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João Emílio

ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

OBJECTIVOS DO MÓDULO:

Conhecer os critérios básicos para a classificação das zonas sujeitas a


atmosferas potencialmente explosivas;

Identificar e caracterizar os modos de protecção dos equipamentos eléctricos


utilizados em áreas explosivas;

Conhecer a marcação ATEX e marcação adicional dos equipamentos para


atmosferas explosivas.
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

ATMOSFERA EXPLOSIVA

Mistura de substâncias inflamáveis, sob a forma de gases, vapores, névoas


ou poeiras com o ar, em condições atmosféricas, na qual, após a ignição, a
combustão se propague a toda a mistura não queimada.

Na presença de poeiras, nem sempre toda a


poeira existente é consumida pela combustão.
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EXEMPLOS DE ZONAS PERIGOSAS

Zonas no convés ou espaços semi-fechados no convés localizadas:


até 3 metros das aberturas dos tanques, das flanges dos encanamentos de
carga, das válvulas de carga ou das aberturas para espaços perigosos
contendo fontes de gás;
até 4,5 metros das aberturas de ventilação das casas das bombas ou dos
compressores de carga;
até 9 metros das válvulas de segurança dos tanques de carga.
Zonas acima da área de carga e até 3 metros para vante e para ré da área de
carga no convés, até uma altura de 2,4 metros acima do mesmo.
Zonas até 2,4 metros da superfície exterior de um sistema de carga
contentorizado quando essa superfície se encontra exposta ao tempo.
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ESPAÇOS PERIGOSOS

São classificados como espaços perigosos os seguintes locais:

• Tanques de produto
• Espaços de armazenamento
• Espaços adjacentes aos tanques de produto
• Casas de bombas e compressores de movimentação de produtos
• Espaços com encanamentos, recipientes e equipamentos relacionados com as
operações de movimentação, p.ex: casas de mangueiras contaminadas ou outros
equipamentos e meios utilizados para movimentação dos produtos
• Espaços confinados ou semi-confinados que possuam uma abertura directa para
qualquer zona ou espaço perigoso
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PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES


A substituição do oxigénio atmosférico, através de processos de inertização,
apesar de constituir uma medida eficaz em muitas situações, não pode ser uma
opção para espaços habitáveis.

Por esse motivo, as medidas disponíveis para locais desse tipo limitam-se a:
Evitar ou restringir a utilização de substâncias capazes de originar atmosferas
potencialmente explosivas.
Evitar ou restringir a libertação de substâncias inflamáveis e consequentemente a
formação de misturas explosivas, tanto dentro como em redor dos espaços e
equipamentos, através da:

Limitação da sua concentração;


Utilização de equipamentos dotados de envolventes preenchidas com
substâncias inertes;
Usando ventilação natural ou forçada;
Monitorização das concentrações através de equipamentos e sistemas de
detecção que produzam alarme e/ou cortem o fornecimento de energia.
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PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES

Quando se torna inevitável a utilização de equipamentos eléctricos em locais


onde possam ocorrer gases ou vapores em quantidades e concentrações que
possam tornar a atmosfera inflamável ou explosiva, deve-se em primeiro lugar
ponderar a possibilidade de:

Eliminar a probabilidade de ocorrência da mistura inflamável

Eliminar as possíveis fontes de ignição

Quando isso não seja viável, devem-se tomar medidas conducentes à redução da
probabilidade de ocorrência de um ou de ambos os factores, para que a essa
probabilidade seja tão baixa quanto o necessário.
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PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES

Do conjunto de medidas de protecção que devem ser tomadas, com vista à


minimização dos riscos de explosão ou inflamação, a classificação de zonas perigosas
constitui um instrumento essencial para a definição dos tipos de equipamentos
eléctricos e respectivos modos de protecção que podem ser utilizados ou instalados
neste tipo de locais.
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PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES


De forma a evitar as explosões e minimizar as consequências a elas associadas, devem
ser adoptadas precauções efectivas de protecção contra explosões.
O princípio da protecção integrada contra explosões requer que as medidas sejam
consideradas pela seguinte ordem:

Evitar a formação de
uma atmosfera
explosiva

1
Prevenir a ignição

2
Limitar os efeitos de
uma explosão a um
nível aceitável

3
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PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES

Evitar a formação de
uma atmosfera
explosiva Medidas destinadas a
Protecção
primária
1 prevenir a formação
de atmosferas
explosivas.
Prevenir a ignição

2
Limitar os efeitos de
uma explosão a um
nível aceitável

João Emílio
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES

Evitar a formação de
uma atmosfera
explosiva

1
Prevenir a ignição

2
Medidas para
Limitar os efeitos de restringir os efeitos
Protecção uma explosão a um de uma explosão a
secundária nível aceitável um nível
3 insignificante.
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CLASSIFICAÇÃO DE ZONAS PERIGOSAS

Factores relevantes para a classificação e definição da extensão das zonas


caudal da libertação;
velocidade de escape;
concentração dos gases e vapores;
ventilação;
restrições à circulação do ar;
limite inferior de explosividade (LIE);
Em regra, os mais relevantes
flashpoint;
ponto de ebulição;
temperatura de ignição;
pressão e densidade do vapor;
grupo de explosão;
classe de temperatura;
temperatura e pressão dos fluidos.
KG / KST
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PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES

