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N-2900 REV. A 03 / 2015

Gerenciamento de Alarmes

Procedimento

Esta Norma substitui e cancela a sua revisão anterior.


Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação do
texto desta Norma. A Unidade da PETROBRAS usuária desta Norma é a
responsável pela adoção e aplicação das suas seções, subseções e
enumerações.

Requisito Técnico: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que


deve ser utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma
CONTEC eventual resolução de não segui-la (“não conformidade” com esta Norma) deve
Comissão de Normalização ter fundamentos técnico-gerenciais e deve ser aprovada e registrada pela
Técnica Unidade da PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de
caráter impositivo.

Prática Recomendada: Prescrição que pode ser utilizada nas condições


previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade de
alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pela Unidade da
PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de caráter
não impositivo. É indicada pela expressão: [Prática Recomendada].

Cópias dos registros das “não conformidades” com esta Norma, que possam
contribuir para o seu aprimoramento, devem ser enviadas para a
SC - 10 CONTEC - Subcomissão Autora.

Instrumentação e Automação As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC -
Industrial Subcomissão Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, a
seção, subseção e enumeração a ser revisada, a proposta de redação e a
justificativa técnico-econômica. As propostas são apreciadas durante os
trabalhos para alteração desta Norma.

“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO


S. A. - PETROBRAS, de aplicação interna na PETROBRAS e Subsidiárias,
devendo ser usada pelos seus fornecedores de bens e serviços,
conveniados ou similares conforme as condições estabelecidas em
Licitação, Contrato, Convênio ou similar.
A utilização desta Norma por outras empresas/entidades/órgãos
governamentais e pessoas físicas é de responsabilidade exclusiva dos
próprios usuários.”

Apresentação
As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho
- GT (formados por Técnicos Colaboradores especialistas da Companhia e de suas Subsidiárias), são
comentadas pelas Unidades da Companhia e por suas Subsidiárias, são aprovadas pelas
Subcomissões Autoras - SC (formadas por técnicos de uma mesma especialidade, representando as
Unidades da Companhia e as Subsidiárias) e homologadas pelo Núcleo Executivo (formado pelos
representantes das Unidades da Companhia e das Subsidiárias). Uma Norma Técnica PETROBRAS
está sujeita a revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser reanalisada a
cada 5 anos para ser revalidada, revisada ou cancelada. As Normas Técnicas PETROBRAS são
elaboradas em conformidade com a Norma Técnica PETROBRAS N-1. Para informações completas
sobre as Normas Técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS 27 páginas, Índice de Revisões e GT


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Sumário

1 Escopo ................................................................................................................................................. 4 

2 Referências Normativas ...................................................................................................................... 4 

3 Termos e Definições............................................................................................................................ 4 

4 Símbolos e Abreviaturas ..................................................................................................................... 8 

5 Filosofia de Alarmes ............................................................................................................................ 8 

5.1 Objetivo .................................................................................................................................. 8 

5.2 Requisitos Básicos ................................................................................................................. 8 

5.3 Priorização de Alarmes .......................................................................................................... 9 

5.4 Classe de Alarmes ............................................................................................................... 11 

5.5 Indicadores de Desempenho ............................................................................................... 12 

6 Ciclo de Vida da Atividade de Gerenciamento de Alarmes .............................................................. 13 

6.1 Identificação e Racionalização............................................................................................. 13 

6.2 Detalhamento e Implementação .......................................................................................... 15 

6.2.1 Características dos Sistemas de Alarmes ................................................................... 15 

6.2.2 Implementação de Estratégias de Processamento nos Sistema de Alarmes ............. 15 

6.2.3 Práticas para Projeto de Interface no Sistema de Alarmes ......................................... 20 

6.3 Comissionamento e Treinamento ........................................................................................ 22 

6.4 Operação e Monitoração ...................................................................................................... 23 

6.5 Gestão de Mudanças, Manutenção e Auditoria ................................................................... 23 

Anexo A - Exemplos de Consequências para Patrimônio e Continuidade Operacional....................... 24 

Anexo B - Procedimento para Racionalização de Alarmes .................................................................. 25 

Figuras

Figura 1 - Banda Morta do Alarme .......................................................................................................... 6 

Figura 2 - Exemplo de Supressão de Alarmes Configurados na mesma Variável ............................... 17 

Figura B.1 - Procedimento para Racionalização de Alarmes ............................................................... 25 

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Tabelas

Tabela 1 - Tempos de Resposta Disponível ........................................................................................... 9 

Tabela 2 - Determinação de Prioridade por Riscos ao Patrimônio/Continuidade Operacional (Ver


Exemplos - Anexo A) ........................................................................................................... 10 

Tabela 3 - Determinação de Prioridade por Riscos ao Meio Ambiente ................................................ 10 

Tabela 4 - Determinação de Prioridade por Riscos a Pessoas ............................................................ 11 

Tabela 5 - Resumo de Métricas Recomendadas para Desempenho de Alarmes ................................ 12 

Tabela 6 - Documentação de Alarmes .................................................................................................. 13 

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1 Escopo

1.1 O objetivo desta Norma é definir a filosofia do gerenciamento de alarmes da PETROBRAS. Esta
Norma pode ser complementada com uma filosofia específica de cada segmento de negócio da
Companhia.

1.2 Esta Norma se aplica a projeto, operação e manutenção de sistemas de alarmes em Unidades
da PETROBRAS.

1.3 Esta Norma se aplica a procedimentos iniciados a partir da data de sua edição.

1.4 Esta Norma contém Requisitos Técnicos e Práticas Recomendadas.

2 Referências Normativas

Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para


referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas,
aplicam-se as edições mais recentes dos referidos documentos.

PETROBRAS N-2595 - Critérios de Projeto, Operação e Manutenção de Sistemas


Instrumentados de Segurança em Unidades Industriais;

PETROBRAS N-2782 - Técnicas Aplicáveis à Análise de Riscos Industriais;

IEC 62682 - Management of Alarm Systems for the Process Industries.

