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-PÚBLICO-

N-2838 REV. C 05 / 2020

Proteção Catódica para Instalações


Marítimas Flutuantes / Fixas e
Equipamentos Submarinos

Procedimento

Esta Norma substitui e cancela a sua revisão anterior.


Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação do
texto desta Norma. A Unidade da PETROBRAS usuária desta Norma é a
responsável pela adoção e aplicação das suas seções, subseções e
enumerações.

Requisito Técnico: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que deve


CONTEC ser utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma eventual
resolução de não segui-la (“não-conformidade” com esta Norma) deve ter
Comissão de Normalização fundamentos técnico-gerenciais e deve ser aprovada e registrada pela Unidade
Técnica da PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de caráter
impositivo.

Prática Recomendada: Prescrição que pode ser utilizada nas condições


previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade de
alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pela Unidade da
PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de caráter não-
impositivo. É indicada pela expressão: [Prática Recomendada].

Cópias dos registros das “não-conformidades” com esta Norma, que possam
contribuir para o seu aprimoramento, devem ser enviadas para a CONTEC -
SC - 15 Subcomissão Autora.

Proteção Catódica As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC -
Subcomissão Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, a
seção, subseção e enumeração a ser revisada, a proposta de redação e a
justificativa técnico-econômica. As propostas são apreciadas durante os
trabalhos para alteração desta Norma.

“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO


S.A. - PETROBRAS, de aplicação interna na PETROBRAS e Subsidiárias,
devendo ser usada pelos seus fornecedores de bens e serviços,
conveniados ou similares conforme as condições estabelecidas em
Licitação, Contrato, Convênio ou similar.
A utilização desta Norma por outras empresas/entidades/órgãos
governamentais e pessoas físicas é de responsabilidade exclusiva dos
próprios usuários.”

Apresentação
As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho
- GT (formados por Técnicos Colaboradores especialistas da Companhia e de suas Subsidiárias), são
comentadas pelas Unidades da Companhia e por suas Subsidiárias, são aprovadas pelas
Subcomissões Autoras - SC (formadas por técnicos de uma mesma especialidade, representando as
Unidades da Companhia e as Subsidiárias) e homologadas pelo Núcleo Executivo (formado pelos
representantes das Unidades da Companhia e das Subsidiárias). Uma Norma Técnica PETROBRAS
está sujeita a revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser reanalisada a cada
5 anos para ser revalidada, revisada ou cancelada. As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas
em conformidade com a Norma Técnica PETROBRAS N-1. Para informações completas sobre as
Normas Técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS 18 páginas, Índice de Revisões e GT


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N-2838 REV. C 05 / 2020

Sumário

1 Escopo ................................................................................................................................................. 3
2 Referências Normativas ...................................................................................................................... 3
3 Termos e Definições ............................................................................................................................ 4
4 Considerações Gerais de Projeto de Proteção Catódica .................................................................... 6
4.1 Generalidades ........................................................................................................................ 6
4.2 Potenciais Eletroquímicos ...................................................................................................... 6
4.3 Anodos ................................................................................................................................... 6
4.4 Eletrodos de Referência ......................................................................................................... 7
4.5 Retificadores .......................................................................................................................... 7
4.6 Embarcações ......................................................................................................................... 7
4.7 Bóias e Monobóias ................................................................................................................. 8
4.8 Jaquetas e Acessórios de Plataformas Fixas ........................................................................ 8
4.10 Tanques ............................................................................................................................... 9
4.11 Revitalização ...................................................................................................................... 10
5 Parâmetros de Projeto ....................................................................................................................... 10
Tabela 1 - Valores de Projeto para Anodos Galvânicos ....................................................................... 10
Tabela 2 - Vida Útil de Projeto para SPC Galvânico ............................................................................. 11
6 Cálculos de Projeto .......................................................................................................................... 12
7 Fabricação, Inspeção, Recebimento e Armazenamento de Anodo .................................................. 12
8 Instalação do Sistema ....................................................................................................................... 13
9 Comissionamento .............................................................................................................................. 14
9.1 Generalidades ...................................................................................................................... 14
9.2 Sistemas por corrente galvânica .......................................................................................... 14
9.3 Sistemas por corrente impressa ......................................................................................... 15
9.4 Ensaios no estaleiro (a seco) ............................................................................................... 15
9.5 Ensaios no mar .................................................................................................................... 16
10 Operação e manutenção ................................................................................................................. 16
10.1 Objetivo .............................................................................................................................. 16
10.2 Sistemas galvânicos........................................................................................................... 16
10.3 Sistemas de corrente impressa.......................................................................................... 17
10.4 Docagem de embarcações ................................................................................................ 17
11 Documentação ................................................................................................................................ 18

Tabelas

Tabela 1 - Valores de Projeto para Anodos Galvânicos ....................................................................... 10


Tabela 2 - Vida Útil de Projeto para SPC Galvânico ............................................................................. 11

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1 Escopo

1.1 Esta Norma estabelece os requisitos adicionais à DNVGL-RP-B401, a serem adotados no projeto,
fabricação, montagem e pré-operação de sistema de proteção catódica para as estruturas abaixo
relacionadas:

1.1.1 Plataformas marítimas fixas de produção de petróleo.

1.1.2 Equipamentos submarinos como, por exemplo:

— ANM (Árvore de Natal Molhada);


— “Manifolds”;
— PLEM (“Pipeline End Manifold”);
— PLET (“Pipeline End Terminal”);
— SCM (Sistema de Controle de “Manifold”);
— BAP (Base de Apoio à Perfuração).

