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N-2939 REV. 0 11 / 2019

Segurança de Poço para Projetos de Teste


de Formação e Teste de Produção

Procedimento

Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação do


texto desta Norma. O Órgão da PETROBRAS usuário desta Norma é o
responsável pela adoção e aplicação dos seus itens.

Requisito Técnico: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que


deve ser utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma
CONTEC eventual resolução de não segui-la ("não-conformidade" com esta Norma) deve
Comissão de Normalização ter fundamentos técnico-gerenciais e deve ser aprovada e registrada pelo
Técnica Órgão da PETROBRAS usuário desta Norma. É caracterizada pelos verbos:
“dever”, “ser”, “exigir”, “determinar” e outros verbos de caráter impositivo.

Prática Recomendada: Prescrição que pode ser utilizada nas condições


previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade de
alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pelo Órgão da
PETROBRAS usuário desta Norma. É caracterizada pelos verbos:
“recomendar”, “poder”, “sugerir” e “aconselhar” (verbos de caráter
não-impositivo). É indicada pela expressão: [Prática Recomendada].
Cópias dos registros das “não-conformidades” com esta Norma, que possam
contribuir para o seu aprimoramento, devem ser enviadas para a
SC - 37 CONTEC - Subcomissão Autora.

Segurança de Poços
As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC -
Subcomissão Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, o
item a ser revisado, a proposta de redação e a justificativa técnico-econômica.
As propostas são apreciadas durante os trabalhos para alteração desta Norma.

“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO


S.A. - PETROBRAS, de uso interno na Companhia, e qualquer reprodução
para utilização ou divulgação externa, sem a prévia e expressa
autorização da titular, importa em ato ilícito nos termos da legislação
pertinente, através da qual serão imputadas as responsabilidades
cabíveis. A circulação externa será regulada mediante cláusula própria de
Sigilo e Confidencialidade, nos termos do direito intelectual e propriedade
industrial.”

Apresentação
As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho
- GTs (formados por especialistas da Companhia e das suas Subsidiárias), são comentadas pelas
Unidades da Companhia e das suas Subsidiárias, são aprovadas pelas Subcomissões Autoras - SCs
(formadas por técnicos de uma mesma especialidade, representando as Unidades da Companhia e
as suas Subsidiárias) e homologadas pelo Núcleo Executivo (formado pelos representantes das
Unidades da Companhia e das suas Subsidiárias). Uma Norma Técnica PETROBRAS está sujeita a
revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser reanalisada a cada 5 anos para
ser revalidada, revisada ou cancelada. As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas em
conformidade com a norma PETROBRAS N - 1. Para informações completas sobre as Normas
Técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS 17 páginas, Índice de Revisões e GT


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N-2939 REV. 0 11 / 2019

Sumário

1 Escopo........................................................................................................................................... 4

2 Referências Normativas ................................................................................................................ 4

3 Termos e Definições ..................................................................................................................... 4

4 Premissas de Segurança para Projetos de Teste de Formação, de Produção, de Injetividade e


Operações de “Backflow” .............................................................................................................. 7

4.1 Considerações Gerais ................................................................................................................... 7

4.2 Considerações Especiais ............................................................................................................. 7

4.3 Barreiras de Segurança ................................................................................................................ 7

4.4 Máximas Pressões Esperadas na Superfície (Mapes) e na Cabeça do Poço (Mapecab) . 8

5 Requisitos Gerais e Critérios para Dimensionamento e Seleção de Equipamentos ...................... 9

5.1 BOP .................................................................................................................................................. 9

5.2 Estrutura de Poço .......................................................................................................................... 9

5.3 Ferramentas de Fundo da Coluna de Teste (Válvulas, “Packers” de Operação,


Registradores, Amostradores, etc.) .................................................................................... 9

5.4 Coluna de Tubos e Acessórios .................................................................................................... 9

5.5 Equipamentos de Superfície e Árvore Submarina de Teste (AST) ...................................... 10

5.6 Sistema de Elevação e Sustentação ........................................................................................ 11

6 Requisitos Especiais para Projetos de Poços de Gás, com Alta RGO, HPHT ou em
“underbalance” ............................................................................................................................ 11

7 Requisitos Especiais para Projetos de Poços com H2S ............................................................. 12

7.1 Considerações Gerais ................................................................................................................. 12

7.2 Ferramentas de Fundo da Coluna de Teste (Válvulas, “Packers” de Operação,


Registradores, Amostradores, etc.)........................................................................................... 12

7.3 Colunas de Tubos e Acessórios ................................................................................................ 13

