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Lemuel Gulliver era cirurgião em Londres. Diante do pouco movimento de pacientes em seu
consultório o Dr. Gulliver decide aceitar o convite do Capitão Willian Prichard que seguia com
Na travessia para as índias Orientais uma violenta tempestade afunda o navio. Após muito
nadar Gulliver, guiado pelo vento e pela maré, chega à praia e, por estar muito cansado,
adormece.
Ao acordar tenta levantar-se e nota que seus braços e pernas estão amarrados. Ao ouvir um
ruído confuso verifica que se trata de minúsculas criaturas humanas (pigmeus) do país de
Liliput, que tentam atingi-lo com flechas. Por ordem do imperador de Liliput, Gulliver é
levado à capital para então decidirem o que fazer com ele, visto que sua permanência
naquele país traria muitos gastos em virtude do seu tamanho e sua morte causaria uma
peste na metrópole e se arrastaria por todo o reino por causa do mau cheiro.
Decidem que, por enquanto, todos os aldeões terão que colaborar com o seu sustento.
Fazem um inventário de seus pertences e ficam perplexos diante do tamanho dos objetos, os
Logo, Gulliver, que era muito inteligente, começa a aprender a língua dos Liliputianos e aos
poucos conquista a confiança dos habitantes. Em pouco tempo passa a ser amado por muitos
e invejado por alguns como o Sr. Skyresk Bolgoham que tramava intrigas para afastá-lo do
reino.
Após vários pedidos o rei concede-lhe a liberdade, mediante algumas coisas que teria que
cumprir. Autoriza-o a conhecer a metrópole desde que não pise nas pessoas e nem danifique
as casas. “O homem montanha”, como era chamado, é ordenado pelo rei a lutar contra os
Blefuscu, povo que discordava dos Liliputianos quanto a forma de quebrar o ovo: se pela
ponta mais fina ou pela mais grossa. Gulliver vence a Batalha e recebe um título honorífico.
Novamente seus serviços são solicitados. Desta vez ele é chamado para apagar um incêndio
nos aposentos da imperatriz. Gulliver apaga o fogo com jatos de sua urina, procedimento
ilegal naquele país. O rei de Liliput é pressionado a matá-lo aos poucos de fome. Avisado por
um amigo importante da corte, Gulliver foge para Blefuscu e lá é ajudado a retomar para
Inglaterra.
Segunda Viagem
Dois meses após ter chegado a sua terra Natal, Gulliver embarca novamente em sua
uma raça de gigantes. Assustado diante do tamanho dos gigantes teme ser engolido por
eles. No entanto, Grilbrig, um lavrador, leva-o até a sua casa e, com a intenção de obter
lucros e também para gabar-se, o exibe a todos o seu “achado”: um estranho animal que
Para proteger seu “patrimônio”, Grilbrig não permite que ninguém o toque, a não ser sua
filha Glumdalclitch, que cuidava de sua preservação e ensinava-lhe a língua nativa. Gulliver,
O lavrador após lucrar muito com suas exibições e suspeitando que o estranho animalzinho
estivesse muito doente decide vendê-lo a rainha, juntamente com sua filha, que era sua
pajem. A rainha ordena que se faça uma caixa que pudesse servir de dormitório e tudo foi
adaptado para que Gulliver se sentisse confortável. Gulliver se torna, aos poucos, companhia
indispensável da rainha. Isso desperta a fúria de outra criatura que também pertencia a ela:
O rei, em seus momentos de folga, passava horas conversando com Gulliver. Ele queria
saber tudo sobre sua terra de origem, pois queria conhecer tudo o que merecesse ser
imitado.
Justiça, o critério de escolha de um novo nobre. E o rei conclui que “a grande maioria dos
vossos semelhantes é representado pela mais perniciosa raça de pequenos e odiosos insetos,
As dimensões exageradas das pessoas, das feridas, dos insetos, das imundices, etc. o
deixavam nauseado. Por isso, Gulliver começa a pensar numa maneira de retomar ao seu
país e sua libertação ocorre no dia em que acompanhou o rei e a rainha numa viagem à
costa do Sul do reino. Como sua pajem estava muito resfriada, Gulliver é levado por outro
pajem para ver o mar. Então, o menino se distrai e uma enorme águia arrasta-o em direção
a um rochedo. A ave deixa-o cair no mar e ele é encontrado por marinheiros da sua
“espécie”, ou seja, que tinham proporções semelhantes a sua. Gulliver então é deixado em
A convite do Capitão William Robson, Gulliver embarca para uma viagem às índias Orientais
como comandante de uma chalupa (Antigo navio à vela, cuja mastreação se compõe de
gurupés e dois mastros: o de vante de lugre, e o de ré inteiriço, que enverga pequena vela
latina quadrangular). Durante a viagem, é perseguido por dois navios de piratas que lhe
roubaram a chalupa e lhe dão canoa para que ele consiga chegar em terra.
