o atendimento a acidentes com produtos desse tipo deverão ser de caráter
preventivo. Tais medidas incluem o controle dos fatores que podem gerar um aumento de temperatura
(calor), choque e fricção.

Em casos de incêndio, além do risco iminente de explosão, pode-se ter a emanação de gases tóxicos e/
ou venenosos. Nesses casos, a proteção respiratória adequada é o equipamento autônomo de respiração
a ar comprimido, além de roupas especiais.

Nos incêndios envolvendo substâncias explosivas, estes equipamentos oferecem proteção limitada
devido à natureza do produto, ou seja, são eficientes apenas para a proteção contra gases gerados pelo
incêndio, e não para os efeitos decorrentes de uma eventual explosão.

Outro aspecto importante diz respeito ao atendimento, em que a explosão já tenha ocorrido. De
acordo com as características do produto envolvido, nem toda carga envolvida pode ter sido consumida
pela explosão, podendo, portanto, haver produtos intactos nas imediações do local, razão pela qual a
operação de remoção dos explosivos deve ser realizada sempre manualmente e com todo o cuidado
requerido.

7.1 Tipos de explosão

As explosões podem ser de três tipos: mecânicas, nucleares e químicas. Destacamos a seguir cada
uma delas:

• Mecânicas: provocadas pelo alívio descontrolado de pressão (exemplo: à medida que uma panela
de pressão aquece um líquido, haverá o aumento do volume da molécula desse líquido, o que
resultará em uma explosão, caso não haja saída para a pressão).

• Nucleares: provocadas pela fissão do átomo (exemplo: a transformação em nível atômico ocorrerá
devido ao bombardeio de um nêutron ao núcleo do átomo de urânio, resultando na fissão do
núcleo do átomo, acompanhado de altas temperaturas, elevada pressão e de uma nuvem de
radiação).

• Químicas: provocadas por reações e transformações químicas.

149
Unidade IV

Pelo fato de o curso abranger a área segurança do trabalho, estudaremos um pouco mais sobre a
explosão química.

7.2 Subdivisão das explosões químicas

As explosões químicas subdividem-se em combustão, deflagração e detonação.

• Combustão

Ocorre a uma velocidade de transformação abaixo de 100 m/s. A camada se volatiliza e inflama ao
atingir o ponto de fulgor. Há necessidade de oxigênio para continuar a reação.

• Deflagração

Ocorre a uma velocidade de transformação acima de 100 e abaixo 1.000 m/s. A propagação da
reação ocorre por condução térmica (a partícula que se queima transmite calor à adjacente, que se
queima ao atingir a temperatura de explosão).

• Detonação

Ocorre a uma velocidade de transformação acima de 1.000 m/s. A propagação da reação se dá por
ondas de choque. A partícula que explode cria uma onda de alta pressão, a qual aquece e detona a
partícula adjacente.

7.3 Efeitos de uma explosão

Os efeitos da explosão são divididos em efeitos primários, efeitos secundários e efeitos sobre o corpo
humano.

7.3.1 Efeitos primários

Os efeitos primários são aqueles diretamente relacionados ao momento primário da explosão, em


que todos os fenômenos resultam de um mesmo fenômeno. Assim, apresentam-se:

• onda positiva – a onda positiva “empurra” o ar, gera o vácuo e vai enfraquecendo até sua força
equiparar-se com a força da pressão atmosférica;

• onda negativa – ocorre quando a pressão atmosférica retorna na direção do epicentro da explosão,
eliminando o vácuo deixado pela onda positiva.

7.3.2 Efeito da fragmentação

Ocorre quando a pressão da explosão desloca o ar, resultando em lançamento de fragmentos.

150
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

7.3.3 Efeito térmico

Esse efeito é diretamente relacionado ao fogo e ao aumento da temperatura no local e momento


da explosão.

7.3.4 Efeitos secundários

Os efeitos secundários são aqueles que acontecem por influência por obstáculos. Aqui se destacam
a reflexão e a convergência, que são diretamente relacionados aos obstáculos pelos quais a onda de
choque é influenciada, o que resultará na mudança de direção ou da reflexão dessa onda.

7.3.5 Efeitos sobre o corpo humano

Os efeitos sobre o corpo humano podem ser os seguintes:

• hemotórax (sangue na cavidade torácica);


• pneumotórax (ar livre na cavidade torácica);
• distensão dos pulmões;
• ruptura de vísceras (bexiga, fígado, rins, baço, alças intestinais);
• ruptura de tímpano;
• fratura de ossos;
• queimaduras;
• dilacerações;
• perfurações;
• lesões múltiplas.

7.4 Áreas classificadas – atmosfera explosiva

É uma mistura de substâncias inflamáveis na forma de gases, vapores, poeiras ou fibras com ar (ou
oxigênio). Sob condições atmosféricas, na presença de uma fonte de ignição, a combustão se propaga
e provoca a explosão.

7.4.1 Classificação de áreas

Uma área pode ser nomeada como classificada ou não classificada.

• Área classificada: é aquela em que está presente ou que se pode esperar que haja uma atmosfera
de gás, vapor ou névoa em quantidades que exigirão precauções especiais para a construção,
instalação e uso de equipamentos.
151
Unidade IV

• Área não classificada: é a região onde não se espera que uma atmosfera de gás explosivo esteja
presente em quantidades que exijam precauções especiais para a construção, instalação e uso de
equipamentos.

7.4.1.1 Zonas

Zoneamento é um meio de representar a frequência da ocorrência e da duração de uma atmosfera


de gás explosivo, com base na identificação e consideração de cada uma e de todas as fontes de
liberação nas determinadas áreas de uma instalação. Ele terá relevância e simplificará a seleção do tipo
de equipamentos para atmosferas explosivas que pode ser usado. Portanto, as áreas classificadas são
divididas em três zonas, que representam o risco em termos de probabilidade, frequência e duração de
uma liberação.

Embora não classificada nas normas, é geralmente aceito na indústria que a duração de uma liberação
de gás, vapor ou névoa, em base anual (um ano compreende cerca de 8.760 horas), para as diferentes
zonas, seja a seguinte:

• Zona 2: 0 – 10 horas;

• Zona 1: 10 – 1.000 horas;

• Zona 0: acima de 1.000 horas.

7.4.2 Agrupamento dos gases

Quais tipos de produtos podem produzir uma explosão?

Os produtos de risco são classificados pela ABNT (NBR-5363/98) em 4 grupos: IA, IIA, IIB e IIC.

Esses produtos geralmente são os seguintes:

• gás de aquecimento;

• hidrocarbonetos;

• solventes de cola e de adesivos;

• solventes diluentes para pinturas;

• verniz e resinas;

• aditivos de fabricação dos produtos farmacêuticos, dos corantes, dos sabores e perfumes artificiais;

• agentes de fabricação dos materiais plásticos, borracha, tecidos artificiais e produtos químicos
de limpeza;
152
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

• elementos de tratamento e fabricação de vários tipos de álcool e derivados;

• certos materiais utilizados em forma de pó ou poeira.

7.5 Espaço confinado

O espaço confinado é qualquer área não projetada para ocupação contínua, cujos meios de
entrada e saída são limitados, e que apresente ventilação insuficiente para remover contaminantes
perigosos e/ou concentração inadequada de oxigênio. Por exemplo: tanques, vasos, silos, armazéns de
estocagem, contêiner, caldeiras, reatores químicos, dutos de ventilação, depósitos, túneis, galerias e
caixas subterrâneas, poços e fossos. Não são projetados para uso ou ocupação contínua.

7.5.1 Risco de espaço confinado

7.5.1.1 Consequências das características dos espaços confinados

Uma consequência de relevante destaque para espaços confinados é a ventilação precária, fazendo
com que a atmosfera dentro do espaço confinado seja bastante diferente da atmosfera fora dele. Gases
perigosos podem ficar contidos no seu interior, principalmente se o espaço for utilizado para estocagem
em processos químicos ou decomposição de matérias orgânicas. Pode haver uma quantidade de oxigênio
inferior ao limite necessário para a respiração humana ou uma quantidade de oxigênio excessiva, o que
aumenta o risco de explosão do local.

Outro fator são as entradas e saídas de pequenas dimensões, que normalmente são pequenas. Isso
dificulta a passagem de ferramentas, a mobilidade do homem, a utilização de equipamentos de proteção
individual e, consequentemente, o escape.

Por fim, destaca-se a condição de o local não ser projetado para a ocupação contínua do homem.
Em geral, foram feitos para armazenar, isolar ou transportar produtos e materiais, o que aumenta a
possibilidade de contato do homem com substâncias nocivas à sua saúde sempre que sua entrada no
espaço confinado é necessária.

7.5.2 Deficiência de oxigênio

Além das concentrações de pós, gases e vapores, o socorrista deverá também se preocupar com
o nível de oxigênio. Em uma atmosfera comum, ao nível do mar, a concentração de oxigênio fica em
torno de 20,9%. Valores inferiores a 18% representam um perigo imediato para o homem. Portanto,
é imprescindível que se faça o monitoramento do ar no ambiente confinado utilizando um oxímetro,
antes de qualquer intervenção de socorro. Vale também ressaltar que as medições deverão ser
efetuadas em pelo menos três níveis: no alto, no fundo e na altura intermediária. Caso se verifique
que os níveis de oxigênio estão abaixo de 18%, o socorrista deverá usar um EPR em que o ar respirado
seja totalmente independente do ar do ambiente, ou seja, um kit de respiração autônoma ou uma
linha de ar mandado.

153
Unidade IV

 Algumas causas da deficiência de oxigênio nos espaços confinados são:

• o deslocamento do ar por gás ou vapor devido à inertização, desvaporização, elevadas concentrações


de outros gases e vapores de incêndio;

• a digestão de matéria orgânica por microrganismos;

• a oxidação do ferro (ferrugem).

Lembrete

Independentemente das causas, as consequências serão a presença


de uma atmosfera incapaz de sustentar a vida, em função da baixa
concentração de oxigênio.

7.5.3 Exposição a agentes perigosos

Destacamos, a seguir, os agentes perigosos químicos e físicos:

• Químicos – são representados pelos aerodispersóides, poeiras, fumaças, fumos, gases, vapores,
líquidos e materiais sólidos que causem algum efeito deletério quando inalados, ingeridos ou
absorvidos pela pele e mucosas.

• Físicos – são representados pelo ruído, vibração, radiação, iluminação, pressão e temperatura
anormais.

Observação

Em todos os casos, o socorrista deve estar atento para esses riscos.


Para tal, deve providenciar a verificação de todas essas variáveis, ou fazer
um levantamento por meio de funcionários ou outros profissionais que
tenham credibilidade para passar essas informações.

7.5.4 Explosões e incêndios

A presença de gás, vapores e pós inflamáveis em espaços confinados constituem duas situações
de risco: a explosão/incêndio e a exposição do trabalhador a concentrações perigosas. Uma série de
medidas preventivas devem ser tomadas. Para minimizar a exposição a esses riscos, há uma série de
medidas preventivas que devem ser tomadas.

As explosões ou os incêndios estão relacionados a fatores como:

154
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

• presença de gases, vapores e pós em concentrações que formem misturas inflamáveis, devido à
ausência ou deficiência na remoção desses gases;

• modificação das condições inicialmente presentes, por exemplo, a penetração de gases, vapores e
outras substâncias após o início dos procedimentos de salvamento;

• erros nas medições de monitoramento.

7.5.5 Elétrico e mecânico

Os riscos proporcionados por fatores elétricos e mecânicos em espaços confinados dependem


diretamente das atividades desenvolvidas. Ambos os fatores podem oferecer riscos como fontes de
ignição ou até mesmo ocasionar acidentes em função de mau estado de conservação. Salvamentos que
requerem o uso de materiais como refletores, exaustores, motorrebolo, kit oxiacetileno, desencarcerador
hidráulico, ferramentas de punção etc. sempre oferecem risco elétrico ou mecânico.

7.5.6 Ergonômicos

Esses riscos existem nos locais onde o espaço a ser ocupado não é compatível com as dimensões do
corpo humano. O desconforto e a falta de maneabilidade, além de dificultarem as ações de salvamento,
podem provocar lesões como distensões, câimbras e torções. 