7.4 Equipamentos de Superfície ...................................................................................................... 14

7.5 Anéis de Vedação ........................................................................................................................ 14

7.6 Sistemas de Detecção e Sistemas de Proteção Respiratória ............................................... 14

8 Requisitos Especiais para Projetos de Poços com Alto Teor de CO2 ........................................ 14

8.1 Metalurgia...................................................................................................................................... 14

8.2 Elastômeros .................................................................................................................................. 15

8.3 Dimensionamento da Planta de Teste ...................................................................................... 15

8.4 Sistemas de Detecção e Sistemas de Proteção Respiratória ............................................... 15

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9 Requisitos Gerais para Projetos em Unidades Flutuantes ......................................................... 15

Anexo A – Gráfico de Condições para SSC ....................................................................................... 16

Anexo B – Diretrizes Mínimas para Poços com H2S ou CO2 ........................................................... 17

Tabelas

Tabela 1 - Cenários a Serem Considerados para Dimensionamento ........................................................ 10

Tabela 2 - Fatores de Segurança .................................................................................................................... 10

Tabela 3 - Aços Recomendados ...................................................................................................................... 13

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1 Escopo

Esta Norma define requisitos de segurança a serem adotados em projetos de testes de formação, de
produção, de injetividade, de identificação de fluidos e nas operações de “backflow”, utilizando
unidades de intervenção (sondas moduladas, de produção, convencionais, flutuantes, etc.).

Esta Norma não se aplica as operações de teste de produção realizadas pelas unidades
estacionárias de produção (UEP) e estações de produção.

Esta Norma se aplica aos projetos iniciados a partir da data de sua edição.

Esta Norma contém Requisitos Técnicos e Práticas Recomendadas.

2 Referências Normativas

Os documentos a seguir são citados no texto de tal forma que seus conteúdos, totais ou parciais,
constituem requisitos para este Documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as
edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido
documento (incluindo emendas).

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) - Resolução 46 de


01/10/2016 que implanta o Sistema de Gerenciamento da Integridade de Poços de Petróleo
e Gás Natural (SGIP);

PETROBRAS N-2253 - Segurança em Teste de Formação e de Produção;

PETROBRAS N-2752 - Segurança de Poço para Projetos de Perfuração de Poços


Marítimos;

PETROBRAS N-2753 - Recursos Críticos em Segurança de Poço - Equipamentos e


Capacitação de Pessoal;

PETROBRAS N-2757 - Recomendações Práticas de Segurança para Projetos de


Completação e Intervenção em Poços Marítimos;

ISO 15156/NACE MR-0175 - Petroleum and Natural Gas Industries - Materials for Use in
H2S - Containing Environments in Oil and Gas Production;

API Spec 19TT - Specification for Dowhole Well Test Tools and Related Equipament.

3 Termos e Definições

Para os propósitos desta Norma são adotados os seguintes termos e definições.

3.1
Árvore Submarina de Teste (AST)
válvula de segurança submarina da coluna de teste assentada na cabeça do poço, utilizada em
unidades flutuantes, que permite o fechamento de fluxo pela coluna do poço, desconexão da coluna e
liberação da sonda em condições de emergência

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3.2
“backflow”
operação de fluxo, pela coluna com objetivos específicos, tais como: verificação da estanqueidade
em operações de correção da cimentação (“dry test”), limpeza de canhoneados, verificação de
conjunto de vedação (“pack off”) ou de válvulas de fundo, e liberação de coluna presa por diferencial
de pressão, também abrange todas as operações de completação e “workover” com retorno
hidrocarbonetos para a superfície

3.3
BOP (“Blowout Preventer”)
dispositivo de segurança que permite o fechamento do poço

3.4
cabeça de teste ou similar
equipamento de segurança da coluna de teste ou coluna de produção (“surface flow tree”, “terminal
head”, etc.) que permite fechar e abrir o poço na superfície

3.5
canhoneio
operação destinada à perfuração do revestimento ou da coluna, com a utilização de explosivos,
visando colocar em contato o interior do revestimento ou da coluna com o meio externo circundante

3.6
Conjunto Solidário de Barreiras (CSB)
conjunto de um ou mais elementos com o objetivo de impedir o fluxo não intencional de fluidos da
formação para o meio externo e entre intervalos no poço, considerando todos os caminhos possíveis

NOTA Os caminhos possíveis incluem o anular dos revestimentos e a rocha.

