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Páginas de Principles of Mathematical Analysis + Solutions PDF
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Riemann-Stieltjes
mos uma breve introdução sobre a integral de Riemann, já que esta é objeto de estudo
da Análise Real.
mann.
Agora suponha que f seja uma função real limitada denida em [a, b]. Corresponden-
∑
n
s(P, f ) = mi ∆xi .
i=1
65
66 As Integrais de Riemann e Riemann-Stieltjes
∫ b
f dx = inf S(P, f ),
a
∫ b
f dx = sup s(P, f ).
a
e inferior no intervalo [a, b]. Isto mostra que os limitantes superior e inferior das
Se as integrais superior e inferior são iguais, então dizemos que f é Riemann inte-
grável em [a, b], e escrevemos f ∈ℜ (isto é, ℜ denota o conjunto das funções que são
∫ b
f dx,
a
ou por
∫ b
f (x)dx.
a
gral Riemann também pode ser calculada por meio de limite de somas de Riemann,
[a, b] e seja também C = {ξ1 , ξ2 , ..., ξn } um conjunto de n pontos tais que ξi ∈ [xi−1 , xi ].
A soma de Riemann da função f referente à partição P e aos pontos ξi de C é denida
pela expressão:
∑
n ∑
n
σ(f, P, C) = f (ξi )(xi − xi−1 ) = f (ξi )∆xi .
i=1 i=1
Riemann. Seja, por denição, a norma de uma partição P o maior dos números de
superior de f em um intervalo [a, b]. Essas integrais são os limites de s(f, P ) e S(f, P )
respectivamente, quando ||P || → 0. Em outras palavras, dado qualquer ϵ > 0, existe
′ ′′
S(f, P ) − S(f, P ∗ ) = Mi (xi − xi−1 ) − Mi (x′ − xi−1 ) − Mi (xi − x′ )
′ ′′
= (Mi − Mi )(x′ − xi−1 ) + (Mi − Mi )(xi − x′ ).
de mais um ponto, e assim por diante, até chegar a P∗ obtida de Pn−1 pelo acréscimo
para obtermos:
ϵ
S(f, P0 ) < J + . (4.3)
2
Seja δ > 0 um número a ser determinado; e seja P uma partição qualquer com ||P || < δ .
∗
A partição P = P0 ∪ P é obtida de P pelo acréscimo de no máximo n − 1 pontos, ou
Teorema 4.1. Se f uma função Riemann integrável no intervalo [a, b], sua integral
neste intervalo é o limite das somas de Riemann σ(f, P ) com ||P || tendendo a zero,
isto é,
∫ b ∑
n
f (x)dx = lim f (ξi )∆xi ,
a ||P ||→0
i=1
Portanto,
∫ b ∑
n
f (x)dx = lim f (ξi )∆xi .
a ||P ||→0
i=1
Denição e Existência da Integral 69
Observação 4.1. A recíproca de Teorema 4.1 é verdadeira, desta forma, vericar que
dada uma função limitada f : [a, b] → R é Riemann integrável é calcular o limite das
somas de Riemann.
crescente em [a, b]. (Como α(a) eα(b) são nitos, segue que α é limitada em [a, b].)
Correspondendo a cada partição P de [a, b], escrevemos
Como α é crescente, então, é evidente que ∆αi ≥ 0. Para toda função real f limitada
caso mais geral essa interpretação deixa de existir. Citamos expressamente que no caso
∫ b
Algumas observações devem ser feitas sobre a notação. Preferimos f dα a
∫ b
a
f (x)dα(x), uma vez que a letra x que aparece nos segundo caso não acrescenta
a
em nada com relação ao primeiro. É irrelevante a letra que usamos para representar a
variável de integração.
∫ b ∫ b
Por exemplo, f (x)dα(x) f (y)dα(y). A integral depende de
é o mesmo que
a a
f, α, a e b mas não da variável de integração, a qual, pode ser omitida.
∫ b
Agora vamos investigar a existência da integral f dα.
a
denida por:
∫ b ∑
k
f (x)dα = lim f (ξ)[α(xi ) − α(xi−1 )],
a ||P ||→0
i=1
propriedade 4.10 (iii) que arma: Se a < c < b, então, f ∈ ℜ(α) em [a, c] e em [c, b], e
∫ c ∫ b ∫ b
f dα + f dα = f dα,
a c a
pode não ser válida se não for exigida que a função α de variação limitada.
Demonstração. Para provar que o ínmo da função f com respeito à partição P é menor
∗
ou igual ao ínmo com respeito a seu renamento, notemos que P é um renamento
Denindo
s(P ∗ , f, α) − s(P, f, α)
= w1 [α(x∗ ) − α(xi−1 )] + w2 [α(xi ) − α(x∗ )] − mi [α(xi ) − α(xi−1 )]
= (w1 − mi )[α(x∗ ) − α(xi−1 )] + (w2 − mi )[α(xi ) − α(x∗ )] ≥ 0.
∫ b ∫ b
Teorema 4.3. f dα ≤ f dα.
a a
Logo,
∫ ∫
Logo, se tomarmos inf para toda partição P2 acima f dα ≤ f dα.
Portanto a integral Riemann-Stieltjes inferior é sempre menor ou igual a integral
Riemann-Stieltjes superior.
∫ ∫
s(P, f, α) ≤ f dα ≤ f dα ≤ S(P, f, α).
∫ ∫
0≤ f dα − f dα < ϵ.
1
Como ϵ>0 é arbitrário, considere ϵ= , passando ao limite quando n → ∞, temos
n
∫ ∫
f dα − f dα = 0.
Portanto,
∫ ∫
f dα = f dα.
∫ ∫
ϵ ϵ
S(P2 , f, α) − f dα < ⇒ S(P2 , f, α) < + f dα,
2 2
∫ ∫
ϵ ϵ
f dα − s(P1 , f, α) < ⇒ f dα − < s(P1 , f, α).
2 2
Somando ϵ em ambos os lados da segunda relação, temos
∫
ϵ
f dα + < s(P1 , f, α) + ϵ
2
Seja P um renamento comum de P1 e P2 . Usando as relações acima, o Teorema
a diferença entre soma superior e soma inferior seja arbitrariamente pequena. Agora
veremos um exemplo e, em seguida, analisaremos alguns fatos que têm estreita relação
0, 1
se 0≤x<
Exemplo 4.1. Sejam α(x) = 2 e f (x) = x2 , denida em [0, 1].
2, se
1
≤ x ≤ 1.
2
Dado ϵ > 0 arbitrário, mostremos que existe uma partição P de [0, 1] como no
∑ ( )2
1 1
i) S(f, P, α) = Mi ∆αi = [2 − 0] = .
2 2
∑ ( )2 [ ]
1 1 1 1 1
ii) s(f, P, α) = mi ∆ α i = − [2 − 0] = 2 − +
2 2k 4 2k 4k 2
[ ]
1 1 1
= − + .
2 k 2k 2
Logo, [ ]
1 1 1 1 1 1
S(f, P, α) − s(f, P, α) = − − + 2 = − 2.
2 2 k 2k k 2k
1
Então, se ϵ≤ , basta tomarmos k como sendo o menor inteiro positivo maior que
2
√
1+ 1 − 2ϵ
.
2ϵ
1
No caso em que ϵ > , todo k > 0 satisfaz.
2
Logo, dado ϵ > 0, existe uma partição P , tal que, S(f, P, α) − s(f, P, α) < ϵ
determinado por k .
