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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A SAÚDE DA MULHER

PROFESSORA:
ALUNA:
Sumário

Revisão da anatomia e fisiologia

Exames Ginecológicos

Métodos Anticoncepcionais

Ciclo Menstrual

Fisiologia materna durante a gravidez

Desenvolvimento da gravidez – mês a mês

Pré Natal

Parto

Assistência de Enfermagem ao RN

Alojamento Conjunto

Puerpério

Complicações Pós Parto

Complicações Obstétricas

Patologias Ginecológicas

Terminologias Ginecológicas

Referências Bibliográficas
Revisão de Anatomia/ Fisiologia

Funções do sistema genital feminino

Produzir gametas - ovócito

Secretar hormônios sexuais

Receber os espermatozóides

Fornecer locais para fertilização, implantação e desenvolvimento embrionário e fetal.


Oferecer condições para o parto

Prover nutrição do feto

Ovários
São responsáveis pela produção dos gametas e hormônios femininos. Localizam-se
lateralmente na cavidade pélvica, em depressões denominadas fossas ováricas.

Tubas Uterinas

As tubas uterinas têm como função a condução dos ovócitos. A tuba está subdividida
em quatro partes, que indo do útero para o ovário, é: intramural ou uterina, istmo, ampola e
infundíbulo. O infundíbulo tem forma de funil em cuja base se encontra o óstio abdominal da
tuba e é dotado em suas margens de uma série de franjas irregulares – as fímbrias.

Útero

É um órgão oco, cuja função é alojar o embrião/feto até que este complete seu
desenvolvimento pré-natal. Está localizado na cavidade pélvica, póstero-superiormente à
bexiga urinária e anterior ao reto. Sua posição é descrita como em anteversoflexão, formando
um ângulo de aproximadamente 90º com a vagina.

Externamente, no útero, distinguem-se quatro regiões anatômicas: fundo, corpo, istmo


e cérvix ou colo do útero. Internamente apresenta uma abertura mediana chamada de canal
uterino que se abre para a vagina através do óstio uterino. O ligamento largo, juntamente com
o ligamento redondo, é o principal meio de fixação do útero.

Vagina

As suas funções são: servir como órgão de cópula, canal do parto e via de excreção do
fluxo menstrual.

Está localizada entre a bexiga urinária, o reto e o canal anal. A cavidade da vagina
possui um lúmen estreito, sendo que suas paredes ficam praticamente unidas. A vagina se
comunica com o útero por meio do óstio uterino e com o meio externo por meio do óstio da
vagina, que se abre no vestíbulo da vagina.

Os órgãos genitais externos em conjunto formam o pudendo feminino ou vulva. Vulva


ou pudendo feminino:

Monte do púbis - É uma elevação mediana, anterior à sínfise púbica e constituída


principalmente de tecido adiposo. Apresenta pelos espessos chamados de pelos pubianos, que
aparecem na puberdade e com distribuição característica.

Lábios maiores do pudendo - É duas pregas cutâneas, alongadas, que delimitam entre si uma
fenda, a rima do pudendo. Após a puberdade apresentam-se hiperpigmentadas e cobertos de
pelos somente nas suas faces externas, sendo suas faces internas lisas e desprovidas de pelos.

Lábios menores do pudendo - São duas pequenas pregas cutâneas, localizadas medialmente
aos lábios maiores. É recoberto por pele lisa, úmida e vermelha. Ficam protegidos pelos
lábios maiores, exceto nas crianças e na idade avançada, quando os lábios maiores apresentam
menor quantidade de tecido adiposo diminuindo assim o seu volume. O espaço entre os lábios
menores é o vestíbulo da vagina, onde estão localizados o óstio externo da uretra, o óstio da
vagina e os orifícios dos ductos das glândulas vestibulares.

Glândulas vestibulares maiores e menores - As maiores são em número de duas e as


menores em número variável. Estão situadas profundamente no vestíbulo e possuem ductos
que se abrem ao redor do ostio vaginal onde liberam um muco lubrificador.

Clitóris – É o homólogo do pênis, ou mais exatamente, dos corpos cavernosos do pênis.


Possui duas extremidades fixadas ao ísquio e ao púbis chamados de ramos do clitóris, que se
juntam formando o corpo do clitóris, e este apresenta uma dilatação distal denominada glande
do clitóris. Apenas a glande do clitóris é visível e esta ligada à excitabilidade sexual feminina.
Bulbo do vestíbulo - É formado por duas massas pares de tecido erétil, alongadas e dispostas
ao redor do óstio da vagina. Não são visíveis na superfície porque estão profundamente
situados e recobertos. São os homólogos do bulbo do pênis e porção adjacente do corpo
esponjoso. Quando cheios de sangue, dilatam-se e desta forma proporcionam maior contato
entre o pênis e o orifício da vagina.

Exames Ginecológicos

Papanicolau

É o exame que previne o câncer de colo uterino. Deve ser realizado em todas as
mulheres com vida sexualmente ativa, pelo menos uma vez ao ano. Se o resultado do
exame for negativo por três anos seguidos, a mulher pode fazê-lo de 3 em 3 anos. Consiste
na coleta de material do colo uterino para exame em laboratório, é um exame simples e
barato, porém algumas mulheres ainda resistem em realizá-lo por medo ou vergonha. Nos
últimos 50 anos a incidência e a mortalidade por câncer de colo uterino vêm diminuindo,
graças às novas técnicas de rastreamento do Exame de Papanicolau. Por isso, ele é um dos
mais importantes exames para prevenção da saúde da mulher.

Fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de colo de útero: início precoce da


atividade sexual, número elevado de parceiros sexuais, multiparidade (ter tido vários
filhos), antecedentes de doença sexualmente transmissível e falta de higiene pessoal. Ele
deve ser realizado, pelo menos, uma semana antes da menstruação. Evitando-se realizar
duchas vaginais, colocação de cremes vaginais e relações sexuais três dias antes do exame.

O exame ginecológico completo consiste do exame e palpação das mamas e depois o


exame de Papanicolau.
Faz-se exame externo da vulva e depois se introduz um instrumento chamado especulo pelo
canal vaginal para que se possa visualizá-lo e ao colo do útero (parte final do útero, do qual
serão recolhidas as células para exame microscópico).

O espéculo é um instrumento também conhecido como “bico de pato”, devido ao seu


formato. Ele apresenta três tamanhos diferentes e, será escolhido de acordo com o tamanho
de cada paciente, o número de filhos, etc. Virgens também podem realizar o exame e, para
elas, existe o virgoscópio, especulo de tamanho especial. Assim, as células do colo do útero
são colhidas por meio de uma espátula (haste de madeira) e de uma escovinha bem
pequenina.
Essas células são colocadas numa lâmina que é enviada para um laboratório especializado
em citopatologia.

Possíveis resultados:

Sistem Sistema Sistema Sistema


a
Clássic OMS NIC Bethesda
o
Dentro dos
I Normal Normal
limites normais
Alterações
II Inflamação Inflamação
celulares benignas
Displasia Leve NIC 1 SIL baixo
III Displasia NIC 2 grau SIL alto
Moderada NIC 3 grau SIL alto
Displasia Severa grau
IV Carcinoma in situ NIC 3 SIL alto grau
V Carcinoma invasor Carcinoma Carcinoma invasor
invasor

Legenda:

OMS: Organização Mundial da Saúde


NIC: neoplasia intraepitelial celular
SIL: lesões escamosas intraepiteliais

O resultado deve ser interpretado pelo médico que deve explicá-lo à paciente. O
Papanicolau também serve para determinar outras condições de saúde de seu corpo tais
como nível hormonal, doenças da vagina e do colo do útero. Este exame também pode ser
feito gratuitamente em qualquer Unidade Básica de Saúde do Sistema Único de Saúde e
também em todas as Faculdades de Medicina do Brasil. Procure por um Serviço de Saúde da
Mulher.
Auto-exame de mamas

O câncer de mama atinge principalmente mulheres em idade em torno da menopausa


(entre 45 e 55 anos), mas podem aparecer nódulos benignos em outras faixas etárias que
precisam ser tratados.

Cuidados para evitar o câncer de mama

A herança genética, a obesidade e o número elevado de ciclos menstruais estão entre


os principais fatores que estimulam o surgimento do câncer de mama. Ainda assim, todas as
mulheres, que se identificam ou não com qualquer fator de risco, devem seguir, a partir da
adolescência, algumas recomendações. São procedimentos e hábitos elementares que ajudam
a evitar o câncer de mama e outras eventuais complicações ginecológicas.

Algumas das precauções que podem ser tomadas

✓ Fazer visitas anuais ao ginecologista;


✓ Fazer o auto exame uma vez por mês;
✓ Submeter-se ao exame de mamografia anualmente após os 40 anos.

O objetivo fundamental do auto exame é fazer com que a mulher conheça


detalhadamente as suas mamas, o que facilita a percepção de quaisquer alterações, tais como
pequenos nódulos nas mamas e axilas, saída de secreções pelos mamilos, mudança de cor da
pele, retrações, etc. O auto exame de mamas deve ser realizado mensalmente por todas as
mulheres a partir de 21 anos de idade, sete dias depois do início da menstruação, quando as
mamas se apresentam mais flácidas e indolores. Após a menopausa, deve-se definir um dia
do mês e realizar o exame sempre com intervalo de 30 dias. A frequência com que se faz o
exame torna mais fácil notar qualquer modificação nas mamas de um mês para o outro.
Técnica para realizar o auto exame de mamas:

1° - Observação em frente do espelho: Antes do banho, posicione-se em frente ao


espelho. Observe os dois seios, primeiro com os braços caídos, depois com as mãos na
cintura fazendo força nas mãos e, por fim, com elas atrás da cabeça, observe tamanho,
posição, forma da pele, aréola e mamilo. Faça o mesmo controle com os braços levantados e
mantidos atrás da cabeça. Qualquer alteração na superfície (depressão ou saliência) ou
rugosidade é importante.

Pressione o mamilo suavemente e veja se dá saída a qualquer líquido. Se o mamilo


está umbilicado (metido para dentro como o umbigo) e não era assim, essa é uma alteração
importante também.

2° - Palpação de pé: Durante o banho, com as mamas ensaboadas, deslize as mãos


sobre as mamas. Com os dedos unidos, use a mão direita para apalpar a mama esquerda e a
mão esquerda para a direita. Procure caroços, alterações de consistência, secreções, ou
saliências.
Divida o seio em faixas verticais e horizontais e com os dedos estendidos e em
pequenos movimentos circulares, faça a palpação de cada faixa, de cima para baixo. Palpe
também a axila e o pescoço. Não se esqueça, todo o seio deve ser palpado, mas dê particular
atenção ao quadrante superior-externo.

3° - Palpação deitada: Deitada, coloque uma toalha dobrada sob o ombro direito para
examinar a mama direita. Inverta o procedimento para examinar o outro lado. Apalpe toda a
mama através de suave pressão sobre a pele com movimentos circulares. Apalpe a metade
externa da mama que, em geral, é mais consistente. Apalpe, agora, as axilas.

O auto exame da mama deve ser realizado regularmente. Caso note alguma alteração
antes da menstruação, deve-se repetir o exame depois da menstruação. Se a alteração
persistir é necessário procurar um médico. Se o auto exame é normal, o exame médico deve
ser anual.
Mamografia

A mamografia é uma radiografia das mamas em várias incidências. As doses de


radiações que são usadas atualmente são muito pequenas e o exame anual não representa
qualquer risco. A mamografia é um exame insubstituível na prevenção do câncer de mama.
Só a mamografia permite detectar alterações mínimas e revelar nódulos que não são
perceptíveis à palpação.

A mamografia é um exame muito importante na prevenção do câncer de mama e, por


isso, deve ser indicada com critério:

✓ Se o exame clínico for negativo raramente está indicada antes dos 40 anos, salvo se
houver fatores de risco.
✓ Dos 40 aos 50 anos, deve ser feita de 2 em 2 anos. A partir dos 50 poder-se-á manter
de 2 em 2 anos ou passar a anual (caso se justifique).
✓ Só para esclarecimento de casos duvidosos, é necessário repetir a mamografia com
intervalos inferiores há 1 ano.

Colposcopia e Vulvoscopia
São muito parecidos com o papanicolau, mas a diferença é que a colposcopia e a
vulvoscopia são bem mais detalhados, isso porque aumenta muito mais a visão do colo do
útero. Normalmente só é solicitado quando é encontrada alguma anormalidade no
papanicolau. Também podem ser feitos no consultório ou em um laboratório.

Ultrassom Transvaginal

Esse exame é um pouco mais complicado para a mulher, mas nada que assuste. Com
um aparelho de ultrassom em forma de tubo o médico consegue ter mais visualização da
região pélvica, útero, trompas, o endométrio e os ovários. Esse tubo é introduzido na vagina
envolto em preservativo e muito lubrificante. Esse exame pode ser pedido se a paciente sente
cólicas muito fortes ou tem a menstruação muito irregular, uma anormalidade no
papanicolau também pode ser motivo para esse exame ser pedido.