3 Termos e Definições

Para os efeitos deste documento aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1
alarme
qualquer meio auditivo ou visual que indique uma condição anormal associada ao processo ou
equipamento e que exige uma ação em um tempo restrito

NOTA O termo equipamento é aplicável também a sistemas e instrumentos

3.2
alarme de desvio ("deviation alarm")
alarme gerado quando a diferença entre dois valores analógicos excede um limite (exemplo: desvio
entre instrumentos redundantes ou desvio entre a variável de processo e o “setpoint”)

3.3
alarme de discrepância ("discrepancy alarm")
alarme gerado pelo erro entre a comparação de um estado esperado da planta ou equipamento para
o seu estado real (exemplo: falha na partida do motor quando este é comandado)

3.4
alarme incômodo (“nuisance alarm”)
alarme que anuncia excessivamente, desnecessariamente, ou que não retorna para o normal, mesmo
após ação do operador

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3.5
alarme intermitente (“chattering alarm” ou “fleeting alarm”)
alarme que transita entre o estado de anunciação e o estado desativado em um período curto de
tempo

3.6
alarme obsoleto (“stale alarm”)
alarmes que permanencem ativos continuamente por longos períodos de tempo (geralmente 24
horas)

3.7
alerta
sinalização menos importante do que o alarme, caracterizando-se por condições operacionais que
requerem atenção, e cujas ações devem ser tomadas quando o tempo permitir

3.8
anunciação do alarme
função do sistema de alarmes para chamar a atenção do operador acerca do alarme

3.9
ativação do alarme
estado no qual a condição do alarme é verdadeira

3.10
avalanche de alarmes ("alarm flood")
condição durante a qual a taxa de alarmes é maior do que aquela que pode ser efetivamente
gerenciada (exemplo: mais de 10 alarmes no intervalo de 10 minutos)

3.11
“bad-actors”
são alarmes que, num intervalo de tempo determinado, apresentam um número de ocorrências muito
superior aos demais

3.12
banda morta do alarme ("alarm deadband")
faixa dentro da qual o alarme não tem seu estado alterado, independentemente da variação do sinal
lido (Figura 1)

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Ativação Desativação
do alarme do alarme

Estado do
alarme

Valor de ajuste
do alarme

Banda
morta

PV

Tempo

Figura 1 - Banda Morta do Alarme

3.13
classe de alarme
grupo de alarmes com requisitos comuns de gerenciamento tais como: teste, treinamento,
anunciação, auditoria etc.

3.14
desativação do alarme (“Return To Normal” - RTN)
estado no qual a condição para anunciação do alarme deixou de existir

3.15
evento
mudança nas condições da planta, de um equipamento ou de uma variável

3.16
filosofia de alarmes
documentação que estabelece as definições básicas, os princípios e procedimentos para projetar,
implementar e manter um sistema de alarmes

3.17
gerenciamento de alarmes
o processo e as práticas para conceber, projetar, documentar, operar, monitorar e manter um sistema
de alarmes

3.18
grupo de alarmes
um conjunto de alarmes, determinado por algum critério lógico de agrupamento, como: localização
física, função, sistema etc.

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3.19
prioridade de alarme ("alarm priority")
importância relativa atribuída a um alarme dentro de um sistema de alarmes para indicar a urgência
da resposta

3.20
racionalização
processo de análise dos potenciais alarmes para fundamentar e documentar sua concepção e/ou
uso, a partir da filosofia de alarmes

3.21
reconhecimento ("Acknowledge - ACK")
ação que confirma ciência da anunciação do alarme

NOTA Não significa resolução da causa do alarme

3.22
"shelving" (“shelve”)
ação iniciada pelo operador para suprimir temporariamente um alarme, com mecanismos de controle
para remoção desta supressão

3.23
sistema de alarmes ("alarm system")
conjunto de “hardware” e “software” que possibilita a detecção de estados de alarme, a anunciação e
registra suas alterações

3.24
supressão
qualquer mecanismo para impedir a anunciação do alarme quando a condição anormal está presente

3.25
tempo de resposta disponível ("allowable response time")
tempo máximo entre a anunciação do alarme e início de uma ação corretiva no processo,
independente de onde a ação vai ser realizada, para evitar as consequências da condição anormal.
Referência: Figura 4 da IEC 62682.

3.26
temporizador do alarme
tempo mínimo em que a variável deve permanecer continuamente além de seu valor de ajuste para
que o alarme seja anunciado

NOTA Este temporizador pode ser aplicado também para remover a anunciação do alarme

3.27
valor de ajuste do alarme ("alarm setpoint")
valor limiar de uma variável de processo ou estado discreto que anuncia o alarme

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4 Símbolos e Abreviaturas

ESD - “Emergency Shut Down”, ou Parada de Emergência;


HAZOP - “Hazard and Operability Study” ou Estudo de Perigos e Operabilidade;
IHM - Interface Homem Máquina;
IPL - “Independent Protection Layer” ou Camada de Proteção Independente;
LOPA - “Layers of Protection Analysis” ou Análise de Camadas de Proteção;
PV - “Process Variable” ou Variável de Processo;
SCADA - “Supervisory Control and Data Acquisition System”;
SDCD - Sistema Digital de Controle Distribuído;
SIS - Sistema Instrumentado de Segurança;
SSC - Sistema de Supervisão e Controle;
TRD - Tempo de Resposta Disponível;
UCP - Unidade Central de Processamento.

NOTA Esta Norma utiliza o termo SSC para se referir de forma genérica aos sistemas de controle
e monitoração adotados no âmbito dos diferentes segmentos de negócio da companhia,
substituindo termos como SCADA, SDCD e outros sistemas similares.

5 Filosofia de Alarmes

5.1 Objetivo

5.1.1 A definição de uma filosofia para o sistema de alarmes tem como objetivos:

— garantir consistência e uniformidade do gerenciamento de alarmes para todas as plantas


da companhia;
— garantir alinhamento com as metas e objetivos gerenciais;
— fornecer insumos para a especificação, implementação, operação, monitoração e
manutenção de um sistema de alarmes robusto e eficiente.

5.1.2 O sistema de alarmes não substitui o SIS, mas auxilia o operador na tomada de ações que
venham a evitar paradas da planta por ação do sistema instrumentado de segurança, reduzindo a sua
demanda.

5.2 Requisitos Básicos

Para atender à definição, um alarme deve ser projetado considerando-se as limitações humanas, e
deve possuir as seguintes características:

— relevância: deve ter importância operacional definida; se nenhuma resposta está


associada ao sinal gerador do alarme, este sinal não deve ser um alarme;
— singularidade: uma mesma informação não deve ser representada por dois diferentes
alarmes, evitando duplicidade de procedimentos de resposta que podem confundir e
sobrecarregar o operador;
— tempo de resposta adequado: nenhum alarme deve ser apresentado com muita
antecedência à sua resposta ou muito tarde para que uma medida corretiva seja
executada;
— grau de importância: todo alarme deve possuir uma prioridade, facilitando assim a
tomada de decisões do operador;
— clareza: a mensagem do alarme deve ser de fácil compreensão e chamar atenção para
a(s) informação(s) mais importante(s) que se deseja transmitir.

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5.3 Priorização de Alarmes

5.3.1 Todos os alarmes devem ser priorizados para que sua interface seja projetada adequadamente
levando-se em consideração as características apresentadas anteriormente.

