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MONSENHOR ASCANIO BRANDÃO

S. Judas Tadeu
V 1 D A
MARTIRIO
E CULTO

N lhil obatat
a.Joa6 doa Campo•. 23-11-1947
Pe. Oswaldo Barros Bindão
C....or

Imprúnatur
Taubat,, 38-V-lH?
t Franclscus Episcopus Dioces11us

INDICE

Aos leitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • • . . . . . . . • • . . • . . 7

CAP1TULO 1

Quem é S. Judas?
O nome de S. Judas . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . • . . • . . 15
Parentesco com Jesus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . • . 19
Judas Apóstolo . . . . . . . . . . . . . , . . . . • . . . . • . . . • • . • • . 23

S. J��l! �p �v�gelho
Na e�ql� �� M�re Divino . . . . • . . . . . . . • . . . . • . . . , 33
S. Juda,s :i;io çe.nácµlo • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 37
A traiçi,o anunciada . . . • . . . . • • . • • • . . • • . • . • . . . • • • ,1
Instituição da Eucaristia • . . • • . • . . . . . . • . • . . . . . . . • . 4oS
S. Judas na Paixão de Cristo . . . . • . . . . . . . • . . . . • . • 47
Após a Ressurreição 53

3 - -

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Missão dos·Apóstolos . . . . .. . ... .. . . .. .. ... .. .. . 57
S. Judas na At1censão do S enhor . . . . . . . . . • . . ;. .. . 59
A substituição de Judas Traidor . .. .. ... ... .... .. . 61
Vinda do Espírito Santo . ....... ................. 63
O Credo dos Apóstolos . . . . . . . . . . . . . • . . ....... .. . 65
S. Judas e Maria Santíssima . ... .. .. . .. .. .. . .. .. . 69

CAPITULO III

S. Judas escritor Sagrado


A Epístola de S. Judas . . . . . . . . . . • . . . . . . . . • . . . • . . . 77
Cuidado com o! herejes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . 81
Profecias sôbre os herejes ....................... . 83
Comentários (Introdução) ...................... . 85
Exemplos e lições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . • . . . . . 89
Q ue sao
- os here1es.
.
? . . . . . . . . . . • . . • . • • . . . . . . . . . . . 93
Advertências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . • • 95
Conclusão .............................. , , 97
.
. . . . .

O livro de Enoque . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . 99
Duas epístolas semelhantes ." . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . 105

CAP1TULO IV

S. Jodu pregador
S. Judas em Mesopotâmia . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . • • • 115
S. Judae em Edessa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
Uma carta de Jesus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . ... . 125
Encontro com Abgar . . . . . . . . . . . . . . . • , • . . . , • . • . .. 131
A cura miraculosa . • . . . . . . . . . . . . . • . . • , .... . . ... . 133
S. Juda! salva um inocente da calúnia • • . . • . . . .
. • • . • 137

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CAPfTULO V

S. Judas Mártir de Cristo

S. Judas Mártir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145


S. Judas, os feiticeiros e encantadores . . . . . . . . . . . . . 15 1
A grande disputa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
As Serpentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 1
Uma narração do Martírio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163

CAPfTULO VI

Culto e relíquias de S. Judas

Relíquias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 1
Na Basílica do Va ticano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183
Outrns relíquias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187
Um documento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
Na Alemanha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199
A devoção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205

CAPITULO VII

S. Judal!I na Liturgia - Orações


O Santuário de S. Judas Tadeu

Missa em honra de S. Judas Tadeu . . . . . . . . . . . . . . . 213


Oração dos Santos a S. Judas Tadeu ........... :� 231
Orações a S. Judas Tadeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235
O Santuário de S. Judas Tadeu em S. Paulo . . . . . . . . 257

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AOS LEITORES

A devoção a 8. Judas Tadeu. é hoje verda­


deiramente irnpressfonante em tóda parte. Há
mn grande fervor e um entusiasmo sempre
crescentes pelo Santo Apóstolo de Cristo. O
povo o invoca e sente a proteção t1aliosa do
G1·ande Tauma turgo . Há devoções que a Di­
vina Providência res e rva para certas épocM,
,,mbora sejam da._� mais antigas e tenham
ficado esquecidas durante séculos muita&
vêzes. Não foi ass im por ememplo com a
devoção a 8. José até o século de Santa Te.­
rua1
�Vartires da .lgreja, prim.itiva como Santa
Filomena e Sto. Expedito s6 tiveram um cUlto
fervoroso e fizeram prodígios e mila,gres ttoa
ú lt imos tempos. Designios da Providência!
S. Judas cujo nome lenibr av a sempre o do
Traidor foi bem esquecido em aJ,g11li"3 akuJoa.
Diz-nos todavia a História que em 6poMB
remotas, sobretudo na Iàa,de MúUa, o SaM,to

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.Apóstolo foi muito invocado e o consideravam
um Grande Taurnah.trgo.
Teve devotos e apóstolo.<; fervorosos do
seu, culto como S. Berna·rdo, S. Gertrudes e
01.ttros. Hoje se revigora admiravelmente a
devoção ao Grande Apóstolo de Cristo. Há
uma grande curiosidade dos fiéis em torno da
Vida e prodigios do Santo. E, infelizmente, há
também grande confusão e ignorância em
certas devoções supersticio.ças sob o nome de
devoção a S. Judas.

Era mistér uma Vida ou, algo que viesse


esclarecer os fiéis, e mostrar quem foi S. Judas
Tadeu.

Esta.<r páginas se destiruim a 1'.sto. Estudei


os documentos que nie piiderani chegar às
rnãos. Percorr·i as páginas de muitos Flos
Sanctorum e recorri à grande fonte erudita
dos Bollandistas. Não quís fazer uma obra de
rigorosa crítica e nem de erudição e longas·
discussões em torno de pontos históricos
co1itrovertidos e mil vê.zes discutidos, sem
conclusão alguma. E11itei as controversias e
longas discu&sóes dos eruditos e sábios Bollan­
distas. Servi-me das opiniões ,mais seguras
de alguns Santos Doutores e historiadores
antigos, e aproveitei tudo quanto encontrei na

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.História, nas tradições, e nas opiniões pro­
vaveis de bons escritores. Os Bollandistas
distinguem S. Judas Tadeu de S. Tadeu,
contra a opinião de S. Jeronimo que não
di.�tingue dois Santos com éste nome. Muitos
autores e vários Flos Sanctorum contam
indistintamente os fatos da vida de S. Ju­
das conhecidos pela. Tradiçfio e através de
al,quns antigos historiadores, sem distin­
guirem S. Judas de S. Tadeu. Ora, tomei
o mais seguro partido que me pareceu o de
S. Jeronimo e de inúmeros Autores abalizados,
e fugi das discussões dos Bollandistas que me
pareceram inúteis. Preferi ffoar com S. Jero­
nimo. Os Santo,{/ Apóstolos que viveram na
intimidade de Cristo No.{/SO Senhor, merecem
nossa devoção toda especial. A Igreja os
celebra em sua Litúrgia com toda pompa do
seu rito. S. Judas além de Apóstolo de Cristo,
pertenceu à famf,lia Santa e privilegiada que
deu ao mundo o Salvador. Mais um motivo
para a nossa crença de que deve ter Êle grande
poder junto de Deus no céu para nos socorrer.
Que estas páginas levem a rwuitas almas
um aumento de fervor e um desejo de imitação
na devoção a S. Judas e esclareçarn muitos
espíritos.

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Em 8. Paulo o templo Santuário de 8.
Judas tornou-se ·u.m centro de edificante pie­
dadB e renovação espiritual. Sente-se ali a mão
de Deus mostrando que quer a glorificação do
Smito Apóstolo.
Estas páginas sirvam de estimulo aos
devotos e esclareçam os que pela ignorância
ainda se sentem confusos ante o nome de J11.das
q11.e traz o Santo .Apóstolo Ta1l/maturgo.

o AUTOR

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C A P I T U LO 1

�uem
"'
e
S. Judas?

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�uem
""'
e
S. Judas ?

O NOME DE J UDAS
PARE NTESCO COM J E SUS

S. J UDAS - APOSTOLO
O NOME DE S. JUDAS

'Ü Grande Santo tem diversos no­


mes : S. It:lateos no E vangelho e. X-3 o
chama simplesmente Tadeu e o coloca
no décimo lugar entre os doze apóstolos.
O mesmo nome, o mesmo lugar ocupa o
Santo Apóstolo no E vangelho de S.
Marcos III - 18. No Evangelho segundo
S. Lucas está no décimo primeiro lugar
e é chamado ] udas, irmão de S. Tiago.
No texto Grego S. Judas é chamado
Lebeu que segundo Cornélio A. Lapide
vem de duas palavras hebráica : Leb que
significa cordato, bondoso ou corajoso.
Tadeu porém, segundo ainda Cornélia A.
Lapide, vem da palavra siriaca Thad que
significa Mamman que quer dizer : 'Mise­
ricordioso benigno.
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Podemos pois concluir que o Santo
Apóstolo tem três nomes : Judas, Tadeu
e Lebeu.
O nome de S. Judas foi muitas vêzes
substitui�o pelo de Tadeu por causa do
nome de Judas Iscariote o traidor. Os
próprios evangelisfas como S. João ao
se referirem a Judas Apóstolo diziam :
Judas, não o Iscariote ou o traidor. Ora, o
nome execrado do Iscariote ficou para
sempre odiado. Daí o esquecimento do
culto de S. Judas e o ser invocado sempre
com o nome de S. Tadeu. Hoje porém,
como que desejando mesmo dar a Nosso
Senhor uma reparação da traição de
Judas Iscariote, a cristandade lembra o
nome de Judas, discípulo querido e fiél
de J esus, parente consanguineo do Re­
dentor, e o fidelissimo Apóstolo que
tanto fez e padeceu por Jesus Cristo e o
amou tanto neste mundo.
S. Judas é o nome com que invocamos
o Apóstolo que se chama também Tadeu
ou Lebeu. Na verdade a etimologia do

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11ome segundo os intérpretes, significa o
que realmente é o grande Santo: Miseri­
c·ordioso, Benigno, Bondoso e destemido
.-in confessar e morrer pelo nome de
( :risto.

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O PARENTESCO DE S. JUDAS COM
JESUS CRISTO

J udas era parente consaguineo do


Divino Redentor. Pertencia à Família
privilegiada da qual saiu Aquele que foi
o Desejado das Nações e o Salvador do
Mundo. No Evangelho vemos que diziam
ao ver J esus fazendo prodígios : " Não é
êste o carpinteiro, filho de ·Maria e irmão
de Tiago? Não se chama Maria sua Mãe
e seus irmãos Tiago José Simão e Judas?
Irmãos eram chamados os primos ou
parentes. Isto encontramos muitas v.êzes
na Escritura. Frequentemente os livros
Santos chamam aos parentes de irmãos.
Judas parente de Jesus, era chamado
pelo E vangelista irmão de Jesus.
A glória de S. ] udas é sem dúvida
dentre as muitas, a de ser parente e cansa-
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guineo do Redentor do mundo. Foi um
dos apóstolos escolhidos por j esus.
Depois de haver passado uma noite em
oração o Divino Mestre chamou os pri­
meiros discípulos.
"E quando chegou o dia, escreve o
Evangelista S. Lucas, chamou os seus
discípulos, escolheu doze dentre êles e os
denominou apóstolos. (Lucas VI - 1 3)
e em seguida enuncia os nomes dos doze :
Simão a qtJ.em deu o sobrenome de
Pedro, e André seu irmão, Tiago, João,
Felipe, Bartolomeu, Mateus e Tomé e
Tiago filho de Alf eu, e Simão, Zelador
e Judas irmão de Tiago, e Judas Iscao.
riotes que foi o traidor.
Notemos como o Evangelista no­
meia juntos os dois discípulos com o nom�
de Judas e distingue S. Judas, irmão de
Tiago e outro que foi o Traidor"
Judas Tadeu era pois do número dos
doze escolhidos por J esus Cristo. Tem a
glória dos apóstolos. E uma das colunas
e fundamentos da Igreja.
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Primo de J esus como afirmam com
toda autoridade Origines (ln Epist. ad
Rom. De Princ) . Tertuliano ( De cultu
fem 1 ,4) Santo Epifanio, S. Jeronimo.
(in Math XIl-47) .

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S. JUDAS ESCOLHIDO APóSTOLO

A eleição dos doze Apóstolos nos ê­


narrada pelos E vangelistas S. Mateus
cp X-2, 4-S. Marcos 111- 13-19 S. Lucas
Vl-13- 1 6.
Assim se lê na Concordância Evan­
gélica : " Aconteceu que, naquele tempo
foi Jesus orar numa montanha onde
passou a noite orando a Deus. Ao
amanhecer, chamou a si os que lhe pa­
receu e êles vieram. Dentre eles escolheu
doze que denominou apóstolos para
envia-los a pregar e deu-lhes o poder de
curar as enfermidades e de expuISar os
demonios. Eis aqui o nome dos dore
Apóstolos: o primeiro que é chamado
Pedro e André seu irmão; Tiago de
Zebedeu e João seu irmão aos quais deu
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o nome de Boanerges que quer dizer
filho do trovão; Filipe e. Bartolomeu;
Tomé e Mateus o publicano; Tiago filho
de Alfeu, e Judas chamado também
Tadeu; Simão o Cananeu chamado Ze­
lotes, e Judas Iscariotes que foi o
traidor."
= ""-=
· · Apóstolo, quer dizer enviado, embai­
xador de Deus. Os Apóstolos são doze, e
êste é o número consagrado-; S. Pedro é
sempre nomeado em primeiro lugar por
ser o Chefe da Igreja. Si se tratasse
apenas de um número de ordem caberia
a primazia a S. André que foi o primeiro
escolhido ou a S. João que foi o discípulo
amado. O nome de Pedro em primeiro
lugar dá a entender o primado no Colégio
Apostólico. O nome de S. Judas vem
conforme os Evangelistas S. Mateus
-

o coloca no décimo lugar ; S. Marcos


também no décimo. S. Lucas no décimo
primeiro e os Atos dos Apóstolos em
último lugar no décimo primeiro, porque ·

não nomeam Judas o traidor.


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O quadro dos Apóstolos segundo os
Evangelhos, exceto o de S. J oão que
nomea alguns discípulos mas não traz a
lista completa deles, é o seguinte :

S. Mateos S.Marcos

Simão Simão
André Tiago
Tiago joão
j oão André
Felipe Felipe
Bartolomeu Bartolomeu
Tomé Mateos
Mateos Tomé
Tiago de Alfeo Tiago de Alfeo
Tadeu Tadeu
Simão Cananeo Simão Cananeo
Judas Iscariotes J udas Iscariotes

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S. Lucas Atos aos Apostolados

Simão Simão
André João
Tiago Tiago
j oão André
Felipe Felipe
Bartolomeu Tomé
Mateos BartoJomeu
Tomé Mateos
Tiago de Alfeo Tiago de Alfeo
Simão Zelotes Simão Zelotes
Judas Tadeu Judas Tadeu
Judas Iscariotes

Aí esta a lista dos Apóstolos do


Senhor na ordem éla escolha ou segundo
a narração dos Evangelistas. Vemos
figurar S. J udas em todas. Há vários
apóstolos com o me$mo nome. Dois
Tiagos, dois Simão, dois j udas. Os Evan­
gelistas costumam sempre distingui-los
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pelo nome da família: - Tiago, isto é,
filho de Alfeo para não se confundir com
o outro Tiago. Quando se trata porém do
Apóstolo S. J udas e de Judas Iscariotes
a distinção é feita cautelosamente pelos
Evangelistas pela declaração : "Judas o
traidor, Judas o que foi traidor, Judas o
que O entregou".

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CAPITULO II

S. Judas
no

Evangelho
S. Judas
no
Eva ngelho

NA E SCOLA DO ME STRE DIVINO


S. J UDAS NO CENACU LO
INSTITU IÇÃO DA EUCARISTIA
S. J UDAS NA PAIXÃO DE CRI STO
APóS A RESSURRE IÇÃO
MISSÃO DOS APóSTOLOS
S. J UDAS NA ASCENSÃO DO
SE NHOR
SUBSTITUIÇÃO DE J UDAS
TRAIDOR
VINDA DO ESPIRITO SANTO
CREDO DOS APôSTOLOS
S. J UDAS E MARIA SANTISSIMA
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S. JUDAS NA ESCOLA DO
l\fESTRE DIVINO

Jesus Cristo escolheu os doze para


formá-los na sua escola divina e depois
enviá-los à conquista do mundo pela
pregação do Evangelho. Foi o Mestre e
o Divino educador dos Apóstolos. Vivia
com êles, não perdia oportunidade de os
corrigir e ensinar. Porque escolheu gente
tão pobre e destituida de qualquer pres­
tigio humano ? - Para confundir o
orgulho do mundo e para mostrar que a
sua Obra é divina e não depende da sabe­
doria dos homens. - Os Apóstolos eram
cheios de defeitos e ignorantes. Muito
custou a ] esus Cristo educá-los.
Nota o evangelista S. Marcos que os
Apóstolos permaneciam continuamente
com Jesus. Ora, o que não aprenderam

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nesta escola divina e como não haviam
de amar a J esus que tanto se sacrificava
por êlesl
Imaginai a ventura de Judas Tadeu!
Sempre ao lado do Mestre. Ouvia seus
maravilhosos sermões como o da Mon­
tanha. Via os milagres e as curas prodi­
giosas realizadas pelo Divino Salvador.
Acompanhou as dolorosas vicissitudes
das perseguições sofridas por Jesus.
A vida em comum levada por J esu$
com os seus apóstolos havia de ser
bela e cheia de ensinamentos 1 Jesus
explicava-lhes a doutrina com tanta
singeleza e muita vez não a entendiam.
Repetia-lh es com mais clareza os ensina­
mentos. Por varias vêzes sentia Nosso
Senhor a dureza daqueles corações e a
pobreza daquelas inteligências. Judas
Tadeu foi sempre fiél ao Mestre. E ra
como os outros, rude e pobre. As lições­
Divinas lhe ficaram gravadas no coração.
Todavia só mais tarde com a descida do
Espírito Santo é que chegaram os Após­
tolos a compreender e sentir a beleza da
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Doutrina evangélica. ] esus dava aos
apóstolos lições de humildade, de paci­
ência, de caridade e lhes mostrava as
belezas do Reino de Deus.
Judas Tadeu por certo tomou parte
na conversa ou disputa entre os Apóstolos
sobre qual deles seria o maior no reino
do Mestre.
O Divino Mestre tomou uma crian­
cinha colocou-a no meio dos. Discípulos e
confundiu-lhes o orgulho : "Na verdade,
na verdade vos digo que si não vos tor­
nardes como uma criança não podereis
entrar no reino dos céus. O reino dos
céus é das crianças e dos que a elas se
assemelham. "
Ensina-lhes a perdoar as injúrias e
a serem pacientes.
Quando multiplicou os pães no de­
serto os discípulos os distribuiam à
multidão - S. Judas viu êste prodigio e
foi um dos que distribuiram os pães e os
peixes ao povo faminto.
Enfim, o Santo Apostolo foi teste­
munha dos milagres do Divino Redentor
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e a palavra divina lhe ficou bem no fundo
do coração de gente rústica porém cheia
de boa vontade.-
É verdade que muitas vêzes mereceu
as repreensões de J esus, como os demais
apóstolos, porque não percebia a subli­
midade da doutrina e era por demais
rústico. Todavia, que felicidade receber
uma formação na escola do Mestre Di­
vino, viver com o Salvador do Mundo,
participar das suas fadigas e sofrimentos,
ser chamado amigo, e ver e ouvir o que
se passou naqueles anos fecundos e os
mais belos e maiores da História do mun­
do, os anos da pregação do E vangelho
que havia de transformar a terra !

-36-.
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S. JUDAS NO CENÁCULO

Era chegado o dia dos Ázimos em


que se devia imolar o cordeiro pascal. S.
Judas com os discípulos do Mestre per­
guntou a Jesus : Onde quereis que vamos
preparar-vos a refeição da Páscoa? E
Jesus enviou dois dos seus discípulos,
Pedro e João dizendo-lhes : "Ide e pre­
parai tudo para comermos a Páscoa. -

Bles porém replicaram: Onde quereis que


a preparemos? Respondeu-lhes j esus :
Eis que ao entrar na cidade sa·ir-vos-á ao
encontro um homem que leva uma bilha
de água na cabeça, segui-o até a casa onde
êle entrar e direis ao Pai de família da
casa : " O Mestre te manda dizer : meu
tempo está próximo e em tua · c asa devo
fazer a Páscoa com meus discípulos. Onde
é o aposento em que poderei comer com
-37-
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êles o Cordeiro Pascal? E êle vos mostrará
uma grande sala mobiliada. Fazei aí
os preparativos." Tudo se deu como
dissera Jesus. Os discípulos prepararam
a sala do cenáculo. A tarde veio Jesus
acompanhado dos doze. Tadeu o seguia
e assentou-se à mesa com o Mestre.
" Desejei ardentemente comer esta
Pascoa convosco, disse Jesus. Seguiu-se
a tocante cêna do Lava pés. " Jesus, diz
o Evangelho, levantou.. se da mesa depôs
as vestes, e tomancfo uma toalha cingiu-se
com ela. Depois deitando água em uma
bacia começou a lavar os pés dos discí­
pulos e a enxugá-los com a toalha de que
estava cingido. " Imaginai nesta hora a
comoção de Judas Tadeu ao ver o Mestre
querido desempenhando o papel de
escravo e ajoelhado aos pés dos discí­
pulos ! - Pedro admirado exclamou :
" Senhor Vós me lavais os pés?"
" O que eu faço não o compreendeis
agora, respondeu Jesus, mas o compre­
endereis depois. " -. " Não, disse Pedro,
jamais me lavareis os pés." Replicou-lhe

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Jesus : " Si eu não te lavar os pés, não
terás parte comigo. " Então disse Simão
Pedro : " Senhor não somente os pés mas
também as mãos e a cabeça."
Judas Tadeu ouviu as palavras do
Mestre e quizera também como Pedro
excusar-se, mas comovido e humilde,
banhado em lágrimas estendeu os pés a
Jesus. Viu Jesus prostrado aos seus pés
lavando-os e enxugando-os. Imaginai o
que se teria passado na alma do Apóstolo
naquela hora!
Depois vieram as lições : "Compre­
endeis o que acabo de vos fazer? pergunta
Jesus. Vos me chamais Mestre e Senhor
e dizeis bem, porque o sou. Si pois eu vos
lavei os pés, eu que sou vosso Mestre e
Senhor, também vós deveis lavar os pés
uns aos outros, Eu vos dei o exemplo para
que assim como eu fiz, o façais também."