NOTA Dutos submarinos devem ser projetados conforme PETROBRAS N-1935.

1.2 Esta Norma estabelece os requisitos adicionais à DNVGL-RP-B101, a serem adotados no projeto,
fabricação, montagem e pré-operação de sistema de proteção catódica para as estruturas abaixo
relacionadas:

1.2.1 Instalações marítimas flutuantes como, por exemplo:

— plataformas semissubmersíveis (SS);


— plataformas flutuantes de estocagem e descarga (FSO);
— plataformas flutuantes de produção, estocagem e descarga (FPSO);
— navios tanques;
— bóias e monobóias.

1.2.2 Tanques de lastro, carga, “slop”, e espaços que possam ficar imersos em água salgada ou de
produção.

1.3 Parágrafos das DNVGL-RP-B401 e DNVGL-RP-B101 não mencionados nesta Norma são
considerados inteiramente aplicáveis.

1.4 Esta Norma se aplica a procedimentos iniciados a partir da data de sua edição.

1.5 Esta Norma contém Requisitos Técnicos e Práticas Recomendadas.

2 Referências Normativas

Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para


referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas,
aplicam-se as edições mais recentes dos referidos documentos.

PETROBRAS N-1935 - Projeto de Sistema de Proteção Catódica por Corrente Galvânica –


Duto Submarino;

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PETROBRAS N-2064 - Emissão e Revisão de Documentos de Projeto;

PETROBRAS N-2608 - Retificadores para Proteção Catódica;

PETROBRAS N-2037 - Pintura de Equipamentos Submersos em Água do Mar;

ABNT NBR 9358 - Anodos de Liga de Zinco para Proteção Catódica;

ABNT NBR 10387 - Anodos de Liga de Alumínio para Proteção Catódica;

ABNT NBR 16294 - Anodos de Titânio com Óxidos de Metais Nobres;

ABNT NBR 16482 - Ensaios Não Destrutivos - Medição de Potencial Eletroquímico -


Inspeção Subaquática;

DNVGL-RP-B101 - Corrosion Protection of Floating Production and Storage Units;

DNVGL-RP-B401 - Cathodic Protection Design.

3 Termos e Definições

Para os efeitos deste documento aplicam-se os símbolos para parâmetros de projeto de proteção
catódica constantes na DNVGL-RP-B401, e os seguintes.

3.1
embarcações
são consideradas embarcações as plataformas SS, FSO, FPSO e navios

3.2
SPC
Sistema de Proteção Catódica

3.3
eficiência do revestimento (E)
fração da superfície efetivamente protegida pelo revestimento anticorrosivo de uma estrutura que causa
uma redução percentual da corrente de proteção necessária a polarização da superfície revestida em
relação à superfície nua.

3.4
corrente inicial
intensidade de corrente necessária à polarização de uma estrutura submetida à proteção catódica

3.5
corrente média
intensidade de corrente necessária à manutenção da polarização de uma estrutura ao longo da vida
útil do sistema de proteção catódica

3.6
corrente final
intensidade de corrente necessária à repolarização de uma estrutura com camada estabelecida de
depósito calcário e incrustação

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3.7
“cofferdam” - coferdam
compartimento estanque instalado abaixo do nível d’água de uma embarcação, que permite a
interligação elétrica dos anodos e eletrodos de referência aos cabos elétricos internos à embarcação,
restringindo a entrada da água do mar no seu interior

3.8
fator de velocidade
fator de correção da corrente de proteção devido à velocidade relativa entre o eletrólito e a estrutura a
proteger

3.9
“turret” - torreta
estrutura assimétrica ancorada ao leito marinho, incorporada, interna ou externamente, ao casco de
uma embarcação através de um ou mais rolamentos, que permite a rotação livre da embarcação em
torno do eixo desta estrutura, proporcionando o alinhamento total da embarcação com as resultantes
ambientais

3.10
jaqueta
parte estrutural de uma plataforma fixa que vai desde a fundação até pouco acima do nível do mar e
sobre a qual são instalados o convés e/ou módulos

3.11
“mud mat” - sapata
painel de madeira ou aço, usado para apoiar uma estrutura no fundo do mar. No caso de jaquetas, o
apoio é provisório até o estaqueamento definitivo

3.12
ROV
veículo submarino operado remotamente

3.13
caixa de mar
abertura feita no casco abaixo da linha de flutuação, destinada a suprir e descartar água utilizada pela
embarcação

3.14
docagem
parada programada de uma embarcação em dique para inspeção, manutenção, reparos ou obras

3.15
fator de serviço (para tanques)
percentual do tempo em que os tanques ficam cheios, ou seja, que os anodos ficam submersos

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4 Considerações Gerais de Projeto de Proteção Catódica

4.1 Generalidades

4.1.1 A escolha do tipo de sistema de proteção catódica, corrente impressa ou corrente galvânica,
deve levar em consideração aspectos econômicos e técnicos como a vida útil da instalação, dimensões,
acessibilidade para manutenção, segurança, confiabilidade, disponibilidade, etc.