5.3.2 Os alarmes devem ser priorizados em função do tempo disponível para resposta do operador,
e dos impactos causados na planta quando da ausência desta resposta. Estes impactos podem estar
relacionados à perda de produção e de ativos, meio ambiente e segurança pessoal, consideradas
dentro destas categorias os alarmes definidos para atendimento à legislação local ou a políticas
internas da companhia.

5.3.3 Para alarmes cuja resposta do operador não tenha sido classificada como IPL, durante a
avaliação destes impactos, devem ser consideradas as camadas de proteção que estão disponíveis
na planta no momento da análise. Estas camadas de proteção podem ser funções instrumentadas de
segurança ou dispositivos mecânicos de proteção, como válvulas de segurança.

NOTA 1 A ausência de camadas de proteção adequadas tende a fazer com que o alarme adquira
uma prioridade elevada. A disponibilidade de um SIS bem projetado, por exemplo, tende a
reduzir o impacto associado ao meio ambiente e segurança pessoal, e a aumentar o
impacto associado a perda de produção, já que na ausência de resposta do operador ao
alarme, deve ser considerado que o SIS vai atuar. Prioridades elevadas de alarmes podem
indicar eventual necessidade de revisão nas camadas de proteção superiores. Deve ser
verificado o impacto em outras análises (por exemplo, HAZOP, classificação de funções
instrumentadas de segurança) caso algum alarme tenha seu status alterado para alerta ou
caso seja removido.

NOTA 2 O mesmo critério se aplica para plantas que não foram submetidas ao LOPA.

5.3.4 Alarmes cuja resposta do operador tenha sido classificada como IPL devem ser priorizados
desconsiderando a presença de camadas de proteção.

5.3.5 Critério para Priorização de Alarmes

5.3.5.1 O critério apresentado a seguir deve ser aplicado para cada alarme. Esta análise resulta na
prioridade, que pode ser utilizada como guia para o operador na escolha de qual alarme deve ser
tratado primeiro, quando dois ou mais alarmes são anunciados simultaneamente.

5.3.5.2 Determinação do TRD

5.3.5.2.1 A Tabela 1 deve ser utilizada para determinação do tempo de resposta disponível.

Tabela 1 - Tempos de Resposta Disponível

TRD Critério
Longo Maior que 10 minutos e menor que 1 hora
Médio Entre 3 minutos e 10 minutos
Curto Menor que 3 minutos

5.3.5.2.2 Para tempos de resposta acima de uma hora a sinalização da anormalidade deve ser
considerada como “ALERTA”.

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5.3.5.2.3 Para tempos inferiores a 1 minuto, deve ser avaliado se a ação do operador pode ser
executada adequadamente. Caso esta ação não seja possível, deve ser prevista uma atuação
automática. Para tempos inferiores a 3 minutos, devem ser considerados mecanismos especiais de
anunciação de alarmes e treinamento especial da equipe de operação para responder à
anormalidade.

5.3.5.3 Determinação da Prioridade

5.3.5.3.1 A prioridade do alarme deve ser obtida a partir do tempo de resposta disponível para o
operador frente ao alarme e do impacto sobre a planta caso a ação operacional não seja aplicada.
Esta análise deve ser realizada utilizando as Tabelas 2 a 4, quando aplicável. O maior valor de
prioridade obtido deve ser adotado. As categorias de severidade das consequências estão alinhadas
com a N-2782.

Tabela 2 - Determinação de Prioridade por Riscos ao Patrimônio/Continuidade


Operacional (Ver Exemplos - Anexo A)

Categorias de TRD
severidade das Descrição/características
Longo Médio Curto
consequências
Danos catastróficos podendo levar à perda da
V Catastrófica Crítica Crítica Crítica
instalação industrial

IV Crítica Danos severos a sistemas (reparação lenta) Alta Alta Crítica

III Média Danos moderados a sistemas Média Média Alta

II Marginal Danos leves a sistemas / equipamentos Baixa Baixa Média

Danos leves a equipamentos sem


I Desprezível Baixa Baixa Baixa
comprometimento da continuidade operacional

Tabela 3 - Determinação de Prioridade por Riscos ao Meio Ambiente

Categorias de TRD
severidade das Descrição/características
Longo Médio Curto
consequências
Danos severos em áreas sensíveis ou se
V Catastrófica Crítica Crítica Crítica
estendendo para outros locais

IV Crítica Danos severos com efeito localizado Alta Crítica Crítica

III Média Danos moderados Alta Alta Crítica

II Marginal Danos leves Média Alta Alta

I Desprezível Danos insignificantes Baixa Baixa Média

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Tabela 4 - Determinação de Prioridade por Riscos a Pessoas

Categorias de TRD
severidade das Descrição/características
Longo Médio Curto
consequências
Múltiplas fatalidades intramuros ou fatalidade
V Catastrófica Crítica Crítica Crítica
extramuros
Fatalidade intramuros ou lesões graves
IV Crítica Crítica Crítica Crítica
extramuros
Lesões graves intramuros ou lesões leves
III Média Alta Crítica Crítica
extramuros

II Marginal Lesões leves Média Alta Alta

I Desprezível No máximo casos de primeiros socorros Baixa Média Média

5.3.5.3.2 Ampliações ou adaptações de novas instalações em plantas existentes devem passar por
uma revisão do critério de priorização de acordo com esta Norma.

5.4 Classe de Alarmes

5.4.1 Uma classe de alarmes é utilizada para caracterizar alarmes com requisitos comuns de gestão,
como, por exemplo, frequência definida de testes, tempo máximo para manutenção e estar sujeito à
auditoria.

5.4.2 Os requisitos específicos de uma classe de alarmes devem estar definidos na documentação
do alarme.

5.4.3 Não é obrigatório que um alarme pertença a uma classe de alarmes, contudo, um alarme pode
pertencer a uma ou mais classes.

5.4.4 Alarme cuja resposta do operador é camada de proteção independente (IPL).

5.4.4.1 Alarmes podem ser utilizados como camada de proteção independente a partir de estudos de
LOPA. Estes alarmes devem fazer parte de uma classe de alarmes.

5.4.4.2 O alarme pertencente a esta classe deve:

a) ser projetado de forma que nenhuma condição presente na planta seja capaz de falsear
sua anunciação, por exemplo, num cenário de ruptura de linha de vapor, pode haver
indicação falsa de nível alto devido à formação de bolhas na fase líquida, fazendo com
que o alarme de nível baixo no gerador de vapor não acuse imediatamente o desvio;
b) ser identificado de forma diferente e ser distinguível dos outros alarmes;
c) possuir um procedimento operacional específico em resposta ao mesmo, considerando
que a ação do operador deve ser suficiente para evitar a consequência indesejada;
d) estar inserido em programas de treinamento, manutenção e auditoria estabelecidos.