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A TRAIÇÃO ANUNCIADA

Jesus previne os discípulos que um


deles o havia de atraiçoar : "Em verdade,
em verdade eu vos digo que um de
vós me ha de trair".
Os discípulos todos se entristeceram
e aflitos olhavam uns para os outros,
sem saber de quem falava Jesus. Judas
Tadeu como os outros voltou-se também
para o Mestre naquela hora de angustia
e perguntou : " Serei eu Senhor?"
Não seria :Sle, mas sim, outro Judas,
.o Iscariotes que ali estava também na
mesa. Este, hipocritamente também
perguntou para disfarçar: " Serei eu,
-

Mestre?" A êste Judas, o Mestre res­


p onde positivamente : "Tu o disseste!"

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A INSTITUICÃO DA EUCARISTIA

Judas Tadeu ia assistir a cêna mais


sublime do Ev�ngelho e revestir-se de um
poder imenso. Ia ser consagrado sacer­
dote de Cristo. Jesus tomou o pão
partiu-o e deu-o aos discípulos: " Tomai
e comei. Isto é o meu Corpo que é dado
por vós. Fazei isto em memória de mim."
Neste momento se deu o milagre da
consagração e da instituição do sacer­
dócio. Judas Tadeu consagrado para
sempre sacerdote da Nova Leil
Depois tomou jesus o cálice, rendeu
graças e deu aos discípulos dizendo:
" Bebei todos deste porque isto é o meu
sangue da nova aliança que será derra­
mado por vós e por muitos em remissão
dos pecados."

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Judas Tadeu recebeu a Santa Euca­
ristia pela primeira vez das mãos do
Senhor e desde aquela hora solene era o
sacerdote de Cristo.
J esus consola os discípulos : " Não se
perturbe o vosso coração. Vós credes em
Deus, crede também em mim. Não vos
deixarei orfãos, tornarei a vós. Ainda um
pouco tempo e o mundo não me verá
mais, vós porém haveis de ver-me por­
que eu vivo e vós também vivereis. Nesse
dia conhecereis que eu estou em meu
Pai e vós em mim e eu em vós. O
que guarda os meus mandamentos e. os
observa êsse é o que me ama. Ora aquele
que me ama será também amado de meu
Pai e hei de amá-lo e manifestar-me a
êle. " O Evangelista faz aqui referência
a uma palavra de S. Judas, que inter­
rogou a jesus, e escreve : "Disse-lhe Ju­
das, não o Iscariotes: Qual a razão por­
que haveis de manifestar-vos a nós e
não ao mundo? " Respondeu jesus : " Si
alguém me ama guardará a minha pa­
lavra e meu Pai ha de amá-lo e mani-

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festar-me a �le e nos viremos a êle
e faremos nele nossa morada. Aquele

que não me ama não guarda as minhas


palavras. Ora a palavra que tendes
ouvido não é minha mas de meu Pai que
me enviou. "
O mundo não ama a jesus; não
amando a Jesus não observa a sua pa­
lavra, não observando a sua palavra não
pode ter a revelação do Pai. Eis a
resposta ao apóstolo S. Judas Tadeu.
Naquele momento Jesus ora pelos
seus discípulbs e prediz a negação
de Pedro, a traição de Judas, a fuga
dos seus apóstolos queridos, e abre-lhes
o coração cheio de amor.

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S. JUDAS NA PAIXÃO DE CRISTO

Depois do Cenáculo em que jesus


abriu seu Divino Coração aos discípulos
e revelou-lhes os tesouros do seu Amor
Infinito, diz o Evangelho que após a
Ceia depois da exortação ou do último
sermão do Amor, recitado o hino de
ação de graças, saiu Jesus com os discí­
pulos para além da torrente do Cedrão.
S. Judas O seguiu com os outros. Ia com
o coração abrazado nas chamas da Di­
vina Caridade e pressentia algo de muito
grave e doloroso aquela noite. Diri­
giram-se todos para o Jardim, um mon­
te das oliveiras, segundo costumava lá
ir sempre Jesus. Neste jardim entrou
com os discípulos. Chegando a êste
lugar disse-lhes jesus: " Sentai-vos aqui
enquanto vou ali fazer oração. Orai

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também para que não entreis em ten­
tação. " Depois ] esus tomou consigo
Pedro, Tiago e João e começou a sentir
pavor e angustia e caiu em tristeza e
abatimento - "Minha alma está triste
até a morte, gemeu o Redentor. Ficai
aqui e vigiai comigo. "
S. Judas com os apóstolos viram
nesta hora a palidez do Mestre e sentiram
a amargura que lhe ia no coração. Jesus
afastou-se deles, e com a face no chão
começou a orar para que si possível se
afastasse dele aquela hora: "Meu Pai,
Meu Pai dizia, si é possível afaste-se de
mim êste cálice. Todavia faça-se a vossa
Vontade." O Divino Redentor sentiu o
horror daquela hora, e pálido e acabru­
nhado voltou-se para os discípulos entre
os quais se achava Judas Tadeu que
acabrunhado e sentindo o pêso de uma
grande tristeza havia adormecido. A
advertência de Jesus se fez ouvir: " Não
pudestes vigiar uma hora comigo? Vigiai
e orai para não entrardes em tentação,

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porque o Espírito está pronto mas a
carne é fraca." Mais uma vez Jesus orou
agonizando e voltou-se para os discí­
pulos e os achou dormindo. Uma terceira
vez procurou consolo entre os Discípulos
e os achou dormindo. Veiu depois o suor
de sangue. Levanta-se afinal jesus e
desperta os apóstolos: " Eis que chegou a
hora e o Filho do homem vai ser entregue
nas mãos dos pecadores. Levantai-vos,
vamos. Está próximo aquele que me há
de entregar. " jesus se referira a Judas
Iscariotes. Estava porém Judas Tadeu
para o consolar da traição do outro Judas.
Falava ainda Jesus quando chegou
Judas Iscariotes, um dos doze, pois o
traidor conhecia o lugar, porque aí viera
muitas vêzes Jesus com seus discípulos.
Veiu também .com êle uma grande
multidão de povo e de quadrilheiros
enviados pelos Pontífices, escribas e
anciãos com lanternas e archotes, mu­
nidos de espadas, bastões e varas e outras
armas. Ora o traidor tinha dado o sinal:

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"Aquele a quem eu beijar é o mesmo a
quem procurais. Prendei-o e levai-o
com precaução. " - Chegando-se a êle,
imediatamente se aproximou. de Jesus
dizendo: " Mestre eu vos saudo. " E
deu-lhe um ósculo. Disse-lhe Jesus:
"Amigo a que vieste? Judas com um
ósculo entregas o Filho do Homem?
Depúis Jesus com uma palavra
lançou por terra seus inimigos.
-Deixou-se prender e se entregou
aos inimigos. E o prenderam. Pedro quis
defender o Mestre. Cortou a orelha do
servo do Pontífice chamado Malchus.
Jesus exclama: "Não hei de beber o
cálice que meu Pai me deu? " E curou o
servo. Levaram a Jesus preso.
O Evangelho diz então: os discí­
pulos abandonando-o fugiram todos.
Judas Tadeu também fugiu apavorado
e na expectativa da Paixão do Mestre.
ds' discípulos eram ainda fracos e
pusilanimes. Judas Tadeu, não obstante
o amor ardente por Jesus, não pôde
- 50 -
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resistir ao medo que a pnsao e agonia
de Jesus lhe inspiraram naquela noite
horrível. Fugiu também. Mais tarde
porém estaria de novo com seu Divino
Mestre e seria o Apóstolo ardoroso
até morrer por Cristo num martírio
cruél, em reparação da covardia e da
fraqueza daquela noite de trevas. Em
toda a Paixão de Jesus não se tem mais
uma nota sôbre S. Judas Tadeu, bem
como dos outros apóstolos, exceto João
no Calvário e Pedro na dolorosa negação.

-51-
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S. Judas enlre os 1liscípulos vê Jesus conferir a S. Pedro o poder de governar
a Igreja e lhe dar i1s chaves do reino do céu: "Tu és Pedro e sôbre esta pedra
etlificarei a minha lgreja e as portas tio inferno não vrevalecerão contra ela".
APóS A RESSURREIÇÃO

Judas Tadeu com os outros discí­


pulos do Mestre estavam reunidos e de
portas fechadas com medo dos Judeus,
quando Jesus lhes aparece depois de
ressuscitado e colocando-se no meio deles
lhes disse: "A paz esteja convosco! Sou
eu não temais! " :Sles perturbados e
cheios de terror julgavam vêr um fan­
tasma. E Jesus lhes disse: "Porque vos
-

perturbais? Porque se levantam estas


dúvidas em vossos corações? Vêde as·
minhas mãos e pés, sou eu mesmo. Palpai
e vêde, pois um fantasma não tem carne
nem osso como vêdes que eu tenho. "
Tendo dito estas palavras lhes mostrou
as mãos e os pés.
Imaginai a alegria de Judas Tadeu
ao se ver diante do Mestre Amado!

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Jesus, para confirmar que havia ressus­
citado em corpo verdadeiro e real, pediu
comida. Comeu peixe e um favo de mel
diante deles.
Então, diz o Evangelho, lhes abriu o
entendimento para que compreendessem
as Escrituras e lhes disse uma segunda
vez:" A paz esteja convosco} Assim como
meu Pai me enviou assim eu vos envio. "
Tendo pronunciado estas palavras soprou
sôbre êles e lhes disse: " Recebei o Espí­
rito Santo. Os pecados serão perdoados
àqueles a quem vos perdoardes e serão
retidos a quem vos retiverdes. "
S. Judas Tadeu recebeu nesta hora
o imenso poder de perdoar os pecados
e foi constituido Juiz das almas. Recebeu
o poder de abrir e fechar o reino dos céus
às almas remidas pelo Sangue de Cristo.
Outras vêzes Jesus se manifestou
aos discípulos e Judas Tadeu teve ocasião
de ouvir ainda a palavra do Divino Mestre
e ver confirmada a missão que confiara
à sua Igreja fundada sôbre Pedro.

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S. Judas viu e ouviu o Mestre per­
guntar a Pedro: "Pedro tu me amas? " e
depois a resposta três vêzes: Sim, Senhor,
Vós sabeis que eu vos,amo. -Apascenta
as minhas ovelhas responde-lhe Jesus.

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Relíquia autêntica de S. Judas Tadeu, venerada no seu
Santuário, em Jabaquara, S. Paulo.

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MISSÃO DOS APóSTOLOS

S. Judas Tadeu morreu como Após­


tolo do Senhor. Recebera esta missão de
Jesus. jesus apareceu na Galiléia numa
montanha. Disse o Divino Mestre aos
discípulos: " Todo o poder me foi dado
no céu e na terra. Ide pois, pregai o
Evangelho a toda criatura. Ensinai a
todas as nações, batizando-as em nome do
Padre e do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-as a observar tudo o que vos
tenho mandado. "
" Eis que estou convosco até a consu­
mação dos séculos. Aquele que crer e for
batizado será salvo mas, aquele que não
crer será condenado. Eis os sinais que
hão de acompanhar os que me acredi­
tarem: expulsaram os demonios em meu

- 57 -
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nome e falarão línguas; apanharão as
serpentes e, si beberem veneno mortal,
não lhes fará dano. Imporão as mãos
sôbre os enfermos e êles serão curados."
,1

S. Judas ouviu tudo isto maravilhado


e cheio de gratidão e de humildade. Tudo
isto se havia de realizar com o Apóstolo
querido e parente consaguineo de Jesus
mais tarde nas regiões infiéis que havia
de conquistar para Cristo, realizando
todos êstes prodígios anunciados por
Jesus Cristo ao enviar seus Apóstolos
para a pregação do Evangelho. De fato
S. Judas curou enfermos, falou diversas
línguas, expulsou demonios de muitos
possessos e fez prodigios e milagres que
atrairam tantos povos ao Evangelho de
Jesus Cristo.

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S. Judas entre os discípulos assiste a Ascensão de Jesus
ao Céu.

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S. JUDAS NA ASCENSÃO DO
SENHOR

Os Atos dos Apóstolos nos trazem a


notícia da Ascenção de jesus. Estavam os
Apóstolos reunidos e jesus lhes falou que
partiria e lhes prometeu enviar o Espírito
Santo. "O Espírito Santo descerá sôbre
vós e vos tornareis testemunhos em jeru­
salém em toda j udéa, na Samaria e até os
confins do mundo." Havendo dito estas
palavras diz o Evangelista, elevou-se ao
alto na presença deles, envolvendo-o uma
nuvem que o escondeu aos seus olhos.
E como êles contemplassem atentamente
o céu para onde jesus se elevara eis que
apareceram ao pé deles dois homens
vestidos de branco que lhes disseram:
"Homens da Galiléia porque estais assus­
tados a olhar para o céu? �te Jesus qu�

- 59-
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se elevou ao céu no meio de vós, de lá
virá da mesma maneira que o vistes
elevar-se ao céu. " S. Judas lá estava pre­
sente com os outros discípulos � sentiu
naquela hora a tristéza da saudade do
Mestre e Salvador querido que partia
para o céu. Cheio de esperança confiava
nas divinas promessas, e com. Maria e
bs Apóstolos recolheu-se no Cenáculo,
no grande Retiro preparatório à vinda
do Espírito Santo prometido por Jesus
Cristo.

- 60-

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A SUBSTITUIÇÃO DE
JUDAS TRAIDOR

Os Apóstolos eram onze desde a


traição e a morte de Judas. Era mistér
substituir o traidor. Após a Ascensão
fecharam-se no Cenáculo e junto com
Maria oravam. Durante êstes dias Pedro
levantou-se no meio dos irmãos e disse:
"É preciso que o ministério de Judas
passe a outro. Escolhamos um daqueles
que conosco seguiram ao Senhor Jesus
desde o Batismo de João até o dia em
que foi arrebatado do meio de nós e êle
ficará juntamente conosco testemunha
da ressurreição."
Apresentaram-se dois discípulos,
José chamado Barsabás e Matias. E fi­
zeram a seguinte oração: Senhor, Vós

- 61 -
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que vêdes os corações, mostrai-nos qual
desses dois haveis escolhido para ocupar
entre os Apóstolos o cargo de onde
Judas desertou para ir para o seu lugar.
Tiraram a sorte. Matias foi o escolhido.
E daí em diante foi contado entre os
Discípulos. S. Judas viu ó lugar do
Traidor, que trazia o mesrrio nome que
Ble, substituído por Matias.

- 62 -
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S. Judas com os Apóstolo,; 110 cenáculo, recebe o Espírito
Santo 11uc 'ºh a for-ma de uma língua de fogo lhe poisa sôbrc
a cabe<;a.

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VINDA DO ESP:fRITO SANTO

No cenáculo, S. Judas naqueles dias


de oração e penitência ao lado de Nossa
Senhora Rainha dos Apóstolos, orava e
esperava a Vinda do Espírito Santo.
Na manhã da Festa de Pentecostes,
achavam-se todos reunidos num só lugar.
De repente ouviu-se, vindo do céu, um
ruido semelhante a um vento impetuoso
que encheu toda a casa onde estavam
assentados. Então apareceram-lhes lin­
guas de fogo que se dividiram umas das
outras e poisaram sobre cada um deles,
ficando ao mesmo tempo cheios do Espí­
rito Santo e começando a falar varias
línguas.
Havia em jerusalém gente de todas
as nações e de varias línguas, e todos
- 63-
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entendiam a pregação d6s Apóstolos cada
qual na sua própria lingua. Foi uma
·
admiração geral. Toda a cidade de
Jerusalém se abalou com aquele fato
extranho. S. Judas saiu do Cenáculo
cheio do Espírito Santo. Sobre êle poisou
uma das linguas de fogo.
Falava todas as linguas e pregava
todo inebriado do Divino Amor, que lhe
abrazou o coração e iluminou a inteli­
gência. Já não era mais o homem rústico
e cheio de defeitos de antes. Era o Santo
Apóstolo que ia conquistar povos e
nações para Cristo.

- 64: -
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O CREDO DOS APóSTOLOS

Conta-nos uma venerável tradição


que, antes de se dispersarem, os Após­
tolos, reunidos sob a direção de S. Pedro,
combinaram a fórmula de fé que haviam
de sustentar nas pregações e difundir o
reino de Deus como jesus Cristo lhes
havia ensinado. Assim cada um deu um
artigo do Credo que consta de doze
artigos.
Após a escolha de Matias estava
completo o número sagrado.
Cada um a começar de Pedro disse
um dos artigos:
1.º Creio em Deus Padre todo po­
-

deroso Creador do céu e da terra;


2.º Em Jesus Cristo um só
- seu
Filho Nosso Senhor;

- 65 -
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3.° - O qual foi concebido do Espí-


rito Santo, nasceu de Maria Virgem;
4.º - Padeceu sob o poder de Poncio
Pilato, foi crucificado, morto e sepultado.
5.º - Uesceu aos infernos e ao ter­
ceiro dia r1�ssurgiu dos mortos.
6.º - Subiu ao céu e está assentado
a Mão direita de Deus Padre todo pode­
roso;
7 .º - Donde há de vir a julgar os
vivos e os mortos;
8.º - Creio no Espírito Santo;
9.º - Na Santa Igreja católica e na
Comunhão dos Santos;
10.º - Na remissão dos pecados;
1 1.º - Na .ressurreição da carne;
12.º - Na vida eterna.

Depois disto se espalharam os Após­


tolos pelo mundo, cheios do Espír!to
Santo, a pregar Q Evangelho. Como S.
Judas ocupa o décimo primeiro tugat
- 66- . .
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entre os Apóstolos, na ordem da escolha
e segundo os Evangelhos, a tradição diz
que o artigo do Credo proposto pelo
Santo Apóstolo foi o undécimo: "Creio
na ressmreição da Carne."

- 67-
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S. JUDAS E MARIA SANTfSSIMA

O Grande Apóstolo foi como todos


os discípulos de Jesus filho querido de
Maria Santíssima. E demais era parente
de Nossa Senhora. Além de filho de
Maria pelo mistério adorável daquela
maternidade, pela qual por Cristo fomos
todos salvos e entregues à Mãe de Deus,
era S. Judas dos parentes mais chegado
e intimos da Família de J esus. Corria nas
suas veias o sangue da estirpe de Maria.
Na escola de santidade da Mãe de Deus
muito aprendeu o Santo Apóstolo sobre­
tudo depois da Ressurreição e Ascensão
de Nosso Senhor aos céus. No Cenáculo,
no dia da descida do Espírito Sant.o sobre
os Apóstolos, S. J qdas estava ao lado de
Maria. Maria foi a grande Mestra dos
primeiros apóstolos. Partiram todos à
-69-
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conquista das almas para Cristo sob a
proteção e a benção da Mãe de Jesus.
Antigos autores e de grande valor,
como Nicéphoro, narram que, quando a
Santíssima Virgem esteve para deixar
a terra pela morte ou transito felíz,
os Apóstolos, avisados miraculosamente
por onde andavam pregando o. Evan­
gelho, reuniram-se todos e� torno, da
Mãe querida para receber-lhe a última
benção e dar-lhe as despedidas.
S. Judas esteve junto de Maria
naquela hora e viu o seu transito suavís­
simo e belo.
Com que lágrimas acompanhoú até
a sepultura o corpo Virginal da Mãe
querida! Ouviram-se melodias :angélicas
na sepultura de Maria. E quando .ós
Apóstolos foram abrir o .tumulo da
Virgem, diz a tradição para que o Após­
tolo S. Tomé, que se achava ausente;
pudesse contemplá-la pela última vez,
não encontr&ram mais o Sagrado Corpo.
Havia subido para o céu. Maria foi le­
vada pelos Anjos à Pátria ·Celeste U� ..

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suav1ss1mo perfume se desprendia do
sepulcro. Que alegria a de S. ] udas ser
testemunha da Assunção de Maria e
saber do triunfo de sua Celestial parente !
S. J udas amou e serviu a Maria com
dedicação e carinho. Como os Apóstolos,
recebeu de Nossa Senhora as provas do
mais terno amor.
A devoção a Maria é sinal de predes­
tinação. Felizes os que cultivam tão bela
e necessária devoção ! Podemos dizer
sem receio que sem Maria é impossível
a salvação. Peçamos ao Santo Apóstolo
que, dentre as inúmeras graças que
obtem aos seus devotos, lhes dê a de
amar e servir a Maria até a morte.
Eis uma das grandes e importantes
graças que havemos de pedir de todo
coração e muitas vêzes, a S. Judas.
Si esta nos for concedida, todas as
mais virão com ela.
S. J udas como parente de Maria, da
família e da estirpe da Mãe de . Deus, é
um dos melhores advogados junto a
Maria Santíssima.
- 71-

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CAPITULO III

S. Judas
escritor
sagrado
S . ]u d a s
escritor
sagrado

EPISTOLAS DE S. JUDAS
COMENTARIOS
INTRODUÇÃO
EXEMPLOS E LIÇOES
QUE SÃO OS HEREJES
ADVERTBNCIAS
CONCLUSÃO
O LIVRO DE ENOQUE
.