4.2 Potenciais Eletroquímicos

4.2.1 A faixa de potenciais a ser adotada como critério de proteção catódica, para estruturas em aço
carbono, deve ser de -800 mV a -1150 mV, medidos em relação ao eletrodo de referência de prata-
cloreto de prata (Ag/AgCl), ou entre +250 mV e -100 mV, medidos em relação ao eletrodo de referência
de Zinco (Zn).

NOTA Aços inoxidáveis martensíticos, duplex e superduplex podem estar sujeitos a fragilização
por hidrogênio em potenciais mais negativos que -800 mV (Ag/AgCl).

4.2.2 Para realizar a conversão das leituras de potenciais eletroquímicos entre eletrodos de Ag/AgCl
e Zn deve-se adotar a seguinte conversão (potenciais eletroquímicos em mV):

𝑃𝐴𝑔/𝐴𝑔𝐶𝑙 = 𝑃𝑍𝑛 − 1050 (1)

4.3 Anodos

4.3.1 Os projetos por corrente impressa devem utilizar, preferencialmente, anodos inertes de titânio
revestidos com óxidos mistos de metais nobres (MMO), conforme ABNT NBR 16294. A utilização de
anodos de titânio, nióbio ou tântalo platinizados ou outros tipos de anodo devem ser previamente
submetidos à aprovação da PETROBRAS.

4.3.2 Anodos galvânicos de ligas de alumínio ou de zinco adquiridos no Brasil devem ser
especificados, conforme a ABNT NBR 10387 e ABNT NBR 9358, respectivamente.

4.3.3 Anodos galvânicos de ligas de alumínio ou de zinco adquiridos fora do Brasil devem ser
especificados conforme a DNVGL-RP-B401.

4.3.4 Recomenda-se que, para um mesmo sistema de proteção catódica, se utilizem anodos
galvânicos feitos do mesmo material ou liga. Qualquer demanda ou necessidade diferente desta
recomendação, a PETROBRAS deve ser consultada. [Prática Recomendada]

4.3.5 Para anodos inertes suspensos, o cabo elétrico não pode fazer parte do sistema de sustentação
do anodo.

4.3.6 Anodos assentados na superfície (tipo placa) devem ser utilizados em locais sujeitos a esforços
hidrodinâmicos (corrente marinha), como por exemplo, caixas de mar e casco de embarcações. Anodos
afastados da superfície (tipo longo) são recomendados para os demais locais, como por exemplo,
estruturas de jaqueta, interior de tanques e equipamentos submarinos. Outros formatos de anodos e
tipos de instalação aplicáveis podem ser especificados de acordo com o projeto.

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4.4 Eletrodos de Referência

Os eletrodos de referência permanentes devem ser de zinco em conformidade com a ABNT NBR 9358
ou DNVGL-RP-B401.

4.5 Retificadores

4.5.1 As condições mínimas exigíveis para fornecimento, inspeção e testes de retificadores de controle
manual e automático (refrigerados a ar e a óleo), utilizados em sistemas de proteção catódica de
instalações marítimas (embarcações e plataformas) devem seguir a PETROBRAS N-2608.

4.5.2 Recomenda-se que, para uma mesma instalação, os retificadores sejam idênticos. [Prática
Recomendada]

4.6 Embarcações

4.6.1 Embarcações com comprimento total superior a 150 m devem ser providos com pelo menos dois
sistemas de corrente impressa, cada um composto por um retificador e respectivos anodos e eletrodos
de referência, atendendo aos seguintes requisitos:

a) possuir, no mínimo, dois eletrodos de referência;


b) todos os eletrodos de referência devem estar conectados ao retificador, de forma a
possibilitar o controle automático do potencial da estrutura;
c) os retificadores devem ser instalados em local abrigado e de fácil acesso, protegido da
atmosfera marinha, obrigatoriamente em áreas não classificadas.

4.6.2 Deve ser considerada, no dimensionamento do SPC de embarcações, toda a área submersa no
calado máximo de operação, incluindo estruturas que guardem continuidade metálica entre si e com o
casco da embarcação, com exceção de dutos submarinos que, isolados metalicamente ou não,
possuem SPC independente.

NOTA Para amarras e/ou cabos de aço não isolados, deve-se considerar área correspondente a
extensão de 30 metros.

4.6.3 Anodos e eletrodos de referência devem ser distribuídos sobre as superfícies submersas,
instalados pelo menos 1 m abaixo do calado mínimo, conforme orientações a seguir:

a) os anodos devem ser localizados à popa e à proa, de forma a permitir uma distribuição de
corrente e potencial uniforme ao longo de todo o casco da embarcação;
b) os anodos devem ser instalados a uma distância mínima de 3 m de outros acessórios do
casco, como caixas de mar, embornais, sensores, etc.;
c) anodos e eletrodos de referência não devem ser instalados nas anteparas dos tanques de
carga;
d) os eletrodos de referência devem ser instalados a uma distância mínima de 9 m em relação
aos anodos inertes.

4.6.4 Em embarcações de transporte, o hélice e o leme devem ser considerados e protegidos com
uma concentração maior de anodos. Recomenda-se a instalação de 20 % a 30 % dos anodos na região
da popa. [Prática Recomendada]

NOTA Para garantia da continuidade metálica de componentes móveis, podem ser utilizadas
cordoalhas de aço inox ou cobre ou instalados anodos individuais.