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5.4.5 A priorização do alarme pertencente a uma classe deve ser realizada segundo o 5.3.

5.5 Indicadores de Desempenho

Os valores recomendados para os indicadores de desempenho são apresentados na Tabela 5.


[Prática Recomendada]

Tabela 5 - Resumo de Métricas Recomendadas para Desempenho de Alarmes

Métricas de desempenho de alarmes


baseadas em um período de pelo menos 30 dias
Métrica Meta

Alarmes anunciados por posição de operação Aceitável Máximo gerenciável

Alarmes anunciados por dia ~ 144 ~ 288

Alarmes anunciados por hora ~ 6 (média) ~ 12 (média)

Alarmes anunciados por período de 10 minutos ~ 1 (média) ~ 2 (média)

Percentual de horas com incidência superior


~ < 1%
a 30 alarmes
Percentual de períodos de 10 minutos com
~ < 1%
incidência superior a 10 alarmes
Número máximo de alarmes em um período de
≤ 10
10 minutos
Percentual de tempo que o sistema de alarmes
~ < 1%
permanece em condição de avalanche
Contribuição percentual dos 10 alarmes mais ~ < 1 % até o máximo de 5 %, com planos de
frequentes em relação ao total de alarmes ação para correção das deficiências
Zero. Deve ser implantado plano de ação para
Quantidade de alarmes intermitentes
corrigir qualquer ocorrência
Menos de 5 por dia, com plano
Quantidade de alarmes obsoletos
de ação para correção
Distribuição de prioridade dos alarmes ~80 % Baixa, ~15 % Média, ~5 % Alta,
anunciados ~1 % Crítica
Nenhum alarme deve ser suprimido sem
Supressão não autorizada de alarmes
mecanismos de autorização e controle
Nenhum atributo de alarme deve ser modificado
Mudança não autorizada de atributos de alarmes sem mecanismos de autorização ou gestão de
mudanças
NOTA 1 Cada Unidade deve possuir um procedimento de controle de alarmes suprimidos. O
controle deve incluir informações quanto à justificativa, prazo de supressão, níveis
hierárquicos de autorização e medidas de mitigação.
NOTA 2 Embora a distribuição de prioridades dos alarmes configurados possa ser diferente dos
alarmes anunciados, deve-se buscar a mesma distribuição estatística na racionalização
dos alarmes.

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6 Ciclo de Vida da Atividade de Gerenciamento de Alarmes

A atividade de “Gerenciamento de Alarmes” é um processo que pode ser observado na forma de um


ciclo, conforme apresentado pela IEC 62682. A atividade de gerenciamento de alarmes deve envolver
os projetos básicos e detalhamento da planta, a etapa de configuração e teste de sistemas digitais e
a fase de operação e manutenção da planta.

6.1 Identificação e Racionalização

6.1.1 Todos os alarmes devem ser racionalizados e documentados.

6.1.2 Os alarmes discriminados nas Folhas de Dados de Processo de Instrumentos devem ser
definidos pelo responsável da área (processo, utilidades, equipamento etc.) durante o projeto básico
da planta.

6.1.3 O projeto básico deve fornecer, no mínimo, as seguintes informações: a causa iniciadora, ação
operacional, tempo de resposta do operador, o impacto ou consequência da não intervenção
operacional, prioridade do alarme e estratégias para supressão, caso aplicáveis.

6.1.4 Alarmes que não constem na Folha de Dados de Processo (ex.: alarme de razão baixa entre
duas vazões) também devem ser documentados.

6.1.5 O projeto executivo deve elaborar um documento específico para alarmes contendo, no
mínimo, as informações da Tabela 6.

Tabela 6 - Documentação de Alarmes

Informação Descrição

TAG Identificação do alarme

Descrição Descrição do alarme

Causa(s) iniciadora(s) Fator(es) que desencadeia(m) a situação anormal

Procedimento operacional decorrente da identificação da


Ação
situação anormal
Tempo disponível entre a anunciação do alarme e o
Tempo de resposta disponível instante em que o operador deve iniciar a ação corretiva,
de acordo com o campo “TRD” da Tabela 1
Consequência sobre a planta em caso da ação não ser
Impacto
executada

Importância relativa atribuída a um alarme dentro de um


Prioridade do alarme
sistema de alarmes para indicar a urgência da resposta
Grupo de alarmes com requisitos comuns de
Classe do Alarme gerenciamento tais como: teste, treinamento, anunciação,
auditoria etc., caso aplicável

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Tabela 6 - Documentação de Alarmes (Continuação)

Informação Descrição

Estratégia para supressão Condição na qual o alarme pode ser suprimido

Valor limite, ou estado discreto de uma variável do


Valor de ajuste
processo que dispara o alarme

Temporizador Temporizador do alarme, caso aplicável

Banda morta Banda morta do alarme, caso aplicável

Notas Notas aplicáveis

6.1.6 A documentação dos alarmes deve ser consolidada e continuamente atualizada pelos
responsáveis pela operação da planta.

6.1.7 Sinais que forem reclassificados de alarmes para eventos devem ser mantidos na
documentação para efeito de rastreabilidade.

6.1.8 Minimizar o uso de 2 níveis de alarmes (ex.: alto e muito alto, baixo e muito baixo). Dois níveis
de alarmes somente devem ser aplicáveis caso as ações operacionais associadas sejam diferentes.

6.1.9 Uma demanda do SIS frequentemente pode ser evitada por uma ação no sentido do
restabelecimento da condição operacional normal, caracterizando, portanto a necessidade de um
alarme de “pré-trip”. Este alarme deve ser ajustado de modo que seja possível a ação do operador
para evitar a atuação do SIS.

6.1.10 Após uma atuação do SIS, frequentemente são requeridas ações no sentido de um
restabelecimento mais rápido, mais econômico ou mais seguro da condição operacional,
caracterizando, portanto a necessidade de um alarme de “trip”.

6.1.11 Anunciações que venham a ser caracterizadas como alertas também devem ser incluídas na
documentação dos alarmes para efeito de rastreabilidade. Neste caso sugere-se indicar esta
condição como uma nota.

6.1.12 Recomenda-se realizar a racionalização dos alarmes com a participação das equipes de
processo, automação, segurança e operação. Durante a análise de alguns equipamentos, como
compressores e fornos, os especialistas das respectivas áreas podem ser convidados.
[Prática Recomendada]

6.1.13 Durante a concepção dos alarmes, recomenda-se que sejam considerados o “feedback”
operacional e boas práticas adotadas na unidade. A atividade de análise de risco, tal como o HAZOP
da planta constitui também uma oportunidade para racionalização. [Prática Recomendada]

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6.1.14 O processo de racionalização de alarmes deve ser executado sempre que novos alarmes
forem concebidos.