Captura híbrida

Esse deve ser feito uma vez, se o resultado for negativo não há necessidade de fazê-
lo novamente a não ser que a paciente sinta sintomas, leve coceira na vagina ou dores
durante a relação sexual. Este exame detecta o vírus HPV e infecções adquiridas nas
relações sexuais. Também é feito com o uso do espéculo, a médico abre a vagina e colhe a
secreção vaginal para análise.

Métodos Anticoncepcionais

Qualquer outra definição para explicar o que são métodos anticoncepcionais não
abrangeria sua verdadeira utilidade: eles servem para evitar uma gravidez. Não há como
classificar o melhor método, pois o melhor é aquele que a mulher e seu parceiro confiam e
também que não existam contra-indicações ao seu uso.
Por isso é sempre bom saber quais são os métodos existentes e procurar se adequar a algum
deles - sempre acompanhado de uma orientação médica.

1. Comportamentais ou de abstinência periódica - são aqueles que identificam o período


fértil, para se tiver relações nesse período:
Métodos comportamentais:

Calendário ou tabelinha: procura calcular o início e o fim do período e somente é adequado


para mulheres com ciclo menstrual regular. A mulher deve ser orientada, inicialmente, a
marcar no calendário os últimos 6 a 12 ciclos menstruais com data do primeiro dia e duração,
calculando então o seu período fértil e abstendo-se de relações sexuais com contato genital
neste período. É pouco eficaz se não for combinado com outros métodos, como preservativos
ou espermicidas, pois depende da abstenção voluntária nos períodos férteis da mulher, onde a
libido (desejo sexual) se encontra em alta.

Na tabela dos dias férteis acima a calculadora da ovulação estimou o dia 8 como primeiro dia fértil e o 19
como último dia fértil para uma mulher cujo menor ciclo menstrual é de 26 dias e o maior de 29 dias. Desta
forma, nas relações sexuais sem proteção entre os dias 8 e 19 do ciclo menstrual haveria risco de
engravidar.

Método do Muco Cervical (Billing): baseia-se na identificação do período fértil pelas


modificações cíclicas do muco cervical, observado no auto-exame e pela sensação por ele
provocada na vagina e vulva. A observação da ausência ou presença do fluxo mucoso deve ser
diária. O muco cervical aparece cerca de 2 a 3 dias depois da menstruação, e inicialmente é
pouco consistente e espesso. Logo antes da ovulação, ele atinge o chamado "ápice", em que
fica bem grudento.

Testa-se colocando o muco entre o indicador e o polegar e tentando-se separar os


dedos. É necessária a interrupção da atividade sexual nesta fase, permanecendo em
abstinência por no mínimo 4 dias a partir do pico de produção, período em que se inicia o
período infértil novamente. Esse método também exige observação sistemática e
responsabilidade por parte da mulher durante vários meses, até conhecer bem o seu ciclo e o
muco. No entanto, qualquer alteração provocada por doença, ou quando a mulher tem pouco
ou muito muco, o método se torna pouco confiável.

Coito interrompido: baseia-se na capacidade do homem em pressentir a iminência da


ejaculação e neste momento retirar o pênis da vagina. Tem baixa efetividade, levando à
disfunção sexual do casal, e deve ser desencorajado.

2. Barreira - é aqueles que não deixam os espermatozoides subirem através do colo do
útero:
✓ Camisinha
✓ Diafragma
✓ Espermicidas
✓ DIU

Estes métodos impedem a ascensão dos espermatozoides ao útero, sendo fundamentais na


prevenção das DST e AIDS. Junto com a pílula anticoncepcional e o coito interrompido, são
os métodos não definitivos mais utilizados.

Camisinha ou preservativo: quase todas as pessoas podem usar; protege contra doenças
sexualmente transmissíveis, inclusive AIDS; previne doenças do colo uterino; não faz mal a
saúde; é de fácil acesso.

A camisinha masculina é um envoltório de látex que recobre o pênis, retendo o esperma no


ato sexual, impedido o contato deste e de outros microrganismos com a vagina e o pênis ou
vice-versa.
A camisinha feminino constitui-se em um tubo de poliuretano com uma extremidade fechada
e a outra aberta acoplada a dois anéis flexíveis também de poliuretano na cérvice uterina,
paredes vaginais e vulva. O produto já vem lubrificado devendo ser utilizado uma única vez,
destacando-se que o poliuretano por ser mais resistente que o látex pode ser utilizado com
vários tipos de lubrificantes.

Uso da feminina: retirar da embalagem somente na hora do uso. Flexionar o anel de modo que
possa ser introduzido na vagina. Com os dedos indicadores e médios, empurrar o máximo que
puder, de modo que fique sobrando um pouco para fora, o que deve permanecer assim durante
a relação. Retirar logo após a ejaculação, rosqueando o anel para que não escorra o líquido
seminal para dentro da vagina. Se usada corretamente, sua eficácia é alta, varia de 82 a 97%.
Diafragma: é um anel flexível, coberto por uma membrana de borracha fina, que a mulher
deve colocar na vagina, para cobrir o colo do útero. Como uma barreira, ele impede a entrada
dos espermatozóides, devendo ser utilizado junto com um espermicida, no máximo 6 horas
antes da relação sexual. A adesão da paciente depende da utilização correta do dispositivo. A
higienização e o armazenamento corretos do diafragma são fatores importantes na prevenção
de infecções genitais e no prolongamento da vida útil do dispositivo. Por apresentar vários
tamanhos (de acordo com o tamanho do colo uterino), deve ser indicado por um médico para
uma adequação perfeita ao colo uterino. Deve ser usado com espermicida. Recomenda-se
introduzir na vagina de 15 a 30 minutos antes da relação sexual e só retirar 6 a 8 horas após a
última relação sexual de penetração.

Esponjas e Espermicidas: as esponjas são feitas de poliuretano, são adaptadas ao colo


uterino com alça para sua remoção e são descartáveis (ao contrário do diafragma), estão
associadas a espermicidas que são substâncias químicas que imobilizam e destroem os
espermatozoides, podendo ser utilizados combinadamente também com o diafragma ou
preservativos. Existem em várias apresentações de espermicidas: cremes, geleias,
supositórios, tabletes e espumas.

Dispositivo Intra-Uterino (DIU): os DIUs são artefatos de polietileno, aos quais podem ser
adicionados cobre ou hormônios, que são inseridos na cavidade uterina exercendo sua função
contraceptiva. Atuam impedindo a fecundação, tornando difícil a passagem do
espermatozoide pelo trato reprodutivo feminino. Os problemas mais frequentes durante o uso
do DIU são a expulsão do dispositivo, dor pélvica, dismenorreia (sangramentos irregulares
nos meses iniciais) e aumento do risco de infecção (infecção aguda sem melhora ou infecções
persistentes implicam na remoção do DIU). Deve ser colocado pelo médico e é necessário um
controle semestral e sempre que aparecerem leucorreias (corrimentos vaginais anormais).
Mulheres que têm hemorragias muito abundantes ou cólicas fortes na menstruação, ou que
tenham alguma anomalia intrauterina, como miomas ou câncer ginecológico, infecções nas
trompas, sangramentos vaginais ou alergia ao cobre não podem usar o DIU. Não é
aconselhado para nulíparas (mulheres que nunca engravidaram).
3. Hormonais - são aqueles que possuem substâncias que produzem algumas alterações no
aparelho genital da mulher. Sua atuação é principalmente em nível de ovário, trompas,
endométrio e muco.

Pílula

A pílula anticoncepcional é, sem sombra de dúvida, o método contraceptivo mais


popular em todo o mundo, particularmente entre as adolescentes. No entanto, o uso
inadequado com maior índice de falhas do método ocorre entre as adolescentes. No que tange
as pílulas de baixa dosagem de hormônios (20, 30 ou 35ug de etinilestradiol), estas têm a
vantagem de menor incidência de efeitos colaterais, mantendo-se a eficácia, desde que
tomadas com regularidade.

Anticoncepção oral de emergência


Este método evita a gravidez por vários mecanismos, sendo que todos interferem na
fecundação, que é a união do óvulo com o espermatozoide. Os efeitos mais estudados são a
inibição ou o retardo da ovulação, que dependem do período do ciclo em que acontece o coito
e a tomada das pílulas. Outros estudos mostram que interfere na capacitação dos
espermatozoides e no transporte dos espermatozoides e do óvulo através do trato genital
feminino. A anticoncepção oral de emergência não afeta a implantação de um óvulo já
fecundado nem interrompe uma gravidez já estabelecida.

Anticoncepcional injetável trimestral

É uma injeção de hormônio tomada a cada 3 meses. É um método altamente eficaz


tendo indicação na adolescência para aquelas pacientes que não toleram outros métodos ou
não os usam corretamente. A descontinuidade deste método é muito elevada entre jovens pelo
aumento do peso corpóreo.

Anticoncepcional injetável mensal

É de administração simples e diminui a probabilidade de esquecimento. As vantagens em


relação aos injetáveis trimestrais são a menor incidência de alterações menstruais e menores o
ganho de peso.

4. Cirúrgicos - Laqueadura tubária e Vasectomia: a esterilização (laqueadura tubária e


vasectomia) um método contraceptivo cirúrgico e definitivo, realizado na mulher através
da ligadura ou corte das trompas impedindo, o encontro dos gametas masculino e
feminino e no homem, pela ligadura ou corte dos canais deferentes (vasectomia), o que
impede a presença dos espermatozoides no líquido ejaculado. Quando houver indicação de
contracepção cirúrgica masculina e, principalmente, a feminina deve ser baseada em
critérios rígidos, observando-se a legislação vigente.
Ciclo menstrual

A menstruação é uma descamação do endométrio (membrana que reveste a cavidade


do útero, em vermelho na figura), acompanhada de saída de sangue. Isto ocorre porque os
ovários reduzem muito a secreção de hormônios, e estes, por vários mecanismos, reduzem o
estímulo ao endométrio, cujas células morrem e descamam. O primeiro dia do ciclo menstrual
é o dia em que a menstruação se inicia.

Enquanto o endométrio descama, o hormônio FSH (folículo estimulante) começa a ser


secretado em maior quantidade pela hipófise (glândula situada no cérebro), fazendo com que
se desenvolvam os folículos ovarianos (bolsas de líquido que contém os óvulos ou oócitos).
Perto do 7º dia do ciclo, o FSH começa a diminuir e, com a falta desse hormônio, alguns
folículos param de crescer e morrem. Por isso, em cada ciclo menstrual, de todos aqueles
folículos que começam a crescer, apenas um se desenvolve e vai ovular. Durante seu
crescimento, o folículo ovariano produz quantidades de estradiol, hormônio feminino, cada
vez maior. Esse hormônio produz aumento da espessura do endométrio, preparando-o para
receber o embrião. Também favorece a secreção do muco cervical ("clara de ovo"), que às
vezes flui pela vagina. Quando a quantidade de estradiol atinge seu máximo, é estimulada a
liberação de grande quantidade de hormônio luteinizante (LH) pela hipófise. Algumas horas
após, ocorre à ovulação. Como o LH é secretado pelos rins e sai na urina, sua medida na urina
pode ser útil para determinar a proximidade da ovulação Após a ovulação, o folículo se
transforma numa estrutura chamada corpo lúteo, e passa a fabricar, além do estradiol, o
hormônio progesterona, que prepara do endométrio para a implantação do embrião. Se a
concentração deste hormônio no sangue for baixa, o endométrio pode ser não receptivo ao
embrião e não ocorre gravidez. Ainda não se conhece com toda a precisão o dia da
implantação do embrião: parece acontecer de cinco a dez dias após a ovulação. Se não
ocorre
implantação, a progesterona e o estradiol param de ser fabricado pelo corpo lúteo, seu nível
diminui no sangue e se inicia outra menstruação.

Fisiologia materna durante a gravidez

Útero: o aumento durante a gravidez envolve o estiramento e a acentuada hipertrofia das


células musculares existentes. O colo do útero apresenta amolecimento e cianose
pronunciados devidos o aumento da vascularização, edema, hipertrofia e hiperplasia das
glândulas cervicais.

Ovários: cessa a ovulação durante a gravidez e a maturação dos folículos fica suspensa. Um
corpo lúteo funciona produzindo principalmente a progesterona.

Vagina: a vascularização aumenta hiperemia e amolecimento do tecido conjuntivo na pele e


músculos do períneo e da vulva. As secreções vaginais aumentam.

Parede abdominal: a linha nigra pode forma-se de pigmentação escurecida que se estende da
cicatriz umbilical, seguindo a linha média, até a sínfise pubiana.

Mamas: a sensação dolorosa e o formigamento acorrem nas primeiras semanas de gestação.


O colostro pode ser extraído a partir do segundo trimestre.

Coração: o diafragma sofre elevação durante a gestação e o coração é deslocado para a


esquerda e para cima. Sopros cardíacos são comuns e, geralmente, desaparecem após o parto.

Circulação: o volume cardíaco aumenta em 40% a 50% desde o início da gravidez até seu
término.
Respiratório: ocorre aumento da frequência respiratória. O diafragma é elevado durante a
gestação em decorrência do aumento uterino.

Urinário: com a proximidade do final da gestação a drenagem sanguínea na base da bexiga


fica comprometida, provocando edema, suscetibilidade a traumas e à infecção.

