Você está na página 1de 59

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Aceite para publicação em 22 de julho de 2013

FICHA TÉCNICA

1
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

AUTORA DA ATIVIDADE: Maria Filomena Teixeira de Melo


Rebelo

LICENÇA DA ATIVIDADE: Creative Commons da Casa das


Ciências

APRESENTAÇÃO

O Vulcão dos Capelinhos é um dos mais paradigmáticos do mundo


da Vulcanologia não só pela continuidade das respetivas
observações mas também pela originalidade dos seus processos

2
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

evolutivos. Ou seja, Capelinhos foi o exemplo sequencial do


nascimento e desenvolvimento das ilhas açorianas: iniciou-se como
vulcão submarino e terminou como vulcão terrestre.

Este Vulcão foi único no mundo das Ciências Vulcanológicas, por


ter sido fotografado, observado, estudado e interpretado desde o
início até ao adormecimento. A atividade vulcânica manteve-se por
13 meses, iniciando-se a 27 de setembro de 1957 e extinguindo-se
somente a 24 de outubro de 1958, no que se supõe ter sido uma
sobreposição de duas erupções distintas, ocorrendo mais de
duzentos abalos sísmicos antes de o vulcão entrar em erupção.

Esta apresentação em Microsoft Power Point® pode ser utilizada


para motivar os alunos para o conhecimento da vulcanologia no
arquipélago do Açores, despertar e incutir nos alunos a premente
necessidade do contributo de todos para a mitigação do risco
vulcânico. Podendo ser explorado como síntese do conteúdo da
vulcanologia, pois aborda o enquadramento geoestrutural, tectónica,
geomorfologia, sismicidade, vulcanoestratigrafia e atividade eruptiva
do vulcão dos Capelinhos.

A par das aprendizagens dos conteúdos, pretende-se proporcionar


aprendizagens de processos e de atitudes que permitam aos alunos
um exercício de cidadania mais consciente e responsável e, por
consequência, uma vida mais segura perante desastres naturais,
como são os vulcões.

O aluno deve ser envolvido em situações de aprendizagem que se


relacionem com as suas vivências e com o mundo real.

A exploração destes diapositivos permite a discussão e a análise


dos fenómenos vulcânicos ocorridos no arquipélago dos Açores,
conduzindo a uma interiorização da influência que a atividade
sísmica tem no quotidiano dos habitantes dos Açores ao longo da
sua história. Permite, ainda, que os alunos tenham a perceção que
os conteúdos científicos não são algo que existe para ser
meramente registado na memória, mas que podem ter um papel
fundamental nas vivências das comunidade e na promoção de

3
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

ações consertadas que podem contribuir para a mitigação do risco


vulcânico.

4
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 1/29

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS


1957 - 1958

A Erupção dos Capelinhos


1957 - 1958

www.geocities.com

Diapositivo 1/38

O Vulcão dos Capelinhos registou intensa atividade entre 1957 e


1958. por um período de treze meses, ora aumentando através da
erupção de materiais, ora recuando pela ação da água e pelo refrear
da sua própria instabilidade.

O aparecimento do vulcão dos Capelinhos marcou profundamente a


ilha do Faial. No aspeto físico, primeiro, acrescentou território à ilha,
e, depois encolheu à medida que o tempo passa. Em média o mar
comeu 20 metros por ano ao cone e às lavas por ele derramadas.
No aspeto humano, provocou um surto de imigração para os
Estados Unidos e Canadá.

5
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 2/29

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS


1957 - 1958

Localização Geográfica
Geologia
Actividade Eruptiva
Estudos Especiais
Análise e Interpretação
Impacto
Capacidade de Resposta
Recuperação
Conclusão

Diapositivo 2/38

Este diapositivo apresenta a organização geral do diaporama sobre


a erupção do vulcão dos Capelinhos, apresentando os conteúdos a
desenvolver.

6
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 3/29 Localização


Geográfica A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

www.multi.pt

www.multi.pt

Adaptado de Madeira, 2004

Diapositivo 3/38

O arquipélago dos Açores situa-se no Atlântico Norte entre os


paralelos 36º 55’ e 39º 44’ e os meridianos 24º 46’ e 31º 17’ W,
sendo constituído por nove ilhas de origem vulcânica distribuídas
em três grupos: o Grupo Oriental, que engloba Santa Maria e S.
Miguel; o grupo Central, composto pelas ilhas Terceira, Graciosa, S.
Jorge, Pico e Faial; e o grupo Ocidental, formado pelas ilhas Flores
e Corvo.

O Faial é a ilha mais ocidental do grupo Central, localizando-se


entre as latitudes 38º 30’ 56’’ e 38º 38’ 40’’ N e as longitudes28º 35’
55’’ e 28º 50’ 06’’ W. Possui uma área cartográfica de 173,11 km 2,
um comprimento máximo próximo de 21 km ao longo da direção
WNW-ESE, uma largura máxima de cerca de 14 km segundo o eixo
N-S e a sua maior altitude é de 1403 m no Cabeço Gordo, situado
na zona central da ilha.

7
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 4/29 Geologia


Contexto Geoestrutural:
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

Adaptado de Nunes, 1999

Adaptado de Gaspar et al., 1999 in Faria, 2002

Diapositivo 4/38

O arquipélago dos Açores é constituído por aparelhos vulcânicos


que emergem do Atlântico, na denominada Plataforma dos Açores.
Esta corresponde a uma vasta superfície triangular submarina,
definida pela isóbata dos 2000 m (Needham e Francheteau, 1974) e
ocupa uma área aproximada de 400. 000 km 2 (Lourenço et al,
1998).

Sob o ponto de vista geoestrutural, o arquipélago encontra-se numa


zona tectonicamente complexa, devido ao contacto das placas
litosféricas Norte Americana, Euroasiática e Africana, a qual se
designa Junção Tripla dos Açores, o que explica a existência de
importantes estruturas tectónicas nesta área. De entre estas
destacam-se a Crista Médio-Atlântica, a Zona de Fratura Este dos
Açores (EAFZ), a Falha da Glória (FG) e o Rift da Terceira (RT na
figura) (Krause e Watkins, 1970; Laugton et al., 1972; Searle, 1980)

A Crista Médio-Atlântica é uma estrutura sismicamente ativa. É a


fronteira entre a placa Norte Americana e as placas Euroasiática e
Africana. Possui uma orientação geral N10º E a Norte dos Açores,
mas apresenta uma direção NE-SW ao atravessar a região (Krause
e Watkins, 1970; Searle, 1980; Udías, 1980; Madeira e Ribeiro,
1990).

8
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

A Zona de Fratura Este dos Açores (Krause, 1965) estende-se


desde a Crista Médio-Atlântica até Sul da ilha de Santa Maria, com
uma direção aproximada E-W. Segundo alguns autores (Feraud et
al., 1980; Forjaz, 1983 in Madeira, 1998; Luís et al., 1994),
corresponde à fronteira entre o bloco referente aos Açores e a placa
Africana, enquanto que outros consideram-na como a antiga
fronteira entre as placas Euroasiática e Africana (Searle, 1980; Luís,
1996; Madeira, 1998).

A Falha da Glória localiza-se a E da ilha de Santa Maria e


prolonga--se até ao Mar Mediterrâneo, com orientação N85ºE
(Laughton et al., 1972). Sismicamente ativa, comporta-se como uma
falha transcorrente de desligamento direito (Laughton et al., 1972;
Udías, 1980; Buforn et al., 1988) e é considerada como a atual
fronteira, a E dos Açores, das placas Euroasiática e Africana
(Laughton et al., 1972; Feraud et al., 1980; Searle, 1980; Madeira,
1998).

O Rift da Terceira (Machado, 1959), em sensus stritu, apresenta


uma direção NW-SE e é definido por um alinhamento tectónico que
passa pelas ilhas de S. Miguel, Terceira e Graciosa. Em sensus lato,
corresponde a uma estrutura complexa que une a Falha Açores-
Gibraltar à Crista Médio-Atlântica através das ilhas do grupo oriental
e central do arquipélago, por onde passa atualmente o troço mais
ocidental da fronteira entre as placas Africana e Euroasiática
(Machado, 1959; Krause e Watkins, 1970; Laughton et al., 1972;
Feraud et al., 1980; Luís et al., 1994).

9
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Sismicidade
Filomena Rebelo 5/29

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS


1957 - 1958

in Silveira, 2002

Diapositivo 5/38

No arquipélago dos Açores, nomeadamente nos grupos Central e


Oriental, a atividade sísmica é elevada devido ao seu
enquadramento geotectónico. A sismicidade apresenta-se,
geralmente, sob a forma de crises sísmicas com magnitudes baixas
ou moderadas, mas também têm ocorrido sismos com magnitudes
elevadas.

Conforme se pode verificar na carta de sismicidade dos Açores, a


atividade sísmica tem uma distribuição preferencial ao longo do
designado Rift da Terceira (RT), numa direção WNW-ESE, desde a
Crista Média Atlântica até à falha da Glória.

No entanto, ao longo desta faixa há zonas que se evidenciam pela


sua elevada sismicidade, como é o caso da zona Este do Faial
(crise de 1998), Fossa Oeste da Graciosa, Banco D. João de Castro
e Fossa de Hirondelle.