DUAS EPISTOLAS SEMELHANTES

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A EPISTOLA DE S. JUDAS

"Epistolas" eram cartas que os


apóstolos dirigiram aos fiéis para os
instruir e advertir. Dentre as epistolas
figura no novo Testamento ao lado das
de S. Paulo, S. Pedro, S. Tiago, S. João,
a epistola católica de S. Judas. A autenti­
cidade desta epistola é atestada por todos
os Autores mais respeitaveis. Tertuliano
afirma que as Igrejas da África estavam
com a epistola de S. Judas. Clemente de
Alexandria e Origines afirmam da Igreja
de Alexandria a mesma coisa. Assim pelo
ano 200 da era cristã era conhecido e lido
em toda a Igreja o precioso documento
inspirado do grande Apóstolo. Só no
século XVI é que Lutero o fundador do
Protestantismo veio negar a autentici�
dade da Epistola de S. Judas. Destina-se
-77-
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esta carta a todos os cristãos. Pelo menos
não há nela menção de uma igreja parti­
cular.
S. Judas escreveu-a para combater
a heresia e prevenir os cristãos contra os
perigos de perder a fé.
Origines diz desta epistola : "S. Ju­
'das escreveu uma carta em poucas linhas,
mas toda repleta de coisas vigorosas.
Esta Epistola é comparada aos
escritos de um Profeta,. O estilo é vivo,
claro e cheio de imagens. Os pensa­
mentos admiravelmente coordenados. A
época do ano 66 ou 67. O lugar onde foi
escrita segundo alguns Autores foi em
Alexandria ou Jerus,além.
Os devotos de S. Judas devem ler. e
meditar a palavra do grande apóstolo e
receber os seus ensinamentos.
Eis a bela Epistola :
Judas.
Servo de Jesus Cristo e irmão de
Tiago, aos amados em Deus Pai e desti­
nados à vocação por Jesus Cristo.
-78--
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A misericordia, a paz e a caridade
vos enriqueçam largamente.
Introdução. Carissimos, era desejo
íntimo do meu coração escrever-vos
acerca da nossa (vossa) comum salvação,
e julguei necessário exortar-vos por
escrito a que continueis a luta pela fé
que uma vez por todas foi confiada aos
santos. e que se inttroduziu no vosso
meio certa gente, para os quais, desde há
muito, está exarada esta setença: impios
que abusam da graça de nosso Deus para
luxuria e negam o Soberano unico, nosso
Senhor Jesus Cristo.

-
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CUIDADO COM OS HEREJES

Exemplos: Embora sabedores de


tudo isto, quisera chamar-vos à memória
que o Senhor, depois de salvar da terra
do E gito o povo, novamente o entregou
à perdição por causa da sua increduli­
dade. Também os anjos que, decaindo
da sua dignidade de-príncipes e perdendo
o lugar que ocupavam, tem-nos ele agri­
lhoados eternamente nas tenebrosas pro­
fundezas, reservados para o grande dia
do juizo. Da mesma forma, estão aí, para
escarmento, punidas com fogo eterno,
Sodoma e Gomorra e as cidades circun­
vizinhas, que, como estas, viviam
entregues a libertinagens e aos vicios
contrários à natureza. Assim são tam­
bém .êsses desvairados, que maculam
a carne, desprezam o poder do Senhor
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e ultrajam-lhe as glórias. Ao passo que
o Arcanjo Miguel, disputando o com
demonio sobre o corpo de Moisés, não
ousou lançar sentença de maldição, limi­
tando-se a dizer : "Reprima-te o Senhor ! "
porém êstes amaldiçoam tudo o que
não compreendem ; e o que sabem pelo
instinto natural, como os brutos irra­
cionais, isto lhes se vê de corrupção. Ai
deles ! que trilham o caminho de Caim, e
por causa da sua ganancia se deixam
arrastar 'pelo erro de Balaão, vindo a
aparecer rebeldes como Coré. 'Estes se
mancham e banqueteiam-se despudora­
tamente em seus festins, cevando-se
a si mesmos. Sã.o árvores sem folha
nem fruto, . desenraigadas, duplamenfe
mortas r vagas furiosas do mar a espumar
as suas imundicies ! estrelas errantes, a
que está reservada para todo sempre a
sinistra escuridão.

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PROFECIAS SOBRE OS HEREJES

Desses tais profetizou Enoque, o


sétimo descendente de Adão : " E is que
vem o Senhor com milhares de anjos, a
julgar todos e castigar todos os impios
por causa das impiedades que perpetram,
e por causa de todos os insultos que êsses
impios pecadores lançaram contra Ble."
Murmuram e queixam-se da sua
sorte, mas vivem à mercê das suas
paixões ; a sua boca profere arrogancias
e adulam a gente em pleno rosto, quando
é de interesse.
Vós, porém, carissimos, lembrai-vos
das palavras que já os apóstolos de
Nosso Senhor J esus Cristo anunciaram,
avisando-nos de que nos últimos tempos
apareceriam zombadores, guiando-se pe-
- 83 -
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los seus apetites perversos. São êsses,
tais que provocam dissenções, homens
sensuais e sem espírito.
Conclusão. Vós, porém, caríssimos,
edificai-vos sobre o fundamento da
vossa fé santíssima. Orai no Espírito
Santo. Conservai-vos no amor de Deus.
Aguardai a misericordia de Nosso Senhor
Jesus Cristo para a vida eterna. Orientai
os que vacilam. Arrancai outros do fogo
e salvai-os. De outros ainda compa­
decei-vos, cheios de temor. Acautelai-vos,
porém, dà túnica manchada pela carne.
A Ele, que é poderoso para vos
preservar da queda e apresentar-vos,
imaculados e jubilosos, ante a sua glória
(glória no advento de nosso Senhor
Jesus Cristo) , glória e magnificência,
império e poder, antes de todo tempo, e
agora, e por todos os séculos dos séculos.
Amem.

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COMENTÁRIOS

INTRODUÇÃO ( versiculos 1 a 4)

S. Judas logo no versiculo 1 se apre­


senta aos fiéis com dois títulos : como
servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago
apóstolo, muito conhecido.
Sauda depois como era costume aos
apóstolos saudar os fiéis : "A miseri­
cordia e a paz e a caridade vos enri­
queçam largamente." Na introdução diz
êle : Carissimos, era desejo escrever-vos
acerca da salvação. S. Judas cheio de
zelo pela salvação das almas exorta os
fiéis à luta pela fé que foi confiada aos
santos. Santos eram chamados os cristãos
em estado de graça. " Introduziu-se no
vosso meio certa gente", esta gente eram
os her"ejes que viviam escandalosamente :
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"abusando da graça pela luxuria" e
negando a Jesus Cristo. "
Hoje estamos em face dos · mesmos
perigos e a advert;ência de S. Judas é
ainda oportuna. Quanto escandalo, e
como pregam a luxuria os pagãos
modernos ! E j esus Cristo é negado por
tantos impios e o Evangelho desprezado !

CASTIGO (versiculos 5 a 8) .

S. Judas adverte-nos contra os pe­


rigos da heresia e mostra os castigos
que Deus enviou ao povo J udeu ingrato
e incrédulo, depois da saida do Egito.
Apresenta o castigo que sofreram os
Anjos rebeldes ; que são hoje demonios,
decaindo de sua dignidade de principes
e perdendo o lugar que ocupavam, estão
ag,rilhoados �ernamente nas profun­
dezas, isto é, no inferno.
" Sodoma e Gomorra entregam-se
aos mais abjetos vicios da carne e
desprezam o poder de Deus, ultrajam a
glória de Deus. "

- 86 -
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O grande Ap.óstolo não queria ver
os cristãos ameaçados de condenação
eterna pela sedução da h eresia, e pelos
vicios da luxuria. É mister conservar o
tesouro de nossa fé católica, nossa fide­
lidade à Santa Igreja ainda à custa dos
maiores sacrifícios. Vivemos cercados
de heresias de más doutrinas e não faltam
os que nos querem arrebatar o tesouro
de nossa crença. A liberdade de costumes,
os escandalos do mundo nesta hora per­
dem tantos cristãos ! A devoção ao grande
taumaturgo S. J udas ajude tantos infe­
lizes a deixar o pecado, a mudar de vida,
constituir uma família 'cristã, abandonar
o escandalo. Fugir da heresia e de toda
luxuria, eis a advertencia do apóstolo.

- 87 �

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EXEMPLOS E UÇõES
(versiculos 9 a 1 2)

S. Judas se refere a uma disputa que


teve o Arcanjo S. Miguel com o diabo
quando quis êste arrebatar o corpo de
Moisés e leva-lo para ser adorado como
Deus e em lugar do verdadeiro Deus
pelos Israelitas muito propensos à
idolatria. O Arcanjo ao invés de insultar
a Satanaz só lhe advertiu dizendo :
" Reprima-te o Senhor! " Isto é, Deus te
castigue e afaste ! E esta atitude de S.
Miguel era um respeito ao caráter angé­
lico de Satan embora decaido, S. j udas
mostra êste exemplo para dizer como os
herejes não sabem respeitar nem o po­
der e nem a glória devida ao Senhor,
enquanto o Arcanjo sabia respeitar no
- 89 -
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próprio demonio o caráter angélico. Que
lição aos herejes e aos cristãos mesmo,
que nã·o ousam respeitar o nome de Deus,
dos Santos e dos Anjos, blasfemam, des­
honram o templo sagrado, insultam o
Santo Padre o Papa, os Sacerdotes e as
coisas sagradas. Ai ! deles, exclama S.
judas, amaldiçoam tudo o que não
compreendam, e os compara aos brutos
irracionais.
Não há tantos que se dizem incré­
dulos, blasfemam o nome do Deus,
injuriam as pessoas e coisas sagradas
por ignorancia e porque nada compre­
endem ? Nem sabem uma palavra do
catecismo, nunca se preocuparam com o
saber a doutrina e discutem, blasfemam,
amaldiçoam o que não compreendem!
Si ao menos fôssem delicados, soubessem
respeitar o que é Divino, o que é Santo l
Ai ! deles, exclama S. Judas, trilham
o caminho de Caim que fôra amaldiçoado
como invejoso e fratricida. Assim tam­
bém os herejes matam os seus ·irmãos
não no corpo, mas na alma, fazendo-lhes
·- 90 -
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perder a verdadeira fé e a verdadeira
vida, a vida eterna.
Como Balaão, êles se desviam por
ambição. Coré se revoltou contra Moisés
e Aarão querendo arrebatar-lhes o sobe�
rano Pontificado. Assim .o s herejes se
revoltam contra a Igreja, contra o sobe­
rano Pontífice. E hão de perecer também.
Que aprendam os inimigos da Igreja
destes exemplos citados por S. Judas, as
lições que êles encerram.

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QUE SÃO OS HEREJES.
(versiculos 1 2 a 14)

Aqui o Apóstolo responde-nos numa


linguagem viva e poética. Depois de
dizer que há herejes homens sensuais e
que vivem cevados despudoradamente
em banquetes e orgias da carne, acres·
centa : " São nuvens sem água levadas
aqui e acolá pelo vento. Isto é, nuvens
que não trazem chuva e não podem
beneficiar a terra. São árvores sem folha
e sem fruto, desenraigadas, duplamente
mortas. "
Que comparação viva e energica ! A
heresia faz a árvore da nossa vida per·
der a seiva da graça e da vida de união
com Cristo. O hereje é ár:vore morta,
- 93 --
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duplamente morta. " Ondas furiosas do
mar a espumar as suas imundicies. "
O Apóstolo se refere a certos
Doutores heréticos, que lançam de si a
espuma da imundície das más paixões
com as ondas furiosas de suas pessimas
doutrinas. A heresia sempre é seguida
dos máus costumes. Os herejes são
" estrelas errantes", isto é, como astros
que deixaram a sua orbita e só poderiam
lançar confusão nos espaços e deixar o
mundo nas trevas.

..._ 94· _
.
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ADVERT�NCIAS

S. Judas, lembrando uma profecia,


fala do julgamento dos impios que blas­
femam arrogantes e vivem à mercê das
paixões. "Vós porém, carissimos, adverte
o grande santo, lembrai-vos das palavras
que já os apóstolos de Nosso Senhor
Jesus Cristo anunciaram avisando-nos
de que nos últimos tempos apareceriam
zombadores guiando-se pelos seus ape­
tites perversos. São êsses que provocam
dissenções, homens sensuais e sem espí­
rito. "
Estes homens zombadores da fé e
provocadores de discordias não vivem
hoje neste mundo tão perverso e confuso?

- 95 -
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CONCLUSÃO

S. J udas conclue a sua bela epistola


pedindo aos fiéis que se firmem sobre o
alicerce da fé santissima, que rezem no
Espírito Santo, e se conservem no amor
de Deus a espera da misericordia de
Deus na vida eterna.
" Orientai os que vacilam, " diz :Ble,
isto é os pobres que duvidam e hesitam
no caminho para o bem. "Arrancai outros
do fogo e salvai-os". :B um apelo para que
tratemos de livrar por nossa dedicação
aos que caminham para o fogo do
inferno.
A tunica manchada pela carne da
qual manda acautelarem-se os fiéis, é
uma alusão simbólica à tunica dos le­
.prosos que se mancha e a lei mosaica
- 97 -
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ordenava que fosse queimada para não
contaminar aos outros. Assim havemos
de fugir da heresia e das más doutrinas.
Termina com um belo e tocante louvor a
Deus por J esus Cristo, diante do qual
espera que um dia nos apresentemos
cheios de alegria e sem pecados. E faz
um ato de fé no poder, no império, na
força e glória de j esus Cristo, que como
Deus já existia antes de todos os séculos,
isto é desde toda eternidade, e ha de
existir eternamente, pelos séculos dos
séculos. "
Eis aí pois a bela epistola de S. judas
Tadeu. Aproveitemos os seus ensina­
mentos. O verdadeiro devoto de S. Judas
não pode frequentar templos de herejes,
assistir sessões de espiritismo, comprar
e ler obras de herejes como protestantes
que procuram seduzir católicos, passan­
do-lhes Biblias truncadas, sem anotações
e sem aprovação da Igreja.

- 98 -
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O UVRO DE ENOQUE

Da epistola canônica fala S. J erô­


nimo no seu livro "Os homens ilustres, "
"cap. IV : "J udas, irmão de Tiago, nos
legou uma pequena epistola que está
contada entre as sete epistolas católicas.
:e por esta epistola trazer uma citação
do livro de Enoque, que é apócrifo,
"muitos" a rejeitam. " Respeito a êsses
" muitos" otimamente notou Valarsio
nas suas apostilas ao texto, dizendo :
S. J erônimo costuma dizer " muitos"
para significar " alguns " . Não é da nossa
alçada agora esquadrilhar a autentici­
dade desta epistola aceita no cânon ecle­
siástico e confirmada por eminentes exe­
getas das Sacras Letras. De outro lado
não se pode incluir no ról dos livros inspi­
rados o livro de Enoque por ser citado
- 99 -

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por S. J udas Tadeu. Vem aqui a propó­
sito o que S. J erônimo respondeu, no
comentário à Epistola de Tito, aos que
objetavam ter o Apóstolo das Gentes
falado de modo imprudente dos Cre­
tenses, quando cita versos de Epimê­
nides, como que aprovando o tal poeta
pagão.
" A êstes - diz S. Jerônimo -
responde-se conforme outros tópicos de
S. Paulo : "corrompem os bons costumes
por más conversas ; " e em outra pas­
sagem ainda : "nós somos da raça dêles, "
com o citar estas passagens o Apóstolo
não aprovou tôda a comédia de Me­
nandro., mas tão somente aproveitou
oportunamente aquêles versos. Assim
também nêste caso : pelo fato de citar
um versículo não confirmou toda a obra
de Calímaco ou de E pimênides. Mas
apenas chama aos Cretenses de menti­
rosos, confutando-os com a autoridade
de um autor de sua própria gente.
Tenho para mim que, aquêles que julgam
dever seguir todo livro quem dêle fez

- 1 00 -

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uso de uma passagem, querem êsses
tais receber entre as Escrituras da Igreja
o livro apócrifo de E noque, citado por
S. J udas na sua Epistola. Bem advertiu
Calmet, nos Prolegomenos à E pistola de
S. Judas, ser de importância suma saber
si S. Paulo cita autores profanos como
profanos e si Judas cita a Enoque como
profeta ! Mas não· m enos sagazmente
depôs Jorge Rosenmuller no seu comen­
tário ao Novo Testamento, dizendo
que nesta citação " p·rofetar" significa
" ensinar" . Nêste sentido S. Paulo chama
Epimênides de profeta dos Cretenses.
(Tit. 1, 12) .
Quanto ao mais era mui conhecido
o livro de Enoque entre os antigos.
Tertuliano no livro 1, Culto das mulheres,
cap. III, lhe tece os seguintes encômios :
" Sei que o livro de Enoque não é aceito
por muitos por não se achar no cânort
judaico. Sou, porém, de opinião que
êsses tais pensam que o livro de Enoque
foi editado antes do dilúvio, de modo
que não podia ter sido salvo daquele
- 101 -
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universal cataclismo. Se esta for a razão,
lembrem-se êsses tais que o bisneto do
mesmo Enoque sobreviveu ao dilúvio ; e
Noé, de sua parte, conhecedor das tra­
dições paternas, certamente lembrara e
apregoara os predicados e a piedade de
seu avoengo para com Deus ; visto que
Enoque não mandara outra cousa ao seu
filho Matusalém, senão que transmitisse
aos pósteros notícias suas. Por isso não
há dúvida que Noé tenha-lhe sucedido
nesta delegação de noticiar aos pósteros
a glória de sua família e as disposições
de Deus que a conservou tão admiravel­
mente.
l\1as pode ainda haver outra conjun­
tura não menos provável : dado que
tenha sido destruido o livro pelo dilúvio,
podia ter sido, não obstante, novamente
reformado na íntegra. Pois do mesmo
modo sabemos que Esdra restaurou toda
literatura judaica depois da destruição
de Jerusalém pelos exércitos babilônicos.
Mas visto que Enoque, no seu livro, fala
também do Senhor, não pode ser rejei-
- 102 -
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tado por nós. E lemos em I I Tim. III, 16:
"Toda Escritura divinamente inspirada
é útil para a edificação " Não admira,
pois, esteja relegado êsse livro pelos ju­
deus, assim como tudo, aliás, que fala de
Cristo êles rejeitam. Pois não receberam
a Cristo quando lhes falava pessoal­
mente, então muito menos aceitarão as
Escrituras que falam de Cristo. E acresce
a tudo isso, que Enoque possue as
credenciais na E pistola Canônica de
S. J udas, Apóstolo. "
Nesta longa citação chegamos a
saber que Tertuliano tinha para si que o
livro de Enoque era inspirado. A Igreja,
porém, nunca o considerou como canô­
nico. Origenes o cita algumas vêzes
porém chega mesmo a dizer que os livros
de Enoque não deviam ser tidos como
divinos.

- 103 -

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DUAS EPISTOLAS SEMELHANTES

Cornélio A. Lapide, com outros


muitos intérpretes, nota uma admirável
semelhança da Epistola de S. J udas com
o capítulo II e uma parte do capítulo I I I
da segunda E pi�tola de S . Pedro. Qual
das duas seja á primeira escrita, ainda
e disputado. Basta expôr aqui os textos
paralelos.

S. Pedro

Cap. II, v. 1 : Haverá entre vós fals<;>s


mestres que introduzirão heresias perni�
ciosas. v. 3. : O juizo para êles já há
muito não descansa.
E negarão o Senhor que os resgatou.
- 105 -
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v. 2. Serão muitos os seus compa­
nheiros de dissolução e por sua causa
será injuriado o caminho da verdade.
v. 4. : Pois, Deus nem poupou os
Anjos que pecaram, mas precipitou-os
nos tenebrosos abismos do inferno, onde
estão reservados para o juízo.
v. 6 : Votou ao extermínio e reduziu
a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra
para escarmento aos ímpios do futuro.
v. 10: Principalmente os que se
guiam pelos desejos impuros da carne,
desprezando a soberania do Senhor.
v. 1 1 : Ao passo que os Anjos, muito
superiores em fôrça e poder não pro­
ferem contra êles sentença de maldição
ante o Senhor.
V. 1 2 : 'Ssses etc. blasfemam do que
ignoram, mas p.erecerão à semelhança
da perdição daqueles.
v. 1 3 : E nódoas e manchas que são,
se engolfam nas suas intrigas, quando
se banqueteiam.
·

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v. 1 5 : Seguiram o caminho de
Balaão, filho de Bosor, que cobiçou o
prêmio da iniquidade.
v. 1 7 : São fontes sem água. Ne­
voeiros agitados de turbilhões. Aguar­
da-os a mais profunda escuridão.
v. 1 8 : Falam palavras arrogantes e
vãs e seduzem para os apetites carnais
da luxuria.
Cap. III, v. 2 : Caríssimos etc. para
que vos lembreis das palavras preditas
etc. e dos apóstolos, dos preceitos do
Senhor e Salvador.
v. 3 : Antes de tudo deveis saber o
seguinte : No final dos tempos aparecerão
zombadores sem critério, vivendo ao ·

sabor de suas paixões.


v. 1 1 : Quanto empenho não deveis
pôr em uma vida santa e piedosa, concen­
trando a vossa atenção e os vossos anseios
no advento do dia do Senhor.
- 10-7 -
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S. Judas

v. 4 : Introduziram-se certos homens


que desde muito estão destinados para
essa perdição, �mpios . . .
Renegam o único Soberano e Senhor
jesus Cristo.
Que mudam a graça de nosso Deus
em dissolução . . .
v. 6 : Também aos Anjos que não
guardaram a sua dignidade mas abando­
naram seu domicílio, tem-nos Ele reser­
vados nas trevas, com eternas cadeias,
para o juizo do grande dia.
v. 7 : Igualmente Sodoma e Gomorra
e as cidades vizinhas que como essas se
haviam dado à libertinagem e a buscarem
a carne estranha, estão aí como exemplo,
sofrendo a pena do fogo eterno.
v. 8 : Do mesmo modo também êsses
sonhadores maculam a carne, rejeitam a
dominação e blasfemam as glórias.
v. 9 : O arcanjo Miguel quando na
contenda sobre o corpo de Moisés discutia
- 108 -

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com o demônio, não ousou lançar-lhe
juizo de maldição ; e só disse: "O senhor
te mande"
v. 1 0 : Mas êsses blasfemam de tudo
o que ignoram e quanto ao que sabem
naturalmente, como os animais irracio­
nais, nisso se corrompem.
v. 1 2 : Essas manchas banque­
teiam-se despudoradamente em vossos
festins: cevando-se a si mesmos.
v. 1 1 : Por causa da sua ganância
se deixam arrastar pelo erro de Balaão.
v. 1 2 : Essas nuvens sem água, le­
vadas aqui e acolá pelo vento ! etc. às
quais está reservada para todo o sempre
a sinistra escuridão.

v. 1 6 : Vivem à mercê das suas


paixões ; a sua boca profere arrogâncias.
v. 1 7 : Vós, porém, caríssimos, lem­
brai-vos das palavras que já os apóstolos
de N. S. jesus Cristo anunciaram.
- 109 -
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v. 1 8 : Avisando-vos de que nos
últimos tempos apareceriam zombadores,
guiando-se pelos seus apetites perversos.
v. 2 1 = Conservai-vos no amor de
Deus, aguardando a misericórdia de
Nosso Senhor J esus Cristo para a vida
eterna.

