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Colégio Beija Flor

DISCIPLINA: Língua Portuguesa ATIVIDADE AVALIATIVA DATA: 1/06/2020

PROFESSOR (A): MARILUSE 9° ANO

ALUNO (A): ________________________________________________

Leia o texto a seguir e responda às questões 1,2 e 3.

Formaturas espetaculares
Rosely Sayão

A garotada não está muito interessada em celebração, despedida, etc.,


mas sim no tal do estilo de vida

O consumo e, consequentemente , a publicidade, intensificaram-se muito nas últimas


décadas. Anos atrás, a publicidade veiculada nas mídias era bem diferente.
O núcleo principal de quase todas elas eram as características dos produtos anunciados,
que eram bem enaltecidas. As peças publicitárias tentavam convencer o consumidor de que o
produto que vendiam era especial e, por isso, deveria ser o escolhido entre tantos produtos
similares. Outro foco era a marca, que funcionava mais ou menos como um indicador de
qualidade.
Além disso, o público-alvo dos anúncios eram os adultos. Eles eram considerados os
consumidores por excelência porque detinham o poder de decisão de compra.
Hoje, muitas vezes assistimos a um comercial e ao final dele não lembramos bem qual foi
o produto anunciado. É que o foco das peças atuais não é o produto, e sim o estilo de vida
prometido a quem o comprar. Se você comprar o carro tal, terá êxito na vida etc. Essa foi uma
mudança e tanto, porque hoje todos consomem determinados estilos de vida.
Outra mudança radical foi o público-alvo da publicidade: saiu o adulto e entrou o jovem. Ou
o adulto é travestido de jovens. É que, mesmo sem ter poder aquisitivo, são o jovem e a criança
que quase sempre decidem o que os pais devem comprar.
Na era do consumo, os jovens têm consumido de tudo em exagero. O alcance da
publicidade é maior do que os objetivos anunciados. E os pais têm aceitado tal situação, mesmo
quando consideram exagerado.
E meu exemplo de hoje a esse respeito são festas de formatura do ensino médio.
Li uma reportagem informando que festas desse tipo chegam a custar o valor equivalente
de um apartamento. Quando li a notícia, fui checar com conhecidos, com formandos e na internet.
Há festas para quase todos os bolsos e há, sim, festas que custam uma pequena fortuna,
cujo valor relativo os jovens não têm condições de avaliar.
Eles não estão interessados em celebração, despedidas e etc. Estão querendo mais é o tal
estilo de vida que vem sendo anunciado por quase todas as peças publicitárias.
Nossa pergunta deve ser: “Por que bancamos essas atitudes deles?”. Será por querermos
a mesma coisa?

(Folha de S.Paulo, 9/4/2013.)

1
1- A tese defendida pela autora do texto, Rosely Sayão, é a de que:

a- os jovens consomem mais do que os adultos.


b- os adultos possibilitam ao jovem consumir exageradamente.
c- a publicidade é direcionada para o consumidor adulto com poder de compra.
d- a publicidade se modificou e gerou mais consumo.

2- Segundo o texto, a publicidade de anos atrás focava:

a- as características do produto, a marca e o público jovem.


b- as características do produto, a marca e o público adulto.
c- as características do produto, o estilo de vida e o público adulto.
d- produtos apresentados como especiais, marcas e o público jovem e adulto.

3- Para fundamentar sua tese, a autora afirma que a publicidade procura vender mais um “
estilo de vida” do que um produto e foca o consumidor jovem, embora ele não tenha poder
de compra. Isso ocorre, segundo ela, porque os pais:

a- procuram controlar o impulso consumista de seus filhos.


b- são influenciados pela mídia a consumir os produtos oferecidos por ela.
c- são influenciados pelos filhos e compram tudo que eles querem.
d- não são influenciados pelos filhos nem pela mídia a consumir determinados produtos.

Leia o texto a seguir, de Luis Fernando Veríssimo, e responda às questões de 4 a 6.

ALEGRIAS
[...]
Um caminhão de limpeza pública recolhendo o lixo. Lixeiros se cruzam, pegando sacos de
lixo na calçada dos dois lados da rua e atirando os sacos na parte traseira de um caminhão.
Enquanto trabalham, os lixeiros conversam, aos gritos, e dão gargalhadas. É quando se abre a
janela de um segundo andar e um homem olha para a rua.
__ Que história é essa? __ grita o homem.
Os lixeiros param e olham para cima. Um deles pergunta:
__ O que foi, vizinho?
__ Que alegria é essa?
Os lixeiros se entreolham.
__ Tamo incomodando?
__ Quanto vocês ganham? __ pergunta o homem do segundo andar.
Um dos lixeiros diz quanto ganham.
__ E como é que vocês estão alegres desse jeito?
__ Bom, doutor, é que ...
__ Eu ganho dez vezes isso e vivo preocupado.
Os lixeiros não sabem o que dizer.
__ Desculpe se nós acordamos o senhor...
__ Eu não estava dormindo. Quem consegue dormir com tanta preocupação?
Outro lixeiro abre os braços.
__ Desculpe, né, vizinho?
__ Eu não sou seu vizinho! Você deve morar num barraco de vila e eu moro aqui, com todo
o conforto. E sabe quando foi a última vez que eu ri como vocês estão rindo?

2
__ Quando, doutor?
__ Eu não me lembro!
O motorista do caminhão se impacienta e diz para os outros:
__ Vamlá. Vamlá.
Os lixeiros começam a se afastar. O homem se debruça para fora da janela e grita:
__ Como é que vocês conseguem rir desse jeito?
Um lixeiro, já correndo para pegar outro saco, responde por cima do ombro:
__ É o jeito, né, padrinho.
__ Inconscientes! __ grita o homem. __ Inconscientes! Parem de rir!
Mais tarde os lixeiros comentam entre si:
__ Pô. Coroa sem cintura!
(Crônicas da vida pública. Porto Alegre: L& PM,1996. P.72-3.)
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4- No texto há um desentendimento do morador com os lixeiros. O que gera esse conflito?

a- a alegria dos lixeiros.


b- o barulho feito pelos lixeiros.
c- ser chamado de vizinho por um dos lixeiros.
d- o fato de o morador ser uma pessoa preocupada.

5- Assinale a passagem que apresenta informalidade da linguagem:

a- “ __ E como é que vocês estão alegres desse jeito?”


b- “ __ Tamo incomodando?”
c- “__ Desculpe se nós acordamos o senhor...”
d- “__ Eu ganho dez vezes isso e vivo preocupado.”

6- Entende-se pelo comentário: “__ Pô. Coroa sem cintura!” que o morador:

a- desrespeita quem está trabalhando.


b- precisa reduzir a gordura.
c- não sabe conviver com o que a vida lhe oferece nem “dançar conforme a música”.
d- Preocupa-se com o que não lhe diz respeito.

3
GABARITO: ATIVIDADE 01 LÍNGUA PORTUGUESA 9ºANO

1- D 2- B 3- C

4-A 5- B 6- C

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