∫ 1
1
Portanto, f é Riemann-Stieltjes integrável e sua integral é f dα = .
0 2
74 As Integrais de Riemann e Riemann-Stieltjes
Teorema 4.5. (i) Se S(P, f, α) − s(P, f, α) < ϵ vale para algum P e algum ϵ, então,
∗ ∗ ∗
S(P , f, α) − s(P , f, α) < ϵ vale (com o mesmo ϵ) para todo renamento P de P .
(ii) Se S(P, f, α) − s(P, f, α) < ϵ vale para P = {x0 , ..., xn } e, se s i , ti são pontos
∑
n
|f (si ) − f (ti )|∆αi < ϵ.
i=1
∑
n
|f (si ) − f (ti )|∆αi ≤ S(P, f, α) − s(P, f, α).
i=1
∑
n
|f (si ) − f (ti )|∆αi < ϵ.
i=1
∑
0≤ f (ti )∆αi − s(P, f, α) ≤ S(P, f, α) − s(P, f, α) < ϵ
∫
0 ≤ f dα − s(P, f, α) ≤ S(P, f, α) − s(P, f, α) < ϵ.
∑ [∫ ] ∑n ∫ b
f (ti )∆αi − s(P, f, α) − f dα − s(P, f, α) = f (ti )∆αi − f dα;
a
i=1
∫ b
∑n
≤ f (ti )∆αi − f dα < ϵ.
a
i=1
Denição e Existência da Integral 75
Teorema 4.6. Seja α uma função crescente. Se f é uma função contínua em [a, b],
então, f é Riemann-Stieltjes integrável com respeito a α em [a, b].
Se P é alguma partição de [a, b], tal que ∆xi < δ para todo i, temos
Mi − mi ≤ η, (i − 1, ..., n).
Sendo assim
∑
n ∑
n
S(P, f, α) − s(P, f, α) = (Mi − mi )∆αi ≤ η ∆αi = η[α(b) − α(a)] < ϵ.
i=1 i=1
Teorema 4.7. Sejam αef funções monótonas em [a, b]. Se α é uma função contínua
[a, b]. f for constante, o resultado é imediato. Suponha que f não seja
Se constante e
Logo, dado ϵ > 0 arbitrário, existe uma partição P em [a, b], tal que
ϵ
∆αi < , (i = 1, ..., n).
f (b) − f (a)
caso), então
∑
n
ϵ
S(P, f, α) − s(P, f, α) = [f (xi ) − f (xi−1 )]∆αi < [f (b) − f (a)] = ϵ.
i=1
f (b) − f (a)
descontinuidade. Seja α uma função contínua para todo ponto no qual f é descontínua.
cubrir E por nitos intervalos disjuntos da forma [uj , vj ] ⊂ [a, b], tal que, a soma
correspondente às diferenças α(vj ) − α(uj ) é menor ou igual a ϵ. Além disso, podemos
colocar estes intervalos, de modo que cada ponto de E ∩ (a, b) esteja no interior de
algum [uj , vj ].
dos uj . Agora indexaremos com índice k os pontos que estão em K , e por j aqueles
Mi , mi têm o mesmo sentido da Denição 4.1. Sejam Mi∗ , m∗i números análogos para
∑
dividindo ambos os membros por δ > 0, segue que, ∆ αi < δ .
i∈B
Agora calculando, temos:
∑ ∑
S(P, h, α) − s(P, h, α) = (Mi∗ − m∗i )∆αi + (Mi∗ − m∗i )∆αi
i∈A i∈B
Teorema 4.10. (i) Se f1 , f2 ∈ ℜ(α) em [a, b], então, f1 + f2 ∈ ℜ(α) e cf ∈ ℜ(α) para
∫ b ∫ b ∫ b
(f1 + f2 )dα = f1 dα + f2 dα,
a a a
∫ b ∫ b
cf dα = c f dα;
a a
∫ b ∫ b
f1 dα ≤ f2 dα;
a a
∫ b
f dα ≤ M [α(b) − α(a)];
a
com j = 1, 2.
Essas desigualdades persistem se P1 e P2 forem substituídas por seu renamento
(i) f g ∈ ℜ(α); ∫ b ∫ b
(ii) |f | ∈ ℜ(α) e
f dα ≤
|f |dα.
a a
Propriedades da Integral de Riemann-Stieltjes 79
Stieltjes integráveis. Agora, o Teorema 4.9 nos diz que a composta de uma função
(f − g) 2
são Riemann-Stieltjes integráveis.
4f g = (f + g)2 − (f − g)2 .
uma função contínua e uma função Riemann-Stieltjes integrável. Por hipótese, temos
O resultado seguinte oferece uma condição suciente sob a qual uma função limitada
seu domínio, ponto este onde a mesma é contínua. Este resultado faz uso da função
Assim,
Como f (x) é contínua para o ponto p, vale que (xj − xj−1 ) < P , sup f (x) → p
xj−1 <x<xi
e inf f (x) → p quando ||P || → 0.
xj−1 <x<xi
∫ b
Portanto, f (x)dα(x) = f (p).
a
Se a função f é contínua no intervalo [a, b], o resultado anterior pode ser estendido
∑
∞
Teorema 4.13. Seja {cn } uma sequência não negativa de números reais, tal que, cn
n=1
converge, e sejam também {sn } uma sequência de pontos distintos em (a, b) e f uma
Teorema 4.14. Suponhamos que α seja uma função monótona crescente e seja sua
′
derivada α ∈ℜ em [a, b].
Seja também f
uma função real limitada em [a, b]. Então f é Riemann-Stieltjes
′
integrável se, e somente se, f α é Riemann-Stieltjes integrável. Além disso,
∫ b ∫ b
f (x)dα(x) = f (x)α′ (x)dx.
a a
Pelo Teorema 4.5, para todo si ∈ [xi−1 , xi ], i ∈ {1, 2, ..., n}, temos:
∑
n
ϵ
|α′ (si ) − α′ (ti )|∆xi < .
i=1
M
isto é,
∑n ∑
n
′
f (si )∆αi − f (si )α (si )∆xi < ϵ,
i=1 i=1
∑
n
f (si )∆α1 ≤ S(P, f α′ ) + ϵ,
i=1
S(P, f, α) ≤ S(P, f α′ ) + ϵ.
82 As Integrais de Riemann e Riemann-Stieltjes
S(P, f α′ ) ≤ S(P, f, α) + ϵ.
Logo,
|S(P, f, α) − S(P, f α′ )| ≤ ϵ.
Note que a desigualdade acima continua verdadeira se P for substituída por algum
∫ b ∫ b
f (x)dα(x) = f (x)α′ (x)dx,
a a
para toda função f limitada em [a, b]. A igualdade entre as integrais inferiores segue da
∑n ∑
n
desigualdade f (si )∆αi − f (si )α′ (si )∆xi < ϵ, obtida de forma análoga. Assim,
i=1 i=1
∫ b ∫ b
f (x)dα(x) = f (x)α′ (x)dx
a a
∫ b ∫ b
Portanto, combinando os resultados, f (x)dα(x) = f (x)α′ (x)dx.
a a
Teorema 4.15. (Integração por Partes.) Se f ∈ ℜ(α) em [a, b], então, α ∈ ℜ(f )
em [a, b] e
∫ b ∫ b
f (x)dα(x) = f (b)α(b) − f (a)α(a) − α(x)df (x).
a a
do intervalo
( ) [0, 1] obtido pelas retiradas de intervalos da seguinte forma: Seja J11 =
1 2
, como o primeiro intervalo aberto retirado de [0, 1] na primeira iteração, assim
3 3 ( ) ( )
1 2 7 8
como, J21 = , e J22 = , são o primeiro e o segundo intervalos retirados
9 9 9 9
de [0, 1] na segunda iteração. Generalizando, Jrs com s = {1, ..., 2r+1 }, onde r é a
Usando a denição anterior vamos denir a função de Cantor e usá-la como exemplo.