Gastrointestinal: as gengivas podem tornar-se hiperemiadas e amolecidas, podendo sangrar


com facilidade. O estômago e o intestino são deslocados para cima e para o lado do útero
aumentado. A pirose é comum, provocada pelo refluxo das secreções ácidas na parte inferior
do esôfago.

Tegumentar: placas de pigmentação marrom podem formar-se sobre a face, denominadas


cloasma.

Desenvolvimento da gravidez - mês a mês

Da concepção ao parto, passam-se, em média, 280 dias. Na barriga da mãe, o bebê


cresce, engorda, desenvolvem os cinco sentidos. Come, dorme, sonha, brinca, vive
intensamente.

1º mês - O espermatozoide se funde ao óvulo, dando origem ao ovo. É a fecundação, que


acontece na trompa de Falópio, entre o 14º e o 17º dias após o começo da última menstruação.
Em 12 horas, a célula inicial, já formada, passa a se subdividir rapidamente. De quatro a seis
dias depois, desce em direção ao útero. Lá, o embrião vai crescer e se desenvolver durante os
próximos nove meses, recebendo de sua mãe, através da placenta, todo o oxigênio e nutrientes
de que precisa.
Em duas semanas, começa a se formar o tubo neural - que dá origem ao cérebro – o coração,
tubo digestivo, os órgãos do sentido e as extremidades, de onde vão nascer braços e pernas.

2º mês - O embrião, agora, mede cerca de 3 cm e pesa em torno de 10g. O coração pulsa, mas
ainda não é possível ouvi-lo. Aparecem os brotos dos braços e das pernas, os ouvidos estão
em formação e há um esboço de rosto, com boca e nariz. A cabeça está mais redondinha, a
região do pescoço definida e as pálpebras individualizadas. Podem-se distinguir os dedos dos
pés. Faz os primeiros movimentos dentro da bolsa amniótica.

3º mês – Pode-se chamar de feto

Até a 9ª semana, não há muita diferença entre os genitais masculinos e femininos. Os rins
estão formados, o aparelho respiratório e o urinário funcionam e o fígado produz bile. As
pernas ainda são curtas, mas ele já é capaz de dobrar os dedos dos pés. Dentro da bolsa
d’água, abre e fecha a boca, as mãos, faz xixi e suga o líquido amniótico, que é renovado a
cada seis horas. Na consulta pré-natal, o coração pode ser ouvido através de um aparelho
próprio – o sonar. Com 7 cm a 10 cm de comprimento, 18g de peso e as estruturas ósseas
mais consistentes, passa a ser chamado de feto. Se for menina, já tem ovários e o estoque de
óvulos para toda a vida.

4º mês - A movimentação no útero é intensa: o feto filho vira a cabeça, franze a testa,
movimenta o peito para cima e para baixo, se estica, dá cambalhotas. Os genitais estão
diferenciados, e no próximo ultrassom será possível ver o sexo do bebê. Com altura entre 15
cm e 18 cm e pesando, mais ou menos 150g, ainda tem a cabeça desproporcional, grande
demais em relação ao restante do corpo. A placenta está totalmente formada. Além de sugar e
engolir, o feto consegue soluçar. Seus dedos ganham unhas. A pele, transparente, deixa
aparecer os pequenos vasos sanguíneos. Uma leve penugem, conhecida como lanugem, surge
na cabeça e nas sobrancelhas.

5º mês - Medindo entre 20 e 25 cm e pesando cerca de 450 g, o feto, apoiado na parede do


útero, gira, dá cambalhotas, pontapés. Desta maneira, exercita os músculos e treina todo o
sistema nervoso. A mãe já pode perceber tanta movimentação, que acontece mais
intensamente na parte da noite. Gosta de chupar o dedo, o que funciona como treino para a
amamentação. A pele delicada é recoberta por uma substância oleosa - o vernix caseoso - que
a protege de rachaduras e endurecimento. Cílios e sobrancelhas começam a crescer. Nesse
período, também se forma a base para os dentes de leite.

6º mês - O bebê se mexe muito, gosta de brincar com os dedos e tem o corpo todo coberto de
pelos bem finos. No final deste mês, pesa quase 1 kg e chega a medir 35 cm. Sua
sobrevivência passa a ser cada dia mais possível, caso nasça prematuramente. Com o sistema
auditivo em pleno amadurecimento, reage aos ruídos externos. A pele, fina e brilhante, tem
um tom avermelhado e é muito enrugada. As pálpebras já se dividiram e ele abre os olhos.
Assim, percebe a diferença de luminosidade se você está em um ambiente mais claro ou mais
escuro. Suas impressões digitais são visíveis, tanto nos pés como nas mãos.
7º mês - Embalado pelo líquido amniótico, o feto descansa, cochila e chega a dormir
profundamente. Seu ritmo de vida costuma coincidir com o da mãe. Consegue perceber o
batimento cardíaco e os ruídos do organismo dela. Dependendo da intensidade, ouve o som da
música e até o barulho da rua. No final do mês, estará sugando com mais força e sentindo os
diferentes sabores - doce e amargo. Mede mais ou menos 40 cm e pesa 1,5 kg. A partir deste
mês, começa a engordar rapidamente, ganhando, em média, 150g por semana. O espaço no
útero diminui, restringindo seus movimentos. As impressões digitais dos pés e das mãos já são
visíveis. A essa altura, alguns bebês ainda estão na posição pélvica (sentados), mas ainda
podem virar e entrar na posição cefálica (de cabeça para baixo), ideal para o parto normal.

8º mês - Ele se vira para baixo, começando a tomar a posição cefálica. Seus olhos percebem
diferenças entre luz e sombra, mas não distinguem forma e cor. Além da visão e audição, testa
outros sentidos: o tato, ao bater com as mãozinhas na parede uterina ou agarrar o cordão
umbilical; o gosto, ao deglutir o líquido amniótico ou chupar os dedos. Reage instintivamente
aos estímulos externos. A voz suave da mãe o acalma, mas quando ela fica nervosa, o
bebezinho logo se agita. Com movimentos já mais consistentes, chuta a barriga, procurando
uma posição confortável. A penugem que cobria seu corpo vai desaparecendo. No final deste
mês, tem 45 cm, pesa em torno de 2,5 kg e está inteiramente formado. Mas ainda não tem as
reservas suficientes de gordura, que se desenvolverão a partir de agora, e sua capacidade
respiratória também não se completou.

9º mês – O feto engorda, perde as ruguinhas, ganha status de bebê. Na 36ª semana, a
quantidade de líquido amniótico diminui um sinal que, junto ao envelhecimento da placenta,
vai determinar a possível data do nascimento. Está totalmente formado. Na 38ª semana,
engorda até 28g por dia, e o que resta de líquido amniótico se renova a cada três horas. Seu
intestino está cheio de mecônio - secreção das glândulas alimentares, misturada ao pigmento
da bílis e das células da parede intestinal - que será eliminado assim que ele nascer. Com 50
cm e 3 kg, pode se considerar pronto para vir ao mundo.

Atenção aos sinais: as contrações se repetem a cada 15 ou 20 minutos. Depois, se


intensificam, chegando a um intervalo de três a quatro minutos. A ruptura da bolsa com perda
do líquido amniótico ou sangramento, pela vagina.

Pré-natal
A avaliação pré-natal deverá ser iniciada logo após a descoberta da gravidez. Nessa avaliação
o médico irá realizar exames clínicos e laboratoriais para o acompanhamento do
desenvolvimento fetal. A periodicidade das consultas será determinada pelo médico, mas
geralmente é mensal, aumentando a frequência nos últimos dois meses. Quando houver
possibilidade de acompanhamento por parte da enfermagem essa deverá priorizar o
aprendizado de cuidados que envolvam a gestante, puérpera e ao recém-nascido.

Itens a serem observados pela equipe de saúde

Idade da gestante: as adolescentes apresentam maior incidência de anemia, hipertensão


induzida pela gravidez, trabalho de parto prematuro, bebês pequenos para a idade gestacional.
As mulheres mais velhas têm maior incidência de hipertensão, gestação complicada por
problemas clínicos e bebês com anomalias genéticas.

Condições socioeconômicas: principalmente gestantes adolescentes apresentam dificuldades


econômicas para manutenção de cuidados durante e após a gestação.

Uso de drogas: drogas lícitas e ilícitas comprometem o desenvolvimento fetal e podem levar
a crises de abstinência nos recém-nascidos.

História pessoal de anomalias genéticas, diabetes, doenças sexualmente transmissíveis,


doenças cardíacas e doenças mentais. Uso contínuo de remédios.

História familiar de anomalias genéticas, diabetes e doenças cardíacas. Atualização da


imunização (vacinas).

Exames laboratoriais:

Urina: verificação de glicose, proteína e infecção.

Tipagem sanguínea

Hematócrito e hemoglobina

Sorologia para toxoplasmose

Sorologia para tuberculose

Sorologia para HIV

HPV Sorologia para sífilis Sorologia para rubéola Demais exames que o médico julgar
necessário durante o pré-natal.
Exames de imagem: Ultrassonografia para acompanhar o desenvolvimento fetal

Durante as consultas de rotina:

Avaliação dos sinais vitais

Avaliação de ganho de peso

Avaliação de aumento uterino

Ausculta cardíaca fetal

Avaliação geral

Orientações de enfermagem

Utilizar sapatos de salto baixo;


o Usar cintas para gestantes;
o Fazer períodos de repouso com as pernas elevadas (edema);
o Uso de sutiã adequado,
o Incentivar o consumo de refeições freqüentes e em pequenas quantidades;
o Ingestão de líquidos entre refeições e não junto com alimentos;
o Diminuir o uso da cafeína;
o Não utilização de bebidas alcoólicas, fumo e medicações sem prescrição médica;
o Ingerir em média dois litros de água por dia;
o Incentivar exercícios físicos moderados e com acompanhamento médico;
o Utilização de roupas confortáveis;
o Não dirigir após o 7º mês;
o Cuidado com traumas e quedas;
o Não utilizar tintura nos cabelos;
o Realizar consulta preventiva ao dentista;
o Orientar em relação ao enxoval do recém-nascido;
o Orientar a visitar o hospital antes do parto;
o Orientação quanto à amamentação;
o Orientação quanto a cuidados de higiene do recém-nascido;
o Orientação quanto à vacinação e consulta ao pediatra.

Cálculo da Data provável do parto

O objetivo desse cálculo é estimar o período provável do nascimento. Calcula-se a data


provável do parto (DPP) levando-se em consideração a duração média da gestação normal
(280 dias ou 40 semanas depois da última menstruação).

Pode ser calculado das seguintes maneiras:


Com o disco (gestograma), colocar a seta sobre o dia e o mês correspondente ao primeiro dia
da última menstruação e observar a seta na data (dia e mês) indicada como data provável do
parto;

- Outra forma de calcular a DPP é somar sete dias ao primeiro dia da última menstruação e
subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar nove meses, se
corresponder aos meses de janeiro a março) – Regra de Naegrele. Nos casos em que os
números de dias encontrado for maior do que o número de dias do mês, passar os dias
excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 ao final do cálculo de mês.

Exemplos.

* Data da última menstruação – 13/09/2008

Data provável do parto – 20/06/2009 (13 + 7 = 20/9-3 = 6)


* Data da última menstruação – 10/02/2004

DPP – 17/11/2004 (10 + 7 = 17/2 + 9 = 11)

* Data da última menstruação – 27/01/2004

DPP – 03/11/2004

Parto

O parto deverá ser decisão médica em relação às condições clínicas da gestante e do


recém-nascido. Poderá ser natural (normal) ou cirúrgico (cesárea).

Quanto à classificação relacionada à idade gestacional pode ser:

Prematuro: inferior a 37 semanas

Termo: entre 37 e 40 semanas

Pós-termo: acima de 41 semanas

Parto pré-termo

O parto antes de termo é o que começa antes da 37.ª semana de gravidez. Como os
bebês nascidos prematuramente podem ter problemas de saúde, os médicos tentam evitar o
parto antecipado. O parto pré-termo (ou prematuro) é difícil de deter se se verificar uma
hemorragia vaginal ou se as membranas que contêm o feto rebentarem. Se não ocorrer
hemorragia vaginal e se as membranas não deixarem escapar líquido amniótico, o repouso
absoluto, com líquidos administrados por via endovenosa, é útil em 50 % dos casos. No
entanto, se o colo uterino se dilatar mais de 5 cm, o parto segue normalmente o seu curso até
que o bebê nasça. O sulfato de magnésio aplicado por via endovenosa detém o parto em até 80
% das mulheres, mas pode provocar efeitos secundários, como aceleração da frequência
cardíaca na mulher, no feto ou em ambos. A terbutalina administrada mediante uma injeção
subcutânea também pode ser utilizada para deter o parto. Enquanto o parto antecipado se
detém, pode ser administrado à mulher um corticosteróide como a betametasona para dilatar
os pulmões do feto e reduzir o risco de ter problemas respiratórios (síndrome de dificuldade
respiratória neonatal) depois de nascer.