7.5.7 Riscos combinados

A combinação de riscos deve ser observada cautelosamente, pois esta pode representar outros
riscos, por exemplo: um curto-circuito pode provocar uma centelha, que pode causar uma explosão
ou um incêndio, que, por sua vez, pode gerar deficiência de oxigênio. Na maioria dos casos, será muito
complexo o processo de avaliação de todas as possibilidades.

A ocorrência de uma atmosfera perigosa pode ter como causa gases e vapores remanescentes do
material armazenado anteriormente no espaço ou, ainda, em uma forma mais sutil, deslocados por
meio de tubulações ou outras formas de ligação quando o espaço está agregado a um sistema. Além
disso, mesmo a água ou outros líquidos, que, por alguma razão, estejam presentes nesse espaço, podem
absorver ou reagir com o oxigênio do ar. Na remoção de lamas ou resíduos, também pode ocorrer a
liberação de gases e vapores. Devemos também levar em conta que a própria operação a ser realizada
no local pode conduzir a riscos e perigos, como soldas e cortes a maçarico.

Na sequência desta obra, apresentaremos um pouco de mais detalhes sobre o assunto. Trata-se
de uma parte bastante interessante para quem deseja se aprofundar, embora seja matéria básica de
qualquer curso de formação em segurança do trabalho.

Em geral, os casos de atmosfera perigosa caracterizam-se em:

• deficiência de oxigênio;
155
Unidade IV

• gases e vapores combustíveis ou inflamáveis;

• gases e vapores tóxicos;

• névoas ou neblinas tóxicas e fumos metálicos.

Quando falamos de deficiência de oxigênio, referimo-nos ao ar normal conter 21% de oxigênio.


Nos espaços confinados, esse nível pode baixar, seja pelo seu consumo lento, seja pelo deslocamento
causado por outros gases. Na verdade, são riscos bastante difíceis de serem vistos pelos olhos dos leigos,
já que o consumo lento pode ocorrer devido à ação de bactérias aeróbicas (que consomem oxigênio) e
liberam gás carbônico ou mesmo pela oxidação de metais, um caso comum – o enferrujamento de ferro.
Já o deslocamento ocorre pela presença ou uso de gases como nitrogênio, carbônico, argônio e o hélio.

Já ao falarmos de gases e vapores combustíveis e inflamáveis, nos referimos à presença de elementos


que podem inflamar ou explodir mediante uma fonte de ignição. Obviamente, isso depende das
concentrações estarem dentro das faixas de inflamabilidade ou explosividade. Atenção especial deve
ser conferida a espaços utilizados ou ligados a instalações com uso de solventes, gasolina, GLP, álcool,
desengraxantes etc.

No que diz respeito aos gases e vapores tóxicos, as primeiras referências a serem tomadas como
base são o limite de tolerância e o tempo de exposição. No entanto, uma análise simples, sem maior
embasamento técnico, pesquisa ou avaliação por instrumentos pode ser catastrófica, principalmente
por não sabermos ao certo o que de fato há dentro de um desses espaços, e também pela possibilidade
de gases e vapores serem formados em reações, sejam elas naturais, sejam causadas pela natureza do
trabalho a ser realizada, seus equipamentos e meios. Para liberar esse tipo de trabalho, é necessário que
o profissional responsável tenha alguns conhecimentos de toxicologia, em especial no que diz respeito
aos gases irritantes e asfixiantes.

Já no caso das névoas ou neblinas tóxicas e fumos metálicos, estes estão geralmente associados à
realização de soldas em superfícies metálicas que contenham chumbo, cromo, níquel etc., ou ainda em
casos de pintura.

Além das questões da atmosfera perigosa, também devemos considerar a possibilidade de riscos
menos subjetivos, tal como o contato da pele e olhos com substâncias agressivas.

Essencial a qualquer programa de riscos para espaços confinados é o estudo dos meios e possibilidades
para retirada e socorro das pessoas. Os meios de minimização de consequências devem ser levados em
conta em trabalhos dessa natureza.

Condições de entrada aceitáveis

É preciso especificar condições de entrada aceitáveis, tais como:

• isolar o espaço confinado;


156
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

• realizar purga, inertização, lavagem ou ventilação do espaço confinado, que são medidas de
controle necessárias para eliminar ou controlar os riscos atmosféricos;

• providenciar barreiras para proteger os trabalhadores que entraram nos espaços confinados dos
riscos externos;

• verificar que as condições nos espaços confinados são aceitáveis para a entrada no período em
que estarão sendo desenvolvidos os procedimentos de entrada.

7.5.8 Equipamentos

O empregador deve providenciar os equipamentos, sem custos aos trabalhadores, a quem deve
treinar tanto para a operação quanto para execução da manutenção deles, de modo que funcionem
adequadamente durante o uso. Os principais equipamentos são:

• de teste e monitoramento necessários;

• de ventilação, necessários para obter as condições de entrada aceitáveis;

• de comunicação;

• de proteção individual, a menos que as medidas de controle como as de engenharia e práticas


seguras de trabalho não protejam adequadamente os trabalhadores;

• de iluminação à prova de explosão, necessário para permitir que os trabalhadores vejam


suficientemente bem o trabalho que deve ser desenvolvido de forma segura e permitir a saída
rápida do espaço em uma emergência;

• barreiras e escudos;

• escadas para entrada e saída seguras pelos trabalhadores autorizados;

• de emergência e resgate, exceto aqueles que são fornecidos pelo serviço de resgate;

• quaisquer outros equipamentos necessários para entrada segura e resgate nos espaços confinados.

7.5.9 Avaliação de espaços confinados

É de suma importância avaliar as condições dos espaços confinados quando algumas operações de
entrada forem conduzidas:

• Testar as condições nos espaços confinados para determinar se as condições de entrada aceitáveis
existem antes que a entrada seja autorizada a começar, exceto se o isolamento do espaço não for
possível, porque o espaço é muito grande ou é parte de um sistema contínuo (tais como esgoto). Os
157
Unidade IV

testes de pré-entrada deverão ser extensivamente realizados antes que a entrada seja liberada. Caso
a entrada for autorizada, as condições de entrada deverão ser continuamente monitoradas nas áreas
onde os trabalhadores autorizados estiverem trabalhando;

• Testar e monitorar os espaços confinados para determinar se as condições de entrada são aceitáveis
e se estão sendo mantidas durante o curso das operações de entrada;

• Quando testar os riscos atmosféricos, deve-se testar primeiramente o teor de oxigênio, depois os
gases e os vapores inflamáveis e, por fim, os vapores e gases tóxicos.

7.5.10 Procedimentos de monitoramento de espaços confinados

É necessário providenciar ao menos um vigia no exterior do espaço confinado, e esse profissional é


responsável pela autorização da duração das operações de entrada.

Designar as pessoas que têm obrigações ativas (exemplos: trabalhadores autorizados, vigias,
supervisores de entrada ou pessoas que testam ou monitoram as atmosferas em espaços confinados)
nas operações de entrada, identificando os deveres de cada trabalhador e providenciar que cada um
tenha o treinamento requerido.

Deve-se desenvolver e implementar procedimentos para a chamada dos serviços de emergência


e de resgate, para o resgate dos trabalhadores de espaços confinados, para providenciar os serviços
de emergência necessários para os trabalhadores resgatados e, ainda, para prevenir que pessoal não
autorizado atenda a um resgate.

Também é importante implementar um sistema para preparação, emissão, uso e cancelamento


de permissões de entrada. É necessário estabelecer procedimentos de coordenação de operações de
entrada com os trabalhadores não autorizados para quando estiverem trabalhando simultaneamente
com os trabalhadores autorizados em um espaço confinado, de tal modo que os trabalhadores de um
empregador não coloque em risco os trabalhadores de outro.

Destacam-se, por fim, mais três pontos relevantes:

• desenvolver e implementar procedimentos (tais como o fechamento de um espaço confinado


e o cancelamento de uma permissão) necessários para a conclusão de entradas depois que as
operações de entrada tiverem sido completadas;

• revisar as operações de entrada quando o empregador tiver razão para acreditar que as medidas
tomadas sob o programa de espaço confinado que requer permissão de entrada não puder
proteger os trabalhadores;

• revisar o programa para corrigir as deficiências encontradas que existam antes que entradas
subsequentes sejam autorizadas.

158
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

7.5.11 Sistema de permissão

Antes que a entrada seja autorizada, o empregador deverá registrar o elenco de medidas necessárias
para a preparação de uma entrada segura. É preciso, ainda, que o supervisor de entrada identificado na
permissão assine o documento de permissão de entrada para autorizar a entrada.

A permissão completa estará disponível para todos os trabalhadores autorizados pela sua fixação na
porta de entrada ou por quaisquer outros meios igualmente efetivos, de tal forma que os trabalhadores
possam confirmar que as condições de preparação de pré-entrada tenham sido finalizadas.

A duração da permissão não pode exceder o tempo requerido para completar as tarefas designadas
ou trabalhos identificados na permissão de entrada.

O supervisor de entrada terminará a entrada e cancelará a permissão de entrada quando:

• as operações de entrada cobertas pela permissão de entrada tiverem sido completadas;


• uma condição que não é permitida sob a permissão de entrada ocorrer dentro ou nas proximidades
do espaço confinado.

O empregador deverá reter cada permissão de entrada cancelada por pelo menos um ano para
facilitar a revisão do programa.

Lembrete

Quaisquer problemas encontrados durante uma operação de entrada


serão anotados na permissão pertinente para que as revisões apropriadas
no programa possam ser devidamente conduzidas.

7.5.12 Permissão de entrada

A permissão de entrada que documenta a conformidade com a lei e autoriza a entrada em um


espaço confinado identificará:

• o espaço confinado a ser adentrado;


• o objetivo da entrada;
• a data e a duração da autorização da permissão de entrada;
• os trabalhadores autorizados em um espaço confinado, que deverão ser relacionados por nome;
• o pessoal por nome que geralmente atua como vigia;
• as pessoas pelo nome que muitas vezes trabalham como supervisores de entrada, com um espaço
para assinatura do supervisor que autorizou a entrada;
159
Unidade IV

• os riscos do espaço confinado a ser adentrado;

• as medidas usadas para isolar o espaço confinado e para eliminar ou controlar os riscos do espaço
confinado antes da entrada.

Observação

Essas medidas podem incluir o lacre ou travamento do equipamento e


procedimentos para purga, inertização, ventilação ou lavagens de espaços
confinados.

A permissão de entrada é válida somente por 8 horas. Deverão ser feitas duas cópias, uma para ser
arquivada no setor do espaço confinado e outra no SESMT. Todas as cópias deverão ficar no local de
trabalho até o término da atividade. Depois, uma cópia deverá retornar ao SESMET.

Condições de entrada aceitáveis

Os resultados dos testes iniciais e periódicos realizados e acompanhados pelos nomes dos
trabalhadores que realizaram os testes devem indicar quando eles foram realizados.

Destacam-se, ainda, os seguintes quesitos:

• os serviços de resgate e emergência que podem ser chamados e os meios (tais como o equipamento
a ser usado e os números telefônicos a serem chamados) para efetuá-los;

• os procedimentos de comunicação usados pelos trabalhadores autorizados e pelos vigias para


manterem contato durante a entrada;

• equipamento, tais como equipamento de proteção individual, de teste e monitoramento, de


comunicação, sistemas de alarme e materiais de resgate a serem providenciados;

• quaisquer outras informações cuja inclusão seja necessária, dadas certas circunstâncias de um
espaço confinado em particular, de forma a assegurar a segurança dos trabalhadores;

• quaisquer permissões adicionais, tais como para trabalhos a quente, que tenham sido emitidas
para autorizar o trabalho no espaço confinado.

Deveres dos trabalhadores autorizados

O empregador deverá assegurar que todos os trabalhadores autorizados:

• conheçam os riscos que possam encontrar durante a entrada, incluindo informações sobre o
modo, sinais ou sintomas e consequências da exposição;
160
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

• uso adequado de equipamentos;

• comunicação com o vigia sempre que for necessário, a fim de permitir que o vigia monitore o
estado atual do trabalhador e permita que o vigia alerte os trabalhadores da necessidade de
abandonar o espaço.

