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VIBRAÇÃO EM CORPO

INTEIRO EM
OPERADORES DE
EMPILHADEIRAS

ANTÔNIO CARLOS
VENDRAME
Vendrame Consultores
Associados
&
CRISTIANE PIANELLI
Coordenadora Higiene Industrial
Região Sul/Sudeste Dow Brasil
CONCEITOS DE VIBRAÇÃO

ANTÔNIO CARLOS VENDRAME


VIBRAÇÃO SOBRE O HOMEM
Algumas atividades operacionais do dia-a-dia,
podem expor o trabalhador à vibrações.

Nosso organismo possui uma vibração natural e


quando essa vibração natural se confronta com
uma vibração externa, ocorre o que chamamos
de ressonância, essa energia quando absorvida
pelo organismo provoca alterações nos tecidos e
órgãos.
CONCEITOS
Ressonância é o resultado da aplicação
sobre um corpo de vibração com
freqüência igual a este, resultando em
amplificação do movimento.
Dor na coluna lombar
Efeitos ao organismo

Danos na zona lombar


de na coluna vertebral e
no sistema nervoso
conectado a ela.
Outros efeitos para a
saúde.
CONCEITOS
O valor médio da aceleração em função do tempo a(t) é
zero.

Elevando ao quadrado o valor de a(t), isto é, a²(t),


encontramos o valor médio da função; extraindo a raiz
quadrada, obtemos a raiz média quadrática (rms).

Elevando à quarta o valor de a(t), isto é, a4(t), encontramos


o valor médio da função; extraindo a raiz quarta, obtemos a
raiz média à quarta.
CONCEITOS
A Norma ISO 8041 define as freqüências
ponderadas para serem utilizadas nas
avaliações.

A freqüência ponderada é o inverso da


freqüência produzida pela resposta humana.
NORMA ISO 2631
A maneira pela qual as vibrações afetam a saúde,
conforto, percepção e enjôo é dependente da
freqüência. Há diferentes freqüências para
diferentes eixos. As curvas de freqüência utilizadas
são:
Wk para o eixo z;
Wd para os eixos x e y.
NORMA ISO 2631
CONCEITOS
A vibração ocorre em diferentes direções: x, y e z.

A vibração em direções ortogonais (x, y e z) é


expressa pela aceleração ponderada awx, awy e awz.

Elas são combinadas para formar o vetor soma, isto


é, a raiz da soma dos quadrados:

aw,WAS = awX , RMS + awY , RMS + awZ , RMS


2 2 2
Z

Posição em pé
Z

Posição sentada

Z
y

Z
y

Superfície do
assento
X

Pé X
X

Posição deitada y
Qual é a diferença?
Valor da Dose da Vibração (VDV)

Nivel médio (rms)

Nivel de Aceleração Ponderada a


w
A AVALIAÇÃO DAS VIBRAÇÕES

As medidas são realizadas na interface entre a pele e


a fonte de vibração. Métodos sem contato, por
exemplo, laser, a princípio, são preferidos, mas não
são comumente utilizados. Em algumas
circunstâncias é realizada a avaliação de uma
estrutura mecânica em contato com o corpo
colocando-se o acelerômetro diretamente no assento
ou ferramenta.
Y

Z
A AVALIAÇÃO DAS VIBRAÇÕES
O sistema básico para medição de vibrações é
composto por sensor de vibração (acelerômetro),
amplificador e um integrador ou diferenciador que
permite a transformação da medida em sinal
elétrico; o sistema ainda pode ser dotado de filtro de
bandas para selecionar freqüências específicas. O
acelerômetro converte movimento vibratório em
sinal elétrico.
ACELERÔMETROS
Os acelerômetros do tipo piezoresistivos (corpo
inteiro) e piezoelétricos (mãos e braços) são
utilizados para medir a exposição à vibração.

Os piezoresistivos trabalham em baixa freqüência (0


Hz) e são muito sensíveis, porém grandes.