3.7
Conjunto Solidário de Barreiras Independente (CSBI)
dois CSB’s são independentes um do outro quando não possuem elementos comuns aos dois. Uma
barreira é comum quando pertence aos dois CSB

3.8
elemento de CSB
barreira física apta a conter ou isolar os fluidos dos diferentes intervalos com potencial de fluxo,
podendo ser por exemplo:

a) líquida: coluna de líquido à frente de um determinado intervalo permeável, provendo


pressão hidrostática suficiente para impedir o fluxo de fluido do intervalo em questão
para o poço ou para o meio externo e que esteja monitorada e verificada, salvo exceções
explicitadas nesta Norma;
b) sólida consolidada: separação que não se deteriora com o tempo, podendo ser
constituída de um dos seguintes elementos:
- tampões de cimento ou outros materiais de características físicas similares;
- revestimentos cimentados;
- anulares cimentados entre revestimentos;
c) sólida mecânica: separação considerada como temporária, podendo ser constituída de
um dos seguintes elementos:
- tampão mecânico permanente (“bridge plug” permanente);
- tampão mecânico recuperável (“bridge plug” recuperável);
- retentor de cimento (“cement retainer”);
- obturadores (“packers”), de qualquer natureza;

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- válvulas de segurança do interior da coluna de produção;


- tampões mecânicos do interior da coluna de produção;
- equipamentos de cabeça de poço.

3.9
equipamento de pressão
conjunto utilizado como elemento de barreira acima da cabeça de teste ou similar, quando há
operações com arame, cabo elétrico ou flexitubo, formado por:

a) preventor (BOP);
b) lubrificadores (“risers”);
c) caixa de vedação (“stuffing box” ou “stripper”);
d) “pump in sub”.

3.10
equipamentos de superfície
todos os equipamentos utilizados em teste de formação, de produção, de injeção ou operações de
“backflow” situados acima da mesa rotativa

3.11
LMRP (“Lower Marine Riser Package”)
conjunto instalado logo acima do BOP, normalmente composto de um preventor anular e um conector
que serve como elemento de desconexão em situações emergenciais

3.12
“manifold”
conjunto de válvulas e restritores (“chokes”) que permite o controle das condições de fluxo na
superfície

3.13
“packer”
barreira sólida mecânica, mesmo que obturador

3.14
percentual molar (% molar)
percentual do componente no gás em relação a composição total do gás em mol

3.15
poço HPHT (High Pressure High Temperature)
poço com MAPES/MAPECAB entre 10.000 e 15.000 psi ou gradiente de pressão entre 15,3 e 18 ppg
e temperatura estática de fundo entre 300 e 400°F ou temperatura estática/dinâmica na profundidade
do BOP entre 170°F e 250°F, o que for mais restritivo

3.16
TCP (“Tubing-Conveyed Perforating”)
método de canhoneio em que os canhões são descidos com coluna (“drill pipes”, “tubings”, etc.)

3.17
“underbalance”
condição em que a pressão hidrostática do fluido contido no poço na profundidade do reservatório é
menor que a pressão dos fluidos (pressão de poros) contidos na formação

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3.18
“Testing subsurface safety valve” (TSSSV)
válvula de segurança da coluna de teste, utilizada em unidades auto-elevatórias e em poços
terrestres e que permite o fechamento de fluxo pela coluna, normalmente posicionada abaixo da
mesa rotativa

4 Premissas de Segurança para Projetos de Teste de Formação, de Produção, de


Injetividade, de Identificação de Fluidos e Operações de “Backflow”

4.1 Considerações Gerais

A premissa básica para um projeto de teste é assegurar que a integridade do poço, das instalações,
das pessoas e do meio ambiente seja mantida durante todas as etapas da intervenção para execução
da operação.

Considera-se que na fase de projeto a disponibilização da maior quantidade possível de informações


sobre o poço, os equipamentos instalados e as formações atravessadas diminuem as condições de
risco inerentes à fase de operação de teste. Assim sendo, informações tais como: condições
mecânicas do poço, caracterização geológica, relatório de anomalias, etc., devem ser levantadas
junto às gerências requisitantes e pesquisadas nos bancos de dados corporativos.

4.2 Considerações Especiais

Recomendações específicas citadas nesta Norma devem ser seguidas nos projetos de teste de
formação ou produção de poços com previsão ou presença dos seguintes requisitos:

 poço de gás;
 alta Razão Gás/Óleo (RGO): > 250 m3/m3;
 poço HPHT;
 gás Sulfídrico (H2S): > 0,0008% mol (8 ppm) no gás da amostra do fluido;
 alto teor de gás carbônico (CO2): > 3% mol (30.000 ppm) no gás da amostra do fluido;
 poço com fluido no anular em condição “underbalance”.