7.5.13 Alertas

É preciso alertar o vigia sempre que o trabalhador reconhecer algum sinal de perigo ou sintoma de
exposição a uma situação perigosa. Outro caso de alerta é quando o trabalhador detecta uma condição
proibida.

7.5.14 Abandono

A saída de um espaço confinado deve ser processada o mais rápido possível se:

• o vigia ou supervisor de entrada emitirem uma ordem de abandono;

• o trabalhador reconheça algum sinal de perigo ou sintoma de exposição a uma situação perigosa;

• um alarme de abandono for ativado.

7.5.15 Deveres dos vigias

O empregador deve se assegurar que cada vigia:

• conheça os riscos que possam ser enfrentados durante a entrada, incluindo informação sobre o
modo, sinais ou sintomas e consequências da exposição;

• esteja ciente de possíveis efeitos ambientais, dos riscos de exposição nos trabalhadores autorizados;

• mantenha continuamente uma contagem precisa do número de trabalhadores autorizados no


espaço confinado e assegure que os meios usados para identificá-los sejam exatos na identificação
daqueles que estão no espaço confinado;

• permaneça fora do espaço confinado durante as operações de entrada até que seja substituído
por um outro vigia.

Observação

Quando o programa de permissão de entrada em espaços confinados


que requerem permissão de entrada do empregador permite que o vigia
entre para resgate, os vigias podem adentrar em um espaço confinado se
tiverem sido treinados e equipados para operações de resgate.
161
Unidade IV

A comunicação com os trabalhadores autorizados é necessária para monitorar o estado dos


trabalhadores e para alertá-los quanto à necessidade de abandonar o espaço confinado. Não devem ser
realizadas tarefas que possam comprometer o primeiro dever do vigia, que é o de monitorar e proteger
os trabalhadores autorizados.

7.5.16 Abandono

As atividades de monitoramento dentro e fora do espaço determinam se há segurança para os


trabalhadores permanecerem no espaço confinado e ordenar aos trabalhadores autorizados o abandono
do local imediatamente. Isso ocorre sob quaisquer das seguintes condições:

• se o vigia detectar uma condição proibida;

• se o vigia detectar os efeitos ambientais de uma exposição a risco em um trabalhador autorizado;

• se um vigia detectar uma situação externa ao espaço que possa causar perigo aos trabalhadores
autorizados;

• se o vigia não puder desempenhar efetivamente e seguramente todos os seus deveres;

• se a chamada de resgate e outros serviços de emergência não puder ser atendida tão cedo e
também não puder determinar o vigia que autorizou os trabalhadores que possam necessitar
dessa assistência para escapar dos riscos de um espaço confinado.

7.5.17 Pessoas não autorizadas

Quando as pessoas não autorizadas se aproximarem ou entrarem em um espaço confinado enquanto


a entrada estiver transcorrendo, é preciso tomar as seguintes ações:

• avisar as pessoas não autorizadas que elas devem sair ou ficar longe do espaço confinado;

• avisar as pessoas não autorizadas que elas devem sair imediatamente caso elas tenham adentrado
no espaço confinado;

• informar aos trabalhadores autorizados e ao supervisor de entrada que pessoas não autorizadas
entraram no espaço confinado;

• realizar resgate de pessoas não autorizadas.

7.5.18 Os deveres do supervisor de entrada

Cabe ao empregador assegurar que cada supervisor de entrada:

• conheça os riscos que possam ser encontrados durante a entrada, incluindo informação sobre o
modo, sinais ou sintomas e consequências da exposição;
162
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

• verifique, pela método de checagem, que tenham sido feitas entradas apropriadas segundo a
permissão de entrada e que todos os testes especificados na permissão tenham sido executados;

• assegure que todos os procedimentos e equipamentos listados na permissão estejam no local


antes que ocorra o endosso da permissão e permita que se inicie a entrada;

• cancele os procedimentos de entrada e a permissão de entrada quando necessário;

• verifique que os serviços de emergência e resgate estejam disponíveis e que os meios para acioná-
los estejam operantes;

• remova as pessoas não autorizadas que entram ou que tentam entrar no espaço confinado
durante as operações de entrada;

• determine, no caso de troca de turno do vigia, que a responsabilidade pela operação de entrada
no espaço confinado seja transferida para o próximo vigia.

• mantenha as condições de entrada aceitáveis.

7.5.19 Serviços de emergência e resgate

Alguns requerimentos se aplicam aos empregadores que tenham trabalhadores que entrem em
espaços confinados para executar os serviços de resgate.

O empregador deverá assegurar que cada membro do serviço de resgate tenha equipamento de
proteção individual e de resgate necessários para realizar resgates de espaços confinados e sejam
treinados para usá-los.

Cada membro do serviço de resgate deverá ser treinado para desempenhar as tarefas de resgate
designadas, e também deverá receber também o mesmo treinamento requerido para os trabalhadores
autorizados. A equipe precisa realizar a prática de resgate de espaços confinados ao menos uma vez
a cada 12 meses, por meio de operações de resgate simuladas nas quais eles removam manequins ou
pessoas dos atuais espaços confinados ou locais representativos.

Por fim, cada membro do serviço de resgate será treinado em primeiros socorros básicos e em
reanimação cardiopulmonar (RCP). Ao menos um membro do serviço de resgate deverá estar disponível
e ter certificação atual em primeiros socorros e em RCP.

Lembrete

Espaços confinados representativos são os que, com respeito ao


tamanho da abertura, configuração e meios de acesso, simulam os tipos de
espaços confinados nos quais o resgate será executado.
163
Unidade IV

7.5.20 Serviços de terceiros

Quando um empregador contrata serviços de terceiros para atuar no resgate de espaços confinados,
deverá informar ao serviço de resgate dos riscos que eles poderão encontrar quando chamados para
realizar resgate em uma instalação do empregador contratante.

Deverá, ainda, providenciar que o serviço de resgate tenha acesso a todos os espaços confinados,
para que o serviço de resgate possa desenvolver planos de resgate apropriados e práticas operações de
resgate.

7.5.21 Sistemas de resgate

Os sistemas de resgate deverão seguir determinados requerimentos.

Para facilitar a retirada de pessoas do interior de espaços confinados, sem que a equipe de resgate
precise adentrar nele, podem ser utilizados sistemas de resgate ou métodos predeterminados, bem como
equipamentos de resgate, desde que ele não aumente o risco geral da entrada ou não contribua para o
resgate de um trabalhador.

Cada trabalhador autorizado usará um cinto de corpo inteiro ou de tórax, com uma linha de resgate
conectada no centro das costas do trabalhador, próxima ao nível dos ombros ou acima de sua cabeça.
Pulseiras podem ser usadas em vez do cinto de corpo ou de tórax caso o empregador puder demonstrar
que o uso de um cinto de corpo inteiro ou de tórax é inviável ou aumenta o risco e que o uso das
pulseiras é mais seguro e eficiente.

A outra extremidade da linha de resgate deverá estar conectada a um dispositivo mecânico ou a


um ponto fixo externo ao espaço confinado de forma que o resgate possa iniciar seu trabalho logo que
o socorrista perceber o risco. O dispositivo mecânico deverá estar disponível para resgatar pessoas de
espaços confinados típicos com aberturas verticais com mais de 1,5 m de altura.

A folha de dados, ficha técnica, e toda e qualquer informação de substâncias tóxicas ou asfixiantes
que possam estar presentes na atmosfera do espaço confinado deverão estar disponíveis na instalação
médica (onde o trabalhador exposto será tratado), nas instalações do empregador, com a equipe de
resgate, o supervisor de entrada e também o vigia, para o pronto atendimento de emergência, no caso
de um trabalhador ser afetado.

7.5.22 Materiais úteis na realização de salvamentos em espaços confinados

Como já destacamos nesta obra, cada situação requer uma estratégia específica. A retirada de uma
vítima inconsciente de dentro de um tanque que possui resíduos químicos, por exemplo, certamente vai
exigir técnicas e cuidados diferentes da retirada de uma vítima do interior de um motor em uma usina
termoelétrica. No entanto, para que se esteja preparado para atuar com eficácia e brevidade, é preciso
que se disponha de todo o aparato, para que nas emergências o material necessário esteja prontamente
disponível.
164
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

Embora o êxito de uma operação muitas vezes se deva à versatilidade, à coragem e à inteligência
dos homens envolvidos, a relação de materiais específicos apenas representa a situação ideal de aporte
e segurança para os salvamentos em ambientes confinados.

7.5.22.1 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Vejamos a seguir alguns EPI de muita importância:

• capacete;

• roupas de proteção química (níveis A, B e C);

• sistema de respiração autônoma com cilindro de fuga;

• óculos de segurança;

• luvas (PVC ou vaqueta);

• kit de salvamento em altura.

7.5.22.2 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)

Destacamos alguns EPC:

• exaustor;

• tripé;

• Iluminação;

• bomba portátil com resistência química.

7.5.22.3 Equipamentos para salvamento

Apresentamos alguns equipamentos de salvamento mais utilizados:

• prancha de imobilização offshore;

• ked;

• colar cervical;

• cinto-cadeira;

• capacete;
165
Unidade IV

• corda estática com 50 metros;

• fitas tubulares;

• mosquetão;

• desencarcerador hidráulico;

• motocortador;

• tirfor;

• croque;

• escada prolongável;

• ferramentas pequenas (alicate, chaves de fenda, chaves combinadas etc.).

7.5.22.4 Instrumentos

Há poucos instrumentos para destacar:

• rádios transceptores;

• detector de gases;

• explosímetro.

Observação

Todos os equipamentos elétricos, eletrônicos ou que produzam


centelhas devem ser à prova de explosão, ou seja, intrinsecamente seguros.

7.5.23 Protocolo de atendimento a emergências em ambientes confinados

Como estudamos neste livro-texto, é muito ampla a gama de cenários possíveis em uma emergência
em ambiente confinado. No entanto, há como estabelecer, em linhas gerais, um plano de atuação
abordando os cuidados necessários para se garantir o máximo de segurança, tanto para a vítima como
para o socorrista. Neste caso, o “segredo” está descrito nos seguintes passos:

1º passo: agir em equipe

É completamente incabível uma ação planejada de resgate em ambiente confinado que envolva
apenas um socorrista. A complexidade das operações no salvamento mais simples exige ao menos dois
166
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

bombeiros preparados para fazer a intervenção e a retirada de vítimas. Neste caso, o segundo homem
atuará como vigia do primeiro. Em situações com uma complexidade maior, a equipe mínima necessária
será de quatro homens.

2º passo: identificar todos os riscos que a atividade envolve

Além de dispor e estar treinado para utilizar os equipamentos já citados anteriormente, é importante
que o socorrista seja assessorado por, no mínimo, um funcionário que conheça os processos que
envolvem o espaço confinado onde ocorreu o acidente. Este deve ser capaz de transmitir informações
precisas e seguras, tanto no que tange à arquitetura do local como em relação às manobras necessárias
para interromper todas as atividades inerentes a ele. O socorrista deverá mensurar: a presença dos
riscos referentes à deficiência de oxigênio; exposição a agentes perigosos; explosões e incêndios; fatores
mecânicos, elétricos e ergonômicos.

3º passo: traçar um plano que equilibre as três vertentes: adequação aos recursos disponíveis,
rapidez e segurança

Uma vez identificados os riscos, o socorrista deverá planejar suas ações considerando todas as
possibilidades de falhas e acidentes. O ideal é eliminar os riscos sempre que for possível e, quando
não for, escolher o EPI mais adequado para a viabilização do serviço. Exemplo: se o risco em uma
determinada situação é a eletrocussão, a melhor conduta seria desligar a fonte de energia, o que, na
maioria dos casos, é fácil. Já em situações em que o risco seja a atmosfera contaminada com gases
asfixiantes, caso não seja possível purificar o ar do ambiente, a melhor conduta seria equipar-se com
um kit de respiração autônoma.

4º passo: ter em mente caminhos alternativos para se lançar mão sempre que for necessário

Caso a estratégia traçada pelo socorrista seja inviabilizada por qualquer motivo, é preciso que uma
segunda conduta esteja previamente preparada, pois o tempo é uma das variáveis mais importantes e
valiosas, não devendo ser desperdiçado.