Os piezoelétricos trabalham bem em freqüências


mais altas, com pouca sensibilidade, com a
vantagem de serem pequenos e leves.
ACELERÔMETROS
Adaptadores de mão
Adaptadores de mão
Abraçadeiras
Técnica de Medição
Corpo Inteiro
BS 6841

ISO 2631-1
Documentos
ISO 5349
de Referência
ISO 8041

TLV- ACGIH
Os limites de tolerância nacionais
A NR-15, através de seu anexo n°8, prevê
que as atividades e operações que exponham
os trabalhadores sem proteção adequada às
vibrações localizadas ou de corpo inteiro
serão caracterizadas como insalubres, em
grau médio, através de perícia realizada no
local de trabalho, com base nos limites de
exposição definidos pela ISO 2631 e ISO
5349.
NORMA ISO 2631

Os valores obtidos na avaliação devem


ser comparados com o “health guidance
caution zones”, contido no Anexo B da
ISO 2631/97
NORMA ISO 2631
NORMA ISO 2631

A zona hachurada indica o potencial de


risco à saúde. Para exposições abaixo
da zona hachurada, os efeitos à saúde
não foram claramente documentados
e/ou observados objetivamente. Acima
da zona hachurada indica probabilidade
do risco à saúde.
A Diretiva 2002/44/EC DA
COMUNIDADE EUROPÉIA

Nível de Limite de
ação exposição
Mãos e
2,5 m/s² 5,0 m/s²
braços
0,5 m/s²
Corpo 1,15 m/s² A(8)
A(8) ou 9,1
inteiro ou 21 VDV
VDV
Redução do uso de ferramentas manuais vibratórias

Cuidado com as Vibrações de Corpo Inteiro!


ESTUDO DE VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO
OPERADORES DE EMPILHADEIRAS

CRISTIANE PIANELLI
OBJETIVO

Quantificar os níveis de vibração


em corpo inteiro nos operadores,
durante uso de empilhadeiras em
5 diferentes fábricas e determinar
medidas de controle.
METODOLOGIA ADOTADA
ISO 2631

• Avaliação foi realizada simultaneamente para os três eixos (x, y e


z), considerando-se o vetor soma.

• O acelerômetro foi instalado no ponto de transferência da


vibração ao corpo, ou seja, no próprio assento da poltrona
ocupada pelos operadores dos equipamentos avaliados.

• Os operadores foram orientados para executar suas atividades


típicas no equipamento avaliado.

•Todas as medições foram realizadas em triplicata.


METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE
RISCOS
1. Estudo do local/atividade – tipo de piso, tempo da atividade e
tempo de uso da empilhadeira.

2. Consulta dos exames médicos dos trabalhadores dos operadores –


verificação de exames periódicos.

3. Levantamento de dados Antropométricos e Avaliação de


desconforto ou dores nos operadores - aplicação de questionários
aos operadores monitorados.

4. Monitorização em campo (Vibração) - considerando diferentes


equipamentos (empilhadeiras) e diferentes operadores (biotipos).
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1. ESTUDO DO LOCAL
FÁBRICAS TEMPO DE USO TIPO DE PISO TEMPO DE USO
DA EMPILHADEIRA (DIÁRIO)

A 7 ANOS 1a. ROTA : Trecho em asfalto e 1a. rota : 1–2 horas


paralelepípedo. 2a. rota : 6–8 horas
2a. ROTA : Asfalto e circulação
sobre passarelas volantes com
entrada em containers.

B 5 ANOS Asfalto 1 – 2 horas

C 3 ANOS 1a. ROTA : Asfalto. 1a. rota : 4–6horas


2a. ROTA : Trechos em asfalto e 2a. rota : 1-2horas
paralelepípedo.