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CAPITULO IV

S. Judas
pregador
do
Evangelho
S. Judas
p r eg a d o r
do
Ev angelho

'

S. JUDAS EM MESOPOTAMIA
S. J UDAS EM EDE SSA
UMA CARTA DE J E SUS
ENCONTRO COM ABGARD
A CURA MIRACULOSA
S. J UDAS SALVA UM I NOCENTE
DA CALUNI A

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S. JUDAS NA MESOPOTAMIA

J osé de Simão Assemani, da Biblio­


teca Oriental, afirma que os Sírios e
Caldeus reconhecem como seus Após­
tolos aos Magos, primícia dos gentios e
primeiros adoradores de Cristo Senhor.
Depois, dentre os Doze, a Pedro, Tomé,
Bartolomeu, 1\'1ateus e J udas, irmão de
Tiago ou o Lebeu. Afinal dos Setenta, a
Adeu ou Tadeu com seus discípulos
Marim e Ageu. Mas preconizam de pre­
ferência aos demais a Tomé, Tadeu,
Marim e Ageu, chamando-os Apóstolos
por excelência do Oriente. Segundo
referem, foi dêles que receberam a fé.
E mais ainda, atribuem-lhes a criação
da séde arq ui episcopal na Seleucia e em
Ctesifonte elevada mais tarde à séde
patriarcal. Tanto foi averiguado acerca
� 115 -
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de Ma teus, Tomé e Tadeu. Aliás de
Tomé e Tadeu dizem todos, não apenas
os Sírios, senão também os Gregos e
Datinos que êstes foram efetivamente
os Apóstolos dos Sírios e Caldeus.
Preterindo agora os demais Após­
tolos e Discípulos dêles, cumpre-nos
tratar aqui exclusivamente de S. Tadeu.
S. j erônimo nos assegura ter S. Tadeu
pregado em Edessa bem como na
Mesopotâmia. Ado, no seu opúsculo
sobre as festas dos santos Apóstolos, aos
28 de outubro, nos conta que S. Tadeu
pregou na Mesopotâmia. O mesmo nos
inculca Usuardo com palavras quasi
idênticas. No Calendário Marmóreo de
Napoles, do sec. IX, a festa de S. Tadeu
ocorre no dia 26 de maio. Já então Fre­
culfo Lexoviense, escritor dêste mesmo
sec. IX assentou o seguinte ( I I tomo, 1
livro, cap. XIX) :
"J udas, irmão de Tiago, pregou o
Evangelho na Mesopotâmia e no interior
do Ponto. Abrandou com sua doutrina
- 116 -
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santa, gente selvagem e indômita, natu­
rezas quasi animalescas, e subjugou-as
à fé cristã. Foi sepultado em N erito,
cidade da Armênia. Deixou-nos uma
breve Epistola, que se conta entre as
sete Epistolas Católicas. "
A comunidade grega conserva esta
mesma tradição acêrca da missão de S.
Tadeu na Mesopotâmia, Entre as obras
espúrias de S. Hipólito Portuense enu­
mera-se o opúsculo dos Doze Apóstolos,
no qual se lê com referência a S. Tadeu :
"J udas, também apelidado Lebeu, depois
de haver pregado ao povo de E dessa e
de tôda a Mesopotâmia, faleceu em Be­
rito e ali mesmo foi sepultado. "
E screveu S. Hipólito do sec. III um
opúsculo reputado espúrio e que mereci­
damente lhe é atribuido. Mas apesar de
espúrio é bastante antigo. E atesta a tra­
dição acêrca da missão na Mesopotâmia.
A mesma tradição, ademais vem confir­
mada no Menológio do· imperador Basílio
no dia 19 de junho, onde consta o que
segue : "O Apóstolo de Cristo J udas, a
- 117 -
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quem o santo Apóstolo e Evangelista
Lucas, nos Atos, chama por êste nome,
mas que é chamado Tadeu pelos Após­
tolos e Evangelistas Mateus e Marcos, foi
parente de Nossa Senhor Jesus Cristo
segundo a carne, como filho do esposo
josé e irmão de Tiago Adelfoteu. Tam­
bém êle escreveu a todos uma E pistola
cheia de luz e repleta das doutrinas do
Espírito Santo. E fortalecido pelo pró­
prio Cristo e cheio do Espírito Santo,
dissipou todo êrro e iluminou a todos os
fiéis. Chegado a Mesopotâmia converteu
muitos infiéis ao Senhor pela promul­
gação do Evangelho. Depois seguiu
para a cidade de Edessa e livrou Abgar
de uma doença. Por último dirigiu-se à
cidade de Arat, onde foi posto na cruz
e transpassado de flechas. E assim
terminou a vida. "
N o referido Menológio ainda se faz
menção de S. J udas Apóstolo aos 22 de
de maio. Mas aí se diz apenas que,
inflamado de zêlo divino, percorreu todas
- 1 18 -
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as cidades e localidades. Não se indica
porém, especificamente nem a cidade
nem o lugar. No dia 30 de junho o dito
Menológio celebra a festa dos Doze
Apóstolos logo após a comemoração
dos Ss. Apóstolos Pedro e Paulo. Tribu­
tando encômios a cada Apóstolo em parti­
cular, louva como o undécimo a Simão o
Zelota e como o duodécimo a Judas, irmã o
de Tiago, suspenso e perfurado pelas
flechas. Também nas Menéias, em uso na
liturgia dos Gregos, lê-se no dia 19 de
junho que Judas Tadeu pregou na Meso­
potâmia : " Por isso elucidou com sua pa­
lavra a região entre os rios (i. é : a Meso­
potâmia situada entre o :Sufrates e o
Tigre) e as regiões da circunvizinhança.
Os orientais afirmam unânimes qu.e
S. j udas Tadeu pregou o Evangelho
na Mesopotâmia e no E xtremo Oriente.
Que esta opinião tenha nascido do
fato de Tadeu, um dos 72 discípulos
de Cristo, ter, conforme o relatório
de E usébio, missionado em E dessa e
aí recebido o apelativo de Apóstolo
- 119 -
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pelos seguintes motivos : porque foi discí­
pulo de Nosso Senhor ou porque tomou
grande parte na conversão da cidade de
Edessa. Todavia pelo motivo de se fazer
distinção entre dois Tadeus, dos quais o
primeiro, um dos 72 discípulos e cujo
nome venera-se em 14 de maio e o
segundo, um dos Doze Apóstolos, cuja
solenidade é celebrada em 28 de outubro,
os Sírios acreditam que de inicio tiveram
dois pregadores com êste no me. De fato,
Elias. Damasceno, depois de enumerar na
Coleção dos Cânones vários Padres ·da
Igreja Siríaca, falando do Apóstolo
J udas acrescenta : "Tomé, um dos Doze
a quem mais tarde se associou também
Judas, filho de Tiago, por sua vez um dos
Doze, evangelizou lá para as bandas da
Síria, nas regiões da fndia e converteu
à fé cristã e pastoreou os países limí­
trofes até o Mar Verde" . Coisa seme­
lhante aduz Amro a respeito da pregação
de S. Judas Tadeu : "Judas, filho de
Tiago cognominado Lebbeu e Tadeu,
anunciou a Boa Nova da fé cristã em
- 120 -
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Antartosa (Antaradi) e Laodicéia, de­
mandou em seguida para Thadmora
(Palmira) e Raca (Calínico) e Circésio
e em Theman (Austrum) e em algumas
partes do Oriente. Na lndia encontrou-se
com S. Tomé ao lado de quem passou
algum tempo , regressando seguidamente
para sua região. Inumerável multidão
de homens recebeu nestas plagas de suas
mãos o santo batismo. Apedrejado que
foi, veio a falecer em Berito onde sepul­
taram-no " .
Amtarado é uma praça forte,
escreve Celário, situada .defronte a ilh a
do Arado, que pertence à Fenícia.

- 121 �

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S. JUDAS EM EDESSA

S. Jerônimo afirma que S. J udas


Tadeu pregou o Evangelho em E dessa.
Escreve o Santo Doutor : Transmite-nos
a História Eclesiástica que S. J udas
Tadeu apóstolo foi enviado para E dessa
junto de Agar, rei de Osrema. O evange­
lista S. Lucas o chama J udas Tiago.
E usébio na sua História eclesiástica
Livro 1 Cap. XII e XIII narra o seguinte :
A história de Tadeu é esta : cap.
XIII : "A divindade de Jesus Cristo,
Nosso Senhor e Salvador, sendo já
célebre em toda parte, por causa das suas
obras admiraveis, atraiu uma multidão
de doentes e aflitos desejosos de re­
cuperar a saude, provindos de regiões
estrangeiras e muito distantes da judéa.

- 123 -
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Por isso Abgar, digno rei de muitas
gentes d'além do Eufrates, sofrendo de
grave enfermidade, e tendo esgotado
em vão todos os recursos medicinais
humanos, e estando difundido por toda
a parte o nome de J esus e de seus estu­
pendos milagres, confirmados pelo teste­
munho de todos, enviou uma carta a
J esus, rogando que o livrasse da moléstia.

- 124 -
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A CARTA DE JESUS

J esus não o atendeu. Contudo não


recusou remeter-lhe uma missiva, em
que prometeu enviar-lhe um dos seus
discípulos, que o havia de curar. E não
somente a êle restituir a saude, mas
também a todos da família, aos parentes
e amigos. Não muito mais tarde foi
levado a efeito a promessa de Jesus. Pois,
a pós a ressurreição e ascensão de Cristo
ao céu, Tomé um dos Doze Apóstolos,
movido por divina inspiração, enviou
Tadeu a Edessa, para alí anunciar a
doutrina de Cristo ; e realizou-se o que
] esus prometera. Os depoimentos deste
fato se encontram nos arquivos de
Edessa, que contêm as antiguidades da
cidade e os feitos de Agar. Destes
- 125 -
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arquivos são as interessantes cartas que
foram transladadas fielmente da língua
siríaca. Ei-las :
Abgar, príncipe de Edessa, a Cristo
bom Salvador, que apareceu em
Jerusalém,
Saudação
Chegou-me aos ouvidos a notícia
do teu nome e das tuas curas que
operais sem ervas nem medica­
mentos. Corre a fama: restituis aos
cegos a vista, aos coxos o andar, os
leprosos são curados, os demônios e
espíritos imundos são expelidos,
doentes oprimidos por enfermidades
diuturnas sarados, mesmo mortos
são ressuscitados. Quando ouví tudo
isto, persuadi-me intimamente que
és o verdadeiro Deus, e o Filho de
Deus, que desceste do céu para
opeiar êstes prodígios. Por isso te
escrevo, rogando, que nos venhas
visitar e não te recuses curar nossa

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enfermidade. Ouço também, que os
judeus te difamam e maquinam
insídias contra ti. Tenho uma cidade
pequena mas linda, que é suficiente
para ambos nós.

Isto escreveu Abgar, iluminado por


um raio da luz divina. Passemos agora
à resposta de J esus : :E: uma carta sucint'a ,
mas transbordante de virtude e força.
" Bem-aventurado és, Abgar,
porque creste em mim, sem me teres
visto. De mim está escrito: Aqueles
que me viram não creram em mim,
para que os que não viram, crendo
recebam a vida. Visitar-te, como me
rogas, não está em mim, pois, devo
cumprir tudo para que fui enviado,
e terminada esta obra, é necessário
que eu volte para Aquele que me
enviou. De resto, quanto antes disto
me ocuparei. Vou enviar-te um dos
meus discípulos, que curará tua
moléstia e que conservará a tua vida
e a dos teus."

- 127 -
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" A estas cartas vêm acrescentados
uns aditamentos, também em língua
siríaca. Após a ascensão êie Jesus Cristo,
j udas, também chamado Tomé, enviou
para Abgar a Tadeu Apóstolo. Chegado
alí, se hospedou em casa de Tobias, filho
de Tobias. Quando a notícia de sua vinda
e dos milagres que operava, se divulgou,
foi comunicado a Abgar que havia
chegado alí um apóstolo de J esus, como
prometera na carta. Curou Tadeu enfer­
midades por virtude divina e todos fi­
cavam pasmados. Por isso, ao ouvir
Abgar dos milagres que operava e que
afugentava as doenças em nome e por
virtude de Jesus Cristo, suspeitou ser
êste de quem J esus outróra lhe escrevera
com estas palavras : " De resto, quanto
antes disto me ocuparei. Vou enviar-te
um dos meus discípulos, que curará tua
moléstia e que conservará a tua vida e a
dos teus, " Mandou então chamar Tobias,
com quem estava hospedado o Apóstolo,
e lhe disse : " Eu soube que um certo
homem poderoso, provindo de J erusalém,

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se hospeda contigo e muitas doenças
foram por êle curadas em nome de
Jesus. " Ao que respondeu Tobias : " É
certo, Senhor, que está comigo um pere­
grino, que faz muitos milagres " . Então
Abgar lhe diz : " Quero que o conduzas a
mim. " Tobias voltou para casa e assim
falou a Tadeu : "Abgar, governador desta
cidade mandou-me que te conduzisse a
êle, para curares sua enfermidade. "
Imediatamente Tadeu anuiu: "Vamos,
pois, que principalmente por causa dele
fui enviado para cá. "

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O ENCONTRO COM ABGAR

" Na manhã do dia seguinte, tomou


consigo a Simão partiu para a residência
de Abgar. E ao entrarem, foi visto que
Abgar, rodeado de seus próceres, via
algo de divino no rosto de Tadeu.
Vendo-o prostrou-se em terra. Todos os
que estavam presentes pasmavam, por­
que nada viam daquilo que apareceu a
Abgar. Então Abgar interrogou a Tadeu :
" �s tu o discípulo de Jesus, Filho de
Deus, que me escreveu estas palavras :
" te enviarei um dos meus discípulos, que
curará tua moléstia, e conservará a tua
vida e a dos teus" ? Ao que respondeu
Tadeu : " Pois que tiveste grande fé em
Jesus o Salvador, que me enviou, por isso
fui enviado a ti. E si mais e mais firmares
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tua fé, tudo o que desejas se realizará,
na medida da tua fé. "
Ao que Abgar respondeu : " Sim, a
minha fé é tão grande naquele, a quem
os judeus pregaram na cruz, que lh�s
quisera declarar guerra e exterminá-los
por completo, a não ser que por me.do
do império romano, me demova dêste
projeto." Então disse Tadeu : "Jesus
Cristo, Deus e Senhor Nosso, executou
o q ue fôra mandado . pelo Pai, e depois
que tudo tinha realizado, voltou para seu
Pai. " A isto respondeu Abgar: "Tenho
crido nele e em seu Pai. " Em seguida
âisse Tadeu : " Por isso te imponho as
mãos em nome de Nosso Senhor J esus
Cristo."

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A CURA MIRACULOSA

E imediatamente, Abgar ficou livre


da moléstia de que sofria. Grande admi­
ração se apoderou dele, porque i gual
fama como a de Jesus vê em Tadeu,
discípulo e apóstolo perfeito, que sem
medicamentos nem ervas lhe tinha
restituido a saude de outróra. E não
somente curou a êle, mas ainda um
certo Abdo, e o filho deste que sofria de
gota nos pés, que prostrado aos pés de
Tadeu, pela bênção e imposição das
mãos, foi curado. Também muitos outros
des.ta cidade foram curados pelo mesmo
apóstolo. Muitos milagres foram feitos
quando alí pregava a palavra de Deus.
Após o que Abgar falou assim a Tadeu :
"Tudo o que fazes, ó Tadeu, cremos que
o fazes por virtude divina, e por isso te
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admiramos. Mas rogo-te, nos fales de
Jes us , de sua vinda, qual e
como fôra, e
enfim com que poder e virtude operou
tantas cousas de que ouvimos narrar. "
E Tadeu lhe responde : " Agora vou contar
só um pouco, porque fui enviado para
pregar a palavra de. Deus. Amanhã,
porém, congrega todos os teus cidadãos
e Jhes pregarei a palavra de Deus, os
instruirei sobre a doutrina da vida, e
falarei algo sobre a vinda de Cristo, como
sucedeu, sobre sua missão, qual a causa
porque foi enviado pelo Pai; do seu po­
der e •dos mistérios que revelou aos
homens, com que virtude fez tantos
milagres; da sua nova doutrina; do
motivo de suas humilhações, da sub­
missão à morte; do quanto teve que
suportar da parte dos judeus, como
foi crucificado e ·desceu aos infernos,
arrasou a porta de separação fechada até
êste momento; da sua ressurreição e da
de muitos mortos que há séculos jaziam
nas sepulturas; que sozinho desceu do
céu; porém, voltou ao Pai com grande
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comitiva, e está sentado à direita de seu
Pai, donde há de vir novamente com
grande glória e majestade, para julgar
os vivos e os mortos.
Abgar ordenou que no dia seguinte
todos se reunissem para ouvir a pregação
de Tadeu. Pouco depois mandou que
fosse dado ouro e prata a Tadeu.
:bste porém recusou a oferta, dizendo :
" Quando abandonamos o nosso, havemos
de aceitar o alheio? " Teinos transladado
êstes fatos oportunamente da língua
siriaca dizem os Bollandistas e os colo­
camos aquí. Além disso Eusébio nos
transmite : " Tudo o que Nosso Senhor
prometera naqueles tempos ao rei dos
Osroenos se realizou. Pois Tomé, movido
por divina inspiração, mandou Tadeu
como arauto da doutrina de Cristo a
E dessa. .
Tadeu, após sua chegada em Edessa
curou a Abgar em nome de Cristo, e
atraiu todos os habitantes daquela região
pela novidade dos milagres. Quando os
tinha preparado suficientemente por
- 135 -
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meio destas obras admiraveis e levádo à
veneração e ao culto do poder divino de
Cristo, fez dêles enfim discípulos da
doutrina salutar. Desde aquele tempo
toda a cidade de Edessa, que possuia não
vulgar benevolência de Nosso Senh o r,
desde então ficou fiel ao Senhor. E i�to
foi extraido dos priscos arquivos de
Edessa ; são êsses os dados de Eusébio.

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S. JUDAS SALVA UM INOCENTE
DA CALUNIA

Deu-se um prodigio que veio con­


firmar o poder de milagres do grande
taumaturgo e apóstolo. A filha de um
Senhor muito rico e nobre sendo solteira,
deu à luz a uma criança, o que foi causa
de grande escandalo e indignação dos
pais contra o autor deste crime. --

Perguntjaram à jovem quem havia


sido o culpado e ela cheia de maldade
acusou a um Diacono, discípuló de S.
j udas e que fazia tanto bem no meio do
povo. Chegaram na ocasião os dois
Apóstolos e contaram-lhes que o pobre
Diacono estava ameaçado de morte e
passando vexames incriveis com tamanha
infamia a êle atribuida. S. J udas per-
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guntou sem demora : Há quanto tempo
nasceu esta criança?
Responderam-lhe : - Hoje mesmo.
- Pois bem, tragam aqui logo o
pequenino, diz o Apóstolo.
Sem demora trouxeram a criancinha
recem nascida na presença dos Após­
tolos. S. J udas inspirado pelo Alto
voltou-se para os acusadores.
- Venha também aqui neste mo­
mento o Diacono que acusais.
Compareceu logo também a vítima
da infame calunia.
Na presença de grande número de
pessoas, da família da jovem mãe o
Santo Apóstolo voltou-se para. a crian­
cinha recem nascida e lhê perguntou -

''Menino, êste Diacono que aqui está


presente é teu pai?
O pequenino ergueu a cabecinha
com espanto geral e falou de modo bem
claro e todos o ouviram: " Não, êste
-

Diacono é santo e casto e nunca manchou


smt carne com impurezas"

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Os pais da moça pediram aos Após­
tolos que interrogassem a criança afim
de que revelasse quem era seu pai.
- Não, responde S. ] udas, queremos
livrar um inocente e não revelar o
culpa do.

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CA P I T U L O V

S. Judas
Martir
de
Cristo

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S. J u d a s
Martir
de
Cristo

S. J UDAS MARTIR
S. J UDAS, OS FE ITICE IROS E
E NCANTADORE S
A GRANDE DISPUTA
AS S ERPENTES
UMA NARRAÇÃO DO MARTIRIO
O Apóstolos S. Simão e S. J udas Tadeu dão a vida pela fé.