5º passo: escolher o EPI adequado e equipar-se corretamente

A escolha do EPI é algo que exige bastante preparo técnico. É evidente que o mau uso do equipamento
correto, ou a escolha de um equipamento aquém do necessário, inevitavelmente acarretará o fracasso
da operação. Por outro lado, o EPI muitas vezes restringe as ações e a mobilidade do socorrista, o que
poderá prejudicar o êxito no salvamento se houver exagero em sua escolha. 

6º passo: tomar providências que garantam a manutenção de todas as manobras de segurança


durante a realização do serviço

Esta é a etapa mais importante e mais difícil a ser realizada, pois exige o conhecimento acerca dos
processos específicos do ambiente em questão. Consiste em providenciar o fechamento de válvulas
ou o bloqueio de tubulações, o corte da energia elétrica, o estabelecimento de exaustores etc., sempre
167
Unidade IV

mantendo algum tipo de proteção que assegure que nenhuma dessas medidas seja violada. Esse objetivo
é alcançado por meio de: sinalizações; uso de cadeados ou trancas; supervisão; pelo uso simultâneo de
todos esses recursos.

7.5.24 Condições do trabalhador

7.5.24.1 Deveres do trabalhador

Há alguns fatores muito relevantes para determinadas condições. Destacamos a seguir os deveres
do trabalhador:

• ser qualificado;

• não apresentar transtorno ou doença que possam ser desencadeadas ou agravadas durante a
realização do trabalho em ambientes confinados;

• estar psicologicamente preparado para o trabalho nas condições especiais que representam o
espaço confinado, além de possuir suficiente grau de instrução que o permita compreender o
treinamento ministrado para ao trabalho;

• evitar o excesso de peso;

• não ser portador de alergia respiratória, como asma e rinite alérgica, pois necessitará usar muitas
vezes máscara contra poeira, vapores e gases, ou suprimento de ar puro;

• não deve ser portador de doença cardiovascular como hipertensão arterial, arritmias cardíacas e
insuficiência coronariana;

• não deve ser portador de transtornos mentais e neurológicos como ansiedade, esquizofrenia,
depressão, distúrbio bipolar, epilepsia, fobia de altura (acrofobia), fobia de locais fechados
(claustrofobia) e outras;

• não deve ser portador de quaisquer doenças na fase aguda que contraindicam o trabalho em
espaços confinados, desde uma gripe, sinusite, dermatoses e outras.

7.5.25 Riscos à saúde

Existem riscos à vida e à saúde relevantes.

A asfixia pode causar a morte. Antes disso, o trabalhador poderá ficar desorientado, confuso, agitado
e inadvertidamente muitos pensarão que ele estará tendo uma crise nervosa. Esses são sintomas de
asfixia, como ocorre com uma pessoa está se afogando.

Outro risco é a presença de gás ou vapor tóxico, sendo muito comum se encontrar gás sulfídrico,
aquele com cheiro de ovo podre. O H2S é muito comum nas galerias de esgoto, estações subterrâneas
168
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

de energia elétrica e minas. Por exemplo, o metano, asfixiante simples, também pode ser encontrado
nos espaços confinados, deslocando o oxigênio. São produzidos pela decomposição da matéria
orgânica. Várias doenças causadas por micro-organismo (vírus, bactérias, helmintos e protozoários)
podem ser adquiridas quando as regras básicas de proteção são desrespeitadas. A mais comum é a
leptospirose, que é transmitida pela urina de rato contaminada. Esta doença poderá causar a morte
por hepatite aguda fulminante ou insuficiência renal aguda.

A hepatite A é outra doença comum de ocorrer. É perfeitamente evitável por meio de vacinação e
medidas adequadas de proteção ao trabalhador.

As infecções de pele podem ser causadas pelo contato com matéria orgânica infectada de
microorganismo. Todas evitáveis com o uso de equipamentos de proteção adequados. Destacam-se,
ainda, as doenças decorrentes dos produtos químicos usados na limpeza de tanques, reatores e outros
equipamentos. Os contatos com a pele, as mucosas e as vias respiratórias podem causar desde irritação
até intoxicações generalizadas.

A inalação dos fumos das soldas ou a ação das radiações não ionizantes procedentes do trabalho
com solda e corte nesses ambientes também propiciam lesão na pele, olhos e vias aéreas.

As doenças ocorrem nesses locais por vários motivos. A má ventilação dos espaços confinados propicia
diversas doenças respiratórias. Alguns fatores relevantes são: a falta de EPI ou o uso inadequado; a falta
de higiene da pele e do EPI; e o desconhecimento dos fatores de risco ou certo grau de negligência.

O melhor tratamento sempre é a prevenção. Cada eventualidade deve ser tratada de acordo com
sua especificidade. No caso de asfixia, o resgate deve ser imediato. A vítima deve ser colocada em local
arejado, sem substâncias tóxicas. Em seguida, deve ser adequadamente ventilada com oxigênio e então
removida para o serviço médico da empresa ou hospital. Quando houver contaminação do vestuário,
este deve ser substituído imediatamente, para que seja evitado o contato com a pele. Em caso de
contato cutâneo, deve-se providenciar a imediata remoção da substância tóxica da pele.

Para preveni-las, o trabalhador necessita ser adequadamente informado dos fatores de riscos
existentes no espaço confinado e principalmente compreender a natureza desses riscos e como enfrentá-
los. Deve conhecer bem a razão dos procedimentos de comunicação com o observador (vigia) e do
sistema de resgate em caso de alguma anormalidade para usar os equipamentos de proteção individual.
Trabalhadores sem boas condições físicas e psíquicas não devem trabalhar nos ambientes confinados.

É importante ressaltar que para que os sintomas e lesões sejam minimizados é preciso um bom
sistema de intercomunicação e resgate. Quanto mais tempo se perder no resgate, maiores serão as
chances de complicações.

Os trabalhadores em geral deveriam obrigatoriamente ser vacinados contra o tétano. Aqueles que
forem trabalhar em locais com material biológico deveriam ser vacinados contra a hepatite A e por
extensão contra a hepatite B. Estes também deveriam receber no início do outono a vacina antigripal.
Outras vacinas dependeriam da realidade epidemiológica da região onde os trabalhos seriam realizados.
169
Unidade IV

Por exemplo, aqueles que necessitarem trabalhar na região onde a febre amarela é endêmica, também
deveriam receber a vacina contra essa doença pelo menos dez dias antes de se deslocarem para lá.

7.6 Explosões confinadas e não confinadas

As explosões confinadas ou CVEs (confined vapour explosion) são aquelas que se desenvolvem
dentro de equipamentos ou dentro de prédios que resultam da ignição acidental de uma mistura gasosa
e/ou de pós provenientes de um vazamento. Nesse caso, pode-se provocar a formação de produtos de
combustão e ocorrer o aumento de temperatura e pressão, o que poderá conduzir a um rompimento
do vaso, à fragilização das paredes ou a quebra de vidros, no caso do evento ter ocorrido no interior de
uma edificação.

As explosões não confinadas ou UVCEs (unconfined vapour cloud explosion) são aquelas decorrentes
de um vazamento de uma nuvem de vapor ou gás inflamável para o exterior de um equipamento e/ou
edificação. Esse vazamento pode atingir condições de explosividade caso alcance uma fonte de ignição.
Como os vapores são muitas vezes invisíveis e de difícil percepção, os UVCEs são muitos desastrosos.

Existem diversas teorias e cálculos para se determinar o potencial de destruição de CVEs e de UVCEs.
A relação empírica mais conservadora para se estimar a influência do volume do vaso na severidade de
uma explosão é a chamada lei cúbica: o produto da máxima velocidade de aumento de pressão pela raiz
cúbica do volume do vaso é uma constante. Apresenta-se na fórmula a seguir:

(dP/dt)max . V^ 1/3= Kst

7.7 Bleve

O Bleve (boiling liquid expanding vapor explosion – explosão do vapor do líquido em expansão) é
um fenômeno decorrente da explosão catastrófica de um reservatório, quando um líquido nele contido
atinge uma temperatura bem acima da sua temperatura de ebulição à pressão atmosférica, com
projeções de fragmentos e expansão adiabática.

Envolve uma substância inflamável, a liberação dá lugar à formação de uma bola de fogo. A bola
de fogo é constituída dos vapores inflamáveis, que formam um núcleo rico em gases inflamáveis, que,
por sua vez, queima na medida em que há incorporação de ar. A queima ocorre da parte externa para
a interna da bola de fogo e se caracteriza por emitir fluxos térmicos muito intensos. A queima se dá de
forma muito intensa, liberando grande quantidade de energia. A bola se expande e tende a subir.

As consequências do BLEVE são:

• onda de sobrepressão gerada na explosão;

• lançamento de projéteis (partes do reservatório);

• fluxo térmico bastante intenso pela bola de fogo.


170
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

Todos estes três efeitos podem levar a danos fatais sobre aquelas pessoas expostas, além de danos
materiais.

7.7.1 Boilover

Boilover é o termo que denomina a explosão devido à evaporação súbita da água residual em
tanques de petróleo após um incêndio prolongado. Esse tipo de efeito só ocorre após algumas horas
de incêndio. Momentos antes da explosão, as chamas do tanque ficam fortes, indicando a explosão
iminente. Não são esperadas vítimas fatais, mas os danos materiais são intensos, haja vista a projeção
do líquido incandescente e das chamas após a explosão.

A radiação térmica gerada como efeito dos diferentes tipos de incêndio pode gerar danos sobre
pessoas ou ativos.

Tabela 32 – Efeitos de incêndio

Intensidade Efeitos
(kW/m2)
37,5 Danos a equipamentos
25 Ignição espontânea em madeira em exposição prolongada
12,5 Ignição de madeira em presença de chama piloto, fusão de tubulações plásticas
9,5 Dores após 8 s de exposição, queimaduras de segundo grau (bolhas na pele) em 20 s
4 Dores em 20 s, 0% de letalidade
1,6 Não causa problemas em exposições prolongadas

Fonte: CCPS (2000).

7.8 NR-20 – Líquidos combustíveis e inflamáveis

A norma regulamentadora 20, de 8 de junho de 1978, dispõe sobre questões relativas à segurança e
medicina do trabalho.

Quadro 18 – Portarias federais

Interferência(s) Requisito(s)
Aprovada Portaria 3.214, de 8 de junho de 1978
Alterada Portaria 308, de 29 de fevereiro de 2012
Alterada Portaria 1.079, de 16 de julho de 2014

A NR 20 foi alterada em toda a sua íntegra pela Portaria 308, de 29 de fevereiro de 2012. Os itens
citados no quadro a seguir entrarão em vigor conforme descrito, contando o prazo a partir da publicação
da Portaria 308/12, que ocorreu em 6 de março de 2012:

171
Unidade IV

Quadro 19 – Prazos das Portarias

Item Prazo
9 (nove) meses; exceto para alíneas “e” e “h”, que devem observar os estabelecidos no item
20.5.2 20.10.4.
20.5.2.1 12 (doze) meses.
18 (dezoito) meses para instalações Classe I;
20.5.3
24 (vinte e quatro) meses para instalações Classes II e III.
20.5.7 6 (seis) meses.
20.7.1 De acordo com os prazos estabelecidos para análise de riscos, nos itens 20.10.3 e 20.10.4.
20.7.1.1 6 (seis) meses.
20.7.5 12 (doze) meses.
20.7.5.1 12 (doze) meses.
12 (doze) meses para instalações Classes II e III;
20.8.1
15 (quinze) meses para instalações Classe I.
20.9.2 3 (três) meses.
Para instalações Classe I:
12 (doze) meses em 50% da instalação (operações que envolvam processo ou processamento);
20.10.3 18 (dezoito) meses em 100% da instalação (operações que envolvam processo ou
processamento);
Nota A.S.: Prazo alterado até 6/9/2014, por força da Portaria 1.079, de 16/7/2014.
Para instalações classes II e III:
9 (nove) meses em 30% da instalação (operações que envolvam processo ou processamento);
15 (quinze) meses em 60% da instalação (operações que envolvam processo ou
20.10.4 processamento);
24 (vinte e quatro) meses em 100% da instalação (operações que envolvam processo ou
processamento);
Nota A.S.: Prazo alterado até 6/12/2014, por força da Portaria 1.079, de 16/7/2014.
20.10.7 De acordo com os prazos estabelecidos para análise de riscos, nos itens 20.10.3 e 20.10.4.
Para instalações classe I:
9 (nove) meses para 30% dos trabalhadores da instalação;
15 (quinze) meses para 60% dos trabalhadores da instalação;
18 (dezoito) meses para 100% dos trabalhadores da instalação.
Nota A.S.: Prazo alterado até 6/9/2014, por força da Portaria 1.079, de 16/7/2014.
20.11.1
Para instalações classes II e III:
12 (doze) meses para 30% dos trabalhadores da instalação;
15 (quinze) meses para 60% dos trabalhadores da instalação;
24 (vinte e quatro) meses para 100% dos trabalhadores da instalação;
Nota A.S.: Prazo alterado até 31/3/2015, por força da Portaria 1.079, de 16/7/2014.
20.12.1 10 (dez) meses.
12 (doze) meses para 30% das fontes identificadas;
20.12.2.1 18 (dezoito) meses para 60% das fontes identificadas;
24 (vinte e quatro) meses para 100% das fontes identificadas.