Gravidez pós-termo e pós-maturidade

Uma gravidez depois do termo é a que continua para além das 42 semanas. A pós-maturidade
é uma síndrome em que a placenta começa a deixar de funcionar normalmente numa gravidez
pós-termo e põe o feto em perigo. Por vezes, é difícil determinar se passaram as 42 semanas,
porque nem sempre é possível estabelecer a data precisa da concepção devido ao fato de os
ciclos menstruais serem irregulares ou a paciente não estar certa do tempo que decorre entre
eles. No início da gravidez, uma ecografia, que é segura e indolor, facilita a determinação da
duração da gravidez. Posteriormente, mas antes da 32.ª semana (de preferência entre a 18.ª e a
22.ª) é útil fazer uma série de ecografias destinadas a medir o diâmetro da cabeça do feto, o
que pode ajudar a confirmar a duração da gravidez. Depois da 32.ª semana, a determinação da
duração da gravidez por meio de ecografias pode arriscar um erro de 3 semanas num ou
noutro sentido. Se a gravidez continuar para além da 42.ª semana, contada a partir do primeiro
dia do último ciclo menstrual, examina-se a mãe e o feto em busca de sinais de pós-
maturidade, tais como uma redução do tamanho do útero e da mobilidade fetal. Os testes
começam na 41.ª semana para avaliar o movimento do feto e a sua freqüência cardíaca, bem
como a quantidade de líquido amniótico, que são parâmetros que decrescem
consideravelmente nas gravidezes pós-maduras. Compara-se o tamanho da cabeça do feto
com o do seu abdômen. Para confirmar um diagnóstico de pós-maturidade, pode-se fazer uma
amniocentese (extração e análise do líquido amniótico). Uma indicação de pós-maturidade é a
detecção de uma coloração esverdeada do líquido amniótico, provocada pela matéria fecal do
feto (mecónio); isto indica sofrimento fetal. Enquanto o exame não detectar sinais de pós-
maturidade, pode deixar-se que a gravidez pós-termo continue. No entanto, se o exame der
resultados positivos, o parto é provocado. No caso de o colo uterino não ser suficientemente
flexível para que o feto o atravesse, faz-se uma cesariana (parto cirúrgico feito por meio de
uma incisão no abdômen e no útero da mãe).

Fases do trabalho de parto

O parto é o momento mais esperado durante toda a gravidez. Nas últimas semanas a gestante
poderá começar a sentir a “descida” da barriga.

Os primeiros sinais de início de trabalho de parto são:

✓ Expulsão do Rolhão Mucoso, que consiste na eliminação, pela vagina, de muco


gelatinoso, rosado ou acastanhado. A sua expulsão pode ocorrer dias ou horas antes do
parto e significa que o nascimento estará para breve.
✓ Rotura da Bolsa de Águas, que é à saída de líquido amniótico pela vagina, devido à
rotura das membranas que envolvem o bebê. Pode sair lentamente ou de repente, em
grande quantidade. Normalmente, é claro e transparente. Nesta situação deve dirigir-se
ao hospital da sua área de residência o mais rapidamente possível.
✓ Contrações Uterinas Regulares - No início do trabalho de parto, as contrações são
irregulares (isto é, os intervalos não são certos) e são pouco freqüentes. Começa por
sentir que a barriga fica rija, podendo não haver dor. Progressivamente, vão-se
tornando mais regulares, mais intensas e mais próximas. Quando as contrações forem
regulares, com intervalos de dez minutos, deve dirigir-se à maternidade. Nas últimas
semanas de gravidez é comum ocorrerem contrações irregulares e indolores, sem que
isto signifique o início do trabalho de parto.

O parto é constituído por três etapas: dilatação, expulsão e dequitadura.

Dilatação: O colo do útero, por onde o bebê passa para sair, começa a encurtar e a dilatar até
cerca de dez centímetros. As contrações tornam-se cada vez mais regulares e próximas. É o
período mais demorado do trabalho de parto, podendo demorar de 12 a 16 horas, por vezes
mais, num primeiro filho.

Orientações de enfermagem: quando a gestante estiver deitada, procurar virar-se para o lado
esquerdo, para facilitar uma melhor oxigenação do feto. No
início e durante a contração, inspirar profundamente pelo nariz, como se estivesse a “cheirar
uma flor”, e expelir o ar pela boca, como para “apagar uma vela”. Quando a contração
terminar, inspirar e expirar profundamente. No intervalo das contrações, respire normalmente,
relaxando o mais possível.

Expulsão: Começa quando a dilatação estiver completa. Pode demorar de 20 a 40 minutos no


primeiro filho. O feto desce ao longo da bacia e acaba por sair para o exterior através da
vagina e da vulva. Pode ser necessário efetuar um pequeno corte do períneo (espaço entre a
vagina e o ânus), para facilitar a saída do feto e evitar “rasgaduras” perineais ou do ânus.

Orientações de enfermagem: Em cada contração, inspire profundamente e, depois, não deixe


sair o ar enquanto faz força. A seguir, expire. Aproveite o intervalo entre duas contrações para
descontrair e recuperar as forças.

Dequitadura: Depois do nascimento do bebê, a placenta e as membranas que envolveram o


feto saem por si (se não saírem, o médico tira-as), o médico pode fazer uma massagem na
barriga para ajudar a placenta a desprender-se do útero. A seguir, se tiver sido necessário
cortar o períneo durante o parto, há que fazer a sutura.

Parto Normal

✓ O trabalho de parto inicia-se com as contrações que deverão ser duração e freqüência
adequadas;
✓ Ocorre a dilatação do colo do útero (ideal 10 cm);
✓ Ocorre o rompimento da bolsa amniótica;
✓ Se necessário será feita anestesia peridural;
✓ O feto encaixa-se na entrada da pelve;
✓ São realizadas manobras de rotação para facilitar a expulsão;
✓ Se necessário será feito a episiotomia;
✓ Após o nascimento o cordão umbilical deverá ser cortado e serão prestados cuidados
ao recém-nascido;
✓ Ocorre a expulsão da placenta e observação de suas estruturas;
✓ Em caso de episiotomia deverá ser feito a episiorrafia.

Parto Cesárea

✓ Poderá ser programado ou realizado em casos de urgência;


✓ A parturiente será anestesiada (raqui ou peridural);
✓ O médico fará todo o preparo para a cirurgia;
✓ É feita a incisão abdominal até atingir o útero;
✓ A bolsa amniótica será rompida;
✓ A criança é retirada e deverá ser cortado o cordão umbilical;
✓ O recém-nascido receberá os cuidados imediatos;
✓ A placenta é retirada e avaliada em relação a sua formação;
✓ Os tecidos da puérpera serão suturados;
✓ Realizar curativo compressivo sobre a incisão.

Cuidados antes do parto

Manter a gestante em jejum;

Administrar medicamentos prescritos;

Acompanhar a evolução do trabalho de parto;

Realizar tricotomia, se necessário;


Realizar lavagem intestinal, se prescrita;

Proporcionar ambiente confortável;

Apoiar à parturiente;

Identificar a parturiente com pulseira de identificação.

Assistência de Enfermagem ao RN

Cuidados essenciais

✓ No período pós-parto RN apresenta alterações biofisiológicas e comportamentais


complexas, resultantes da vida extrauterina;
✓ As primeiras horas pós-parto representam um período de ajustamento fundamental
para o RN. Na maioria dos hospitais a enfermeira presta cuidados ao RN
imediatamente após o parto;
✓ Depois do período de transição, o bebê é avaliado em intervalos periódicos, tendo
ajustado o plano de cuidados de acordo com o aparecimento dos achados;
✓ Deve-se manter o equilíbrio entre as necessidades familiares de privacidade e a
necessidade de monitorar a transição do RN à vida extrauterina;

Metas dos cuidados com o RN - Período inicial pós-parto

✓ Manter via aérea pérvia e o suporte às respirações;


✓ Manter o aquecimento e prevenir a hipotermia;
✓ Garantir ambiente seguro e prevenir contra acidentes ou infecção;
Identificar problemas atuais ou potenciais que possam requerer atenção imediata;
Cuidados contínuos

✓ Continuar protegendo contra acidentes ou infecção e identificando problemas atuais ou


potenciais que possam requerer atenção;
✓ Facilitar o desenvolvimento de um relacionamento íntimo pais-RN;
✓ Fornecer informações aos pais sobre os cuidados que devem ter;
✓ Assistir os pais no desenvolvimento de atitudes saudáveis sobre as práticas de
maternagem.

Fatores que interferem na adaptação do RN

✓ As experiências pré-parto da mãe e do RN;


✓ Experiências da mãe e do RN no intraparto;
✓ Capacidade fisiológica do RN de fazer a transição à vida extrauterina;
✓ Habilidade dos profissionais de saúde para avaliar e responder adequadamente em
caso de problemas.

Responsabilidades da enfermagem

✓ Dar apoio à adaptação do RN à vida extrauterina;


✓ Prevenir ou minimizar complicações potenciais;
✓ Facilitar a interação pais-RN.
✓ É prestada logo após o nascimento, ou seja, nas duas primeiras horas que se seguem
após o parto;
✓ Também é conhecida como admissão do RN;
✓ Realizada no Centro Obstétrico.
O incentivo precoce a formação do vínculo familiar
✓ Amamentação precoce
✓ Receber o RN (luvas) – RN envolto por secreções corporais, principalmente liquido
amniótico e vérnix caseoso e, eventualmente, sangue.
✓ Secar e aquecer o RN - berço aquecido e utilizar compressa macia para retirar o
excesso de líquido amniótico que envolve o RN. Minimiza o choque térmico e
restringem as perdas de calor (evaporação).
✓ Aspirar o RN – Contribui para a boa ventilação do RN, o decúbito lateral - Impede
que: o muco, liquido amniótico, coágulos sanguíneos, mecônio penetrem nas vias
respiratórias baixas, provocando obstruções graves.
✓ Verificar a temperatura retal – temperatura central do organismo do RN. Afasta a
possibilidade de ânus imperfurado
✓ Credeizar - profilaxia da oftalmia gonocócica. 1gta de nitrato de prata a 1% em cada
olho; Profilaxia da vulvovaginite gonocócica 1gta na genitália feminina.

- Cuidados com o frasco de nitrato de prata 1%

Prazo de Validade; O frasco depois de violado deve ser trocado diariamente, pois a
evaporação do diluente aumenta a concentração acentuando a ação caustica; A solução é
límpida e transparente (senão descartar); Contaminação do conta-gotas.

✓ Verificar perímetros e altura do RN – comparar o crescimento.


✓ Detectar anomalias do RN (normalidade 2 artérias 1 veia) a presença de apenas uma
artéria pode denunciar malformações como agenesia renal e problemas cardíacos
congênitos.
✓ Promoção da mumificação do coto - RN em boas condições receberão cuidados
visando antissepsia (álcool a 70%) 3x/dia.
✓ Ministrar 1mg de vitamina K (KANAKION) IM – objetivo evitar a deficiência
passageira na coagulação sanguínea Prevenir a doença hemorrágica neonatal Local:
Hoschstetter ou reto femural - o músculo vasto lateral é contraindicado, por ter a
possibilidade de causar contratura do quadríceps femural.
✓ Aspiração: Objetivo livrar o RN do perigo de aspiração de mucosidades e líquidos do
parto. Estas secreções, quando abundantes pode causar vômitos e regurgitações.
Materiais: Sonda de aspiração (6-8), Seringa de 20 ml, AD (copo).
✓ Evoluir no prontuário
✓ Registrar no livro da sala de parto
✓ Preencher a DN
✓ Caderneta de saúde da criança

Alojamento conjunto

Segundo o Ministério da Saúde, Alojamento Conjunto é o sistema hospitalar em que o recém-


nascido sadio, logo após o nascimento, permanece com a mãe, 24h por dia, num mesmo
ambiente, até a alta hospitalar. Este sistema possibilita a prestação de todos os cuidados
assistenciais, bem como a orientação à mãe sobre a saúde de binômio mãe e filho.

Objetivos do alojamento conjunto:

Aumentar os índices de Aleitamento Materno;

Estabelecer vínculo afetivo entre mãe e filho;

Permitir aprendizado materno sobre como cuidar do RN;

Reduzir o índice de infecção hospitalar cruzada;

Estimular a participação do pai no cuidado com o RN;


Possibilitar o acompanhamento da Amamentação, sem rigidez de horário, visando esclarecer
às dúvidas da mãe e incentiva-la nos momentos de insegurança;

Orientar e incentivar a mãe (ou pais) na observação de seu filho, visando esclarecer dúvidas;

Reduzir a ansiedade da mãe (ou pais) frente às experiências vivenciadas;

Favorecer troca de experiências entre as mães;

Melhorar a utilização das unidades de cuidados especiais para RN;

Aumentar o número de crianças acompanhadas por serviço de saúde.

População a ser atendida

Mãe

Com ausência de patologia que contraindique ou impossibilite o contato com RN e, se


possível, que tenham sido orientadas sobre o alojamento conjunto durante o pré-natal.

Recém-nascido

- RN a termo, apropriados para Idade Gestacional e sem patologia, com boa vitalidade, boa
sucção, adequado controle térmico, sem risco de infecção (situações de risco de infecção: mãe
febril, recebendo antibiótico, bolsa rota há mais de 24 horas, RN nascido fora do centro
obstétrico).