Caso o projeto se enquadre em duas ou mais condições do parágrafo anterior todas as prescrições
para cada uma das condições específicas devem ser atendidas.

4.3 Barreiras de Segurança

Em todas as operações de um programa de teste de formação ou produção deve haver dois


conjuntos solidários de barreiras independentes (CSBI), salvo as exceções descritas nesta Norma.

NOTA 1 No caso de desconexão para reparo de LMRP ou BOP, deve haver dois CSBI.
NOTA 2 No caso de operações não planejadas, como exemplo, desconexões de emergência em
sondas de posicionamento dinâmico (“Dynamic Positioning”/DP), admite-se operar
temporariamente com apenas um CSB, observando as diretrizes para resposta a esta
situação de controle de poço.
NOTA 3 Conforme definido no SGIP, a não surgência do poço é considerada um elemento de CSB.

Os elementos de CSB devem ser projetados, instaladas, verificados e mantidos para impedir fluxo
não intencional dos fluidos de um intervalo com potencial de fluxo para ambiente externo ou outra
formação.

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O elemento de CSB deve ser projetado para resistir a todas as pressões esperadas na sua posição
relativa no poço e verificado com teste no diferencial máximo de pressão esperado ou através de
métodos alternativos.

Incluir no projeto de poço descrições ou diagramas que demostrem os CSB’s existentes para cada
fase operacional.

NOTA Nas operações de canhoneio, verificar quais devem ser os 2 CSB’s remanescentes após a
operação.

Em poços submarinos, para um projeto de teste de formação ou teste de produção com o uso do
BOP de perfuração, na composição da coluna de teste é obrigatório o uso de uma AST ou
equivalente, como elemento de CSB, de forma a permitir o fechamento da gaveta cega/cisalhante no
tubo de sacrifício (“shear sub”) e da gaveta de tubos no tubo liso (“slick joint”).

Para projetos de teste de injetividade em poços submarinos com BOP de perfuração, não é
obrigatório o uso de AST ou equivalente, posicionado no BOP, porém devem constar no projeto
medidas de resposta para os casos de controle de poço, conforme os padrões corporativos.

Para projetos de operações de “backflow” em poços submarinos com BOP de perfuração, somente
após análise de risco específica é dispensado o uso de AST ou equivalente. Sendo o volume máximo
retornado limitado a soma dos seguintes volumes:

 volume da câmara inferior ao “packer”;


 80 m do volume do interior da coluna acima do “packer”.

4.4 Máximas Pressões Esperadas na Superfície (MAPES) e na Cabeça do Poço (MAPECAB)

4.4.1 A MAPES deve ser calculada utilizando se uma das opções abaixo:

a) havendo dados confiáveis do(s) fluido(s) da formação (análise PVT, poços de correlação,
etc.): a pressão na superfície é a pressão no reservatório substraída da coluna
hidrostática do fluido até a superfície (considerar a coluna cheia com o fluido da
formação);
b) não havendo dados do(s) fluido(s) da formação: seguir o prescrito na seção 7.1 da N-
2752.

A definição da MAPES deve levar em conta a pressão de disparo dos canhões TCP e pressão de
injeção, caso sejam previstas estas operações, assumindo o maior valor entre esses valores e o valor
calculado conforme o parágrafo acima.

Em poços submarinos calcular também a MAPECAB.

4.4.2 A MAPECAB deve ser calculada utilizando se uma das opções abaixo:

a) havendo dados confiáveis do(s) fluido(s) da formação (análise PVT, poços de correlação,
etc.): a pressão na cabeça do poço é a pressão no reservatório substraída da coluna
hidrostática do fluido até a cabeça do poço (considerar a coluna cheia com o fluido da
formação);
b) não havendo dados do(s) fluido(s) da formação: seguir o prescrito na seção 7.1 da N-
2752.

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NOTA A MAPECAB ou MAPES descritas acima devem ser calculadas utilizando métodos e
“softwares” de simulação de elevação e escoamento ou por método simplificado conforme
definido nos padrões corporativos da PETROBRAS.

5 Requisitos Gerais e Critérios para Dimensionamento e Seleção de Equipamentos

5.1 BOP

A pressão de trabalho do BOP deve ser maior do que a MAPES ou MAPECAB, conforme o BOP seja
de superfície ou submarino.

Os programas de testes de formação, de produção, de injeção e operações de “back flow” devem


seguir o disposto na PETROBRAS N-2753 no que se refere aos requisitos dos Equipamentos do
Sistema de Controle de Poço (ESCP).