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S. JUDAS MARTIR

Todos são unânimes em dizer que


S. Judas foi Martir. Seguiu o caminho
de todos os Apóstolos que derramaram o
Sangue por Cristo. É verdade que João
Evangelista não é contado entre os
Mártires, mas sofreu e foi condenado ao
martirio, lançado em óleo fervente,
donde escapou ilêso por um prodigio.
Daí o se considerarem Mártires todos os
Apóstolos.
Diz Santo Agostinho: " Os Após­
tolos derramaram o Sangue por aquilo
que viram. :E:stes Apóstolos foram
mortos para nos ensinarem que ha uma
vitória mais forte que é morrer pela fé
e pela Verdade " As antigas Liturgias
nos falam dos Santos Apóstolos S. Simão
e S. Judas como Mártires.
- 145 -
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Sempre foram celebrados como tais.
O Sacramentário de S. Gregório Magno,
composto com excertos tirados das mais
antigos documentos, trazem no dia 27 de
Outubro, Vigília de S. Simão e S. Judas
a seguinte prece : "Vós sois admirável
em vossos Santos que se tomaram
ilustres na confissão do vosso nome e
gloriosos na morte sofrida por Vós.
Os mais antigos Martiriológicos
fazem menção do Martirio de S. J udas.
Na Liturgia Gótica ou Mosarábica,
que no século VII foi introduzida na
Espanha por Santo Isidoro, faz menção
do martirio de S. J udas na Missa.
A oração diz : ó Deus, que fizestes
os Apóstolos S. Simão e S. J udas sofrerem
o mais cruel martirio . . . ouvi-nos etc.
Nas outras orações sempre ha menção ao
martirio dos Santlos Apóstolos.
Se além dos documentos liturgicos
consultarmos os martiriologios, veremos
que também aí se fala no martirio. O
primeiro indício têmo-lo no Martiriologio
- 146 -

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] eronimiano onde lemos no dia 26 de
outubro : " NaS'cimento do Apóstolo Si­
mão Cananeu e Simão Zelote, que foram
mortos pelos pontífices em Suane, cidade
dos Persas. "
Não contestamos a antiguidade do
Martiriológio de S. J erônimo ; mas em
todo decurso da obra não se encontra
outra cousa a não ser o nome ou o lugar
do martirio dos Apóstolos. Muito m ais
escreveu Ado no seu livro sobre as festas
dos santos Apóstolos. Aí para o dia 26
de outubro lê-se : " Nascimento dos
Apóstolos Simão Cananeu, que também
se chama Zelotes, e de Tadeu, o qual é
irmão de Tiago, também chamado Lebeu.
que significa Córculo. E é de tradição
que Tadeu pregou na Mesopotâmia, e
Simão no Egito. Também entraram n a
Pérsia, onde converteram uma grande
multidão daquela nação para a fé de
Cristo e depois de assistirem ao grande
florescimento da Igreja do Senhor, ter­
minaram sua carreira terrestre em glo­
rioso martirio. Os cristãos, por êles feitos
- 147 -
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filhos de Deus, deram-lhes honrosa sepul­
tura. É inteiramente falso, como alguns
pensam, que Simão Apóstolo, um dos
doze, ser o mesmo que sofreu a cruci­
fixão sob o imperador Trajano. Pois já
Beda, o venerável, nas suas Retratações,
acusa-se a si mesmo não ter aqui feito
a devida distinção. A História Eclesiás­
tica fala das gestas de um outro Simão,
mas não do Simão Apóstolo " Usuardo
tem isso também, dizendo ao dia 28 de
outubro : " Nascimento dos Santos Após­
tolos Simão Cananeu e de Tadeu, que
também é chamado J udas ; e dos quai�,
segundo a tradição, Tadeu pregou na
Mesopotâmia, e Simão no E gito. Também
penetraram na Pérsia, onde converteram
bom número daquela nação a Cristo, ao
depois sofreram o martirio. "
A Usuardo seguiram todos os que
escreveram martirológios ou hagiológios
entre os latinos.
Na Igrej a grega pode-se, à primeira
vista, duvidar do martirio de S. j udas.
Pois o Menológio fala do santo Apóstolo
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no dia 22 de maio, em que "1 udas, divino
Apóstolo, in flamado de santo zêlo, per­
correu tôdas as cidades e regiões" , pro­
mulgando o símbolo da fé cristã. " Depois
de ter ensinado estas cousas e batizado
muitos infiéis, morreu na paz do Senhor. "
Destas palavras podia-se deduzir que o
Apóstolo morreu de morte natural. Mas
o que naquelas palavras parece omitido,
está brilhantemente suprido no dia 1 9
de junho, onde lemos : " J udas, Apóstolo
de Jesus Cristo, assim chamado nos Atos,
e pelos outros evangelistas Mateus e
Marcos é chamado Tadeu. " Trata-se,
pois, evidentemente aquí de Judas Tadeu,
um dos doze ; mais adiante lembra-se
sua pregação na Mesopotâmia, principal­
mente em Edessa : " Por último chegou à
cidade de Arate, onde crucificado e
transpassado de flechas, terminou sua
.
carrelfa.
"

Também no dia 30 de junho os


Gregos celebram a Comunhão dos Santos
Apóstolos, estando na cruz e transpas­
sado de flechas.
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O mesmo encontramos· em Menéias
no dia 1 9 de junho, onde o Apóstolo é
celebrado com as seguintes palavras :
"Judas Tadeu, podes gloriar-te de seres
parente de Cristo e seu Apóstolo."

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s. JUDAS, os FEITICEmos E
ENCANTADORES

Segundo a tradição S. Simão e S.


Judas foram os evangelizadores da
Pérsia. Depois da vinda do Espírito
Santo pregou o Santo primeiro na Meso­
potâmia e Ponto, S. Simão no Egito.
Finalmente os dois Apóstolos passaram
para ·a Pérsia. Aí encontraram dois feiti­
ceiros e encantadores célebres Zoroé e
Artafat. S. Mateos já os havia expulsado
da Etiopia com a pregação do Evangelho.
Passaram então para a Pérsia onde os
encontraram os dois Apóstolos. E ra
Capitão chefe dos exércitos do Rei da
Babilônia um tal Baradach que nada
fazia sem consultar os feiticeiros e saber
si seria ou não feliz nas emprêsas, sobre-
- 151 -
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tudo em tempo de guerra. Os Encanta­
dores eram os oráculos considerados infa­
liveis e dominavam todos. Ia Baradach
dar combate nas fndias .e consultou os
Feiticeiros. Bstes logo correram ao tem­
plo dos deuses e perceberam que os
ídolos estavam mudos. Não conseguiram
uma só resposta. Foram a outra cidade
consultarem outros ídolos e obtiveram a
seguinte resposta do Demônio :
- Não podemos dar resposta alguma
lá, porque lá estão os Apóstolos Judas e
Simão. " Ao saber disto Baradach mandou
chamar os Apóstolos e lhes interrogou :
- Quem sois vós e o que viestes
fazer aqui?
- Somos hebreus, diseípulos de
Jesus Cristo e viemos aqui para pregar
a palavra de Deus e trazer-vos a salvação.
- Quando eu voltar do combate
mandarei chamar-vos e conversaremos
melhor, disse o Capitão.
- Será melhor conhecer agora a
verdade, Sr. Capitão, para encontrar
- 152 -
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Aquele Senhor que pode Vos ajudar e
tomar o inimigo pacifico.
- Pelo que vejo, respondeu Bara­
dach, sois mais poderosos do que os
nossos deuses. - Dizei-me então, que
fim há de ter esta batalha em que vou
entrar?
- Para que o Sr. Capitão tenha
experiência própria da falsidade dos
ídolos mande interrogar-lhes sobre o
destino desta batalha e depois daremos
a nossa resposta.
Baradaah consultou logo os fdolos
pelos Feiticeiros e a resposta foi a
seguinte :
" Haverá uma grande guerra e
combates terriveis com grandes perdas
para ambos os lados. "
S. Judas e S. Simão riram-se da
resposta dos Feiticeiros.
Disse Baradach: Então diante de
-

uma coisa tão grave e de tanto temor,


diante do susto que me dá esta notícia
dolorosa, ainda estais rindo?
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- Sim, responde S. Ju�as, rio-me
porque amanhã os Embaixadores ini­
migos virão pedir paz e se entregarão
sem combate algum. Não se derramará
uma gota de sangue.
Os Feiticeiros zombavam das pa­
lavras do Apóstolo e maliciosamente
insinuaram ao Capitão :
- Isto é trama do inimigo para que
não nos preparemos para o combate.
Baradach então mandou prender os
Apóstolos por segurança.
Amanhã virá a embaixada da paz,
disse S. Judas.
Riram-se os Feiticeiros.
Realmente no dia seguinte pela
manhã surgiram inesperadamente dois
embaixadores da fndia pedindo paz e
propondo coisas vantajosas.
Baradach admirado do que via,
mandou libertar os Apóstolos e queria
n1andar matar a todos os Feitice iros e
Encantadores�
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- Não, disse S. Judas, não façais
isto, porque não viemos aqui para trazer
a morte, mas a Vida em Jesus Cristo.
E graças a êste pedido forarh poupados
os Feiticeiros.

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A GRANDE DISPUTA

Baradach ofereceu a S. J udas e ao


companheiro muito ouro e dinheiro e
vantagens. Recusaram tudo. Só queriam
pregar o Evangelho. Isto causou uma
admiração profunda na alma daquele
pagão. Levou os dois Apóstolos à pre­
sença do Rei da Babilônia.
- �stes homens, disse Baradach ao
Rei, são deuses em figura de homens.
Têm um poder imenso. E contou o que
havia sucedido. Os Encantadores e Sacer­
dotes idólatras cheios de inveja disseram :
São tão maus, vieram aqui para nos
enganar e seduzir o povo. Querem a
destruição do Reino. Tome o Rei muito
cuidado com êstes traidores perigosos!

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Baradach que estimava os Apóstolos
os defendeu perante o Rei.
Perguntou aos Feiticeiros : Quereis
disputar em público com êles?
- Sim, mas antes queremos mostrar
o nosso poder de encantamento. Manda
chamar homens letrados e sábios do
Reino para discutir conosco e h avemos
de mostrar como não terão poder de
falar diante de nós.
Assim fez o Rei. Vieram os Sábios
e letrados do Reino e diante dos Feiti­
ceiros emudeceram e não puderam falar
nem por gestos.
Disseram os encantadores triun­
fantes : para que saibam que somos
deuses e temos poderes, mandamos que
falem êstes sábios mas que não possam
se mover do lugar em que estão. E assim
sucedeu. Os Sábios não puderam mover
passo e falavam perfeitamente. Man­
damos agora que andem mas que não
vejam. E os Sábios andaram como cegos.
Depois desta prova em que o Demônio
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parecia triunfante, Baradach levou os
Sábios diante dos Apóstolos S. Judas e
Simão. Ao vê-los tão pobre e mal tra­
jados os desprezaram no coração. S. Ju­
das lhes diss� como adivinhando-lhes o
pensamento : "Acontece muitas vêzes
que em cofres de ouro e de pedras pre­
ciosas se encerram coisas vis e despre­
ziveis, mas acontece também que em
caixas de · madeira se encerram tesouros
preciosos ". Não se deve dar importância
à caixa mas ao que ela encerra. Si prome­
terdes deixar a idolatria e adorar a um
só Deus que está no céu faremos o sinal
da cruz em vossas frontes e não tereis
medo dos Feiticeiros e dos Encantadores.
Os Sábios então receberam na fronte o
sinal da cruz e foram discutir com os
Feiticeiros e sairam vencedores.
Zombaram dos que antes os h aviam
feito emudecer.

- 159 -
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AS SERPENTES

Os Encantadores e Feiticeiros ven­


cidos pelos Sábios, não se conformaram
e em vingança mandaram vir serpentes,
cuja mordedura era dolorida e venenosa,
e as lançaram contra os Sábios. Chegaram
S. Judas e S. Simão e tomaram em suas
capas todas as serpentes que lhes obede­
ceram logo.
Lançaram as serpentes contra os
Feiticeiros e Encantadores dizendo-lh es :
- Não morrereis, mas sereis feridos
destas serpentes e gritareis de dor. Os
Feiticeiros mordidos pelas serpentes
uivavam de dor. O Rei disse a S. Judas:
- Dei"{a que morram êstes feiticeiros
mordidos pelas serpentes.
- Não, responde o Apóstolo, somos
mandados aqui para dar vida aos mprtos

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e não para matar os vivos. Mandaram as
serpentes que tirassem todo o veneno dos
Feiticeiros nas feridas que deixaram.
Por três dias sofreram ainda as dores das
mordidas, mas enfim, se levantaram
curados.
Enfim, S. Judas foi vê-los e lhes
disse : Deus não quer mais o vosso sofri­
mento. Levantai-vos curados e podeis ir
para onde quiserdes.
Ficaram sãos e não sofreram mais as
dores. Todavia se obstinaram no erro e
não quiseram se converter. Conceberam
tal ódio dos Santos Apóstolos que só
pensavam em matá-los e tirar vingança.

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UMA NARRAÇÃO DO MARTIRIO

Há diversas versões sobre o martirio


de S. Judas. Entre outras esta : Os Após­
tolos S. Judas e S. Simão converteram
inumeros pagãos na Pérsia. Os milagres
se sucediam causando espanto as mul­
tidões que pediam o Batismo e abraçavam
a doutrina do Evangelho. Mais de setenta
mil homens se batizaram juntamente
com o Rei nesta excursão apostólica. Foi
um triunfo magnifico de Cristo naquela
Região. Os Sacerdotes pagãos dos fdolos
e os Feiticeiros e Encantadores não se
conformavam com a derrota. Começaram
a excitar os animas dos pagãos contra os
Apóstolos e um dia prenderam a S. Judas
e S. Simão e os arrastaram ao Templo
do Sol. Aí os Demônios ou Maus Espí­
ritos começaram a uivar : Que tendes
-

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conosco, Apóstolos do Senhor? Desde
que entrastes aqui estamos atormentados
horrorosamente.
Um Anjo apareceu aos Apóstolos e
lhes disse : Apóstolos de Cristo, escolhei
uma destas duas coisas: ou que sejam
mortos e vingados os vossos inimigos e
sejais livres para a pregação do Evan­
gelho, ou o vosso martirio e tereis uma
grande glória no Céu.
Os Apóstolos preferiram o martirio
por Cristo.
S. Judas no entanto disse à multidão
que o cercava pedindo a morte dos Após­
tolos : Para que fiqueis sabendo que êstes
ídolos que vós adorais são falsos, deles
sairão os Demônios e os hão de quebrar.
No mesmo instante dois Demônios
em figura hedionda puseram em pedaços
todos os ídolos do Templo e desapare­
ceram.
O povo fanatizado e indignado, ao
ver por terra seus ídolos, atirou-se contra
os Apóstolos furiosamente. Foram truci­
dados barbaramente.
- 164 -
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O tempo estava bom, e o céu muito
claro e sereno. De repente escureceu-se
todo o céu e uma horrível tempestade
de trovões e raios caiu sobre a cidade.
Três raios partiram o templo e mataram
vários feiticeiros.

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CAP ITULO VI

Culto
e
reliquias
de
S. Judas
Culto
e
reliquias
de
S. Judas

RE LIQUIAS
.
NA BA SILICA DO VATICANO
OUTRAS RELIQUIAS
UM DOCUMENTO
NA ALEMANHA
A DEVOÇÃO

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RELíQUIAS

Vamos tratar das relíquias e do culto


dos dois santos Apóstolos S. J udas e S.
Simão. O culto dos dois Apóstolos está
geralmente compreendido sob uma só
veneraçâo comum. Entre as obras atri­
buídas a Santo Hipólito Portuense,
acha-se um opúsculo sobre os doze Após­
tolos. Aí lemos : "Judas ou Lebeu pre­
gou o evangelho ao povo de Edessa e à
toda região da Mesopotâmia; morreu
em Berito onde também se acha seu
sepulcro. " Entre os escritores, são di­
versas as opiniões a respeito do lugar da
primeira sepultura de S. J udas. A êste
respeito negamos totalmente autoridade
ao livro do Pseudo-Hipólito, dizem os
Bollandistas, visto estar inçado de erros
palmares. Haja vista a passagem em

- 171 -
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que afirma ser o Apóstolo Simão
Cananeu sucessor de S. Tiago no epis­
copado de J erusalém. De tal modo
chega a confundir o Apóstolo Simão
com aqueloutro que governou a Igreja
de j erusalém depois de Tiago, que
ainda tem o Apóstolo por vivo no
ano 120. Mui duvidoso é, portanto, o
lugar donde foram transladados para o
Ocidente, os corpos dos Apóstolos S.
Simão e S. j udas. Que tenham sido
conservadas as relíquias dos Apóstolos
na Palestina, é demonstrado na vida de
S. Bernardo, escrita por Gaufrido seu
discípulo.
Aí lemos : " Foi enterrado (S. Ber­
nardo) ante o altar da Bem-aventurada
Virgem Maria, pela qual nutria grande
devoção. E sobre seu peito foi colocada
uma urna com relíquias de S. J udas
Tadeu, Apóstolo. Essas relíquias, S.
Bernardo as recebera de j erusalém, e
por devoção particular ao Apóstolo,
mandou que lhas colocassem, na hora da
morte, junto ao Túmulo."
- 172 -
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O que tenha sido feito destas relí­
quias de S. J udas Tadeu não se sabe.
J oão Pínio, nas Atas de S. Bernardo,
escreve sôbre vários milagres e êxtases
de S. Bernardo. Sabemos também que
no mosteiro de Claraval havia um
túmulo de mármore com o corpo de S.
Bernardo, de tal fórma, porém, que no
lado de. fóra foraJ.11 conservadas a cabeça
e alguns ossos. Muitas vêzes os monges
de Claraval planejaram transportar o
corpo de S. Bernardo para alguma urna
mais preciosa. E o fizeram, - segundo
conta Guignard numa carta a Carlos de
Montalembert. Pelo menos não se sabe
nada si alguém depois disto tivesse
feito romarias ou visitas ao túmulo de
S. Bernardo, de modo que se pode conje­
turar que não se achasse mais lá.
E fetivamente, é quase certo que o
corpo de S. Bernardo foi transladado do
túmulo de mármore para alguma urna
mais preciosa. No século XIV J oão de
Aisaville, abade de Claravalle ( 1330-
1348), colocou todo o corpo do Santo
- . 1 73 - .
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numa teca de prata. Tristando de Bizet,
que morreu em 1579, para manifestar
sua veneração a S. Bernardo, mandou
fazer uma urna de prata onde colocou
o corpo do seu patrono. Colocaram o
presente do monge na igreja, mas
temendo êles que pela transladação
alguns príncipes poderosos pudessem
exigir despojos do Santo, de modo que
o corpo ficasse reduzido só a alguns
ossos, preferiram os monges deixar o
corpo no túmulo de mármore, onde
permaneceu até o fim do século XVII I.
No dia 2 de novembro de 1 789 por
um decreto do reino foram confiscados
todos os bens eclesiásticos. Mais tarde
no dia 6 de abril de 1 792 foram supressos
todos os mosteiros e proibido o uso do
hábito eclesiástico para ambos os sexos.
Entretanto foi feita uma ressalva aos
religiosos de ambos os sexos, conceden­
do-lhes a livre escolha de permanecerem
no Convento ou abandoná-lo. Por isso o
Magistrado Civil de Claravel avisou
ao abade e aos monges que fizessem a
- 174 -
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escolha se queriam continuar a viver no
Claustro ou fora dêle.
Havia então ( 1 790) em Claravel
26 monges e 1 O irmãos conversos. O
abade Ludovico Maria Rocourt declarou
querer viver e morrer em seu mosteiro.
Dentre os monges, 1 9 declararam querer
seguir a liberdade do poder civil ; e o
mesmo fizeram os irmãos conversos.
Dois, porém, afirmaram aceitar a secula­
rização si o Papa a permitisse e autori­
zasse. Três estavam então ausentes
e afinal um dêles também protestou
querer viver e morrer no mosteiro de
Claraval. E assim por sua atitude inepta
foram os monges a causa da ruina do
célebre mosteiro.
Um magistrado procedeu em seguida
ao inventário de todos os bens moveis
e imoveis pertencentes ao mosteiro.
O valor do convento, pelo cômputo
do inventário, ascendia a quase 1 23.826
libras. As dez horas da manhã de 1 5 de
J aneiro de 1 792, o mosteiro foi exposto
à venda pública pelo preço de 137.875

- 175 -
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libras. Ninguém queria, porém, adicionar
coisa alguma ao preço estatuido, pelo
que o leilão foi adiado para o dia
1 0 de Fevereiro seguinte. Adquiriu-o
então Pedro Claudio Cauzon, arquiteto
de Bar-sur-Aube pelo preço de 337.500
libras. Foi imposta, no entanto, a con­
dição de não ceder ao comprador os
objetos de culto. Outrossim, foi estipu­
lado o compromisso de nada destruir ou
mudar na Igreja, sem avisar, com dois
meses de antecedência, ao departamento
da administração.
O comprador, fazendo uso dos seus
direitos, exigiu e .p ediu fossem remo­
vidos, os sepulcros que obstruiam o
lugar.
Quando ai í chegou o encarregado
do departamento de Aube, encontrou
várias sepulturas que continham as relí­
quias de vários homens santos. Nos epi­
táfios liam-se os nomes de S. Bernardo,
o primeiro abade de Clairvaux, S. Mala­
quias, Sto. Eutrópio e outros.