- Peso de nascimento superior a 2.500g menos de 4.000g.

- Boletim de Apgar igual ou superior a 7 no primeiro minuto de vida.

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- Em caso de cesariana, o RN será de levado para a mãe entre 2 e 6 horas após o parto,
respeitando-se as condições maternas.

Alimentação do RN

-Seio materno em livre demanda.

-Não oferecer bicos ou chupetas.

-Mamadeira de leite ou outras alimentaçãos, só sob prescrição médica.

-Proibida amamentação cruzada.

Ações de enfermagem

- Receber a mãe no Alojamento Conjunto após sua alta no Centro Obstétrico.

- Avaliar suas condições físicas e emocionais.

- Fornecer a mãe informações precisas sobre as condições de seu filho no momento de sua
admissão no Alojamento Conjunto.

- Retornar com a mãe os dados já existentes em seu prontuário de modo a esclarecê-los ou


ampliá-los, quando necessário, e demonstrar-lhe que sua chegada já estava sendo preparada
com interesse pelo profissional.

- Colher dados pertinentes aos objetivos do Alojamento Conjunto, os quais propiciam ações
mais específicas à realidade da pessoa.

- Esclarecer sobre as rotinas gerais da unidade, de modo a situá-la melhor no ambiente.


- Esclarecer sobre os cuidados específicos, com dietas, higiene, medicação, deambulação, etc.,
pontuando sempre estas orientações com os hábitos da mãe de modo à integrá-la em suas
experiências anteriores e expectativas.

- Esclarecer sobre objetivos gerais do Alojamento Conjunto.

- Avaliar, respeitando a opinião da mãe, a oportunidade de instalação do Alojamento


Conjunto.

- Trazer o RN para junto da mãe.

- Propiciar condições para que na mãe possa reconhecer seu filho, mostrando-se disponível
para auxiliá-la na amamentação ou situações que lhe pareçam difícil.

- Oportunizar que o pai participe nos encontros da enfermeira com a mãe, incentivando-o a
expressar suas opiniões.

- Realizar os primeiros cuidados com RN e orientar a mãe incentivando-a a cuidar do filho,


estendendo este estímulo à participação do pai sempre que este tiver presente.

- Supervisionar os cuidados prestados pela mãe: troca de roupa, medidas de higiene, cuidados
com o coto umbilical, avaliação da temperatura, etc., objetivando orientá-la e esclarecê-la em
suas dúvidas.

- Orientar a mãe sobre os demais cuidados com os filhos: vestuários, eliminações, avaliação
da cor da pele, atividades, sono, profilaxia da dermatite amonical, prováveis causas de choro,
necessidades afetivas, encaminhamentos e avaliações clínicas periódicas.

- Registrar nos prontuários da mãe e do RN as condições evidenciadas e condutas tomadas de


modo a fornecer as informações necessárias para ações de outros profissionais da equipe.
- Acompanhar a evolução diária da paciente objetivando reforçar orientações e detectar
precocemente problemas clínicos e emocionais.

- Acompanhar a evolução diária do RN, incentivando a mãe a participar deste


acompanhamento com objetivo de que ela possa sentir-se capaz de conhecer e avaliar seu
filho, reconhecendo assim, também, situações onde necessitará da ajuda do profissional de
saúde para auxiliá-la no atendimento da criança.

- Preparar alta da mãe e do RN, revisando orientações dadas e fornecendo os


encaminhamentos necessários.

Puerpério

O puerpério é o período pós-parto, sendo dividido em:

Puerpério imediato: primeiras 24 horas;

Puerpério mediato: de 25 horas até 72 horas;

Puerpério tardio: de 73 horas até 40 dias.

Esse período é caracterizado por algumas mudanças fisiológicas da parturiente:

Involução uterina: o útero entra em um processo de regressão gradativo até voltar ao seu
tamanho original. Nas primeiras 24 horas a redução deverá ser de 50%. Cabe ao profissional
da enfermagem observar e anotar esse processo.
Técnica: com a mão no abdome da puérpera, localizar o fundo do útero, que deverá estar
próximo da cicatriz umbilical.

Loquiação: é a secreção que sai do útero após o parto, semelhante a uma menstruação, mas
com odor e características diferentes. O volume de loquiação será maior nos primeiros dias,
diminuindo ao passar do tempo até cessar em torno de 15 dias. A sua coloração também sofre
alterações indo do vermelho até o esbranquiçado.

Colostro: é a secreção liberada pela mama nos primeiros dias de amamentação. Tem
coloração amarelada, consistência grossa e rica em gordura. É a alimentação ideal do recém-
nascido nos primeiros dias.

Leite materno: apresenta uma consistência mais fina, mais transparente. É o alimento ideal
nos primeiros 6 meses. Possuem todos os nutrientes necessários, propriedades imunológicas e
água. Além de proporcionar momento de interação entre mãe e filho.

Cuidados de Enfermagem

✓ Observar sinais de hemorragia


✓ Aferir sinais vitais com frequência
✓ Observar coloração, odor e volume de loquiação.
✓ Observar e anotar eliminação vesical
✓ Observar e anotar eliminação intestinal
✓ Estimular hidratação oral
✓ Observar, anotar e comunicar queixas álgicas
✓ Observar e anotar aspecto de cicatrização de incisão cirúrgica
✓ Avaliar regressão uterina
✓ Avaliar e anotar engurgitamento de mamas e condições dos mamilos
✓ Observar e anotar aceitação alimentar
✓ Auxiliar a paciente para deambular
✓ Auxiliar a paciente em cuidados de higiene
✓ Observar a presença de cólicas uterinas durante a amamentação (regressão uterina)

Complicações Pós-parto

Hemorragia pós-parto

A hemorragia puerperal é a perda superior a meio litro de sangue durante ou após dequitação,
é a terceira causa mais comum de morte materna durante o parto, após as infecções e
complicações da anestesia. As causas variam e a maioria delas é evitável, sendo delas o
sangramento da área onde a placenta descola do útero, esse sangramento pode ocorrer quando
o útero não contrai adequadamente por ter sido distendido excessivamente, pelo trabalho de
parto prolongado ou anormal, pelas múltiplas gestações ou pela administração de um
anestésico miorrelaxante durante o trabalho de parto. A perda sanguínea grave geralmente
ocorre logo após o parto, mas pode ocorrer até um mês mais tarde. As medidas de prevenção
se dão antes da mulher entrar em trabalho de parto se a mulher apresentou episódios
anteriores de hemorragia puerperal pode permitir ao médico preparar-se para enfrentar
possíveis distúrbios hemorrágicos. A intervenção no parto é a mínima possível. Após a
placenta ter descolado do útero, é administrada ocitocina à mulher para ajudar o útero a
contrair e reduzir a perda sanguínea. Quando a placenta não descola espontaneamente até 30
minutos após a liberação do concepto, é removida manualmente. Quando a expulsão foi
incompleta, removem - se os fragmentos remanescentes manualmente. Em casos raros,
fragmentos infectados da placenta ou de outros tecidos devem ser removidos cirurgicamente
(por curetagem). Após a expulsão da placenta, a mulher é monitorizada por pelo menos uma
hora para se assegurar que o útero contraiu e também para se avaliar o sangramento vaginal.
Quando ocorre um sangramento intenso, o abdômen da mulher é massageado para auxiliar a
contração do útero e, a seguir, a ocitocina é administrada continuamente através de um cateter
intravenoso. Quando o sangramento persiste, a mulher pode necessitar de transfusão
sanguínea. A histerectomia (remoção do útero) é raramente necessária.

Atonia Uterina - Causa mais frequente de hemorragia pós-parto é a atonia uterina, ou


comprometimento do tono muscular uterino. Existem muitos sinusoides ou espaços
sanguíneos entre as fibras musculares imediatamente abaixo da placenta. À medida que ocorre
a separação da placenta, a musculatura uterina se contrai normalmente e os sinusoides se
fecham, com a formação eventual de trombos. Quando as fibras musculares não se contraem e
os vasos não sofrem constrição, ocorre a hemorragia. A atonia uterina é frequentemente
devida à exaustão do músculo, que pode seguir-se tanto a um trabalho de parto prolongado
quanto a um precipitado; pode ser devida à hiperdistensão do útero por gravidez múltipla, feto
grande ou hidrâmnio ou pode ser causada por massagem excessiva do fundo uterino na
terceira fase do trabalho de parto.

Lacerações do trato genital - Segunda maior causa de sangramento pós-parto. As lacerações


baixas da parede vaginal e do períneo geralmente não sangram profusamente, mas aquelas que
ocorrem no colo ou na porção superior do canal vaginal podem ser profundas e extensas a
ponto de romper grandes vasos sanguíneos. Lacerações altas da parede vaginal e da cérvix
ocorrem mais provavelmente após partos operatórios, especialmente se o colo não está
completamente dilatado, podendo ocorrer ocasionalmente, também, em partos espontâneos.
Em alguns partos os lábios são lacerados; se tais lacerações se estendem para o clitóris, podem
causar um sangramento profuso.

Infecção puerperal
A infecção puerperal ou febre puerperal continua sendo uma das principais causas de
mortalidade no puerpério. Origina - se do aparelho genital após parto recente, sendo, por
vezes, impossível caracterizar a infecção que ocorre após o parto, para melhor conceituar
morbidade febril puerperal, temperatura de no mínimo 38ºC, durante dois dias quaisquer, dos
primeiros 10 dias do pós-parto, excluídas às 24 horas iniciais. É tendência atual, conquanto
não sejam da genitália, incluir a infecção urinária, a pulmonar e a das mamas na morbidade
puerperal.

Alguns fatores relacionados às alterações ocorridas no organismo materno durante a gravidez,


o trabalho de parto, o parto e o pós-parto podem predispor a mulher a adquirir infecção
puerperal. Entre as diversas modificações que a gravidez imprime ao organismo materno,
encontram-se algumas alterações da flora genital e do trato urinário, que podem levar à
ocorrência de infecção. O corrimento vaginal, presente na maioria das gestantes e pouco
valorizado no pré-natal, representa também uma alteração no mecanismo de defesa cérvico-
vaginal, sendo considerado uma infecção do trato genital baixo. No trabalho de parto, os
microorganismos cervicovaginais podem ter acesso ao útero, correlacionando a endometrite
puerperal com sua duração. Sabe-se que a duração de um franco trabalho de parto varia de
acordo com diversos fatores, e conclui-se que quanto maior sua duração, maior o risco da
parturiente adquirir infecção. A rotura das membranas ovulares, associada ao trabalho de
parto prolongado, além do elevado número de toques vaginais, predispões à contaminação da
cavidade amniana por anaeróbios e aeróbios, comensais e patógenos. Observações posteriores
de Ledger e Reese e cols. fizeram a correlação entre a presença de mecônio no líquido
amnioótico e o aumento da taxa de infecção materna.

O papel da enfermagem na prevenção dessa complicação séria é importante e deve-se fazer o


máximo de esforço para evitá-la. Higiene ao cuidar da paciente e o uso de técnicas assépticas
quando indicadas, e o hábito de lavar as mãos antes de prestar assistência à mãe. Os partos
devem ser conduzidos seguindo-se uma técnica de assepsia estrita, mas as precauções
observadas na sala de parto não são suficientes, porque a infecção pode atingir a mãe durante
o trabalho de parto ou no puerpério imediato. Comadres individuais devem ser providenciadas
para impedir infecção cruzada.

Bolsa rota - Quando há perda de líquido, tanto a mãe como o RN fica exposto a riscos. Não
se sabe ao certo quanto tempo o organismo da mãe e do bebê leva para o desenvolvimento de
uma infecção. Em alguns casos, observaram que a incidência de infecção no bebê só aumenta
após 24 horas de bolsa rota.

Endometrite (infecção/ inflamação do endométrio) - Forma mais frequente de infecção


puerperal, tem relação direta com cesária e intervenções vaginais após partos prolongados,
amniorexe prolongado e com muita manipulação intravaginal e intra-útero. Quadro clínico é
caracterizado pela tríade: subinvolução, dor a palpação e amolecimento corporal. Oscilação de
temperatura entre 37,5ºC e 38ºC, a loquiação pode ser inodora se for por estreptococos B
hemolítico do grupo A, fecalóide se for por enterococos, E. coli, bacteróides fragilis.

Corioamnionite - Infecção ovular caracterizado de um processo inflamatório agudo e às


vezes difuso das membranas extra placentárias, placa coriônica da placenta e cordão
umbilical. Pode ocorrer com membranas íntegras, mais e mais comuns em casos de rotura de
membranas ovulares, decorrente do tempo prolongado de rotura e/ou da realização de toques
vaginais.

Mastite Puerperal ou inflamação da mama - Complicação peculiar do período de


aleitamento, sendo excepcional na gestação ou fora dela. Geralmente, manifesta-se
precocemente, nos dez primeiros dias do puérperio, ou tardiamente. A mastite puerperal ou da
lactação é um processo infeccioso agudo das glândulas mamárias que acomete mulheres em
fase de lactação, com achados clínicos que vão desde a inflamação focal, com sintomas
sistêmicos como febre, mal-estar geral, astenia, calafrios e prostração, até abscessos e
septicemia. Devido ao desconforto e a dor, e também por acreditarem que o leite da mama
afetada fará mal ao bebê, muitas mulheres desmamam precocemente os seus filhos, se não
forem adequadamente orientadas e apoiadas. Dependendo da gravidade, a amamentação deve
ser suspensa quando se tratar de mastite supurativa, pois, além de muito dolorosa, o leite está
infectado.