172
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

20.14.1 De acordo com os prazos estabelecidos para análise de riscos, nos itens 20.10.3 e 20.10.4.
20.14.6 6 (seis) meses, para incluir na relação de exames prevista no PCMSO.
20.16.2.2 6 (seis) meses.
18 (dezoito) meses para as alíneas “c” e “e”;
20.17.2.1
12 (doze) meses para as demais alíneas e caput do subitem.
6 (seis) meses, sendo que para os documentos que possuam prazos superiores a este, respeitar-
20.19.1 se-á o respectivo prazo.
9 (nove) meses para instalações com até 10 trabalhadores;
1.1 - Anexo I
15 (quinze) meses para instalações acima de 10 trabalhadores.
2 – Anexo I 6 (seis) meses ou quando da análise global do PPRA, se realizada em prazo superior.
9 (nove) meses para instalações com até 100 trabalhadores;
2.1 – Anexo I
15 (quinze) meses para instalações acima de 100 trabalhadores.
3.1 – Anexo I 15 (quinze) meses.

Fonte: Brasil (1978).

Saiba mais

Saiba mais detalhes sobre a NR-20:

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria GM nº 3.214, de 08


de junho de 1978. NR-20 – Líquidos combustíveis e inflamáveis (120.000-
3). Brasília: SIT/DSST. Disponível em: <http://www010.dataprev.gov.br/
sislex/paginas/05/mtb/20.htm>. Acesso em: 19 mar. 2015.

8 CERTIFICAÇÃO, TESTES E ENSAIOS

Este tópico tem como objetivo apresentar os conceitos básicos de avaliação de conformidade de
materiais e sistemas de proteção contra incêndio e os testes e ensaios de certificação relativos a esta
área, além de conhecer os principais testes e ensaios laboratoriais realizados para avaliação dos materiais
e produtos da área de segurança contra incêndio.

Ao término deste tópico, teremos uma visão geral sobre o panorama da conformidade de produtos
e serviços de segurança contra incêndio, assim como do sistema de avaliação de conformidade e
certificação voluntária e compulsória.

8.1 Introdução

Os ensaios, os testes e o sistema de certificação são importantes para garantia da qualidade de


qualquer produto disponibilizado no mercado. No caso de materiais, produtos, sistemas e serviços
relacionados à segurança do usuário/consumidor, tais elementos são essenciais, pois uma série de
produtos que compõem o sistema de prevenção e proteção contra incêndio deve ter suas condições

173
Unidade IV

mínimas de segurança de uso e eficiência comprovados. Para tanto, existem os ensaios e os sistemas de
avaliação de conformidade dos produtos, assim como as certificações compulsórias e voluntárias.

É importante lembrar que, em qualquer situação, os produtos disponibilizados no mercado devem garantir
a segurança e a saúde do consumidor dentro dos preceitos definidos no Código do Consumidor, que determina
que todos os produtos devem estar de acordo com o estabelecido nas normas técnicas brasileiras correlatas.

Apresentaremos a seguir as questões relacionadas à avaliação de conformidade dos produtos no Brasil,


assim como os principais tipos de ensaios realizados em produtos e sistemas de proteção contra incêndio.

8.2 Ensaios de reação ao fogo

Berto e Tomina (1998) esclarecem a necessidade de ensaios de reação ao fogo de materiais


incorporados à construção e contidos no edifício.

Em muitos casos, o comportamento frente ao fogo dos materiais incorporados aos elementos
construtivos e contidos no edifício pode possibilitar situações indesejáveis no local onde o incêndio
pode se originar com maior facilidade e evoluir com grande rapidez, criando desde seu início condições
especialmente nocivas para as pessoas.

Quando os materiais incorporados ao sistema construtivo são expostos a uma


situação de início de incêndio, a contribuição que possa vir a trazer para o
seu desenvolvimento ao sustentar a combustão e possibilitar a propagação
superficial das chamas denomina-se reação ao fogo (BRASIL, 2014).

As características de reação do fogo dos materiais podem ser determinadas em laboratório mediante
condições padronizadas de exposição a fontes de calor (ensaio), que visam reproduzir eventos típicos e
críticos de determinado momento do incêndio.

A possibilidade de um foco de incêndio extinguir-se ou evoluir em um grande incêndio atingindo a


fase de inflamação generalizada depende de quatro fatores:

• razão de desenvolvimento de calor pelo primeiro objeto ignizado;


• potencial térmico total (quantidade total de material combustível no ambiente de origem);
• características dos materiais de revestimento sob o ponto de vista de sustentar a ignição e
propagar (superficialmente) as chamas;
• inércia térmica dos materiais de revestimento.

Se esses fatores criarem uma situação propícia ao crescimento do incêndio, haverá a inflamação
generalizada no ambiente de origem.

O tempo para a ocorrência da inflamação generalizada é extremamente importante para a segurança


da vida humana e da propriedade, pois indica o máximo período disponível para escapar do local
174
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

incendiado ou para se conseguir a extinção inicial do incêndio. A ideia seria, portanto, controlar, no
projeto de edifício, os fatores que interferem na inflamação generalizada, a fim de dificultar ao máximo
sua ocorrência.

Alguns dos principais ensaios de reação ao fogo já são adotados para determinação do comportamento
ao fogo dos produtos utilizados nos revestimentos e acabamentos de ambientes. Estes podem ser exigidos
por regulamentações locais, de municípios e Corpos de Bombeiros, como acontece, por exemplo, no COE
do Município de São Paulo.

Por exemplo, na regulamentação do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, exige-se o controle
dos materiais de acabamento e revestimento, em razão da ocupação

Tabela 33 – Classe dos materiais por classes de ocupação

Classificação do material de acabamento e revestimento permitido


Classe de ocupação
Piso Parede e divisórias Teto e forro
Residencial A2, A3 e I, II-A, III-A, IV-A ou V-A I, II-A, III-A ou IV-A I, II-A ou III-A
condomínios
B, D, E, G, H, I1, J1 e J2 I, II-A, III-A ou IV-A I, II-A ou III-A I ou II-A
C, F, I2, I3, J3, J4, L1, M2 e M3 I, II-A, III-A ou IV-A I ou II-A I ou II-A

Fonte: Brasil (2014).

Os ensaios para determinação das propriedades dos materiais quanto à reação ao fogo, neste caso,
são destacados na tabela a seguir:

Tabela 34 – Tipos de classificação de acordo com ensaios realizados

Método de ensaio
ISO 1182 NBR 9442 ASTM 662
Classe
I Incombustível – –
A Combustível Ip ≤ 25 (Classe A) Dm ≤ 450
II
B Combustível Ip ≤ 25 (Classe A) Dm > 450
A Combustível 25 <Ip ≤ 75 (Classe B) Dm ≤ 450
III
B Combustível 25 <Ip ≤ 75 (Classe B) Dm > 450
A Combustível 75 <Ip ≤ 150 (Classe C) Dm ≤ 450
IV
B Combustível 75 <Ip ≤ 150 (Classe C) Dm > 450
A Combustível 150 <Ip ≤ 400 (Classe D) Dm ≤ 450
V
B Combustível 150 <Ip ≤ 400 (Classe D) Dm > 450
VI Combustível Ip> 400 (Classe E)
Ip: índice médio de propagação superficial de chama.
Dm: densidade ótica específica máxima de fumaça para ensaios com chama e sem chama.

Adaptado de: ABNT (1986); BRASIL (2014).

175
Unidade IV

Na impossibilidade de classificação de materiais conforme a NBR 9442, o material deverá ser


aprovado em ensaio segundo a norma UBC 26-3.

A NBR 9442/1986 prescreve o método para determinar o índice de propagação superficial de chama
em materiais de revestimento e propõe a seguinte classificação em função do índice obtido: Classe A (0
< Ip < 25), Classe B (26 < Ip < 75), Classe C (76 <Ip < 150), Classe D (151 < Ip < 400) e Classe E (Ip > 400).

Já a NBR 8660/1984 prescreve o método para determinação da densidade crítica de fluxo de


energia térmica de revestimentos de piso expostos à energia radiante e propõe a classificação do
material em três classes, de acordo com o valor médio obtido da densidade crítica de fluxo de
energia (X), conforme disposto a seguir: Classe I (X >0,5 w/cm2), Classe II (0,25 w/cm2< X < 0,5 w/
cm2) e Classe III (X < 0,25 w/cm2).

Quadro 20 – Classificação dos materiais por tipo de ocupação

Saída Acesso das saídas Outros espaços


Ocupação
Paredes Pisos Paredes Pisos Paredes Pisos
Educacional A I ou II A ou B I ou II A, B ou C –
Tratamento de saúde A I A I A –
Residencial A I A ou B I ou II A, B ou C –
Locais de reunião A – A ou B – A, B ou C –
Comércio e serviços A ou B – A ou B – A, B ou C –
Indústria e depósito A ou B – A, B ou C – A, B ou C –

Fonte: ABNT (1986).

8.3 Ensaios de resistência ao fogo

A resistência ao fogo dos materiais de vedação e dos sistemas estruturais que constituem o edifício
é exigida pelas normas e regulamentações de segurança contra incêndio. Isso ocorre para de garantir
a contenção do incêndio em áreas reduzidas (compartimentação), assim como para prevenir o colapso
da estrutura.

Berto e Tomina (1998) esclarecem as condições básicas para atendimento à determinação


da resistência ao fogo. Para que se consiga determinar a resistência ao fogo dos elementos de
compartimentação, deve-se, inicialmente, adotar uma maneira de simular as condições existentes
na fase da inflamação generalizada, em termos de temperatura média e de duração da fase de
inflamação generalizada.

A partir de experimentos em escala real, realizados no National Bureau of Standards (USA) e no British
Fire Prevention Committee (GB), a partir da década de 1920, chegou-se a uma elevação padronizada de
temperatura em função do tempo, segundo uma curva logarítmica dada pela seguinte expressão:

T = To + 345 log (8t + 1);


176
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

As representações são as seguintes:

t é o tempo expresso em minutos; T é a temperatura de exposição no instante t, expressa em oC; e To


é a temperatura ambiente no início do ensaio, expressa em oC.

O protótipo a ser exposto à elevação padronizada de temperatura deve reproduzir, tanto quanto
possível, as condições de uso do elemento construtivo no edifício e deve receber o fluxo de calor da
mesma maneira que este receberia. Dessa forma, os elementos de compartimentação devem ser expostos
em uma das faces. Embora no ensaio de resistência ao fogo não se reproduzam fielmente as nuances e a
maneira de crescimento da temperatura dos incêndios, constitui-se em um método muito valioso, pois
estabelece uma base comum de comparação do desempenho dos elementos construtivos.