- 17 6 -
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Colocou as relíquias dos santos em
lugar separado, até que o supremo magis­
trado do departamento indicasse o que
fazer.
:Sste, por decreto de 8 de maio de
1793, permitiu que as relíquias encon­
tradas em Clairvaux fossem distribuidas
entre as paróquias vizinhas Ville-sous­
Ferté e Longchamps.
Quando se aproximava a ruína do
mosteiro, o abade Claravalense Ludovico
Maria Rocourt ocultara várias relíquias
de S. Bernardo que em seguida distribuiu
a vários mosteiros de sua ordem. No dia
J : de outubro de 18 1 3, presenteou o pre­
feito do departamento de Aube, Carlos
Caffarelli com as cabeças de S. Bernardo
e S. Malaquias. Estas relíquias, aos 24
de dezembro do mesmo ano, foram
transladadas para a Catedral de Treves.
Sôbre esta transladação existe uma
carta de Estevão Antonio de Boulogne
do seguinte teor:
- 177 -
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" Estevão Antonio de Boulogne etc.
Tendo examinado o presente instru­
mento, assinado e sigilado por D. Ro­
court, último abade de Clairvaux, per­
mitimos e mandamos expor à veneração
pública dos fiéis, as santas e insignes
relíquias do abade S. Bernardo. Estes
restos mortais, doados primeiramente a
Carlos Caffarelli, prefeito da província
de Aube, foram em seguida presenteados
ao cura de nossa Catedral. Colocou-as
êle em receptáculo de madeira prateada
e as circundou com vidro.
Dado em Treves, aos 4 de setembro
de 1 8 1 6.
E stevão Antonio, Bispo de Treves. "
É o que nos faltava narrar sobre as
relíquias do Santo ( S. Bern_a rdo) do que
escreve Pínio até 1 739.
Voltemos agora para nossos S. j u­
das e S. Simão. Testemunha Ludovico
Sabatini em seu comentário sobre o
antigo calendário Napolitano, que havia
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outróra em Nápoles numa capela, sob
o patronato da família Cybo-Tomacelli.
Fôra consagrada em honra dos Ss. Simão
e Demétrio e demolida depois para dar
espaço à área da Igreja dos Pe. Orato­
rianos.
Existia também em Roma uma
Igreja paroquial dedicada aos Ss. Simão
e Judas. A paróquia foi supressa mais
tarde pelo Papa Leão XII, permanecendo,
no entanto, como templo sagrado, sob o
patronato da família de Gabriellis.
Além desta igreja, há um altar na
Igreja de S. Pedro, dedicado ao nome de
nossos santos. Inocêncio III mandou
consagrá-lo novamente pelo Cardeal
Octaviano, bispo de óstia. Digna de nota
é a carta que nos revela a frequência com
que foi celebrada a santa Missa neste
mesmo altar.
Escreve Sua Santidade: " Poucos
dias antes do nosso regresso de Roma,
veio a nós um Sacerdote de veneranda
idade, timorato e revelou secretamente
- 179 -
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que lhe aparecera em sonhos o Apóstolo
S. Pedro e lhe dissera : "Vá ao pontífice
Inocêncio, diga-lhe em meu nome que
desde o nascimento o amei como filho,
promovi-o por diversos graus, até fazê-lo
assentar na minha sede. Por isso deve
êle amar e promover com zêlo o decoro
e a honra de minha casa. Saiba pois, que
na minha Igreja há poucos altares consa­
grados, acontece por isso que os santos
mistérios são celebrados em altares
execrados.
e meu desejo que faça consagrar
com a devida reverência, ao menos
aqueles sôbre os quais com frequência é
celebrado o santo sacrifício. Como,
porém, a visão apareceu-lhe uma e duas
vêzes, e nem por isso cumprisse a ordem,
o Apóstolo na terceira visão começou por
dizer-lhe : Porque não escutaste minha
voz, tirar-te-ei o ouvido. Desde aquele
tempo ficou surdo de maneira tal que
quasi não ouvia nada. Gemendo e cho­
rando prostrou-se aos pés de S. Pedro,
rogou-lhe entre lágrímas que tivesse
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compaixão e lhe restituisse o ouvido, p.ro­
metendo cumprir a ordem imediata­
mente. Tendo sido atendido pela miseri­
córdia de Deus, veio a nós e contou
minuciosamente tudo quanto havia ocor­
rido. Conquanto, segundo as palavras do
Apóstolo, não se possa dar fé a todo
espírito, em nosso caso, no entanto, o
demônio não se transfiguraria em anjo
de luz, e melhor será crer piedosamente
do que duvidar sem motivo.
Por ser honesto o pedido, ainda
mesmo não fosse verdadeira a revelação,
mandamos à tua fraternidade, na qual
depositamos plena confiança, que con­
sagres, ou faças consagrar por outros os
altares execrados ; a saber, os altares de
Felipe e Tiago, Simão e J udas, do Bema­
venturado Gregório e de Santo André"
No tempo em que foi escrita esta
carta apostólica, já haviam sido esque­
cidas as relíquias dos Ss. Simão e Judas.
O que referia a tradição, provou-o um
acontecimento. Os sagrados despojos de
ambos os apóstolos foram encontrados
- 181 -
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debaixo dos altares mencionados. Barto­
lomeu Piazza relata nas E femérides
Vaticanas que as cabeças estavam
voltadas para o Oriente, conforme o
antigo costume dos cristãos. Também
Cristo foi sepultado com a cabeça diri­
gida para o Oriente.

- 182 -
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NA BASILICA DO VATICANO

As relíquias de S. J udas e S. Simão


na Basilica Vaticana.
Nos altares das duas Basílicas Vati­
canas, da antiga como da nova, acham-se
os corpos dos nossos dois Santos
Apóstolos. Pedro Mallio ou Manilo e
um Conêgo S. Pedro, ambos escri­
tores do sec. XII, afirmam terem
sabido de seus maiores que os pre­
ciosos corpos dos dois Apóstolos
descansam sob o altar de S. Simão
e S. J udas. O mesmo afirma Alfarano
no fndice das relíquias da Basílica Vati­
cana. E diz que os braços dos dois santos
se achavam debaixo de certos altares já
destruidos e por fim acrescenta : mas
agora já não mais estão na Basílica. Por
isso sob o dito altar de S. Simão e S.
- 183 -
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J udas não estavam guardados os corpos
inteiros deles, visto que os braços tinham
sido colocados em outros altares e,
afinal, foram perdid o s. E acrescenta
que o altar dos nossos santos passou
por uma reforma de culto, para lá se
guardar o Ss. Sacramento da Euca­
ristia. Desde êsse momento muitos
se dedicaram ao adorno daquele altar,
máxime a Irmandade do SS. Sacramento,
que Paulo I I I fundou na Basílica Vati­
cana. Por isso o mesmo Papa concedeu
indulgência plenária por um Breve de 22
de Setembro de 1 548, a todos que visi­
tassem a capela do SS. na Solenidade do
Corpo de Deus ou na sua Oitava ou na
festa de S. Simão e S. Judas. Do mesmo
teor Paulo V deu um Breve no dia 22
de Dezembro de 1605. Diz o Papa : " Como
daqui a pouco os corpos dos santos
Apóstolos Simão e Judas vão ser transfe­
ridos da antiga Igreja do Príncipe dos
Apóstolos para a nova Basílica de S.
Pedro, concedemos indulgência a todos
que assistirem a ceremônia ou aos que
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visitarem a Basílica desde as primeiras
Vésperas de S. J oão Evangelista até ao
ocaso do dia da festa dos Santos Ino­
centes " E assim se fez.
Grimaldo, que estava presente,
nos refere na sua obra " Instrumentos
autênticos da transladação dos corpos
dos santos " , que no dia 1 de Outubro de
1605 ter sido execrado o altar onde se
achavam os corpos de S. Simão e J udas,
e que no dia 27 de Dezembro do mesmo
ano, depois das vésperas cantadas, foram
levados em procissão solene os corpos
dos dois Santos Apóstolos para o novo
altar dedicado ao nome deles, onde ainda
hoje se acham guardados.

- 18.5 -
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OUTRAS RELiQUIAS

Também em outros lugares. - No


Elenco de relíquias da Santa Cruz em
Jerusalém lê-se acharem-se aí ossos de
S. Simão. Também na Igreja de S. Cle­
mente Romano, Gerardo Veldon, da
Ordem de S. Domingos e prefeito do
sacrário daquela Igreja, coloca entre as
mais " insignes relíquias da sua igrej a "
as relíquias de quase todos Apóstolos, e
em especial, de nosso Simão. Não só em
Roma, mas também na Alemanha há
santos despojos dos nossos Apóstolos
em grande veneração. Egídio Gelênio,
ótimo testemunho do sec. XVII, informa ,
estar exposta em Colônia a cabeça
de S. j udas na igreja de Santa Maria ;
e um braço de S. Simão achar-se na
igreja de S. André, uma maxila de S.
- 187 -

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Simão com três dentes no Convento dos
Cartuxos ; bem como ainda um outro
braço de S. Simão achar-se na igreja de
S. Norberto. Também em Dania conser­
vavam-se outróra alguns despojos dos
nossos santos Apóstolos ; pois no Elenco
das santas relíquias do Convento dos
Frades menores fala-se duma urna na
q uai se achavam os ossos de S. Simão e
S. j udas.
Também a Espanha possue relí­
quias dos nossos Apóstolos. Pois se
sabe por meio dum documento de
J osé Cassano, do ano 1 722, que Cristó­
foro, Arcebispo de Chipre, escrevera ao
rei da Espanha Filipe IV, no dia 1 6 de
abril de 1 639, uma carta, em que o Arce­
bispo pede subsídios para a desolada
Igreja de Chipre, e juntamente com a
carta, em mãos de seu Secretário envia ao
rei a cabeça de S. Simão Apóstolo, um
dos Doze, - como êle diz, - e com os
oportunos instrumentos de autenticidade.
Cl. Madoz, em seu Léxico topográfico da
Espanha, v.° Cubas de la Sagra, diz que

- 188 -
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esta santa relíquia foi outróra dada ao
rei Carlos 1, que vulgarmente é conhe­
cido como Imperador Carlos V ; parece
ter se enganado aqui aquele sábio inves­
tigador, pois a relíquia foi mandada ao
rei Filipe IV no ano de 1 639, e Madoz
ainda acrescenta que a sagrada cabeça
foi levada pela família Malpica para
a igreja paroquial de Sto. André de
Cubas, e aí cresceu a tal ponto a vene­
ração que os Toledanas, de cuja diocese
é a cidade de Cubas, queriam reivindicar
para si os preciosos despojos. Mas um
levante popular impediu tal defraudação
de modo, que nada mais foi tentado a
êsse respeito. Isto relata Madoz.
Mas ante os documentos, informam
os marqueses de Pobar, dos quais, aliás,
um foi Capitão de guerra mandado pelo
rei da Espanha em auxílio do Arcebispo
de Chipre, que as sagradas relíquias
foram dadas ao Convento de Cubas dos
Frades Capuchinhos.

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UM DOCUMENTO

Eis o documento do Arcebispo de


Creta grego. O original grego foi tradu­
zido para o italiano e do italiano se fez
a versão latina como segue :
" Cristovão, por misericórdia de Deus
arcebispo de todo o Cipre e de Nova
J ustiniana e J oanígio metropolita de
Pafis. A nossa humildade leva ao conhe­
cimento de todos, mediante a presente
carta, ser conforme mandato e ordem
apostólica, que em toda a parte as relí­
quias dos santos tenham a devida apro­
vação afim de evitar-se o engano do povo
cristão. E temos plena certeza que estas
relíquias são a cabeça de Simão Apóstolo
- um dos Doze Discípulos de Cristo. E
como tal damos-lhe a nossa aprovação.
- 191 -
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Todos quantos, com fé resoluta e devoção
firme, imploraram o auxílio de Deus
junto a estas santas relíquias, alcançaram
a saude corporal e toda a graça. Munimos
estas relíquias com o nosso costumado
sigilo e pessoalmente as confiamos ao
muito honrado Aloísio Nicolo, sacristão
da diocese de Amatunte. Por conseguinte
todos os fiéis poderão venerar sem hesi­
tação estas santas relíquias, em honra do
Apóstolo.
Humildemente :
Joanfgio, Metropolita de Pafia.
Leôncio, Biapo de Nemesaa e Larnáda.
Atanáaio, Metropolita de Cirene.
Pedro Ve11pa, Bilpo de Pafl11 e Vla,llador
Apoatólico do reillo de Clpre.

Saussay escreveu no Martirológio


Galiano : 28 de outubro - Natalício dos
bem-aventurados Apóstolos Simão e
Judas, cujos preciosos corpos foram por
Carlos Magno transportados para a
Igreja de S. Saturnino, de sua particular
estima ; juntamente com os despojos de
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Inúmeros santos da primitiva I greja.
Num encaixe de prata formando a efígie
dos Apóstolos, aparecem as cabeças dos
mesmos. Deve-se êsse adôrno à liberali­
dade de Fulcão, que talvez é o cenobiarca
S. Saturno. Os corpos, porém, se acham
encerrados num relicário de prata sôbre
o altar da SS. Virgem das Sete Dores.
Foram alí colocados no dia 25 de janeiro
de 1 5 1 1 juntamente com a dita imagem
da SS. Virgem encimada sôbre uma
placa dourada que ornamenta o altar.
Algumas relíquias de S. judas Tadeu
haviam ficado no Oriente. Mas foram
enviadas a S. Bernardo que as recebeu
piedosamente em Jerusalém. Ao morrer
ordenou que lhas pusessem sôbre o peito
no esquife e as deixassem consigo no
túmulo, pois desejava na outra vida ser
favorecido junto a Deus pelo patrocínio
de tão grande Apóstolo e na santa ressur­
reição, esperança de todos os justos, pre­
senciar a glória do mesmo e participar
dos seus merecimentos. "
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Lê-se ainda neste Martirológio aos
25 de janeiro : " Em Tolosa foram deposi­
tados no altar da Basílica de S. Satur­
nino os santos corpos dos Apóstolos
Simão e j udas. "
Aquí torna a surgir a questão se em
Tolosa se encontram os corpos íntegros
dos nossos santos. Ainda mais que uma
tradição antiquíssima os atribue ao
tesouro do Vaticano (Cfr. 35) . E os de
Tolosa se gloriam de possuir na Basílicá
de S. Saturnino os corpos de 7 Apóstolos,
a saber : de ambos os Tiagos, de Felipe
e Bartolomeu, de Simão e J udas e de
Barnabé. Consta no entanto que se
guardam alhures os despojos mais impor­
tantes dêstes mesmos santos. Releia-se.
por exemplo as Atas de S. Felipe Após­
tolo a 1 de maio. Por aí se pode julgar
dos demais.
Não se duvida de forma alguma
que também em outras igrejas existam
semelhantes relíquias, expostas à vene­
ração dos fiéis. Daí provem a questão
- 194 -

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tantas vêzes tratada de como possam
encontrarem-se em diversos lugares as
relíquias de um mesmo santo.
O Cardeal Barônio soluciona esta
questão no cap. IV das Dissertações Pre­
liminares do Martirológio Romano por
êle editado. Ensina que já desde o berço
da cristandade os fiéis costumavam
guardar os corpos dos mártires debaixo
do altar. E por vêzes era tamanha essa
devoção pelos mártires principais, que
queriam comemorá-los em diversos lu­
gares com um altar próprio. Mas não
era permitido consagrar altares sem ao
menos alguma relíquia de santo, como
diz um cânon do Concílio Africano.
Agora compreendemos o fato de o
mesmo mártir alcançar várias sepulturas,
as quais eram veneradas como se encer­
rassem o corpo inteiro. S. Gregório
N azianzeno ensina : "As gotas de sangue
e os sinais exíguos do suplício podem o
mesmo que os corpos. " (Oração contra
J uliano, n.º 69) .
- 195 -
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Pouco a pouco a tradição popular foi
celebrando as partes pelo todo, as p e ­

quenas partes do corpo ou dos membros


pelo corpo inteiro. E gídio Gelênio, habil
investigador das relíquias de Colônia,
por sua vez confirma o mesmo fato
quando diz: " Averiguei muitas vêzes,
ao examinar os relicários, que se chamava
cabeça ou braço quando havia dêles
apenas um ossinho. "
No presente caso poderia bem mais
facilmente nascer alguma confusão, dada
a confusão dos nomes.
Primeiramente S. Simão Apóstolo
já em tempos muito antigos foi tido pelo
segundo Bispo de J erusalém, sucessor
de Tiago ( C fr Acta S. Simão, ns. 2 e 3) .
.

Depois, mesmo no tempo dos Após­


tolos havia vários Simõe! com insígne
fama de santidade, ao menos em certas
províncias.
Simão Cirin eu, que os judeus anga­
riaram para levar a Cruz de Cristo,
está fóra de dúvida (Cfr. Mat. 27,32 ;
Mare. 1.5,21 ; Juc. 23,26) . E ainda que
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Francisco Xavier ateste no seu Comen•
tário sôbre S. Marcos, nada ter desco­
berto acêrca dêste homem, não obstante
a menção inopinada que o Evange­
lista faz dêle no meio da sua narração
é o bastante para admitirmos que êle foi
assaz conhecido e venerado entre os fiéis
do seu tempo em razão do serviço por
êle prestado a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Os Atos dos Apóstolos (9,43) ainda
mencionam outro Simão. " E Pedro per­
maneceu muitos dias em Jope, ,,em casa
dum curtidor, chamado Simão. Pedro
morava ali como em sua própria casa
pois hospedou os homens enviados pelo
Centurião Cornélia e consagrou a Deus
as primícias dos gentios, com alguns
irmãos entre os quais provavelmente se
achava o curtidor. Atos 1 3, 1 referem que
Simão, cognominado o Negro, é chamado
Profeta e Doutor. Do lugar das sepul­
turas destes homens ilustres, fàcilmente
pôde sua memória passar à veneração
do Apóstolo S. Simão. Por isso muitas
igrejas so gloriam das relíquias do �to
- 197 -
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apóstolo. O mesmo dizem que S. Judas
Tadeu, que, segundo S. Hipólito, tem
entre os discípulos de Cristo um Tadeu
homônimo, que levou uma carta a Augur,
rei dos Edessenos. Nos atos dos Apóstolos
15, 22, lemos pois, "J udas por sobrenome
Bársabas, homem de grande prestígio
entre os irmãos.

- 198 -
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NA ALEMANHA

Por sua vez a Germania consagra


um culto especial aos Apóstolos, Simão
e ] udas. Em primeiro lugar está o cele­
bérrimo mosteiro de Hersfelde, nas
imediações de Fulda e pertencente ao
eleitorado de Hessen - Kassel, que
antes mesmo da pretensa reforma protes­
tante tinha por patronos tutelares aos
nossos santos.
No -supramencionado convento, ao
que parece já de início, conservavam-se
relíquias dos Ss. Simão e Tadeu. Pois
dando-se crédito a um cronista antigo,
do ano 1 050, Henrique I I I, tido por
fundador da Igreja de Goslar, transferiu
depositadas em belíssimo relicário duas
espáduas pulverizadas dos bemaventu­
rados Apóstolos Simão e ] uda-s, do
-. 199 -
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mosteiro de Hersfelde para a Igreja de
Gostar. lnadmissivel seria que os monges
Hersfeldenses em tanto se desinte­
ressassem da própria Igreja a ponto de
permitirem os espoliassem de tão valioso
tesouro.
O que parece verdadeiro é que
tenham êles ficado com uma parte destas
relíquias, seja a metade ou até a maior
parte.
Quanto ao paradeiro destas relíquias
de Hersfelde talvez fossem relegadas
ao esquecimento ou se perderam.
Também Goslária, antiga cidade,
venera como patronos tanto da cidade
como da I greja aos santos Simão e
Judas. A data da fundação desta cidade
remonta ao ano de 1049. Não obstante
o alvará do imperador Henrique III,
estar datado em 13 de março de 1 048 -

fôrça é prorrogar o edito imperial para


o ano seguinte, efeméride esta, que bem
se harmoni� com a data da sua coroação

- 200 -
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na Basílica de S. Pedro em Roma pelo
então papa Clemente II.
O citado decreto régio é do seguinte
teor :
" Para perpétua memória de nós e
de nossa esposa e rainha Inês, augusta
imperatriz e para sufrágio da bem­
aventurada alma do Imperador Conrado
nosso antecessor e pai, de feliz memória
e de nossa progenitora, a Imperatriz
Gisila erguemos êste mosteiro de Goslária
e favorecidos pelas graças da SS. Trin­
dade e da Bem-aventurada Virgem
Maria, Mãe de Deus, consagramos seu
altar aos Ss. Apóstolos Simão e j udas"
Assinala a seguir o imperador as várias
construções anexas à I greja por êle
fundadas.
No mesmo ano o papa Leão IX
confirmou a fundação por bula de 28 de
outubro, na qual estabelece que a Igreja
outorgada à Sé Apostólica continue para
sempre imune e sem compromissos sob
a jurisdição eclesiástica e que seja
entregue nas suas posses e faculdades ...

- 2.01 -
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Prossegue o decreto dizendo que o
Bispo em cuja diocese foi cônstruido o
mosteiro nada tenha de direito e poder
sôbre êste - senão apenas o regime
eclesiástico e o poder episcopal conforme
A
as prescnçoes canon1cas.
• - •

No ano seguinte ou 1 050, o mesmo


Papa consagrou solenemente a Igreja de
Goslária, estando presentes 73 eminentes
personagens entre os quais Cardeais,
Bispos e Abades.
Nos sinetes da cidade e da Igreja
Goslariense estavam gravadas as efígies
de ambos os Apóstolos, como se averigúa
em Heinécio. As mesmas gravuras estam­
pavam-se nas moedas. Nestas moedas
ocorre não raro também a efígie de S.
Matias Apóstolo. De igual modo por
sôbre o portal e a janela de coro vinha
representada a sua figura, ladeada pelas
dos dois Apóstolos. Ocorrência esta que
deu aso a que muitos asseverassem ser
a Igreja dedicada a S. Matias.
A luz dos documentos acima ale­
gados tanto do fundador como do consa-
- 202 -
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grante fica claro que a Igreja de Goslária
foi dedicada aos Ss. Simão e ] udas. O
que aliás não exclue que também S.
Matias fosse muito cultuado como pa­
trono menos principal.