A ilha de S. Miguel, quando comparada com as restantes ilhas do


arquipélago, possui os índices de sismicidade mais elevados. Os
epicentros não se distribuem uniformemente, verificando-se existir
uma maior sismicidade nos maciços vulcânicos das Sete Cidades,
do Fogo e das Furnas, comparativamente ao que acontece no
Sistema Vulcânico da Região dos Picos e no Complexo Vulcânico
da Povoação e do Nordeste (Ferreira, 2000; Gomes, 2003).

10
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Da análise da carta de sismicidade verifica-se que a maioria dos


eventos tem localização epicentral no mar, entre as ilhas. Devido ao
facto destas serem relativamente alinhadas, não é possível obter
uma geometria de rede ideal para uma correta localização
epicentral, uma vez que as estações se localizam em terra, logo
ficarão também alinhadas. Para um melhor conhecimento do
comportamento sísmico da região há necessidade de aumentar a
rede no que se refere a estações submarinas (OBS – Ocean Bottom
Seismographs) (Senos, 2001).

Sabe-se, a partir dos relatos históricos, que a ilha do Faial foi


atingida por numerosos eventos sísmicos desde o seu povoamento
até à atualidade. Todavia, por falta de informação suficiente ou
simplesmente por corresponder à realidade, os sismos mais
destrutivos parecem ter ocorrido no século XX, período em que se
salientam quatro crises importantes.

A crise sísmica de 1926, estendeu-se, entre abril e setembro do


referido ano e foi marcada pela ocorrência de dois sismos com
intensidades elevadas.

A crise sísmica de 1958, começou a 12 de maio e prolongou-se até


a junho do mesmo ano, parecendo estar associada à erupção dos
Capelinhos, então em curso no extremo ocidental da ilha. Nos
primeiros dias registaram-se 450 eventos, período em que se
incluem os mais intensos da crise, e um total de 580 até junho.

A crise sísmica de 1973/74, iniciou-se em Outubro de 1973 e


estendeu-se até maio do ano seguinte, atingindo simultaneamente
as ilhas do Pico e Faial. O sismo principal ocorreu a 23 de novembro
de 1973.

A mais recente foi a crise de 1998,que teve o seu começo a 9 de


julho e a atividade sísmica desencadeada na região epicentral teve
uma longa duração, até setembro de 2004, mais de 15800 réplicas.

11
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Vulcanismo
Filomena Rebelo 6/29

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS


1957 - 1958

Adaptado de Pacheco, 2001 in Silveira, 2002

Diapositivo 6/38

Este diapositivo apresenta a localização das erupções históricas


ocorridas no arquipélago dos Açores após a ocupação humana das
ilhas, que constam de 34 (Forjaz 1999), incluindo tanto as
submarinas como as subáreas. Foram fundamentalmente de baixa a
média explosividade, podendo englobar-se no tipo havaiano e
estromboliano. Estes dois tipos de erupções são as menos
violentas, a intensidade, magnitude e poder dispersivo são
consequências da baixa viscosidade do magma erupcionado,
tipicamente basáltico (erupções Havaianas) ou andesítico-basáltico
(erupções Estrombolianas).

Constituem exceção a esta regra as erupções de 1439, 1444, 1563


e 1630, todas focalizadas na ilha de S. Miguel nos complexos
Vulcânicos das Sete Cidades, do Fogo e das Furnas, por
apresentarem índices de explosividade vulcânica muito elevados,
sendo por esse facto inseridas nos tipos pliniano e subpliniano.

Assinala-se que a mais recente erupção vulcânica ocorreu ao largo


da ilha Terceira, a cerca de 9 km do farol da Serreta. Descoberta por
pescadores terceirenses no dia 18 de Maio de 1998, cuja atividade
eruptiva só viria a cessar completamente em 2001.

Da análise deste diapositivo, merece destaque a proporção de


erupções submarinas e litorais, que ascende a 48% do total das

12
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

erupções registadas, sendo este valor provavelmente subestimado,


pois nem todas as erupções se manifestam à superfície do oceano
e, mesmo de entre estas, nem todas terão sido observadas
(Pacheco, 2001).

Na ilha do Faial tiverem lugar 3 erupções históricas, 2 das quais se


dispõem ao longo de um alinhamento de direção WNW-ESSE,
coincidente com a falha do Capelo.

A primeira decorreu entre 24 de abril de 1672 e fevereiro (?) de


1673 Machado, 1959d, 1962). Tratou-se de uma erupção com
intensa atividade efusiva e algumas fases estrombolianas. O foco
eruptivo inicial foi o Cabeço do Fogo, que produziu escoadas lávicas
basálticas (s.l) que atingiram o mar nas costas Norte e Sul. Este
foco manteve-se ativo até julho ou agosto de 1672. Um segundo
foco eruptivo a WNW do primeiro, designado por Pincarito, entrou
em atividade a 25 de abril de 1672 e manteve-se ativo por 10
meses, até Fevereiro de 1673. As escoadas produzidas por este
centro fluíram para Norte até ao mar.

A segunda erupção histórica da ilha do Faial foi a dos Capelinhos,


que decorreu de Setembro de 1957 e 24 de outubro de 1958.
Tratou-se de uma erupção litoral emergente e que será
desenvolvido neste diaporama.

A última erupção, também desenvolvida neste diaporama,


correspondeu a uma explosão freática (ou freatomagmática),
centrada na caldeira do vulcão central, a 14 de maio de 1958
(Machado, 1959a; Lobão, 1999).

No presente, as manifestações vulcânicas subaéreas na ilha do faial


materializam-se nas fumarolas que ainda perduram no cone dos
Capelinhos (Ferreira et. al., 1993) e numa nascente de água
mineral, na zona do Varadouro (Coutinho, 2000). Quanto às
manifestações vulcânicas submarinas, destacam-se ainda as
emanações gasosas a Este da ponta da Espalamaca.

13
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 7/29


Tectónica
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

NNW-SSE;
NE-SW;
WNW-ESE
ENE-WSE
NW-SE

Adaptadode
Adaptado deMadeira,
Madeira,2004
2004
(C) – Zona da Falha do Capelo

Adaptado de Madeira, 2004

Diapositivo 7/38

O diapositivo 7 apresenta as principais estruturas tectónicas da ilha


do Faial.

De entre as principais estruturas tectónicas da ilha do Faial


evidenciam-se dois sistemas de falhas principais, de direções gerais
WNW-ESSE e NNW-SSE a NW-SE (Agostinho, 1936; Berthois,
1953; Tazieff, 1959; Zbyszewski & Ferreira, 1959; Zbyszewski et. al.,
1959;Machado, 1955,1982; Chovelon, 1982; Serralheiro et. al.,
1989; Madeira & Ribeiro, 1990, 1992; Madeira, 1991a, 1991b,1998.

O sistema de falhas dominante é o de orientação WNW-ESE, bem


evidenciado pela série de escarpas de falha e patamares que se
destacam na parte oriental da ilha, onde se distinguem as falhas da
Ribeirinha, da Lomba Grande, da Ribeira do Rato, da Rocha
Vermelha, da Espalamaca e de Flamengos que definem o Graben
de Pedro Miguel (foto 2 no diapositivo 8) (Madeira, 1991a, 1998;
Madeira & Ribeiro, 1990).

Na parte ocidental da ilha, a mais importante manifestação deste


sistema é traduzida pelo alinhamento de cones de escórias entre o
Cabeço dos Trinta e o Vulcão dos Capelinhos (foto neste
diapositivo) que se dispõem ao longo de uma série de fraturas em
échelon direito, materializando a falha do Capelo (Madeira, 1998).

14
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Esta falha é especialmente relevante no contexto do vulcanismo


recente da ilha do Faial, em particular no que se refere às erupções
históricas (Cabeço do Fogo em 1672 e Capelinhos em 1957/1958),
pois ambas se localizaram ao longo do seu eixo.

O sistema de direção NNW-SSE a NW-SE tem uma menor


expressão morfológica e as suas falhas são, geralmente, de menor
extensão que as anteriores. menciona-se, de entre elas, a falha da
Ribeira Funda – Joana Rosa, as falhas prováveis de Cedros –
Cabouco Velho ou de Água – Cutelo – Porto do Caldeirão
(Serralheiro et. al., 1989; Madeira, 1991a, 1998), apenas inferidas
por fotografia aérea.

Os dois principais sistemas estruturais poderão ter condicionado a


instalação do atual vulcão central da ilha, segundo Madeira (1998),
tais sistemas intersetam-se na região do vulcão central, potenciando
as condições para o desenvolvimento de um edifício vulcânico
poligenético.

Há ainda uma terceira direção estrutural, com menor expressão


morfológica, de orientação NE-SW, já referida por Chovelon (1982),
Serralheiro et.al., (1989) e Gaspar et. al., (1998) para esta ilha.

Segundo Madeira (1998) encontram-se associados ao vulcão


central algumas falhas radiais e falhas de curvatura concordante
com o bordo da caldeira.

15
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 8/29


Geomorfologia
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

w ww.geocities.com

w ww.geocities.com

www.geocities.com

Adaptado de Pacheco, 2001


w ww.geocities.com

Diapositivo 8/38

Neste diapositivo apresenta-se o modelo tridimensional, onde se


distinguem, esquematicamente, quatro regiões geomorfológicas: o
Vulcão Central, o Graben de Pedro Miguel, a Plataforma da Horta e
a Península do Capelo. (a) – escarpa da falha da Ribeirinha; (b) –
escarpa da falha da Lomba Grande; (c) – escarpa da falha da
Ribeira do rato; (d) – escarpa da falha da Rocha Vermelha; (e) -
escarpa da falha da Espalamaca; (f) – escarpa da falha de
Flamengos (Madeira, 1998). Coordenadas UTM.