1 1
f (x) = , para todo x ∈ J11 ; na segunda etapa, n = 2, denimos, f (x) = se x ∈ J21
2 4
3
e f (x) = se x ∈ J22 ; na terceira etapa, n = 3, denimos:
4
1
, se x ∈ J31
8
3
, se x ∈ J32
8
f (x) =
5
, se x ∈ J33
8
7 , se x ∈ J
34
8
e assim, sucessivamente percebe-se que:
{ }
2m − 1
f (A) = , m = 1, 2, ..., 2 , ∀n ∈ N .
n−1
2n
Exemplo 4.2. Sejam α(x) a função de Cantor com gráco ilustrado conforme gura
∫ 1
a seguir e f (x) = x. Encontre xdα(x).
0
∫ 1 ∫ ∫
1 1 1
xdα(x) = xα(x) − α(x)dx = 1 − α(x)dx.
0 0 0 0
∫ 1
Como α(x)dx é a área abaixo de α(x) no intervalo [0, 1], então:
0
∫ 1
1
α(x)dx = .
0 2
84 As Integrais de Riemann e Riemann-Stieltjes
Consequentemente,
∫ 1
1
xdα(x) = .
0 2
O último resultado desta seção nos dá condições para que possamos trocar de variá-
veis uma dada função Riemann-Stieltjes integrável, ou seja, para realizarmos mudança
contínua e estritamente crescente denida do intervalo [A, B] para [a, b]. Suponha α
Então g ∈ ℜ(β) e
∫ B ∫ b
gdβ = f dα. (4.6)
A a
Demonstração. Para cada partição P = {x0 , x1 , ..., xn } de [a, b], temos uma partição
correspondente Q = {y0 , ..., yn } de [A, B], tal que, xi = φ(yi ), pois φ é uma função
bijetora. Todas as partições de [A, B] podem ser obtidas dessa maneira. Como os
valores que são assumidos por f em [xi−1 , xi ] são exatamente os mesmos que tomados
Como f ∈ ℜ(α)∫
, P pode ser escolhido de modo que ambos, S(P, f, α) e s(P, f, α),
sejam próximos de f dα.
Portanto, pelo Teorema 4.4, ca mostrado que g ∈ ℜ(β) e
∫ B ∫ b
gdβ = f dα.
A a
∫ b ∫ B
f (x)dx = f (φ(y))φ′ (y)dy.
a A
Note que esta é a mudança de variável para integral de Riemann, ou seja, mostramos
matemática, mas nem por isso menos importante. Veremos que a integral de Riemann-
Teorema 4.17. E um espaço vetorial real e p uma função denida sobre E tal
Sejam
que p satisfaz p(λx) = λp(x) e p(x + y) ≤ p(x) + p(y); sejam também E0 um subespaço
vetorial de E e g0 uma forma linear denida sobre E0 tais que g0 (y) ≤ p(y) para todo
y ∈ E0 . Então existe uma forma linear g denida sobre E , prolongando g0 , tal que
g(x) ≤ p(x) para todo x ∈ E .
sobre um subespaço E0 de E pode ser prolongada a uma forma linear contínua f denida
Depois desses resultados, vamos a aplicação de fato, aplicação esta que vem em
forma de teorema.
Teorema 4.18. (Teorema de Riesz.) Dado T no espaço dual de C([a, b]), existe
uma função α de variação limitada em [a, b], tal que para todo x ∈ C([a, b]) se tem
∫ b
T (x) = x(t)dα(t),
a
e a variação de α é igual a ∥T ∥.
Demonstração. Indiquemos por B([a, b]) o espaço vetorial de todas as funções limitadas
denidas no intervalo [a, b]. Munimos este espaço com a norma:
Para todo s ∈ [a, b] vamos agora denir uma função xs ∈ B([a, b]) : xa = 0, e para
a < s ≤ b denimos: {
1, a ≤ t ≤ s
xs (t) =
0, s < t ≤ b.
86 As Integrais de Riemann e Riemann-Stieltjes
Para todo t ∈ [a, b] seja α(t) = T (xt ), vamos mostrar que α é de variação limitada
∫ b
em [a, b], para todo x ∈ C([a, b]), temos T (x) = x(t)dα(t) e, a variação de α,
a
denotado por V [α], é igual a ∥F ∥.
Seja P = {a = t0 , t1 , ..., tn = b} uma partição qualquer de [a, b]. Temos:
∑
n ∑
n
Vn [α] = |α(ti ) − α(ti−1 )| = [T (xti ) − T (xyi−1 )] =
i=1
(
i=1
)
∑
n
=T (xti − xti−1 ) = T (αn ) ≤ ∥T ∥ . ∥αn ∥ ≤ ∥T ∥ ,
i=1
∑
n
pois, |αn (t)| ≤ 1 para todo t ∈ [a, b], onde, αn (t) = (xti (t) − xti−1 (t)).
i=1
Daí, segue que V [α] ≤ ||T ||, e portanto α tem variação limitada.
∑
n
x(ti )[α(ti ) − α(ti−1 )], ti ∈ [ti−1 , ti ],
i=1
∫ b
tende para x(t)dα(t) quando n → ∞. Por outro lado,
a
∑
n ∑
n
x(ti )[α(ti ) − α(ti−1 )] = x(ti )[T (xti ) − T (xti )] =
i=1 i=1
( n )
∑
=T x(ti )[xti − xti−1 ] = T (xn ),
i=1
onde:
∑
n
xn (t) = x(ti )[xti (t) − xti−1 (t)],
i=1
temos que xn converge uniformemente, (isto é, com a norma de B([a, b])) para x quando
n tende ao innito, pois x sendo uniformemente contínua, dados ϵ > 0, ∃δ > 0, tal
′ ′′ ′ ′′ ′ ′′
que, para t , t ∈ [a, b] com |t − t | < δ , temos |x(t ) − x(t )| < ϵ. Então, para toda
partição P com ∆ti < δ , temos |xn (t) − x(t)| < ϵ para todo t ∈ [a, b].
Dada uma função contínua não negativa denida no intervalo [a, b], neste intervalo
soma das áreas desses retângulos é que dá uma estimativa por falta e por excesso,
na sua base, mais precisa será essa estimativa. A integral de Riemann é denida como
o limite dessas estimativas quando o máximo das partições tende a zero. Diculdades
contínuas não chegam a ser um problema, mas uma função com muitos pontos de
dada por {
1, se x ∈ Q;
XQ =
0, se x∈/ Q,
é um exemplo onde não podemos calcular a integral de Riemann no intervalo [0, 1], por
exemplo. Essa deciência em integrar função com muitos pontos de descontinuidade é
uma das motivações para se estudar outras teorias de integração. Contudo, a integral
Denição 5.1. Uma função ϕ : [a, b] → R é uma função escada se existir uma partição
de[a, b], a = x0 < x1 < ... < xn = b tal que, para cada i a função ϕ assume somente
dena:
k
F (x) = para todo x ∈ Ik .