EXPLOSIVIDADE

limite inferior limite superior


de explosidade de explosividade
LEL UEL

zona de
mistura pobre mistura demasiado rica
inflamabilidade

0% 1% Percentagem de vapores HC no ar 100 %

0% 100%
leitura no
explosímetro Valor convencionado para misturas de vapores de
hidrocarbonetos
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PROTECÇÃO CONTRA EXPLOSÕES

LIMITES DE INFLAMABILIDADE DE DERIVADOS DE PETRÓLEO

LIMITES DE EXPLOSIVIDADE
INFERIOR SUPERIOR DENSIDADE
PRODUTO LEL (% Vol) UEL (% Vol) (ar = 1)

METANO (CH4) 5.0 14.0 0.55


ETANO (C2H6) 3.0 12.5 1.04
PROPANO (C3H8) 2.12 9.3 1.56
BUTANO (C4H10) 1.86 8.4 2.05
PENTANO (C5H12) 1.40 7.8 2.48
HEXANO (C6H14) 1.18 7.4 2.79
HEPTANO (C7H16) 1.10 6.7 3.46
OCTANO (C8H18) 1.00 ---- 3.90
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ZONA DE INFLAMABILIDADE
COMBUSTÍVEL CONCENTRAÇÃO DE GÁS EM MISTURA COM O AR

ACETILENO
ACETONA
ÁLCOOL ETÍLICO
ÁLCOOL METÍLICO
AMONÍACO
BENZENO
BENZINA
BUTANO
GASOLINA
GÁS SULFÍDRICO
HIDROGÉNIO
METANO
MONÓXIDO DE CARBONO
PROPANO
VERNIZ CELULOSO
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 %
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CARACTERÍSTICAS DE INFLAMABILIDADE

Ponto de Inflamação (FLASHPOINT)


Temperatura mínima a que se forma uma quantidade suficiente de vapores para originar uma
mistura inflamável

Temperatura de Combustão (FIRE POINT)


Temperatura mínima a que se forma uma mistura suficiente de vapores para que a combustão se
faça de forma contínua

Temperatura de Ignição (IGNITION TEMPERATURE)


Temperatura mínima à qual os vapores se inflamam espontaneamente
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EXPLOSÕES VS COMBUSTÕES

Combustão
Em espaço aberto Æ Chamas + Calor + Fumos + Gases
Em espaço fechado Æ Chamas + Calor + Fumos + Gases + Pressão

Aspectos a ter em conta na combustão de gases e vapores:


• Concentração;
• Teor de comburente;
• Quantidade de energia de ignição.

Aspectos a ter em conta na combustão e explosão de poeiras e neblinas:


• Concentração da matéria inflamável;
• Teor de comburente;
• Quantidade de energia de ignição;
• Dimensão das partículas de matéria inflamável.
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EFEITOS DE UMA EXPLOSÃO

Pressão até 10 bar - Duração máxima 300 ms


• Rotura de recipientes;
• Projecção de materiais;
• Onda de pressão;
• Calor;
• Chamas;
• Explosões secundárias; (mais importante em poeiras)
• Produtos tóxicos.
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TIPOS DE EXPLOSÕES

• Explosão – Combustão confinada, muito rápida ≈ 200 ms, com geração de calor,
chamas, e pressão ≈ 10 bar
• Deflagração – Propaga-se a uma velocidade subsónica, ≈ 300 m/s, P ≈ 10 bar
• Detonação - Propaga-se a uma velocidade supersónica, ≈ 2 000 m/s, P ≈ 100 bar
• Explosão secundária – Causada por uma explosão anterior. Geralmente resulta
numa detonação.
• Explosão atmosférica – Expansão a um grande volume. P ≈ 30 mbar
• Combustão prolongada – Chamas a ocorrer num ponto que podem originar uma
explosão.
• Decomposição – Não é uma combustão. Não implica a existência de Oxigénio.
• Reacção química exotérmica (runaway)
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DEFLAGRAÇÃO vs DETONAÇÃO

P [bar] 10 100

V [m/s] 300 2000

Frente de chama
Frente de chamas
Onda de pressão e pressão
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DEFLAGRAÇÃO vs DETONAÇÃO

A onda de pressão liga-se à chama

V [m/s]
P [bar]

V
2000 100

1
10 20 70 80 90 100 110

DEFLAGRAÇÃO DETONAÇÃO
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EXPLOSÃO SECUNDÁRIA

Frente de
chamas

P0 = 1 bara P0 >1 barg até 11 barg

PF >1 barg até 100 barg

A explosão secundária (detonação) é causada por uma primeira explosão.


Verifica-se o aumento da pressão e da temperatura no segundo recipiente
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CARACTERIZAÇÃO DO RISCO DE EXPLOSÃO


Gases, vapores e poeiras
A violência de uma explosão em espaço fechado (V 1 litro) está associado às
seguintes grandezas:

Pressão máxima Pmax [ bar ]

⎛ dP ⎞
Velocidade máxima de aumento de pressão ⎜ ⎟ [ bar . s-1 ]
⎝ dt ⎠ max
A lei cúbica estabelece que o produto da velocidade máxima de aumento de pressão
pela raíz cúbica do volume é constante KG (gases e vapores) KST (poeiras)
⎛ dP ⎞ 3
⎜ ⎟ V = K G (gases e vapores) ou K ST (poeiras) [ bar . m . s-1 ]
⎝ dt ⎠ max
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CARACTERIZAÇÃO DO RISCO DE EXPLOSÃO

A Pmáx e a Vmax de aumento de pressão dependem de:


• Forma do recipiente;
• Turbulência;
• Pressão no momento da inflamação;
• Afastamento em relação à concentração estequiométrica;
• Quantidade de pontos de inflamação.