6.1.15 Para plantas existentes, o processo de racionalização deve revisar os alarmes existentes e,
se necessário, acrescentar novos alarmes. Como resultado da revisão, um alarme pode ser removido
ou ter suas características (prioridade, ponto de ajuste, lógica de supressão etc.) alteradas.

6.1.16 O procedimento de racionalização é apresentado no Anexo B.

6.1.17 A documentação dos alarmes deve ser disponibilizada para a Unidade e atualizada em função
do processo de gestão de mudanças.

6.2 Detalhamento e Implementação

6.2.1 Características dos Sistemas de Alarmes

6.2.1.1 Os sistemas de alarmes das plantas devem incorporar os seguintes requisitos:

— capacidade de segregar alarmes, alertas e eventos;


— capacidade de segregar alarmes por prioridade;
— capacidade de identificar alarmes por diferentes meios (cor, símbolos ou sons);
— filtros para apresentação do sumário de alarmes por grupos e classes;
— funcionalidades para “shelving” de alarmes;
— capacidade de supressão de alarmes;
— capacidade de configurar banda morta ou temporizadores;
— capacidade de encadear alarmes com mensagens de orientação ao operador e ações
em batelada;
— capacidade de monitoração e avaliação de desempenho dos alarmes;
— facilidades para geração de relatórios.

6.2.1.2 Como parte do sistema de alarmes, deve ser disponibilizado um sistema de coleta de dados
para tratamento estatístico dos alarmes, preferencialmente em tempo real, de modo a possibilitar a
avaliação de desempenho da planta frente a situações anormais e o gerenciamento dos alarmes ao
longo da vida útil da planta.

6.2.1.3 Toda informação acerca dos alarmes da planta deve ser incorporada na base de dados deste
sistema, que deve incluir toda documentação histórica do alarme permitindo sua atualização durante
os processos de gestão de mudanças.

6.2.1.4 Devem ser previstos um mecanismo de armazenamento e uma política de retenção da base
de dados do sistema de alarmes.

6.2.2 Implementação de Estratégias de Processamento nos Sistema de Alarmes

6.2.2.1 Estratégias para processamento de alarmes devem ser implementadas em nível de


configuração no SSC para supressão de alarmes em tempo real, viabilizando a disponibilização
racional de informações para o operador, minimizando a quantidade de alarmes e aumentando a
confiabilidade da planta.

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6.2.2.2 As estratégias de processamento devem ser implementadas a partir do conhecimento da


planta e do equipamento de modo a levá-las sempre para uma situação de melhor confiabilidade
operacional.

6.2.2.3 Estratégias de Processamento

6.2.2.3.1 Alarmes Associados a Controles Automáticos do Tipo “ON-OFF”

Ações associadas a controles automáticos do tipo liga-desliga equipamento ou abre-fecha válvula


“ON-OFF” devem operar segundo a seguinte estratégia: quando o equipamento for comandado e
este responder corretamente ao comando, não deve ser gerado um alarme. Esta ação deve ser
caracterizada como um evento.

EXEMPLO 1

Partida automática de bomba reserva - quando uma bomba reserva parte automaticamente
por pressão baixa na descarga, o alarme de pressão baixa deve ser anunciado somente
após um tempo ajustável, que leva em consideração o transiente de recuperação de
pressão ocasionado pela partida da bomba. Caso a pressão não se restabeleça após este
tempo, o alarme deve ser anunciado. O estado de operação da bomba reserva deve ser
anunciado como um evento.

EXEMPLO 2

Esgotamento automático de líquido de vasos - quando um controlador comanda a abertura


de uma válvula a partir do nível alto em um vaso, nem o comando nem a abertura da
válvula em si devem gerar alarmes; o alarme deve ser anunciado caso a válvula não venha
a ser aberta após um tempo esperado, ou o nível atinja um valor alto acima do valor
ajustado para abertura automática da válvula.

6.2.2.3.2 Alarmes Configurados na mesma Variável

6.2.2.3.2.1 Quando da existência de dois alarmes para uma mesma variável, em dois níveis, o
segundo alarme deve suprimir o primeiro. Assim, alarmes do tipo “muito alto” devem suprimir alarmes
do tipo “alto”, e alarmes do tipo “muito baixo” devem suprimir alarmes do tipo “baixo”.

6.2.2.3.2.2 Essa supressão deve ser aplicada para dois alarmes associados a um mesmo
instrumento.

6.2.2.3.2.3 O reconhecimento do alarme muito alto (HH) ou muito baixo (LL) deve implicar no
reconhecimento para o alarme alto (H) ou baixo (L), respectivamente.

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HH

PV

Tempo

Figura 2 - Exemplo de Supressão de Alarmes Configurados na mesma Variável

6.2.2.3.2.4 Na Figura 2, é mostrada a evolução da variável de processo (PV). Na medida em que o


tempo progride, o valor da PV passa de normal para alto (H), para muito alto (HH), e retorna para alto
e para normal:

— quando o valor atingir “nível alto”, o alarme H deve ser anunciado;


— quando atingir “nível muito alto”, o alarme HH deve ser anunciado, e o H deve ser
suprimido;
— quando a condição para anunciação do alarme HH deixa de existir, o H volta a ser
anunciado;
— quando o valor retorna ao normal, o alarme H deve deixar de ser anunciado.

6.2.2.3.3 Alarmes de Desvio

6.2.2.3.3.1 Quando em um ponto de medida houver mais de um sensor, recomenda-se a


configuração da detecção de divergência entre estas medidas. [Prática Recomendada]

6.2.2.3.3.2 Estes desvios devem ser caracterizados como alertas quando o tempo de resposta for
indeterminado. O valor de ajuste para a detecção do desvio entre os sensores deve considerar a
incerteza máxima entre instrumentos e a necessidade de temporizadores de modo a evitar alarmes
incômodos.

6.2.2.3.4 Alarmes de Discrepância

Devem ser configurados alarmes para a situação de detecção de inconsistência entre o comando e
sua atuação.

EXEMPLO 1

Falha no comando de partida de motores deve ser considerada como alarme de


discrepância.

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EXEMPLO 2

Falha no comando de válvulas de controle ou “ON-OFF” deve ser considerada como alarme
de discrepância, assim como o fechamento ou abertura espúria da válvula.

NOTA Indicação associada a chaves de fim de curso de válvulas de controle ou “ON-OFF” não
deve ser configurada como alarme, quando a indicação estiver em conformidade com o
comando executado, devendo fazer parte da listagem de eventos da planta.