- 203 -
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A DEVOÇÃO

E dificante e para admirar é em


algumas regiões a devoção a S. Judas
Tadeu, contrastando com a infundada
asserção daqueles que afirmam que o
culto do nosso Apóstolo foi desapare­
cendo pelo fato de levar o mesmo nome
que o traidor Iscariotes.
Daí originou-se o piedoso costume
daqueles que invocam o singular patro­
cínio de S. judas nos casos desesperados.
Em razão disto foi enriquecido seu ofício
parvo com as tocantes narrações dos
méritos do nosso Apóstolo. Num opús­
culo editado em Bensancan em 1826
encontra-se a belíssima oração que
segue :
" S. J udas Tadeu, glorioso Apóstolo,
servo fidelíssimo e amiio de J esus, o

- 205 -
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nome do traidor foi causa de que fosseis
esquecido por muitos corações simples,
mas a Igreja por causa de vossa santa e
apostólica vida vos honra e invoca
universalmente como patrono dos casos
desesperados e no tempo das calami­
dades. Rogai a Deus por mim que sou
tão miserável. Pelos méritos de vossas
tribulações e angústias �lcançai-me o
consolo, atraí sôbre mim o auxílio de
Deus e a vossa proteção, mormente nos
presentes sofrimentos e precisões e final­
mente na hora da morte, para que eu
possa amar e bendizer a Deus convosco
com todos os eleitos por toda a eternidade.
An1en ! "
Aquí tendes, leitor amigo, um mo­
desto esboço sôbre os admiraveis culto
e veneração das relíquias dos Santos
Simão e J udas.
Esta narração um pouco árida da
história das relíquias de s.· Judas é
dos célebres Bollandistas, cuja erudição
e pacientes pesquisas nos deram este
precioso documento.
- 206 -
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CAPITULO VII

S. Judas
na liturgia
da Missa
Praticas de devoção
eni honra
do Santo Apostolo
S. Judas
na liturgia
da Missa
Praticas de devoção
em honra
do Santo Apostolo

MISSA EM HONRA DE S. J U DAS


TADE U
ORAÇÃO DOS SANTOS A S. J UDAS
TADE U
ORAÇOES A S. JUDAS TADE U
O SANTUARIO DE S. JUDAS
TADEU EM S. PAULO

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" Invocai com Grande confiança ao
meu Apóstolo Judas Tadeu. Prometo
socorrer a todos que recorrerem a �le
nos casos mais desesperados. "
( Nosso Senhor Jesus Cristo numa
das revelações de Santa Brigida) •

...
• •

"Entre os devotos de S. Judas Tadeu


poucos são os que nas doenças, nas
tentações, no desespero, no medo e nas
aflições, na calunia e na maledicência,
na pobreza, e onde mesmo parece inutil
esperar, tendo implorado com fervor a
intercessão de S. Judas Tadeu, não
tenham encontrado aunlio e alivio para
os seus males. "
S. Bernardo

- 211 -
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MISSA EM HONRA DE
S. JUDAS TADEU
(Segundo o MisllBI Romano)

Preparação à Santa Missa

1 . Introito - ( Salmo 138, 1 7)


Eu vejo, ó Deus, que honrais grande­
mente vossos amigos, e que o seu poder
se fortificou extremamente. Senhor, Vós
me provastes e me conheceis, sabeis o
que faço, . quando me assento ou quando
me levanto, Glória ao Padre . . .
2. Kyrie - Senhor, tende piedade
de nós (três vêzes) .
Cristo, fende piedade de nós ( três
vêzes) .
Senhor, tende piedade de nós (três
vêzes) .

- 213 -
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3. Glória - Glória a Deus nas
alturas e paz na terra aos homens de
boa vontade.
Nós vos louvamos, bendizemos,
adoramos e glorificamos.
E Vos damos graças por Vossa
grande glória.
Senhor Deus, Rei do Céu, Deus Pai
Onipotente.
ô Senhor, Filho unigênito de Deus,
Jesus Cristo.
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho do eterno Pai.
Que tirais os pecados do mundo,
compadecei-Vos de nós.
Que tirais os pecados do mundo,
recebei a nossa súplica.
Que estais sentado à mão direita de
Deus Padre, compadecei-Vos de nós.
Porque só Vós sois santo.
Só Vós Altíssimo.
Com o Espírito Santo, na glória de
Deus Padre. Amen.
- 214 -
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4. Oração - ô Deus, que pelo Vasso
bemaventurado Apóstolo judas Tadeu
nos concedestes a graça de chegarmos ao
conhecimento do Vosso nome, conce­
dei-nos que celebremos a sua glória
eterna, avançando na virtude, e que
avancemos na virtude por esta mesma
celebração. Por N. S. J esus Cristo . . .
5. Epistola -(Aos E fésios, 4, 7- 1 3 )
- A cada um de nós foi concedida a
graça segundo a medida com que Cristo
a distribuiu. Por isto foi dito. " Sobe às
alturas, levando em seu poder os cativos
e distribuindo seus dons aos homens "
Ora, que supõe êsse subir senão que pri­
meiro descera às baixadas da terra?
Quem desceu é o mesmo que subiu aos
céus, para cumprir todas as coisas. E
assim foi dito que destinou uns para
apóstolos, outros para profetas , outros
para arautos do evangelho, ou para
pastores e mestres ; afim de aperfeiçoar
os santos para o desempenho do seu
ministério em ordem a edificar o corpo
de Cristo até que cheguemos todos à
- 215 -
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unidade da fé e do conhecimento do
Filho de Deus, ao estado de homem
perfeito, conforme a idade madura de
Cristo.
6. Evangelho ( S. ] oão, 1 5, 17-25)
-

- Naquele tempo disse Jesus a seus


discípulos : O que vos preceituo é isto :
Amai-vos uns aos outros. Se o mundo
vos odeia, sabei que primeiro qu� a vós,
me odiou a mim. Se vós fosseis do mundo,
amaria o mundo o que era seu ; mas,
como vós não sois do mundo, o mundo
vos odeia. Lembrai..;vos da palavra
que vos disse : Não está o servo acima do
seu senhor. Se, pois, me perseguiram a
mim, também vos perseguirão a vós : e,
se guardarem a minha palavra, guar­
darão também a vossa. Ora, tudo isto vos
farão por causa do meu nome, porque
não conhecem aquele que me enviou. Se
eu não viera e lhes falara, não teriam
culpa ; agora, porém, não têm desculpa
do seu pecado. Quem me odeia a mim,
odeia também a meu Pai. Não realizara
eu, no meio dêles, obras que nenhum

- 21 6 -
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outro fez, estariam sem culpa ; agora,
porém, viram-nas, e contudo me odeiam,
a mim e ao Pai. E entretanto convinha,
se cumprisse a palavra que está escrita
em sua lei : Odiaram-me sem motivo.
7. Credo - Cteio em Deus Padre,
onipotente, Criador do Céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.
E em nosso Senhor Jesus Cristo,
Filho unigênito de Deus. E nascido do
Pai antes de todos os séculos, Deus de
Deus, luz de luz, Deus verdadeiro de
verdadeiro Deus. Gerado, não feito,
consubstancial ao Pai ; pelo qual foram
feitas todas as coisas. O qual desceu dos
Céus por nós e pela nossa salvação
(Aqui se ajoelha) e incarnou-se pelo
Espírito Santo em Maria Virgem: e
fez-se homem. Foi também crucificado
por nós, sob Pôncio Pilatos, padeceu e
foi sepultado. E ressuscitou ao terceiro
dia, segundo as Escrituras. E subiu ao
Céu ; está sentado à mão direita de Deus
Padre. Donde há de vir, segunda vez,

- 217 -
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com glória a julgar os vivos e os mortos :
e o seu reino não terá fim.
Creio no E spírito Santo, que também
é Senhor e dá vida, e procede do Pai e
do Filho. E com o Pai e o Filho é junta­
mente adorado e glorificado : e é o que ·
falou pelos Profetas.
Creio na Igreja, uma santa, católica
e apostólica.
Confesso um só batismo para re­
missão dos pecados. E espero a ressur­
reição dos mortos e a vida do futuro
século. Amen.

1." parte principal da Santa Missa:

O .OFE RTóRIO

1 . Ofertório ( Salmo 1 8, 5)
- A -

sua voz espalhou-se por toda a terra e


os seus acentos ressoaram até às extre­
midades do mundo.
2. Oferecimento do pão Rece hei,
-

Pai Santo, Deus onipotente e eterno, esta


- 2 18-

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h óstia imaculada, que eu (vosso indigno
servo) Vos ofereço, ó meu Deus, vivo e
verdadeiro, por meus inumeráveis pe­
cados, ofensas e negligências, por todos
os presentes, e por todos os fiéis cristãos,
vivos e defuntos, afim de que a mim e
a êles aproveite êste sacrifício para a
salvação e para a vida eterna. Amen.
3. Oferecimento do cálice Senhor,
-

nós Vos oferecemos o cálice da salvação,


suplicando a vossa clemência, para que
êle suba com suave odor à presença de
vossa divina majestade, para salvação
nossa e de todo o mundo. Amen.
4. Oferecimento dos fiéis - E m
espírito de humildade e coração contrito,
recebei-nos Senhor : e assim se faça hoje
êste nosso sacrifício em. vossa presença,
de modo que Vos agrade, ó Senhor Deus.
5. Oferecimento à Santíssima Trin­
dade - Recebei, ó Trindade Santíssima
esta oblação que Vos oferecemos em
memória da paixão, da ressurreição e
da ascensão de N. S. Jesus Cristo, fil
- 219 -
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em honra da bem-aventurada sempre
Virgem Maria, do bem-aventurado São
joão Batista, dos santos Apóstolos S.
Pedro e S. Paulo, dos mártires (cujas
relíquias estão neste altar) , e de todos
os demais Santos. Possa esta oblação
servir-lhes de honra e a nós de salvação
e dignem-se interceder por nós no céu,
aqueles cuja memória celebramos na
ierra. Pelo mesmo Jesus Cristo Nosso
Senhor. Amen.
6. Secreta Venerando a eterna
-

glória de vosso santo Apóstolo J udas


Tadeu,. Vos pedimos, Senhor, que, depois
de purificados pelos vossos santos mis­
terios, mais dignos sejamos de celebrar
essa glória. Por nosso Senhor Jesus
Cristo.
7. Prefácio dos Apóstolos:
V. O Senhor seja convosco.
-

R. E com o vosso espírito.


-

V. Elevai os corações ao alto.


-

R - J á os temos para o Senhor.


- 220 -
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V. - Demos graças ao Senhor nosso
Deus.
R. - E. digno e justo.
:e verdadeiramente digno e justo,
racional e salutar, que nós vos supli­
quemos humildemente, Senhor, que como
Pastor Eterno, não abandoneis vosso
rebanho, mas antes o conserveis sempre
debaixo da vossa proteção, por inter­
cessão dos vossos bem-a:venturados
Apóstolos, afim de que não cesse de ser
governado pelos mesmos Diretores, que
Vós estabelecestes na qualidade de
pastores, e a quem encarregastes como
vossos vigários de perpetuar vossa obra.
E por isso que nós nos unimos aos Anjos
e Arcanjos aos Tronos e Dominações e
a toda a Milícia do celeste exército, para
cantarmos hinos à vossa glória, dizendo
sem fim : Santo, santo, santo é o Senhor
Deus dos exércitos. Os céus e a terra
estão cheios da vossa glória. Hosana no
mais alto dos céus. Bendito seja aquele
que vem em nome do Senhor. Hosana
no mais alto dos céus.
-· 221 -
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2.ª parte principal da Santa Missa:

A CONSAGRAÇÃO
ANTES DA CONSAGRAÇÃO

1 . Memento da Igreja A Vós,


-

portanto, clementíssimo Pai, humilde­


mente rogamos e pedimos por Jesus
Cristo, vosso Filho e Senhor Nosso, que
Vos sejam agradáveis, e abençoeis êstes
dons, estas dádivas, êstes sacrifícios
santos e imaculados. Primeiramente, nós
os oferecemos a Vós, por vossa santa
Igreja Católica, para que vos digneis
. guardá-la em paz, protegê-la, e gover­
ná-la por toda a terra, em união com o
vosso servo, nosso Papa N., o nosso Bispo
N., e com todos os fiéis e todos os que
professam conosco a fé católica e apos­
tólica.
2. Memento dos vivos Lembrai­
-

Vos, Senhor, de vossos servos e servas


N. e de todos os que aqui estão presentes,
cuja fé e devoção conheceis, e pelos quaii.

- 222 -·

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Vos o ferecemos, ou êles Vos oferecem,
êste sacrifício de louvor por si e por todos
os seus, pela redenção de suas almas,
pela esperança de sua salvação e de sua
conservação, e Vos fazem os seus votos
como a seu Deus eterno, vivo e verda­
deiro.
3. Memento dos Santos Unidos-

numa só comunhão, honramos primeira­


men�e a memória da gloriosa sempre
Virgem Maria, Mãe de Jesus Cristo,
nosso Deus e Senhor ; e em seguida a de
vossos bem-aventurados Apóstolos e
Mártires : Pedro e Paulo, André, Tiago,
] oão, Tomé, Tiago Filipe, Bartolomeu,
Mateus, Simão e TADE U ; Lino, Cleto,
Clemente, Xisto, Cornélio, Cipriano,
Lourenço, Crisógono, João e Paulo,
Cosmo e Damião, e de todos os vossos
Santos, por seus merecimentos e preces
Vos pedimos nos concedais em tudo o
auxílio de vossa proteção. Pelo mesm o
Jesus Cristo Nosso Senhor. Amen.
- 2 23 -
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CONSAGRAÇÃO

Consagração do pão :Ble na vés­


-

pera de sua paixão, tomou o pão em suas


santas e veneráveis mãos , erguendo os
olhos ao céu para Vós, seu Pai onipotente,
dando-Vos graças, benzeu-o, partiu-o, e
deu-o a seus discípulos dizendo : Tomai e
comei dêle, todos : Pois isto é meu corpo.
Consagração do vinho - Do mesmo
modo, depois de h aver ceado, tomando
também êste precioso Cálice em suas
santas e veneráveis mãos, e, novamente
dando-Vos graças, benzeu-o e deu-o a
seus discípulos, dizendo : Tomai e bebei
dêle, todos : pois êste é o cálice do meu
sangue, do novo e eterno testamento -
mistério de fé - que será derramado
por Vós e por muitos em remissão dos
pecados.
1 . Memento dos mortos Lembrai­
-

Vos também, Senhor, de vossos servos e


servas N , que nos precederam com o
.

sinal da fé e agora descansam no sono


da paz. A êstes e a todos os mais que
- 224 -
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repousam em J esus Cristo, nós Vos pe­
dimos, concedei o lugar do refrigério,
da luz e da paz. Pelo mesmo Jesus Cristo
Nosso Senhor. Amen.
2. Memento dos assistentes - Tam­
bém a nós, pecadores, vossos servos, que
esperamos na multidão de vossas miseri­
có.rdias, dignai-Vos dar alguma parte e
sociedade com os vossos santos Apóstolos
e Mártires, J oão, Estevão, Matias, Bar­
nabé, Inácio, Alexandre, Marcelino , Pe­
dro, Felicidade, Perpétua, Águeda, Luzia,
Inês, Cecília, Anastácia, e com todos
os vossos Santos, em cuja companhia
pedimos Vos digneis receber-nos, não
conforme os nossos méritos, mas segundo
a vossa misericórdia. Por Jesus Cristo,
Nosso Senhor.
Pelo qual, Senhor, sempre creais,
santificais, vivificais, abençoais e nos
concedeis todos êstes bens.
Por Ele, com Ele, e nEle, a Vós,
Deus Pai oniponte, pertence e é dada
toda a honra e glória, em unidade do
- 225 -

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Espírito Santo. Por todos os séculos dos
séculos. Amen.
3. Padre Nosso - Oremos -
Instruidos pelos salutares preceitos e for­
mados pela divina instituição, ousamos
dizer.
Padre nosso, que estais nos céus ;
santificado seja o vosso nome ; venha a
nós o vosso reino ; seja feita a vossa
vontade ; assim na terra como no céu. O
pão nosso de cada dia nos dai hoje,
Perdoai-nos as nossas dividas, assim
como nós perdoamos aos nossos deve­
dores. E não nos deixeis cair em tentação.
Mas livrai-nos do mal. Amen.

3.ª parte principal da Santa Missa:

A COMUNHÃO
a) PREPARAÇÃO

1 . Agnus Dei -Cordeiro de Deus,


que tirais os pecados do mundo, tende
piedade de nós.
- 226 -
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Cordeiro de Deus, que tirais os pe­
cados do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus, que tirais os pe­
cados do mundo, dai-nos a paz.
2. Orações - Senhor, Jesus Cristo,
Filho de Deus vivo, que por vontade do
Pai, cooperando o Espírito Santo, por
vossa morte destes a vida ao mundo,
livrai-me por êste vosso sacrossanto
Corpo e por vosso Sangue, de todos os
meus pecados e de todos os-males. E fazei
que eu observe sempre os vossos pre­
ceitos, e nunca me afaste de Vós, que,
sendo Deus, viveis e reinais com Deus
Padre e o Espírito Santo, por todos os
séculos dos séculos. Amen.
E:ste vosso Corpo, Senhor Jesus
Cristo, que eu, que sou indigno, ouso
receber, não seja para mim causa de juízo
e condenação ; mas, por vossa piedade
sirva de defesa à minha alma e ao meu
corpo, e de remédio a meus males. Vós,
que sendo Deus, viveis e reinais com
Deus Padre em unidade do Espírito
- 227 -
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Santo, por todos os séculos dos séculos.
Amen.
Senhor, eu não sou digno de que
entreis em minha morada, mas dizei uma
só palavra e minha alma será curada.
(Três vêzes) .
b) AÇÃO DE GRAÇAS

1 . Fazei, Senhor, que com espírito


puro conservemos o que a nossa boca
recebeu, e que, desta dádiva temporal
nos venha remédio para a eternidade.
2. Concedei, Senhor, que o vosso
Corpo, que recebi (e Sangue que bebi)
se unam às minhas entranhas. E fazei
que, restabelecido por êstes puros e
santos sacramentos, não fique em mim
mancha de culpa. Vós, que viveis e
reinais, por todos os séculos dos séculos.
Amen.
3. Communio - (Math. 1 9, 28) -

Vós que me seguistes, assentar-vos-eis


sôbre tronos e julgareis as doze tribus de
Israel.

- 228 -
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4. Postcornmunio Recebemos,
-

Senhor, os vossos sacramentos, e humil­


demente Vos pedimos que êste sacrifício
que oferecemos em honra do martírio de
vosso Santo Apóstolo ] udas Tadeu, por
sua intercessão seja aceito para nossa
salvação. Por Nosso Senhor J esus
Cristo . . .
PRECES DEPOIS DA MISSA REZADA

1 . Ave-Maria (Três vêzes) .


2. Salve Rainha, Mãe de miseri­
córdia, vida, doçura e esperança nossa,
salve ; a vós bradamos os degredados
filhos de Eva ; a vós suspiramos, gemendo
e chorando neste vale de lágrimas. Eia,
pois, advogada nossa, êsses vossos olhos
misericordiosos a nós volvei e, depois
dêste desterro, mostrai-nos J esus, bendito
fruto do vosso ventre, ó clemente, ó pie­
dosa, ó doce sempre Virgem Maria.
V.- Rogai por nós, Santa Mãe de
Deus.
R. - Para que sejamos dignos das
promessas de Cristo.
- 229 -
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OREMOS

Deus, refúgio e fortaleza nossa,


atendei propício aos clamores do vosso
povo, e pela intercessão da gloriosa e
Imaculada Virgem Maria, Mãe de vosso
Filho, e do bem-aventurado S. José, casto
esposo de Maria, dos vossos bem-aventu­
rados apóstolos Pedro e Paulo e de todos
os Sahtos, ouvi benigno e misericordioso,
as súplicas que do fundo da alma vos
dirigimos, pela conversão dos pecadores,
pela liberdade e exaltação da Santa
Madre Igreja. Por Cristo Nosso Senhor.
Amen.
São Miguel Arcanjo protegei-nos no
combate ; cobri-nos com vosso escudo
contra os embustes e ciladas do demônio.
Ordene-lhe Deus instantemente
-

o pedimos : e vós, Príncipe da milícia


celeste, pelo divino poder, precipitai no
inferno a Satanaz e aos outros espíritos
malignos que andam pelo mundo para
perder as almas. Amen.

- 230 -
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V
ORAÇÃO DOS SANTOS A
S. JUDAS TADEU

ORAÇÃO QUOTIDIANA DE SANTA GERTRUDES


AO APóSTOLO SÃO JUDAS TADEU

ó S. Judas Tadeu, benigníssimo


Apóstolo mártir de 1 esus Cristo, peço­
vos que vos lembreis da dulcíssima
alegria experimentada por vosso coração,
quando Cristo, vosso amadíssimo Mestre,
vos ensinou e aos vossos companheiros
do Apostolado a santa oração do Padre­
N osso. Por estas delícias rogo-vos que
me alcanceis a graça de com grande
constância, aderir a êsse Divino Mestre,
em todo tempo, até o fim de minha vida.
Amen.
Padre Nosso, Ave fvlaria.
-231 -
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ORAÇÃO DA BEMAVENTURADA CRESctNCIA

ó S. Judas Tadeu, amigo e mártir de


j esus Cristo, admirável por vossos mi­
lagres e virtudes, fidelíssimo advogado
de todos os que vos invocam e veneram,
especialmente grande padroeiro e pro­
tetor nas situações dificeis, a vós clamo,
para vós brado na minha necessidade e
humildemente vos suplico que, tendo
favorecido por Deus com a especial
prerrogativa de assistir com admirável
patrocínio aos que perderam quasi
toda esperança, venhais em meu socorro
nesta necessidade, na qual não posso
contar com auxílio algum da parte dos
homens.
Asseguro-vos e prometo-vos, S. Ju­
das Tadeu, que durante toda a minha
vida não esquecerei êste favor e benefício
e que vos hei de honrar por todos os
modos como a meu padroeiro especial e
louvar-vos e celebrar-vos diante de todo
o mundo. Amen.
- 232 -
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ORAÇÃO DE S. CLEMENI'E M. HOFBAUER

ó Jesus, Rei dos mártires, que conce­


destes ao Apóstolo S. Judas Ta deu força
e energia para se sujeitar à morte
cruel, em sinal de confirmação de vossa
doutrina, fortalecei também os nossos
corações com a vossa graça, afim de
que suportemos com paciência todas as
contrariedades que a vossa mão paterna,
neste mundo, nos impõe ; e para que
sempre · vivamos e morramos na verda­
deira fé católica. Amen.