KG
Hidrogénio 550 bar.m.s-1

75 bar.m.s-1 em situação de repouso ou fluxo


laminar num encanamento
Propano e solventes
200 bar.m.s-1 em situação de turbulência
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CARACTERIZAÇÃO DO RISCO DE EXPLOSÃO


O coeficiente de explosão de uma poeira em particular pode ser determinado
experimentalmente por testes.

Uma amostra padrão de poeira é injetada por ar comprimido em um vaso esférico de


pressão e girado em uma dispersão uniforme. Um dispositivo de ignição de faísca da
abertura, no centro do vaso, é usado para produzir uma explosão e o valor máximo da
pressão de explosão e a taxa de aumento da pressão são medidos.

Os resultados são então classificados em três classes de explosão dependendo da


taxa de aumento da pressão no valor KST:

Classe de KST
Explosão da Poeira [ bar / m ⋅ seg ] Características
0 0 Não há risco de explosão

1 0 - 200 Explosão fraca

2 200 - 300 Explosão forte

3 > 300 Explosão muito forte


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FONTES DE LIBERTAÇÃO
Exemplos

Grau contínuo
A libertação de gases ou vapores verifica-se de forma Superfície de um líquido
contínua ou, presumivelmente durante longos períodos inflamável num tanque
ou ainda, por curtos períodos mas com elevada permanentemente aberto
frequência. para a atmosfera.

Grau primário Bucins de bombas,


Probabilidade da libertação se verificar de forma periódica compressores ou válvulas;
ou ocasionalmente durante as operações normais. Pontos de drenagem de
reservatórios de líquidos
Grau secundário inflamáveis; Pontos de
Não se prevê a libertação de gases ou vapores recolha de amostras;
combustíveis, para a atmosfera durante as operações Válvulas de alívio, de
normais e, se a libertação se verificar, possui carácter ventilação e outras
esporádico ou durante curtos períodos. aberturas.
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Condições básicas para a instalação ou utilização de equipamentos


eléctricos em atmosferas potencialmente explosivas

A instalação e/ou utilização de equipamentos eléctricos em locais sujeitos à


presença de gases ou vapores inflamáveis, obedece às regras e recomendações
para as instalações industriais, devendo verificar em simultâneo os seguintes
critérios:

Classificação das zonas


Classe de temperatura
Grupo de explosão do equipamento
Condições ambientais
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CLASSE DE TEMPERATURA

IEC - BS Temperatura Máxima


CENELEC de Superfície (ºC)

T1 450

T2 300
A Temperatura Máxima de
Superfície é a máxima
T3 200 temperatura atingida em
qualquer ponto do equipamento
que esteja em contacto directo
T4 135 com a atmosfera exterior

T5 100

T6 85
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CAMPO DE APLICAÇÃO

CLASSE “T”
AUTO-INFLAMAÇÃO T1 T2 T3 T4 T5 T6
DO GÁS (Tº) 450 ºC 300 ºC 200 ºC 135 ºC 100 ºC 85 ºC

85ºC ≤ Tº ≤ 100ºC

100ºC < Tº ≤ 135ºC

135ºC < Tº ≤ 200ºC

200ºC < Tº ≤ 300ºC

300ºC < Tº ≤ 450ºC

450ºC < Tº
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GRUPOS DE EXPLOSÃO

Grupo I – Para minas sujeitas a grisu


Grupo IIA – (grupo do propano)
Grupo IIB – (grupo do etileno)
Grupo IIC – (grupo do hidrogénio)

No caso dos dispositivos de protecção d, i ou q


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5A

GRUPOS DE EXPLOSÃO 2A
Equipamentos de segurança I Metano
intrínseca IIA Propano
1A
IIB Etileno

C orrente mA
500

M ínima de Hidrogénio IIC

I gnição
200

100
CMI
50

20

10
10 20 50 100 200 500 V
para circuitos resistivos
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GRUPOS DE EXPLOSÃO
Equipamentos de segurança
intrínseca

CMI
Grupo CMI CH4 micro Joules

I 1 280
IIA > 0,8 250
IIB > 0,45 < 0,8 96
IIC < 0,45 20

Classificação de acordo com a relação entre a


Corrente Mínima de Ignição do gás e a do Metano
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GRUPOS DE EXPLOSÃO
Invólucro anti-deflagrante
Grupo I – IEMS superior a 1.14 mm (metano)
Grupo IIA – IEMS superior a 0.9 mm (propano)
Grupo IIB – IEMS superior a 0.65 e inferior a 0.9 mm (etileno)
Grupo IIC – IEMS inferior ou igual a 0.35 (hidrogénio)

IEMS - Interstício Experimental Máximo de Segurança de uma mistura explosiva

É o menor interstício de uma junta de 25 mm de largura que impede toda a


transmissão de uma explosão no decurso de 10 ensaios efectuados nas condições
prescritas na IEC 79
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ATEX – Requisitos legais

A avaliação de riscos e o seu controle constitui não só um requisito legal


mas também um factor crítico para a segurança das instalações.