Esse desempenho é avaliado em função do período (em minutos ou horas) durante o qual atendem
aos seguintes critérios:

• estabilidade – (aplicável a elementos que têm função estrutural): considera-se estável o protótipo
que, sob efeito de carregamento que origine esforços da mesma natureza e da ordem de grandeza
dos produzidos à temperaturas normais em situação de uso, e de ação do calor proveniente da
elevação padronizada de temperatura, não sofra ruptura ou deslocamento transversal maior que
o estipulado para cada caso;

• integridade – (aplicável a elementos não estruturais): considerando-se íntegro o protótipo que


durante todo o transcorrer do ensaio (inclusive durante a aplicação de choques mecânicos
padronizados, no caso de paredes e divisórias) não entre um colapso nem apresente trincas ou
deformações excessivas;

• estanqueidade – considera-se estanque o corpo de prova que durante o ensaio não apresente
trincas ou aberturas suficientes para permitir a passagem de gases quentes ou chamas, reveladas
pela inflamação de um chumaço de algodão padronizado, ou de chamas em intervalo de tempo
superior a 10 segundos;

• isolação térmica – considera-se o corpo de prova satisfatório como isolante térmico enquanto
não houver, na face não exposta, aumento de temperatura média superior a 140 oC e aumento de
temperatura em qualquer ponto superior a 180 oC.

Para os elementos e componentes construtivos destinados à compartimentação, o protótipo deve


atender a todos os critérios e recebem, por isso, a denominação de corta-fogo.

Para ser representativo do elemento construtivo, de acordo com os métodos de ensaio de


resistência ao fogo, o protótipo deve incluir todos os tipos de juntas previstas, os modos de fixação
e apoio, os vínculos e os materiais e acabamentos que reproduzam as condições de uso. Além disso,
o protótipo deve ter as dimensões reais de utilização e, somente quando isso não for possível,
admitem-se dimensões menores, porém não inferiores a 2,5 m de altura e 2,5 m de largura. Dessa
forma, é necessário considerar cuidadosamente eventuais extrapolações de resultados de ensaio
177
Unidade IV

para elementos de compartimentação de porte avantajado: nessas situações, para os elementos


sem função estrutural, deve-se prever a incorporação de componentes estruturais para impedir a
perda da integridade.

Apresentam-se a seguir os métodos de ensaio de resistência ao fogo atualmente adotados no Brasil


aplicáveis aos elementos e componentes de compartimentação e os estruturais:

• NBR 5628: componentes construtivos estruturais – determinação da resistência ao fogo (para as


situações em que o elemento de compartimentação também tem função estrutural);

• NBR 10636: paredes divisórias sem função estrutural – determinação da resistência ao fogo;

• NBR 6479: portas e vedações – método de ensaio ao fogo.

8.4 Ensaios em equipamentos, componentes e sistemas

Os ensaios de equipamentos e seus componentes têm como finalidade básica determinar se estes
apresentam o desempenho mínimo estabelecido em norma, garantindo, então, a segurança dos seus
usuários e dos ambientes que ocupam.

Os principais sistemas de proteção contra incêndio que devem ter seus componentes testados podem
ser classificados em:

• sistemas de alarme manual de incêndio;

• sistemas de detecção e alarme automáticos de incêndio;

• sistemas de extinção manual de incêndio;

• sistemas de extinção automática de incêndio;

• sistemas de iluminação e sinalização de emergência.

Os componentes que fazem parte destes sistemas (mecânicos, elétricos ou hidráulicos) devem
ser testados, assim como o seu conjunto, segundo parâmetros estabelecidos por normas brasileiras.
Contudo, na ausência dessas disposições, adotam-se as normas internacionais reconhecidas.

Destacamos a seguir as principais normas brasileiras que determinam métodos de ensaio para
avaliação de desempenho de componentes e sistemas de proteção contra incêndio:

• NBR 6125/6135: chuveiros automáticos de proteção contra incêndio – requisitos e métodos de


ensaio;

• NBR 11836: detectores automáticos de fumaça para proteção contra incêndio;


178
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

• NBR 13848: acionador manual para utilização em sistemas de detecção e alarme de incêndio;

• NBR 15808: extintores de incêndio portáteis – requisitos e métodos de ensaio;

• NBR 15809: extintores de incêndio sobrerrodas – requisitos e métodos de ensaio;

• NBR 11861: mangueira de incêndio – requisitos e métodos de ensaio;

• NBR 14349: união para mangueiras de incêndio – requisitos e métodos de ensaio.

Algumas normas brasileiras que determinam procedimentos para dimensionamento e execução de


sistemas também contemplam questões relativas à avaliação de desempenho de seus componentes.
Dessa forma, são e enumerados a seguir exemplos de tais normas:

• NBR 10898: sistema de iluminação de emergência;

• NBR 9441: execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio;

• NBR 10897: proteção contra incêndio por chuveiro automático;

• NBR 13714: sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio;

• NBR 13792: proteção contra incêndio por sistema de chuveiros automáticos para áreas de
armazenamento em geral;

• NBR 12615: sistema de combate a incêndio por espuma;

• NBR 12232: execução de sistemas fixos automáticos de proteção contra incêndio com gás
carbônico por inundação total para transformadores e reatores de potência contendo óleo
isolante.

É possível concluir que muitos componentes e sistemas ainda não são contemplados pelas normas
brasileiras, apresentando pontos vulneráveis à proteção do consumidor.

8.5 Avaliação de serviços – aceitação de instalações

Deve-se ressaltar que não basta a obtenção da garantia de componentes individuais de sistemas
mais complexos, como os detectores de fumaça de um sistema de detecção e alarme automático de
incêndio ou dos bicos de um sistema de chuveiro automático ou da mangueira de um sistema de
hidrantes. É necessário, nesse caso, ter condições de avaliar o desempenho do sistema como um todo e
que ele esteja devidamente instalado.

Atualmente, poucas normas brasileiras de sistemas de proteção contra incêndio apresentam


procedimentos para testes de aceitação e manutenção periódica. Tais procedimentos são muito
179
Unidade IV

importantes para garantir o bom desempenho dos sistemas de proteção contra incêndio quando são
requisitados.

Dentre as normas específicas de manutenção, podem ser citadas:

• NBR 13485: manutenção de terceiro nível (vistorias em extintores de incêndio);

• NBR 12962: inspeção, manutenção e recarga em extintores de incêndio;

• NBR 12779: inspeção, manutenção e cuidados em mangueiras de incêndio.

8.6 Panorama da certificação de produtos na área de segurança contra


incêndio

Atributo indispensável à elevação do nível de qualidade dos produtos, o tema certificação tornou-se
diferencial competitivo para o mercado.

É de suma importância que a instituição esteja alinhada ao mercado global e atenda às exigências
nacionais e internacionais, promovendo o diferencial competitivo. Dessa forma, evita a perda de produtos
e o aumento do custo da produção. Com base nessas ações, é traçada a estratégia mercadológica das
empresas que buscam a certificação, que irá influenciar diretamente no aumento da satisfação do
cliente, facilitando a venda de seus produtos e sua introdução em novos mercados, já que são projetados
e fabricados para satisfazer às expectativas do consumidor.

No Brasil, a história da certificação teve início na década de 1950, com a criação da ABNT para os
extintores de incêndio. Posteriormente, seguindo a tendência mundial, outras certificações foram sendo
criadas, principalmente as relacionadas com a segurança e a saúde dos usuários. No fim da década de
1980, com a publicação da série de normas ISO 9000 pela International Organization for Standardization
(ISO), houve grande expansão das certificações.

De modo geral, a sociedade passou a se conscientizar da necessidade de exigir produtos com


qualidade. Ainda antes da década de 1990, aproveitando o poder de compra de grandes empresas como
Petrobras e Grupo Eletrobras, entre outras, criou-se a certificação de sistemas de qualidade com base
nas normas da série ISO 9000. O Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial (Inmetro) teve
papel importante nesse processo, certificando produtos que apresentavam maior impacto na segurança
das pessoas e das instalações. Na metade da década de 1990, o Inmetro, como entidade acreditadora,
credencia laboratórios, organismos de certificação de produtos e de sistemas e define os produtos que
estarão sujeitos à certificação compulsória.

Certificação, segundo a ABNT, é um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo,


independentemente da relação comercial, com o objetivo de atestar publicamente, por escrito, que
determinado produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos especificados. Esses
requisitos podem ser nacionais ou internacionais. As atividades de certificação envolvem análise de
documentação, auditorias/inspeções na empresa, coleta e ensaios de produtos – no mercado e/ou na
180
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

fábrica – a fim de avaliar a conformidade e sua manutenção. Não se pode pensar na certificação como
uma ação isolada e pontual, mas sim como um processo que se inicia a partir da necessidade de exigir
qualidade para se manter no mercado competitivo.

Diversas instituições explicam que os critérios a ser utilizados para determinar se um produto estará
sujeito à certificação compulsória são os seguintes: impacto que os produtos tenham sobre o meio
ambiente, a saúde e a segurança dos consumidores; o risco potencial de um produto de ocorrência
de falha e do impacto causado por sua eventual ocorrência, minimizando ou eliminando problemas
de desempenho que possam causar ao consumidor; impedir práticas desleais de comercialização no
mercado interno; impacto do produto na balança comercial.

Já a certificação voluntária é vista como uma decisão dos fabricantes para apresentar seus
produtos com um diferencial de qualidade a seus consumidores. A avaliação da conformidade
desses produtos, sistemas e serviços, tanto no campo voluntário como no compulsório, pode
ser feita por meio de um dos seguintes mecanismos: certificação; declaração do fornecedor;
etiquetagem; inspeção; ensaios.

É importante ressaltar que, durante 2002 e 2003, o Comitê Brasileiro de Avaliação da Conformidade
(CBAC) elaborou o Programa Brasileiro de Avaliação da Conformidade (PBAC), que consta de duas partes:
questões estratégicas e questões táticas e operacionais.

8.6.1 Questões estratégicas

• Tema 1: regulamentação, normalização, blocos econômicos, barreiras técnicas, quadro compulsório


e quadro voluntário;
• Tema 2: reconhecimentos multilaterais, bilaterais e regionais;
• Tema 3: desenvolvimento da infraestrutura para avaliação da conformidade e interfaces com
outras áreas;
• Tema 4: educação e conscientização dos diferentes segmentos da sociedade para a avaliação da
conformidade e sua importância;
• Tema 5: equacionamento financeiro da atividade de avaliação da conformidade.

8.6.2 Questões táticas e operacionais

• Tema 1: elaboração do Plano de Ação Quadrienal do PBAC;


• Tema 2: definição do mecanismo de avaliação da conformidade adequado às especificidades de
cada produto;
• Tema 3: acompanhamento e avaliação do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade;
• Tema 4: implantação do PBAC.

181
Unidade IV

Na última reunião do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial


(Conmetro), realizada em abril de 2004 no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
foi aprovado o PBAC e o Plano de Ação Quadrienal 2004-2007, em que constam 55 itens de produtos
(famílias de produtos) sujeitos aos diferentes mecanismos de avaliação da conformidade, dentre os
quais fazem parte os tubos de aço para condução e acessórios. Nesse processo, o Inmetro procederá a
realização de estudos de avaliação técnica e ao mapeamento das necessidades de padrões metrológicos,
regulamentos, normas técnicas, laboratórios de ensaios e de calibração acreditados e organismos de
avaliação da conformidade credenciados. A definição dos mecanismos e o caráter compulsório ou
voluntário deverão ser validados também pelo CBAC.

8.6.3 Vantagens da certificação

Em se tratando de vantagens ao se obter a certificação, no Brasil ainda não há uma cultura de


se exigir produtos que atendam às normas técnicas relativas ao desempenho e à qualidade, pois no
momento da compra os consumidores estão mais preocupados com o preço, e não com as normas
técnicas, ou seja, acabam adquirindo produtos pirateados ou contrabandeados, expondo o usuário a
riscos e também comprometendo as instalações. Com a aquisição de produtos contrabandeados, a
arrecadação de impostos e a balança comercial ficam prejudicadas. Para isso, o Programa de Avaliação
da Conformidade visa oferecer à sociedade produtos seguros e com qualidade, alavancar as exportações
e fortalecer o mercado interno. Com a participação da iniciativa privada, do governo, dos agentes
reguladores e dos organismos credenciados no Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade, as
vantagens são evidentes tanto para a sociedade quanto para o país.

Para Guy Ladovact (2010), gerente de certificação da ABNT, a diferença mais significativa está no fato
de os programas voluntários, justamente por não ser obrigatório, exigirem grande comprometimento
por parte das empresas, demonstrando assim sua boa reputação e transformando-se em uma poderosa
ferramenta de marketing. Alguns gerentes executivos indicam que a vantagem da certificação
compulsória exigida para áreas sensíveis do cotidiano é assegurar ao usuário a qualidade do produto e
a conformidade com as normas técnicas, uma vez que o material é submetido a testes rigorosos antes
de ser comercializado. A certificação voluntária traduz saudável percepção dos empresários de que
as coisas estão mudando e que o mercado, com suas exigências, age como expressão da vontade da
sociedade. Atender a essas exigências faz parte da estratégia competitiva da empresa, alinhando-se à
tendência mundial.