Depois de algum tempo, Gulliver chega a uma ilha formada por penhascos. Depois ser
encontrado pelos habitantes, é levado ao palácio real por uma nave até a presença do Rei,
que não entendendo sua língua, ordena que lhe ensinem a língua nativa.
Gulliver então aprende que o nome da ilha era Laputa “Ilha Volante ou Flutuante” e graças a
viviam numa nave e eram conhecedores da lógica (Matemática) e da harmonia (música), não
se interessando por nenhum outro ramo de conhecimento.
Gulliver pouco interessado nestas ciências pede permissão para visitar outra ilha e segue
para Balnibardi. Em Lagada, metrópole de Balnibardi, Gulliver visita a academia local em que
Como esses projetos ainda não atingiram a perfeição, os habitantes estavam à mercê dos
o povo sem roupa e sem comida. Menos o rei que se contentou em viver na maneira antiga,
preferiu o bem estar do quê o progresso geral. Gulliver propõe alguns melhoramentos nos
Cansado de morrar nesse lugar, Gulliver pensa em retornar a Inglaterra, mas a falta de um
navio o faz visitar uma ilha chamada Glubboubdrib, que significa “Ilha dos feiticeiros ou
mágicos”. Nessa ilha o governador tem poderes chamar dentre os mortos que bem quisesse
e exigir-lhes os serviços por 24 horas (não mais). No começo Gulliver ficou assustado, mas
antigas e modernas.
Depois de sua estada Glubboubdrib, segue viagem e tenta chegar ao Japão onde, de lá,
regressaria à Inglaterra. Durante a vigem passa por Luggag, onde foi recebido com muita
cordialidade. Fica sabendo da existência de uma raça chamada Struldbrugs (Imortais que
viviam naquele país) e deseja ser um deles, mas quando soube das desvantagens, logo se
arrepende e segue para o Japão e de lá embarca num navio com destino a Inglaterra.
Quarta Viagem
Cansado do ofício de médico de bordo, Gulliver aceita o convite para ser capitão do navio.
Em virtude da morte de diversos homens de seu navio, é obrigado a recrutar novos homens.
Logo depois, é traído por eles e deixado em um bote alto mar. Depois de vagar a deriva por
algum tempo, chega ao país dos Houyhnhnms, que era governado por cavalos, que
Os cavalos ficaram interessados em saber de que parte ele vinha e como aprendeu imitar os
Yahoos cruéis e desprezíveis animais irracionais daquele país, muito parecido fisicamente
com os homens.
Depois de aprender o idioma dos cavalos, Gulliver explica a eles porque foi parar naquele
lugar: Então ele conta como foi traído por criaturas de seu país. Isto gera grande confusão
entre os cavalos, pois eles não entendiam que pudesse haver falsidade ou mentira entre os
irracionais, como eram considerados, porque eles não conheciam o “duvidar’ e o não
“acreditar”.
Então o cavalo amo pede para que Gulliver descreva o país de onde viera. Gulliver fala-lhes
sobre a questão da acusação e defesa, da importação de produtos como comida e bebida
como são escolhidos os primeiros ministros e os ministros de estado e sobre os motivos que
Depois que ouvir atentamente o relato de Gulliver, o cavalo amo diz a Gulliver como era o
comportamento dos Yahoos. Segundo ele, os Yahoos e os homens descritos por Gulliver se
diferenciam apenas no vigor, na rapidez, no comprimento das garras, mas pela descrição
que fez dos costumes e dos atos, julgou existir idêntica semelhança na disposição dos
espíritos.