A legislação portuguesa através do DL n.º 236/2003, de 30 de


Setembro, transpõe a directiva europeia n.º 1999/92/CE, relativa às
prescrições mínimas de protecção e segurança dos trabalhadores
expostos a riscos derivados de atmosferas explosivas.

Por outro lado, a directiva nº 94 / 9 / CE (Directiva ATEX) transposta


para a legislação nacional pelos DL 112/96, de 5 de Agosto e Portaria
n.º 341 / 97 de 21 de Maio, especificam as condições a que devem
obedecer os equipamentos eléctricos ou mecânicos a utilizar em
atmosferas potencialmente explosivas.
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ATEX – Visão geral

Prevenir e proteger contra explosões através:


• Avaliação de riscos;
• Classificação de zonas;
• Medidas técnicas e organizativas;
• Coordenação;
• Avaliação residual.

Documento de protecção contra explosões


• São documentados os dados anteriores;
• São actualizadas as alterações.
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GRUPOS DE EQUIPAMENTOS

Grupo I – Aparelhos destinados a trabalhos subterrâneos em minas e às


respectivas instalações de superfície sujeitas a grisu e/ou poeiras
combustíveis.

Grupo II – Aparelhos a utilizar noutros locais susceptíveis de serem postos


em perigo por atmosferas explosivas.
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GRUPOS E CATEGORIAS

Grupo I Categoria M1
Os produtos desta categoria devem permanecer funcionais por razões de
segurança quando se verifica a presença de uma atmosfera explosiva e
quando esta se caracteriza por medidas de protecção de explosão integradas
que funcionam de tal forma que:
Caso se verifique um defeito de uma das medidas integradas, pelo menos um
segundo meio de protecção assegure um nível de segurança suficiente, ou;
• Caso se verifique a ocorrência de dois defeitos, independentes um do outro,
seja garantido um nível de segurança suficiente.

Grupo I Categoria M2
Nestes produtos, a alimentação de energia deve poder ser interrompida na
ocorrência de uma atmosfera explosiva
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GRUPOS E CATEGORIAS

Grupo II Categoria 1
Inclui produtos dotados da capacidade de manter os parâmetros de
funcionamento declarados pelo fabricante e garantir um nível de
segurança muito elevado, tendo em conta a utilização prevista em áreas
nas quais é muito provável que se verifiquem e que estejam sempre
presentes, durante largos períodos ou frequentemente, atmosferas
explosivas.
Os aparelhos desta categoria caracterizam-se pela integração de medidas de
protecção contra riscos de explosão que funcionam de tal forma que:
• Caso se verifique o defeito de um mas medidas integradas, pelo menos
um segundo meio independente de protecção, assegure um nível de
segurança suficiente; ou,
• Caso se verifiquem dois defeitos, independentes, seja garantido um nível
de segurança suficiente.
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GRUPOS E CATEGORIAS

Grupo II Categoria 2
Inclui produtos dotados da capacidade de manter os parâmetros de
funcionamento declarados pelo fabricante e garantir um elevado nível de
protecção, tendo em conta a utilização prevista em áreas onde seja provável a
ocorrência de atmosferas explosivas.

A protecção contra explosão relativa a esta categoria deve funcionar de tal


forma que providencie um nível de segurança suficiente mesmo no caso de
aparelhos que registem defeitos de funcionamento ou face a condições de
funcionamento perigosas que normalmente devam ser consideradas.

Grupo II Categoria 3
Inclui produtos dotados da capacidade de manter os parâmetros de
funcionamento declarados pelo fabricante e garantir um nível de protecção
normal, tendo em conta a utilização prevista em áreas onde seja menos
provável a ocorrência de atmosferas explosivas ou de forma menos frequente e
durante um curto período.
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CATEGORIAS (síntese)

Categoria 1
Equipamento para áreas onde a atmosfera explosiva é permanente,
subsiste por longos períodos ou surge com frequência

Categoria 2
Equipamento para áreas onde a atmosfera explosiva pode ocorrer
em condições normais de operação devendo assegurar um elevado
nível de protecção

Categoria 3
Equipamento para áreas onde não é provável a ocorrência de uma
atmosfera explosiva em condições normais de operação devendo
assegurar um nível de protecção normal
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CLASSIFICAÇÃO DE ZONAS
CEI / IEC 79-10 : 1995

Região na qual uma atmosfera gasosa explosiva está


Zona 0 presente em permanência, ou durante longos períodos

Região na qual é provável o surgimento de uma atmosfera


Zona 1 gasosa explosiva em operação normal

Região na qual é baixa a probabilidade de ocorrência de


uma atmosfera gasosa explosiva em operação normal ou,
Zona 2 se ocorrer, será de forma pouco frequente e por curtos
períodos de tempo.
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CLASSIFICAÇÃO DE ZONAS

Exemplo de aplicação ao porto de Sines


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

CLASSIFICAÇÃO DE ZONAS

A existência de uma
fossa aberta para
contenção de derrames
onde existem, em
permanência ou durante Zona 0
longos períodos,
produtos inflamáveis
implica que o local seja
classificado como Zona 0
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Zona 0 Zona 1 Zona 2

Nesta área situam-se diversos


equipamentos que, durante as Esta área circunda um tanque
operações de descarga do navio Zonas 1 horizontal elevado que possui
existe uma elevada probabilidade válvulas de alívio de pressão
de libertação de vapores
inflamáveis
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Zona 0 Zona 1 Zona 2