Seguir o disposto nas PETROBRAS N-2752 e PETROBRAS N-2753, no que se refere à


periodicidade de teste do BOP e simulado de “kick”.

O teste do BOP a ser realizado antes do teste de formação conforme prescrito na PETROBRAS N-
2753 deve ser realizado antes do canhoneio da formação. [Prática Recomendada]

5.2 Estrutura de Poço

Verificar o dimensionamento dos revestimentos e elementos de vedação da cabeça do poço quanto


aos esforços gerados pelas operações programadas nos testes. Levar em consideração os esforços
transientes.

5.3 Ferramentas de Fundo da Coluna de Teste (Válvulas, “Packers” de Operação,


Registradores, Amostradores, Etc.)

Devem atender a Norma API Spec 19TT.

A coluna de teste de formação deve contar com, pelo menos, dois dispositivos que possibilitem
efetuar a circulação reversa, preferencialmente acionados por mecanismos diferentes.

Para poços completados, equipados com coluna de produção definitiva não é necessário a existência
de dois dispositivos de circulação reversa.

NOTA Utilizando coluna de produção com elementos de completação, o projetista deve verificar se
as operações previstas foram consideradas no dimensionamento, destes elementos.

Para estas ferramentas, devem ser calculados os esforços de acordo com os carregamentos a serem
considerados da Tabela 1. Os mesmos devem ser informados às companhias de serviço que irão
avaliar e informar se os esforços estão dentro do envelope operacional.

5.4 Coluna de Tubos e Acessórios

Os tubos e acessórios de colunas de teste de formação devem ser dimensionadas para resistir aos
esforços esperados durante as operações do teste de formação. Deverão ser considerados todos os
cenários utilizados no dimensionamento de colunas de produção/injeção (COP/COI), conforme N-
2757, que sejam aplicáveis. A Tabela 1 abaixo mostra alguns dos cenários específicos das operações
de testes de formação que devem ser atendidos:

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Tabela 1 - Cenários a Serem Considerados para Dimensionamento

Cenários
Prisão de coluna, dificuldade para desassentar o “packer”
Teste de Pressão da Coluna e Injeção (pressão conforme 4.4) e esforços axiais
Carregamentos conforme abaixo:
a) Atuação da válvula de circulação reversa “backup”;
b) “Tubing leaking” logo abaixo do BOP com BOP fechado e válvula de teste fechada.;
c) caso de “full evacuation”.
Máxima temperatura esperada durante as operações
Resfriamento devido a injeção
Máxima vazão de produção ou de injeção
“Slip Crushing”
Canhoneio TCP

Tubos, conexões e elementos da coluna de teste: devem utilizar os mesmos critérios empregados no
dimensionamento de coluna de produção/injeção (COP/COI).

Utilizar tubos e conexões com rosca com vedação metal-metal (“gas tight”). [Prática Recomendada]

NOTA 1 Em testes de injetividade podem ser utilizados tubos sem vedação metal-metal.
NOTA 2 Em operações de “backflow”, verificar a possibilidade haver gás liberado no fluido retornado,
caso negativo, podem ser utilizados tubos sem vedação metal-metal.

Devem ser adotados no mínimo os fatores de segurança para os tubos e conexões da coluna
conforme a Tabela 2:

Tabela 2 - Fatores de Segurança

Colapso 1,1
Pressão Interna 1,1
Tração/Compressão 1,3
Esforço Triaxial 1,25

Para os testes de formação e produção realizados em poços completados, cabe ao projetista uma
verificação se as operações previstas foram consideradas no dimensionamento.

5.5 Equipamentos de Superfície e Árvore Submarina de Teste (AST)

A cabeça de teste ou equivalente deve ter:

a) no mínimo duas válvulas, sendo uma superior e uma inferior em relação ao “T” de
surgência;
b) uma válvula lateral, na linha de fluxo, com acionamento remoto;
c) um “swivel” para permitir giro da coluna.

NOTA 1 Em poços terrestres com a comprovação da não surgência é dispensado a válvula acima do
“T” de surgência e o acionamento remoto da válvula lateral da cabeça de teste ou
equivalente.
NOTA 2 Em poços terrestres onde não é programada a necessidade de rotação da coluna é
dispensada a exigência do “swivel”.
NOTA 3 Em poços de gás com previsão de H2S (> 8 ppm) e HPHT, instalar a TSSSV abaixo da
cabeça de teste ou equivalente em sondas terrestres e plataformas fixas e auto-elevatórias.