6.2.2.3.5 Alarmes de Falha do Instrumento ou de Sistema

6.2.2.3.5.1 A prioridade de alarmes associados à falha do sensor ou transmissor pode ser definida
considerando-se o serviço realizado por este instrumento [Prática recomendada]

6.2.2.3.5.2 Deve ser prevista interface indicando todos os instrumentos em estado de falha,
ordenados pela prioridade do alarme associado a cada instrumento. [Prática recomendada]

6.2.2.3.5.3 Falhas de UCP e comunicação entre sistemas digitais devem ser mantidos como
alarmes.

6.2.2.3.6 Alarmes de “Pacotes”

Apenas os alarmes ou um resumo de alarmes, que demandam ação do operador da sala de controle
devem ser enviados dos equipamentos fornecidos por terceiros (ex.: compressores) para a lista de
alarmes no SSC.

6.2.2.3.7 Alarmes e Estados de Equipamentos

6.2.2.3.7.1 Alarmes podem ser configurados de acordo com o estado do equipamento. Os seguintes
estados podem ser caracterizados para um equipamento: “em partida”, “operação normal”, "em
parada" e “parado”. Assim, alarmes que se aplicam somente ao equipamento em “operação normal”
devem ser suprimidos quando no modo “em partida”, "em parada" ou “parado”. [Prática
recomendada]

6.2.2.3.7.2 A detecção da condição de operação normal do equipamento pode ser automática, em


função de uma ou mais variáveis operacionais, ou informada pelo operador.

EXEMPLO 1

Forno parado não deve alarmar ausência de carga.

EXEMPLO 2

Falta de chama em pilotos e queimadores de fornos e caldeiras devem ser considerados


alarmes somente a partir do momento em que houver demanda por existência de chama.

EXEMPLO 3

Alarmes de corrente elevada de motores de bombas devem ser suprimidos por um tempo
pré-determinado durante a partida destas bombas.

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EXEMPLO 4

Parada indevida de bomba deve gerar alarme associado à anormalidade que causou sua
parada. Parada da bomba comandada pelo operador não deve gerar um alarme.

6.2.2.3.8 Alarmes Associados a Instrumentos Redundantes

Alarmes de instrumentos redundantes devem ser exibidos como um único alarme quando ocorrer à
condição anormal. Todos os alarmes, no entanto, devem ser registrados.

EXEMPLO

Quando para uma mesma variável existir um instrumento associado a uma malha de
controle e 3 instrumentos associados ao SIS (por exemplo: iniciadores em votação 2oo3),
um único alarme deve ser anunciado quando qualquer destes instrumentos acusar a
situação anormal. Telas de detalhe podem mostrar, no entanto, todos os alarmes
associados a cada instrumento.

6.2.2.3.9 Alarmes e SIS

Os alarmes que antecederem a um evento de “trip”, e forem relacionados ao “trip”, devem ser
suprimidos caso o “trip” venha a ocorrer.

6.2.2.3.10 Alarmes Relacionados

Quando da existência de alarmes estreitamente relacionados, somente um deles deve ser anunciado.

EXEMPLO

Suprimir o segundo alarme entre vazão baixa e pressão baixa na descarga de uma bomba
caso por detrás destes alarmes somente venha a existir uma única ação operacional.

6.2.2.3.11 Banda Morta

As bandas mortas são recomendadas para reduzir a quantidade de alarmes incômodos. Os valores
devem ser ajustados a partir da experiência operacional, em função da variável de processo.

6.2.2.3.12 Temporizadores

6.2.2.3.12.1 Devem ser previstos 2 parâmetros para temporizadores: um para anunciação


(“on-delay”) e outro para remover a anunciação (“off-delay”).

6.2.2.3.12.2 Este mecanismo de temporização deve ser atendido de forma diferenciada do


mecanismo que executa a filtragem de sinais de ruído em transmissores.

6.2.2.3.12.3 O valor de referência para todos os tipos de variáveis medidas é de 5 segundos,


podendo ser diferentes para a anunciação ou remoção da anunciação.

6.2.2.3.12.4 Os valores desses temporizadores são uma referência inicial. Ajustes nos valores
devem ser realizados a partir da experiência operacional, especialmente em função do tempo de
resposta disponível para o operador.

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6.2.2.3.13 Reconhecimento Automático de Alarmes

6.2.2.3.13.1 Alarmes de baixa prioridade podem ser reconhecidos automaticamente pelo SSC,
quando a condição para anunciação do alarme deixar de existir. [Prática Recomendada]

6.2.2.3.13.2 Alarmes de outras prioridades preferencialmente devem ser reconhecidos pelo


operador. [Prática Recomendada]

6.2.2.3.13.3 Alarmes sem autor reconhecimento, ao deixarem de ser suprimidos, podem retornar no
mesmo estado em que estavam no momento da supressão. [Prática Recomendada]

6.2.2.3.14 Alarmes em “Shelving”

6.2.2.3.14.1 As operações envolvendo “shelving” devem ser registradas no SSC. As informações


mínimas que devem constar neste registro são: data de início e término, prazo máximo para sua
permanência neste estado e justificativa para a supressão.

6.2.2.3.14.2 O critério para “shelving” de alarmes deve ser definido por filosofia específica para a
planta. Nesta filosofia devem constar o prazo máximo aceitável para alarmes em “shelving” e a
definição das responsabilidades dos envolvidos.

6.2.2.3.14.3 Recomenda-se que sejam implementados temporizadores para contagem do tempo em


“shelving” ou do tempo remanescente para que o alarme seja retirado deste estado. [Prática
Recomendada]

6.2.2.3.14.4 Recomenda-se que a retirada do alarme em estado de “shelving” seja automática após a
expiração do prazo definido no momento de sua supressão. [Prática Recomendada]

6.2.3 Práticas para Projeto de Interface no Sistema de Alarmes

6.2.3.1 Os alarmes de prioridade mais alta devem ser destacados em relação aos alarmes de
prioridade mais baixa, sonora e visualmente.

6.2.3.2 A critério da unidade, os alarmes classificados como de prioridade crítica podem ser
anunciados também da mesma forma como os de prioridade alta.

6.2.3.3 Sugere-se a utilização de painéis anunciadores de alarmes, ligados diretamente ao cartão de


saída dos controladores, para os alarmes de prioridade crítica da planta. [Prática Recomendada]

6.2.3.4 A lista de alarmes deve estar separada da lista de eventos nas IHM e deve conter os alarmes
de todas as prioridades.

6.2.3.5 Alarmes que sejam classificados como pertencentes à IPL devem ser apresentados de forma
distinta dos demais alarmes, como por exemplo, através do TAG, descrição, símbolo, som, cor, ou
até mesmo da localização física.