Zona 2
Área circundante das zonas de
implantação dos equipamentos e
esteira de tubagem onde a
probabilidade de ocorrência de
libertação de vapores inflamáveis é
baixa.
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Zona 0 Zona 1 Zona 2


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Zona 0 Zona 1 Zona 2


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Zona 0 Zona 1 Zona 2

Fossa de contenção de derrames


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Zona 0 Zona 1 Zona 2

VENTILAÇÃO FONTE DE PRODUTO


LIBERTAÇÃO

TIPO GRAU DISPONIBILIDADE GRAU FLASHPOINT DENSIDADE


DO VAPOR

INFERIOR ÀS
TEMPERATURAS SUPERIOR
NATURAL ELEVADO BOA SECUNDÁRIO
DE PROCESSO À DO AR
E AMBIENTE
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Zona 0 Zona 1 Zona 2


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Zona 0 Zona 1 Zona 2

As cotas dependem de:


Características do produto;
Topografia do local;
Temperaturas e pressões de movimentação
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Zona 0 Zona 1 Zona 2

VENTILAÇÃO FONTE DE PRODUTO


LIBERTAÇÃO

TIPO GRAU DISPONIBILIDADE GRAU FLASHPOINT DENSIDADE


DO VAPOR

INFERIOR ÀS
TEMPERATURAS SUPERIOR
NATURAL MÉDIO BOA SECUNDÁRIO
DE PROCESSO À DO AR
E AMBIENTE
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Zona 0 Zona 1 Zona 2


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Zona 0 Zona 1 Zona 2


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

CLASSIFICAÇÃO DAS ZONAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS


De acordo com o anexo II secção A da directiva 1999/92/EC
em conjugação com o anexo I da directiva 94/9/EC.

Gases, Vapores
e Neblinas Poeiras Caracterização

Atmosfera explosiva continuamente presente ou


Zona 0 Zona 20 presente durante períodos prolongados
Categoria 1 G Categoria 1 D (tipicamente superiores a 1000 horas/ano)

Atmosfera explosiva susceptível de se formar


Zona 1 Zona 21 em condições normais de operação
Categoria 2 G Categoria 2 D (tipicamente entre 10 e 1000 horas/ano)

Atmosfera explosiva cuja formação é pouco


Zona 2 Zona 22 provável em condições normais de operação,
Categoria 3 G Categoria 3 D mas que a ocorrer estará apenas presente por
períodos muito curtos.
(tipicamente inferiores a 10 horas/ano)
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Directiva ATEX
Grupos e Categorias

Grupo I Grupo II
Minas Indústrias de superfície

Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3

M1 M2

G D G D G D

Categoria 1 : para Zona 0 ou 20


Categoria 2 : para Zona 1 ou 21
Categoria 3 : para Zona 2 ou 22
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

MODOS DE PROTECÇÃO

Anti-deflagrante ‘d’
Segurança aumentada ‘e’
Sobrepressão interna ‘p’
Imersão em óleo ‘o’
Dieléctrico especial
Imersão em pó ‘q’
Todas as áreas ‘ia’
Segurança intrínseca
Atmosfera explosiva não permanente ‘ib’
Encapsulagem ‘m’
Respiração restringida ‘n’
Selagem hermética ‘h’

Protecção especial ‘s’


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Protecção anti-deflagrante ‘d’

A envolvente do equipamento é capaz de suportar a explosão interna de uma mistura


inflamável que haja penetrado no seu interior, sem sofrer avaria na sua estrutura e sem
transmitir a inflamação interna através de juntas ou outras comunicações à atmosfera
explosiva exterior constituída por quaisquer gases ou vapores para os quais foi
projectada.

O invólucro, não impede o acesso das misturas inflamáveis exteriores ao interior.

O equipamento eléctrico pode gerar dentro da envolvente um faísca, arco eléctrico ou


temperatura que pode inflamar a atmosfera interna, mas a envolvente é construída de
tal modo que resiste aos esforços gerados pela explosão e é capaz de impedir a
transmissão da explosão ao exterior.

Nenhuma parte externa da envolvente atinge uma temperatura superior à temperatura


necessária para a inflamação da atmosfera circundante.
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Sobrepressão interna ‘p’

Os componentes eléctricos são instalados numa caixa, compartimento ou sala


onde a entrada da atmosfera exterior fica impedida devido a uma pressão interna
mais elevada. Essa atmosfera interna pode ser constituída por ar aspirado a partir
de um local seguro ou por um gás inerte. Desta forma existe sempre uma entrada
para o ar ou gás inerte e outra para o escape contínuo desse ar ou gás.

O valor da sobrepressão interna não deve ser inferior a 50 Pa (0.5 mBar).


Esta pressurização deve ser controlada de forma permanente, devendo existir um
sistema de alarme e/ou corte automático dos circuitos que actue no caso de se
verificar uma falha no sistema de pressurização.
Este tipo de protecção aplica-se normalmente a equipamentos de potência
elevada, equipamentos eléctricos ou electrónicos convencionais de grande
dimensão e a salas de controlo.
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Segurança aumentada ‘e’


Utiliza precauções especiais para evitar, aquecimentos inadmissíveis ou o surgimento
de arcos eléctricos ou faíscas em equipamentos que em serviço normal não as
produzem.