5
87
88 A Integral de Lebesgue
A função F (X) é uma função escada, e tem seu gráco com um aspecto que justica
seu nome:
número nito de valores, já que a partição tem nitos pontos, podemos associar a
característica vale 1 se x ∈ Ik e 0 se x∈
/ Ik ). Então a representação canônica da função
ϕ é dada por:
∑
n
ϕ= ck XIk onde Ik = ϕ−1 (ck ).
k=1
∑
n
Denição 5.2. Sejam ϕ : [a, b] → R uma função escada e ϕ= ck XIk sua represen-
k=1
tação canônica.
∫ b ∑
n
A Integral de Riemann da função ϕ em [a, b] é denida por ϕ(x)dx = ck ℓ(Ik ).
a k=1
Se estas duas integrais são iguais, então f é Riemann integrável em [a, b] e, o valor
∫ b
comum é denotado por f (x)dx.
a
A Integral de Lebesgue para Funções Simples Positivas 89
∫ b ∫ b
−M (b − a) ≤ f≤ f ≤ M (b − a).
a a
No que diz respeito à interpretação da integral como área abaixo de uma curva,
∫ b ∫ b
os números ϕ e ψ , representam na verdade a área dos retângulos inscritos e
a a
circunscritos respectivamente, lembrando que essa interpretação só é razoável para
funções contínuas não negativas, sobre a qual não iremos mais mencionar.
∑
n
s= ck XEk onde Ek = s−1 ({ck }) e a imagem de s é {c1 , ..., ck }.
k=1
∑
n
E a expressão s= ck XE k é denominada representação canônica da função sim-
k=1
ples s.
distintos, e que eventualmente podem ser zero, de forma que s é combinação linear
Observação 5.2. Não é difícil provar que se r e s são funções simples, então r+s e
∑
n
Denição 5.5. Sejam s : [a, b] → R uma função simples, e s= ck XEk sua repre-
k=1
sentação canônica. A integral de Lebesgue de s em [a, b] é denida por:
∫ b ∑
n
s= ck µ(Ek ).
a k=1
90 A Integral de Lebesgue
Se A é um subconjunto mensurável de [a, b], então sXA é uma função simples e sua
integral de Lebesgue é:
∫ ∫ b ∑
n ∑
n
s= sXA = ck XEk ∩A = ck µ(Ek ∩ A).
A a k=1 k=1
∫ k=1
b ∑
m
porém disjuntos, então s= ak µ(Ak ) muda de valor? Nossa expectativa é que a
k=1 a
integral independa da representação adotada de uma dada função simples.
∑ n ∑m
Para ver isso, sejam s= ck XEk e s= ak XAk representações distintas de s,
k=1 j=1
onde os Ak são subconjuntos mensuráveis disjuntos de [a, b], onde, os ak não são todos
distintos.
∪
Para cada k, seja λk = {j : aj = ck }. Como Ek = Aj , então:
j∈λk
∑
m ∑
n ∑ ∑
n ∑ ∑
n
aj µ(Aj ) = aj µ(Aj ) = ck µ(Aj ) = ck µ(Ek ).
j=1 k=1 j∈λk k=1 j∈λk k=1
Este resultado será usado na demonstração do Teorema 5.1 (ii). O resultado mais
geral, onde, os Ak não são todos disjuntos, segue pela linearidade da integral de Lebes-
gue.
Observação 5.3. O mesmo símbolo pode ser usado para denotar as integrais de Rie-
mann e Lebesgue, porém o contexto deixará claro. Quando necessário, os prexos (R)
e (L) serão usados para distinguir as duas integrais.
ções simples.
Teorema 5.1. Sejam r e s funções simples denidas em [a, b], e sejam também A e B
subconjuntos mensuráveis de [a, b]. Então
∫ b ∫ b
(i) Para cada número real c, vale a igualdade cs = c s;
∫ b ∫ b ∫ b
a a
(ii) (r + s) = r+ s;
a a a ∫ b ∫ b
(iii) Se r ≤ s em quase toda parte de [a, b], então, r≤ s;
∫ ab ∫ a
b
(iv) Se r = s em quase toda parte de [a, b], então, r= s;
a a
A Integral de Lebesgue para Funções Simples Positivas 91
∫ b ∫ b
(v) A seguinte desigualdade é válida | s| ≤ |s|;
a ∫a ∫ ∫
(vi) Se A e B são conjuntos disjuntos, então, s= s+ s;
∫ ∫
A∩B A B
∑
m ∑
n
r+s= (aj + bk )XEj,k .
j=1 k=0
Então, temos
∫ b ∑
m ∑
n ∑
m ∑
n ∑
n ∑
m
(r + s) = (aj + bk )µ(Ej,k ) = aj µ(Ej,k ) + bk µ(Ejk )
a j=1 k=1 j=1 k=1 k=1 j=1
∑m ∑
n ∫ b ∫ b
= aj µ(Aj ) + bk µ(Bk ) = r+ s.
j=1 k=1 a a
∫ b ∑
n ∫ b ∑
m
(iii) Temos, por denição, que s= bk µ(Bk ) e r= aj µ(Aj ), e sejam
a k=1 a j=1
∑
m ∑
n
também r= aj XAj e s= bk XBk as representações canônicas de r e s. Então os
j=1 k=1
conjuntos Ej,k = Aj ∩ Bk são mensuráveis e disjuntos.
Logo, o resultado segue do fato que r≤s se, e somente se, aj ≤ bk para todo j, k ,
sendo assim
∫ b ∑
m ∑
n ∫ b
r= aj µ(Ej,k ) ≤ bk µ(Ej,k ) = s.
a j=1 k=1 a
Portanto,
∫ b ∫ b
r≤ s.
a a
Parte (iv), segue de (iii) apenas usando r ≤ s e s ≤ r.
Denição 5.6. f : [a, b] → R uma função limitada. As integrais
Seja de Lebesgue
Se estas duas integrais são iguais, então f é Lebesgue integrável em [a, b], e este
∫ b
valor comum é denotado por f.
a
92 A Integral de Lebesgue
em particular, é uma função simples. Podemos demonstrar que uma função Riemann
integrável é Lebesgue integrável e suas integrais são iguais, para ver a demonstração,
recomendamos [5].
Agora vamos enunciar um resultado preliminar que servirá para provar o Critério
Teorema 5.2. A função f : [a, b] → R é Lebesgue integrável se, e somente se para todo
ϵ>0 existir δ > 0, tal que, se P e Q são partições de [a, b] com ||P || < δ e ||Q|| < δ ,
então:
gue. Em inglês pode ser encontrado também com o nome The Squeeze Theorem .
[a, b] se e somente se para todo ϵ>0 existem funções simples r e s, tais que r≤f ≤s
em [a, b] e:
∫ b
(s − r) < ϵ.
a
∫ b
Demonstração. Provemos primeiro que se r ≤ f ≤ s, então,(s − r) < ϵ. Para isto,
a
basta considerarr = s = f para todo ϵ > 0, e o resultado segue naturalmente.