O cavalo amo relata também as virtudes dos Houyhnhnms uma delas é não ter amor
fraterno, eles amam a espécie toda, controlam a natalidade, quando se casam escolhem as
cores para não haver mistura de raças e as fêmeas recebem o mesmo tratamento dos
machos. Fala também da Assembléia que é feita de 4 em 4 anos para saber do estado e as
condições dos vários distritos; se precisam ou se sobram aveia, feno, vacas ou Yahoos.
Gulliver estava decidido a ficar neste país para sempre, mas foi realizada uma Assembléia
geral para saber se os Yahoos deviam ser exterminados da face terra. E o cavalo amo
Ajudado por um Alazão, Gulliver constrói uma canoa e se despede de todos com muita dor e
lágrimas. Depois, tenta morar em outra ilha, mas é expulso por seus nativos homens e
Algum tempo depoism é encontrado por marinheiros que o levaram, mesmo contra
suavontade. O capitão do navio convenceu-o a voltar para sua terra. Ao chegar, sente
desprezo pela família, face à comparação com os Yahoos e por estar desabituado do contato
Na época em que a obra foi escrita, o Reino Unido da Grã-Bretanha era formado pela
Os Irlandeses não eram tratados como os demais integrantes, pois sua população era de
origem celta e sua religião era católica. Embora tivessem o direito de votar, por serem
católicos não podiam ter cargos públicos. A população vivia na mais sórdida miséria. Em
1666 foi vedada a exportação de gado para o reino e começou a criação de carneiro, sendo
que o comércio entre as duas ilhas caiu consideravelmente. Como se não bastasse, em
1699, uma outra lei decretada pela Inglaterra proibia a exportação para outros mercados do
mundo, tudo sob uma política escravizadora, fazendo com que milhares de fabricantes
Em 1694, o novo regime, do qual John Locke foi teórico “Ensaio sobre o Governo Civil
dos Whigs vinha dos setores da aristocracia e comerciantes de Londres, estes advogando
PERSONAGENS
Primeira Viagem (A Liliput)
- Personagens Principais
Sr. Limuel Gulliver – Morador de uma pequena propriedade em Nottinghamshire,
terceiro filho de uma família de Cinco. É enviado aos 14 anos para Emanuel College, em
Cambridge, onde permaneceu por três anos aplicados aos estudos de Medicina. Torna-se
aprendiz do Sr. James Bates. Aplica-se aos estudos da navegação e outras partes da
matemática, úteis a quem tenciona viajar.
Golbasto Momaren Evlane Gurdilo Shefin Mully Ully Gue – Imperador de Liliput.
Monarca de todos os monarcas, mais alto do que os filhos dos homens, agradável como
a primavera, confortativo como o verão.
Skyresh Bolgolam – Antagonista. Ministro e almirante do rei de Liliput; pessoa de
muita confiança do amo e grandemente versada em negócios, mas rabugento e áspero.
Sem motivos, torna-se inimigo mortal de Gulliver.
Flimnap - Tesoureiro do rei (amigo de Gulliver), deixou de ser amigo mais tarde
devido à calúnias envolvendo sua esposa e Gulliver.
- Personagens Secundários
Sr. Bates - Mestre, professor, eminente cirurgião de Londres.
Srta. Mary Borton – Segunda filha do Sr. Edmund Burton (que era negociante de
meias em Newgate Street, que trouxe como dote 400 libras), esposa de Gulliver.
William Prichard - Comandante do Antílope, navio em que Gulliver fez sua primeira
viagem significativa com destino às índias Orientais.
Limtoc - o general.
Lalcon – o camareiro.
Balmuff – o grande juiz. Redigiu contra Gulliver uma acusação por traição e outros
crimes capitais.
Segunda Viagem (Broldingnag)
- Personagens Principais
Gildrig – Como Gulliver foi chamado na terra dos gigantes.
Glumdalclith ou Amazinha – Filha do Gigante, uma menina de nove anos. Esperta
para a idade, muito perita na agulha (boa costureira); Carinhosa, amiga e protetora
inseparável de Gulliver.
Grilbrig – O Fazendeiro. Pai da Amazinha, homem ganancioso, ganhava dinheiro
com as apresentações de Gulliver. Quando Gulliver adoece, ele o vende para a rainha de
Broldingnag.
- Personagens Secundários
Rainha – Se dedicava as coisas fúteis do reino, considerava Gulliver uma criatura
inteligente que servia para distraí-la.
Rei -Possuía grande sabedoria, mantinha longas conversas com Gulliver a respeito
da Inglaterra.