Por este motivo não é aplicável a materiais ou dispositivos que em serviço normal
produzam arcos ou faíscas como é o caso dos interruptores ou motores com escovas,
nem em componentes semi-condutores em que não se possa garantir a limitação de
temperatura com margem de segurança adequada.

Este modo de protecção é limitado aos dispositivos com enrolamentos


como é o caso de:

transformadores; elementos de ligação;


motores assíncronos; armaduras de iluminação;
Electroímans; sistemas de aquecimento.
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Segurança aumentada ‘e’

Factores considerados

• Distância mínima entre as partes condutoras;


• Classe dos isolamentos;
• Temperatura dos isolamentos e enrolamentos;
• Protecção contra ingresso (mín. IP-54);
• Rigidez dieléctrica;
• Envelhecimento dos materiais plásticos;
• Terminais de ligação (dimensão e aperto);
• Folga entre o rotor e o estator, linhas de corrente superficiais, selecção dos
isolamentos, sobreaquecimentos, faíscas, etc. nos motores de gaiola.
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Dieléctrico especial
Imersão em óleo ‘o’
Pressupõe que a protecção do material eléctrico se realiza de forma a que os
gases ou vapores inflamáveis, que se encontram acima do nível do óleo e no
exterior da envolvente, não possam inflamar-se.
Nestes equipamentos, todas as partes activas são inteiramente mergulhadas
num óleo isolante de forma a que a atmosfera explosiva exterior não possa
entrar em contacto com essas partes activas.

Imersão em pó ‘q’
A protecção por imersão em pó ou isolamento pulverolento é aquela em que as
partes sob tensão se encontram completamente submersas numa massa
isolante em forma de pó, tal como areia de quartzo ou outro material de
características semelhantes do ponto de vista da rigidez dieléctrica.

Este modo de protecção aplica-se normalmente em condensadores.


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Segurança intrínseca ‘i’


Qualquer faísca ou arco eléctrico que se possa produzir, normal ou acidentalmente, é
incapaz de provocar, nas condições de ensaio prescritas, a ignição da mistura explosiva
para a qual o circuito ou parte do circuito foi projectado.
Como em geral as energias de activação são muito baixas, este modo de protecção
restringe-se a circuitos eléctricos ou electrónicos de baixa potência, sejam eles resistivos,
indutivos, capacitivos ou mistos.
Recorre a diversos métodos para evitar que as descargas eléctricas entre contactos,
resultantes do funcionamento normal da instalação, atinjam valores de energia suficientes
para provocar a ignição de uma atmosfera explosiva envolvente.
A parte protegida de um circuito deve estar isolada de circuitos desprotegidos por forma a
impossibilitar que possam vir a receber energia dos mesmos.
A protecção intrínseca consegue-se, reduzindo os valores de carga através, por exemplo,
da utilização de elementos semi-condutores.
De uma forma geral, podemos dizer que um equipamento de segurança intrínseca, deverá
possuir uma tensão, corrente, indutância e capacidade muito baixas.
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Segurança intrínseca ‘i’

Classes de materiais Ex i

Materiais eléctricos nos quais todos os circuitos são


de segurança intrínseca como sejam os telefones de
indução, analisadores de gases, etc.;

Materiais eléctricos associados, nos quais alguns


circuitos não são de segurança intrínseca.
Possuindo uma barreira de segurança situada fora
da zona perigosa, criada através de relés ou diodos
zener;
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Segurança intrínseca ‘i’

Categoria “ib”
Utilizada apenas em áreas onde a atmosfera explosiva não é permanente. A protecção
mantém-se em caso de falha, com um coeficiente de segurança K=1.5
Categoria “ia”
Utilizada em todas as áreas perigosas. A protecção mantém-se com uma falha, com um
coeficiente de segurança K=1.5 e K=1 com duas falhas simultâneas.
Nestes casos, falha significa uma falta de qualquer componente ou defeito de ligação
entre componentes. As resistências consideram-se infalíveis.
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Encapsulagem ‘m’

Neste modo de protecção as partes sob tensão encontram-se situadas no seio de uma
resina suficientemente resistente às solicitações externas de tal forma que uma atmosfera
explosiva não possa inflamar-se nem devido a faíscas nem por sobreaquecimentos que se
possam verificar no interior do encapsulado.

É um modo de protecção em que existe uma barreira física entre os pontos passíveis de
gerar energias de activação e a atmosfera explosiva.

Este modo de protecção caracteriza-se por não necessitar de manutenção já que os


equipamentos dotados desta protecção formam um conjunto monolítico e em geral sem
possibilidade de reparação.
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Respiração restringida ‘n’


Modo de protecção aplicado a um material eléctrico de modo que em funcionamento
normal não seja capaz de inflamar uma atmosfera explosiva circundante nem apresentar,
de modo provável, um defeito capaz de provocar a inflamação.

Este modo de protecção é baseado no desenho dos equipamentos eléctricos similares de


segurança aumentada, sendo contudo menos exigente por forma a a constituir uma
alternativa mais económica para instalações em Zona 2.

Selagem hermética ‘h’


Modo de protecção aplicado às possíveis fontes de ignição, as quais se encontram
encerradas numa envolvente hermética e dispondo de resistência mecânica adequada.

Este modo de protecção não se encontra normalizado na actualidade.


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Protecção especial ‘s’

O modo de protecção especial refere-se a um conceito, que pela sua natureza não cumpre
com os requisitos especificados nas normas.