Para o mercado, ainda que a questão da certificação seja um tabu a ser superado por alguns setores,
a pressão mercadológica faz com que o tema passe a ser discutido com maior intensidade e visto com
bons olhos, uma vez que a certificação garante a excelência dos produtos.

Na visão dos especialistas, são necessárias ações de mobilização e conscientização dos setores
privados e públicos para os benefícios das atividades de normalização e certificação, uma vez que essa
prática já é consolidada nos países desenvolvidos. Quanto aos fabricantes, reforçam que há ainda uma
parcela que enxerga na certificação um encarecimento nos custos, entretanto cresce o número daqueles
que veem no certificado uma agregação de valor e um diferencial que distingue seu produto na disputa
da clientela.
182
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

Na mesma linha de pensamento, integrantes da CBAC acreditam que a certificação compulsória tem
contribuído significativamente para coibir a concorrência desleal, evitando que sejam comercializados
produtos que não atendam aos requisitos estabelecidos pelas normas técnicas. Destacam que é
necessário que haja uma fiscalização sistemática pelos órgãos competentes para manter a credibilidade
do processo, além, é claro, da necessidade de se fazer uma campanha de conscientização do mercado
sobre a importância da Avaliação da Conformidade. Nos casos para os quais existe atualmente a
certificação compulsória, compradores atacadistas e varejistas adquirem somente produtos com a marca
de conformidade, com o símbolo do Inmetro e do organismo certificador acreditado, pois sabem que a
fiscalização poderá apreender a mercadoria e que estarão ainda sujeitos a penalidades. Os fabricantes
hoje em dia são os maiores interessados na Avaliação da Conformidade porque sabem que com isso
evitarão uma concorrência desleal.

8.6.4 O caminho da certificação

Para qualquer mecanismo de Avaliação da Conformidade, primeiro é necessário possuir normas


brasileiras NBR. Depois deve ser definida a prioridade por parte do regulador (Inmetro, Ministério ou
agência reguladora). Após essa fase, emite-se um documento legal, como uma Portaria – no caso, o
Inmetro, em que são estabelecidos os tipos de produtos que estarão sujeitos à avaliação da conformidade,
os prazos a partir dos quais será exigida a Avaliação da Conformidade aos fabricantes, importadores,
atacadistas e varejistas e as normas técnicas NBR a que os produtos deverão atender.

A Avaliação da Conformidade é realizada pelo organismo de certificação credenciado pelo


Inmetro, auxiliado pelos laboratórios de ensaios. No caso do Inmetro, com todos os interessados
(regulador, produtores, laboratórios de ensaios credenciados e organismos certificadores),
elabora-se o Regulamento de Avaliação da Conformidade (RAC), no qual são estabelecidos
todos os procedimentos para a Avaliação da Conformidade. Na certificação compulsória, existe
a fiscalização por parte do regulador. Já na certificação voluntária, a relação é somente com o
organismo certificador, e com este são estabelecidos os procedimentos, a norma técnica a ser
utilizada, o laboratório e os custos envolvidos.

Em relação ao investimento, o custo varia de produto para produto, pois é incluído no


processo o custo do organismo certificador, seja para avaliação da fábrica, seja para análise da
documentação e definição das famílias de produtos. O custo do laboratório também varia muito,
pois a quantidade e a complexidade dos ensaios dependem dos requisitos estabelecidos pela
norma técnica específica.

É importante frisar que para todo Programa de Avaliação da Conformidade é fundamental


a utilização de normas técnicas brasileiras NBR atualizadas. De modo geral, a norma deve ser
revisada a cada cinco anos. Nas relações comerciais, também é importante que a base das normas
brasileiras seja elaborada conforme os padrões internacionais atualizados, para facilitar a aceitação
e a avaliação do produto a partir desses modelos. A norma técnica elaborada e revisada insere no
texto avanços tecnológicos, exigências que devem ser atendidas para a melhoria da segurança
do produto e/ou das instalações. Todo regulamento precisa citar a norma com base na qual se
realizará a Avaliação da Conformidade.
183
Unidade IV

Se um produto é definido pelo regulador como sujeito ao Programa de Avaliação da Conformidade


de certificação compulsória, as empresas fabricantes e as importadoras, independentemente de seu
porte e situação, estão obrigadas a aderir ao programa, caso contrário não poderão comercializar
seus produtos. Não existe qualquer restrição para que uma organização participe do programa, a não
ser atender ao documento legal, ou seja, ao RAC, e cumprir as prescrições do organismo certificador
acreditado ou designado.

Os organismos certificadores, ao outorgar a marca da conformidade, estão definindo os produtos


que poderão ser comercializados.

De acordo com o CBAC, no Brasil a produção certificada está atualmente agrupada em,
aproximadamente, 40 famílias de produtos com certificação compulsória, 80 produtos com
certificação voluntária, 12 famílias de produtos com etiquetagem, 5 tipos de serviços com
certificação compulsória e 6 tipos de serviços com certificação voluntária. De 1990 a 2004 foram
emitidos 15.328 certificados de sistemas conforme as normas da série ISO 9000. Com a publicação
da ISO 9000 versão 2000, os certificados válidos somam um total de 4.073. A concorrência
desleal é um dos fatores que contribuem para uma maior demanda de produtos com certificação
compulsória. A necessidade de se fortalecer o mercado interno bem como o fato de ser um
facilitador das exportações fizeram com que a demanda por certificação de produtos também
fosse incrementada, segundo o CBAC.

Nessa linha, a ABNT vem desenvolvendo programas de certificação de sistemas, produtos e serviços
em diversos segmentos industriais. Tida como o único Fórum de Normalização Nacional reconhecido
pelo governo, a atuação da ABNT na certificação tornou-se fundamental mecanismo para a melhoria das
normas técnicas brasileiras. Ante o setor de tubos e acessórios, a parceria com a ABNT vem demonstrando
a importância que o mercado dá ao processo de certificação.

Por ser um processo que demonstra à sociedade a melhoria da qualidade dos


produtos, sem dúvida é uma vantagem para as empresas ter seus produtos
certificados. Isto pode ser comprovado pelo aumento da demanda do setor
por certificações concedidas pela ABNT (LADVOCAT, 2010).

Saiba mais

O engenheiro civil Carlos Wengrover Rosa destaca com primazia as


vantagens da certificação e as dificuldades da não certificação. Para saber
mais a respeito leia a seguinte obra:

ROSA, C. W. CB-24: Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio.


Disponível em: <http://www.ppci.com.br/pdf/Mercofire2009Palestra.pdf>.
Acesso em: 18 mar. 2015.

184
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS E EXPLOSÃO

Resumo

Nesta unidade, abordamos os riscos de explosão e os devidos mecanismos


de prevenção contra incêndios.

Destacamos também os mais diversos tipos de espaços confinados,


ressaltando a importância das sinalizações de alerta, por exemplo, situação
perigosa, condição proibida ou qualquer sinal de perigo ou sintoma e
exposição a uma situação perigosa. Compreendemos o quão importante é ter
um vigia bem preparado para que ele possa tomar as devidas providências.

Apresentamos, ainda, algumas definições sobre os materiais e sistemas


de proteção contra incêndio e os testes e ensaios de certificação adequados.

Por fim, estudamos que as certificações não são apenas meras


exigências governamentais. Além de assegurar a qualidade dos produtos,
o quesito torna-se um diferencial do mercado, haja vista a própria
preocupação dos consumidores.

Exercícios

Questão 1. A combustão em que há desprendimento de violenta pressão nas paredes que a


confinam é a:

A) Espontânea.
B) Explosão.
C) Ativa.
D) Simples.
E) Pressurizada.

Resposta correta: alternativa B.

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: a combustão é resultado da mistura de gases ou partículas finamente divididas com


o ar em uma percentagem bem determinada – mistura explosiva ou detonante, propagando-se a uma
velocidade superior a 340 m/s.
185
Unidade IV

B) Alternativa correta.

Justificativa: a mistura tem de ocupar todo o espaço onde está contida e, no momento da explosão, provoca
uma elevação de temperatura ou de pressão (ou de ambas, simultaneamente) sobre todo o espaço confinante.
Usamos como combustível a gasolina, o álcool ou o diesel; combustão é o processo de obtenção de energia.

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: combustão ativa ou viva é aquela em que se produz luz e, vulgarmente, designa-se
por fogo. Neste caso, devido à mistura dos gases inflamados com o ar, forma-se a chama. No caso
dos sólidos, cuja combustão decorre à superfície, verifica-se a incandescência a partir da sua ignição
e também através da formação de brasas. Estas surgem quando o combustível já não liberta gases
suficientes para provocar chama. A combustão do carvão ilustra esses aspectos.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: a combustão simples é muito rápida, com propagação a uma velocidade inferior à do
som no ar (340 m/s).

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: combustão é o processo de obtenção de energia, portanto, não é pressurizada.

Questão 2. (TRF 2014) O propano (C3H8) misturado com butano, propileno, butileno e etanotiol
odorizante indica quando há vazamentos. Esta é a base do gás liquefeito de petróleo (GLP), também
conhecido como gás de cozinha, que possui uma vasta aplicação tanto doméstica como na indústria.
Os vazamentos precisam ser evitados, pois podem resultar em riscos catastróficos. Eles ocorrem por
descuidos no manuseio do recipiente, dos fornos ou dos aquecedores. As características do propano em
relação à segurança no seu uso, manuseio e armazenamento são:

A) Odoroso e incolor, tóxico, asfixiante, não anestésico e mais pesado que o ar; tende a se acumular
no ambiente e não se dissipa com facilidade.
B) Inodoro e incolor, tóxico, asfixiante, anestésico e mais leve que o ar; não se acumula no ambiente
e dissipa-se com facilidade.
C) Inodoro e incolor, não tóxico, asfixiante, anestésico e mais pesado que o ar; tende a acumular-se
no ambiente e não se dissipa com facilidade.
D) Odoroso e corado, não tóxico, asfixiante, anestésico e mais leve que o ar; não se acumula no
ambiente e dissipa-se com facilidade.
E) Inodoro e corado, não tóxico, asfixiante, anestésico e mais leve que o ar; não se acumula no
ambiente e dissipa-se com facilidade.

Resolução desta questão na plataforma


186
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1

BERTO, A. F. Medidas de proteção contra incêndio: aspectos fundamentais a serem considerados


no projeto arquitetônico dos edifícios, 1991. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de São Paulo, FAU-USP, São Paulo, 1991. p. 33.

Figura 2

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Medidas de proteção contra incêndio: aspectos
fundamentais a serem considerados no projeto arquitetônico dos edifícios, 1991. Dissertação (Mestrado)
– Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, FAU-USP, São Paulo, 1991. p. 35.

Figura 3

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14276: Brigadas de Incêndio –


requisitos. Rio de Janeiro, 2007.

Figura 4

ALVES, L. A. Análise dos programas de segurança contra incêndio em favelas na cidade de São Paulo.
São Paulo, 2014. f. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São
Paulo. São Paulo. 2014. p. 53.

Figura 5

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9077: Saída de emergências em


edifícios. Rio de Janeiro, 2001.

Figura 6

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9077: Saída de emergências em


edifícios. Rio de Janeiro, 2001.

Figura 12

TOMINA, J. C. et al. Proteção contra incêndio e explosões (apostila). Programa de Educação Continuada
– Escola Politécnica da USP. São Paulo, 2010. p. 23.

Figura 13

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Proteção contra incêndio e explosões


(apostila). Programa de Educação Continuada – Escola Politécnica da USP. São Paulo, 2010. p. 23.
187
Figura 14

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Proteção contra incêndio e explosões


(apostila). Programa de Educação Continuada – Escola Politécnica da USP. São Paulo, 2010. p. 28.

Figura 15

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Proteção contra incêndio e explosões


(apostila). Programa de Educação Continuada – Escola Politécnica da USP. São Paulo, 2010. p. 29.