A região do Vulcão Central ocupa a parte central da ilha e


corresponde a um maciço vulcânico formado por um vulcão central
com caldeira (Foto 1), designado por Vulcão da Caldeira.

O Vulcão da Caldeira é um edifício poligenético, com caldeira,


formado pela acumulação dos depósitos de sucessivas erupções de
diversos estilos e magnitudes, predominando os depósitos de
vulcanismo efusivo na parte mais antiga de vulcão e os piroclásticos
entre os mais recentes.

Morfometricamente, este vulcão caracteriza-se por um diâmetro


basal médio de 13,5 km, uma cota máxima de 1043 m e uma área
de implantação de aproximadamente 114 km2, parcialmente coberta
por produtos da Plataforma da Horta e da Península do Capelo. A
sua caldeira tem 2 km de diâmetro e uma profundidade de cerca de
290 m em relação ao bordo mais baixo. Com base neste valor,

16
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

estima-se um volume de aproximadamente 46 km 3 para a parte


emersa do vulcão (Pacheco, 2001).

O declive real das vertentes do Vulcão da Caldeira varia ao longo da


sua encosta, sendo suave na base do cone e mais abrupto no topo.
Estas variações de declives podem resultar do equilíbrio entre as
componentes construtiva e erosiva da edificação do cone ou derivar
de duas fases de crescimento distinto. A produção de escoadas
lávicas mais curtas ou eventos predominantemente explosivos
poderão estar na origem das vertentes mais abruptas próximas do
topo do vulcão, e da consequente modificação das características
morfológicas do edifício, aproximando-as das do vulcão central
(Pacheco, 2001).

No interior da caldeira, encontram-se dois edifícios vulcânicos


secundários, um domo e um diminuto cone de piroclastos com cerca
de 40 m de altura. Na base das paredes da caldeira acumulam-se
depósitos de vertente.

Os domos são formados por magmas de composições evoluídas,


muito viscosos e com muito pouca mobilidade, pelo que não se
afastam do centro emissor (Walker, 1973). Atualmente, observam-
se no Faial dois domos, o domo do Altar, que se situa no interior da
caldeira (Foto 1) encontrando-se já bastante degradado e o domo
do Castelo Branco, situado na costa Sul do Vulcão da Caldeira.

17
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 9/29


Vulcanoestratigrafia
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

Adaptado de Pacheco, 2001

Diapositivo 9/38

Neste diapositivo apresenta-se a escala vulcanoestratigráfica da ilha


do Faial.

As quatro unidades geológicas principais Madeira (1998) que


refletem a história eruptiva da ilha são: o Complexo Vulcânico da
Ribeirinha, o Complexo vulcânico dos Cedros, a Formação de
Almoxarife e a Formação do Capelo.

Complexo Vulcânico da Ribeirinha – data de há 800 000 anos


(Férraud, 1977), reúne os produtos do vulcão central da Ribeirinha e
é formado maioritariamente por lavas e alguns depósitos de
escórias basálticas a benmoreíticas, pelo menos uma chaminé
traquítica (domo de Miragaia) e alguns depósitos pomíticos
(Pacheco, 2001).

Complexo Vulcânico dos Cedros – Engloba todos os produtos


com origem no Vulcão da Caldeira e está dividido em dois grupos
que correspondem a fases distintas da atividade do vulcão. O grupo
superior com uma idade inferior a 16 000 anos e o grupo inferior
com idade superior a 410 000 anos (Baubron,1981)

O Grupo Inferior é o mais antigo e corresponde a uma fase em que


a atividade do vulcão produziu, predominantemente, lavas de

18
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

natureza basáltica a benmoreítica (a caracterização petrográfica e


geoquímica dos produtos do Complexo Vulcânico permitiu identificar a
existência de uma série magmática alcalina constituída por basaltos,
havaítos, shoshonito, benmoreítos e traquitos). Esta unidade inclui dois
domos traquíticos e vários depósitos de escórias associados aos
cones adventícios instalados nos flancos do vulcão central
(Pacheco, 2001).

O Grupo Superior com uma idade de cerca de 16 000 anos, inclui


a atividade eruptiva mais recente do vulcão central, caracterizada
por erupções explosivas e depósitos pomíticos.

A Formação do Almoxarife – localizada do ponto de vista


estratigráfico entre os grupo inferior e grupo superior do complexo
Vulcânico dos Cedros, corresponde à atividade fissural da
plataforma da Horta. Esta unidade é formada essencialmente por
depósitos de escórias basálticas (s.l.) dos cones que constituem a
Plataforma da Horta, escoadas lávicas associadas e tufos
hidromagmáticos.

A Formação do Capelo – a unidade mais jovem desta escala e


reúne os depósitos do vulcanismo fissural predominantemente
fissural ou moderadamente explosivo, desenvolvido na Península do
Capelo. Inclui depósitos de escórias, escoadas lávicas e tufos
hidromagmáticos. Nesta formação incluem-se as erupções
históricas de 1672/73 e 1957/58.

A forma atual da ilha do Faial deve-se à edificação da Península do


Capelo, que é um sistema vulcânico fissural, dominado por um
alinhamento de cones que forma uma dorsal com a orientação
paralela à do graben de Pedro Miguel, caracterizado por erupções
efusivas ou de explosividade moderada, do tipo havaiano e
estromboliano, e erupções emergentes surtseianas. As erupções
surtseianas (apresenta enorme explosividade, resultado da entrada
franca de água na chaminé submarina, característico das erupções
submarinas) é um tipo de vulcanismo muito comum nos Açores.

Neste tipo de atividade, o topo da chaminé do vulcão a pequena


profundidade, as escassas centenas de metros abaixo do nível do

19
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

mar, assim a pressão da coluna de água é reduzida, o que permite a


projeção em altura dos materiais expelidos pelo vulcão e a formação
de grandes explosões com o contacto do magma quente com a
água fria, formando-se colunas eruptivas de grande altura,
constituídas de cinzas vulcânicas e vapor.

Filomena Rebelo 10/29 Actividade Eruptiva


(Premonitórios da erupção) A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

200 abalos de terra sentidos no Faial entre os dia 16 e 27 de Setembro


de 1957;

Intensidade não superior a V graus na escala de Mercalli;

Os últimos abalos sobrepuseram-se a um tremor (Vulcânico) continuo.

Diapositivo 10/38

De 16 a 27 de setembro de 1957 foram sentidos na ilha do Faial


mais de 200 abalos de terra de intensidade não superior a 5 graus
Mercalli. Nos primeiros dias os epicentros estavam localizados na
parte leste da ilha, a partir do dia 20 a frequência aumentou e os
epicentros deslocaram-se para o extremo oeste. Estes eventos
sísmicos sobrepuseram-se a um tremor vulcânico contínuo.

20
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 11/29 Actividade Eruptiva


(Início da erupção) A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

Sexta Feira, 27 de Setembro de 1957, cerca das 8 horas começou uma


erupção submarina ao largo da ponta Oeste do Faial junto aos ilhéus dos
Capelinhos; 

Começou pela simples emissão de vapor de água e outros gases;

Tipo eruptivo característico era representado pela emissão de jactos de


cinzas negras acompanhadas de uma nuvem branca de vapor de água ;

Diapositivo 11/38

A 27 de setembro, iniciou uma erupção submarina, ao largo da


ponta oeste da ilha do Faial, junto aos Ilhéus dos Capelinhos, com
aproximadamente 1km. A partir desta data os eventos sísmico
praticamente não se fizeram sentir, no entanto o tremor continuo
com intensidade variável prosseguiu.

No inicio existiam quatro chaminés ativas formando um alinhamento


WSW-ENE com a extensão de 250 m (Figura 1).

A erupção começou pela simples emissão de vapor de água e


outros gases, no entanto rapidamente a atividade concentrou-se na
parte ocidental do alinhamento inicial e a projeção de materiais
piroclásticos atingiu admiráveis proporções. Estes produtos
(certamente basálticos), genericamente designados por cinzas, mas
constituídos na realidade por lapilli, areia e pó.

A enorme explosividade deve ter resultado da entrada de água na


chaminé submarina. O tipo eruptivo caracterizou-se pela emissão de
jatos pontiagudos de cinzas negras, acompanhados de uma nuvem
branca de vapor de água (figura 2).

21
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 12/29 Actividade Eruptiva


(Outubro a Dezembro de 1957) A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

A 10 de Outubro já se tinha formado um cone de tufos com 880 m de


diâmetro e 99m de altura ;

Em fins de Outubro começou a haver pequenos afundimentos nas


vertentes do cone, e durante a noite de 29 o cone submergiu quase
totalmente ;

Em Novembro a erupção recomeçou, edificando-se um novo cone de


tufos ;

A intensidade das explosões aumentou até princípios de Dezembro ;

Diapositivo 12/38

A 10 de outubro, depois de os jatos terem atingido mais de 1000 m


de altura, e a emissão de cinzas ser tão abundante (figura 1)
formou-se um cone de tufos com 880 m de diâmetro e 99 m de
altura (figura 2), num local onde o mar tinha anteriormente uma
profundidade de cerca de 70 m.

A pluviosidade da zona ficou bastante aumentada, devido à poeira,


impregnada de cloreto de sódio, que as explosões espalhavam no
ar e que serviam de núcleos de condensação.