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Os equipamentos de superfície (cabeça de teste ou equivalente, linhas, válvulas, etc.) até o “choke
manifold” devem atender aos esforços de pressão calculados conforme a Tabela 1, respectivamente
com fator de segurança de 1,1.

Os equipamentos de superfície e a coluna de tubos devem ser testados com pressão superior a
MAPES, conforme definido na seção 4.4 ou o máximo diferencial esperado durante as operações de
teste.

Para poços submarinos, prever para o dimensionamento da AST os mesmos cenários da Tabela 1,
desde que pertinentes. Os mesmos devem ser informados às companhias de serviço que irão avaliar
e informar se os esforços estão dentro do envelope operacional

Além dos esforços citados no parágrafo acima, devem ser analisados os seguintes requisitos
funcionais:

a) tempo de fechamento das válvulas da AST;


b) capacidade de corte pela gaveta cisalhante do BOP do “shear sub” da AST;
c) capacidade de corte pela(s) válvula(s) da AST dos elementos (arame, cabo elétrico e
flexitubo) que irão passar pela(s) mesmas.

5.6 SISTEMA DE ELEVAÇÃO E SUSTENTAÇÃO

Prever margem operacional de trabalho em caso de prisão da coluna ou de seus componentes.

6 Requisitos Especiais para Projetos de Poços de Gás, com Alta RGO, HPHT ou
em “underbalance”

Além dos requisitos estabelecidos no item 5 devem ser atendidos os seguintes requisitos para poços
com alta RGO, Gás, HPHT ou “underbalance”.

Utilizar tubos e conexões com rosca com vedação metal-metal (“gas tight”).

Em poços terrestres, com alta RGO e de gás não associado, pode-se utilizar rosca API com sistema
de vedação adicional para gás (“liquid o’ring”) ou rosca API modificada conforme norma API 5CT.

NOTA 1 Para poços terrestres HPHT ou “underbalance” é mandatório o uso de tubos e conexões
com vedação metal-metal.
NOTA 2 Em reservatório de gás ou de óleo com RGO superior a 500 m3/m3 é recomendável que
seja feito o canhoneio “Tubing Conveyed Perforating” (TCP) com a coluna de teste. [Prática
Recomendada]

Os valores de tensões admissíveis dos materiais devem ser reduzidos em função da temperatura de
acordo com as recomendações dos fabricantes dos materiais (fluência do material devido à alta
temperatura).

Caso a “master valve” esteja posicionada acima do “swivel” da cabeça de teste, utilizar válvula de
acionamento remoto abaixo da cabeça de teste.

As linhas superfície da cabeça de teste ou equivalente até o “choke manifold” devem possuir vedação
metal-metal.

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Em poços HPHT verificar as características/limitações dos elastômeros, às condições de temperatura


e outros requisitos (tais como pressão, fluidos, contaminantes, etc., porém não limitados a somente
estes).

Nos poços submarinos, os elastômeros utilizados devem ser adequados tanto a alta temperatura
como a temperatura do leito marinho.

Verificar se os elastômeros do BOP, são adequados as temperaturas esperadas.

Para poços com fluido no anular em condição “underbalance” o arranjo da AST no BOP deve permitir
o fechamento de duas gavetas de tubos na junta lisa (“slick joint”) da AST.

7 Requisitos Especiais para Projetos de Poços com H2S

Para efeitos desta norma são considerados poços com H 2S, os poços com concentrações maiores
que 0,0008 % mol (8 ppm) de H2S no gás da amostra do fluido.

7.1 Considerações Gerais

Em poços exploratórios e em campos com a presença de H 2S, negociar junto com a gerência
requisitante/responsável pelo poço e a de projeto de perfuração do mesmo, para que sejam
realizadas amostragens durante a perfilagem e que estas amostras sejam analisadas a tempo, de tal
forma a que a informação sobre a presença de H2S e os valores dos teores ajudem a balizar a
necessidade da implementação dos requisitos estipulados neste item. [Prática Recomendada]

O processo de seleção de materiais para trabalhos em ambientes com H 2S deve seguir os critérios
adotados pela norma ISO 15156/NACE MR-0175.

Observação: Caso haja divergência entre as normas ISO e NACE, deve ser utilizado o critério mais
rigoroso.

Nos trabalhos em poços de petróleo e, em particular, nos testes de formação e produção, que são
operações relativamente curtas, o tipo de corrosão mais frequente e, consequentemente, o mais
preocupante, é a corrosão sob tensão fraturante em presença de H 2S (SSC - “Sulfide Stress
Cracking”), que tem como característica o desenvolvimento rápido da trinca.

