Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 -O artigo 399, parágrafo 2º, do CPP previu a regência de dois princípios gerais do
direito processual penal a partir de 2008, quais são eles? A jurisprudência alterou a
aplicabilidade regencial do dispositivo, diga de que maneira.
Com certo atraso, através da reforma proporcionada pela Lei nº 11.719 de 2008, fora
introduzido no parágrafo 2º do art. 399 do Código de Processo Penal o princípio da identidade
física do juiz, dispondo que “o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença”, cuja
regra encontra-se ligada à garantia do juiz natural prevista no art. 5º, incisos LIII e XXXVII,
da Constituição Federal, fazendo observância também aos subprincípios da oralidade,
concentração dos atos e imediatidade (ou imediação das provas).
Por este princípio entende-se que o juiz que presidiu a instrução deverá ser o mesmo a
proferir a sentença. No entanto, Aury Lopes Jr. (2019), cita que provas colhidas à distância de
outras comarcas através de carta precatória ou rogatória, como por exemplo, o depoimento,
constituem exceções a aplicação do princípio.
Quanto ao princípio da imediação das provas, semelhante ao princípio da identidade
física do juiz, o magistrado deverá proceder direta e pessoal a colheita das provas, conforme
preceitua o art. 446, inciso II do CPC/1973 (dispositivo reproduzido no art. 371 do
CPC/2015), necessitando, portanto, de uma atuação mais direta e efetiva do juiz em relação às
provas produzidas, em especial, a prova oral, uma vez que o princípio prestigia o contato
direto do magistrado com as provas.
Além das exceções normativas citadas acima, a jurisprudência realizava a
flexibilização do dispositivo utilizando suplementarmente a regra do art. 132 do Código de
Processo Civil de 1973, no entanto, regra similar não consta expressa na Lei nº 13.105/2015,
quanto a este fato, Pacelli (2019), entende que apesar de revogado, os princípios reitores do
antigo CPC devem-se permanecer ativos.
No mais, salienta-se também que a jurisprudência vem considerando como ato
vinculativo do princípio da identidade física do juiz e da imediação das provas a fase do
interrogatório, e não a fase de instrução probatória, como está descrito em norma.
Neste sentido, Aury Lopes Jr. (2019, mídia digital) faz a seguinte ponderação quanto a
alteração do art. 212 do CPP.