Por outro lado, seja ϵ > 0. Como s e r são funções simples e toda função simples é
Lebesgue integrável, existe δ > 0 tal que se P é qualquer partição com ||P || < δ , então:
∫ b ∫ b
S(s, P ) − s < ϵ e S(r, P ) − r < ϵ.
a a
∫ b ∫ b
s − ϵ < S(s, P ) e S(r, P ) < r + ϵ.
a a
A Integral de Lebesgue para Funções Mensuráveis 93
∫ b (∫ b ) ∫ b
|S(f, P ) − S(f, Q)| < s−ϵ− r+ϵ = (s − r) − 2ϵ < −ϵ
a a a
∫ b
= (s − r) < ϵ.
a
vel se, e somente se é limitada e suas integrais superior e inferior são iguais. O próximo
Teorema 5.4. Seja f : [a, b] → R uma função limitada. Então, f é Lebesgue integrável
∑n
M (k − 1) ∑n
Mk
rn = XEnk e sn = X k.
k=−n
n k=−n
n En
∫ b ∑n
M M
(sn − rn ) = µ(Enk ) = (b − a).
a k=−n
n n
94 A Integral de Lebesgue
Agora suponhamos que f seja Lebesgue integrável em [a, b]. Para todo inteiro
∫ b ∫
1 1
> (sn − rn ) ≥ (sn − rn ) ≥ µ(Dnk ).
n a k
Dn k
( )
∩
∞
k
µ Dnk ≥ µ(Dnk ) < ,
n=1
n
( )
∩
∞
segue que µ Dnk = 0.
n=1
Como k é arbitrário, µ(D) = 0.
Até este ponto as integrais de Riemann e Lebesgue são denidas para funções
limitadas no intervalo [a, b]. Toda função integrável a Riemann é Lebesgue integrável
e suas integrais são iguais. Este fato é extremamente útil quando precisamos calcular
sobre estes conjuntos que será usado posteriormente em nossa análise das integrais.
(ii) O conjunto E é nunca denso se seu interior é vazio. Por exemplo, o conjunto
Z é nunca denso.
e, C enumerável.
cheio de moedas, e que pretendemos saber a quantia que temos no saco. Podemos
(i) Retiramos as moedas uma a uma do saco e vamos adicionando os seus valores;
(ii) Agrupamos todas as moedas do saco pelos seus valores, formando um grupo de
de Riemann), embora ambas forneçam o mesmo valor. Note-se que para descrever (ii)
tivemos de usar uma linguagem um pouco mais elaborada do que para descrever (i).
Para calcularmos a integral pela denição dada por Riemann, podemos dividir o
intervalo [a, b] em subintervalos [xk ; xk+1 ] onde a função é constante, multiplicar o valor
que a função toma em cada um desses subintervalos pelo seu respectivo comprimento,
Por outro lado, para calcularmos a integral pela denição dada por Lebesgue, pre-
texto. Depois determinamos qual é a imagem inversa Ek de cada valor yk que a fun-
ção assume, multiplicamos a medida dessa imagem inversa por esse valor e, por m
somamos:
∫ b ∑
n
f (x) = yk µ(Ek ).
a k=1
Para uma função como a da Figura 5.2, estes dois métodos dão o mesmo valor para
a integral. Mas, para uma função mais complexa, tal como, a função de Dirichlet, a
diferença é dramática.
Uma propriedade esperada para integração é que, dada uma sequência fn de funções
Riemann integráveis, gostaríamos que seu limite também fosse Riemann integrável. Isto
Exemplo 5.2. Seja {rn } uma lista de números racionais no intervalo [0, 1]. Para cada
n, seja: {
1, se x = r1 , ..., rn ;
fn (x) =
0, em caso contrário.
Cada uma das fn são Riemann integráveis em [0, 1], mas o limite é a função XQ ,
que não é Riemann integrável em [0, 1]. Consequentemente, o limite de uma sequência
O segundo aspecto diz respeito a derivada. Se f ′ existe para todo ponto de [a, b]
′ ′
e, se
∫ x f é limitada em [a, b], então gostaríamos que f fosse integrável em [a, b] e que
f ′ = f (x) − f (a) para todo x ∈ [a, b]. Mas o exemplo a seguir mostra que a integral
a
de Riemann não tem essa propriedade.
Exemplo 5.3. Vamos construir, em sucessivos passos, uma função f : [0, 1] → R , tal
′
que, f exista, seja limitada em [0, 1], mas não seja Riemann integrável em [0, 1].
função:
( )
(x − a)2 sen 1
, se a < x < b ;
g(x) = x−a
0, se x = a .
Note que g ′ (a) = 0, pois,
disso,
para a ≤ x ≤ c, |h(x)| ≤ |x − a|2 ≤ |x − b|2 ;
para c < x < d, |h(x)| ≤ |c − a|2 ≤ |x − a|2 ;
para c < x < d, |h(x)| ≤ |d − b|2 ≤ |x − b|2 ;
para d ≤ x ≤ b, |h(x)| ≤ |x − b|2 ≤ |x − a|2 .
Sendo assim, |h(x)| |x − a|2 e |x − b|2 para todo x ∈ [a, b].
é limitado e está entre
Passo 3: Agora seja E um subconjunto de [0, 1] perfeito, nunca denso, tal que
∪
∞
0, 1 ∈ E e µ(E) > 0. Seja [0, 1] − E = (ak , bk ). Para todo intervalo [ak , bk ],
k=1
sejam fk e a função h denida como acima para o intervalo [ak , bk ]. Então denimos
f : [0, 1] → R por: {
fk (x), se x ∈ (ak , bk ) ;
f (x) =
0, se x ∈ E .
Vamos mostrar que f é diferenciável (e consequentemente contínua) para todo ponto
′
de [0, 1], mas que f não é Riemann integrável.
Comparação entre as Integrais de Riemann e Lebesgue 99
f (x) − f (c)
lim+ = 0.
x→c x−c
Prova análoga para o limite lateral à esquerda.
Sejam ϵ > 0 e x ∈ (c, c + ϵ). O caso que x ∈ E é trivial, logo, suponhamos que
Com isso mostramos que f ′ (c) = 0. É fácil mostrar que a função f ′ é limitada.
Mais uma vez, seja c ∈ E . Como E é nunca denso e perfeito, então existe uma
subsequência {akn } que converge para c. Para todo n, então, existe um inteiro qn > n,
tal que:
1
|f ′ (xn )| = |fk′ n (xn )| = 1, onde xn = akn + .
qn π
′
A sequência {xn } converge para c, mas a sequência {f ′ (xn )} não converge para f (c).
′
Portanto, a função f′ não é contínua no ponto c. Isto mostra que f não é contínua
f ′ tem medida positiva e a função f′ não é Riemann integrável em [0, 1] (ver Teorema
5.14).
Teorema da Convergência Limitada. Omitiremos aqui sua demonstração, mas ela pode
Demonstração. Convencionemos que f está denida em [a, b], e seja f (x) = 0 para
todos os pontos nos quais, lim fn (x) não existe. Como f é mensurável e limitada em
n→∞
[a, b], então f é Lebesgue integrável pelo Teorema 5.4. Escolha M > 0, tal que, para
100 A Integral de Lebesgue
todo n e para todo x ∈ [a, b], |fn (x)| ≤ M . Seja ϵ > 0. Pelo Teorema de
tenhamos
ϵ
Egoro, existe um conjunto mensurável E ⊆ [a, b] tal que, µ([a, b] − E) < e {fn }
4M
uniformemente convergente para f em E .
x ∈ E temos:
ϵ
|fn (x) − f (x)| < .
2(b − a)
Então para n ≥ N ,
∫ b ∫ b ∫ b ∫ ∫
ϵµ(E)
fn −
f ≤ |fn − f | = |fn − f | + |fn − f | < + 2M µ(B) < ϵ.