As características para utilização em atmosferas inflamáveis ou explosivas são, quando


necessário, reconhecidas através de testes de forma a garantir a sua aplicabilidade às
zonas para as quais foi concebido.
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Classificação dos modos de protecção

Cada modo de protecção eléctrica pode ser classificado quanto ao


princípio em que se baseia:

Evita as causas de ignição;

Evita a transmissão da explosão;

Evita o contacto entre a atmosfera explosiva e o equipamento eléctrico;

Baseados em condições especiais


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

ATMOSFERA EXPLOSIVA
Evita as causas de
ignição Segurança intrínseca ‘i’

Segurança aumentada ‘e’

Evita o contacto entre a


atmosfera explosiva e o Sobrepressão interna ‘p’
equipamento eléctrico

Imersão em pó ‘q’

Imersão em óleo ‘o’

Encapsulagem ‘m’
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

ATMOSFERA EXPLOSIVA

Evita a transmissão da
explosão Envolvente antideflagrante ‘d’

Evita as causas da
ignição eléctrica ‘n’ (Zona 2)

Evita o contacto entre a


atmosfera explosiva e o Selagem hermética ‘h’ (Zona 2)
equipamento

Condições especiais

? Protecção especial ‘s’


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação adicional (exemplos)

Ex d IIA T3
Possui invólucro anti-deflagrante ‘d’, obedece aos requisitos do grupo de
explosão IIA para uma temperatura máxima de superfície de 200ºC

EExd IIB T3 ( Tamb = 50 ºC )


Satisfaz as normas CENELEC relativas a equipamentos com invólucro anti-
deflagrante (d), para uma temperatura máxima de 100ºC, num ambiente de
50ºC. Grupo de explosão IIB

Exib (ia) IIC T4


Dispõe de protecção intrínseca com uma temperatura máxima de 135ºC num
ambiente de 40ºC. A sigla (ia) indica que apesar do equipamento no seu todo
ter sido considerado “ib”, próprio para utilização em Zona I, dispõe pelo
menos de um jogo de terminais que satisfazem os requisitos para a categoria
“ia” sendo adequado para ser ligado a um circuito que penetre numa Zona 0.
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação adicional (exemplos)

Equipamentos que combinam circuitos IS e não IS


Os parêntesis rectos indicam que o dispositivo eléctrico associado contém
um circuito eléctrico de segurança intrínseca que pode penetrar na Zona 1.
(Grupos de gases IIA, IIB e IIC)

[ Exib ] IIC T6 Ex de [ ib ] IIC T6

O dispositivo deve ser instalado fora da O dispositivo pode ser utilizado na Zona 1
área potencialmente explosiva. pelo facto de ser alojado numa envolvente
anti-deflagrante.
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação adicional (exemplos)

Equipamentos que combinam circuitos IS e não IS


Os parêntesis rectos indicam que o dispositivo eléctrico associado contém
um circuito eléctrico de segurança intrínseca que pode penetrar na Zona 1.
(Grupos de gases IIA, IIB e IIC)

[ Exib ] IIC T6 Ex de [ ib ] IIC T6


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Atmosferas com gases, vapores e neblinas inflamáveis


DIRECTIVA
ATEX 100
ZONA EN 60079-14
DIRECTIVA 76/117/CEE (revogada)

‘ia’ segurança intrínseca


0 II 1 G ‘s’ protecção especial (especialmente certificado para Zona 0)

Qualquer tipo de protecção aprovada para Zona 0, mais:

II 1 G ‘d’ anti-deflagrante
‘ib’ segurança intrínseca
1 +
‘p’ sobrepressão interna (incluindo salas com pressão positiva)
II 2 G
‘e’ segurança aumentada (*)
‘s’ protecção especial

Qualquer tipo de protecção aprovada para as Zonas 0 e 1, mais:


II 1 G
‘o’ imersão em óleo
+ ‘m’ encapsulagem
2 II 2 G ‘q’ dieléctrico de areia
+ ‘n’ respiração restringida
II 3 G ‘h’ selagem hermética
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Atmosferas com poeiras combustíveis


DIRECTIVA
ATEX 100
ZONA EN 60079-14

20 II 1 D IP 6 x

II 1 D
21 +
II 2 D
IP 6 x

Poeiras condutoras
IP 6 x
II 1 D + II 2 D

22
Poeiras isolantes
IP 5 x
II 3 D
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação CE específica

I M2 Minas, Grupo I, Categoria M2

Excepto minas, Grupo II, Categoria 1


II 1 G Atmosferas com gases, vapores ou névoas

Excepto minas, Grupo II, Categoria 1


II 1 D Poeiras

Dispositivo utilizável em áreas não perigosas com


II (1) GD circuitos intrinsecamente seguros de categoria Ex ia
que podem ser ligados a aparelhos da Categoria 1
Material instalado no limite entre zonas diferentes,
II 1/2 G por exemplo, estando parcialmente em
conformidade com a Categoria 1 e a Categoria 2
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos


Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos


Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4

Nome do fabricante ou marca comercial


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4

Endereço do fabricante
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4

Ano de fabrico
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4

Marca comunitária directiva 93/68/CEE


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4

Número da entidade interveniente no processo de


controlo de fabrico
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4

Marca EX (directiva 76/117/CEE)


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4

Marcação ATEX
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4

Número de série
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4

Características eléctricas
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4