Até ao dia 29 de outubro, a erupção continuou com violência, o


vento arrastou as cinzas para o mar, mas ao virar de rumo entre NW
e WSW produziu uma «chuva» de cinzas sobre a ilha do Faial,
destruindo muitas culturas e provocando a evacuação das
populações mais próximas dos centros eruptivos.

No final de outubro começou a haver pequenos afundimentos nas


vertentes do cone, durante a noite de 29 , quando a atividade
parecia ter terminado, a ilhota submergiu-se quase na totalidade
(figura 3).

22
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Em novembro a erupção recomeçou, edificando-se um novo cone


de tufos (figura4), que no dia 12 estava ligado à ilha do Faial por um
istmo formado pela ação do mar, com as cinzas da derrocada do fim
de outubro.

O istmo foi crescendo por adições sucessivas, formava-se um


cordão de areia e por vezes de lapilli que fechava uma estreita
lacuna ao longo da antiga linha da costa. A lacuna enchia-se com
materiais trazidos pelas vagas mais fortes, nos dias de temporal, ou
com areia emitida diretamente da cratera.

A intensidade das explosões aumentou, atingindo um máximo nos


princípios de dezembro, com jatos de cinzas que voltaram a exceder
os 1000 metros (figuras 5 e 6).

23
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 13/29 Actividade Eruptiva


(Outubro a Dezembro de 1957) A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

No dia 16 de Dezembro a actividade pareceu novamente cessar,


começando a haver afundimentos no cone vulcânico;

No mesmo dia pelas 22h 30m, na parte leste do cone abriu-se uma
fractura onde surgiram 7 repuxos de lava incandescente;

No dia 18, uma segunda escoada lávica aa avançou junto à orla costeira;

Diapositivo 13/38

No dia 16 de dezembro a atividade pareceu novamente cessar,


começou a haver afundimentos no cone vulcânico.

Pelas 22h30m do mesmo dia, começou uma curta fase efusiva,


anunciada por um clarão rosado que as nuvens refletiam. Na parte
leste do cone abriu-se uma fratura onde surgiram repuxos de lava
incandescente que subiam até 10 ou 15 m de altura. Destas fontes a
lava correu para o norte, atingindo o mar e desenvolvendo nuvens
de vapor.

No dia 17 de dezembro a corrente de lava solidificara à superfície


numa crosta fragmentada característica do tipo «aa». A atividade
tinha então concentrando-se em 3 chaminés, onde as explosões
estrombolianas se sucediam com intervalos de alguns segundos.

Em torno destas chaminés formaram-se pequenos cones de


bombas achatadas («spatter») e algumas destas chaminés emitiam
uma nuvem acinzentada (vapor de água com pó) que anunciava um
tipo de transição entre a atividade estromboliana e vulcaniana.

24
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

No dia 18 de dezembro surge uma segunda corrente de lava «aa»


que avançou lentamente por cima da primeira, parando junto à orla
marítima.

25
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 14/29 Actividade Eruptiva


(Outubro a Dezembro de 1957) A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

Na madrugada de 19 de Dezembro recomeçaram as explosões com


jactos de cinza e muitos blocos;

No dia 29, a actividade, pela terceira vez parecia terminada.

Diapositivo 14/38

Na madrugada de 19 de dezembro recomeçaram as explosões com


jatos de cinzas e muitos blocos de pedra. A 29 do mesmo mês, pela
terceira vez, a erupção parecia terminada, depois do afundimento de
grande parte do cone vulcânico, do lado oeste.

26
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 15/29 Actividade Eruptiva


(Janeiro a Abril de 1958) A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

As explosões do tipo submarino recomeçaram e foram progressivamente


aumentando;

Em Março os ilhéus dos Capelinhos desapareceram debaixo das cinzas;

Diapositivo 15/38

A partir de 29 de dezembro de 1957, as explosões do tipo


submarino recomeçaram e foram progressivamente aumentando de
altura.

O centro eruptivo fixou-se no local por onde saíra a corrente de lava


de dezembro. Mais para Leste apareceu uma fiada de fumarolas
com cheiro sulfuroso, tendo desaparecido antes de finais de janeiro.

A lava produzida em dezembro foi destruída pelas explosões, tendo


certamente dado origem a alguns dos blocos de pedra que o vulcão
lançava com frequência. Em simultâneo eram emitidos blocos mais
ou menos incandescentes que resultavam da lava juvenil.

A emissão dos blocos de pedra e a pulverização da lava foi


resultado do poder expansivo do vapor produzido pala água do mar
que tinha acesso franco à chaminé.

Eram também emitidos rolos de vapor de água, arrastando em


suspensão por vezes uma poeira que lhes configurava uma cor
acastanhada ou amarelada. Este fumo acastanhado saía com
frequência em jato contínuo que abria em cone.

27
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Em janeiro a altura das explosões de cinzas, raramente ultrapassou


os 500m. Em fevereiro e março a altura aumentou, tendo atingindo
1800 metros no dia 19 de março.

As cinzas em torno da chaminé formaram um cone cuja altura do


bordo foi aumentando de 50 até 150 metros.

Numa só noite (9-10 de fevereiro) caiu junto do farol dos Capelinhos


uma camada de areia com 1,55 m de espessura, e em março de 23
para 24 choveu 1,9 m de areia.

A 1 de abril entrou em atividade uma chaminé mais a Oeste que


esteve ativa até meados do mês e foi parcialmente destruída por
afundimento a 16 de abril.

Ocorreu atividade estromboliana fraca (31 de janeiro, 1 a 6 de


fevereiro, 6 de março, 20 de abril), sem chegar a haver correntes de
lava, tendo esta atividade ocorrido em simultâneo com a emissão de
jatos de cinzas e muito vapor de água.

A atividade efusiva tornou-se mais forte a 23 e 24 de abril. tendo


corrido lava para SW. Estas correntes de lava tinham uma
espessura de cerca de 60 m e avançaram à velocidade de 0,03 m
por segundo. Esta fase correspondeu possivelmente a uma
elevação da lava na chaminé.

O volume total de materiais emitidos desde o começo da erupção


até esta data é da ordem dos 140 milhões de m3. O volume
correspondente aos primeiros 3 meses foi de 60 milhões (Machado,
1958), tendo emitido portanto, desde janeiro a abril, 80 milhões de
m3 de materiais piroclásticos. A energia correspondente é
aproximadamente 1,6 x 1024 ergs.

28
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 16/29 Actividade Eruptiva


(Maio a Agosto de 1958) A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

No início de Maio a actividade submarina diminuiu de intensidade ;

No dia 12 de Maio houve correntes de lava na parte Ocidental do cone


vulcânico e iniciou-se uma crise sísmica extremamente violenta ;

No dia 13 já tinha ocorrido mais de 450 abalos;

No dia 14 verificou-se que tinham surgido fumarolas no fundo da


Caldeira;

Diapositivo 16/38

A erupção dos Capelinhos sofreu profundas modificações a partir de


maio, depois da violenta série de eventos sísmicos dos dias 12 e 13
de (450 nestes dois dias e 580 em junho). A atividade passou ao
tipo estromboliano, com fortes ruídos, e no interior da antiga cratera
foi edificado um cone de bombas vulcânica, que em agosto atingiu
144m de altura. Das suas vertentes saíram numerosas correntes de
lava que ficaram ao redor do sopé do cone nos quadrantes Norte e
Oeste. Outras correntes surgiram na base do anterior anel de areia,
e houve ainda atividade efusiva em chaminés submarinas.

No inicio de maio a atividade, do tipo submarino, continuou a


diminuir de intensidade (figura 1).

No dia 12 de maio de manhã houve correntes de lava na parte


ocidental do cone vulcânico (figs. 2 e 3), dando-se início a uma crise
sísmica violenta, a qual foi diminuindo até junho.

No dia 14 de maio surgiram fumarolas no fundo da caldeira do Faial.


As fumarolas emitiam vapor de água com cheiro sulfuroso e nos
primeiros tempos havia lama em ebulição.

29
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 17/29 Actividade Eruptiva


(Maio a Agosto de 1958) A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

Neste mesmo dia iniciou-se uma intensa actividade do tipo


estromboliano, com projecção de fragmentos de lava incandescente;

Da base do cone surgiram correntes de Lava que ao longo dos meses


avançaram por variadas direcções ;

Diapositivo 17/38

Na manhã do dia 14 de maio começou uma intensa atividade de tipo


estromboliano, com projeção de fragmentos de lava incandescentes
que íam a mais de 500m de altura.

A erupção passou a constituir durante a noite um espetáculo


grandioso. No interior da chaminé havia um pequeno lago de lava
que era revolvido pelas sucessivas explosões de gases
magmáticos.

Estes gases, incluíam para além de vapor de água, dióxido de


enxofre e o ácido sulfídrico, reconhecíveis pelo cheiro e por
depositarem cristais de enxofre. O aspeto de chama que aparecia
de vez em quando devia ser resultado de partículas de lava
incandescente em suspensão nos gases emitidos.

As bombas vulcânicas («spatter») acumulavam-se em volta da


chaminé que se localizou no centro da cratera dos meses de janeiro
a abril. Progressivamente foi subindo um cone que em maio atingiu
70 m de altura e em agosto 144m.Havia também emissão de
material puníceo, por vezes com cabelos vulcânicos, e duma areia
muito leve que atingia grandes distâncias.

30
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Da base do cone surgiram correntes de lava (fig.4) que avançavam


primeiro para NW (maio) e mais tarde (junho) a lava forçou uma
saída para o lado Norte, e em julho e agosto correu
abundantemente para Oeste, Norte e SW. Atualmente existe um
manto de lava quase contínuo desde NE até Sul (por Oeste).