2(b − a)
a a a E B
lim fk (x) = 0, x ∈
/ {0, π}.
k→∞
Pois, dado x0 ∈ (0, π), | cos x0 | < 1, logo, existe α ∈ (0, 1), tal que, | cos x0 | ≤ α < 1,
como |cos x0 | ≤ αk , então, αk → 0 quando k → ∞.
k
em a e b. Se f limitada em [a, b], então f ′ é Lebesgue integrável em [a, b], e para todo
′
x ∈ [a, b], ∫ x
f ′ = f (x) − f (a).
a
[a, b], pensando nos extremos, as derivadas laterais, e a função f ′ é Lebesgue integrável
′
em [a, b] pois é limitada e mensurável em [a, b]. Seja M um limitante para f e considere
′
uma extensão de f para o intervalo [a, b + 1], tal que, f (x) = f (b)(x − b) + f (b) para
x ∈ (b, b + 1]. Note que a função f estendida é contínua e diferenciável em [a, b + 1].
Para todo inteiro positivo n, denimos fn : [a, b] → R, tal que
[ ( ) ]
1
fn (x) = n f x + − f (x) .
n
Então pelo Teorema do(Valor Intermediário,
) para todo inteiro n positivo, e, para
1
todo x ∈ [a, b], existe znx ∈ x, x + , tal que,
n
f (x + n1 ) − f (x)
fn (x) = 1 = f ′ (znx ).
n
Classe de Funções Riemann Integráveis 101
Isto mostra que |fn (x)| ≤ M para todo n e para todo x ∈ [a, b]. Sendo assim, {fn }
′
converge para f em [a, b] e, pelo Teorema da Convergência Limitada:
∫ b ∫ b
′
f = lim fn .
a n→∞ a
∫ 1
a+ n ∫ 1
b+ n
lim n f = f (a) e lim n f = f (b).
n→∞ a n→∞ b
Fazendo uma simples mudança de variáveis (estas são integrais de Riemann), obtemos
∫ b ∫ b
′
f = lim
fn
n→∞
a
( ∫ b ( a
) ∫ b )
1
= lim n f t+ dt − n f (t)dt
n→∞ a n a
∫ b+ 1 ∫ a+ 1
n n
= lim n f − lim n f
n→∞ b n→∞ a
= f (b) − f (a).
veis. Uma função limitada é Riemann integrável em [a, b] se, e somente se é contínua
em quase toda parte de [a, b]. Existem várias maneiras de provar este teorema. Então
omitida.
102 A Integral de Lebesgue
Teorema 5.10. Sejaf : [a, b] → R uma função limitada. Então, f é contínua para
[a, b] para Mf .
(ii) Existe uma sequência {ϕn} não-decrescente de funções escada que convergem
em [a, b] para mf .
Consequentemente, as funções Mf e mf são mensuráveis.
{ψn } é uniformemente limitada em [a, b], basta provar que g(x) = Mf (x), para todo
x ∈ [a, b].
∪
∞
A igualdade certamente é válida para todo x ∈ Pn , sendo assim, seja, x ∈
n=1
∪
∞
[a, b] − Pn . Para todo n, seja In o intervalo (ti−1 , ti ) escolhido a partir de Pn tal que
n=1
x ∈ (ti−1 , ti ). Agora,
Existe um inteiro q tal que In ⊆ (x − r, x + r) para todo n≥q e, para esses valores de
n, temos
∫ b ∫ b ∫ b ∫ b
(R) f = (L) Mf e (R) f = (L) mf .
a a a a
Classe de Funções Riemann Integráveis 103
Pelo Teorema 5.11, existe uma sequência {ψn } não-crescente de funções escada que
∑
n
Agora seja ψ= ck XIk uma função escada tal que f ≤ψ em [a, b]. Sendo Ik uma
k=1
sequência de intervalos abertos para todo x ∈ Ik , temos:
Teorema 5.13. Seja f : [a, b] → R uma função Lebesgue integrável. Suponhamos que
∫ b
f ≥0 em quase toda parte de [a, b] e que f = 0. Então f =0 em quase toda parte
a
de [a, b].
{ }
1
Demonstração. Para cada inteiro positivo n, seja An = x ∈ [a, b] : f (x) > . Pelo
n
Teorema 5.16, temos:
∫ ∫ b ∫ b
1
0 ≤ µ(An ) ≤ f= f XAn ≤ f = 0.
n An a a
[a, b].
Portanto, µ(An ) = 0, e consequentemente,
∪
∞
{x ∈ [a, b] : f (x) > 0} = An
n=1
Teorema 5.14. Sejaf : [a, b] → R uma função limitada. Então f é Riemann integrá-
Demonstração. Suponhamos que f seja Riemann integrável em [a, b]. Pelo Teorema
∫ b
5.12, temos (Mf − mf ) = 0. Como Mf − mf ≥ 0 em [a, b], o Teorema 5.13, mostra
a
que, Mf = mf em quase toda parte de [a, b], então f é contínua em quase todo parte.
Reciprocamente, pelo Teorema 5.10, f é contínua em quase toda parte de [a, b], de
∫ b ∫ b ∫ b
(R) f − (R) f = (Mf − mf ) = 0.
a a a
Portanto, como as integrais superior e inferior são iguais, concluímos que a função
intervalo [a, b]. Podemos estender essa denição para incluir funções mensuráveis arbi-
trárias denidas em [a, b]. Para tanto, vamos analisar dois pontos importantes, nenhum
deles difícil, mas podemos nos perder no grande número de detalhes e sutilezas das de-
monstrações.
Denição 5.10. Seja f : [a, b] → R uma função mensurável, não negativa. A integral
∫ b {∫ b }
f = sup u : 0 ≤ u ≤ f, onde u mensurável limitada .
a a
∫ ∫ b
f= f XE .
E a
Teorema 5.15. Sejam f e g funções mensuráveis não negativas denidas em [a, b], e
(ii) (f + g) = f+ g;
a a a
Integral de Lebesgue para Funções Mensuráveis Arbitrárias 105
∫ b ∫ b
(iii) Se f ≤ g em quase toda parte de [a, b], então, f≤ g;
∫ ab ∫ ab
(iv) Se f = g em quase toda parte de [a, b], então, f= g;
∫ ∫ a∫ a
(vi) Se A ⊆ B , então, f≤ f.
A B
∫ b ∫ b
Demonstração. (ii) Como (f + g) ≥ f, é uma consequência imediata da deni-
∫ b ∫ b
a a
ção, se f
g são innitos, então não há nada o que se provar. Suponhamos
ou
a a
que ambos sejam nitos. Seja ϵ > 0. Escolhendo u e v funções mensuráveis limitadas
∫ b ∫ b ∫ b ∫ b ∫ b ∫ b
ϵ ϵ
(f + g) ≥ (u + v) > f− + g− = f+ g − ϵ.
a a a 2 a 2 a a
Portanto,
∫ b ∫ b ∫ b
(f + g) ≥ f+ g.
a a a
Agora suponhamos que 0 ≤ u ≤ f + g , onde, u função mensurável limitada e, sejam
u2 = u − u1 = u + max{−u, −f } = max{0, u − f } ≤ g.