Distúrbios psicológicos do puerpério

Puerpério é uma fase de readaptação em que alterações fisiológicas podem vir acompanhadas
de distúrbios de ordem psíquica, ligados às mudanças bioquímicas que ocorrem no organismo
materno logo após o parto, como aumento da secreção de corticosteroide e a queda repentina
dos níveis hormonais. É notória a cobrança imposta sobre a puérpera quanto a assumir uma
postura idealizada, onde demonstre tranquilidade, receptividade e disposição para amamentar
e cuidar da criança. A psiquiatria clínica classifica os distúrbios em três grandes grupos,
apresentado da forma mais leve para a forma mais grave:

Blues puerperal ou síndrome da tristeza pós – parto: Considerado um transtorno de


ajustamento, segundo Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Os sinais e sintomas
iniciam nos primeiros dias após o parto com duração variável, estendendo-se de algumas
horas até no máximo duas semanas, sendo a maior incidência no terceiro dia pós – parto. Tem
prognóstico favorável, caracterizado por humor instável, crises de choro típicas, emotividade
exacerbada e hipersensibilidade. Pode haver tristeza, ansiedade, fadiga, cefaleia, insônia,
inquietação, hipocondria e ainda preocupação excessiva com a lactação, amamentação e saúde
do bebê. As manifestações podem vir acompanhadas de distúrbios cognitivos como
dificuldade de concentração, de raciocínio e perturbação da memória. A etiologia pode estar
relacionada ao fator biológico representado pelas alterações hormonais que ocorrem de
maneira intensa no organismo da mulher e também pode estar associado à perda ou
diminuição do apoio social e por parte da família, contudo, quando o quadro se agrava, há
risco de depressão puerperal. É necessário o estímulo da autoconfiança desta mulher e prestar
orientação nos cuidados com o neonato.

Depressão puerperal ou transtornos neuróticos pós – parto: Distúrbio de humor variando


de grau moderado a severo, entre seis e oito semanas após o parto. Fatores predisponentes
estão relacionados com mães que apresentam alterações de humor no período pré – menstrual
(TPM), história prévia de depressão; genética, personalidade, condições existenciais e
vivenciais relacionadas à gestação na adolescência, gravidez indesejada, etc. Principais
manifestações são tristeza, perda do prazer, choro fácil, abatimento, alterações do apetite,
distúrbio do sono, fadiga, irritabilidade, hipocondria, dificuldade de concentração e
memorização, redução do interesse sexual e ideação suicida. Tem as mesmas características
de uma depressão normal, ou seja, a pessoa sente uma tristeza muito grande de caráter
prolongado. Fisicamente, sintomas como alterações gastroinstestinais, com ressecamento de
boca, de intestino, dores de cabeça, insônias. Tratamento é farmacológico, somado a
psicoterapia e em casos onde a farmacologia não resolve eletroconvulsioterapia. No pré natal
deve – se incentivar a mulher a situar-se a nova realidade, preparando – a previamente para a
maternidade.

Psicose puerperal ou transtorno afetivo psicótico – puerperais: Distúrbio do humor


caracterizado por perturbações mentais graves e agudas, frequentemente alucinatórias tendo
início entre as primeiras duas ou três semanas após o parto. A sintomatologia que antecede a
psicose puerperal é constituída por alterações no sono, inquietação, fadiga, depressão,
irritabilidade, além de certa perplexidade inapetência, apresenta idéias de perseguição e
confusão. Pode também haver episódio de humor agudo com sintomatologia maníaca e/ou
depressiva. A característica principal desta é a rejeição total ao bebê, sentindo-se
completamente aterrorizada e ameaçada por ele, como se fosse um inimigo em potencial. A
mulher sente-se, então, apática, abandona os próprios hábitos de higiene e cuidados pessoais.
Caso apresente este quadro de profunda depressão, sem poder oferecer a seu filho o
acolhimento necessário, este também entrará em depressão. As características apresentadas
pelo RN são: falta de brilho no olhar, dificuldade de sorrir, diminuição do apetite, vômito,
diarréia e dificuldade em manifestar interesse pelo que quer que esteja ao seu redor.
Conseqüentemente, haverá uma tendência maior em adoecer ou apresentar problemas na pele,
mesmo que esteja sendo cuidado. Quando há bloqueio materno em manifestar amor pelo
filho, alguém deve assumir a tarefa de maternagem em que o bebê possa sentir-se amado e
acolhido, pois sem amor não desenvolverá a capacidade de confiar em suas próprias
possibilidades de desenvolvimento físico e emocional. O psiquiatra deve ser consultado
urgentemente e, simultaneamente ao apoio farmacológico, será aconselhada a psicoterapia.

Infecção em incisão cirúrgica (abdominal ou perineal)

É a infecção que ocorre após o parto, podendo ou não ser considerada como infecção
hospitalar. Normalmente está associada à falta de cuidados de higiene, ou contaminação por
profissionais que prestam assistência. Sinais e sintomas: dor no local da incisão, edema e calor
local, presença de secreção e hipertermia.

Tratamento: Medicamentoso

Cuidados de enfermagem

✓ Observar sinais vitais (hipertermia)


✓ Trocar curativo conforme orientação do médico ou enfermeiro
✓ Administrar medicamento
✓ Auxiliar nos cuidados de higiene.
Complicações Obstétricas

Toda gestação traz em si mesma risco para a mãe ou para o feto. No entanto, em pequeno
número delas esse risco está muito aumentado e é então incluído entre as chamadas gestações
de alto risco. Desta forma, pode-se conceituar gravidez de alto risco "aquela na qual a vida ou
saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido, têm maiores chances de serem atingidas
que as da média da população considerada" (Caldeyro-Barcia, 1973).

Placenta Prévia

A placenta prévia é a implantação da placenta no colo do útero (a parte interior do útero) ou


perto do mesmo. Dentro do útero, a placenta pode cobrir o orifício cervical de forma completa
ou parcial. O primeiro sintoma é uma hemorragia vaginal repentina e indolor nas últimas
fases da gravidez, que se pode tornar abundante; o sangue pode ser de cor vermelha viva. A
ecografia é útil para efeitos diagnósticos e para diferenciar uma placenta prévia de uma que se
desprendeu prematuramente.

Tratamento

Se a hemorragia for abundante, podem ser necessárias várias transfusões de sangue. Se a


perda de sangue for pouco importante e o nascimento não estiver iminente, normalmente
recomenda-se o repouso na cama. No caso de a hemorragia se deter, pede-se à mulher que
comece a caminhar. Se a hemorragia não se repetir, geralmente dá-se-lhe alta, desde que lhe
seja fácil voltar de novo ao hospital no caso de ser necessário. Quase sempre se faz uma
cesariana, porque, se deixar que chegue ao parto, a placenta tem tendência para se desprender
com muita antecipação e isso pode impedir o fornecimento de oxigénio ao feto. Além disso, a
mãe pode sofrer uma hemorragia maciça.

Placenta prévia total


Trata-se de uma implantação anormal da placenta cobrindo totalmente o colo do útero. Ocorre
principalmente em mulheres com cirurgias anteriores. A possibilidade de migração da
placenta para uma localização normal é muito pouco provável. Caso haja sangramento no
início da gravidez, ou em qualquer época, o repouso absoluto, é fundamental. Se não houver a
migração para uma localização normal o parto via abdominal (cesariana) deve ser
considerado. Há uma grande possibilidade de descolamento da placenta e hemorragia grave.

Placenta prévia parcial ou placenta baixa


Trata-se de uma implantação anormal da placenta próxima ao colo do útero. Ocorre
principalmente em mulheres com cirurgias anteriores. Na maioria das vezes o crescimento do
útero faz com que a placenta se afaste do colo adquirindo uma localização normal. Caso haja
sangramento no início da gravidez, ou em qualquer época, o repouso, geralmente absoluto, é
fundamental. Se não houver a migração para uma localização normal o parto via abdominal
(cesariana) deve ser considerado.

Descolamento prematuro de placenta (DPP)

O descolamento prematuro de placenta (DPP) é a separação, fora de hora, da placenta do


útero, e ocorre a partir do quinto mês de gestação. Esta separação pode causar graves
problemas para a mãe e o bebê. Os sintomas e as consequências dependem da quantidade de
placenta descolada, que pode variar de milímetros até sua totalidade.

A causa do DPP ainda não foi completamente desvendada pelos cientistas, mas alguns fatores
contribuem para que ela aconteça. A pressão alta, responsável por 50 % dos casos, ocasiona a
ruptura dos vasos sanguíneos na placenta e provoca hemorragia e descolamento da placenta.
O cordão umbilical curto, fumo e drogas, anemia, desnutrição, idade materna avançada, bolsa
d'água rompida (saco amniótico) antes do trabalho de parto, traumas e acidentes diretos
(batidas de carro e quedas de escada) sobre o ventre materno são outros possíveis fatores que
levam à DPP. Qualquer que seja a causa, a placenta se descola do útero e começa a sangrar,
produzindo uma hemorragia interna que pode ou não extravasar e causar sangramento externo
vaginal. Quando mais da metade da placenta se descola, a morte do bebê é inevitável. No
local do descolamento aparece uma "cratera" na placenta.

Não há exames ou testes laboratoriais que prevejam o DPP. O diagnóstico só é feito depois da
ocorrência do problema, e os sintomas são dor intensa e súbita na barriga. Pode não haver
hemorragia pela vagina, mas a hemorragia interna (dentro da barriga) com útero endurecido
confirma o diagnóstico. O bebê pode estar vivo ou não, dependendo da extensão do
descolamento. A hemorragia pode causar a morte da mãe por anemia e problemas de
coagulação sanguínea.

A mortalidade materna pode chegar a 3% dos casos e a fetal a 90%. Quando há chance de
sobrevivência do bebê o tratamento é a transfusão sanguínea e a cesariana. Se mesmo após a
retirada do bebê por cesariana o útero não se contrai e não parar de sangrar, é necessária a
cirurgia para a retirada do útero (histerectomia), evitando, assim, o óbito materno (morte da
mãe) por sangramento.
Hipertensão na gestação

Sempre que houver pressão alta (níveis de pressão maiores que 140/90) em gestantes. A
hipertensão induzida pela gestação refere-se ao aparecimento da hipertensão em conseqüência
da gestação, ocorrendo após as 20 semanas de gestação e desaparecendo até 6 semanas após o
parto. O diagnóstico é feito através da pressão arterial diastólica (mínima) igual ou superior a
90 mmHg ou o aumento da pressão arterial acima de 15 mmHg do valor medido antes de 20
semanas de gestação.

Quando a hipertensão na gravidez estiver associada à perda de proteínas pela urina


(proteinúria), teremos um quadro chamado pré - eclâmpsia ou toxemia gravídica. O conceito
de pré - eclâmpsia ou toxemia gravídica é o aparecimento de hipertensão arterial
acompanhada de proteinúria em gestação acima de 20 semanas, podendo haver ou não edema
(inchaço) nas pernas, rosto e mãos.

Hipertensão é o aumento dos níveis tensionais acima de 140 x 90 mmHg. A pressão arterial
deve ser medida com a paciente sentada e confirmada após período de repouso em 3 medidas.

Proteinúria significativa é aquela com valores iguais ou maiores a 300 mg de proteína na


urina coletada durante 24 horas.O diagnóstico é clínico e laboratorial: medida da pressão
arterial, pesquisa de edema (inchaço) e dosagem de proteínas na urina.

A pré-eclâmpsia pode ser grave se houver algum dos achados abaixo:

✓ pressão arterial diastólica igual ou maior que 110mmHg

✓ presença de mais 2,0 g de proteínas na urina de 24 horas

✓ diurese (volume de urina) inferior a 500 ml/dia ou 15 ml/hora;

✓ níveis séricos de creatinina maiores que 1,2 mg/dl

✓ dor de cabeça importante, vômitos e visualização de escotomas (estrelinhas)


✓ sinais de falência cardíaca (falta de ar, cansaço, aumento do número de batimentos
cardíacos)

✓ dor abdominal, principalmente sobre a região do fígado

✓ diminuição do número de plaquetas no sangue e distúrbio dos fatores responsáveis


pela coagulação

✓ aumento de enzimas hepáticas

✓ presença de líquido amniótico em quantidade diminuída e feto pequeno para a idade


gestacional (menor do que o esperado).