- 233 -
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VI
O�AÇõES A S. JUDAS TADEU

ORAÇÃO DIARIA

S. Judas Tadeu, apóstolo e parente


de J esus, Maria e José, eu vos saúdo por
intermédio do Sagrado Coração de J esus,
exalto e agradeço a Deus as graças que
:Sle vos concedeu.
Por êsse Sagrado Coração, eu, h u­
milde e genuflexo, suplico lanceis sôbre
mim o vosso benigno olhar. Não des­
prezeis minha pobre oração e não per­
mitais que seja vã a minha confiança.
Deus vos concedeu a graça de,
mediante a vossa valiosa int!ercessão,
amparar os homens nos casos mais deses­
perados.
- 235 -
http://alexandriacatolica.blogspot.com.br
Por isso, ó excelso apóstolo e glorioso
mártir, vinde em meu auxílio, para que
eu possa cantar a infinita misericórdia
do Senhor.
Grato ser-vos-ei, por toda a minha
vida, e vosso fiel devoto, até que possa
agradecer-vos, face a face, lá no Céu.
Amen. ;_:,.·��:' · ···--·

ORAÇÃO NAS GRANDES NECESSIDADES

S. J udas, glorioso apóstolo, fiel servo


e amigo de Jesus, o nome do traidor foi
causa de que fosseis esquecido por
muitos, mas a Igreja vos honra e invoca
universalmente como o patrono nos casos
desesperados, nos negócios sem remédio.
Rogai por mim que sou tão mise­
rável ! Fazei uso, eu vos imploro, dêsse
·
particular privilégio que vos foi conce­
dido de trazer viável e imediato auxílio,
onde o socorro desapareceu quase por
completo. Assisti-me nesta grande neces­
sidade, para que eu possa receber as
consolações e o auxílio do Céu em todas

- 236 -
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as minhas precisões, atribulações e sofri­
mentos, alcançando-me a graça de . . .
(aqui faz-se o pedido particular) , e para
que eu possa louvar a Deus convosco e
com todos os eleitos, por toda a eterni­
dade.
Eu vos prometo, ó bendito J udas,
lembrar-me sempre dêste grande favor,
e nunca deixar de vos honrar, como meu
especial e poderoso patrono, a fazer tudo
o que estiver a meu alcance para incen­
tivar a devoção para convosco. Amen.
S. J udas, rogai por nós e por todos
os que vos honram e invocam o vosso
auxílio !
( 3 Padre Nossos, 3 Ave Marias, 3 G.
Patri) . ,L

NOVE NA DE S . J UDAS TADEU


ORAÇÃO A SÃO JUDAS TADEU

ó glorioso S. Judas, pelos sublimes


privilégios de vosso parentesco com
Nosso Senhor Jesus Cristo, e de vosso
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apostolado, privilégios que tanto nobili­
taram vossa vida ; pela glória que nos
céus estais gozando como prêmio de
vossos trabalhos e de vosso martírio,
alcançai-nos d' Aquele de quem procedem
todos os bens, as graças espirituais e
temporais de que temos necessidade para
podermos aproveitar bem o tesouro dos
santos ensinamentos que nos deixastes
em vossa epistola divinamente inspirada.
Fazei que elevemos o edifício da per­
feição sôbre o alicerce da fé por uma
oração fervorosa e ajudados pela graça
do Espírito Santo. Que perntarieçamos
constantes e fiéis no amor de . Deus, à
espera da misericórdia de Jesus Cristo
para a vida eterna. Fazei que por todos
os meios oportunos, possamos ajudar os
que erram, afim de que sejam glorifi­
cados, exaltados, o poder, o império e a
majestade d' Aquele Deus que é todo
poderoso para nos livrar do pecado e
fazer com que possamos nos apresentar
cheios de pureza e de alegria quando
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vier nosso Senhor Jesus Cristo, nosso
Deus e Salvador. Assim seja.
(Trezentos dias de indulgência uma
vez no dia - Pio X S. C. Indulg. 17-agosto
1908} .
Em nome do Padre, do Filho e do Espí­
rito Santo.
(Todos os dias)

ORAÇÃO

Ditoso Apóstolo de Cristo, inspirado


pelo Espírito Santo escrevestes aos vossos
fiéis a vossa epistola, animado de zelo
pregastes o Evangelho aos Persas, varão
sábio e generoso como vos chama São
J erônimo, por vossa grande caridade,
ouvi nossas humildes preces e alcan­
çai-nos os favores que por vossa inter­
cessão pedimos ao Senhor para que
ajudados por vossa proteção nesta vida
possamos vos acompanhar na glória por
todos os séculos dos séculos : Assim seja.
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PRIMEIRO DIA

Glorioso Apóstolo S. judas Tadeu,


o amor a Jesus Cristo levou a vos ent1'e­
gardes como vítima sofrendo o martírio
na pregação do Evangelho. Peço-vos a
graça de amar a Jesus sôbre todas as
coisas dêste mundo e se fôr da vontade
santíssima de Deus obtende-me a graça
que ardentemente vos suplico nesta
novena.
1 Padre Nosso e 3 Ave Marias.

] aculatória :
S. Judas Tadeu, de Jesus Apóstolo
amado.
Sêde no céu nosso advogado.

Oração final :
ó glorioso S. ] udas, pelos sublimes
privilégios etc . . . (como acima pg. 237) .
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SEGUNDO DIA
(tudo como no primeiro dia)
ORAÇÃO

Zeloso Apóstolo S. J udas Tadeu,


vossa doutrina e exemplos brilharam
sempre pela grande pureza e com tanta
solicitude procurastes levar ao bom
caminho as vítimas do erro e dos escân­
dalos da impureza. Fazei que possa
vencer eu as tentações e conservar meu
coração puro e sem mancha e livrando-me
do pecado.
Alcançai-me se fôr da santíssima
vontade de Deus a graça de que vos peço
nesta novena.
1 Padre Nosso e 3 Ave Marias.
j aculatória :
S. Judas Tadeu, de Jesus Apóstolo
amado.
Sêde no céu nosso advogado.
Oração final :
ô glorioso S. J udas etc . . . .

- 241 -

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TERCEI RO DIA
ORAÇÃO

Amantíssimo protetor e advogado


S. J udas Tadeu, procurastes com zêlo
infatigável converter os pecadores mos­
trando em vossas pregações o reino de
Jesus Cristo e o j uizo tremendo, o castigo
dos maus no inferno e a felicidade dos
justos no céu. ó grande e santo Apóstolo,
gravai na minh'alma as verdades eternas
para que meditando os mistérios da vida
futura, consiga chegar um dia à eterna
bem-aventurança.
Assim seja.

1 Padre Nosso e 3 Ave Marias.


Jaculatória :
S. Judas Tadeu, de Jesus Após�olo
amado.
Sêde no céu nosso advogado.
Oração final :
ó glorioso S. J udas etc . . . .
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QUARTO DIA
ORAÇÃO
'

Vigilante Apóstolo S. J udas Tadeu


sempre fiél ao chamamento do Mestre
Divino J esus Cristo, Nosso Salvador,
nada vos deteve na obediência a voz de
Deus e tudo desprezastes para seguir a
vontade Divina, numa renúncia admi­
rável. ó glorioso Apóstolo de Cristo fazei
que minha pobre alma tão apegada aos
bens e as vaidades dêste mundo chegue
um dia a desapegar-se de tudo quanto é
louco e pecaminoso para se fixar naquêle
Amor eterno e único de nosso Senhor
J esus Cristo. Assim seja.
1 Padre Nosso e 3 Ave Marias.
jaculatória :
S. Judas Tadeu, de Jesus Apóstolo
amado.
Sêde no céu nosso advogado.
Oraçã0 final :
ó i;lorioso S. J udas etc . . . .
- 243 -
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QUINTO DIA
ORAÇÃO

ô discípulo de Jesus amante da


verdade e da j ustiça, glorioso S. J udas
Tadeu, empregastes vossa vida na pre­
gação da verdade evangélica em arrancar
do pecado e da heresia tantos infelizes
-
pecadores. Pedí a Jesus misericórdia
para minha alma pecadora e em meio
de tantos erros e perigos dêste mundo
conservai-me o tesouro da fé, livrai-me
de toda heresia. Dai-me a pureza na fé
e a pureza de vida. Assim seja.
1 Padre Nosso e 3 Ave Marias.
Oração final :
S. Judas Tadeu, de Jesus Apóstolo
amado.
·

Sêde no céu nosso advogado.


Oração final :
ô glorioso S. Judas etc. . . .

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SEXTO DIA
ORAÇÃO

Fidelíssimo servo do Senhor e


amantíssimo apóstolo S. judas Tadeu,
vossa prontidão em seguir a j esus Cristo
vos obteve a glória de santidade e do
martírio. Não quizestes servir a dois
senhores e abandonando o mundo e suas
pompas tudo fizestes para a glória de
Deus e a salvação das almas. Dai-me um
conhecimento da miséria e loucura de
todas as vaidades terrenas e ajudai-me a
pensar na minha eternidade.
1 Padre Nosso e 3 Ave Marias.
Jaculatória :
S. Judas Tadeu, de Jesus Apóstolo
amado.
Sêde no céu nosso advogado.

Oração final :
ô glorioso S. J u da s etc . . . .

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SBTIMO DIA
ORAÇÃO

Glorioso Apóstolo S. J udas Tadeu,


o povo cristão vos invoca cheio de
confiança em vossa proteção e certo de
que tudo fareis no céu para nos valer
em nossas aflições e dificuldades desta
vida tão cheia de dores e amarguras.
Valei-me poderoso Apóstolo de J esus
Cristo, socorrei-me em minhas neces­
sidades, vinde em meu auxilio porque
nunca abandonais os que a Vós recorrem
com toda fé e com toda confiança como
agora o faço. Assim seja.
1 Padre Nosso e 3 Ave Marias.
Jaculatória :
S. Judas Tadeu, de Jesus Apóstolo
amado.
Sêde no céu nosso advogado.
Oração final :
ó glorioso S. J udas etc . . . .

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OITAVO DIA
ORAÇÃO

ó valoroso Apóstolo que combatestes


denodadamente a heresia e os escândalos,
e com os ensinamentos admiráveis de
vossa epistola desviais tantos infelizes
vitimas do erro e mostrais o caminho da
verdade. Não permitais que minh'alma
algum dia por desgraça se desvie do
caminho da Santa Igreja Católica :
Conservai-me na verdade e na justiça e
salvai-me na vida e na morte. Assim sej a.
1 Padre Nosso e 3 Ave Marias.

] aculatória :
S. Judas Tadeu, de Jesus Apóstolo
amado.
Sêde no céu nosso advogado.

Oração final :
ó glorioso S. ] udas etc . . . .
- 247 -
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NONO DIA
ORAÇÃ.0
Meu querido Apóstolo e protetor S.
Judas Tadeu, os vossos devotos vos
aclamam o padroeiro de causas mais
desesperadas e das maiores aflições. Na
verdade, jamais se vê desmentida esta
confiança que tantas almas depositam
em vossa proteção. Pois aqui estou
cheio de confiança e espero que minh'
alma pobre e pecadora, pelos vossos
méritos, pelo vosso apostolado, pelo vosso
martirio, e pelo crédito que junto de Deus,
o verbo incarnado que na terra e no céu
é vosso parente, rogai por mim. Valei-me,
concedei-me o que vos peço nesta novena
com todo fervor de minh'alma. Assim
seja.
1 Padre Nosso e 3 Ave Marias.
] aculatória :
S. Judas Tadeu, de Jesus Apóstolo
amado.
Sêde no céu nosso advogado.
Oração final :
ô glorioso S. Judas etc . . . .
- 248 -
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LADAINHA DE S. J UDAS TADEU
(para uso particular)
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
J esus Cristo, ouvi-nos.
J esus Cristo, atendei-nos.
Deus, Pai dos Céus, tende piedade de
,
nos.
Deus. Filho Redentor do mundo ( 1 ) .
Deus, Espírito Santo.
Santíssima Trindade, que sois um só
Deus.
Jesus, Filho de Deus vivo.
Jesus, Filho da Virgem Maria.
Jesus, Mestre dos Apóstolos.
Santa Maria (2) .
Santa Maria, Rainha dos Anjos.
Santa Maria, Rainha dos Apóstolos.
S. J udas Tadeu, consanguíneo de
J esus, Maria e J osé.
Apóstolo glorioso.
Apóstolo perseverante
(1) Tende piedade de n6L
(2) BopJ por n6a.

- 249 -
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Verdadeiro imitador de Jesus.
Amante da pobreza.
Modêlo da humildade.
Símbolo da paciência.
Lírio da castidade.
Chama do amor divino.
Estrela da Santidade.
Vaso da graça divina.
Testemunho da fé.
Terror dos infernos.
Grande taumaturgo.
Coluna da Igreja.
Consolador dos aflitos.
Amparo dos necessitados e atribu­
lados.
E special padroeiro nos casos deses­
perados.
Abrigo seguro e patrono dos vossof
devotos.
J esus Cristo, tende piedade de nós.
Pelos merecimentos de S. J udas
Tadeu ( 1 ) .

(1) N6s vos rogamos, ouvi-nos, Senhor;

- 250 -
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Pelas suas palavras e ações.
Pelos seus milagres.
Pelo seu glorioso martírio.
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pe­
cados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pe­
cados do mundo, tende piedade de
nós, Senhor.
V : Rogai por nós, S. J udas Tadeu.
R : Para que sejamos dignos das pro­
messas de Cristo.

OREMOS

ó poderoso e misericordioso Senhor,


nós, que com ardente fervor, exaltamos,
o vosso glorioso apóstolo e consanguíneo
S. Judas Tadeu, h umildemente implo­
ramos a Vossa Majestade que, pelos seus
grandes merecimentos e valiosa inter­
cessão, alcancemos a graça de usufruir
de Vossas divinas bênçãos. Amen.
- 251 -
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QUARENTENA DE S. JUDAS
TADEU

:e uma antiga prática de devoção em


honra do grande taumaturgo e pela qual
os fiéis recorrem cheios de confiança à
proteção do Apóstolo.
A quarentena, como o diz a palavra,
é uma devoção de quarenta dias.
Consiste em visitar durante quaren­
ta dias uma igreja ou altar do grande
santo e mesmo em quadro ou imagem
que se tenha em casa e rezar no primei­
ro dia um Padre nosso, no segundo dois
e assim sucessivamente até quarenta no
último dia. Se não se pode visitar o altar
ou templo de São j udas pode-se rezar
em casa ou em qualquer lugar tendo sob
os olhos até mesmo uma simples estam­
pazinha ou medalha de São J udas. Para
maior proveito desta prática devota
aconselhamos, se possível, receber a San­
ta Comunhão pelo menos no início e no
- 252 -
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fim da quarentena, fazer boas leituras,
esmolas, procurar enfim por uma vida
de mais oração e fervor durante êstes
dias, agradar a Nosso Senhor para me­
recer a graça que pede.
Pode-se fazê-la em preparação à
festa de São J udas começando-se em 18
de Setembro, ou em qualquer época do
ano sempre que quizermos pedir a Nosso
Senhor alguma graça
A devoção simplesmente consiste na
recitação devota e atenta dos Padre­
Nossos cada dia. Todavia julgamos uti­
líssimo acrescentar algumas práticas
piedosas e orações.

QUARENTENA
Primeko dia Em nome do Padre
- .•.

ORAÇÃO A S. JUDAS
ó glorioso S. Judas . . . (Oração do
começo da novena) Padre Nosso . . .
-

- 258 -
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ORAÇÃO FINAL
Glorioso e bendito Apóstolo São Ju­
das Tadeu amado de j esus que vos con­
cedeu tão grande poder para nos salvar
e ajudar nêste vale de lágrimas, vinde
em meu socorro. Apresentai Aquele Se­
nhor de quem procedem todos os bens,
a minha oração, e se fôr da vontade de
Deus e para o bem de minha alma, al­
cançai-me por vossa intercessão valiosa
a graça que ardentemente vos suplico.

Durante a Quarentena
Vai se rezando cada dia mais um
Padre Nosso até quarenta no final da
devoção.
No último dia

ORAÇÃO
Poderoso Apóstolo São J udas Ta­
deu, ao terminar estas visitas e preces
pelas quais durante quarenta dias vos
venho pedindo uma graça com todo fer-
·-
2 54 --
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vor de minh'alma, rogai ao Senhor que
se compadeça de mim, e pela súplica que
ljle um dia nos ensinou, pela melhor das
orações tantas vezes repetidas nêstes
dias, valei-nos apresentando pelos vos­
sos méritos e pelo vosso poder o pedido
desta graça. Àquele Deus e Senhor a
quem fostes nêste mundo ligado pelos
laços do sangue do parentesco, e mais
ainda por um ardente amor. Valei-nos
por J esús Cristo Nosso Senhor que vive
e reina por todos os séculos dos séculos.
Assim seja.

- 255 -
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, r '"'�1

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A primeira Matriz S. J udas Tadeu. - O bêrço ela Matriz e Santuário S. Judas Tadeu.
Nesta ca sa nasceu o grande Santuário S. Judas Tadeu, no ano ele 1940.
O SANTUARIO DE S. JUDAS TADEU
EM S. PAULO

O saudoso e grande Arcebispo de S.


Paulo, que foi D. J osé Gaspar Afonseca
e Silva, creou na Capital Bandeirante
num bairro distante e abandonado, des­
provido de todos os recursos espirituais,
a nova paroquia de S. Judas Tadeu em
25 de J aneiro de 1 940. Confiou-a aos
R. R. Padres do Sagrado Coração de
Jesus. Como tantas outras novas paro­
quias creadas então pelo zelo do Arce­
bispo, esta nasceu em estrema pobreza
e contava com ó sacrificio e abnegação
do seu primeiro paroco Pe. J oão Bues­
cher. C. s. C . J .
Não havia siquer uma capela. Inau­
gurou-se o serviço paroquial numa resi-
- 2 57 -

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dência particular adaptada e transfor­
mada em um salão onde se instalou pro­
visoriamente a matriz. Era na Avenida
Felicio Fagundes, bairro do J abaquara.
A pobreza era tão grande que o sino teve
como campanario a copa de uma árvore
A pobreza e originalidade da nova ma­
triz e, mais ainda, o nome do Padroeiro
chamavam logo atenção de todos : S. Ju­
das Tadeu! Matriz de S. Judas! Houve
confusão de muitos. Afinal o Grande
Taumaturgo começou a revelar quão po­
deroso e eficaz é o seu patrocínio em fa­
vor dos que o invocam. Muita gente co­
meçou a frequentar a nova Matriz e em
breve o zelo do Rvmo. Paroco foi obri­
gado a instalar o novo templo em outro
salão mais espaçoso na Avenida J aba­
quara. A devoção foi crescendo de modo
admiravel, e as multidões afluíam cheias
de fervor ao novo santuario humilde de
S. Judas.
Cada dia 28 do mês verdadeiras ro­
marias de devotos enchiam a matriz du­
rante todo dia e até à noite. Muitas gra-
- 258 -
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ças, prodigios e conversões, graças tem­
porais e muitas maiores, espirituais, se
alcançavam pela intercessão do Santo
Apostolo. A devoção a S. J udas tornou­
se querida de todos os Paulistanos e de
toda parte afluíam as multidões ao San­
tuario. Foi mister a construção de novo
templo e o plano do Grande Santuario
começou a ser executado com o Pequeno
Santuario, já pronto agora e inaugurado
em 4 de Abril de 1944. Depois virá o
Grande e majestoso Santuario que por
certo há de provar a grande devoção do
povo Paulista por S. Judas Tadeu.
Agora, cada dia 28 do mês desde a
madrugada até a noite, não cessa o des­
file das multidões dos devotos ante a
imagem do Grande Taumaturgo S. J u­
das Tadeu. E' um fervor que impres­
siona.
Alí se reza e se faz penitência. H á
sempre belas conversões, e todos contam
prodígios e graças obtidos pela interces­
são de S. J udas. Ao lado do Santuario
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funcionam obras soc1a1s da paroquia.
Há um dispensário, um ambulatorio,
onde são atendidos caridosamente enfer­
mos e pobres necessitados. Está o am­
bulatório sob os cuidados das Irmãs Pe­
quenas Missionarias de Maria Imacula­
da. E' verdadeiramente consideravel o
numero de pobres socorridos e as bene­
merencias desta bela instituição que tan­
ta simpatia atrai para o Santuario e leva
os devotos de S. J udas a pratica da cari­
dade cristã ! O Rvo. Pe. J oão Buescher
levantou um grande Orfanato para cri­
anças abandonadas a pouca distancia do
Santuario. Lá estão abrigadas algumas
dezenas de orfãozinhos sob a direção das
Irmãs Pequenas Missionarias de Maria
Imaculada. Os devotos generosos de S.
Judas Tadeu auxiliam estas obras de ca­
ridade e concorrem para a manutenção
das obras sociais e de assistencia da pa­
roquia. S. J udas vai desenvolvendo ad­
miravelmente a pobre e humilde paro­
quia nascida numa casa humilde e num
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dos recantos do J abaquara. Com a ge­
nerosidade e a devoção cada vez mais
crescentes dos fieis para com S. J udas,
em breve teremos um dos mais belos
Santuarios da Capital Paulista e uma
corôa de obras de caridade em torno desta
devoção querida.

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