∫ b ∫ b ∫ b ∫ b ∫ b
u= u1 + u2 ≤ f+ g.
a a a a a
Portanto,
∫ b ∫ b ∫ b
(f + g) ≤ f+ g.
a a a
(iii) SejaE = {x ∈ [a, b] : f (x) ≤ g(x)}. Suponhamos que 0 ≤ u ≤ f seja uma
função mensurável limitada. Então u = uXE em quase toda parte de [a, b] e, uXE ≤ g ,
logo
∫ b ∫ b ∫ b
u= uXE ≤ g.
a a a
∫ b ∫ b
Tomando o supremo sobre todas essas funções g. u, segue que f≤
a a
As demonstrações dos demais itens foram omitidas por serem fáceis e consequência
do Teorema 5.5.
106 A Integral de Lebesgue
∫ ∫ b
f= f XE .
E a
Exemplo 5.6. Seja {In } uma sequência de intervalos abertos disjuntos em [a, b], e
∑∞
√
suponhamos que ℓ(In ) converge. Dena f : [a, b] → R por:
n=1
√1 , se x ∈ In ;
f (x) = ℓ(In )
0, em caso contrário.
∫ b ∑ ∞
√ ∫ b
Então f é ilimitada em [a, b] e f = ℓ(In ). Como f < ∞, então a função
a n=1 a
f é Lebesgue integrável em [a, b].
∑∞
Agora, seja cn uma série convergente de número reais e dena g : [a, b] → R
n=1
por:
cn
, se x ∈ In ;
g(x) = ℓ(In )
0, em caso contrário.
∫ b ∑
∞
Notemos que |g| = |cn |. Portanto g é Lebesgue integrável em [a, b] se, e somente
a n=1
∑
∞
se cn converge absolutamente.
n=1
Suponhamos que f seja Lebesgue integrável em [a, b]. Pela denição, temos que f
é Lebesgue integrável em todo
∫ subconjunto de [a, b]. Em particular, a função F (X) =
x
f , está denida em [a, b].
a
Vamos enunciar as conhecidas propriedades algébricas da integral de Lebesgue,
Teorema 5.16. Sejam f e g duas funções Lebesgue integráveis denidas em [a, b], e
|f + g| + (f + g) |f | + f |g| + g
0 ≤ (f + g)+ = ≤ + = f + + g+;
2 2 2
|f + g| − (f + g) |f | − f |g| − g
0 ≤ (f + g)− = ≤ + = f − + g−.
2 2 2
Pelo Teorema 5.12, a função f + g é Lebesgue integrável em [a, b]. Além disso, pelo
∫ b ∫ b ∫ b ∫ b ∫ b
− − −
(f + g) = (f + g ) −
+ +
(f + g ) = (f − f ) ++
(g + − g − )
a a a a a
∫ b ∫ b
= f+ g.
a a
integral apareceu muitas vezes neste capítulo, no entanto, cada vez que apareceu foi
abrangendo uma classe maior de funções, notando que há uma recorrência nas demons-
demonstradas.
Nosso principal problema é este. Uma questão que surge naturalmente é: {fn } uma
sequência de funções integráveis denida em [a, b], e suponhamos que {fn } converge
em quase toda parte em [a, b] para a função f , então f é Lebesgue integrável em [a, b],
108 A Integral de Lebesgue
∫ b ∫ b
se e somente se f = lim fn ? Em geral, a resposta é negativa. Então vamos a
a n→∞ a
um exemplo.
n, 0<x<
1
;
gn (x) = n
0, em caso contrário.
A sequência {fn } converge para f em [a, b], onde, f denida por f (x) = x−1 em
0 < x ≤ 1 e, f (0) = 0. A função f não é Lebesgue integrável em [0, 1], mesmo sendo
cada fn , em particular, Lebesgue integrável. A sequência {gn } converge para g em
[a, b], onde, g é denida por g(x) = 0 para todo x ∈ [0, 1]. Neste caso, o limite de gn é
uma função Lebesgue integrável em [0, 1], mas
∫ 1 ∫ 1
g = 0 ̸= 1 = lim gn .
0 n→∞ 0
vas para tal problema. Para a integral de Riemann, basta assumirmos a convergência
onado anteriormente, fornece uma resposta para a integral de Lebesgue. Vários outros
como o Lema de Fatou, pode não parecer muito interessante a princípio, mas tem
Lema 5.1. (Lema de Fatou.) Se {fn } é uma sequência de funções mensuráveis não
Demonstração. A função lim inf fn é não negativa mensurável. Seja u uma função
n→∞
limitada, mensurável, tal que:
0 ≤ u ≤ lim inf fn ,
n→∞
mente limitadas em [a, b] e, (veja abaixo) {un } converge para u em [a, b].
A Convergência da Integral de Lebesgue 109
∫ b ∫ b ∫ b
u = lim un ≤ lim inf fn .
a n→∞ a n→∞ a
∫ b ∫ b
lim inf fn ≤ lim fn .
a n→∞ n→∞ a
Para vericarmos a convergência de {un } para u [a, b], sejam x ∈ [a, b] e ϵ > 0.
em
Pela denição de lim inf fn (x), existe um inteiro positivo N tal que u(x) − ϵ < fn (x)
Figura 5.3: Exemplo, onde o limite das integrais não é igual a integral dos limites.
{nx n−1
} em [0, 1]. Note que o limite desta última sequência em 1 é ∞.
{∫ b }
Demonstração. A sequência não-decrescente fn tem um limite já que é monó-
a ∫ b ∫ b
tona não-decrescente (o qual pode ser innito). Uma vez que fn ≤ f para todo
a a
n, pelo Lema de Fatou temos:
∫ b ∫ b ∫ b ∫ b ∫ b
lim fn ≤ f= lim inf fn ≤ lim inf fn = lim fn .
n→∞ a a a n→∞ n→∞ a n→∞ a
∫ b ∫ b
Isto mostra que f = lim fn .
a n→∞ a
cada um dos fn não negativo for substituído por fn ≥ g para todo n, onde g é uma
função Lebesgue integrável denida em [a, b]. Para ver isto, considere simplesmente a
ações, mas seu signicado imediato para nós é o seguinte. A denição de f envolve
o supremo sobre uma família enorme (geralmente não enumerável) de funções simples,
∫
de modo que pode ser difícil calcular f diretamente da denição. O Teorema da
∫
Convergência Monótona, contudo, assegura que para calcular f é suciente calcular
∫
lim fn , onde fn é uma sequência decrescente de funções mensuráveis não negativas
n→∞
convergindo pontualmente para f.
Os próximos três corolários são muito usados, e a frase Pelo Teorema da Con-
vergência Monótona será às vezes usada para se referir aos corolários do Teorema
da Convergência Monótona. Isto não chega ser um erro, já que são consequências
Corolário 5.1. Seja {fn } uma sequência monótona de funções Lebesgue integráveis
∫
em
b
[a, b], e suponhamos que {fn } converge para f pontualmente em [a, b]. Se lim fn é
n→∞ a
nito, então f é Lebesgue integrável em [a, b] e:
∫ b ∫ b
f = lim fn .
a n→∞ a
∫ b ∫ b
(f1 − f ) = lim (f1 − fn ).
a n→∞ a
A Convergência da Integral de Lebesgue 111
Como o lado direito é nito, a função f1 − f é Lebesgue integrável em [a, b], assim como
a função f = f1 − (f1 − f ).
∫ b
Portanto, subtraindo f1 de ambos os membros da igualdade, segue o resultado.
a
Corolário 5.2. Se {fn } uma sequência não negativa de funções mensuráveis em [a, b].