D 8 ANOS Poucos trechos pavimentados


com alsfalto em sua maior parte 4 horas diários
em paralelepípedo

E 3 ANOS Pavimentada com asfalto 4 – 6 horas diárias


2. CONSULTA DE EXAMES MÉDICOS

Exames Periódicos : SEM Anomalias

– Audiometria,
– RX coluna vertebral e
– Eletroencéfalograma.
3. AVALIAÇÃO DE DESCONFORTO/DORES
3. DADOS ANTROPOMÉTRICOS
40 100
35 90
80
30
70
25 60
20 50
15 40
30
10
20
5 10
0 0
A B C D E
Idade 32 35 25 25 28
Altura 1.68 1.73 1.73 1.69 1.91
Peso 72 91 91 77 83
3. AVALIAÇÃO DE DESCONFORTO/DORES
DESCONFORTO
4. MONITORIZAÇÃO DE VIBRAÇÃO
Tempo de Exposição
Equipamento Área SUM (m/s2) permitida (h)
1 Empilhadeira Hyster 50 no.01 1.0463 2
2 Empilhadeira Hyster 50 no.01 1.1465 2
3 Empilhadeira Hyster 50 no.01 1.0628 2
4 Empilhadeira Hyster 50 no.13 0.9396 2
5 Empilhadeira Hyster 50 no.13 0.6799 4
6 Empilhadeira Hyster 50 no.13 A 0.6348 4
7 Empilhadeira Hyster 50 no.02 0.2723 24
8 Empilhadeira Hyster 50 no.02 0.3138 24
9 Empilhadeira Hyster 50 no.02 B 0.3031 24
10 Empilhadeira Hyster 50 no.03 0.5787 6
11 Empilhadeira Hyster 50 no.03 0.5387 6
12 Empilhadeira Hyster 50 no.03 C 0.6268 4
13 Empilhadeira Hyster 50 no.04 0.7367 2
14 Empilhadeira Hyster 50 no.04 0.7649 2
15 Empilhadeira Hyster 50 no.04 D 0.7275 2
16 Empilhadeira Hyster 50 no.16 0.4724 8
17 Empilhadeira Hyster 50 no.16 0.4199 8
18 Empilhadeira Hyster 50 no.16 E 0.4195 8
CONCLUSÕES

CORRELAÇÃO VIBRAÇÃO X RELATO DE DESCONFORTO


CORRELAÇÃO TEMPO DE USO DA EMPILHADEIRA X
NÍVEL DE VIBRAÇÃO

9 1.2
8
1
Tempo de uso (ano)

Vibração (m/s2)
6 0.8
5
0.6
4
3 0.4
2
0.2
1
0 0
A B C D E
CONCLUSÕES

FATORES QUE INFLUENCIAM A EXPOSIÇÃO


• Velocidade
–0,66 m/s2 à velocidade média
–1,12 m/s2 à alta velocidade

• Piso/Pavimentação
–0,69 m/s2 em estrada asfaltada
–1,00 m/s2 em placas de concreto
–1,25 m/s2 em estrada com pedras

• Ajustes do assento
–1,05 m/s2 assento posicionado no peso adequado
–1,30 m/s2 assento posicionado num peso superior ao peso do corpo
do motorista envolvido
Influência do assento adequado 66
Redução da Vibração em 20-40%
MEDIDAS DE CONTROLE ADMINISTRATIVAS

• Sinalizado o tempo máximo permitido de uso da


empilhadeira,

• Rotatividade de tarefas entre os operadores,

• Aumento da frequência de manutenção preventiva (anual


para semestral),

• Incluido no formulário de verificação diária das


empilhadeiras, iténs relacionados as condições de
integridade e ajustes do banco,

• Acompanhamento médico especializado aos operadores que


apresentarem desconforto ou dores,
MEDIDAS DE CONTROLE ENGENHARIA

• Pavimentação da rota (com passarelas) nos locais de


paralelepípedo,

• Diminuição do peso na embreagem, reduzindo o número de vezes


que será necessário pressionar o pedal e consequentemente
minimizando a transmissão da vibração pelo pedal,

• Troca do assento nas empilhadeiras,

• Substituição de empilhadeiras,

• Inclusão no contrato de Leasing com substituição


periódica de bancos.
REFERÊNCIAS

10th International Conference on Hand-Arm Vibration. Las Vegas Nevada 7-11


june 2004;
3rd International Conference on Whole-Body Vibration Injuries. Nancy France 7-
9 june 2005;
American Conference of Governmental Industrial Hygienists. Threshold limit values for
chemical substances and physical agents and biological exposure indices.
Cincinnat: ACGIH, 2005;
DiNardi SR. The Occupational environment - its evaluation and control. Virgínia:
AIHA, 1998;
LaDou. J. Occupational e environmental medicine. 2th ed. Connecticut: Appleton &
Lange, 1997;
Mansfield NJ. Human respond to vibration. Boca Raton: CRC Press, 2005;
Pelmear PL, Wasserman DE. Hand-arm vibration. Massachusetts: OEM Press, 1998;
Talty JF. Industrial hygiene engineering: recognition, measurement, evaluation
and control. 2th ed. New Jersey: Noyses Data Corporation, 1988;
Vendrame Consultoria. Relatorio de Monitorização de Vibrações. Dow Brasil SA,
Guarujá 2005;
Cunha, I. A. Exposição Ocupacional às Vibrações Mecânicas : Considerações
sobre os Principais Critérios Legais e Técnicos. Revista ABHO ano III, no. 8, março
2004;
FUNDACIÓN MAFRE. Manual de Higiene Industrial. Madrid, 1978.

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