Figura 16

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Proteção contra incêndio e explosões


(apostila). Programa de Educação Continuada – Escola Politécnica da USP. São Paulo, 2010. p. 29.

Figura 17

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Proteção contra incêndio e explosões


(apostila). Programa de Educação Continuada – Escola Politécnica da USP. São Paulo, 2010. p. 31.

Figura 18

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Proteção contra incêndio e explosões


(apostila). Programa de Educação Continuada – Escola Politécnica da USP. São Paulo, 2010. p. 32.

Figura 19

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Proteção contra incêndio e explosões


(apostila). Programa de Educação Continuada – Escola Politécnica da USP. São Paulo, 2010. p. 40.

Figura 20

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Proteção contra incêndio e explosões


(apostila). Programa de Educação Continuada – Escola Politécnica da USP. São Paulo, 2010. p. 46.

Figura 21

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Proteção contra incêndio e explosões


(apostila). Programa de Educação Continuada – Escola Politécnica da USP. São Paulo, 2010. p. 47.

Figura 22

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9077: Saída de emergências em


edifícios. Rio de Janeiro, 2001.
188
Figura 23

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9077: Saída de emergências em


edifícios. Rio de Janeiro, 2001.

Figura 24

SEITO, A. I. et al. A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 2008. p. 297.

Figura 25

TOMINA, J. C. et al. Proteção contra incêndio e explosões (apostila). Programa de Educação Continuada
– Escola Politécnica da USP. São Paulo, 2010. p. 55.

Figura 26

WILLIAMS, C. Automatic fire sprinkler systems: a good practice guide. Boca Raton: Taylor & Francis,
2009, p. 47.

Figura 27

WILLIAMS, C. Automatic fire sprinkler systems: a good practice guide. Boca Raton: Taylor & Francis,
2009, p. 49.

Figura 28

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13714: Sistemas de hidrantes e de


mangotinhos para combate a incêndio – Segurança contra incêndio. Rio de Janeiro, 2000.

Figura 29

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

Figura 30

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13714: Sistemas de hidrantes e de


mangotinhos para combate a incêndio – Segurança contra incêndio. Rio de Janeiro, 2000.

Figura 31

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

189
Figura 32

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

Figura 33

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

Figura 34

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

Figura 35

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

Figura 36

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

Figura 37

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

Figura 38

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

Figura 39

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

Figura 40

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.
190
Figura 41

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

Figura 42

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

Figura 43

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

Figura 44

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10897: Proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

REFERÊNCIAS

Textuais

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9442: Materiais de construção –


determinação do índice de propagação superficial de chama pelo método do painel radiante. Rio de
Janeiro, 1986.

___. NBR 14277: Instalações e equipamentos para treinamento de brigada de incêndio – requisitos.
Rio de Janeiro, 1999.

___. NBR 13714: Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio – Segurança contra
incêndio. Rio de Janeiro, 2000.

___. NBR 9077: Saída de emergências em edifícios. Rio de Janeiro, 2001.

___. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro,
2002.

___. NBR 14276: Brigadas de Incêndio – requisitos. Rio de Janeiro, 2007.

___. NBR 10897: Proteção contra incêndio por chuveiros automáticos. Rio de Janeiro, 2008.

___. NBR 15219: Planos de Emergência – Requisitos. Rio de Janeiro, 2013.


191
___. NBR 14880: Saídas de emergência em edifícios – Escada de Segurança – Controle de fumaça por
pressurização. Rio de Janeiro, 2014.

AMERICAN INSTITUTE OF CHEMICAL ENGINEERS. Center for Chemical Process Safety (AIChE-CCPS).
Guidelines for chemical process quantitative risk analysis. 2 ed. AIChE, 2000.

ALVES, L. A. Análise dos programas de segurança contra incêndio em favelas na cidade de São Paulo.
Dissertação (Mestrado) – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. São Paulo. 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES. Manual de prevenção e combate


de incêndio. 3 ed., São Paulo, 1982, v. 2. Disponível em: <http://www2.dbd.puc-rio.br/
arquivos/75000/75500/10_75530.htm?codBib=>. Acesso em: 30 mar. 2010.

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1995.

BERTO, A. F. Medidas de proteção contra incêndio: aspectos fundamentais a serem considerados


no projeto arquitetônico dos edifícios, 1991. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de São Paulo, FAU-USP, São Paulo, 1991.

BERTO, A. F.; TOMINA, J. C. Passarelas elevadas e outras rotas alternativas de fuga para a adaptação de
segurança contra incêndio de edifícios altos de escritório: tecnologia de edificações. São Paulo: Pini,
1998.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Operações. (CBO), 2010.


Disponível em: < file:///C:/Documents%20and%20Settings/SEPI_REVISAO/Meus%20documentos/
Downloads/CBO2002_Liv1.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2015.

___. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria GM nº 3.214, de 08 de junho de 1978. NR-20 –


Líquidos combustíveis e inflamáveis (120.000-3). Brasília: SIT/DSST. Disponível em: <http://www010.
dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/20.htm>. Acesso em: 19 mar. 2015.

___. Normas regulamentadoras. [s.d.]. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-


regulamentadoras-1.htm>. Acesso em: 20 mar. 2015.

___. Secretaria da Segurança Pública Corpo de Bombeiros Militar. Norma Técnica 02/2014. Conceitos
básicos de segurança contra incêndio. Disponível em: < http://www.bombeiros.go.gov.br/wp-content/
uploads/2014/03/nt-02_2014-conceitos-basicos-de-seguranca-contra-incendio1.pdf>. Acesso em: 16
mar. 2015.

CAMILLO JR., A. B. Manual de prevenção e combate a incêndio. 10. ed. São Paulo: Senac, 2008.

CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Instrução Técnica 17: Brigada
de incêndio. 2011.

192
DEL CARLO, U. A segurança contra incêndio no Brasil. In: SEITO, A. I. et al. A segurança contra incêndio
no Brasil. São Paulo: Projeto, 2008. p. 9-17.

FEDERAL EMERGENGY MANAGEMENT AGENCY. (FEMA) Emergency Management Guide for Business &
Industry of Federal Emergency Agency: a step-by-step approach to emergency planning, response and
recovery for companies of all sizes. 1995. Disponível em: <http://www.fema.gov/pdf/library/bizindst.
pdf>. Acesso em: 13 mar. 2015.

GOVERNO DO ESTADO DE SÂO PAULO. Polícia Militar do Estado de São Paulo. Instrução Técnica n° 11.
Cartilha de Orientações Básicas (COB). 2011.

INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Manual para Formação de


Brigadista de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais. 2010. Diretoria de Unidades de
Conservação de Proteção Integral. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/
images/stories/servicos/sejaumbrigadista.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2015.

INSTITUTO DE PESQUISAS TENCOLÓGICAS. Relatório Brasil Sem Chamas: 2ª etapa final. São Paulo.
2011.

GILL, A. A.; LEAL, O. L. E. Processo de elaboração de plano de emergência. In: ___. A segurança contra
incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto, 2008.

GONÇALVES, O. M.; FEITOSA, E. P. Sistemas de chuveiros automáticos: texto técnico. São Paulo: Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, 1998. Disponível em: <http://www.pcc.usp.br/files/text/
publications/TT_00019.pdf>. Acesso em: 18 mar. 2015.

LADVOCAT, G. Dossiê: rótulos, selos e certificações verdes. Ideia Sustentável, 18 out. 2010. Disponível
em: <http://www.ideiasustentavel.com.br/2010/10/rotulos-selos-e-certificacoes-verdes-2/>. Acesso
em: 15 mar. 2015.

LYRA, N. Legislação contra incêndios avançou pouco após caso Kiss. 24 jan. 2015. Disponível em:
<http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/legislacao-contra-incendios-avancou-pouco-apos-caso-kis
s,9fed7f8f7f21b410VgnVCM20000099ccebb>. Acesso em: 17 mar. 2015.

NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION (NFPA). STANDARD NFPA 1620: Recommended Practice for
Pre-incident Planning. Quincy: National Fire Protection Association, 1998.

PAULA, D. J. Requisitos e critérios mínimos de avaliação visando à liberação de uso e operação


dos sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos (sprinklers). São Paulo,
2014. Dissertação (Mestrado em Habitação: Planejamento e Tecnologia) – Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São Paulo. Área de concentração: Tecnologia em Construção de Edifícios.
São Paulo, 2014.

193
ROSA, C. W. CB-24: Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio. Disponível em: <http://www.ppci.
com.br/pdf/Mercofire2009Palestra.pdf>. Acesso em: 18 mar. 2015.

SÃO PAULO (Estado). Decreto n° 56.819, de 31 de agosto de 2010. Institui o Regulamento de


Segurança contra incêndio das edificações e áreas de riscos para fins da Lei n° 684, de 30 de setembro
de 1975, e estabelece outras providências. Diário Oficial, Poder Executivo, Seção I. São Paulo, 11 (166).
1º set. 2001. Disponível em: <http://www.legislacao.sp.gov.br/dg280202.nsf/5fb5269ed17b47ab83256c
fb00501469/96924b4128c4abcb83256c40003e7b22?OpenDocument>. Acesso em: 19 mar. 2015.

SEITO, A. I. et al. A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto, 2008.

TOMINA, J. C. et al. Proteção contra incêndio e explosões (apostila). Programa de Educação Continuada
– Escola Politécnica da USP. São Paulo, 2010.

WILLIAMS, C. Automatic fire sprinkler systems: a good practice guide. Boca Raton: Taylor & Francis, 2009.

Sites

<http://www.abntcatalogo.com.br>

<www.nfpa.org.br>

<http://www.prefeitura.sp.gov.br>

Exercícios

Unidade I – Questão 1: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO (TRT) DA 2a REGIÃO. Concurso Público


para provimento de cargos de Técnico Judiciário – Área Administrativa 2014: Conhecimentos
específicos. Questão 57. Disponível em: < https://arquivo.pciconcursos.com.br/provas/20012397/
db591538c9cc/prova_l12_tipo_001.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2017.

Unidade I – Questão 2: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO (TRT) DA 2a REGIÃO. Concurso Público


para provimento de cargos de Técnico Judiciário – Área Administrativa – Especialidade Segurança
2014: Conhecimentos específicos. Questão 60. Disponível em: < https://arquivo.pciconcursos.com.br/
provas/20012397/db591538c9cc/prova_l12_tipo_001.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2017.

Unidade II – Questão 1: CESGRANRIO. Engenheiro de Segurança Júnior 2011: Conhecimentos específicos.


Questão 69. Disponível em: < https://arquivo.pciconcursos.com.br/provas/15590892/80b43b03b4fb/
prova_15_engenheiro_a_de_seguran_a_de_trabalho_j_nior.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2017.

Unidade II – Questão 2: TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL (TRF) DA 4a REGIÃO. Concurso Público para
provimento de cargos de Técnico Judiciário – Área Administrativa – Especialidade Segurança e Transporte
2010: Conhecimentos específicos. Questão 40. Disponível em: < https://arquivo.pciconcursos.com.br/
provas/14432553/2ff2ce71d25f/prova_p_tipo_001.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2017.
194
Unidade III – Questão 1: TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL (TRF) DA 1a REGIÃO. Concurso Público para
provimento de cargos de Técnico Judiciário – Área Administrativa – Especialidade Segurança e Transporte
2011: Conhecimentos específicos. Questão 47. Disponível em: < https://arquivo.pciconcursos.com.br/
provas/15678307/b9ca0a51d0c2/prova_ts_tipo_001.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2017.

Unidade III – Questão 2: CESGRANRIO. Técnico de Segurança Júnior 2014: Conhecimentos específicos.
Questão 30. Disponível em: <https://s3.amazonaws.com/files-s3.iesde.com.br/resolucaoq/prova/
prova/37111.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2017.

Unidade IV – Questão 2: TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL (TRF) DA 3a REGIÃO. Concurso Público para
provimento de cargos de Técnico Judiciário – Área Apoio Especializado – Segurança do Trabalho 2010:
Administração. Questão 21. Disponível em: <file:///C:/Users/Unip/Downloads/prova-tecnico-judiciario-
seguranca-do-trabalho-tipo-001.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2017.

195
196
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

Você também pode gostar