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4.6.5 As caixas de mar devem ser protegidas por anodos galvânicos aparafusados em suportes
soldados ao casco.

4.6.6 Deve ser avaliada, durante o planejamento da obra, a necessidade da instalação de um SPC
provisório para o casco da embarcação até que o sistema definitivo esteja em operação.

4.6.7 Os projetos devem atender as premissas de segurança, observando-se o plano de classificação


de áreas da instalação.

4.7 Bóias e Monobóias

Deve ser considerada, no dimensionamento do SPC de bóias e monobóias, toda a área submersa
incluindo estruturas que guardem continuidade metálica entre si e as instalações, com exceção de
dutos submarinos que, isolados metalicamente ou não, possuem SPC independente.

NOTA Para amarras e/ou cabos de aço não isolados, deve-se considerar área correspondente a
extensão de 30 metros.

4.8 Jaquetas e Acessórios de Plataformas Fixas

4.8.1 Devem ser consideradas, no dimensionamento, todas as áreas das partes submersas,
enterradas e da zona de transição no leito marinho.

4.8.2 Os anodos selecionados devem ser distribuídos de modo a atender uma área de 30 m2 a 60 m2
por anodo e proporcionalmente às intensidades de corrente das partes submersas e enterradas.

4.8.3 Devem ser consideradas como superfícies enterradas as áreas correspondentes do revestimento
de poços, das estacas e das sapatas provisórias (“mud mat”).

4.8.4 Os condutores e outros acessórios devem ser interligados eletricamente à jaqueta. Os anodos
destinados à proteção dos condutores devem ser posicionados nas mesas da jaqueta, próximas às
guias dos condutores.

4.9 Equipamentos submarinos

4.9.1 Em equipamento composto de diversos componentes desmontáveis ou recuperáveis (por


exemplo estrutura de “manifold”, módulos de controle, árvore de natal molhada, base adaptadora de
produção, etc.), o projeto do SPC deve ser elaborado individualmente para cada parte.

NOTA O projeto do SPC de dutos submarinos, conectados aos equipamentos, deve ser realizado
à parte, embora geralmente estas estruturas possuam continuidade metálica entre si.

4.9.2 A demanda de corrente total de estruturas complexas, compostas por metais dissimilares, deve
ser calculada através do somatório das demandas individuais para cada material (aço carbono, aço
inoxidável, aço niquelado etc.). Em casos especiais, pode ser necessária a utilização de programas
computacionais, baseados em elementos de contorno, para verificar a melhor distribuição de corrente.

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4.9.3 A distribuição dos anodos deve ser tão uniforme quanto possível, sem interferir na operação do
equipamento.

4.9.4 As densidades de corrente inicial, média e final de componentes aquecidos por fluido interno
devem ser incrementadas em 1 mA/m2 por °C da temperatura da parede externa do equipamento
adicional à temperatura ambiente. A temperatura do fluido interno pode ser usada, conservadoramente,
quando a temperatura da parede externa não estiver disponível.

NOTA Considerar as seguintes temperaturas ambientes: 18°C até 100 m de profundidade, 12°C
de 100 m a 300 m de profundidade e de 4°C para profundidades superiores a 300 m.

4.9.5 Devem ser instalados anodos no interior de compartimentos fechados e não estanques, com
previsão de abertura para saída dos produtos de corrosão dos anodos.

4.9.6 A pintura do equipamento submarino deve ser conforme DNVGL-RP-B-401 e PETROBRAS


N-2037.

4.10 Tanques

4.10.1 Não é permitido o uso de sistema de corrente impressa para proteção interna de tanques que
contenham atmosfera explosiva (carga, “slop”, combustível, etc).

4.10.2 Tanques com proteção galvânica devem ser protegidos apenas por anodos de liga de alumínio
ou de liga de zinco. Anodos de liga de magnésio não devem ser utilizados.

4.10.3 Anodos de liga de zinco tradicionais não devem ser utilizados em tanques com temperatura de
operação acima de 50ºC. Para temperaturas entre 50 e 80ºC, devem ser utilizados anodos de liga de
alumínio ou anodos de liga de zinco especiais para alta temperatura, adquiridos de fornecedores
qualificados pela PETROBRAS.

4.10.4 Anodos de liga de alumínio não devem ser utilizados em tanques com atmosfera explosiva se
o produto da altura (m) de instalação do anodo pelo seu peso bruto (kgf) for superior a 28 kgf.m. A
altura deve ser medida do fundo do tanque até o centro do anodo.

4.10.5 Tanques de carga destinados ao armazenamento de petróleo com possibilidade de


concentração d’água devem ser providos de anodos de sacrifício no fundo. Tanques que armazenam
apenas derivados de petróleo não necessitam de proteção catódica.

4.10.6 A proteção catódica não é aplicável em tanques de água potável. Para estes casos, deve ser
adotada uma proteção anticorrosiva baseada na seleção de materiais e/ou sistema de revestimento
adequado com certificado de potabilidade.

4.10.7 Para tanques de lastro, a distribuição dos anodos deve levar em consideração a maior
densidade de corrente no fundo dos tanques. Tanques de lastro próximos a um tanque aquecido devem
possuir maior concentração de anodos nas anteparas adjacentes.