O Anão da corte -Era o menor adulto do país, com apenas 9 metros de altura,
proferia palavras irônicas a respeito do tamanho de Gulliver, invejava-o, pois havia
perdido, para ele, a preferência da corte.
Terceira Viagem (Laputa)
- Personagens Principais
O Rei – Como o restante dos habitantes, dava importância ao estudo da matemática
e da música.
Munodi – Pessoa de primeira categoria. Foi governador Lagado, capital de
Balnibardi, durante alguns anos.
Os Batedores – Principal função era despertar tanto o Rei como os habitantes com
mascateiros a fim de trazê-los ao assunto atual.
Glubbdubdrib – (próxima cidade a ser visitada por Gulliver) Ilha dos feiticeiros ou mágicos.
O Rei - Era mágico, invocava os espectros dos mortos para servi-lo durante 24
horas. Atencioso respondia para Gulliver todas as indagações feitas sobre sua cidade.
Ao escrever “As Viagens de Gulliver”, J. Swift, com seu estilo lúcido, direto, destituído de
efeitos literários adotou o método da cultura Livresca, próprio da época, ou seja, relatos de
viagens; isto para causar impacto nos seus leitores, com uma narrativa diferente das outras
Percebe-se que o escritor J. Swift pinta-nos, qual um dramaturgo, o cenário em que alguns
acontecimentos vão transcorrer, sendo que este é idealizado, isto é, apenas como “pano de
fundo’, pois o drama não está dentro da personagem “Gulliver”, mas sim, no próprio
romancista. E estas forças interiores, ou melhor, a sua revolta contra a sociedade e sua vida,
Demóstenes ou de Cícero, para entoar louvores da minha querida terra natal, em estilo
E assim, como protagonista-narrador, ele deixa que a personagem fale por si e se desnuda
Assim sendo, a sua intenção é atingir a um público, instruindo-o como se fosse “contra-
ideologia” e apresentando por meio do fantástico (os Houyhnhnms) uma sociedade ideal.
Explorou a fantasia como quis e pôde para desdenhar a realidade por ele vivida, sendo que
essa sua técnica provocou muitas perguntas, do tipo: “Que pretende o autor dizer com isso?
Como o romancista vê o mundo? Quem será o herói deste romance? E o anti-herói? Seria a
personagem-narrador?
TEMPO E ESPAÇO
estivesse navegando e para seu controle utilizasse uma bússola. Alguns exemplos serão
citados abaixo.
O “espaço”, na maioria das vezes, é aberto: mar, terra, ilha e, em alguns momentos, o
ambiente se fecha. O escritor alonga-se na descrição de alguns espaços, como o caso da ilha
Laputa.
Exemplos:
seja, quatro milhas e meia, … dez mil acres, com uma grossura de trezentas jardas.”
de latitude Sul…”
“… No dia 5 de Setembro de 1715 fundeamos nas Dunas, cerca das nove da manhã e, às
“O Editor ao Leitor”, visando a introduzir a sua história. No primeiro, procede uma síntese do
passado, no tempo presente, através do qual dirige-se ao seu primo em forma de cobrança,
livro em questão.
Assim sendo, abordou à cerca da última viagem “Viagem ao País dos Houyhnhnms” e quanto
Por outro lado, para passar a imagem que tudo aconteceu mesmo, acrescentou o segundo
caso, no qual a personagem (seu primo e editor) confirmou que foi dito na “carta” e
esclareceu que fez alguns cortes no romance, para adaptá-lo ” à capacidade geral dos
leitores, e se não o fizesse o volume seria pelo menos duas vezes maior”.
No primeiro capítulo com o pretérito perfeito, começa contando “Possuia meu pai …”, para
situar a narrativa.
comenta “a duração de tempo” e o seu objetivo na narrativa: “contei-te a história fiel das
minhas viagens durante dezesseis anos e mais sete meses, na qual me preocupou menos o
ornamento que a verdade”, isto para, novamente, fortalecer a sua verdade para o receptor,
No desfecho da obra, o narrador ainda faz críticas irônicas: “que essa descrição não se refere
à nação britânica” e valoriza-se “Agrada-me assaz o não poder esta minha obra encontrar
censuras, pois que objeções podem fazer-se contra um escritor que tão somente refere
simples fatos?’!