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6.2.3.6 Os alarmes devem ser listados por estado, iniciando pelos não reconhecidos, e por ordem
cronológica. Deve existir a possibilidade de filtragem ou ordenação por prioridade, estado, grupo,
classe e tipo de alarme.

EXEMPLO

Grupos de alarmes: alarmes de sistemas, alarmes de falha de instrumentos, alarmes de


processo etc.

6.2.3.7 A anunciação dos alertas deve ser inserida na lista de alarmes. Em caso de ordenação por
prioridade, os alertas devem ser listados após os alarmes de prioridade baixa. A anunciação do alerta
deve ter um tratamento visual e sonoro diferente do alarme.

6.2.3.8 A indicação de falha de instrumento ou equipamento deve ser configurada como alarme ou
alerta, dependendo da urgência para acionamento da equipe de manutenção.

6.2.3.9 Alarmes de instrumentos inoperantes e em manutenção devem ser agrupados. A inserção


neste agrupamento deve ser controlada.

6.2.3.10 Os alarmes também devem ser agrupados e apresentados filtrados por área da planta.
Estes grupos podem ser apresentados em estações de operação distintas dependendo de como deve
ser distribuída a responsabilidade de operação das diversas áreas da planta.

EXEMPLO 1

Em plantas de produção, pode-se implementar os seguintes grupos por estação de


operação:

— Produção e Fogo & Gás;


— Facilidades e Fogo & Gás;
— Embarcação e Fogo & Gás.

EXEMPLO 2

Em plantas de refino, pode-se implementar os seguintes grupos por estação de operação:

— Unidade de Destilação;
— Unidade de Craqueamento Catalítico Fluido;
— Utilidades;
— Transferência e Estocagem.

6.2.3.11 Para instalações de produção, agrupar alarmes também de acordo com a classificação dos
níveis de parada de emergência (ESD) das plataformas de petróleo. Estes alarmes são:

— alarmes que acusam ESD-3, fogo e gás e outros que sejam identificados como alarmes
de prioridade crítica;
— alarmes que antecedem à ocorrência do ESD-2, identificados como alarmes de
prioridade alta;
— alarmes que acusam ESD-2 e ESD-1, identificados como alarmes de prioridade média;
— demais alarmes identificados como de prioridade baixa.

6.2.3.12 As mensagens de alarmes devem ser claras, direcionando a atenção do operador para o
problema a ser tratado. Não devem ser utilizadas janelas do tipo “pop-up” para apresentação de
alarmes, tendo em vista a grande quantidade de janelas que podem inviabilizar a identificação da
anormalidade.

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6.2.3.13 As mensagens devem conter, no mínimo, as seguintes informações: data, hora, TAG e
descrição, a prioridade do alarme e o estado do alarme.

6.2.3.14 A descrição deve informar a localização na planta ou equipamento, e o serviço do


equipamento na planta. As abreviaturas, quando utilizadas, devem ser padronizadas e aplicadas de
forma uniforme em toda a unidade.

6.2.3.15 Adotar padrão para cores e terminologias para os alarmes, minimizando diversidades.
Informações estáticas e sem animação devem ser configuradas com cores suaves. Informações de
alarmes devem possuir cores mais fortes para que seja possível detectar as anormalidades através
de contrastes.

6.2.3.16 Mensagens de texto de alarmes não devem ser intermitentes, gerando dificuldade para que
estas sejam lidas com clareza.

6.2.3.17 Devem ser previstas interfaces distintas para alarmes com responsáveis diferentes.

EXEMPLO

Alarmes cuja ação é de responsabilidade da equipe de operação, e alarmes cuja


responsabilidade é da equipe de manutenção.

6.2.3.18 O alarme e seu respectivo reconhecimento devem ser disponibilizados em todos os


consoles associados ao acompanhamento da mesma planta.

6.2.3.19 Os alarmes retirados do sumário de alarmes através de “shelving” também devem ser
listados em uma interface separada e serem apresentados através das mesmas funcionalidades dos
alarmes listados no sumário principal.

6.2.3.20 Prever flexibilidade para ocultar TAG de instrumentos e equipamentos a partir de um


comando operacional de modo a diminuir a quantidade de informação na IHM, facilitando a
visualização de alarmes. [Prática Recomendada]

6.3 Comissionamento e Treinamento

6.3.1 Testes no sistema de alarmes devem ser realizados durante o comissionamento dos
instrumentos no SSC. Estes testes devem envolver verificação da atuação do alarme para o
respectivo ponto de ajuste configurado e as estratégias de processamento do alarme.

6.3.2 Deve ser previsto treinamento na Filosofia de Gerenciamento e Racionalização de Alarmes


Aplicados ao Projeto para:

— operadores, técnicos de projeto de processo e instrumentação/automação;


— técnicos de acompanhamento operacional (engenheiros e operadores);
— técnicos de implantação e integração de sistemas;
— técnicos de manutenção das áreas de instrumentação e automação.

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6.3.3 Prever treinamento no Sistema de Análise Estatística de Alarmes para: [Prática


Recomendada]

— operadores;
— técnicos de acompanhamento operacional e manutenção.

6.4 Operação e Monitoração

6.4.1 A análise estatística de alarmes deve fazer parte da rotina operacional, e sua frequência de
acompanhamento deve ser pelo menos mensal.

6.4.2 Os principais indicadores a serem avaliados durante a operação do sistema de alarmes são:

— alarmes mais frequentes por período (a cada dez minutos, hora, dia, semana, mês) por
posição de operação;
— tempo médio de duração de cada alarme;
— distribuição de alarmes por grupo;
— distribuição de alarmes por prioridade;
— avalanche de alarmes;
— quantidade de alarmes não reconhecidos;
— quantidade de alarmes suprimidos.

6.4.3 A partir destes dados, devem ser tomadas ações para alcançar as métricas indicadas nesta
Norma.

6.5 Gestão de Mudanças, Manutenção e Auditoria

6.5.1 Toda alteração requerida em valores de ajuste, supressão do alarme, cancelamento ou


inclusão de alarme, estratégias de configuração do sistema digital etc., deve ser controlada.

6.5.2 A responsabilidade do desempenho do sistema de alarmes deve ser designada às equipes de


operação, podendo esta ser compartilhada junto às equipes de processo, de automação e de
manutenção. Deve ser constituído de um grupo operacional, com membros de cada especialidade,
para acompanhamento do desempenho, implementação de ações corretivas e melhorias no sistema
de alarmes.

6.5.3 Deve ser constituído um grupo gestor para o sistema de alarmes, para garantir que as filosofias
e práticas adotadas sejam aplicadas uniformemente em todas as plantas existentes e para aquelas
que vierem a ser projetadas futuramente na Unidade.