A 31 de julho surgiu a Oeste uma chaminé submarina que


rapidamente formou um pequeno ilhéu de lava. Esta chaminé
encontra-se sensivelmente sobre a fratura principal da erupção que
se desenvolve na direção E-W.

Outos centros eruptivos, incluindo chaminés submarinas que foram


surgindo desde julho parecem porém localizados sobre outra fratura
mais ao menos perpendicular (NNE-SSW).

O facto de existirem várias fraturas radiais pode assinalar a


presença de um vulcão central (Agostinho, 1936) e não de uma
simples chaminé periférica.

Na depressão existente a SE do cone central verificou-se desde


maio uma intumescência progressiva, que passou de 66 para 82 m
de altura. E, este fenómeno deveu-se a intrusão de lava no antigo
anel de areia, tendo resultado no aparecimento da corrente de lava
de 23 de agosto, junto à base da primitiva falésia.

Ao contrário das explosões do tipo submarino que eram muito


silenciosas, a atividade estromboliana produzia fortes ruídos
acompanhados de ondas infra sónicas que faziam estremecer
portas e janelas em toda a ilha e por vezes em ilhas vizinhas.

31
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 18/29 Actividade Eruptiva


(Setembro a Outubro de 1958) A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

Ocorreram explosões e emissões de correntes de lava;

Até meados de Setembro observou-se também actividade em chaminés


submarinas;

A erupção ia enfraquecendo, mas a 21 de Outubro uma corrente de lava


galgou por cima do bordo da antiga cratera;

Na tarde de 24 de Outubro observou-se pela ultima vez a emissão de


blocos incandescentes que saíram pela chaminé principal;

A partir desta data continuou-se apenas a observar actividade


fumarólica.

Diapositivo 18/38

A atividade final da erupção dos Capelinhos consistiu em explosões


moderadas do tipo estromboliano com várias correntes de lava. A
última ocorreu a 21 de outubro. No dia 24 foi observada pela última
vez a emissão de fragmentos incandescentes.

O vulcão entra em fase de repouso, mas existindo ainda muitas


fumarolas nas vertentes do cone central e nalguns pontos das
correntes de lava.

A atividade que durou 13 meses corresponde possivelmente à


sobreposição de duas erupções distintas, uma começada a 27 de
setembro de 1957, e a segunda, a 14 de maio de 1958.

As últimas manifestações da erupção dos Capelinhos foram a


continuação da atividade efusiva que se vinha verificando desde
maio.

As explosões de tipo estromboliano prosseguiram, com emissões de


correntes de lava, geralmente para os lados Oeste e Norte. As
bombas vulcânicas atingiram alturas de 200 a 300 metros.

32
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Emissões de fumos negros (tipo intermédio entre vulcaniano e


estromboliano) também ocorreram. Até meados de setembro
continuou a ser observada atividade em chaminés submarinas que
se foram deslocando para Leste.

A 21 de outubro surgiu na base do cone central uma corrente de


lava que galgou por cima do bordo da antiga cratera do tempo das
explosões de cinzas. A lava dirigiu-se para SW, tendo atingido
rapidamente o mar.

Na tarde de 24 de outubro foi observada pela última vez a emissão


de blocos incandescentes que saíam pela chaminé principal.

A partir desta data apenas emissão de fumos brancos, vapor de


água e gases com cheiro sulfuroso, saindo pelas vertentes do cone
central e por vários pontos das correntes de lava.

Na chaminé principal não voltou a haver atividade. A abertura que


existia no centro foi ficando progressivamente entulhada com os
desmoronamentos das escarpas interiores.

Na segunda quinzena de outubro cessou também a atividade das


fumarolas da Caldeira, e a lagoa voltou a apresentar o aspeto
primitivo.

33
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 19/29 Estudos


Especiais A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

Os Eng.(s) Frederico Machado e João Nascimento foram as pessoas


pioneiras na história do vulcão:

Estudos meteorológicos e sísmicos a cargo do Serviço Meteorológico


Nacional ;

Aspectos geológicos e petrográficos estudados pelos Serviços


Geológicos de Portugal ;

Medições recentes efectuadas nos locais das fumarolas indicam que a


sua magnitude e área têm vindo a reduzir-se ao longo do tempo;

Diapositivo 19/38

As medições recentes efetuadas nos locais das fumarolas indicam


que a sua magnitude e área têm vindo a reduzir-se ao longo do
tempo.

O Engenheiro Frederico Machado., Diretor das Obras Públicas,


auxiliado pelo Engenheiro. João do Nascimento, e o topógrafo
António Denis, foram os pioneiros na sua investigação científica. O
Diretor do Observatório de Angra, Tenente-coronel José Agostinho,
sobrevoou a erupção. O Observatório Príncipe Alberto do Mónaco,
chefiado por Bernardo Almada, emitiu diversos boletins sismológicos
de grande valor.

Os estudos meteorológicos e sísmicos estiveram a cargo do Serviço


Meteorológico Nacional, em meados de dezembro começou a
funcionar no Observatório da Horta um sismógrafo Bosch-Omori,
para o registo dos eventos sísmicos e tremor contínuo relacionados
com a erupção (fig. 1, sismograma, correspondente ao registo da
crise de 12 e 13 de maio). A figura 2 apresenta a Carta de isossistas
de MACHADO (1959), intensidades na escala MM-31,da análise da
carta, conclui-se que a série sísmica ocorrida de 12 para 13 de maio
não teve um epicentro comum, mas três zonas epicentrais.

34
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

O Engenheiro Frederico Machado (autor da carta de isossistas),


considerou uma zona epicentral na Praia do Norte, onde nenhuma
casa ficou habitável e houve fraturas no solo com deslizamento de
terra vertical e muitas derrocadas em falésias; uma segunda zona
epicentral a sul da Caldeira, onde se verificaram deslizamento de
terra e desmoronamentos de ravinas; e uma terceira zona epicentral
na região de Espalhafatos.

De acordo com os dados constantes no Anuário Sismológico de


Portugal (1959, nº12), na ilha do Faial a crise sísmica atingiu
intensidades máximas de VIII-IX (MCS-17) na Praia do Norte e
Ribeira Funda; VII-VIII (MCS-17) no Salão, Cascalho e Norte
Pequeno; V-VI (MCS-17) em Cedros, Canto, Flamengos, Feteira e
Castelo Branco; V (MCS-17) na Ribeirinha e Pedro Miguel; IV-V
(MCS-17) na praia do Almoxarife; e IV (MCS-17) na Horta.

Nas ilhas vizinhas a crise sísmica atingiu intensidades máximas de


III (MCS-17) no Pico, II-III (MCS-17) em S. Jorge e I-II (MCS-17) na
Terceira.

Zbyszewski & Veiga-Ferreira (1959) consideraram que a fase


sísmica da erupção começou a 12 de maio, atingindo o máximo de
intensidade IX no dia 13, na Ribeira Funda e Praia do Norte, VIII na
Ribeira do Cabo e VII no Capelo, não ultrapassando o grau V em
todo o resto da ilha. Durante esta série de sismos foram abertas
diversas fraturas, tendo ocorrido fissuras no interior da Caldeira que
provocaram a infiltração de água e consequentemente a ocorrência
de uma violenta explosão que projetou blocos de pedra a grande
altura e poeiras muito finas e esbranquiçadas sobre a área
adjacente. A metade oriental do fundo da Caldeira secou e
formaram-se fissuras circulares e ovais de onde eram expelidos
vapores, gases sulfurosos e jatos de lama a uma altura superior a
30 metros.

Tazieff (1959) verificou a abertura de fraturas na parte ocidental da


ilha com direção N70W (azimute 290º), com uma largura que
variava de centímetros a mais de um metro. Esta direção é paralela
à dos grandes acidentes tectónicos da ilha. No entanto considerou
estes eventos sísmicos de baixa magnitude, dado os danos serem

35
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

muito confinados e não terem sido registados por nenhuma das


agências internacionais.

Estes factos podem ser justificados por uma zona focal muito
superficial com origem na própria erupção.

Madeira (1998), com base na interpretação de fotos da época,


sugere a possibilidade da existência de componente de
desligamento nas roturas superficiais, nomeadamente desligamento
direito associado às componentes normais e de abertura.

Os aspetos geológicos e petrográficos (figura 3) da erupção foram


estudados pelos Serviços Geológicos de Portugal.

A fração fina das cinzas era arrastada pelo vento a distâncias por
vezes superiores a 50 km. O vento não teve influência apreciável
nos blocos de lava com peso da ordem das dezenas de kg que
eram atirados até alturas de 500 a 1000 m e chegaram a atingir
distâncias da mesma ordem de grandeza.

Os blocos incandescentes (rubro vermelho), emitidos juntamente


com as cinzas, deviam estar à temperatura de cerca de 900º C; e na
atividade estromboliana a temperatura atingiu 1100ºC (rubro
alaranjado).

A primeira corrente de lava deslocou-se inicialmente com uma


velocidade da ordem dos 0,06 m/seg. (200 m em cerca de uma
hora).

A corrente de lava do dia 18 de dezembro era mais lenta,


avançando em média 0,006m/seg.

O volume das cinzas emitidas até fim de dezembro é da ordem dos


60 milhões de m3 o que equivale a 25 milhões de m3 de lava não
vesicular e a energia dissipada terá sido de 1,2 x 1024 ergs.