Fatores de risco para mulher apresentar pré-eclâmpsia:

✓ primeira gravidez

✓ história de familiares com pré-eclâmpsia ou eclampsia

✓ ter apresentado pré-eclâmpsia em gestação anterior

✓ ser a gestação gemelar

✓ ter hipertensão arterial crônica, nefropatia, lupus ou diabetes

Eclâmpsia

Eclâmpsia é o aparecimento de convulsões que não podem ser atribuídas a outras causas
(como derrame cerebral ou intoxicação por drogas) em pacientes com quadro de pré-
eclâmpsia. Pacientes com pré-eclâmpsia podem evoluir para eclâmpsia. No manejo destas
pacientes leva-se em consideração a idade gestacional (tempo de gestação) e a gravidade da
pré-eclâmpsia (leve, grave ou eclâmpsia) para que se escolha a conduta mais adequada. O
tratamento definitivo é a interrupção da gestação, entretanto algumas vezes é possível
aguardarmos o amadurecimento do feto para realizar o parto.

Pré-eclâmpsia leve com feto a termo:

✓ interrupção da gestação e indução do parto, se possível

Pré-eclâmpsia leve com feto prematuro:

✓ repouso, controle de pressão arterial, avaliação fetal e exames seriados visando


identificação da piora do quadro

Pré-eclâmpsia grave com feto a termo:

✓ equilibrar condições maternas, se necessário e após interromper a gestação

Pré-eclâmpsia grave com feto prematuro:

✓ avaliação materna e do bem estar fetal seriada, uso de corticosteróides para ajudar o
amadurecimento do pulmão fetal e interromper a gestação

Eclâmpsia com feto a termo ou pré-termo:

✓ A conduta na eclâmpsia visa inicialmente tratar as convulsões e os distúrbios


metabólicos maternos e logo após a gestação deve ser interrompida.

Nos países desenvolvidos a doença hipertensiva da gestação é a principal causa de


mortalidade materna.

Síndrome HELLP
É uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas) que ocorre com o agravamento do quadro de
pré-eclâmpsia. HELLP é uma sigla cujo significado é: H: hemólise (fragmentação das células
vermelhas do sangue na circulação); EL: alteração das provas de função hepática (elevated
liver functions tests) e LP: diminuição do número de plaquetas (células que auxiliam na
coagulação) circulantes (low platelets count). Quando uma gestante com pré-eclâmsia
apresenta alterações laboratoriais ou clínicas compatíveis com hemólise, alteração das
enzimas hepáticas e diminuição das plaquetas está com a síndrome HELLP. O tratamento da
síndrome HELLP é a correção dos distúrbios maternos permitindo que a gestação seja
interrompida de forma mais segura possível, independente da idade gestacional. Esta
síndrome está associada a um mau desfecho materno e fetal, com complicações maternas
graves como edema agudo de pulmão, falência cardíaca, insuficiência renal, CIVD
(coagulação intravascular disseminada) com hemorragias importantes, ruptura do fígado e
morte materna.

Hipertensão Crônica Associada à Gestação

A hipertensão na gestante é crônica quando ocorre antes de 20 semanas de gestação, quando


já havia sido diagnosticada previamente a gestação e quando a hipertensão não desaparece até
6 semanas após o parto. A hipertensão crônica pode ser essencial (não se conhece a causa), de
origem renal, vascular (coarctação da aorta) e endócrina (doenças da supra-renal). Durante a
gestação os níveis de pressão costumam diminuir. Se a paciente for hipertensa crônica e
engravidar seus níveis pressóricos poderão diminuir ou não. É importante conhecer os níveis
pressóricos antes da gestação. Este diagnóstico é fácil de ser realizado pelo seu médico.
Pacientes hipertensas devem consultar seu médico para serem avaliadas quanto à gravidade de
sua doença e informadas dos problemas que poderão surgir durante a gestação. As hipertensas
graves devem estar cientes dos riscos maternos antes da concepção. Algumas medicações
freqüentemente utilizadas por mulheres hipertensas não devem ser utilizadas durante a
gestação. Por exemplo, um grupo de anti-hipertensivos chamados inibidores da ECA (enzima
conversora de angiotensina) podem levar a alteração da função renal do feto bem como morte
fetal. Seu médico deve orientá-la em relação às medicações que podem ser utilizadas para o
tratamento da hipertensão na gestação.

Hiperemese gravídica

O quadro clinico de hiperemese gravídica é encontrado na paciente no curso de sua gestação,


que apresenta náuseas e vômitos, muitas vezes levando a um comprometimento de seu estado
nutricional. Acomete 60% a 80% das gestantes no primeiro trimestre no período gestacional
compreendido entre a 12-16 semanas.

Fatores etiológicos:

Multifatorial, há os componentes afetivos, psicossocial e psicodinâmico, em suas varias


modalidades.

E um quadro clinico muito controverso, mas o que está mais em evidencia são, os níveis
elevados de estrógenos, progesterona, gonadotrofinas coriônicas, relaxamento da musculatura
lisa do estomago e os componentes imunológicos.

Solução clínica:

Melhora à medida que aumenta a idade gestacional.

Agravando-se com a piora da sintomatologia, podendo chegar a um D.H.E com suas variações
metabólicas , perda de peso, que em media é de 4% a 10%. Chegando-se a um internamento,
em virtude do agravamento do quadro clinico com conseqüências para o concepto.

Fatores predisponentes:
Podemos citar a gemelidade, primigestas, adolescentes, gravidez não programada.

Tratamento:

Avaliação clinica da paciente, hidratação, reposição de eletrólitos, complexos vitamínicos.

Evitar alimentos irritantes gástricos, gorduras.

Acompanhamento por Nutricionista

Acompanhamento por Psicólogo.

Diabetes Gestacional

Mulheres que não têm histórico de diabetes na família podem vir a desenvolver a doença,
temporariamente, durante a gravidez, esse risco é maior quando a mulher ganha muito peso
durante o período de gestação, mais ainda se for uma mulher de idade acima dos 35 anos. É
um tipo de diabetes que tende a regredir espontaneamente, mas mesmo assim requer cuidados
porque pode afetar o bebê, o feto vive no útero materno, em regime de alta glicemia, o
excesso do açúcar no sangue da mãe faz com que tanto a mãe quanto a criança fiquem acima
do peso ideal. O choque acontece quando, após o parto, o bebê entra em hipoglicemia, pois o
ambiente uterino não está mais fornecendo glicose.

Causas, sintomas e efeitos

São várias as causas do diabetes gestacional, sem descartar o stress, que provoca alterações no
sistema de defesas do organismo materno. Essas causas são o excessivo ganho de peso,
alimentos doces em demasia, a falta de atividade, o fumo. No diabetes gestacional, alguns
alimentos são proibidos e, se ingeridos, agravam ainda mais o quadro.

Os sintomas da mulher grávida variam muito de pessoa para pessoa, embora alguns possam
ser comuns e mais visíveis, como o excessivo ganho de peso, inchaço, comer demais. Ela
também pode se queixar de vômitos incontroláveis, sua urina se modifica ou é abundante,
visão turva (às vezes, necessitando de óculos temporariamente) e, em alguns casos, a mulher
deve ser internada a intervalos regulares e monitorada em ambiente hospitalar.

Vários fatores em conjunto, durante a gravidez, podem então fazer com que a glicose não seja
utilizada adequadamente e, neste caso, ela se acumula no sangue, sendo o excesso eliminado
através da urina. A falta ou a não-ação da insulina impede o organismo de aproveitar as
proteínas, as gorduras e os hidratos de carbono, fontes de energia do organismo.

Exames e tratamento

- Controle da urina e do sangue através de testes específicos (por exemplo, o teste de


glicemia, que é a quantidade de açúcar no sangue), controle sistemático de peso,
acompanhamento pré-natal intensificado.

- No diabetes gestacional, como nos outros tipos de diabetes, é importante saber que a maior
parte do tratamento deve ser feita pelo paciente, e não pelo médico. Este apenas tem o papel
de educar a grávida para que ela se auto regule, além de oferecer todas as informações para
garantir que ela saiba como conduzir a gravidez.

- Se a mulher não tem histórico de diabetes na família, a melhor forma de evitar a doença
durante a gravidez é através da alimentação. Uma vez constatado o diabetes, convém, além
dos cuidados médicos, seguir orientação de um nutricionista.

A mulher que tem propensão maior ao diabetes deve confiar seu pré-natal a um médico que
esteja disponível e acessível para dar orientação, inclusive por telefone, pois ela pode precisar
dele a qualquer momento. Exercícios de relaxamento contribuem muito para prevenir e
controlar a atuação do sistema imunológico. Em circunstâncias ideais, o sistema imunológico
confere ao organismo todas as defesas contra as doenças, fortalecendo a mãe e o bebê. Ao fim
da gestação, fazer exames e controles, pois o diabetes tende a desaparecer, neste caso, assim
como veio.
Gravidez ectópica

É qualquer gestação localizada fora da cavidade uterina. Podem ocorrer em tubas uterinas,
abdome, ovário e outras localizações do útero.

Fatores pré-disponentes:

- Aderência de tuba uterina

- Salpingite

- Anomalias congênitas

- Gravidez ectópica prévia

- Uso de DIU

- Abortos induzidos

Sinais e sintomas:

Dor abdominal

Sangramento vaginal diferente de menstruação

Náuseas, vômitos ou desmaio

Tratamento:

Cirúrgico através da retirada do concepto.

Cuidados de enfermagem:
✓ Aferir sinais vitais
✓ Preparo pré-operatório
✓ Observar e anotar volume e aspecto de sangramento
✓ Observar, anotar e comunicar queixas álgicas
✓ Administração de medicamentos

Aborto

É a interrupção da gravidez, de forma natural ou provocada, antes da obtenção da viabilidade


fetal (20 semanas ou 500g).

Causas:

Normalmente desconhecida, mas 50% são originadas de anomalias cromossomiais. Estado


nutricional da gestante deficitário. Doença viral na gestante (rubéola, toxoplasmose, etc.) Uso
de drogas lícitas e ilícitas. Alteração de maturação de espermatozóide ou óvulo

Sinais e sintomas:

Dor abdominal em forma de cólica, dor lombar, sangramento vaginal

Complicações:

Hemorragia, infecção uterina, septicemia

Cuidados de enfermagem:

✓ Aferir sinais vitais


✓ Avaliar o volume e coloração do sangramento
✓ Observar, no sangramento, presença de membranas ou restos fetais
✓ Preparo pré-operatório, se necessário
✓ Preparo para exames de imagem, se necessário.

Patologias Ginecológicas

Síndrome do ovário policístico

Hoje, quase todas as mulheres são submetidas ao exame de ultra-som ginecológico em alguma
fase da vida. Esse procedimento permitiu identificar vários cistos nos ovários em 20% a 30%
delas. São os ovários policísticos.

Na maior parte dos casos, porém, esses cistos não têm nenhuma importância fisiológica, não
modificam nada no corpo da mulher. Entretanto, ao redor de 10% deles, os ovários policísticos
estão associados a outros sintomas, principalmente a alterações menstruais, geralmente a longos
intervalos, às vezes até de meses, entre dois ciclos menstruais.

Os ovários policísticos podem estar associados, ainda, ao aparecimento de pelos no corpo, de


acne e da obesidade. É esse conjunto de manifestações que caracteriza a síndrome dos ovários
policísticos.

O ovário policístico é constituído por tecido normal, embora possua pequenos cistos, em geral
ao redor de dez.

Menopausa

Menopausa é a parada de funcionamento dos ovários. Ou seja, os ovários deixam de produzir os


hormônios estrógeno e progesterona. Não é uma doença, é apenas um estágio na vida da mulher.
A principal característica da menopausa é a parada das menstruações.
No entanto em muitas mulheres a menopausa se anuncia por irregularidades menstruais,
menstruações mais escassas, hemorragias, menstruações mais ou menos frequentes.

Não existe idade predeterminada para a menopausa, geralmente ocorre entre os 45 e os 50 anos,
no entanto pode ocorrer a partir dos 40 anos sem que isto seja um problema. Não há relação
entre a primeira menstruação e a idade da menopausa nem tão pouco existe relação entre a idade
familiar da menopausa e a da paciente.

Sintomas da Menopausa

Se bem que em algumas mulheres não sintam nada durante o período da menopausa, a maioria
poderá sentir alguns sintomas:

Ondas de calor

Suores noturnos

Insônia

Menor desejo sexual

Irritabilidade Depressão

Ressecamento vaginal

Dor durante o ato sexual

Diminuição da atenção e memória

Causa dos sintomas


O estrogênio é o hormônio básico da mulher. Sua produção começa na adolescência, quando é
responsável pelo aparecimento dos sinais sexuais secundários na mulher, e vai até a menopausa.
A falta de estrogênio causa as ondas de calor ou fogachos em aproximadamente 75 a 80 % das
mulheres.

O estrogênio também é responsável pela textura da pele feminina e pela distribuição de gordura.
Sua falta causará a diminuição do brilho da pele e uma distribuição de gordura mais masculina,
ou seja, na barriga.

É a falta de estrogênio que causa a secura vaginal que acaba por afetar o desejo sexual pois
transforma as relações em algo desagradável e doloroso.

O estrogênio também é relacionado ao equilíbrio entre as gorduras no sangue, colesterol e HDL-


colesterol. Estudos mostram que as mulheres na menopausa têm uma chance muito maior de
sofrerem ataques cardíacos ou doenças cardiovasculares.

Outra alteração importante na saúde da mulher pela falta de estrogênio é a irritabilidade e a


depressão. O estrogênio está associado a sentimentos de alta estima e a falta dele pode causar
depressão em graus variados.