Designação do tipo dada pelo fabricante


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4

Sigla do laboratório de certificação


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4

Referência do certificado
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4


X – Condições especiais de utilização indicadas no certificado
U – O produto é um componente

Particularidades
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4

Código da protecção CEI / CENELEC


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Indica que Não


o equipamento
abrir sob tensão é adequado
Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
para utilização em atmosferas inflamáveis
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EExEExdd IIIICCT4 T4

Código da protecção CEI / CENELEC


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
Indica 200
o modo
W de protecção
220 V 0.52utilizado
A
2005

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X


EEx d II C T4
EEx d IIC T4

Código da protecção CEI / CENELEC


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
Indica
200 Wo grupo de explosão
220 V 0.52 A
2005

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X


EEx d II C T4
EEx d IIC T4

Código da protecção CEI / CENELEC


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim Indica a classe de temperatura
2005 200 W 220 V 0.52 A
Se não houver informação em contrário, a classe
de temperatura é calculada para uma temperatura
0163 entre - 25 eII +
ambiente situada
2GD
40ºC
EVI 200 U IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EExEExdd IIIICCT4 T4

Código da protecção CEI / CENELEC


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Marcação dos equipamentos

ABB AG Não abrir sob tensão


Kallstadter Str. 1 68309 Mannheim
2005 200 W 220 V 0.52 A

0163 II 2 G D EVI 200 U IP-67


IP-67

SN: 00100A

LOM 02ATEX 2013 X EEx d IIC T4

Ingress Protection
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Ingress Protection - IP

Complementarmente aos modos de protecção é definido o grau de protecção da


envolvente.
O grau de protecção é a qualidade convencional atribuída a uma envolvente de
equipamento eléctrico no que respeita a:

• Entrada de corpos estranhos


• Entrada de água
• Resistência ao impacto

1º DIGITO protecção contra a entrada de sólidos

IP ?
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Ingress Protection - IP

Complementarmente aos modos de protecção é definido o grau de protecção da


envolvente.
O grau de protecção é a qualidade convencional atribuída a uma envolvente de
equipamento eléctrico no que respeita a:

• Entrada de corpos estranhos


• Entrada de água
• Resistência ao impacto

2º DIGITO protecção contra a entrada de água

IP ?
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Ingress Protection - IP

Complementarmente aos modos de protecção é definido o grau de protecção da


envolvente.
O grau de protecção é a qualidade convencional atribuída a uma envolvente de
equipamento eléctrico no que respeita a:

• Entrada de corpos estranhos


• Entrada de água
• Resistência ao impacto

3º DIGITO resistência da envolvente aos impactos

IP ?
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Ingress Protection - IP
1º Dígito: Protecção contra corpos sólidos IP ?
50 mm

Protegido contra corpos sólidos superiores a 50 mm.


1 P.ex: contactos involuntários das mãos

12 mm
Protegido contra corpos sólidos superiores a 12 mm.
2 P.ex: dedo da mão

2,5 mm
Protegido contra corpos sólidos superiores a 2,5 mm.
3 P.ex: ferramentas
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Ingress Protection - IP
1º Dígito: Protecção contra corpos sólidos IP ?
1 mm

Protegido contra corpos sólidos superiores a 1 mm.


4 P.ex: Ferramentas de pequena dimensão

Protegido contra poeiras.


5 Sem sedimentos prejudiciais

6 Totalmente protegido contra poeiras


ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Ingress Protection - IP
2º Dígito: Protecção contra líquidos IP ?

Protegido contra queda vertical de gotas de água


1 P.ex: condensação

15º

2 Protegido contra queda de água até 15º da vertical

60º

Protegido contra água da chuva até 60º da vertical


3
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Ingress Protection - IP
2º Dígito: Protecção contra líquidos IP ?

Protegido contra projecções de água em todas as


4 direcções

5 Protegido contra lançamento de água em todas as


direcções

Protegido contra lançamento de água similar a


6 golpes de mar
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Ingress Protection - IP
2º Dígito: Protecção contra líquidos IP ?
15 cm mín

7 Protegido contra a imersão.


1m

8 m Protegido contra os efeitos prolongados de imersão


sob pressão.
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Ingress Protection - IP
3º Dígito: Protecção mecânica IP ?
150 gr

1 Energia de choque = 0,225 Joules

15 cm

250 gr

2 Energia de choque = 0,375 Joules

15 cm

250 gr

3 Energia de choque = 0,500 Joules

20 cm
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Ingress Protection - IP
3º Dígito: Protecção mecânica IP ?
500 gr

5 Energia de choque = 2,00 Joules

40 cm

1,5 Kg

7 Energia de choque = 6,00 Joules

40 cm

5 Kg

9 Energia de choque = 20,00 Joules

40 cm
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS – DIRECTIVA ATEX

Normalização (EN)
EN 50 014 Requisitos gerais
EN 50 015 Imersão em óleo ‘o’
EN 50 016 Sobrepressão interna ‘p’
EN 50 017 Imersão em pó ‘q’
EN 50 018 Construção e testes de verificação dos envólucros anti-deflagrantes
EN 50 019 Segurança aumentada ‘e’
EN 50 020 Segurança intrínseca ‘i’
EN 50 028 Encapsulagem ‘m’
EN 60 079-10 Classificação de áreas perigosas
EN 60 079-14 Instalações eléctricas em áreas perigosas
EN 60 079-17 Inspecção e manutenção de instalações eléctricas em áreas perigosas

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