O volume da lava emitida de maio a agosto, incluindo os materiais


do cone central, foi de cerca de 24 milhões de m3 a energia
correspondente é de cerca de1,2 x 1024 ergs.

36
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 20/29 Estudos


Especiais A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

Em Junho de 2003, efectuaram-se medições de concentração e fluxo de


CO2;
Verificou-se que os valores obtidos eram bastante mais baixos quando
comparados com outros vulcões activos no arquipélago

Nas quatro décadas que decorreram desde a erupção, o mar destruiu


mais de metade do edifício vulcânico;

A cobertura de cinzas tem sido gradualmente reduzida:


Pela erosão eólica;
Pela extracção incontrolada para serem utilizadas como material de
construção civil.

Diapositivo 20/38

Estudos realizados em 2003 relativos a medições de concentração


e fluxo de CO2, concluíram que os valores eram bastante mais
baixos comparativamente com os encontrados noutros vulcões
ativos no arquipélago.

Em cinco décadas a força da erosão é visível no vulcão dos


Capelinhos, mais de metade do edifício vulcânico foi destruído pelo
vento e pelo mar.

A cobertura de cinzas tem sido gradualmente reduzida, devendo-se


por um lado á erosão eólica e pela extração incontrolada para uso
na construção cívil.

37
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 21/29 Análise e


Interpretação A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

Os sismos premonitórios antecederam apenas 11 dias a erupção;

Actividade eruptiva variável:


1os oito meses essencialmente hidromagmática;
com cinzas e blocos projectados e emissões do tipo surge;
Edificou-se um cone de tufos;
2os cinco meses essencialmente magmática,alternando fases
estrombolianas e havaianas;
com emissão de piroclástos subaéreos e escoadas;
Formou-se um cone de escórias;

A actividade eruptiva terminou um pouco inesperadamente;

Diapositivo 21/38

A atividade do vulcão dos Capelinhos foi precedida de mais de 200


eventos sísmicos.

Esta erupção teve características notáveis. Desde o inicio até abril


de 1958, a atividade apresentou características semelhantes à das
erupções submarinas dos Açores. A duração de 8 meses desta fase
foi porém anormalmente grande porque as outras erupções
duraram, quando muito, um mês (Machado, 1958c).

Durante este primeiro período a atividade foi geralmente explosiva,


com apenas um curto episódio com emissão de corrente de lava
(16/18 de dezembro de 1957).

A partir de 14 de maio de 1958 a atividade mudou bruscamente


para um tipo efusivo com explosões estrombolianas fortes e
sucessivas correntes de lava. O facto desta nova fase ser precedida
também por uma enorme série de eventos sísmicos permite de certa
forma considerar estes fenómenos como representando uma
segunda erupção que se teria sobreposto à primitiva.

Nesta segunda fase a atividade não parece diferir da observada nas


erupções terrestres, de tipo efusivo, ocorridas no arquipélago.

38
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

As correntes de lava consolidaram as camadas de areia e lapilli,


tornando-se resistentes à abrasão marinha.

Um aspeto notável desta erupção foi precisamente a formação de


terra firme que acrescentou cerca de 2,4km2 de área à ilha do Faial.

39
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 22/29 Impacto


Actividade Eruptiva A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

Não causou vítimas;

Acrescentou à ilha cerca de 240 hectares de cinzas e lavas ;

A pluviosidade da zona aumentou cerca de 10 vezes no último trimestre


de 1957;
Grandes enxurradas arrastaram os materiais emitidos pelo vulcão

Agricultura foi prejudicada em grau variável em quase toda a ilha 

Diapositivo 22/38

Não tendo causado vitimas, esta erupção deixou marcos profundos


na ilha do Faial, quer no aspeto físico da ilha, acrescentando cerca
de 240 hectares de cinzas e lavas (figura 1) e no aspeto moral da
sua população.

Alterações na pluviosidade, aumentando cerca de 10 vezes no


último trimestre de 1957, causando grandes enxurradas.

A agricultura altamente prejudicada (figura 2), terrenos agrícolas


estéreis, colheitas perdidas e campos de pasto inutilizados

40
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 23/29 Impacto


Crise Sísmica (Maio) A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

Não causou vítimas;

Ruína total de 508 habitações;

Cerca de 1000 habitações danificadas ;

Rotura superficial em algumas zonas de falha;

Nas lombas, a sul da Caldeira, ocorreram desmoronamentos importantes.

Diapositivo 23/38

A nível do edificado, ruíram na totalidade cerca de 5 centenas de


habitações e um milhar de habitações danificadas (figura 1).

Várias roturas superficiais em zonas de falha e ocorreram


significativos deslizamentos de terra.

41
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Impacto
Filomena Rebelo 24/29

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS


1957 - 1958

Sérias perturbações na vida normal da populações;

Cerca de 21% da População abandonou a ilha com carácter definitivo


.

Diapositivo 24/38

A crise sísmica associada à erupção vulcânica e a queda de cinzas


e materiais de projeção originaram a destruição das habitações,
campos agrícolas e pastagens em algumas freguesias da ilha.
Beneficiando da solidariedade demonstrada pelos EUA, milhares de
sinistrados faialenses (figura 1) - aproveitaram a quota especial de
emigração concedida (por persistente diligência do congressista
estadual Joseph Perry Júnior e dos Senadores federais John O.
Pastore, de Rhode Island, e John F. Kennedy, de Massachusetts,
que pouco depois seria eleito Presidente dos EUA) e procuraram
refazer as suas vidas naquele país.

Foi a 2 de setembro de 1958, aprovado o "Azorean Refugee Act"


autorizando a concessão de 1.500 vistos. A quebra demográfica na
ordem de cerca de 50%, contribuiu para uma melhoria de vida na
população residente, a nível de mais oportunidades de trabalho e
melhoria dos salários.

42
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 25/29 Capacidade


de Resposta A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS
1957 - 1958

Durante a erupção, procedeu-se à transferência de pessoas e


haveres das zonas onde a actividade vulcânica podia oferecer
perigo;

Executaram-se trabalhos de reparação e conservação das


comunicações rodoviárias e de segurança das habitações;

Ex.mo governador do distrito soube exercer sobre a população uma


acção moral, comparecendo no Capelo nos momentos de maior
pânico;

Sr. Ministro da Obras públicas visitou a ilha para se inteirar


pessoalmente da extensão dos estragos originados pelos sismos
mais violentos;

Diapositivo 25/38

Durante a erupção foram evacuadas pessoas e bens das zonas


onde o perigo era patente.

Executaram-se trabalhos de reparação e conservação quer das vias


rodoviárias como no edificado.

O Governador Civil acompanhou de perto as populações exercendo


sobre elas um apoio moral.

O ministro das Obras Públicas visitou a ilha com a finalidade de


tomar conhecer dos estragos.

43
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Recuperação
Filomena Rebelo 26/29

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS


1957 - 1958

As casas foram reconstruídas;

As cisternas foram limpas;

Os caminhos desobstruídos;

Procurou-se recuperar alguns terrenos de cultura;

Diapositivo 26/38

Este diapositivo apresenta os trabalhos de recuperação efetuadas


na ilha do Faial, após a erupção dos Capelinhos.

44
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Conclusão
Filomena Rebelo 27/29

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS


1957 - 1958

A erupção iniciou-se a 27 de Setembro de 1957;

Tratou-se de uma erupção litoral emergente;

A actividade eruptiva durou pouco mais de um ano;

Actividade eruptiva variável


1os oito meses - hidromagmática;
2os cinco meses - magmática;

A erupção terminou a 24 de Outubro de 1958;

Diapositivo 27/38

Conclusão
Filomena Rebelo 28/29

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS


1957 - 1958

Presentemente é um vulcão activo;

Os efeitos mais catastróficos resultaram da crise sísmica que se


desencadeou em Maio de 1958;

O governo agiu rápidamente, tomando medidas de emergência em favor


da ilha flagelada;

A recuperação não foi totalmente conseguida porque houve abandono


nas zonas onde as população emigrou.

Diapositivo 28/38

Os diapositivos 27 e 28 apresentam uma conclusão do diaporama


sobre o Vulcão dos Capelinhos.

Os fenómenos eruptivos são conhecidos apenas pelas


manifestações que se produzem à superfície da terra. Os materiais
ejetados permitem conhecer a composição do magma contido nas
câmaras e impelidos, sobre o impulso de enormes pressões, através
da chaminé. A cratera, apenas a mais superficial das três partes que

45
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

constituem um aparelho eruptivo é acessível à observação. O


comportamento da erupção, reside em fenómenos que ocorrem ao
nível do reservatório e da chaminé.

A erupção dos Capelinhos, teve, na sua maior parte um percurso


tipicamente vulcaniano: explosões violentas, projeções de
fragmentos sólidos, ora de magma, ora arrancando às paredes da
chaminé, pulverização das escórias até dimensões de cinzas,
percentagem diminuta, entre material ejetado, de substâncias
incandescentes e de piroclastos (raridade de bombas e de
fragmentos pastosos e esponjosos).

A incandescência dos materiais poucas vezes foi observada. No


comportamento geral desta erupção entroncam-se dois breves
episódios lávicos, pois nas últimas semanas, a atividade efusiva
ganhou maior importância.

A duração da erupção, as variações de pressão e temperatura que


explicam a subida de magma liquido ou pastoso na chaminé, a
reativação da Caldeira, desde o povoamento da ilha, há cerca de
cinco séculos, parecem ser indicativo da existência de um campo
eruptivo onde se poderão esperar novas manifestações de
atividade.