Por último o estrogênio é responsável pela fixação do cálcio nos ossos. Após a menopausa
grande parte das mulheres passará a perder o cálcio dos ossos, doença chamada osteoporose,
responsável por fraturas e por grande perda na qualidade de vida da mulher. Estudos recentes
têm associado à falta de estrogênio ao Mal de Alzheimer, perda total da memória.

Tratamento da Menopausa: Terapia Hormonal

Se o que falta na menopausa é o estrógeno nada mais lógico que a base do tratamento seja a
reposição hormonal com o estrógeno.
Em mulheres que ainda tem o útero é importante associar a progesterona para proteger contra o
risco de câncer do endométrio.

Mas o mais importante hoje é que o tratamento deve ser individualizado. Médico e paciente
devem discutir todas as vantagens e riscos dos diversos tipos de terapia existentes e chegar a um
consenso sobre o que fazer.

Vantagens do tratamento:

Redução do Risco de Osteoporose. Redução dos riscos de doenças cardiovasculares. Melhora da


Depressão. Melhora da atividade sexual. Melhora da memória com possível prevenção da
Doença de Alzheimer.

Desvantagens:

Custo do tratamento. Tratamento prolongado. Volta da menstruação em algumas mulheres.


Agravamento da possibilidade de câncer de Mama em mulheres suscetíveis.

Infecção Urinária

A mulher é mais susceptível a infecção urinária, por sua própria constituição anatômica (uretra
mais curta). A proximidade da região vulvar e perineal, os hábitos de higiene, as relações
sexuais, traumatismos da uretra, a gravidez, o climatério (devido ao hipoestrogenismo), a
menopausa, o diabetes, os cálculos renais são fatores predisponentes.

A incidência de infecção urinária é mais frequente, na mulher na época de período reprodutivo


(gravidez). Embora possa ocorrer desde a infância até a velhice.
Como principal fator etiológico temos: E. coli que é o patógeno responsável por 80% das
infecções urinárias. A ascensão das bactérias se faz por via ascendente, a partir da uretra,
embora se cite as vias hematogênica e linfática.

A gravidez é um período da vida da mulher, onde há diminuição da imunidade celular daí a


maior incidência de infecções urinarias na grávida, devido à estase urinária associado com a
atuação relaxante da progesterona. Estima-se que 15% das grávidas são susceptíveis a um
quadro de infecção urinária. Repercussões: Maior número de partos prematuros, abortamentos,
infecção ovular.

Quadro clínico apresentado pela paciente:

Febre

Disúria

Ardência a micção.

Polaciúria dor lombar, dor pélvica.

Infecção urinária de repetição:

Neste quadro a paciente apresenta 3 ou mais infecções urinárias, durante 12 meses. A reinfecção
é resultante de microrganismo na flora do períneo.

Cuidados básicos para a mulher:

Esvaziar a bexiga após o ato sexual.

Higiene anal antero-posterior.


Aumentar a ingestão hídrica.

Não reter o ato miccional

Investigação Clínica:

A ultrassonografia deve ser solicitada em casos de infecções urinárias recorrentes na gravidez


para descartar, patologias renais. Fora do período gestacional outros exames devem ser
solicitados: urografia excretora, cistografia, tomografia, ressonância etc. para investigação
clínica.

Tratamento:

Existe condutas para tratamento de 3 dias, 7 dias 10 dias , 4 semana ou mais, dependendo da
gravidade da infecção .O seu médico é quem decidirá a conduta terapêutica e métodos de
investigação.

Miomas

Miomas são os tumores benignos (não cancerosos) mais comuns do trato genital feminino. Eles
também são conhecidos como fibromas, fibromiomas ou leiomiomas. Desenvolvem-se na
parede muscular do útero. Embora nem sempre causem sintomas, seu tamanho e localização
podem causar problemas em algumas mulheres, como por exemplo, sangramento ginecológico
importante e dor em baixo ventre.

As causas exatas do aparecimento dos miomas não são bem estabelecidas, mas os pesquisadores
acreditam que haja tanto uma predisposição genética quanto uma maior sensibilidade à
estimulação hormonal (principalmente estrogênio) nas mulheres que apresentam miomas.
Algumas mulheres que podem ter esta predisposição desenvolvem fatores que permitem que
estes cresçam sob a influência dos hormônios femininos. Isto explicaria porque certos grupos
étnicos e familiares são mais propensos a ter miomas.

Os miomas variam muito em tamanho. Em alguns casos eles podem causar um crescimento
acentuado do útero, simulando uma gravidez de até 5 ou 6 meses. Na maioria dos casos os
miomas são múltiplos.

Os miomas podem se localizar em diversas partes do útero. Existem, basicamente, 4 tipos de


mioma:

1- Subserosos: aparecem e se desenvolvem abaixo da camada (serosa) externa do útero e se


expandem através desta, dando ao útero uma aparência nodular. Tipicamente não afetam o fluxo
menstrual, mas podem causar dores em baixo ventre, na região lombar e sensação de pressão no
abdômen. Este mioma pode desenvolver uma haste ou pedículo, tornando-o difícil de distinguir
de um tumor ovariano na ultra-sonografia.

2-Intramurais: desenvolvem-se na parede do útero e se expandem para dentro, aumentando o


tamanho do útero. É o tipo mais comum de mioma. Podem causar sangramento menstrual
intenso e dores no baixo ventre e na região lombar e/ou sensação de pressão generalizada em
baixo ventre, de que muitas mulheres se queixam.

3-Submucosos: estão justamente abaixo do revestimento interno do útero (endométrio). É o tipo


menos comum de mioma, mas o que pode causar mais problemas. Mesmo um pequeno mioma
submucoso pode causar sangramento ginecológico maciço.

4-Pediculados: são os miomas que inicialmente crescem como subserosos e se destacam


parcialmente do útero, ficando a ele ligado apenas por uma pequena porção de tecido chamado
pedículo. Podem ser confundidos na ultrassonografia com tumores ovarianos.
Sintomas

A maioria dos miomas não causam sintomas – apenas 10 a 20% das mulheres que têm miomas
necessitarão de tratamento. Dependendo de sua localização, tamanho e quantidade, a mulher
pode apresentar os seguintes sintomas:

Períodos menstruais prolongados e com fluxo aumentado, sangramento fora de época, algumas
vezes com coágulos, podendo levar à anemia. Este é o sintoma mais frequentemente associado
aos miomas.

Aumento de intensidade das cólicas menstruais.

Dor em baixo ventre, ou mais precisamente, sensação de pressão ou desconforto causado pelo
tamanho e peso dos miomas que pressionam as estruturas adjacentes.

Dor na região lombar, flanco ou pernas (os miomas podem pressionar os nervos que inervam o
baixo ventre e as pernas).

Dor durante o ato sexual.

Pressão no sistema urinário, o que tipicamente resulta no aumento da frequência da micção,


principalmente à noite.

Pressão no intestino grosso, levando à prisão de ventre e retenção de gases.

Aumento do volume abdominal que pode ser mal interpretado como ganho progressivo de peso.

Predisposição:
Miomas são tumores muito comuns. O número de mulheres que têm mioma aumenta com a
idade até a menopausa, quando então eles regridem pela falta de estímulo hormonal.

Mulheres negras apresentam risco maior de desenvolver miomas: 50% delas podem ter miomas
de tamanho significativo. Não se sabe ao certo o porquê, embora pareça haver um fator genético
desempenhando papel importante.

Embora os miomas possam aparecer na mulher aos 20 anos, a maioria das mulheres não
apresenta sintomas até os 30-40 anos. Os médicos não são capazes de prever se um mioma vai
crescer ou causar sintomas.

Diagnóstico

Geralmente os miomas são detectados primeiro durante um exame ginecológico, quando o


médico percebe o aumento do tamanho do útero. A presença dos miomas é então confirmada por
uma ultrassonografia abdominal. Este é um exame indolor no qual o médico move um
instrumento (transdutor) parecido com um "mouse" sobre a superfície abdominal. Ondas de som
são transmitidas através da pele e permitem ao médico "ver" o tamanho, forma e textura do
útero. Uma imagem é exibida numa tela de computador à medida que o médico realiza a
ultrassonografia. Quando a intenção é apenas a realização da histerectomia (cirurgia de retirada
do útero) em nosso serviço consideramos este exame suficiente.

Para as pacientes que desejam preservar seus úteros e são candidatas a uma embolização, a uma
miomectomia ou para saber se podemos apenas manter os miomas sob observação realizamos
uma ressonância magnética de pelve, exame igualmente indolor e que fornece um diagnóstico
mais preciso.

Displasia Mamária
O termo displasia mamária encerra uma grande variedade de condições clínicas e
histopatológicas, cujas principais manifestações são a mastalgia e graus variados de
espessamento do parênquima mamário. A classificação das doenças benignas da mama, onde se
inclui a displasia mamária, tem sido objeto de numerosos estudos. Apresenta ampla sinonímia,
como mastopatia fibrocística, mastopatia crônica cística, alterações fibrocísticas, mastopatia
funcional.

Diagnóstico:

É baseado nos dados de anamnese, propedêutica física e subsidiária, quando esta se fizer
necessária. É importante ressaltar que, na maioria dos casos, inspira-se apenas na sintomatologia
característica e na propedêutica incruenta. Os métodos invasivos (punção, biópsia, exérese de
nódulo ou setor) são indicados naqueles casos em que é imperioso o diagnóstico diferencial com
o carcinoma. Dor, tumor e fluxo papilar constituem a tríade sintomática da mastopatia
fibrocística.

Devemos lembrar que após excluir doença maligna ou inflamatória o tratamento é puramente
sintomático. Nesse sentido, a terapia mais importante é o esclarecimento para a paciente de que
esta não é portadora de doença maligna ou que predisponha ao carcinoma. A terapêutica é
baseada principalmente na orientação verbal e psicoterapia de apoio. Em casos selecionados
pode-se indicar terapia medicamentosa com uso de progesterona, diurético, tamoxifeno,
bromoergocriptina e danazol. A cirurgia é praticada em casos excepcionais. Em adição à
vitamina E, mostrou aliviar os sintomas da displasia mamária na maioria das mulheres e causou
a regressão em algumas. O mecanismo é desconhecido.
Terminologias Ginecológicas

Menarca – 1a. Menstruação.

Telarca – desenvolvimento das mamas.

Pubarca- desenvolvimento dos pêlos pubianos.

Dispareunia – dor na relação sexual.

Hipermenorréia é a menstruação que dura mais de 5 dias.

Hipomenorréia é a menstruação que dura menos de 2 dias.

Metrorragia é um sangramento não excessivo que ocorre fora do período menstrual em

intervalos irregulares.

Polimenorréia é o sangramento regular que ocorre em intervalos menores que 21 dias.

Oligomenorréia é o sangramento menstrual que ocorre em intervalos maiores que 34 dias.

Menometrorragia é o sangramento intenso e irregular.

Amenorréia é a ausência de menstruação.

Amenorréia primária é a ausência de menstruações até os 18 anos de idade.

Amenorréia secundária é a ausência de fluxos menstruais por pelo menos 3 meses.

Dismenorréia é a dor às menstruações.

Grávida – refere-se à gravidez, independente da duração.


Para - refere-se aos partos anteriores.

Gesta - refere-se às gestações anteriores e atual.

Nuligesta - é a mulher que nunca engravidou

Nulípara – é a mulher que nunca pariu.

Primigesta – é a mulher grávida pela primeira vez.

Multigesta – é a mulher que teve mais que três gestações.

Parturiente – é a mulher em trabalho de parto.

Primípara – é a mulher que pariu pela 1ª vez.

Secundípara

Tercípara

Multípara – é a mulher que pariu mais de três vezes.

Puérpera - mulher que se encontra no puerpério (período pós-parto).

Puerpério -período pós-parto onde as modificações locais e sistêmicas ocorridas na gestação,


retornam ao estado pré-gravídico.
Referências Bibliográficas

Ministério da Saúde (BR). Assistência pré-natal : normas e manuais técnicos. Brasília (DF):
Ministério da Saúde; 1998.

Ministério da Saúde (BR). Gestação de alto risco. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2000.

Ginecologia, Günther Kern, 2ª edição, Guanabara Koogan, 1978.

Programa de Educação a Distância de Medicina Familiar e Ambulatorial - PROFAM - Entrega


VI, Cap. 45, 2003, Gráfica Centenário, Argentina.

Manual de Condutas em Obstetrícia- Hermógenes Chaves netto.

Protolocolos de Condutas em Gestação de Alto Risco

Obstetrícia- Jorge de Resende

DELASCIO,D. GUARIENTO,A. Obstetrícia Normal Briquet. 3ed.São Paulo:


Sarvier, 1981.

MINISTÉRIO DA SAÚDE/EQUIPE DE ELABORAÇÃO. Assistência Pré-Natal:


Manual Técnico. 3ed. Brasília: Secretaria de Políticas de Saúde, 2000.

Agradecimentos

Agradecemos a toda equipe do Colégio Técnico São Bento e em especial a Professora


Débora Cristina Costa de Jesus que participou da revisão desta apostila.

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