6.5.4 Auditorias periódicas devem ser conduzidas de modo a verificar as filosofias e procedimentos
vigentes ou mesmo identificar a necessidade de revisá-las diante de “feedbacks” das áreas de
projeto, operação e manutenção.

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Anexo A - Exemplos de Consequências para Patrimônio e Continuidade Operacional

A.1 Consequências Desprezíveis (perda financeira até US$ 100 000)

— alívio de pequenas quantidades de fluidos;


— cavitação de bombas convencionais.

A.2 Consequências Marginais (perda financeira entre US$ 100 000 e US$ 1 000 000)

— produção fora de especificação;


— possibilidade de danos em equipamentos essenciais ou não essenciais que são
causados por eventos de duração prolongada, mas que não requerem rápida
intervenção do operador.

A.3 Consequências Médias (perda financeira entre US$ 1 000 000 e US$ 10 000 000)

— perturbação na área de utilidades afetando outras áreas, como a injeção de líquido em


correntes de gás para o sistema de gás combustível;
— alívio de grandes quantidades de fluidos;
— transbordamento de fluidos de processo;
— redução ou parada de produção ou carga na unidade por até 60 minutos;
— cavitação em bombas de alta rotação ou em bombas de múltiplos estágios;
— danos em equipamentos não essenciais que não dispõem de reserva.

A.4 Consequências Críticas (perda financeira entre US$ 10 000 000 e US$ 100 000 000)

— alívio abrupto de grandes quantidades de massa causando violenta liberação de energia,


como brusca despressurização em sistemas de alta pressão;
— solidificação de produtos em linhas de grandes dimensões requerendo custosas ações
de correção;
— danos mecânicos a compressores, que não dispõe de reserva, devido à passagem de
líquido;
— parada de produção ou carga na unidade superior a 60 minutos;
— necessidade de reparos custosos em equipamentos essenciais que dispõe de reserva;
— necessidade de reparos de baixo custo em equipamentos essenciais que não dispõe de
reserva.

A.5 Consequências Catastróficas (perda financeira superior a US$ 100 000 000)

— sobre temperatura em reações exotérmicas fora de controle;


— sobre pressão em sistemas onde a malha de segurança é o dispositivo de proteção final,
devido à impossibilidade de instalação de dispositivo de alívio e segurança;
— parada total da planta por tempo indeterminado;
— explosão de fornos e caldeiras;
— necessidade de reparos custosos em equipamentos essenciais que não dispõem de
reserva.

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Anexo B - Procedimento para Racionalização de Alarmes

Iniciar a racionalização do alarme

Descrever os seguintes dados do


alarme:
indicador (tag);
tipo do alarme;
possíveis causas; e
possíveis impactos

Existe no mínimo uma ação que o N


operador deve executar para tratar este Tratar como EVENTO
alarme?

Descrever as ações que devem ser


executadas pelo operador para que a 4
condição que ativou o alarme retorne
para a sua condição de normalidade

O tempo para que o operador execute


S Implementar uma ação
as ações necessárias é menor do que
automática
um minuto?

Selecionar, na tabela de “Tempo de


Resposta Disponível”, o tempo
necessário para que o operador
execute todas as ações

1 2

Figura B.1 - Procedimento para Racionalização de Alarmes

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1 2

S
O tempo de resposta é maior do que
Tratar como um ALERTA
uma hora?

Selecionar a prioridade na tabela


“Riscos ao Patrimônio/Continuidade
Operacional” considerando o tempo
de resposta definido (caso aplicável)

Selecionar a prioridade na tabela


“Riscos ao Meio Ambiente”
considerando o tempo de resposta
definido (caso aplicável)

Selecionar a prioridade na tabela


“Riscos a pessoas” considerando o
tempo de resposta definido (caso
aplicável)

A prioridade do alarme deve ser a


maior prioridade encontrada dentre
as três prioridades identificadas
anteriormente (patrimônio/
continuidade operacional, meio
ambiente e pessoas, caso aplicável)

3 2

Figura B.1 - Procedimento para Racionalização de Alarmes (Continuação)

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Figura B.1 - Procedimento para Racionalização de Alarmes (Continuação)

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ÍNDICE DE REVISÕES

REV. A
Partes Atingidas Descrição da Alteração

1.1 Revisado

1.2 Incluído

2 Revisado

3.2 ao 3.4 Revisados

3.5 e 3.6 Incluídos

3.7 e 3.8 Revisados e renumerados

3.9 Incluído

3.10 Revisado e renumerado

3.11 e 3.12 Renumerados

3.13 Incluído

3.14 Revisado e renumerado

3.15 ao 3.19 Renumerados

3.20 Revisado e renumerado

3.21 Renumerado

3.22 e 3.23 Revisados e renumerados

3.24 Renumerado

3.25 Revisado e renumerado

3.26 Incluído

3.27 Revisado e renumerado


4, 5.1.1, 5.1.2, 5.2 e
Revisados
5.3.3
5.3.4 Incluído

5.3.5 ao 5.3.5.1 Renumerados

5.3.5.2 e 5.3.5.2.1 Revisados e renumerados


5.3.5.2.2, 5.3.5.2.3 e
Renumerados
5.3.5.3
5.3.5.3.1 Revisado e renumerado

Tabelas 2, 3 e 4 Revisadas

IR 1/2
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ÍNDICE DE REVISÕES

REV. A
Partes Atingidas Descrição da Alteração

5.4 Incluído

5.5 Renumerado

5.5.1, Tabela 5 Incluídos

6 Revisado

6.1 Incluído

6.1.2 Revisado e renumerado

6.1.3 e 6.1.4 Revisados

6.1.5, Tabela 6 e 6.1.6 Incluídos

6.1.7 Revisado e renumerado

6.1.8 ao 6.1.10 Renumerados

6.1.11 Revisado

6.1.12 e 6.1.13 Revisados e renumerados

6.1.14 ao 6.1.17 Renumerados

6.2.1.1 ao 6.2.1.4 Revisados


6.2.2.3.3.2,
6.2.2.3.7.1,
6.2.2.3.11, Revisados
6.2.2.3.12 e
6.2.2.3.12.4
6.2.2.3.14 ao
Incluídos
6.2.2.3.14.4
6.2.3.5 Incluído

6.2.3.6 ao 6.2.3.12 Renumerados

6.2.3.13 Revisado e renumerado

6.2.3.14 ao 6.2.3.19 Renumerados

6.2.3.20 Revisado e renumerado

6.3.1 ao 6.3.1.3 Revisados

6.4.3 e Anexo A Revisados

Anexo B Revisado

IR 2/2

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