46
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 29/29

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS


1957 - 1958

www.rtp.pt

Diapositivo 29/38

Um pequeno filme sobre o vulcão dos Capelinhos.

O que distingue o vulcão dos Capelinhos é o facto de ter sido a


primeira erupção submarina devidamente observada, documentada
e estudada, desde o inicio da erupção até ao seu termo.

47
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

RISCO VULCÂNICO
Filomena Rebelo 30/29

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS


1957 - 1958

Risco vulcânico (volcanic risk) define-se como a estimativa do impacte de um


fenómeno vulcânico em termos de saúde pública (mortes, ferimentos ou doenças)
e no que respeita aos aspetos sociais, económicos e culturais (Gaspar, 1998).

Neste contexto, adota-se a designação de perigo vulcânico (volcanic hazard) para


referenciar a probabilidade de um qualquer tipo de evento ou estilo eruptivo
potencialmente destruidor afetar uma determinada área num certo período de
tempo (Gaspar, 1998).

Diapositivo 30/38

Risco = (Perigo x Vulnerabilidade x Valor) / Capacidade de


resposta.

Os perigos vulcânicos são aqueles que ocorrem com menor


frequência. É de salientar que cerca de 10% da população mundial
habita em áreas com vulcanismo ativo, deduz-se que os efeitos de
tal perigo podem ter impacto significativo (Malheiro, 2002).

É importante fazer a distinção entre perigos vulcânicos diretos e


indiretos, os primeiros estão relacionados com escoadas lávicas,
piroclastos de queda, escoadas piroclásticas, surges, lahars e gases
vulcânicos, e os segundos com a atividade sísmica, movimentos de
vertente e tsunamis.

A vulnerabilidade representa o que é passível de se perder em


consequência de um determinado tipo de fenómeno e o valor
quantifica tais perdas.

A capacidade de resposta prende-se com todo o conjunto de


medidas que podem diminuir a vulnerabilidade.

48
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 31/38

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS

Medidas de Prevenção e Mitigação


1957 - 1958

Do Risco Vulcânico
Elaboração de mapas de risco vulcânico.
Estudo das erupções históricas.

http://www.cvarg.azores.gov.pt/geologia-
acores/faial/Paginas/GA-Faial-Vulcanismo-
Historico.aspx

http://www.cvarg.azores.gov.pt/geologia-
acores/graciosa/Paginas/GA-Graciosa-
Carta-Vulcanologica.aspx

Diapositivo 31/38

Viver numa região vulcânica ativa tem, naturalmente, os seus riscos,


pelo que se torna imprescindível que a comunidade esteja
preparada para encarar qualquer tipo de situação de emergência daí
decorrente.

No domínio da predição vulcânica os investigadores desenvolvem


dois métodos de aproximação ao problema. Um, de carácter geral,
baseia-se na definição da história eruptiva dos vulcões e tem por
objetivo caracterizar os diferentes tipos de perigos a partir da
determinação dos estilos de atividade passíveis de ocorrerem, sua
frequência e magnitude; tal informação revela-se de significativa
importância para o (re) ordenamento territorial e a elaboração de
planos de emergência. Outro, de âmbito mais específico, prende-se
com a instalação, o desenvolvimento e a gestão de redes de
monitorização que permitam conhecer a linha de base
correspondente ao estado normal do sistema vulcânico e, assim,
detetar eventuais anomalias precursoras.

Assim pretende-se reconhecer indicadores que sugiram a


necessidade de se acionarem os mecanismos de emergência da
Proteção Civil.

49
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 32/38

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS

Medidas de Prevenção e Mitigação


1957 - 1958

Do Risco Vulcânico
Monitorização Geodésica

Medições GPS.
http://www.cvarg.azores.gov.pt/ensino/Paginas/MVRG-2000-TM-Geodesica.aspx

Diapositivo 32/38

O estudo no tempo e no espaço de determinados parâmetros para


estimar o estado de atividade de um vulcão para prever eventuais
erupções e prevenir ou minimizar os riscos daí resultantes, designa-
se por: Monitorização Vulcânica.

Monitorização Geodésica – estuda a variação na forma do edifício


vulcânico, evidenciada por alterações no revelo, cujo estudo
pertence ao domínio da geodesia.

GPS (global positioning system) é um instrumento geodésico


importante por permitir detetar as deformações que ocorrem no
terreno.

50
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 33/38

Medidas de Prevenção e Mitigação A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS


1957 - 1958

Do Risco Vulcânico
Monitorização Geofísica

Estação sísmica.

Estação sísmica digital portátil didática


(CVARG).
Registo de um evento sísmico.
http://www.cvarg.azores.gov.pt/ensino/Paginas/MVRG-2000-TM-Geodesica.aspx

Diapositivo 33/38

Monitorização Geofísica – estuda os movimentos vibratórios no


edifício vulcânico, com a análise dos diferentes tipos de ondas
sísmicas, cujo estudo pertence essencialmente à física.

A estação sísmica digital portátil didática, apresentada no


diapositivo, foi concebida e produzida no CVARG, permitindo à
comunidade escolar observar e compreender o funcionamento de
um sistema de registo sísmico e utilizar o equipamento real para
auscultar sinais naturais e ruído sísmico artificial tal como acontece
nos centros de monitorização.

51
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 34/38

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS

Medidas de Prevenção e Mitigação


1957 - 1958

Do Risco Vulcânico
Monitorização Geoquímica

Recolha de gases de uma fumarola para


análises químicas nos Açores. Diversas ações de monitorização de gases em Amostragem de fluxo de CO2.
fumarolas nos Açores.

http://www.cvarg.azores.gov.pt/ensino/Paginas/MVRG-2000-TM-Geoquimica.aspx

Diapositivo 34/38

Monitorização Geoquímica –

Estuda a quantidade e proporção das substâncias saídas do edifício


vulcânico, evidenciadas nas análises de desgaseificação centrada
ou difusa, cujo estudo é sobretudo químico.

O início de uma erupção está sempre associado à subida de


magma armazenado em locais de maior profundidade, na crosta ou
no próprio manto, para zonas mais superficiais. Ascensão que pode
alcançar a superfície ou não.

Um aumento de quantidades de gases, indica a subida do magma,


que se liberta do interior do sistema vulcânico, principalmente pela
redução da pressão, o que proporciona a libertação dos voláteis
dissolvidos no magma.

Devido à redução da distância percorrida pelos gases até à


superfície, verifica-se um aumento da proporção dos compostos
estáveis dentro do magma, os quais se alteram mais facilmente no
caminho por reagirem muito com os materiais que atravessam.

52
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 35/38

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS

Medidas de Prevenção e Mitigação


1957 - 1958

Do Risco Vulcânico

Monitorização Hidrogeoquímica

Medidores de temperatura, pH,


Monitorização piezométrica. Análise em laboratório.
condutividade elétrica,
salinidades, potencial redox e
oxigénio dissolvido.

http://www.cvarg.azores.gov.pt/unidades-cientificas/LST_Fotos_UC_HiGA/WLabHidro3.jpg

Diapositivo 35/38

Monitorização Hidrogeoquímica – estuda a composição química das


águas subterrâneas e superficiais em regiões vulcânicas. Os processos
mineralizadores e a influência da atividade vulcânica sobre o quimismo das
águas.

As erupções vulcânicas que ocorrem em lagos vulcânicos induzem uma


variação das propriedades físico químicas das águas dos lagos numa fase
pré-eruptiva (Varekamp, 2002).

A Hidrogeoquímica na monitorização vulcânica é uma técnica que poderá


contribuir qualitativamente para a vigilância vulcânica.

Os alertas de eminência de uma erupção são lançados quando vários


parâmetros dos vários tipos de monitorização coincidem com a explicação de
uma progressiva subida de magma para zonas que podem futuramente
atingir a superfície, no entanto, pode não ocorrer uma erupção.

Presentemente, verifica-se que, por norma, nos vulcões monitorizados se


detetam atempadamente os sinais necessários para que os avisos à
população cheguem em tempo útil de modo a se reduzirem os danos em
pessoas e bens.

53
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 36/38

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS

Medidas de Prevenção e Mitigação


1957 - 1958

Do Risco Vulcânico

Elaboração de planos de evacuação.

Treino das populações (simulacros).

Palestras de sensibilização das populações para as medidas


de mitigação.

Programa educativo a implementar nas escolas, permitindo


criar uma consciência coletiva PARA A MITIGAÇÃO DO
RISCO.

Diapositivo 36/38

Neste diapositivo referem-se outras medidas importantes para a


mitigação do risco vulcânico.

Um plano de evacuação de uma forma geral tem por objetivo


minimizar e prevenir, o máximo possível acidentes pessoais e /ou
danos materiais.

Para o objetivo ser atingido é necessário um plano de evacuação


eficiente e eficaz.

Quanto mais preparadas estiverem as comunidades para enfrentar


a situação de emergência, (daí a necessidade de simulacros), maior
será o contributo das mesmas na a mitigação do risco.

54
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

Filomena Rebelo 37/38

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS

BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE VULCÂNICA 1957 - 1958

Transformação da energia geotérmica em energia elétrica.


Aproveitamento energético na culinária.
Atração turística.
.

Imagens
:http://cn7cst.wikispaces.com/
Vulcanismo
Central Geotérmica da Ribeira Grande, Açores.