Então
∫ b∑
∞ ∞ ∫
∑ b
fn = fn .
a n=1 n=1 a
ormente, também é útil no cálculo das integrais de Lebesgue, pois muitas funções
integráveis são limites de funções contínuas, e para estas, sabemos calcular as suas
1
Exemplo 5.8. Sejam a>0 e, a função f (x) = denida no intervalo (0, 1). Para
∗
xa
cada k = 1, 2, ..., k ∈ N as funções
(
)
1 1
a, se x∈ ,1 ,
x (k )
fk (x) =
1
0, se x ∈ 0, ,
k
são limitadas e contínuas em quase toda parte, de modo que, são Riemann integráveis
e
∫ ∫ 1
1 1
1 (k a−1 − 1), se a ̸= 1,
fk dx = dx = a − 1
0 1 xa ln k, se a = 1.
k
Assim, vemos que {fk } é sequência monótona de funções Lebesgue integráveis não
1
Exemplo 5.9. Vamos provar que a função f (x) = √ , denida para x > 0 e f (0) = 0
x
é Lebesgue integrável em [0, 1].
Seja a sequência de funções, onde para cada inteiro n positivo, temos:
1
0, se 0 ≤ x < 2;
fn (x) = n
1 1
√ , se ≤ x ≤ 1.
x n2
Cada uma das funções fn é Lebesgue integrável em [0, 1] (já que é Riemann inte-
gráveis em [0, 1]), e a sequência {fn } é uma sequência não-decrescente de funções não
integrável em [0, 1] e
∫ ∫
1 1
f (x) = lim fn = 2.
0 n→∞ 0
Demonstração. Como |f (x)| ≤ (f (x))2 , a menos que, |f (x)| < 1, é válido que |f | ≤
2
1+f em [a, b].
Portanto, pela Denição 5.11,
∫ b ∫ b
|f | ≤ (1 + f 2 ) < ∞
a a
Observação 5.8. A recíproca da proposição anterior é falsa. Para ver isto, basta
1
considerar o Exemplo 5.9, onde a função f (x) = √ para x > 0 e f (0) = 0 é Lebesgue
∫ x
1
integrável em [0, 1], porém f 2 = ∞, e assim concluímos que f2 não é Lebesgue
0
integrável.
5.8).
A Convergência da Integral de Lebesgue 113
cia de funções Lebesgue integráveis denidas em [a, b], e g Lebesgue integrável em [a, b].
Suponhamos que {fn } convirja pontualmente para f em quase toda parte de [a, b]. Se
Demonstração. Redeniremos todas as funções para que no conjunto f (x) ̸= lim fn (x)
n→∞
ela tenha valor zero. Podemos supor, sem alterar as hipóteses, que {fn } converge
∫ b ∫ b ∫ b ∫ b ∫ b ∫ b
f+ g= (f + g) ≤ lim inf (fn + g) = g + lim inf fn ;
a a a n→∞ a a n→∞ a
∫ b ∫ b ∫ b ∫ b ∫ b ∫ b
g− f= (g − f ) ≤ lim inf (g − fn ) = g − lim sup fn .
a a a n→∞ a a n→∞ a
Portanto,
∫ b ∫ b ∫ b
lim sup fn ≤ f ≤ lim inf fn .
n→∞ a a n→∞ a
Contudo, ver esses teoremas em ação é a melhor maneira de aprendê-los. Desta forma,
vejamos um exemplo.
√n
x
Exemplo 5.10. Para todo n inteiro positivo, seja fn (x) = . A sequência {fn }
x
1
converge pontualmente para f (x) = , para todo x > 0. Para x > 1, a sequência é
x
decrescente, enquanto que, para 0 < x < 1, a sequência é crescente. Fixemos z > 1.
∫ z ∫ z
1 √
− ln z = − dx = lim −fn (x)dx = − lim n( n z − 1).
1 x n→∞ 1 n→∞
n sen x
fn (x) = 1 , n = 1, 2, ...
1 + n2 x 2
114 A Integral de Lebesgue
∫
para x ∈ [0, 1]. É claro que lim fn = 0. fn = 0, basta
Para concluirmos que lim
n→∞ [0,1]
usarmos o Teorema da Convergência Dominada, encontrar uma função integrável g ≥ 0,
n sen x n 1 1
1 ≤ 1 ≤ 1 ≤ 1 .
1 + n2 x 2 1 + n2 x 2 nx 2 x2
1
Por outro lado, 1 é Riemann integrável no intervalo [0, 1]. Logo, |fn | é majorada
x2
por uma função Lebesgue integrável, já que toda função Riemann integrável é Lebesgue
integrável.
gral de Lebesgue.
Teorema 5.19. Se f∫: [a, b] → R Lebesgue integrável em [a, b], então para todo ϵ > 0
existe δ > 0 tal que |f | < ϵ sempre que E é um subconjunto mensurável de [a, b]
E
com µ(E) < δ .
Lebesgue integrável em [a, b], existe, δ > 0 tal que u < ϵ sempre que E é subconjunto
E
mensurável de [a, b] com µ(E) < δ .
Portanto, seja E um subconjunto mensurável de [a, b] com µ(E) < δ , temos:
∫ ∫ ∫ ∫ b ∫
|f | = (|f | − u) + u≤ (|f | − u) + u < 2ϵ.
E E E a E
Referências
[1] GORDON, R. A., The integrals of Lebesgue, Denjoy, Perron, and Henstock., Edi-
[3] ROYDEN H. L., Real Analysis. Editora The Macmillan Company, 1968.
[5] FOLLAND, Geraldo B., Real Analysis: Modern Technique and Their Applications,
[6] LIMA E. L., Análise Real Volume 1., Editora IMPA, Rio de Janeiro 2006.
[7] LIMA E. L., Curso de Análise Volume 2., Editora IMPA, Rio de Janeiro 2010.
[9] ÁVILA, G. S., Introdução à Análise Matemática. Editora Rdgard Blucher, 2003.
[10] BARTLE, G. R., Introduction to Real Analysis. Editora John Wiley & Sons, Inc.,
2000.
[14] FOSSA, J. A.; MOREY, B.B.; ERICKSON, G. W.; BARTACE, M. S.; BARONI,
115
116 Referências
We write
(i = 1, ... , n).
THE RIEMANN•SllELTJES INTEGRAL 121
n
L(P,f) = L m 1 ÂX1,
1 =1
and finally
I:
r
(1) f dx == inf U(P,f),
(2)
::.a
fdx = sup L(P,f),
where the inf and the sup are taken over ali partitions P of [a, b]. The left
members of (1) and (2) are called the upper and lower Riemann integrais of f
over [a, b], respectively.
If the upper and lower integrais àre equal, we say that f is Riemann
integrable on [a, b], we write /e 9t (that'is, 9t denotes the set of Riemann
integrable functions), and we denote the common value of (1) and (2) by
(3) Í:Jdx,
or by
(4) (f(x)dx.
This is the Riemann integral of f over [a, b]. Since / is bounded, there
exist two numbers, m and M, such that
m :s;J(x) :s; M (a :s; x :s; b).
Hence, for every P,
m(b - a) :s; L(P,f) :s; U(P,f) :s; M(b - a),
so that the numbers L(P,f) and U(P,f) form a bounded set. This shows that
the upper and lower integrais are defined for every bounded function f The
question of their equality, and hence the question of the integrability of f, is a
more delicate one. Instead of investigating it separately for the Riemann integral,
we shall immediately consider a more general situation.