4.10.8 Um tanque venha a armazenar um fluido distinto do que foi projetado, é recomendável uma
análise criteriosa da compatibilidade dos anodos e do revestimento interno com a nova condição
[Prática Recomendada].

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4.11 Revitalização

Os critérios adotados pela PETROBRAS para avaliação do projeto de revitalização do SPC são:

a) facilidade de instalação, de operação e de manutenção;


b) robustez do sistema;
c) arranjo físico do sistema resistente a danos mecânicos (interferência com
embarcações, quedas de objetos, ondas, correnteza, etc);
d) qualidade dos materiais a serem empregados;
e) compatibilidade dos materiais a serem empregados;
f) custos diretos e indiretos da implantação do sistema.

5 Parâmetros de Projeto

5.1 Capacidade de Corrente (Anodos Galvânicos)

5.1.1 O SPC por anodos galvânicos deve ser dimensionado utilizando as seguintes capacidades de
corrente:

Tabela 1 - Valores de Projeto para Anodos Galvânicos

Imerso em água do mar Enterrado no solo marinho


Temperatura na
superfície do Potencial Capacidade de Potencial Capacidade
Tipo do anodo (Nota 1) Ag/AgCl corrente Ag/AgCl de corrente
anodo
ºC mV A.h/Kg mV A.h/Kg
≤ 30 - 1050 2000 - 1000 1500
Alumínio 60 - 1050 1500 - 1000 800
80 (Nota 2) - 1000 900 - 1000 400
≤ 30 - 980 750
Zinco - 1030 780
> 30 a 50 (Nota 3) - 980 580
NOTA 1 Para temperaturas entre os limites estabelecidos a capacidade de corrente pode ser
interpolada.
NOTA 2 A temperatura dos anodos de alumínio não deve exceder 80 ºC.
NOTA 3 A temperatura dos anodos de zinco não deve exceder 50 ºC.

5.1.2 As eventuais correções de capacidade de corrente de anodo e de densidade de corrente de


proteção, em função da temperatura de operação, devem ser de acordo com a experiência da
PETROBRAS ou DNVGL-RP-B401 e DNVGL-RP-B101.

5.2 Eficiência do Revestimento (E)

5.2.1 Devem ser seguidas as DNVGL-RP-B401 e a DNVGL-RP-B101 no que se refere ao item “fator
de falha de revestimento para projetos de proteção catódica” (“Coating Breakdown Factors for CP
Design”). Considerar que, na literatura técnica, por vezes se utiliza o parâmetro “eficiência de
revestimento” (E), enquanto a DNVGL adota o “fator de falha de revestimento” (F), e que possuem a
seguinte relação:

𝐸 =1−𝐹 (2)

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5.2.2 Cascos de embarcações de navios de transporte, em função das características operacionais e


ambientais, com maior probabilidade de danos ao revestimento, deve-se considerar o fator de falha
médio de 0,2 e final de 0,3 para o período entre docagens.

5.3 Vida Útil de Projeto

5.3.1 A vida útil adotada para o sistema de proteção catódica por corrente impressa para o casco de
embarcações deve atender a vida útil da embarcação, conforme critério da PETROBRAS.

5.3.2 A vida útil adotada para o sistema de proteção catódica galvânico deve atender aos requisitos
da Tabela 2.

Tabela 2 - Vida Útil de Projeto para SPC Galvânico

Instalação Tempo adotado para o projeto do SPC


Bóias e monobóias Período entre docagens.
Vida útil da embarcação ou período entre docagens ou
cronograma de inspeção de classe, conforme
definição da PETROBRAS. Caso exista um acesso
Caixas de mar
adequado para a reposição dos anodos, um prazo
máximo de 5 anos poderá ser adotado como vida útil
de projeto.
Vida útil da embarcação ou período entre docagens ou
Tanques plano de inspeção/manutenção, conforme definição
da PETROBRAS.
Vida útil da embarcação ou período entre docagens,
“Turret”
conforme definição da PETROBRAS.
Vida útil da unidade ou conforme definição da
Jaqueta
PETROBRAS.
Vida útil da embarcação ou período entre docagens,
Cascos de embarcações
conforme definição da PETROBRAS.
Vida útil do equipamento, considerando também o
Equipamentos submarinos
período entre a instalação e o início da operação.

5.4 Fator de Velocidade

5.4.1 Para o cálculo da corrente do casco de embarcações deve ser considerado um parâmetro
adicional em função da velocidade relativa entre o eletrólito e a estrutura.

5.4.2 O fator de eficiência citado na DNVGL-RP-B101, seção 3.14.8, deve ser utilizado como
compensação do fator de velocidade. A corrente de proteção catódica calculada deve ser multiplicada
por esse fator, que varia de 1,25 a 1,5.

5.5 Densidade de Corrente (mA/m2)

Os valores de densidade de corrente variam segundo os parâmetros: tipo de estrutura protegida,


revestimento, temperatura da água e profundidade no local da instalação. Devem ser definidos de
acordo com o Apêndice A da DNVGL-RP-B401 ou o Apêndice B da DNVGL-RP-B101.

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5.6 Fator de Serviço (para Tanques)

Para os tanques de lastro e tanques de drenagem em plataformas de produção, o fator de serviço deve
ser de 100 %. Para tanques de lastro e de sobras em navios de transporte, o fator de serviço deve ser
de 50 %.