Diapositivo 37/38

Filomena Rebelo 38/38

A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS

BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE VULCÂNICA 1957 - 1958

Solos férteis.
Exploração de minerais.
Saúde (termas, águas termais).
Evolução do conhecimento científico.

Termas do Carapacho, Ilha Graciosa.

http://www.ipr.pt/menu/?file=texto&
Ilha do Pico Águas termais, Furnas, S. Miguel.
codigo_menu=4180&sel_men=4180
Imagens http://www.rtp.pt/acores/index.ph
:http://cn7cst.wikispaces.com/Vulcanismo p?article=11251&visual=3&layout=10
&tm=5

Diapositivo 38/38

55
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

REFERÊNCAS BIBLIOGRAFICAS

AGOSTINHO, J. (1934) – Sinopse do estudo de P. Eseewein sobre


petrologia dos Açores. Açoreana (Bol.da Soc. Afonso Chaces).
7p.Angra do Heroísmo.

AGOSTINHO, J. (1935) – Tectónica, sismicidade e vulcanismo das


Ilhas dos Açores. Açoreana (Bol.da Soc. Afonso Chaces), vol.I p.
86-98.Angra do Heroísmo.

AGOSTINHO, J. (1936) – The volcanes of the Azores Island. Bull.


Volcanologique, 1931,t. 14 nº 27-30.p. 123-138. Naples.

BERTHOIS, L. (1953) – Contribution à l`étude litologique de l


´archipel des Açores, Com. Serv. Geol. Portugal. XXXIV, p. 5-198,
49 fig.,5 cartes, 13 pl. Lisboa.

BUFORN, E.; UDIAS, A. e COLOMBAS, M. A. (1988) – Seismicity,


source mechanisms and tectonics of the Azores : Gilbraltar plate
boundary. Tectonophysics, 152 (1988), 89-118

CANTO, E. (1881) – Erupção na ilha de Fayal (Anno de 1672).


Arch. dos Açores, vol. 3, p. 344-351 et 426-434.

CANTO, E. (1887) – Erupção no Capello, Ilha de Fayal (Anno de


1672) - suplemento Arch. dos Açores, vol. 9, p. 425-432.

ESENWEIN, P. (1929) – Zur petrografie der Azoren. Zeit. Valk.


Vol.XII, t.2/3. P. 108-227, 19 gig., pl. LIV-LVI. Berlin.

FERAUD, G.; KANEOKA, I. e ALLÈGRE, C. J. (1980) – K/Ar ages


and stress pattern in the Azores: geodynamic implications. Earth
Planet Sci. Lett., 46 (1980), 275-286.

GASPAR, J.L. (1998) - Caracterização dos perigos e mitigação dos


riscos associados a fenómenos vulcânicos na região dos Açores
(Com. oral). 1ª Jornadas de Protecção Civil. Santa Maria, Vila do
Porto, Fevereiro.

56
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

KRAUSE, D. C. e WATKINS, N. D. (1970) – North Atlantic crustal


genesis in the vicinity of the Azores. Geophy. R. R. Astr. Soc.,
19(1970), 261-283.

LAUGHTON, A. S.; WHITMARSH, R. B. ; RUSBY, J. S. M. ;


SOMERS, M. L. ; REVIE, J. e McCARTNEY, B. S. (1972) – A
continuous East-West fault on the Azores – Gilbraltar Ridge. Nature,
237 (5352), 217-220.

MACHADO, F. (1948) - Frequência dos sismos sentidos nas Ilhas


do Faial e Pico. Açoreana (Bol. Da Soc.Afonso Chaves), vol. IV, p.
236-245. Angra do Heroísmo.

MACHADO, F. (1951) – Perda de calor em câmaras magmáticas


doa Açores. Açoreana, vol.V.

MACHADO, F. (1954) – Natureza das deformações da crusta nos


Açores. Mem. Ordem dos Engenheiros, nº 107 (Simpos.,sobre ação
de sismos … Comum, nº 1). 6 p., 5 fig. Lisboa.

MACHADO, F. (1955) –The Fracture Pattern of Azorean Volcanoes.


Ball. Volcanologique, sér. II, t. XVII, p. 119-125, 4 fig. Naples.

MACHADO, F. (1957) – Caldeiras vulcânicas dos Açores. Atlântida


(Orgão do Inst. Açoriano de Cultura), vol. I, nº 5, p. 275-278. Angra
do Heroísmo.

MACHADO, F. (1958) – Actividade vulcânica da Ilha do Faial


(Noticia preliminar relativa aos meses de Setembro a Dezembro de
1957). Atlântida (Orgão do Inst. Açoriano de Cultura), vol. II, nº4,
p.225-236, 5 fig. 6 pl. Angra do Heroísmo.

MACHADO, F. (1958) – Actividade vulcânica da Ilha do Faial


(Noticia preliminar relativa aos meses de Janeiro e Abril de 1958).
Atlântida (Orgão do Inst. Açoriano de Cultura), vol. II, nº5, p.305-
315, 6 fig. 4 pl. Angra do Heroísmo.

MACHADO, F. (1958) - Variação secular do vulcanismo açoriano.


Bol. Núcleo Cultural do Norte, vol., nº 3, p.225-235, 2 fig. Horta.

57
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

MACHADO, F. (1959) - Actividade vulcânica da Ilha do Faial (Noticia


preliminar relativa aos meses de maio e Aagostode 1958). Atlântida
(Orgão do Inst. Açoriano de Cultura), vol. III, nº1, p.40-55, 7 fig. 8 pl.
Angra do Heroísmo.

MACHADO, F. (1959) –Actividade vulcânica da Ilha do Faial (1957-


58). Reedição subsidiada pelo Governo Civil da Horta. 51 p., 20 fig.
19 pl.Angra do Heroísmo.

MACHADO, F. e FORJAZ, V. H. (1968) - Actividade Vulcânica da


Ilha do Faial, 1957-1967. Horta: Comissão Regional de Turismo do
Distrito. 85 p.

MADEIRA, J. (1998) – Estudos de neotectónica nas ilhas do Faial,


Pico e S.Jorge: uma contribuição para o conhecimento geodinâmico
da junção tripla dos Açores. Tese de doutoramento. Departamento
de Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa,
481 p.

MADEIRA, J. e RIBEIRO, A. (1990) – Geodynamic models for the


Azores triple junction: a contribution from tectonics. Tectonophysics,
184 (1990), 405-415.

MALHEIRO, A. (2002) – Identificação, caracerizaçao e proposta de


sistematização dos elementos e parâmetros de vulnerabilidade a
considerar no âmbito na avaliação de riscos vulcânicos. Tese de
Mestrado em Vulcanologia e Riscos Geológicos, Universidade doa
Açores, 137p.

MENDONÇA DIAS A. A, DE (1959)- A crustal deforming agent and


the mechanism of the volcanic activity in Azores. Ball.
Volcanologique, sér. II, t XXI, p. 95-102, 5 fig. Naples.

PARSON, W. H. & MULFORD, J.W. (1959) - Capelinhos Volcano,


Fayal Island, Azores. Cranbrook Institute of Science. News Letter,
vol. 28, nº2, p. 10-21, 8 fig. Bloomfield Hills, Michigan.

58
A ERUPÇÃO DOS CAPELINHOS 1957-1958

RIBEIRO, O. & SOEIRO DE BRITO, R. (1958) - Primeira notícia da


erupção dos Capelinhos na ilha do Faial. Naturalia, nºs 13-16,vol.
VII, fasc. I-IV, p.192—224, 3 fig., 14 pl. Lisboa.

SERVIÇO METEOROLÓGICO NACIONAL. (1958) – Anuário


Sismológico de Portugal. Nº 11 (1957), 6 p. Lisboa.

SOUSA CAMPOS, V. (1959) – Relatório sobre as últimas


consequências da erupção dos Capelinhos e sobre a necessidade
de providências complementares (Direcção geral dos Serviços de
Urbanização. Melhoramentos Rurais).11 p., 1 photog. (Ráp.Inédit).

TAZIEFF, H. (1957) - L’activité du volcanisme sous-marin: Quand


une île surgit de la Mer … Sciences et Avenir, nº 130, p. 618-622, 10
fig. Paris.

TAZIEFF, H. (1958) - L’éruption 1957-1958 et la tectonique de Faial


(Açores). Bull. Soc. Belge de Géol. Paléont, et Hydrol., t. LXVII, p.
13-49. Bruxelles.

TAZIEFF, H. (1959) - L’éruption sous-marine de Faial (1957-1958).


Nature, Fr., nº 3288, 145-151, 8 fig.

UDÍAS, A. (1980) – Seismic stresses in the region Azores - Spain –


Western Mediterranean. Rock Mechanics, suppl. 9(1980) 75-84.

VAREKAMP, J. C. (2002) – Volcanic lakes: Coloured Windows info


magma chamber. II Jornadas Internacionais de Vulcanologia da ilha
do Pico, Portugal, pp.71,72..

VEIGA FERREIRA, O. DA (1957) – A erupção do vulcão dos


Capelinhos. (faial- Açores). Bol. Soc. De Geografia de Lisboa, Sér.
75, p. 355-359, 1 fig., 6 pl. Lisboa.

ZBYSZEWSKI, G. & VEIGA-FERREIRA, O. (1959), Rapport de la


deuxième missiongéologique. Le volcanisme de l’île de Faial et
l’éruption du volcan de Capelinhos. Memórias dos Serviços
Geológicos de Portugal, 4:339-345.

59

Você também pode gostar