Verificar no ANEXO A se as condições de pressão e o teor de H2S do fluido produzido indicam a


susceptibilidade à ocorrência da SSC. Caso se esteja na região propícia à formação da SSC, a
seleção do material (metalurgia) deverá ser revisada para atender o critério normativo em questão, ou
então as condições ambientais devem ser tais que inibam a ocorrência do fenômeno. Nesse caso, os
aspectos mais relevantes são o teor de H2S, a pressão, a temperatura do meio.

7.2 Ferramentas de fundo da coluna de teste (válvulas, “packers” de operação,


registradores, amostradores, etc.)

O material da ferramenta de teste pode ser de aço comum não resistente a H 2S se estiver fora de
região sujeita à SSC conforme os gráficos do ANEXO A. Quando se estiver na região da SSC, os
materiais devem ser resistentes ao H2S na temperatura ambiente, conforme norma ISO 15156/NACE
MR-0175.

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NOTA As contratadas devem fornecer certificados de conformidade técnica dos seus


equipamentos.

7.3 Colunas de tubos e acessórios

Devem ser utilizados tubos e conexões com roscas de vedação metal-metal (“gas tight”).

Utilizar aços próprios para trabalhos com presença de H2S, conforme norma ISO 15156/NACE MR-
0175.

a) Aços-Carbono

Tabela 3 - Aços Recomendados

Fonte: ISO 15156-2/NACE MR-0175-ano 2015

NOTA Quando selecionar os aços, consultar ISO 15156/NACE MR-0175 para verificar se não
houve alteração desta tabela.

b) Outros tipos de aços

Além dos aços-carbono citados no item acima, é permitido o uso de outros, tais como: aço-liga da
série (41XX), aços inoxidáveis, sempre sob determinadas condições, conforme norma ISO
15156/NACE MR-0175.

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7.4 Equipamentos de superfície

As linhas e equipamentos de superfície estando nas condições sujeitas à formação da SSC,


conforme ANEXO A, devem estar especificados de acordo com esta Norma. As contratadas devem
fornecer certificados de especificações técnicas dos seus equipamentos.

Caso a “master valve” esteja posicionada acima do “swivel” da cabeça de teste, utilizar válvula de
acionamento remoto abaixo da cabeça de teste.

7.5 Anéis de vedação

Os anéis de vedação devem ser próprios para serviços em ambientes com H 2S.

7.6 Sistemas de Detecção e Sistemas de Proteção Respiratória

Caso haja possibilidade ou haja a presença de H2S em concentrações maiores de 8 ppm no gás do
fluido, prever os equipamentos prescritos na Norma N-2253.

Prever e providenciar os sistemas e detectores de H2S conforme o prescrito na N-2253.

Avaliar a necessidade uso de sensores de detecção de dióxido de enxofre (SO 2), produto da queima
do H2S.

Elaborar em conjunto com a operadora da unidade de intervenção, um plano de ações imediatas a


ser seguido em caso de vazamento de H2S na atmosfera.

NOTA No Anexo B estão as ações mínimas que devem constar neste plano em caso de
vazamento de H2S para a atmosfera.

8 Requisitos Especiais para Projetos de Poços com Alto Teor de CO2

Para efeitos desta norma são considerados poços com alto teor de CO 2:

a) para segurança ocupacional adotar as medidas descritas em 8.4 quando o teor de CO2 for
maior que 3% mol (30.000 ppm) no gás da amostra do fluido;
b) para segurança operacional adotar as medidas descritas de 8.1 a 8.4 quando o teor de CO2
for maior que 40% mol no gás da amostra do fluido.

8.1 Metalurgia

Utilizar os padrões corporativos de seleção de metalurgia para revestimentos e coluna de


produção/injeção.

Utilizar vedações metal-metal nas conexões antes do “choke manifold”.

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8.2 Elastômeros

Recomenda-se efetuar ensaios de RGD (Despressurização Rápida do Gás) nos selos a serem
utilizados na planta de teste, ferramentas e coluna. [Prática Recomendada]

8.3 Dimensionamento da Planta de Teste

Efetuar simulação de processo (termodinâmicas) para o correto dimensionamento, ajuste e


adequação da planta. Utilizar, caso haja, os dados da análise PVT do fluido da formação, ou
correlação indicada e o esquema de processo preliminar da planta de teste.

Prevendo não haver queima dos gases devido a presença do CO 2, efetuar análise de dispersão de
gases.

8.4 Sistemas de Detecção e Sistemas de Proteção Respiratória

Caso haja previsão ou a presença de teores maiores que 30.000 ppm de CO2 no gás do fluido, prever
os equipamentos conforme prescrito na N-2253.