6 Cálculos de Projeto

6.1 Generalidades

6.1.1 Os anodos de corrente impressa ou galvânica devem ser distribuídos conforme critério da área
de proteção e experiências adquiridas em projetos semelhantes.

6.1.2 Recomenda-se a utilização de software de simulação numérica para determinar a correta


distribuição dos anodos de forma a garantir uma distribuição de corrente e potencial uniformes na
instalação, e para confirmação da inexistência de potenciais eletroquímicos prejudiciais à instalação e
demais componentes conectados à mesma [Prática Recomendada].

6.2 Sistemas por Corrente Impressa

6.2.1 Os cálculos devem seguir as orientações da DNVGL-RP-B101,complementados por esta Norma


PETROBRAS.

6.2.2 A maior corrente calculada entre as correntes inicial, média e final deve ser utilizada para
determinação do número de anodos e retificadores.

6.2.3 Os parâmetros de corrente e tensão nominal do retificador devem levar em consideração os


valores máximos suportados pelo anodo, determinados pelo fabricante.

6.2.4 Os cabos devem ser compatíveis com a capacidade de corrente drenada por cada anodo.

6.3 Sistemas por Corrente Galvânica

6.3.1 Os procedimentos de cálculo seguem as orientações das DNVGL-RP-B401 ou DNVGL-RP-


B101, complementados por esta Norma PETROBRAS.

6.3.2 As dimensões iniciais dos anodos devem ser, tais que, cada anodo seja capaz de injetar, no
mínimo, a corrente inicial das áreas submersas e enterradas, dividida pelo número de anodos
determinados, respectivamente, para cada uma destas áreas.

6.3.3 Com as dimensões reduzidas, cada anodo deve ser capaz de injetar, no mínimo, a corrente final
das áreas submersas e enterradas, dividida pelo número de anodos determinados, respectivamente,
para cada uma destas áreas.

7 Fabricação, Inspeção, Recebimento e Armazenamento de Anodo

7.1 Deve-se seguir as orientações da seção 8 da DNVGL-RP-B401.

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7.2 O ensaio de curta duração descrito no Apêndice B da DNVGL-RP-B401 deve ser sempre utilizado
para controle de qualidade dos anodos galvânicos.

7.3 O recebimento e armazenamento dos anodos devem atender os seguintes critérios:

a) o órgão recebedor deve comparar o material a receber com o Pedido de Compra de


Material (PCM), inclusive quanto à documentação que deve acompanhar os anodos;
b) no recebimento, devem se apresentar isentos de avarias;
c) devem ser armazenados em locais limpos, isolados do solo e apoiados sobre madeira. O
empilhamento máximo permitido para os anodos é de cinco unidades;
d) devem ser cuidadosamente manuseados, evitando-se choques, quebras, amassamentos
ou avarias em geral.

8 Instalação do Sistema

8.1 Generalidades

8.1.1 Deve-se seguir as orientações da seção 9 da DNVGL-RP-B401.

8.1.2 A distribuição de anodos sobre as estruturas deve ser conforme determinado nos desenhos de
projeto devendo, posteriormente, estes desenhos serem atualizados para a revisão “conforme
construído”.

8.2 Sistemas por Corrente Galvânica

8.2.1 Os anodos devem ser fixados por intermédio de solda, ou de parafusos e porcas de aço
inoxidável AISI 316, fixados em suportes soldados no equipamento ou estrutura a ser protegida.

NOTA 1 Conexões soldadas devem ser executadas por soldadores qualificados e devem ser
aprovadas pela sociedade classificadora, quando aplicável, de acordo com os
procedimentos de soldagem qualificados.

NOTA 2 Nos casos em que a continuidade metálica for garantida por intermédio de parafusos,
devem-se utilizar arruelas serrilhadas em sua montagem.

8.2.2 O revestimento, quando existente, deve ser removido somente nos locais da conexão e ao final,
reparado segundo o esquema de aplicação original.

8.2.3 A continuidade metálica entre os anodos e a estrutura deve ser testada ao final da instalação,
devendo ser inferior a 0,1 Ω, excluída a resistência do cabo do multímetro.

NOTA Em componentes móveis, onde a manutenção da continuidade metálica é complicada, deve


ser prevista a instalação de cordoalhas de aço inox ou cobre para interligação entre as
partes, inclusive quando houver anodos instalados individualmente em cada estrutura.

8.2.4 Os anodos para proteção de jaqueta devem ser instalados sobre a estrutura antes do içamento
de cada painel.

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8.3 Sistemas por Corrente Impressa

8.3.1 No entorno e sob os anodos inertes, na superfície a ser protegida, deve ser aplicado um
revestimento isolante elétrico (blindagem dielétrica), com uma área de extensão mínima de 2 m ao
redor do anodo e espessura conforme recomendações do fabricante da blindagem.

NOTA Caso exista alguma estrutura metálica ou acessórios instalados em um raio de 2 m do


anodo, esta deve ser devidamente revestida.

8.3.2 Os anodos inertes e eletrodos de referência devem ser providos com um trecho de cabo ou haste,
de forma a permitir a conexão com o cabo elétrico do retificador. A penetração do cabo ou haste no
casco deve ser por meio de um “cofferdam”.

8.3.3 A instalação do cabo elétrico de anodos e eletrodos de referência externamente ao casco deve
ser evitada, exceto em projetos de revitalização mediante aprovação da PETROBRAS.