Tema
O tema da obra “Viagens de Gulliver” são as viagens imaginárias feitas pelo personagem
princinpal: Sr. Limuel Gulliver. Essa obra, que têm a aparência de um “conto fantástico”, na
Gulliver encontra povos e mundos estranhos, que na realidade são metáforas para os vícios
Gulliver faz quatro viagens e, a cada nova expedição, é iniciada uma nova aventura: o
primeiro país “imaginário” a ser visitado é Lilliput, cujos habitantes medem menos de 15 cm.
Em seguida, Gulliver visita Brobdingnag, que é habitado por gigantes; Laputa, ilha voadora
habitada por sábios loucos; o país dos Houyhnhnms, cavalos que dominam os Yahoos,
antropóides degradados.
Tudo isso e muito mais fazem de “Viagens de Gulliver” uma viagem literária empolgante
Linguagem
Um dos maiores humanistas do seu tempo, numa época que se dava ênfase ao classicismo,
a consciência de Swift orientou seu método e seu estilo, surgindo uma prosa rigorosamente
Swift usa a técnica da ficção científica para descrever acontecimentos fantásticos com tal
riqueza de detalhes que lhes parecem perfeitamente verossímeis. Seu estilo é descritivo e
combinações de letras e palavras, compreensíveis apenas para ele e sua Stella. É a chamada
“pequena linguagem”, que criou especialmente para comunicar-se com a amada. Swift
pessoas, partidos políticos e localidades, além é claro da linguagem específica de cada país.
- Bref oscus: Pequeno asqueroso (do francês, breff: pequeno; e do latim, oscus: asqueroso,
vil)
temos:
La Puta: Derivando do latim, temos: “país dos pensadores” (onde Swift, satiriza cientistas,
“Cuidado com a puta, que lhe deixa a bolsa vazia.” Swift faz alusão ao empobrecimento da
Irlanda pela Inglaterra (1/3 dos rendimentos da Irlanda na época, eram gastos na
Inglaterra).
(relinchar).
IDEOLOGIA
Em “Viagens de Gulliver”, Swift procura mostrar, através da sátira, a vida política e social da
Inglaterra no século XVII. Embora a intenção alegórica mais direta e pessoal esteja
Torna-se evidente a valorização dos padrões civilizados da época: mentalidade burguesa que
O Humanismo Iluminista está evidente, desde o início, na ênfase dada por Swift à
A inegável crueldade que transparece da linguagem satírica escolhida por Swift, mais do que
Em 1725, o autor escreveu a seu amigo Alexander Pope, afirmando que, com “Viagens de
Gulliver” pretendia agredir o mundo, não diverti-lo. Estava coligindo dados para desmascarar
o falso conceito do homem como animal: “O homem é capaz de ser racional, porém não se
esforça; ao contrário, parece comprazer-se no cultivo dos instintos e nada de bom constrói.
Odeio esse animal chamado homem, embora ame com todo coração a Pedro ou a João”.
principal), Swift visava ainda ridicularizar a moda dos livros de viagem, que na
alvoroçada a corrente de urina do homem montanha descendo terra afora como a caudal de
um imenso rio; depara a psicanálise uma das manifestações do infantilismo sexual de Swift,
seus órgãos genitais, é interpretado pela psicanálise como uma fantasia compensatória,
Liliput, em que não é difícil surpreender uma alusão aos partidos Ingleses dos Whigs e
Outro exemplo é o de Luggnagg onde viviam os “struldbrugs”, os imortais, que alerta para
as misérias gerais da vida humana. Swift convertera a palpitação pela vida imortal num
espetáculo horrível e ultrajante para a espécie: “cada homem deseja uma longa vida, mas
nenhum homem quer ser velho” ( Thoughts on .Various Subjects, Prose, de Swift).
espécie de sistema de casta racial, pois não existia o vocabulário “opinião” em sua linguagem
As quatro viagens formam uma série em que a visão vai se tornando cada vez mais escura:
representam estágios da desilusão de Gulliver, que vai se tornando tão obcecado pelas faltas
genéricas da humanidade que não consegue mais apreciar as virtudes dos indivíduos. Como
Gulliver movimenta-se através dessas visões do mundo, seu próprio caráter e atitudes
obcecado pelo que há de errado com as pessoas. E o que Gulliver fez. Swift por outro lado,
reage de maneira diferente, pois estava preparado para ser mais tolerante porque não