Prever e providenciar os sistemas e detectores de CO2 conforme o prescrito na N-2253.

Elaborar análise para posicionamento dos sensores citados no parágrafo acima.

Elaborar em conjunto com a operadora da unidade de intervenção, um plano de ações imediatas a


ser seguido em caso de vazamento de CO2 na atmosfera.

NOTA No Anexo B estão as diretrizes mínimas que devem constar neste plano em caso de
vazamento de CO2 para a atmosfera.

9 Requisitos Gerais para Projetos em Unidades Flutuantes

Testes com intervalos a poço aberto em unidades flutuantes só podem ser executados com obturador
assentado no revestimento.

Em colunas de teste de formação a válvula testadora não deve ser acionada por peso.

As operações de teste de formação e/ou produção em sondas que dispõem somente de


compensador ativo (atuado pelo guincho de perfuração), dependem de análise de risco das
operações.

Para as operações de canhoneio, definir conjuntamente com a operadora da unidade (sonda), o


fluxograma de desconexão da unidade para os casos de emergência durante a operação de
canhoneio, seja a cabo ou TCP.

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Anexo A – Gráfico de Condições para SSC

GRÁFICO A.1: CONDIÇÕES PARA SSC – Fonte: ISO 15156-2/NACE MR-0175-ano 2015

Nota Quando selecionar os materiais consultar ISO 15156/NACE MR-0175 para verificar se
não houve alteração desta figura.

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Anexo B – Diretrizes Mínimas para Poços com H2S ou CO2

A) Diretrizes mínimas a constar no plano em casos de vazamento de h2s para a atmosfera

1. Estipular no mínimo dois níveis de alarme (limite inferior e limite superior) nos sistemas de
detecção de H2S;

2. Interromper as operações de teste em caso de alarme confirmado de H2S na atmosfera;

3. Definir ações para alerta e proteção de todos (incluindo pessoal não envolvido na operação de
teste), caso o teor de H2S na atmosfera atinja os limites abaixo indicados;

4. Definir o grupo que irá trabalhar para identificar e estancar a fonte do vazamento;

5. Definir as ações a serem tomadas caso o vazamento fuja de controle.

Adotar os seguintes valores para os limites acima indicados:

a) Limite Inferior: menor ou igual a 8 ppm;


b) Limite Superior: maior que o 8 e menor ou igual a 50 ppm.

B) Diretrizes Mínimas a Constar no Plano em Casos de Vazamento de CO2 Para a


Atmosfera

1. Estipular no mínimo dois níveis de alarme (limite inferior e limite superior) nos sistemas de
detecção de CO2;

2. Interromper as operações de teste em caso de alarme confirmado de CO2 na atmosfera;

3. Definir ações para alerta e proteção de todos (incluindo pessoal não envolvido na operação de
teste), caso o teor de CO2 na atmosfera atinja os limites abaixo indicados;

4. Definir o grupo que irá trabalhar para identificar e estancar a fonte do vazamento;

5. Definir as ações a serem tomadas caso o vazamento fuja de controle.

Adotar um dos seguintes valores para os limites acima indicados:

a) Limite Inferior: menor ou igual 3.900 ppm;


b) Limite Superior: maior que 3.900 ppm e menor ou igual a 30.000 ppm.

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GRUPO DE TRABALHO 37-14

Membros

Nome Lotação Telefone Chave


Nelson Satiro Nishimura
RES/TR/AR 704-8452 PM0W
(Coordenador)
POCOS/CAAP-EX/PROJ/PROJ-
Fabio Rodrigues Sobrinho Rebelo 704-9023 BEOI
NENOP
Fabio Shinji Ohara POCOS/SPO/PEP/PROJ-SCA 704-3106 BEPP
Flavio Medeiros Junior TAR/CPT/ECP/EPS 734-3787 HN32
Luis Cesar Santos Souza TAR/CPT/CIP-S/SE 726-6103 TMD5
Marcelo Moura Melo TAR/CPT/ECP/EPS 734-4221 HN77
POCOS/CAMAP-AUP/POLO-
Marcos Jose da Silva 716-0964 EPA4
PRESAL/CAMP-II
Marcos Martins Ceciliano POCOS/SPO/PEP/PROJ-SCA 769-3215 HMC2
Monique Vitorio POCOS/CAMAP-AUP/PROJ/PROJ-SAN 759-1106 BEP4
Ralph Engel Piazza RES/TR/AR 704-3220 U3J3
Secretário Técnico
Rodrigo Ferraz CENPES/GTEC/NORTEC 706-3340 UQV6

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