8.4 Sistemas de Revitalização

8.4.1 Anodos e eletrodos de referência suspensos remotos (pendulares) podem ser utilizados na
revitalização de sistemas em funcionamento.

8.4.2 Anodos e eletrodos de referência pendulares devem ser protegidos contra danos físicos, possuir
resistência à abrasão, ao ozônio e serem adequados à exposição ao tempo, nas regiões emersa e
imersa.

8.4.3 Recomenda-se que anodos e eletrodos de referência pendulares sejam instalados verticalmente,
de forma a minimizar os esforços do mar sobre a instalação e estabilizados, para evitar oscilações, por
meio de lastro ou ancoragem [Prática Recomendada].

9 Comissionamento

9.1 Generalidades

Os voltímetros e eletrodos de referência utilizados nas medições do potencial eletroquímico devem ser
calibrados, conforme requisitos da ABNT NBR 16482.

9.2 Sistemas por corrente galvânica

9.2.1 Com a finalização dos serviços de instalação dos anodos deve-se proceder a uma inspeção geral
das soldas e garantia da continuidade metálica entre anodos e estrutura a ser protegida, seguindo-se
as recomendações contidas nesta Norma e no item 9 da DNV-RP-B401.

9.2.2 Após a montagem do sistema e o início do funcionamento dos anodos galvânicos, deve-se
aguardar pelo menos 14 dias para a polarização da estrutura metálica e deve-se realizar as medições
de potencial ao longo de toda a estrutura submersa utilizando-se os serviços de mergulho raso e
medições com apoio de ROV onde necessário.

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9.2.3 Os potenciais eletroquímicos medidos devem estar situados na faixa adequada de proteção
conforme o 4.2 desta Norma e registrados em formulários elaborados para esta finalidade. Após
medições iniciais e a entrega das instalações, o programa de acompanhamento do sistema de proteção
catódica galvânico deve seguir a rotina de inspeção definida pelas sociedades classificadoras ou
conforme inspeções intermediárias definidas a critério da PETROBRAS.

9.2.4 No interior de tanques, quando não for possível realizar a medição de potencial, recomenda-se,
quando abertos, realizar inspeções visuais e medições da espessura da parede e inspeção visual dos
anodos para controle da efetividade do SPC.

9.3 Sistemas por corrente impressa

9.3.1 O comissionamento deve ser dividido em duas etapas: ensaios no estaleiro (a seco) e no mar.
Os resultados devem ser devidamente registrados.

9.3.2 O sistema deve ser ajustado para que o potencial eletroquímico fique situado na faixa adequada
de proteção conforme o 4.2 desta Norma e todos os parâmetros do sistema devem ser registrados em
formulários elaborados para esta finalidade.

9.3.3 Medições de potencial eletroquímico ao longo da periferia do casco devem ser realizadas com
um eletrodo de referência portátil de Ag/AgCl ou Zn, complementadas pelas leituras obtidas nos
eletrodos de referência fixos da embarcação para comparação.

NOTA 1 O eletrodo de referência portátil deve ser posicionado aproximadamente na metade do


calado da embarcação, o mais próximo possível da estrutura a ser medida, limitado a 5 m
de afastamento máximo.
NOTA 2 Os pontos de medição com eletrodo portátil devem ser mapeados como referência para as
inspeções futuras.

9.3.4 Recomenda-se identificar os pontos de medição com plaquetas de aço inox, numeradas
sequencialmente e fixadas ao longo da unidade marítima, próximas aos pontos de lançamento do
eletrodo portátil. Este procedimento facilita também a conexão da ponteira positiva do voltímetro digital
na estrutura [Prática Recomendada].

9.4 Ensaios no estaleiro (a seco)

9.4.1 O SPC deve ser submetido a verificações nos componentes.

9.4.2 Verificações nos componentes:

a) retificador: alimentação elétrica e polaridade da saída: pólo positivo ligado aos anodo e o
pólo negativo ligado ao catodo (estrutura);
b) cabos elétricos: continuidade metálica dos cabos de anodos, catodos e eletrodos;
c) isolamento elétrico entre anodos e eletrodos de referência em relação ao catodo
(estrutura);
d) estanqueidade do “cofferdam”;
e) sistema de aterramento do leme e do eixo propulsor.

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9.5 Ensaios no mar

9.5.1 O SPC deve ser submetido a ensaios funcionais, similares às condições operacionais.

9.5.2 Ao entrar em contato com o mar, o SPC deve ser energizado e devem ser verificados os
seguintes parâmetros:

a) tensão e corrente de alimentação (AC);


b) tensão e corrente de saída (DC);
c) operação dos instrumentos e testes dos alarmes do painel do retificador;
d) corrente máxima de cada anodo;
e) potencial eletroquímico nos eletrodos de referência fixos;
f) comutação modos automático/manual;
g) curvas de resposta “potencial medido x tensão e corrente de saída”;
h) verificar a atuação do controle de ajuste automático do retificador em função do calado da
embarcação.

9.5.3 Os parâmetros descritos em 9.5.2 devem ser monitorados ao longo do processo de polarização
da estrutura, por um prazo mínimo de 10 dias.

10 Operação e manutenção

10.1 Considerações gerais

10.1.1 A operação e a manutenção devem garantir que o SPC continue operando adequadamente e
que a estrutura permaneça livre de corrosão durante toda a sua vida útil.

10.1.2 Um plano de inspeção e manutenção das instalações de proteção catódica deve ser elaborado
pela equipe da unidade marítima, contemplando e não se limitando à inspeção visual, dimensional,
medições de potencial, ajustes em equipamentos, substituição de elementos do sistema.

10.1.3 O conjunto de pontos a serem inspecionados e medidos poderá ser reavaliado a cada inspeção
em função do novo cenário de desgaste dos anodos e valores de potencial medidos, histórico de
avarias, pontos e severidade de corrosão, vida útil do SPC, entre outras informações.

NOTA Eventuais áreas com subproteção, superproteção ou a presença de interferências elétricas


com outras estruturas não vinculadas à instalação protegida devem ser registradas e
tratadas imediatamente.

10.2 Sistemas galvânicos

10.2.1 As medições de potencial devem ser realizadas segundo o plano de inspeção definido pela
PETROBRAS ou de acordo com a periodicidade definida pela classe da embarcação.

10.2.2 Dependendo do tipo de estrutura e localização de anodos, uma inspeção visual com
mergulhador ou ROV pode ser realizada, visando verificar o consumo dos anodos, eventuais danos
físicos, ocorrência de incrustações e o estado das soldas ou conexões.

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10.2.3 A medição de potencial eletroquímico deve ser priorizada em locais considerados críticos, como
regiões com amassamento, corrosão ou desgaste do revestimento, cordões de solda, próximo aos
anodos com desgaste severo, irregular e os que já foram consumidos.

10.2.4 Realizar as medições de potencial eletroquímico nas caixas de mar, em três locais distintos em
cada uma delas.

10.3 Sistemas de corrente impressa

10.3.1 O sistema de corrente impressa deve possuir indicador de status informando se o sistema está
ligado, bem como informando a ocorrência de qualquer inatividade.

10.3.2 Os seguintes itens devem ser registrados em um intervalo máximo de 15 dias:

a) corrente e tensão total da saída do retificador;


b) potencial do casco em relação aos eletrodos de referência fixos;
c) corrente individual de cada anodo.

10.3.3 Os eletrodos de referência fixos devem ser calibrados em intervalos regulares não superiores
a um ano, comparando o potencial medido com o potencial de um eletrodo de referência portátil
recentemente calibrado. Os dois eletrodos devem ser posicionados o mais próximo possível entre si.

10.3.4 Levantamento de potencial detalhado de toda a estrutura metálica usando o eletrodo de


referência portátil deve ser realizado a cada três meses, seguindo o plano de manutenção, ou após a
realização de reparos no sistema de proteção catódica. A medição de potencial eletroquímico deve ser
priorizada em locais considerados críticos, como regiões com amassamento, corrosão ou desgaste do
revestimento, cordões de solda, entre e próximo aos anodos inertes e adjacente aos eletrodos de
referência fixos.

10.3.5 A manutenção do anodo inerte ou do eletrodo de referência fixa deve ser realizada quando
forem detectada falhas. Os seguintes aspectos devem ser avaliados:

a) continuidade e fixação dos cabos elétricos;


b) fixação do anodo/eletrodo ao suporte e ao casco;
c) integridade do revestimento do anodo e de sua camada dielétrica;
d) integridade do “cofferdam”;
e) presença de incrustações.

10.3.6 Verificação e inspeção de juntas de isolamento elétrico das estruturas não vinculadas ao casco,
e estado de funcionamento das mesmas, quando aplicável.

10.4 Docagem de embarcações

10.4.1 Anodos galvânicos devem ser inspecionados, e aqueles com desgaste acentuado ou que não
perdurem por mais um período de operação da embarcação devem ser substituídos.

10.4.2 Para sistemas de corrente impressa, a resistência dielétrica entre anodos e eletrodos de
referência e o casco da embarcação deve ser medida, devendo ser superior a 1MΩ.

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10.4.3 A periferia dos anodos e eletrodos de referência deve ser limpa, para evitar uma continuidade
eletrolítica devida à formação de depósitos de sal.

11 Documentação

11.1 Os documentos de projeto devem atender a PETROBRAS N-2064.

11.2 Todas as informações relevantes para o sistema de proteção catódica devem ser registradas,
incluindo dados de projeto, fabricação, instalação, comissionamento, procedimentos de operação,
inspeção e manutenção do sistema.

11.3 A documentação “conforme construído” deve refletir quaisquer alterações da especificação de


projeto.

11.4 Os seguintes dados devem ser mantidos para referência e permanentemente atualizados, quando
aplicável:

a) premissas de projeto, incluindo a vida útil, as características do meio aquoso, os critérios


de proteção considerados, os requisitos de densidade de corrente, os valores calculados
da corrente de saída dos anodos;
b) número de anodos, dimensões, massa, especificação, composição da liga, taxa de
consumo, bem como as referências do fabricante;
c) disposição dos anodos e o método de fixação;
d) número, tipo e disposição dos eletrodos de referência;
e) distribuição dos retificadores;
f) resultados do comissionamento, incluindo os resultados dos ensaios após energização de
cada sistema de proteção catódica, a fim de avaliar se atende aos critérios de projeto;
g) relatórios de inspeção e manutenção periódica, para acompanhamento das alterações do
estado do potencial de proteção da estrutura metálica.

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